Índice Editorial
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Selo verde para obras de infraestrutura
Fato concreto
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BOMAG MARINI apresenta a nova Série MAGNUM MAX
Artigo
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De quem é a governança das águas?
Capa
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Mercado brasileiro em baixa torna exportação de equipamentos para construção mais atrativa
Parceria
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Gestão da ABRASFE prioriza novos focos
Máquinas e Equipamentos
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Metso otimiza britagem com duas novas tecnologias
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Expediente: Editor: Alexandre Machado Jornalista: Katia Siqueira Comercial: Carlos Giovannetti, Sueli Giovannetti, Luís C. Santos Mídias Digitais: José Roberto Santos Projeto Gráfico e Editoração: Mônica Timoteo da Silva Endereço: Rua São Bento, 290 - 2ª sobreloja - Sala 4 Cep: 01010-000 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3241-1114 / 3101-8675 Contato: redacao@brasilconstrucao.com.br A Revista Brasil Construção é uma publicação mensal de distribuição nacional, com circulação controlada, dirigida a todos os segmentos da indústria de construção imobiliária e industrial, ao setor público e privado de infraestrutura, à cadeia da construção envolvida em obras de transporte, energia, saneamento, habitação social, telecomunicações etc. O público leitor é formado por profissionais que atuam nos setores de construção, infraestrutura, concessões públicas e privadas, construtoras, empresas de projeto, consultoria, montagem eletromecânica, serviços especializados de engenharia, fabricantes e distribuidores de equipamentos e materiais, empreendedores privados, incorporadores, fundos de pensão, instituições financeiras, órgãos contratantes das administrações federal, estadual e municipal.
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Editorial
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A certificação leva em conta aspectos como o empreendimento e seu entorno, segurança patrimonial, sustentabilidade no canteiro de obras, gestão de resíduos, etc. Trata-se de um novo nicho de mercado que deverá revelar novas empresas certificadoras. Em sintonia com essa tendência, a Fundação Vanzolini e o Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP), da USP, desenvolveram e a Itaoca Offshore − empresa brasileira de serviços logísticos e de operação de terminais marítimos – aplicou, em caráter pioneiro, parâmetros técnicos de avaliação de desempenho ambiental que credenciaram o Terminal Itaoca Offshore, a ser construído em Itapemirim (ES), a receber a certificação de sustentabilidade da Alta Qualidade Ambiental - AQUA Portos e instalações portuárias na fase pré-projeto do empreendimento. Com 65 mil m² de área primária offshore, o Itaoca Offshore será um terminal privativo fora da área do porto organizado, operado com total segurança e concebido para ser uma referência no mercado nacional de Petróleo e Gás. Para isso, toda a sua estrutura de operação em termos de engenharia, está sendo projetada para garantir rígidos padrões de respeito ao meio ambiente, alinhados a um modelo de gestão e estrutura organizacional capazes de assegurar elevados níveis de desempenho. O empreendimento pioneiro na área de selo verde para infraestrutura está na fase de obras com previsão de início das operações no terceiro trimestre de 2018. Os investimentos somam cerca de R$ 450 milhões, com previsão de geração de mais de 500 postos de trabalho durante a fase de implantação e cerca de 600 postos direto na operação. Essa preocupação de construtoras e empreendedores privados, de investirem em obras de infraestrutura comprometidas com a sustentabilidade se contrapõe ao esforço de alguns setores do governo que parece ignorar essa tendência, que é mundial. Tramita no Senado Federal a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 65, que prevê a simples apresentação do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) como suficiente para liberar uma obra de infraestrutura. Pela revisão da lei, uma obra não
Selo verde para obras de infraestrutura poderá mais ser suspensa ou cancelada por causa do licenciamento ambiental, “exceto por fatos supervenientes”. A mudança, segundo os parlamentares, visa garantir a rapidez e a economia de recursos financeiros em obras públicas sujeitas ao licenciamento ambiental, ao impossibilitar a suspensão ou cancelamento de sua execução após a concessão da licença. Mas para os ambientalistas e outros representantes da sociedade civil, ela põe o Brasil na contramão das demais nações desenvolvidas ou em processo de desenvolvimento. Atualmente, pelo menos 190 países possuem legislações que condicionam a execução de grandes obras a rígidos critérios de preservação do meio ambiente, como forma de preservar os recursos naturais e garantir continuidade da vida no planeta. O exemplo dado pela iniciativa privada, no projeto do Terminal Itaoca Offshore e em outros afinados com a mesma tendência, mostra que é possível promover o crescimento da economia do país, seguindo parâmetros ambientais, de desenvolvimento das comunidades locais, saúde e segurança das operações a que se destinam. Carlos Giovannetti, diretor editorial
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Fato Concreto
BOMAG MARINI apresenta a nova Série MAGNUM MAX
A Bomag Marini Latin América apresentou durante a Conexpo os mais recentes desenvolvimentos para sua linha de usinas de asfalto contínuas, a nova Série Magnom Max. As usinas de asfalto Magnum já são reconhecidas nos mercados da América Latina e África, obtendo inclusive, em muitos países, a posição de liderança. Além de uma identidade visual totalmente nova, a nova série apresenta muitas novidades em termos de componentes eletrônicos e dispositivos de segurança, mantendo o conceito de produção já estabelecido, mas trazendo muitas inovações. Os novos modelos Magnum Max chegam ao mercado com uma identidade visual completamente renovada. As usinas incorporaram o
padrão de imagem de equipamentos na cor amarela, que é característica da divisão Fayat Road Equipment e o nome “Max” que representa a evolução em termos de diferenciais e componentes. A nova série de usinas contínuas da Marini Latin America possui modelos com faixas de produção de 80 a 160 T/H. As máquinas são equipadas com um sistema de controle totalmente automatizado para operação simples e intuitiva. As usinas Magnum Max produzem misturas asfálticas de alta qualidade, através de um sistema de secagem em contrafluxo, com misturador externo rotativo. O misturador foi concebido para garantir a homogeneidade perfeita dos materiais, combinada com a grande energia mecânica obtida no processo. A aplicação de recursos
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inovadores com a tecnologia comprovada é o que deu origem à criação dos sistemas exclusivos de mistura, secagem, filtragem, reciclagem entre outros das Usinas Marini Latin America. O design “super móvel” garante transporte fácil e econômico além da montagem rápida, uma vez que os componentes principais já estão conectados. A usina necessita de uma área pequena para instalação sobre uma base simples, sem a necessidade de uso de guindastes. As usinas Magnum Max possuem operação simplificada, e baixos custos de manutenção. Além disso, todos os modelos estão pré-dispostos a produzir asfalto modificado e a reciclar Asfalto RecuperadoRAP (Reclaimed Asphalt Pavement) em percentuais que vão até 30% através do anel de reciclagem do secador.
Sucesso no leilão de rodovia em SP poderá animar rodada de abril Após o sucesso do leilão do lote “Rodovias do Centro-Oeste”, realizado em 10 de março de 2017, as expectativas do mercado e governo de São Paulo são convergentes: apontam para uma disputa ainda mais concorrida no próximo certame do setor. No dia 25 de abril serão entregues as propostas dos interessados em arrematar o lote “Rodovia dos Calçados”, de 720 quilômetros entre Itaporanga e Franca. O valor de outorga é de R$ 450,9 milhões e R$ 5 bilhões em investimentos ao longo dos 30 anos de concessão. “Não podemos andar de salto alto. Humildade. É claro que começou uma maravilha. Então, estamos otimistas em relação a abril”, disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB), após a oferta surpreendente de fundo de investimentos do Pátria pelo lote “Rodovias do Centro-Oeste”, na sexta-feira. Novato em concessões rodoviárias, o Pátria deu lance ousado de R$ 917,2 milhões, com ágio de 130,89% sobre a primeira parcela da outorga e que será pago à vista, na assinatura do contrato. A outra metade da outorga – R$ 397 milhões – será paga em maio de 2018. Com o prêmio ofertado, o Pátria terá de pagar R$ 1,3 bilhão de outorga em menos de dois anos – é a segunda maior em valores nominais da história de concessões rodoviárias do Brasil. A primeira foi a da licitação do trecho Oeste do Rodoanel, em 2008, levado pela CCR, por R$ 2 bilhões. O alto tíquete do desembolso que o Pátria terá de fazer até maio de
2018 apenas com outorga levanta dúvidas no mercado sobre como o fundo vai rentabilizar um projeto recusado por alguns interessados, que alegaram ter margens de retorno baixas. Como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não financia outorga e tampouco compartilha as garantias do projeto a um financiamento desse tipo, a avaliação de parte do mercado é de que a empresa fica com poucas alternativas além de bancar essa despesa com capital próprio. O Pátria não falou com a imprensa. Em nota, disse que vai criar uma nova empresa para administrar os ativos. Este é o terceiro leilão de infraestrutura com participações da gestora. Em 2016, o fundo estreou em transmissão de energia com investimento de R$ 2,5 bilhões, ao arrematar dois lotes de linhas de transmissão nos leilões promovidos pela Aneel – regulador federal. Agora, o lote arrematado envolve 574 quilômetros de rodovias entre Florínea e Igarapava. Estão previstos R$ 3,9 bilhões de investimentos ao longo dos 30 anos de contrato, sendo R$ 2,1 bilhões já nos primeiros oito anos. Segundo o secretário de governo, Saulo de Castro, o leilão marcou o novo
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modelo de concessões rodoviárias de São Paulo, que prioriza a prestação do serviço em vez da obra. Castro disse que o objetivo era atrair investidores com esse perfil. “É um investimento de longo prazo, são fundos que vêm com recurso que permanece no país, que gera emprego, que não é especulativo”, disse. E deu uma estocada. “Claro que há resistência. Até tive de ouvir uma bobagem ‘ah, só entraram dois’. Nas concessões por outorga normalmente é um ou dois”. No entanto, para o leilão de abril, a expectativa é de que haja maior número de propostas. O lance do Pátria desbancou a concorrente EcoRodovias, operadora de sete rodovias, que ofereceu R$ 611 milhões, prêmio de 53,8%. Mas o mercado reagiu positivamente ao lance da EcoRodovias, num aceno de que a proposta da empresa indicou o comprometimento de sua administração com “disciplina de capital”, após o grupo ter investido em ativos de outros segmentos de transportes que não deram o resultado esperado. A ação da empresa encerrou o pregão com alta de 6,16%, a R$ 9,30. Fonte: Valor Econômico
Fato Concreto
A Trimble anuncia o software Tekla 2017 para a indústria de construção Trimble anunciou três versões novas de seu software para engenharia estrutural, fabricação e construção: Tekla Structures 2017, Tekla Structural Designer 2017 e Tekla Tedds 2017. O desenvolvimento contínuo das soluções de modelagem de informações para construção (BIM) reforça o compromisso da Trimble com a inovação na engenharia estrutural, na pré-fabricação e na eficiência no canteiro de obras. “Nessas novas versões da Tekla, nos concentramos em melhorar os métodos de comunicação e de modelagem, porque eles estão diretamente ligados à produtividade de tarefas centrais dentro de grandes grupos de trabalho e projetos”, disse Jari Heiro, diretor geral da Trimble Structures Division. “O software nos permite oferecer um número de ferramentas completamente novas e potencial de automação para que nossos usuários ampliem seu escopo e trabalhem em conjunto com as partes interessadas do projeto para garantir que toda a equipe esteja na mesma página”. Tekla Structures 2017: Métodos de última geração
e comunicação de projeto aprimorada Para o projeto geral, a nova versão do Tekla Structures, o avançado software BIM oferece mais controle sobre a modificação direta, o que permite criar um modelo estrutural preciso mais rápido e mais fácil. Há um organizador mais rápido para encontrar e reparar peças, bem como ferramentas aprimoradas para a geração instantânea de relatórios de informações. Com o Ponto base, escritórios de engenharia e arquitetos agora podem trabalhar juntos em um fluxo de trabalho BIM com coordenadas comuns consistentes e corretas. A colaboração eficiente com arquitetos agora é possível com um novo plug-in que permite modelagem algorítmica dinâmica para o Tekla Structures usando o editor de algoritmos gráficos Rhino/Grasshopper. Para concreto, a Tekla Structures 2017 introduz o método de armadura de última geração que oferece aos usuários mais flexibilidade para criar e modificar armaduras para diferentes tipos de geometrias de concreto. Com o recurso de unidade de concretagem único, tornou-se eficiente e simples gerar relatórios de todas as informações específicas à concretagem. Para a fabricação de concreto de pré-moldado, esta nova versão melhora o intercâmbio de informações
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entre detalhamento e produção com links de transferência de dados ao gerenciamento de produção. A nova ferramenta palletizer aprimora o planejamento de produção baseado em modelagem, economiza tempo no processo de planejamento e evita erros humanos na transferência de informações entre o detalhamento e a produção. Para o detalhamento de estruturas metálicas, a nova versão melhora a modelagem de chapas de aço dobradas com suporte total para a modificação direta, sendo que agora alterar e trabalhar com até mesmo as chapas dobradas mais complexas ficou simples e intuitivo. Você pode criar qualquer coisa, desde chapas de ligação dobradas até perfis dobrados, chapas para peças em espiral, seções de duto de transição, painéis dobrados complexos e muito mais. Os aprimoramentos na produção de desenho permitem uma moldagem mais fácil e mais flexível dos desenhos e ajudam a garantir uma comunicação clara da intenção do projeto e menos solicitações de informações. A nova Biblioteca 2D é uma ferramenta de produtividade substituindo o trabalho repetitivo. Tekla Structural Designer 2017: Projeto de fundação e eficiência de carga de vento
O software de análise e design (A&D), Tekla Structural Designer, comprime o tempo de projeto permitindo uma maneira eficiente de estabelecer rapidamente a melhor solução estrutural. O Tekla Structural Designer 2017 oferece novos recursos e aprimoramentos significativos com foco na produtividade do fluxo de trabalho A&D com inúmeras melhorias que se combinam para contribuir significativamente para o fluxo de trabalho geral para o projeto de estruturas metálicas e concreto compatível com a norma local. A nova versão oferece funcionalidades de projeto abrangentes para os tipos de fundação comuns necessários em estruturas metálicas e de
concreto. Ela torna o projeto de fundação mais eficiente, automatizando o número de estacas necessárias, juntamente com cálculos abrangentes e levantamentos de material em um único modelo. Além disso, novos processos de carga eólica aceleram a aplicação da carga do vento em edifícios de formatos complexos. Tekla Tedds 2017: Mais cálculos para melhorar a produtividade Oferecendo melhoria comprovada da produtividade e qualidade da engenharia, o Tekla Tedds automatiza os cálculos de engenharia estrutural e civil que são repetitivos e propensos a erros. Em face de prazos e exigências cada vez mais
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agressivos, o Tekla Tedds permite que os usuários otimizem o projeto de engenharia substituindo os entediantes cálculos manuais e as planilhas por resultados profissionais e consistentes. Na versão 2017, a Trimble adicionou um grande número de novos cálculos e aprimoramentos aos cálculos existentes em várias normas de projeto, incluindo novo projeto de chapas de base e coluna metálica para Eurocodes e A&D aprimorado de elementos 2D em aço e outros 26 tipos para Normas dos EUA. Quando integrado ao Microsoft Word, o Tekla Tedds agora proporciona aos engenheiros o controle para criar e personalizar os cálculos rapidamente.
Fato Concreto
SDLG ganha prêmios de responsabilidade social corporativa e de liderança verde A SDLG conquistou dois importantes prêmios: Liderança Verde e de Responsabilidade Social Empresarial. A marca da principal fabricante chinesa de equipamentos de construção recebeu os prêmios no China Charity Festival, evento fundado em 2011 com o objetivo de promover o espírito e ações de caridade. A SDLG foi reconhecida por seu compromisso com campanhas de conservação ambiental e de caridade. A comissão julgadora que escolheu a SDLG é composta de membros de universidades, representantes de instituições de caridade, renomadas instituições de pesquisa e de meios de comunicação. “Como pioneira em tecnologia de energia eficiente na China, a SDLG está trabalhando ativamente para reduzir o impacto ambiental”, afirma Wen Degang, gerente geral da SDLG. “Estamos orgulhosos. Temos feito progressos significativos para tornar nossos produtos ainda mais ambientalmente corretos. Nossa parceria com a WWF (World Wild Foundation) tem ampliado nosso esforço nesta área”, explica o gerente. Na liderança Em 2007, a SDLG iniciou um projeto de pesquisa sobre economia de energia que resultou na primeira geração de pás-carregadeiras de rodas da marca com economia de energia. As máquinas consumiam 10% menos de
combustível em relação a produtos semelhantes. Em 2012, a empresa reforçou sua missão ambiental com a assinatura de um acordo de parceria com a WWF. A SDLG tornou-se a primeira marca de equipamentos de construção da China a prometer reduzir e reduzir, com sucesso, as emissões de dióxido de carbono em 1,65 milhões de toneladas em três anos. Em seguida veio o programa “Piloto de Ponta”, no qual a SDLG organiza testes teóricos e práticos para operadores e oferece formação profissional gratuita para quem está começando na carreira de operação de equipamentos. O programa visa melhorar a segurança e eficiência do operador. Recentemente, em resposta à legislação Tier 3, a SDLG lançou suas máquinas mais recentes da Série F, que ajudam a reduzir emissões.
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“A SDLG continuará a assumir a liderança na redução das emissões de dióxido de carbono”, diz Wen. Nos próximos cinco anos, a SDLG vai investir mais de 300 milhões de renminbi (a moeda oficial da República Popular da China) em um projeto de fabricação inteligente em parceria com a Escola de Software da Universidade de Tsinghua. O objetivo é estabelecer fábricas inteligentes em busca de emissões zero na produção. Recentemente, a SDLG foi nomeada a “Melhor Cidadã Corporativa da província de Shandong” e classificada como uma das 10 melhores empresas socialmente responsáveis em Linyi. “Esperamos que outras empresas comecem a tomar medidas semelhantes para ajudar a proteger o nosso meio-ambiente”, conclui o executivo.
Fato Concreto
Fábrica da Volvo CE terá linha de produção compartilhada A fábrica latino-americana da Volvo Construction Equipment tem uma de suas linhas de produção operando de forma compartilhada, montando ao mesmo tempo carregadeiras e caminhões articulados. Localizada em Pederneiras (SP) é a única das 16 unidades fabris da Volvo CE no mundo a possuir uma linha única de montagem para dois produtos. “Fazemos parte da plataforma global industrial da marca. A inovação constante é muito importante para continuarmos a expandir e melhorar nossa atuação”, afirma Wladimir Garcia, vice-presidente e diretor-geral do complexo industrial da Volvo CE na América Latina. Desenvolvida pelos próprios engenheiros, supervisores e funcionários que trabalham na unidade, a mudança possibilitou otimizar a estrutura interna da fábrica, promovendo novas sinergias na produção e fazendo melhorias nas áreas de suporte. “Aumentamos nossa eficiência e melhoramos a capacidade instalada”, complementa Fernando Remoto, chefe de montagem da fábrica e um dos responsáveis pelo projeto. Segundo Alex Ikeda, engenheiro de montagem, com a alteração foi possível reduzir a complexidade da fábrica, consolidando e otimizando a atuação das áreas suportes, como engenharia, qualidade e logística. “O projeto possibilitou diminuir em cerca de 10% o tempo de montagem das máquinas”, conta. Benefício ao cliente De acordo com Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE Latin America, o maior beneficiado será o cliente,
que poderá receber sua máquina mais rápido, com um lead time reduzido. A mudança gerou ainda ganhos ambientais. “A junção das linhas de produção também permitiu diminuir anualmente a emissão de 41 toneladas de CO2, assim como economizar cerca de 120.000kW de energia elétrica. Respeito ao meio ambiente é um dos valores fundamentais da Volvo”, lembra Garcia. Na mesma linha de Pederneiras estão sendo produzidos os caminhões articulados A25G e A30G e as carregadeiras L60F, L70F, L90F, L110F e L120F. A Volvo é líder absoluta no segmento de articulados no Brasil e uma das líderes nesta área no mercado latino-americano. Estes equipamentos são usados principalmente em construção, obras de infraestrutura e mineração. As carregadeiras da marca são utilizadas em uma infinidade de diferentes aplicações, que vão da construção civil e da mineração, passando por pedreiras e reciclagem, até na agricultura e na pecuária. Provedor mundial A fábrica latino-americana da Volvo CE está completando 42 anos em 2017. De um fornecedor exclusivamente local nos anos 70, a planta sediada no Brasil
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passou a provedora mundial, enviando atualmente máquinas da marca para toda a América Latina e para os principais mercados internacionais, como Estados Unidos, Europa e Ásia. Cerca de 50% da produção é hoje voltada para o Brasil, e o restante é exportado. Os produtos Volvo produzidos localmente são escavadeiras, carregadeiras, caminhões articulados e compactadores, além de escavadeiras SDLG, outra marca de equipamentos da Volvo CE. É também a única planta da Volvo CE no mundo a produzir duas marcas de produto no mesmo complexo industrial. Localizada a 330 quilômetros de São Paulo, a fábrica foi pioneira em muitos momentos de sua história. Foi a primeira planta multiproduto da Volvo CE em todo o mundo, fabricando paralelamente vários modelos nas mesmas instalações. “Fomos vanguarda em diversas situações”, comemora Garcia. Com foco em melhoria contínua, foi ainda a primeira do Grupo a fazer usinagem a seco e está entre as líderes mundiais em Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta).
Votorantim decide unir área de aço no Brasil com Arcelor Em um anúncio inesperado, mas que retrata movimentos de consolidação de ativos que podem se tornar rotineiros daqui para frente, ontem os grupos Votorantim e ArcelorMittal informaram que decidiram fundir suas operações de produção de aço longo no Brasil. O objetivo da união, que já foi à análise do órgão antitruste do país, é fortalecer o negócio siderúrgico no país, que enfrenta uma forte crise de demanda desde 2014. A fusão de ativos, que dará uma participação de 3% para a Votorantim no capital da ArcelorMittal Brasil, é também uma porta de saída para o grupo da família Ermírio de Moraes deixar a atividade siderúrgica, ao menos no Brasil, a partir de 2019. As fábricas instaladas na Argentina e Colômbia ficaram de fora desse acordo. Segundo apurou o Valor, as negociações entre os dois grupos tiveram início no terceiro trimestre de 2016. Nesta etapa, não envolve nenhum pagamento em dinheiro: apenas dação de ações da ArceloMitttal Brasil à Votorantim. No acordo assinado com a líder mundial de produção de aço, a Votorantim garantiu um direito de vender (conhecido como put) suas ações na ArcelorMittal Brasil entre 2019 a 2022. Uma fórmula de preço, no caso de exercer a put, já ficou definida na operação. Pelas regras, a ArcelorMittal será obrigada a adquirir essa participação no prazo definido se ela desejar vender. Mas, ao mesmo tempo, o grupo também garantiu para si um direito de compra (“call”) da fatia da Votorantim
entre 2023 e 2024, informou Jefferson De Paula, presidente de Aços Longos do grupo indo-europeu nas Américas do Sul e Central. “Foi um acordo bom para ambas as empresas, considerando o cenário de sobreoferta de aço no mundo e a crise de demanda no Brasil, que teve uma retração brutal de 33% de 2014 para cá”, disse o executivo da ArcelorMittal. “Além da complementariedade geográfica, vemos ganhos de logística e de especialização de produtos nas unidades fabris combinadas”, afirmou o executivo. Atualmente, o nível de utilização da capacidade das usinas da ArcelorMittal é da ordem de 75%, enquanto na Votorantim está na faixa de 50% a 60%. Segundo De Paula, surgiu a oportunidade de unir o vice-líder de aços longos (ArcelorMittal) com o terceiro no país, criando uma empresa mais competitiva em escala, custos, produtos e logística. “Hoje, a Votorantim não exporta nada; nós embarcamos 15%, mas temos dificuldades devido a carga tributária e os custos de logística do Brasil”, afirmou. A Votorantim não colocou porta-voz para comentar a fusão. O executivo da ArcelorMittal lembrou que o mercado de aços longos no Brasil passou a ter a concorrência de novos entrantes – pequenos, mas competitivos -, que acirram a competição. Desde 2008 chegaram Sinobrás, CSN, o grupo mexicano Simec, o espanhol Anõn e a Aço Verde (grupo Ferroeste). Ao todo, adicionaram capacidade de 2,6 milhões de toneladas.
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“A hora é de busca de competitividade e ganho de margens”, observou o executivo. A fusão de ativos envolve cinco operações em Minas Gerais (três usinas), São Paulo e Espírito Santo, do lado da ArcelorMittal; pelo lado da Votorantim, três unidades: Rio de Janeiro (Resende e Barra Mansa) e Mato Grosso do Sul (Três Lagoas). Com a combinação, a capacidade do grupo Arcelor passa a ter capacidade produtiva de 5,6 milhões de toneladas de aço bruto por ano e 5,4 milhões de toneladas de produtos laminados. A Votorantim agregou à ArcelorMittal Brasil – que também faz aços planos e tem mineração de ferro – 1,8 milhão de toneladas de aço bruto e 1,7 milhão de toneladas de laminados. Com a junção, o grupo fundado pela família Ermírio de Moraes – que passou a fazer aço desde 1937 em Barra Mansa – passa a ter participação de 15% do negócio combinado de aços longos. A Votorantim já havia saído do capital da Usiminas em 2011 ao vender sua participação para Paolo Rocca, dono da Ternium. Com uma receita anual de mais de R$ 30 bilhões, a Votorantim tem no cimento seu principal negócio, seguido por mineração e metalurgia de zinco, cobre e alumínio. Também gera energia e tem participações de controle na Fibria (celulose), e Citrosuco (suco de laranja), além dos aços longos. Fonte:Valor Econômico
Fato Concreto
Em 2017, Brasil ganha sua primeira cidade inteligente Localizada no interior do Ceará, e com investimento de italianos e israelenses, a Croatá Laguna EcoPark começa a sair do papel Projetada para receber 21 mil habitantes, em uma área que ocupa 330 hectares em Croatá – distrito do município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará – a Croatá Laguna EcoPark será a primeira cidade inteligente do Brasil. A expectativa é de que a infraestrutura para receber as residências esteja pronta ainda em 2017. Segundo Susanna Marchionni, que administra o empreendimento, a opção pelo território cearense se deu por uma combinação de fatores. “Para desenvolver o projeto de smart city social precisávamos de alguns elementos: área com grande desenvolvimento, carência habitacional, fibra ótica e uma rodovia que a ligasse ao principal centro urbano do estado”, disse. São Gonçalo do Amarante está a 55 quilômetros de Fortaleza. A viabilidade do projeto permitiu atrair investimento internacional. O grupo italiano Planet Idea & SocialFare – voltado para o mercado de inovações – e a SG Desenvolvimento, ligada ao mercado imobiliário, são parceiros no empreendimento e fizeram um aporte de R$ 100 milhões. Outro investidor é o israelense StarTAU, um centro de empreendedorismo vinculado à Universidade de Tel Aviv. “O que diferencia a cidade inteligente em construção no Ceará é que não se trata de um assentamento para a elite. A Croatá pretende atender a população da cidade, principalmente os trabalhadores do complexo industrial e portuário do Pecém (também no Ceará)”, diz Giovanni Savio, CEO da Planet
Idea & SocialFare. A cidade terá bairros que atenderão o programa Minha Casa Minha Vida. Cada lote é vendido a partir de R$ 24.300,00, podendo ser parcelado em 120 vezes. É ofertada também uma variedade de plantas que pode ser escolhida pelos proprietários para construir suas casas. O objetivo é pôr fim às habitações construídas em série. As primeiras 150 casas estão em fase final de conclusão. “Assim, a cidade inteligente se torna também democrática, intervindo no déficit habitacional da região e oferecendo qualidade de vida à população de baixa renda”, afirma Giovanni Savio. Infraestrutura digital A primeira fase da Croatá Laguna EcoPark envolve a urbanização de 90 hectares. A cidade terá infraestrutura digital, mobilidade urbana voltada para o pedestre e uso de bicicleta, além de transporte público controlado por GPS e aplicativos, o que permite ao usuário saber quando o ônibus está próximo do ponto. A infraestrutura foi projetada para reaproveitar águas residuais e fazer o controle computadorizado da iluminação pública. Outra inovação está nos
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equipamentos esportivos instalados nas praças da Croatá Laguna EcoPark. Os aparelhos serão conectados a uma central, permitindo que, enquanto as pessoas se exercitam, gerem energia para abastecer a iluminação pública. Os gestores da cidade asseguram que o assentamento não foi projetado para ser uma cidade-dormitório e nem uma “catedral no meio do deserto”. “Existem rotas de transporte público e, além das residências, centros comerciais e de negócios estão se instalando na cidade, assim como infraestrutura de saúde e educacional”, garante Giovanni Savio. Se a Croatá Laguna EcoPark for bem-sucedida, os empreendedores projetam lançar uma outra cidade inteligente entre os municípios cearenses de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, em uma área de 437 hectares. O novo projeto já tem nome: Cidade Cauype. Ao contrário de Croatá, esse empreendimento não será um pólo industrial, mas de serviços, a fim de atrair centros de logística, shopping centers, hotéis, bancos e supermercados. A pavimentação das ruas será toda com peças de pavimento intertravado de concreto. Fonte: Massa Cinzenta
Prédio tem termelétrica para gerar a própria energia Com área construída de 167.700 m², o Pátio Victor Malzoni é o maior edifício corporativo da cidade de São Paulo e também o primeiro do país a ter uma usina termelétrica (UTE) para atender sua demanda de energia. O prédio entrou em operação em 2012, mas constantemente ficava refém das oscilações de rede, principalmente em dias de chuva. A solução foi implantar um sistema que tornasse a edificação autossustentável. “Como somos um prédio comercial com várias empresas, não tem como deixar esse recurso faltar”, diz Flávio Engel, gerente de operações prediais da CB Richard Ellis – empresa que administra o condomínio. A termelétrica instalada no Pátio Victor Malzoni tem capacidade para gerar 5.800 megawatts (MW) por dia. O equipamento funciona no modelo de paralelismo e opera com cinco geradores – dois a gás e três a diesel. “Por sermos um prédio sustentável, sempre optamos pelos geradores movidos a gás natural. Entretanto, para deixar o sistema mais eficiente, a operação de geração de energia é feita inicialmente com quatro geradores e, na sequência, são desligados os dois geradores a diesel, para que o fornecimento de energia siga com os geradores a gás”, explica Flávio Engel. Quando funciona plenamente, a UTE gera mais que o dobro de energia que o edifício necessita diariamente. Localizado na região da Avenida Faria Lima, o Pátio Victor Malzoni opera com 35 elevadores e vários sistemas automatizados. Circulam pelas suas instalações cinco mil pessoas por dia. Mesmo autossufi-
ciente, o prédio ainda opera interligado à rede. No horário de pico de energia, a UTE responde por 90% da energia e 10% vêm da distribuidora de energia. “Quando nossos sistemas detectam oscilação ou outro tipo de falha nesses 10%, a central automaticamente assume o controle e comunica esse comando à distribuidora”, afirma Flavio Engel. A usina termelétrica opera desde setembro de 2016 e, em média, fica ligada durante 11 horas por dia. Arquitetura inovadora O edifício não precisou passar por nenhuma reforma para receber a UTE, pois seus projetos estrutural, arquitetônico e elétrico já previam a instalação do sistema. O Pátio Victor Malzoni tem uma planta inovadora. Sua laje central está elevada a 30 metros do solo e tem um vão de 44 metros. A arquitetura arrojada foi a solução para que o empreendimento preservasse a Casa Bandeirantista, localizada nos
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fundos do terreno em que o edifício foi construído. A construção antiga, do século 17, é um marco da colonização do estado de São Paulo e tombada como patrimônio histórico. Durante as obras do Pátio Victor Malzoni, a casa Bandeirantista também passou por um processo de restauração. Para que mantenha o selo de prédio verde, o edifício conta com um sistema de catalisadores para mitigar o impacto ambiental causado especialmente pelos geradores a diesel. O empreendimento também conta com uma estação de efluentes, que trata a água e a faz retornar para o uso na irrigação de jardins e banheiros. É realizada ainda a coleta seletiva do lixo. A compostagem do material orgânico gera adubo, que é vendido para cooperativas de agricultores na região metropolitana de São Paulo. Fonte: Massa Cinzenta
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De quem é a governança das águas?
Por Yves Besse* Em 2015 a falta de chuvas proporcionou aos paulistas um dos melhores verões com muito sol, calor, piscina, praia e mar tudo que sonha nas suas férias de janeiro. Mas na volta à sua rotina de trabalho, foi confrontado com uma crise hídrica que o fez mudar vários dos seus hábitos de conforto ligados a água. Passou a racionar os banhos, reutilizar as águas de chuveiros para usos
sanitários, pensar em soluções de uso racional das águas e de reúso de águas de chuva para uso doméstico. Finalmente as chuvas voltaram e as preocupações com água voltaram a sua rotina tradicional: enchentes, alagamentos, enxurradas, doenças veiculadas à água etc. Ufa, voltamos a normalidade! Nossa memória é curta. Dois anos antes da crise de 2015 São
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Paulo foi confrontado com uma das maiores épocas chuvosas e que obrigou a abertura das comportas das represas, o que levou ao alagamento de várias cidades a jusante. Hoje, dois anos depois da famosa crise hídrica, entramos novamente num momento chuvoso, com muita água, enchente e alagamentos. Percebemos que não temos controle nenhum sobre as nossas
águas urbanas. Se chove, alaga, se não chove, seca. Não sabemos quem governa as águas de São Paulo e nem do Brasil. Em parte, é a Agência Nacional de Águas (ANA), em parte o Departamento de Água e Esgoto (DAE), em parte é a secretaria estadual de recursos hídricos, em parte as agências de bacia, em parte os municípios, em parte a região metropolitana, e pode ser que eu tenha esquecido alguém. Ou seja, uma verdadeira confusão que ninguém quer resolver. Vale o ditado: cão com vários donos morre de fome. Se queremos evitar futuras crises hídricas - e elas virão, pois o clima é cíclico - deve haver interesse e responsabilidade política e pública. A crise que houve por falta de chuva foi superada graças às chuvas e a impressão que se tem é que o assunto está encerrado, ninguém fala mais da crise hídrica. Mas ela voltará e, quando isso ocorrer, não será mais problema dos políticos atuais, nem dos gestores públicos atuais. Só resolveremos o problema se nós conseguirmos os responsabilizar pelo ocorrido de tal forma de que não aconteça mais. A governança das águas é um assunto complexo que deve ser tratado com muita seriedade, muita competência e com sabedoria específica. Para isso, o Brasil criou em 1997 uma lei para os Recursos Hídricos. Essa lei foi baseada num conceito clássico, que veio da França, do usuário e poluidor pagador e das agências de bacias. Infelizmente a sua tropicalização
*Yves Besse é diretor geral de Projetos para América Latina da Veolia Water Technologies
e seu uso político impedem que ela seja adequadamente implantada e utilizada. Foram criados os conceitos dos rios federais e dos rios estaduais - que acabam se sobrepondo -, assim como as responsabilidades entre as diversas agências de bacias federais e estaduais - que nem sempre existem - e os diversos entes de regulação federal e estadual - que também muitas vezes ainda não existem. Vejamos um exemplo típico de comparação entre a França e o Brasil. A França, nos anos 1970, criou seis bacias hidrográficas e suas respectivas agências de bacias para gerir suas águas. O estado de São Paulo - que é mais ou menos a metade em área da França - criou 22 bacias hidrográficas e suas respectivas agências, que acabaram dominadas por interesses políticos em detrimentos dos interesses técnicos. Quase 20
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anos após a aprovação da lei, ainda não conseguimos implantar de maneira sustentável a gestão das nossas águas. Vinte anos após a criação de sua lei, a França aplicava entre 500 milhões e 1 bilhão de Euros anualmente, isto é, entre 1,5 bilhão e 3 bilhões de Reais, por agência de bacia. Esses recursos foram obtidos na própria bacia hidrográfica pelo conceito de usuário e poluidor pagador e usado na própria bacia. Isso representa a metade dos recursos que necessitaríamos para universalizar o saneamento brasileiro em 20 anos. A mudança desse cenário passa pela conscientização, planejamento, controle, regulação e, principalmente, responsabilidade e condenação de quem não respeita a lei. Semelhante com o que está sendo feito pela Lava Jato com a corrupção no Brasil. Não existe um único responsável pela governança das águas. Os quatro poderes brasileiros Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público - têm o dever de gerir as águas; a sociedade civil organizada tem o direito de receber essa governança que ela paga por diversos meios, como impostos, taxas e tarifas. A sociedade civil organizada, incluindo a imprensa, deve pressionar os quatro poderes pelos seus direitos de ter água e esgotamento sanitário, de modo a colocar isso na agenda política para que seja tratado de maneira séria e não demagógica. Hoje só temos como alternativa rezar para que chova. Porém, não depende de nós.
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Mercado brasileiro em baixa torna exportação de equipamentos para construção mais atrativa
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Com o desaquecimento do mercado brasileiro de máquinas e equipamentos para construção, muitas empresas que atuam na área resolveram apostar nas vendas externas aumentando o volume que vinha exportando e buscando clientes em novos países para amenizarem as perdas registradas nas vendas no Brasil.
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Capa Para dar um panorama sobre o desempenho das empresas que atuam na área e exportam regularmente por considerarem o mercado externo extremamente atrativo na composição de seus balanços, a reportagem da Revista Brasil Construção ouviu algumas das principais companhias do setor, como Ammann, Bomag, Case, Caterpillar, Ciber, JBC, Mercedes-Benz, NHC, Scania e Volvo.
Balança comercial De acordo com dados divulgados no dia 2 de janeiro de 2017, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços o fraco desempenho da economia brasileira, que tem levado as importações a caírem mais que as exportações, a balança comercial teve um superavit de US$ 47,69 bilhões. O saldo positivo do ano representou um aumento de 142,3% na comparação com 2015 e foi o maior desde o início da série histórica, em 1989. O maior recorde anterior havia sido em 2006, quando as exportações superaram as importações em US$ 46,45 bilhões. As exportações somaram US$ 185,24 bilhões no ano passado –uma queda de 3,5% em relação a 2015 quando se leva em conta a média diária, usada para excluir os efeitos de mais ou menos dias contabilizados em cada ano. Já as importações somaram US$ 137,55 bilhões em 2016, ou seja, uma queda de 20,1% na média diária. O mau momento da economia brasileira tem prejudicado as compras de produtos de outros países, cenário que vinha levando a balança comercial brasileira a registrar resultados positivos recordes. Em dezembro, o cenário foi um pouco diferente, com um superávit de US$ 4,41 bilhões, uma queda de 7,2% em relação a novembro de 2016 e uma redução de 29,2% na comparação com o mesmo mês do ano retrasado.
Ammann em ritmo de festa Ao completar cinco anos de fundação no mês de fevereiro, a Ammann do Brasil continua comemorando sua trajetória bem-sucedida no País e exterior. Desde a sua implantação em 2012 e inauguração do parque fabril em 2013, a sua diretoria não mudou a concepção de ser uma fábrica enxuta com os processos definidos e assim ser uma planta eficiente e eficaz. “Com apenas quatro anos de existência a empresa obteve a liderança em exportação na América Latina, resultado do trabalho árduo e continuo, para não dizer incansável”, conta Marcelo Prado Ritter, coordenador de Marketing da Ammann do Brasil. De acordo com o executivo, o grupo Ammann é líder mundial no fornecimento de usinas de mistura asfáltica, máquinas e serviços para a indústria da construção com especialidade em infraestrutura rodoviária e de transporte. Fundado em 1869 e com quase 150 anos de história, a tecnologia sempre foi o ponto chave no processo de evolução das usinas de asfalto e máquinas proporcionando produtividade que nem sequer era sonhada no ano de sua fundação. “A empresa agora tem um alcance mundial e extensa linha de produtos, o que não mudou é o compromisso da Ammann com os seus clientes, funcionários e as soluções inovadoras”, reforça.
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Brasil tem só 12% da malha pavimentada Com todo este background e a oportunidade de ofertar equipamentos com tecnologia diferenciada ao mercado brasileiro que possui apenas 12% da malha viária pavimentada, ou seja, as oportunidades de desenvolvimento em infraestrutura são gigantescas quando comparado com países desenvolvidos que já possuem cerca de 76% da malha viária pavimentada, em outras palavras, mercado existe, mas o Brasil enfrenta uma forte crise recessiva nestes últimos anos. “Notamos uma forte queda no volume de negócios desde 2014 agravando-se ano a ano, reflexo da crise política e econômica, mas como faz uma empresa jovem para sobreviver em um cenário críti-
Marcelo Prado Ritter, coordenador de Marketing da Ammann do Brasil
co? A expertise dos executivos da companhia, fizeram e fazem a diferença, para sobrevivermos: foi necessário rever forecast de vendas e planos de produção, pois se não há um acompanhamento rígido no controle dificilmente alcançaríamos os níveis de Market Share e de crescimento que alcançamos nestes últimos anos”, explica Ritter.
Carro chefe, usinas de asfalto ACM 140 Prime Outro ponto de destaque apontado pelo executivo para a fábrica do Brasil é a sua localização geográfica estando localizada em Gravataí no Rio Grande do Sul, tornando-a versátil para o fornecimento de soluções para construção de estradas e rodovias para toda a América Latina, inclusive o México, região de cobertura da Ammann do
Brasil. Ritter diz que atualmente a fábrica detém a produção das usinas de asfalto ACM 140 Prime e da recém lançada ACM 100 Prime, usina com capacidade produtiva de até 100 toneladas por hora. Faz parte ainda do portfólio de equipamentos fabricados no Brasil o rolo compactador monocilíndrico ASC 110 Tier 3. A série ASC de rolos compactadores possuem três motores hidráulicos, um para o cilindro e dois para as rodas traseiras, desta forma sem a utilização do eixo de transmissão, permite o posicionamento do motor mais baixo o que garante ótima acessibilidade, com o centro de gravidade muito mais baixo, proporciona melhor estabilidade em terrenos extremos. “O reconhecimento da tecnologia embarcada do nosso carro chefe a ACM 140 Prime fez com que conquistássemos vários países na América Latina, em especial o Paraguai, a Argentina, a Colômbia e o Peru, que receberam muito bem nossos produtos, alavancando nossas exportações, além de outros mercados”, diz o executivo. Segundo ele, o destaque para os produtos da marca é o Uruguai, “onde rompemos com a hegemonia da concorrência, e já estamos aportando novos lotes de equipamentos. As exportações da empresa em 2016 chegaram a preencher 40% da nossa linha de produção, e que fez sermos líderes em exportação de Usinas de Asfalto e contribuiu fortemente para o aumento
do Market Share enquanto observamos alguns concorrentes com mais de 15% de redução de mercado”, conta Ritter, segundo quem as vendas externas em 2015 representaram 34% e para 2017 a empresa projeta algo em torno de 45% a 50% da produção. O portfólio de produtos da Ammann do Brasil é complementado com os demais produtos do Grupo, onde são ofertados desde os equipamentos da linha leve de compactação os compactadores a percussão até as usinas gravimétricas com 100% de reciclado.
Renovando conceitos Com o slogan “Sell the house” a empresa está realizando fóruns no Brasil e América Latina com o propósito da renovação dos conceitos em termos de produção asfáltica e aplicação da massa asfáltica. Durante o evento são apresentados novas tecnologia de produção asfáltica, que possibilitam maior economia, e ganhos em sustentabilidade. Esse trabalho tem sido de grande valia, uma vez que participam os maiores especialistas da Suíça, Alemanha, República Tcheca e do Brasil. Tratam-se de empresários, construtores, secretários governamentais e pessoal do segmento de asfalto, que têm a oportunidade única de compartilhar de um círculo de desenvolvimento técnico. “Os fóruns não Continua
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Carro chefe das exportações: Usinas de asfalto ACM 140 Prime
requerem grandes investimentos comparados aos realizados em feiras. A geração de conteúdo e as ações iniciadas nos fóruns são continuadas em conjunto com os representantes locais (Dealers)”, explica Ritter. A Ammann do Brasil atua próximo ao Dealer, provendo o desenvolvimento do suporte local, com treinamentos realizados na companhia ou na sede do Dealer. Os treinamentos são divididos em módulos que ajudam a organizar a formação da sua equipe. Por exemplo, o cliente pode ter aulas abrangentes que o trans-
formará em um especialista de uma máquina. Se preferir, em vez disso, o seu pessoal pode ampliar seu conhecimento geral. Formando e qualificando a rede de serviço e de técnicos treinados estamos próximos e aptos para atenderem as necessidades técnicas e de peças de reposição dos nossos clientes.
Suporte financeiro Com uma parcela interessante de equipamentos exportados, a Ammann do Brasil buscou alternativas além das tradicionais para ofertar um rol completo de opções de financiamentos em suas nego-
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ciações. Neste ponto a parceria com bancos suíços tem sido um diferencial importante para a empresa manter o Market Share de produtos exportados. A reflexão da crise e da instabilidade econômica, fez com que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES segurasse o crédito. “Percebemos no início de 2017 uma melhora na facilidade de obtenção deste crédito, ferramenta muito importante para os negócios realizados no Brasil”, finaliza o coordenador de Marketing.
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Case Construction EquipmentExportações crescem quase 40% em 2016 A conquista de novos mercados foi significativa para a Case Construction Equipment que encerrou o ano de 2016 com vendas externas quase 40% acima das realizadas em 2015. Em números absolutos, a empresa exportou 442 unidades no ano passado, contra 320 equipamentos no exercício anterior. De acordo com Frederico Mello, especialista de Inteligência de Mercado da Case Construction Equipment contribuiu para o resultado a abertura de novos mercados, como a Índia, e o aumento da demanda por países da América Latina e também Estados Unidos. Além de atender demandas expressivas, como no caso da Índia, as máquinas Case foram importadas em menor quantidade por outros países de vários continentes, como China, Indonésia, Filipinas, Butão, Tailândia e Bahrain, na Ásia; Tanzânia, na África; e Austrália, na
Oceania. “Também abrimos novos mercados, como Malásia e Paquistão”, conta o executivo. Segundo ele, na América do Sul, cresceram as exportações para o Chile, Panamá e Paraguai, ao passo que foram mantidos os níveis de exportação para países como Argentina, Colômbia e Bolívia.
Um portfólio rico para atender o mercado externo De acordo Mello, as principais máquinas da marca exportadas em 2016 foram as pás-carregadeiras, retroescavadeira, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas. As motoniveladoras - produzi-
Frederico Mello
das em Contagem (MG) e a plataforma mundial da Case para o modelo - são os produtos com maior índice de exportação, seguidos das pá-carregadeiras, retroescavadeiras, a escavadeira hidráulica CX220 e os tratores de esteiras. “As motoniveladoras representaram 50% do volume total exportado de máquinas Case Construction em 2016”, conclui o executivo.
Motoniveladora 865B - Case
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Caterpillar Brasil aposta em exportações maiores em 2017 A exemplo de várias empresas que atuam no setor de construção e infraestrutura, a Caterpillar Brasil está focando os mercados de exportação para compensar a paralisação no mercado doméstico. Sem adiantar os números, a empresa de acordo com Renato Sanchez, consultor de assuntos corporativos da Caterpillar Brasil aumentou suas vendas externas em 2016, quando comparadas às realizadas em 2015 e a expectativa é que 2017 seja levemente superior ao ano passado. Sanchez diz que o mercado externo tem apresentado um crescimento leve em algumas regiões, embora continue operando em um ciclo de baixa e apresentando instabilidades, sendo bem difícil fazer previsões. Os volumes adicionais obtidos pela Caterpillar Brasil devem-se a aumentos na demanda de algumas regiões e na conquista de novos mercados.O aumento na demanda de exportação tem sido mais regular para Estados Unidos e Canadá, além de algumas regiões da Ásia e alguns países da América Latina, como Colômbia, Peru e Bolívia.
como aumentou as exportações de carregadeiras para África, Oriente Médio e Sudeste da Ásia e de motoniveladoras para o México. Também, iniciou a exportação de escavadeiras florestais para Canadá e Rússia. Assim como se tornou fonte alternativa para o trator de esteiras para a América do Norte. A Caterpillar Brasil exporta para mais de 120 país, sendo a América Latina, os Estados Unidos e a Europa os destinos mais comuns. As unidades de produção da Caterpillar em Piracicaba/SP e Campo Largo/PR têm servido de plataforma produzindo uma linha global de equipamentos, para abastecer ao
Novos mercados Segundo o executivo, a empresa conseguiu recuperar a América Latina como fonte para escavadeiras hidráulicas, bem
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mercado doméstico e também às exportações. “A empresa embarca seus produtos para todos os mercados, inclusive, os mais exigentes em termos de regulamentação”, conta Sanchez. De acordo com o executivo, a Caterpillar Brasil exporta motoniveladoras, carregadeiras de rodas, tratores de esteiras, escavadeiras hidráulicas, escavadeiras florestais, retroescavadeiras e compactadores de solo. Alguns modelos de motoniveladoras e tratores de esteiras produzidos localmente são fonte mundial, ou seja, fabricados exclusivamente no Brasil para atenderem o mundo todo.
Investindo para conquistar novos mercados Para ganhar novos mercados, a empresa fez investimentos em ampliação e mudanças na planta. No período de 2011 a 2016, a Caterpillar Brasil investiu meio bilhão de reais na construção de uma nova fábrica, na modernização de seus processos e atualização de sua linha de produtos, além de investimentos inteligentes que elevaram a competitividade por meios de processos mais enxutos, eliminação de desperdícios, melhorias logísticas etc. A possibilidade de ganhar novos mercados em 2017 é bem grande. Os estudos de viabilidade ocorrem o tempo todo, determinando as melhores fontes de produção entre todas as unidades da Caterpillar no mundo para suprir cada mercado. Por isso, as possibilidades existem desde que a Caterpillar Brasil se mantenha competitiva. Fazendo uma análise sobre
como o impacto da desvalorização do real frente a moedas fortes como o dólar e o euro pode afetar a estratégia de ampliar as exportações e também a geração de lucros, já que os equipamentos são produzidos em real e comercializados em dólar, Sanchez diz que os benefícios com um real desvalorizado são positivos, mas parciais, porque as moedas de vários países produtores que competem com a Caterpillar Brasil também foram desvalorizadas e, “no Brasil, ainda precisamos descontar os custos com a inflação e os juros altos, por exemplo, algo que não afeta outros países”, explica. Comentando sobre como a empresa se estruturou para ampliar os serviços de pós-venda e ofertar peças para reposição, para esses mercados e também sobre a importância dos dealers das marcas nessa estrutura, Sanchez diz que o pós-venda da Caterpillar é feito por sua rede global de revendedores,
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presentes em todos os cantos do mundo e reconhecida pela excelência no atendimento. Mas é fato que a empresa está muito atenta, sempre, às necessidades dos clientes.
Estrutura financeira Os equipamentos exportados contam com o apoio financeiro do Banco Caterpillar que atua globalmente para financiar os clientes quanto às melhores opções de financiamento. A empresa não trabalha com bancos estatais no financiamento de equipamentos para exportação. “Por limitações regulatórias, a unidade brasileira do Banco Caterpillar concentra-se em operações locais. Mas o Banco Caterpillar opera mundialmente para viabilizar a aquisição de equipamentos Cat nacionais e/ ou importados pelos clientes finais”, finaliza Sanchez.
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Usinas Ciber presente em quatro continentes Considerando que o mercado brasileiro está desaquecido, a Ciber Equipamentos Rodoviários, a exemplo de outras companhias do ramo também elegeu as exportações como uma das suas soluções. De acordo com Jandre Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber, a expansão das usinas da marca para mercados externos é uma constante. Atualmente com mais de 1.800 unidades comercializadas, as usinas da marca estão presentes em quatro continentes. “No Brasil e América Latina, a Ciber lidera o mercado de usinas móveis de asfalto. Já nos mercados da África, Sudeste Asiático e Oceania continuamos em plena ascensão em países já consolidados bem como expandindo nossas conquistas em novos países. Contamos com mais de 55 subsidiárias próprias do Wirtgen Group no mundo (do qual a nossa companhia pertence), e mais de 150 revendedores espalhados por todos os continentes”, destaca. Segundo Goldschmidt, diante do atual cenário econômico no Brasil, e na contramão de muitas empresas, a Ciber segue avançando em sua participação no Brasil, expandindo a atuação em novos mercados e investindo pesado em inovações, pesquisa e desenvolvimento. A empresa vem mantendo uma participação na ordem de aproximadamente 1/3 do total das vendas
Jandre Goldschmidt
do setor de máquinas para manutenção e construção de rodovias no Brasil, considerando a liderança absoluta nos segmentos de fresagem e reciclagem, com participações maiores que 90%. “Podemos ressaltar o constante aprimoramento de nossa rede de distribuição, pós-vendas, equipes técnicas, fortes investimentos em P&D e inovações em nosso portfólio de produtos como fatores de êxito. Queremos estar sempre à frente e ofertando novas tecnologias e soluções aos nossos clientes, mesmo em tempos de crise. Passada a
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tormenta, certamente teremos um portfólio de produtos e serviços ainda mais inovadores para atender a toda e qualquer demanda”, assegura o executivo. Segundo o gerente de marketing, mesmo com o cenário econômico atual, tanto a Ciber, quanto o Wirtgen Group, por decisão estratégica, têm avançado e incrementado cada vez mais os investimentos. Para ganhar novos mercados e expandir os já conquistados, a empresa não mede esforços fazendo grandes investimentos. Em 2015 foram investidos 25% em P&D, mais do que no ano anterior e, em ativos fixos, 21%, além de fortes investimentos na qualificação de toda a força de vendas e em novas estruturas de filiais e revendas espalhadas pelos quatro continentes. Investimentos em treinamento de consultores de vendas e técnicos são uma constante também visando sempre o aprimoramento e capacitação daqueles que têm por foco total a satisfação de nossos clientes.
Usina de asfalto da Ciber
Exportações devem crescer 27% em 2017 Segundo Goldschmidt, a empresa projeta um crescimento de 27% nas exportações para 2017. Existem muitos países na América Latina que estavam com investimentos estagnados por muitos anos e que já despontam para uma retomada, assim como outros na África, Sudeste Asiático e Oceania. A companhia exporta usinas móveis de asfalto para todos países da América Latina, da África, do Sudeste Asiático, Austrália e Nova Zelândia. As exportações em 2015 cresceram 20% em faturamento e em 2016 mais 21%, fruto de uma cadeia de revendedores cada vez mais estruturada e preparada para cobrir o mercado com eficiência e estar sempre próxima aos clientes, estejam onde estiverem. Os objetivos da Ciber, segundo Goldschmidt vão sempre além de simplesmente comercializar um equipamento, mas sim de complementarmente estar ao lado de cada
cliente com uma equipe de vendas e pós-vendas suportando-o a todo instante, com equipes de técnicos altamente treinadas para dar o suporte e resolver qualquer demanda, com estoque de peças disponíveis para atender prontamente os pedidos, com treinadores para dar suporte na operação dos equipamentos afim de extrair o máximo de desempenho e resultados. “Por acreditarmos nestes pilares fundamentais é que nossos negócios têm crescido sistematicamente nos mercados externos”, reforça. No entender do executivo, existem muitos países ainda a serem conquistados nos quatro continentes onde a empresa já atua, pois assim como no Brasil, os investimentos em infraestrutura rodoviária nos mercados externos também sofrem oscilações ano após ano, podendo alguns mercados que estavam estagnados voltarem a demandar equipamentos, bem como outros mais aquecidos voltarem a um ritmo menor de demandas. Os mercados externos para os quais a empresa fornece também sofrem oscilações econômicas, no entanto, sempre há momento e anos em que alguns países estão com investimentos retraídos enquanto outros em retomada e ascensão, logo, buscamos otimizar nossos resultados onde as oportunidades estiverem mais latentes, sem deixar de fomentar em todos demais países onde podem não existir momentaneamente oportunidades de venda de novos equipamentos, mas sim de venda de peças e serviços. Para Goldschmidt sempre existem indícios e indicadores que são analisados, mas as vias de fato são
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sempre uma incógnita. “No entanto, pelo fato de termos presença local em praticamente todos países, seja com estrutura própria ou através de nossos revendedores, estamos sempre aptos a explorar cada oportunidade, projetando usinas de asfalto de acordo com as demandas de cada projeto e especificidades de cada país, e tudo isto com diferenciais enormes, com equipes e estruturas bem preparadas e capacitadas, amplo estoque de peças originais a disposição imediata e próxima aos clientes, treinamentos para operadores, e uma forte e robusta equipe de técnicos para dar o pronto suporte em campo afim de deixar os equipamentos o menor tempo possível parados quando estes necessitarem de manutenção”, explica.
Carro chefe nas exportações De acordo com o gerente de marketing, a unidade fabril de Porto Alegre (RS), da Ciber – fonte produtora de usinas de asfalto Ciber para o mundo - exporta todos os modelos de usinas móveis de asfalto da marca Ciber, a fresadora de asfalto da marca Wirtgen, e rolos compactadores da marca Hamm, todos equipamentos e marcas do Wirtgen Group. Dentre os equipamentos com mais representatividade nas vendas externas, o carro chefe da marca é sem dúvida a linha de usinas de asfalto Ciber das séries Kompakt, Advanced e iNOVA. “Já se vão mais de 59 anos de know-how em usinas e mais de 1.800 Continua
Capa unidades comercializadas pelo mundo. A marca Ciber é reconhecida em todo hemisfério sul como sinônimo de usina de asfalto, uma empresa e marca pioneira em lançar sempre as mais novas tecnologias e produtos para usinas móveis de asfalto”, garante. Um dos destaques e o mais recente lançamento, a usina Ciber iNOVA 2000, conta com diversas novidades e tecnologia de ponta para conquistar de vez todos os mercados, pois alia alta produtividade com alta mobilidade e total controle da produção. A experiência adquirida ao longo dos anos, aliada a constante pesquisa fez com que a Ciber desenvolvesse o que pode ser considerado o “estado da arte” em uma usina móvel: a usina de asfalto contra fluxo Ciber iNOVA 2000. A mais avançada tecnologia para a produção de mis-
turas asfálticas que alia a capacidade de produção de 200t/h em apenas duas mobilidades. Quatro silos dosadores com 10m3 cada, pesagem individual, com sistema redundante que garante a qualidade na dosagem dos agregados e CAP. Novo secador com controle de tempo de secagem dos agregados assegurando máximo rendimento térmico, além de secagem ainda mais eficiente e baixo consumo de combustível. Com queimador Total Air para uma queima perfeita e constante, misturador externo PugMill de dois eixos simétricos e maciços que confere a máxima qualidade às misturas asfálticas. Possibilidade de utilizar RAP mediante configuração especial do equipamento. Um novo e exclusivo sistema de automação chamado EasyControl com comandos intuitivos que facilitam
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as operações, incluindo sistema de diagnóstico e monitoramento remoto, conferindo a mais alta tecnologia no controle da produção.
Excelência em produção de massa asfáltica Mais do que fabricar e fornecer equipamentos, é preciso apresentar soluções técnicas para cada aplicação, e atualmente existe um extenso portfólio de produtos e soluções técnicas para uma grande gama de aplicações em construção, manutenção e reabilitação de pavimentos asfálticos. Em cada etapa construtiva a escolha do equipamento correto garante a produtividade e a qualidade total da obra. Inovações tecnológicas agregam ainda mais eficiência e segurança na execução, caminhando lado a lado com as novas técnicas de engenharia civil, que
são continuamente desenvolvidas para construir, e manter, rodovias com maior rapidez, menor custo e qualidade superior.
Principais highlights da Ciber iNOVA 2000 200 t/h em apenas duas mobilidades - Produtividade aliada à máxima mobilidade · Conceito de usina de alta mobilidade: menor custo de transporte. · Adequada às normas de transporte, ambientais e de segurança · Rápida montagem e desmontagem da usina. Controle do tempo de secagem - Máximo rendimento térmico · Tempo configurável de secagem dos agregados conforme
características dos agregados e independente do tempo de mistura. · Capacidade de produzir misturas especiais com o mesmo rendimento térmico das misturas contínuas convencionais. · Máximo rendimento térmico garantido para qualquer tipo de mistura asfáltica. · Menor consumo de combustível. Queimador Total Air - Queima perfeita e constante · Garantia de correta vazão dos fluidos (ar e combustível) ao longo da produção. · Aquecimento apenas do ar necessário para a queima. · Menor consumo de combustível. Misturador externo com controle do tempo de mistura - Máxima tecnologia em mistura asfáltica · Tempo de mistura configurável flexibiliza produção desde misturas convencionais até misturas especiais com o tempo adequado a cada tipo de projeto. · Atuação no tempo de mistura via cabine de comando. · Mistura a seco permite homogeneidade dos agregados antes da injeção de uma película constante de CAP no entorno das faces dos agregados. Central de Comando Máxima tecnologia no controle da produção · Novo painel: simplicidade e operação intuitiva. · Controle total sobre a operação com exclusivo sistema EasyControl. · Possibilidade de produção em automático ou manual. · Ótima visibilidade da operação, conforto e ergonomia ao operador.
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· Softstarter – acionamento suave dos motores – menor manutenção. · Transmissão de dados por rede CAN OPEN. · Até cinco câmeras para visibilidade total da usina como opcional. · Acesso remoto e diagnóstico de falhas. Sediado na Alemanha, o Wirtgen Group de acordo com Goldschmidt é líder mundial em tecnologia no setor de máquinas para construção e mineração. Atualmente reúne as marcas: Wirtgen, Vögele, Hamm, Kleemann, Benninghoven e Ciber. Além da fábrica gaúcha, o grupo possui linhas de produção na Índia e China e atende os cinco continentes através de suas subsidiárias e revendedores. “Nossos dealers, tanto as subsidiárias próprias Wirtgen Group, como os dealers terceiros, possuem estruturas totalmente preparadas para suportar a qualquer cliente. Possuem equipes altamente treinadas para o pronto atendimento quando demandados. Zelamos pelo padrão de atendimento Wirtgen Group no mundo todo, e da mesma forma preparamos e investimos para que todo revendedor também tenha o padrão de atendimento de venda e pós-vendas do Wirtgen Group”, assegura.
Financiamento O Wirtgen Group, assim como a Ciber possuem parceria com o Deutsche Leasing Bank, ou seja, todo e qualquer cliente pode usufruir desta parceria e financiar com o banco alemão ou então com o banco de sua escolha.
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JCB deve exportar 60% da produção em 2017
Para driblar o desaquecimento das vendas de máquinas e equipamentos no mercado doméstico, uma das ações para garantir a frequência do processo de fabricação, empregos e até mesmo aproveitar a desvalorização da moeda local, é aumentar o volume de exportações. Essa é realmente uma prática de mercado, visto que as empresas buscam ao máximo aproveitar a sua capacidade produtiva em períodos de recessão. A JCB do Brasil se diferencia porque, além de destinar sua produção de máquinas para exporta-
ção, também está investindo mais de R$ 50 milhões em atividades de fomento ao mercado e indústria brasileira. Até 2018, a companhia tem como meta o lançamento de pelo menos uma nova máquina ao ano, fortalecendo seus projetos de localização de componentes e processos e, sobretudo, completar a consolidação da rede de distribuidores e pós-venda. Com o objetivo de expandir a atuação da empresa no cenário internacional, a JCB do Brasil tornou-se responsável por toda gestão da operação na América Latina, exceto
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o México. Ou seja, além da gestão comercial, parte das máquinas que antes eram produzidas em outras plantas da JCB pelo mundo e exportadas para a América Latina, passaram a ser produzidas no Brasil e com conteúdo local. Assumir a gestão de negócios de toda América Latina trouxe força e mais representatividade perante o grupo e incremento às vendas da JCB do Brasil. A fábrica de Sorocaba (SP) intensificou em 50% a produção destinada ao mercado externo, visando principalmente seus vizinhos latino-americanos. “Atualmen-
te, 40% da produção brasileira é para exportação. Nossa expectativa para 2017 é superar este índice, chegando a 60%”, informa José Luís Gonçalves, presidente da JCB Latam. Segundo o executivo, o mercado da América Latina tem um potencial de crescimento grande, assim como o brasileiro, mesmo com a queda de aproximadamente 15% em 2016, em comparação com 2015. Ela segue como uma região representativa fechando o ano em cerca de 12 mil unidades. Acreditamos que para 2017 a tendência desse mercado seja de apresentar melhora em torno de 10%. “Já o Brasil, encerrou o ano de 2016 em torno de 8.500 unidades. A unidade de Sorocaba JCB do Brasil é responsável pela produção e exportação das máquinas para toda a América do Sul e Central, Caribe, exceto México.
Produtos exportados De acordo com Gonçalves a JCB do Brasil é a responsáveis por toda gestão da operação na América Latina desde meado de 2015, quando a empresa iniciou as exportações de seu carro chefe, a linha de retroescavadeiras. “Desde então, ampliamos esse fornecimento para as demais linhas: escavadeiras, pás-carregadeiras e os manipuladores telescópicos Loadall”, conta. A JCB é uma empresa familiar, de origem Inglesa, que pensa sempre a longo prazo. Os investimentos de R$350 milhões para a construção de sua nova fábrica brasileira, em 2012, e de mais R$100 milhões, Luís Gonçalves até 2018, para projetos de fomento e fortalecimento de merca-
Luís Gonçalves
do, estão alinhados com esta visão. “A nova unidade fabril é a mais moderna fábrica de máquinas de construção do país, com capacidade produtiva de 10.000 máquinas por ano. Acreditamos no mercado brasileiro, no potencial de toda a América Latina e estamos preparados para crescermos e acompanharmos a retomada de mercado”, acentua. Gonçalves diz que, no ano passado, mesmo diante da queda de aproximadamente 40% do mercado brasileiro, a JCB do Brasil cresceu e aumentou sua participação de mercado. Nossa expectativa é continuar crescendo, atingindo um índice de market share de 10% a 15% ao ano, além de ampliar nosso portfólio local e aumentar a participação da produção local em exportação em cerca de 60%. Nesse processo a entrada no que chamamos de novos segmentos, com novas soluções e máquinas, é essencial. Ou seja, mesmo estando com uma presença importante na maioria dos mercados do continente, certamente já identificamos grandes oportunidades de crescimento. Questionado sobre qual impac-
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to da desvalorização do real frente a moedas fortes como o dólar e o euro poderá ter nessa estratégia de ampliar as exportações e também sobre a geração de lucros, já que os equipamentos são produzidos em real e comercializados em dólar, Gonçalves disse que em relação às exportações, este impacto é positivo, mesmo havendo alguns componentes necessários para fabricação que são importados. “À medida que o real se desvaloriza, temos a melhora no resultado da exportação, mas, ao mesmo tempo, um impacto negativo para o mercado brasileiro. A chave é trabalhar para que haja um ponto de equilíbrio entre exportação e mercado doméstico. E mantermos a nossa competitividade em qualquer das situações do câmbio, o que reforça a importância dos programas de localização”, explica. Na questão sobre como a empresa se estruturou para ampliar os serviços de pós-venda e oferta de peças para reposição, para esses mercados, o presidente da JCB Latam falou que o ponto principal é o contínuo fortalecimento e capacidade da rede de distribuidores em todas as regiões, meta que se alcança por meio do desenvolvimento de novas parcerias e, sobretudo, desenvolvimento de todas as pessoas responsáveis pelo atendimento aos clientes. Outro fator considerado fundamental pelo executivo são os programas de localização de peças e exploração de novos canais de distribuição, na nova era digital e de telemetria. A JCB do Brasil oferece aos seus clientes o Centro de Distribuição de Peças, localizado em Sorocaba Continua
Capa e próximo às principais rodovias e aeroportos do país. Integrado com a fábrica e com o World Parts Centre (Centro de Distribuição de Peças Mundial na Inglaterra), possui mais de 20 mil itens em estoque, o que garante índice acima de 95% em relação à disponibilidade de peças. “Fora do Brasil, temos 25 Dealers e 23 Sub-Dealers, totalizando cerca de 100 pontos de atendimento. Essa cobertura geográfica permite que vendamos nosso portfólio em toda a região e ofereçamos um atendimento eficiente a nossos clientes”, conta Gonçalves. Segundo ele, os distribuidores são essenciais e tem máxima importância por serem a comissão de frente para os nossos clientes. São
eles que cuidam do nosso bem mais precioso e é por eles que garantimos a satisfação dos clientes e a melhor operação das máquinas. Os distribuidores fortalecem o compromisso JCB em garantir não só um atendimento de qualidade, como ampliar a presença da empresa no território nacional, oferecer um pós-venda rápido, garantindo o menor tempo de ociosidade da máquina para o cliente, além do melhor e menor custo de operação no campo.
Ferramentas financeiras De acordo com o executivo, a empresa mantém parcerias com bancos locais em diversos países. Outra importante ferramenta são os programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDES para países parceiros, o que
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também contribui para fomentar as exportações. Gonçalves considera positiva a ideia do BNDES em adotar novos procedimentos para aprovar financiamentos às exportações de bens e serviços de engenharia e construção. “Este tipo de iniciativa nos permite continuar competitivos em escala internacional e manter a constante melhoria e evolução da ocupação de nossa planta do Brasil”. A JCB do Brasil não possui atualmente um banco próprio. “Certamente analisamos com frequência as demandas de mercado, que nos leva a buscar alternativas e estratégias para desenvolvimento de soluções financeiras para nossos clientes. Estamos trabalhando numa frente que nos permita atender também neste quesito. Fico satisfeito em dizer que em breve teremos novidades”, finaliza.
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Mercedes-Benz exportou cerca de 300 caminhões off-road em 2016
Para combater, o baixo volume de vendas no Brasil, a Mercedes-Benz tem ampliado os esforços em novas frentes geradoras de receita. “Mais um esforço que temos feito diante da crise é o estímulo das vendas do produto brasileiro em mercados de exportação, que somado a serviços e produtos ajuda a vender os nossos caminhões fora do País”, conta Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças & Serviços Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. Segundo ele, em 2016 a empresa exportou mais de 25% dos caminhões produzidos no Brasil. Considerando somente os veículos
Roberto Leoncini
off-road, a companhia embarcou 300 unidades no ano passado para a América Latina, Oriente Médio e África. Os modelos exportados foram os Axor 3131 6x4, Atego 2730 6x4,
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Atego 1726 4x4 e Atego 1725 4x4. O mais vendido foi o Axor 3131 6x4 com 137 unidades embarcadas para a Argentina e o Chile. O veículo está disponível na versão betoneira e basculante para cons-
trução civil, e também na versão plataforma, para o segmento canavieira e madeireiro. O caminhão atende essas aplicações com tração 6x4 e PBT técnico de 31,5 toneladas.
Destaque 2016 O destaque em exportação em 2016 foi o caminhão Atego 4x4, que está ganhando mercado no Oriente Médio e África. Segundo Leoncini, no segundo semestre do ano passado, a Mercedes-Benz começou a exportar o Atego 4x4 , um veículo que está sendo muito bem aceito no Oriente Médio e África, “locais que precisam de caminhões robustos, como os que produzimos para o
mercado brasileiro, onde as condições de rodagem também são severas”, explica. Ele conta que, Oriente Médio e África, por exemplo, são mercados muito populosos, com demandas para caminhões de construção e de distribuição geral. “Tratam-se de mercados que reconhecem a qualidade dos produtos Mercedes-Benz. Além de exportar esse modelo para essas regiões, exportamos essa versão 4x4 para a Argentina. No total, foram 105 caminhões Atego 4x4 exportados em 2016”, comenta satisfeito.
Atego 4x4 customizado O Centro de Customização para Clientes (CTT) da Mercedes-
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-Benz, personaliza os veículos de acordo com as características de transporte de diferentes mercados e caso o cliente precise, a empresa produz uma versão especial do Atego 4x4 com: · Pneus de trator super single 365/85R20 para altas temperaturas; · Giroflex; · Escapamento Vertical; · Etiquetas e manuais em Árabe; · Gravação em Árabe no espelho retrovisor. · Se o cliente quiser o caminhão já com implemento, a empresa prepara e envia o veículo pronto.
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New Holand investe US$ 30 milhões na linha de escavadeira e em P&D A empresa multinacional atua em todas as regiões globais, desta maneira os equipamentos produzidos na fábrica de Contagem (MG), são exportados para países das regiões da América Latina, América do Norte, Europa, Ásia, Oriente Médio e África. Esta unidade da New Holland Construction, por exemplo, é a responsável por toda produção mundial de motoniveladoras e destaque para exportações de retroescavadeira e pá-carregadeira. Historicamente, o Brasil vinha representando a maior fatia de mercado de equipamentos de construção da América Latina, chegando a representar mais de 50% em volumes. A partir de 2015, influenciada pela alta do câmbio e crise econômica-política, essa representatividade diminuiu e as exportações aumentaram, reflexo de vantagem competitiva. Devido à política interna de acionistas, a empresa não divulga valores absolutos, porém pode-se considerar em média um crescimento de 30% nas exportações em 2016. Paula Araújo, gerente de Marketing de Produtos da New Holland Construction para a América Latina conta que a companhia deve continuar seus esforços na abertura e atuação de novos mercados. A New Holland Construction possui uma rede de distribuição mundial e sedes nos principais
Paula Araújo
países da América Latina, responsáveis pela cobertura e oferta de equipamentos de construção em toda região. E conta ainda com uma equipe altamente qualificada sempre em busca de nichos e atendimento das necessidades dos clientes. Hoje a empresa exporta toda gama de equipamentos: escavadeira, pá carregadeira, motoniveladora, trator de esteiras e retroescavadeira da planta Brasil e outras linhas de plantas nos Estados Unidos e Europa.
Investimentos A New Holland Construction realiza constantes investimentos em seu processo de montagem, capacitação e modernização. Somente para a linha de escavadeira, por exemplo, foram investidos mais
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de US$ 30 milhões além de investimentos em P&D. Além de lançamentos e máquinas eficientes para diversas atividades, a NHC também disponibiliza sistemas de tecnologia – FleetForce New Holland e FleetGrade – que garantem total controle na execução dos trabalhos e alta produtividade. As tecnologias nas máquinas de construção visam acompanhar em tempo real a eficiência dos equipamentos, identificar melhorias de operação, reduzir os custos devido à maior precisão dos trabalhos, entre outros. Todos os equipamentos podem ter o sistema de monitoramento a distancia (FleetForce) instalado para monitorar horimetro, localização, condições de trabalho e claro auxiliar o proprietário na manutenção e segurança do equipamento. “Além disso temos o sistema FleetGrade, machine control da New Holland, com aplicação em escavadeiras e podemos utilizar sistemas de nivelamento em minicarregadeiras”, diz a executiva.
Programas de manutenção e pós-venda Segundo ela, o mercado preza muito por sistemas simples de operação, robustos de tecnologia e de baixo custo e é isso que a New Holland Construction tem para oferecer. Além, é claro, de todo o suporte, graças à rede de concessionários, que é outro diferencial.
Com pontos de distribuição no Brasil e na América Latina, a marca tem hoje uma das mais amplas coberturas de mercado da indústria de equipamentos de construção. “Além de treinamentos técnicos e comerciais presencias em fabrica, nossa rede também conta com treinamentos online para garantir sempre atualizações constantes de produto e serviço”, conta. A New Holland Construction empresa do grupo CNH Industrial tem um Centro de Distribuição bem localizado, em Sorocaba (SP), próximo ao maior aeroporto de carga do Brasil e região, de fácil escoa-
mento das peças de reposição. Os clientes e concessionários podem receber as peças desse estoque em até 24 horas depois do pedido colocado, dependendo da região do país onde está localizado o concessionário ou cliente. O CD é equipado com mais de 150 mil itens disponíveis em estoque para pronto atendimento das demandas nacionais e internacionais, em um espaço de mais de 60 mil m². “É o primeiro CD da América Latina com certificação Green Building, considerado um dos mais modernos e equipados do mundo”, garante a gerente de
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Marketing de Produtos. Há mais de 65 anos no país, seus equipamentos são distribuídos por mais de 110 concessionários em toda a América Latina. A New Holland possui uma linha completa, composta por escavadeiras hidráulicas, escavadeiras de rodas, retroescavadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras, pás-carregadeiras, minicarregadeiras, miniescavadeiras e manipuladores telescópicos, que atendem às mais diversas aplicações em obras de infraestrutura, construção civil, mineração, agricultura, entre outros.
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Scania exporta 70% da produção de São Bernardo
Em 2015, a Scania Latin America exportou 64% da sua produção, cerca de 8,5 mil veículos, considerando caminhões e ônibus. Atualmente a Scania exporta 70% do volume produzido em São Bernardo do Campo (SP). Graças ao Sistema Global de Produção, a empresa garante a oferta do mesmo produto em qualquer parte do mundo, além de uma flexibilidade para direcionar seus volumes de acordo com a capacidade de cada planta e as condições de mercado ao redor do mundo. A Scania exporta para 26 países do Oriente Médio, Ásia, África e
América Latina. Entre os principais mercados de exportação, se destacam a África do Sul e o Chile no segmento de caminhões. Atualmente a fábrica de São Bernardo do Campo tem capacidade de produzir para diversos mercados, pois opera em um sistema global de produção que garante equilibrar os volumes e exportar não apenas para países vizinhos da América Latina, mas também para mercados como a Ásia e o Oriente Médio Nas vendas externas, não existe um produto que seja considerado carro chefe. Da linha de fabricação de São Bernardo do Campo (SP) saem produtos que têm demandas
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de exportação, tanto os veículos, caminhões e ônibus, como motores industriais, marítimos e de geração de energia. “Além disso, a empresa possui o Sistema Modular de Produção que permite, com um número limitado de componentes, montar uma série de configurações de acordo com as necessidades do cliente. “Um produto Scania é especificado de acordo com a sua aplicação e por isso não temos um carro chefe, uma vez que cada mercado tem uma característica própria”, explica Fabio Oliveira, gerente de Negócios da Scania para a América Latina. Segundo o executivo, o Sistema
Global de Produção Scania possibilita maior flexibilidade na produção, equilibrando os volumes entre as fábricas da Europa e do Brasil. A unidade de SBC é a única fora da Suécia que produz todos os componentes de caminhões, ônibus e motores; e entrega produtos completos. O Sistema Global de Produção garante a mesma qualidade dos veículos produzidos aqui ou em qualquer parte do mundo. Isso amplia nossa capacidade de atender não apenas a América Latina, mas também porque podemos compensar a diminuição da demanda no mercado interno e exportar para mercados como Ásia, África e Oriente Médio. Isso acontece em todos segmentos que a Scania atua, inclusive para equipamento de construção”, assegura Oliveira.
O grande diferencial Para Oliveira, a maneira de trabalhar com o Sistema Global de Produção, é o diferencial que possibilita a empresa direcionar a sua produção rapidamente. Um exemplo disso são as exportações de caminhões para mercados como a Rússia e África do Sul. No caso dos ônibus, são enviados para algumas regiões da África, como Gana e África do Sul, que no momento estão aquecidos e é onde a empresa pode compensar a diminuição da demanda do mercado interno. De acordo com Oliveira, a empresa não precisou fazer investimentos para preparar as exportações, uma vez que trabalha em um sistema de melhoria continua, o que significa investir anualmente na atualização e manutenção de sua unidade de pro-
dução em São Bernardo do Campo a fim de assegurar uma produção com qualidade, mantendo o mesmo nível de excelência que pode ser reconhecido nos veículos da marca fabricado em qualquer parte do mundo. Investimentos recentes, como a implantação de um novo laboratório de desenvolvimento e testes de motores e a inauguração da nova fábrica de pintura de cabinas nos últimos dois anos comprovam o investimento local. Ao comentar sobre como o impacto da desvalorização do real frente a moedas fortes como o dólar e o euro poderia ter na estratégia de ampliar as exportações da marca e também sobre a geração de lucros, já que os equipamentos são produzidos em real e comercializados em dólar. Oliveira garantiu que impacto da moeda não interfere diretamente na estratégia de exportação, “uma vez que nossos produtos dependem também de alguns componentes importados vindos de diversos países, compensando diretamente nesta equação”, explica.
Investimento em pós-vendas e oferta de produtos “A Scania investe constantemente na ampliação de oferta de peças e serviços para nossos clientes, independentemente da situação do mercado interno. Acreditamos que contando com a especificação correta e realização de manutenções de forma profissional, o cliente tem uma redução no seu custo operacional e consequentemente, maior
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rentabilidade.” Os dealers têm importância fundamental para manutenção da marca, já que são os representantes nos mercados onde a empresa atua, seja um concessionário ou um representante local. Por isso, a companhia coloca foco na certificação de acordo com um programa da Scania chamado Dealer Operating Standard (DOS). O DOS é uma certificação obtida para aqueles que cumprem com todos os requisitos de qualidade e satisfação exigidas pela marca, seguindo o mesmo padrão das unidades de produção. De acordo com Marcelo Galliotto, diretor financeiro da Scania Latin America, a empresa responde pelas vendas realizadas às construtoras no mercado interno, enquanto que as exportações de bens e serviços da área de construção civil são feitas pelas próprias construtoras diretamente com as instituições financeiras. Segundo ele, no caso de o BNDES adotar novos procedimentos para aprovar financiamentos às exportações de bens e serviços de engenharia e construção os reflexos serão benéficos. “Se as construtoras têm capacidade e linhas disponíveis para tomar tais financiamentos, consequentemente terão maior competitividade, demandarão mais equipamentos da indústria que, por sua vez, acabarão se beneficiando.” Já a companhia possui banco próprio, o Scania Banco que atua exclusivamente no financiamento de vendas locais.
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Para a Volvo todos os mercados são importantes
A responsabilidade comercial da Volvo Construction Equipment Latin America (Volvo CE LA) é a América Latina, sendo o Brasil o principal mercado no continente. “Tradicionalmente já fazemos esforços para ganhar espaço nos países da região hispânica, onde também oferecemos uma gama completa de produtos e onde já há alguns anos intensificamos nossos esforços comerciais”, diz Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE LA. Recentemente e em virtude do cenário econômico deteriorado no Brasil, os países hispânicos vem ganhando maior importância, pois oferecem distintas realidades e conjunturas econômicas. Assim, a maior parte dos negócios da Volvo CE LA tem sido feita nos mercados externos. Entretanto, a empresa está atenta aos movimentos no Brasil.
“Segmentos importantes vinculados à exportação ou agronegócio (florestal, papel e celulose, mineração, fertilizantes) continuam a demonstrar crescimento com investimentos importantes por parte de nossos clientes. Ou seja, não se pode deixar de dar atenção a nenhum mercado. Todos são importantes, apesar de nossos planos considerarem uma maior participação na região hispânica do que temos atualmente”, confessa. Considerando as exportações em percentuais, em 2015, as vendas externas representaram (41%) da produção e o Brasil representou (59%). Em 2016, as vendas externas cresceram para (47%) e o Brasil participou com (53%). “Como somos uma subsidiária de um grupo internacional com ações na Bolsa de Valores, não podemos fazer previsões de vendas, inclusive de exportações. O que po-
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demos dizer é que, diante das atuais circunstâncias, as vendas externas para a América Latina devem continuar representado a maior parte dos negócios da Volvo CE LA no continente”, diz Chueire. Para o presidente da Volvo CE LA, a situação econômica da América Latina é muito diversa, depen-
Afrânio Chueire
dendo de país para país. Os maiores mercados para os produtos da marca são: Argentina, Chile, Peru, México e Colômbia. De alguma forma todos os países, inclusive estes, enfrentam algum tipo de dificuldade em suas economias.
Plataforma global de exportação A fábrica localizada em Pederneiras (SP) é uma plataforma global de exportações e referência em qualidade no Grupo Volvo, produzindo máquinas com tecnologia mundial, exatamente iguais às fabricadas pelas unidades fabris da Europa. Dessa planta saem máquinas para o Brasil, todos os países da América Latina e também para alguns dos mercados mundiais mais exigentes, como os Estados Unidos, por exemplo. “Exportamos praticamente todos os modelos fabricados em Pederneiras: escavadeiras, carregadeiras, caminhões articulados e compactadores de solo”, conta Chueire. O bom desempenho da Volvo nos mercados em que atua é o resultado constante investimento que realiza em sua fábrica latino-americana, já considerada uma plataforma mundial de exportações. Estes investimentos são anuais. Recentemente, a fábrica investiu e inovou, com uma de suas linhas de produção operando de forma compartilhada, montando ao mesmo tempo carregadeiras e caminhões articulados. “É a única das 16 fábricas da Volvo CE no mundo a ter uma linha de produção para dois modelos simultaneamente”, assegura o presidente.
presa está presente praticamente em todos os países da América Latina, é possível dizer que existe a possibilidade de ganhar participação de mercados já existentes. Fazendo uma análise sobre o impacto que a desvalorização do real frente as moedas fortes como o dó lar e o euro poderá ter na estratégia de ampliar as exportações e também na geração de lucros, já que os equipamentos são produzidos em real e comercializados em dólar, Chueire comentou que a valorização do dólar tem um impacto positivo nas exportações. “Mas nossa estratégica continua a mesma: fortalecer as vendas no Brasil e procurando expandir nossas operações na região hispânica.” Todo o pós-venda dos produtos da marca é feito pelos dealers (rede de distribuição), inclusive nos países hispânicos com distribuidores locais. É uma rede experiente e de cobertura nacional em todos os países. A Volvo CE proporciona treinamento e atualizações constantes, garantindo um serviço de pós-venda eficaz aos seus clientes.
Importância dos dealers Segundo Chueire, como a em-
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A rede de distribuidores tem uma importância crucial para a Volvo CE. É por meio dela que a empresa atinge novos mercados, expandimos sua atuação no continente, mantendo a tradicional qualidade e agilidade do pós-venda Volvo e comercializando toda a ampla oferta de máquinas.
Questão financeira Os equipamentos Volvo são geralmente financiados por bancos locais nos diversos países ou até mesmo por nós, utilizando agências de garantia de crédito suecas ou privadas. Linhas do BNDES ao exterior também são eventualmente utilizadas. Sobre o anúncio do BNDES que vai adotar novos procedimentos para aprovar financiamentos às exportações de bens e serviços de engenharia e construção, o presidente da Volvo diz desconhecer o detalhamento de tais medidas, mas acredita que elas certamente virão para dar mais apoio para a pauta de exportação dos produtos Brasileiros.
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Investindo na mesma proporção nos mercados interno e externo O mercado externo sempre teve grande relevância para a Bomag Marini Latin América, exemplo disso são os investimentos constantes que a empresa faz em equipe, estrutura de suporte a vendas e pós-vendas local na mesma proporção que no mercado interno. Historicamente, o acompanhamento de ambos os mercados sempre foi importante para uma atuação equilibrada. Segundo, Walter Rauen, CEO da Bomag Marini Latin América os produtos da marca são exportados para todos os países da América Latina e para o mercado africano. “Nossa fábrica, com sede em Cachoeirinha (RS) é a principal unidade fabril do grupo Fayat na América do Sul”. Esta fábrica produz usinas de asfalto Marini, vibro acabadoras e rolos compactadores da marca Bomag. Todos estes produtos são voltados para o mercado externo, com destaque para as usinas de asfalto contínuas da série Magnum MAX que caracterizam o modelo com maior demanda na América Latina. Além disso a Bomag importa e revende outros produtos do grupo Fayat através da unidade do Brasil. De acordo com o CEO, como o foco para a exportação não é um movimento recente, os investimentos são constantes e voltados principalmente para o desenvolvimento da linha de produtos. “A Bomag Marini está por exemplo, apresentando ao mercado a nova série de usinas contínuas Magnum MAX, onde implementamos novas tecno-
logias e buscamos uma aderência muito grande com as demandas crescentes por inovação do mercado interno e externo. Acreditamos que esta nova série irá incrementar o volume de vendas nestes mercados”, explica.
Conquistando novos mercados As inovações constantes dão à empresa a possibilidade de manter e ampliar o raio de atuação nos países em que atua e conquistar novos clientes em outras regiões. “Estamos realizando um trabalho conjunto com as outras divisões do Grupo Fayat através do aproveitamento de sinergias de vendas e suporte ao produto, principalmente em países do continente africano, onde o Grupo Fayat tem uma presença muito forte e é líder em muitos países nesse continente”, conta. Rauen diz que o investimento em pós-vendas também é uma constante na empresa. “Além disso, acreditamos no crescimento das áreas de peças e serviços pois os clientes, tanto brasileiros como os do mercado externo, cada vez mais, irão optar pela qualidade das peças, buscando sempre o melhor custo x benefício com peças homologadas e com garantia de fábrica, que não tragam prejuízos a sua produção. Todos os nossos representantes têm equipes treinadas em nossos produtos e um estoque adequado de peças para atender toda a demanda desses mercados”, assegura.
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Importância dos dealers das marcas Para Rauen, os representantes locais possuem alta relevância na atuação em cada um dos mercados. Com o apoio da fábrica eles conseguem realizar uma cobertura de negócios e suporte ao cliente em tempo real. Comentando sobre o impacto que a desvalorização do real frente a moedas fortes como o dólar e o euro poderá ter nessa estratégia de ampliar as exportações e sobre a geração de lucros, já que os equipamentos são produzidos em real e comercializados em dólar, Rauen-
diz que a elevação da margem, em função da produção em real e a exportação em dólar pode parecer uma equação simples, mas não é. O mercado está demasiadamente competitivo, onde os concorrentes reduzem suas margem para ganhar market share e não rentabilidade. O desafio é justamente vender a um preço adequado, oferecendo linhas de crédito mediante agentes financeiros sem comprometer o fluxo de caixa.
Opções de linhas de crédito
Walter Rauen
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Atualmente, em função do cenário econômico em recessão, o governo federal tem ampliado e facilitado as opções de linhas de financiamento para mercado externo, mediante ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Para utilização destes produtos, é necessário um agente financeiro local. Existem outras linhas próprias de cada Instituição, as quais podem ser mais atrativos e/ou morosos, dependendo da Instituição. Recentemente o BNDES anunciou que vai adotar novos procedimentos para aprovar financiamentos às exportações de bens e serviços de engenharia e construção. Rauen entende que no momento, qualquer apoio neste sentido é válido, principalmente na redução da burocracia no acesso ao crédito, linhas mais amplas, com menor juros e prazos alongados, além da celeridade em todo o processo junto ao agente financeiro e o exportador. A Bomag possui diferentes linhas de crédito com bancos nacionais visando exportação.
Parceria
Gestão da ABRASFE prioriza novos focos
Ao assumir a diretoria da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso – Abrasfe com mandato de dois anos, os novos membros da entidade – que têm como presidente Renison Moreira – pautaram como principal meta agregar empresas sólidas, sérias e que trabalhem apoiadas sobre os pilares da ética, do desenvolvimento tecnológico e nas práticas sustentáveis, com foco na melhoria contínua do atendimento ao cliente. Porém, com a inevitável ampliação do mix de produtos de seus associados, que até então, em sua maioria, possuíam fôrmas, escoramentos e andaimes e que já há alguns anos, passaram a agre-
gar máquinas de acesso (elevadores de cremalheira, PTA’s) em seu mix de produtos, surgiu a necessidade da criação de um comitê específico de PTA’s.
Comitês de assuntos de interesse específico Com o ingresso de novos membros, mudanças nas legislações e normas técnicas, e outros fatores, a associação percebeu a necessidade de tratar determinados assuntos com maior foco e monitoramento contínuo. Com isso, foram criados os Comitês de interesse específico onde, cada associado tem o direito de nomear um representante seu para partici-
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Renison Moreira
par de ações que impactam diretamente em suas empresas e no mercado como um todo. Cada comitê possui um Coordenador que, junto a seus colaboradores exercem um trabalho voluntário, reunindo-se a cada dois meses, deliberando as mais variadas questões em prol da coletividade. Analisando o mercado e suas necessidades, foram criados os seguintes comitês: • Administrativo • Técnico • Treinamento e capacitação
Perfil A Abrasfe é uma associação sem fins lucrativos, criada inicialmente por oito das maiores empresas do setor de fôrmas e escoramentos no Brasil. Após algum tempo de amadurecimento das bases que fundamentam a existência da entidade, chegava o momento de franquear ingresso a outras companhias do mercado nacional, desde que estas compartilhassem da mesma visão dos fundadores da Abrasfe “a da união do mercado de locação de equipamentos em torno da ética, da inovação tecnológica, e de práticas de mercado sustentáveis”, explica Moreira. Obviamente, estas empresas também necessitaram comprovar capacidade técnica e processos internos, que garantissem a qualidade de seus produtos e de seu atendimento. Dentre os objetivos da associação, destacam-se: • Valorização do segmento, a importância e a responsabilidade que os equipamentos representam para a obra e o construtor, melhorias contínuas no atendimento, e parcerias mais sólidas, visan-
do sempre excelência em equipamentos e no atendimento ao cliente final. • Normatizações de procedimentos e critérios de cálculo, inclusive, com a elaboração de uma norma específica para esta atividade, a qual após alguns anos de trabalho, foi aprovada e entrou em vigor em 15/05/2009 – NBR 15696. • Ampliação de mercado de atuação, tendo como principal objetivo, aços fabricados dentro das normas, práticas corretas de descarte de sucatas, mas não só pelo apelo ecológico e de sustentabilidade, mas também pela busca de uma maior segurança e produtividade para o construtor brasileiro. • Disseminar o conhecimento através de treinamentos e palestras técnicas pelo Brasil à engenheiros, universitários e técnicos ligados à construção civil. • Capacitar a mão de obra de seus associados e das empresas consumidoras de seus produtos; • Incentivar o estudo e a pesquisa na área de engenharia e administração, visando a qualificação dos produtos do segmento; • Manter um constante desenvolvimento das normas técnicas.
Nova gestão A diretoria atual, que teve início em dezembro de 2015 com término previsto para dezembro de 2017 é composta pelo presidente, Renison Moreira; vice-presidente, Marcus Ramos; diretor Financeiro, Vanderlei Bertaglia; diretor Técnico, Osvaldo Gamboa; diretor Secretário, Adriano Greca; Gestor, Stylson Antunes e
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assistente Administrativa, Raisa Guerra.
Atividades recentes • Participação na feira Concrete Show, edição 2016; • Ciclo de palestras no Concrete Congress (Concrete Show 2016); • Curso de montadores de equipamentos de fôrmas, escoramento e acesso (parceria Abrasfe-Senai). • Palestra sobre fôrmas e escoramentos (Fatec Victor Civita / Tatuapé); • Acompanhamento da evolução nas alterações da Norma NR18; • Recomendações técnicas formatadas e padronizadas para dimensionamento, montagem e gestão de equipamentos; • Palestras para associados, com representantes de entidades, institutos e do mercado em geral; • Ampliação das ações de comunicação com o mercado / Criação de novo website; • Estruturação de novas parcerias com instituições acadêmicas, institutos, e mercado em geral; • Atualização de todo o acervo técnico. • Contratação de uma assessoria jurídica • Criação de um folder de apresentação da Associação
Ações em andamento: • Revisão da Norma NBR 15696 • Estudo e implantação de um código de conduta Abrasfe. • Desenvolvimento de um jornal periódico • Mudança da sede.
Máquinas e Equipamentos
Metso otimiza britagem com duas novas tecnologias
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Lançadas na Conexpo 2017, em Las Vegas, as soluções envolvem uma linha de equipamentos que pode reduzir em 10% os custos operacionais e uma plataforma que monitora – em tempo real – a operação e a manutenção de britadores móveis A capital dos jogos nos Estados Unidos não é uma aposta de risco para a multinacional finlandesa Metso, que lançou duas novas soluções em nível mundial, ambas focadas em britagem. A primeira é o novo equipamento MX, com tecnologia patenteada Multi-Action, mais exatamente uma linha de britadores fixos. Já o Metrics Service leva a mineração ao universo de Analytics e de computação em nuvem, reforçando a tendência de digitalização de indústrias tradicionais. Nesse último caso, os recursos podem ser traduzidos como o monitoramento em tempo real da operação de britagem móvel e de dados que influenciam diretamente na manutenção de equipamentos em campo. Vamos começar pelo MX, britador que combina pistão e o bojo giratório em um único equipamento. Além da maior rentabilidade, o novo britador favorece um tempo de atividade 10% mais alto comparado com os britadores de cone tradicionais, na avaliação da Metso. Quem ganha com isso são os produtores de agregados, que têm enfrentado uma pressão crescente quanto à eficiência e à gestão de custos. Esse foi o mote da fabricante, que reconsiderou, segundo nota oficial, os fundamentos da britagem e combinou sua larga experiência em diferentes tecnologias de britadores de cone com seu conhecimento de engenharia. Resultado? A união de dois métodos de britagem diferentes baseados no pistão e no bojo giratório. “Criamos o MX Cone com a tecnologia Multi-Action”, explica Jouni Mahonen, vice presidente de Vendas Globais e Suporte de Produto da Metso. O especialista lembra que o novo britador foi projetado para as condições mais exigentes de rochas e com foco especial nas funções de ajuste automático. Com isso, MX permite operações extremamente econômicas e seguras, além de oferecer uma “alta taxa de redução com um perfil de produto final e consistência excepcionais, em aplicações críticas de agregados”, na avaliação da empresa. A principal vantagem da tecnologia Multi-Action, patenteada pela Metso, é o fácil ajuste da abertura de operação e a compensação do desgaste do revestimento
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Máquinas e Equipamentos sem interromper o processo de britagem. Tudo isto pode agora ser combinado com uma vida de desgaste mais ampla e uma melhor proteção mecânica. O ótimo desenho da cavidade, direção de movimento e ação de britagem efetivamente distribuída também conduzem à uma britagem rocha contra rocha de alta tecnologia. Outros ganhos são os intervalos de manutenção mais amplos e a maior produção. O Metso MX também oferece melhor abertura para liberação de passagem com alta proteção contra objetos não britáveis e sobrecargas. O britador pode utilizar até 70% das novas peças de desgaste: um índice de utilização que bate todos os recordes. Graças ao desenho inteligente do britador, as características de qualidade de todas as frações de produto final permanecem consistentes ao longo de toda a vida útil das peças de desgaste. “Depois de 10.000 horas de testes rigorosos, estamos orgulhosos de afirmar que o Metso MX satisfaz nossos objetivos de aumento de rentabilidade, ao permitir britagens 24/7 com tempo de inatividade mínimo”, conclui Mahonen.
Mineração chega à computação em nuvem Outro lançamento da Metso na Conexpo 2017 representa o uso mais intenso de duas tecnologias muito comuns em indústrias avançadas, a computação
em nuvem e o Analytics. Resumidamente, o Metrics Service é uma plataforma que possibilita o controle operacional por meio de dados em tempo real, focada em operação e manutenção de britagem móvel. A solução faz parte da oferta de contrato de Serviços de longo prazo, da companhia. Como os equipamentos de britagem móvel deslocam-se por vários locais, o rastreamento desses ativos é um desafio, assim como manter e monitorar o desempenho máximo das frotas. Com o Metso Metric Services, que adota dispositivos de comunicação embarcados nos equipamentos, é possível ter um quadro dos dados importantes de operação e de manutenção. As informações envolvem desde taxas de utilização até níveis de produção em campo e consumo de combustíveis. O acesso aos dados é seguro e permite a tomada de
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decisão baseada em informações que impactam as operações de britagem. O Metso Metrics Services também ajuda a identificar ativos com baixo desempenho e oportunidades de treinamento das equipes de campo. A ferramenta pode ainda controlar os custos de inventário e de manutenção. Outra funcionalidade que os operadores de plantas móveis podem desfrutar é a integração do plano de manutenção dos equipamentos ao Metso Metrics Services. Com essa iniciativa, eles focam nas principais demandas dos equipamentos, antecipando inclusive as trocas de peças e revestimentos. “Fazer o melhor uso dos ativos depende de dados confiáveis, ou seja, informações corretas no tempo certo ajuda”, resume Giuseppe Campanelli, vice-presidente de Soluções de Serviços da Metso.