Editorial
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O Ministério das Cidades assinou convênio com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BIRD), no valor de US$ 6,7 milhões. O objetivo é acompanhar as políticas públicas de mobilidade e os resultados delas em cidades brasileiras. Esta é uma boa notícia para os prefeitos que acabam de assumir as gestões nos seus municípios e carecem de feedback sobre as políticas de transporte e mobilidade que herdaram. Hoje é impossível dissociar a mobilidade de questões como sustentabilidade e desenvolvimento urbano. E de forma recíproca, as políticas sustentáveis impactam ainda mais no custo dos projetos no setor de transporte, que já é alto. Então, é fundamental conhecer em detalhes todos os impactos sociais e econômicos ao se planejar e executar um plano de mobilidade para uma cidade. A mobilidade urbana ocupa um espaço importante na prateleira de qualquer gestor, ao lado da saúde, habitação, saneamento e educação. Porém, esse tema tem uma vinculação muito grande com o novo pacto federativo. Os gestores públicos devem procurar parcerias para implementar esses projetos, não somente por meio de investimentos privados e internacionais, como também nas esferas de governo estadual e federal. Somente dessa forma é possível viabilizar, em tempos de escassez de recursos públicos, projetos de mobilidade e transporte coletivo com mais qualidade, eficiência, segurança e conforto. Os resultados de um conjunto de indicadores produzidos no âmbito da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (SEMOB), do Ministério das Cidades, mostram que a população gasta cada vez mais tempo no deslocamento casa-trabalho e sofre com a baixa oferta de transporte estruturante nos grandes centros. Cabe, ainda, ao usuário do transporte coletivo, arcar com quase todo o custo do sistema, sem uma contrapartida, já que continua enfrentando um trânsito cada vez mais caótico. O cenário econômico e fiscal figuram como barreiras à efetivação das políticas de mobilidade. Soma-se a isso a complexa legislação para contratação de obras e a
Mobilidade: compartilhando responsabilidades precariedade de projetos e estudos de viabilidade. Mudar este quadro demanda a concepção e a implementação de uma política de médio prazo de capacitação dos entes federados. Exige, ainda, um esforço conjunto de adequação da legislação de contratações, dos processos de licenciamento ambiental e desapropriações. Para os novos prefeitos, impõe-se o desafio de traçar um diagnóstico do setor, considerando que cada cidade possui sua dinâmica urbana e que devem ser levados em conta os diferentes indicadores que permitam acompanhar fatores como tempo de deslocamento casa-trabalho e a qualidade dos serviços prestados. Nesse momento de graves dificuldades, os municípios têm o direito de cobrar do Ministério das Cidades ações capazes de instrumentalizar os gestores públicos no planejamento urbano e do transporte. É dever do Ministério fomentar os investimentos em infraestrutura de mobilidade urbana, oferecendo mecanismos voltados à concepção de projetos de maior qualidade e que atendam às necessidades locais. Se cada ente federativo cumprir seu papel, será possível construir soluções que, de fato, melhorem a mobilidade urbana e a qualidade de vida na população. Carlos Giovannetti, diretor editorial
Brasil Construção
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Índice Editorial
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Mobilidade: compartilhando responsabilidades
Fato concreto
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Máquinas Case ganham nova identidade visual
Tecnologia
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HP apresenta a HP PageWide XL para o mercado brasileiro de grandes formatos
Capa
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Mulher: o sexo frágil que ganha força no mercado de trabalho
Expansão
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Projeto Horizonte 2 Fibria custará R$7,5 bilhões
Máquinas e Equipamentos
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Caldeira de biomassa deve reduzir 30% a emissão de gás carbono
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Expediente: Editor: Alexandre Machado Jornalista: Katia Siqueira Comercial: Carlos Giovannetti, Sueli Giovannetti, Luís C. Santos Mídias Digitais: José Roberto Santos Projeto Gráfico e Editoração: Mônica Timoteo da Silva Endereço: Rua São Bento, 290 - 2ª sobreloja - Sala 4 Cep: 01010-000 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3241-1114 / 3101-8675 Contato: redacao@brasilconstrucao.com.br A Revista Brasil Construção é uma publicação mensal de distribuição nacional, com circulação controlada, dirigida a todos os segmentos da indústria de construção imobiliária e industrial, ao setor público e privado de infraestrutura, à cadeia da construção envolvida em obras de transporte, energia, saneamento, habitação social, telecomunicações etc. O público leitor é formado por profissionais que atuam nos setores de construção, infraestrutura, concessões públicas e privadas, construtoras, empresas de projeto, consultoria, montagem eletromecânica, serviços especializados de engenharia, fabricantes e distribuidores de equipamentos e materiais, empreendedores privados, incorporadores, fundos de pensão, instituições financeiras, órgãos contratantes das administrações federal, estadual e municipal.
Fato Concreto
Máquinas Case ganham nova identidade visual Em comemoração dos seus 175 anos, a máquinas da Case Construction Equipment ganharam uma nova identificação visual, que reflete os valores e seu segmento de atuação. O estilo faz parte da estratégia de reforçar a marca e consolidar sua posição em todos os mercados. O novo estilo foi desenvolvido em colaboração com o CNH Industrial’s Design Center. Os decalques em 2D usam a mesma fonte do logotipo, enquanto a cor branca reflexiva torna a marca e o número do modelo muito mais fáceis de ler à distância. O novo emblema metálico do símbolo da marca, a Power Abe, é exibido em todas as máquinas, simbolizando a herança e a visão para o futuro. Também foi dedicada atenção especial ao interior das cabines, renovados para criar um estilo específico para a Case e que é partilhado por todos os modelos, desde o design do assento às cores interiores, como o novo cinza escuro, que confere maior sensação de solidez e força. Maurício Moraes, gerente de Comunicação, explica que “o objetivo do projeto foi, no exterior dos equipamentos, criar uma linguagem de design que reflete solidez e precisão, dando um olhar específico à marca Case, com sua história e valores. No interior, foi dar mais conforto ao operador, ao mesmo tempo que em que as cores de acabamento foram modernizadas para dar uma sensação contemporânea”.
A nova identificação visual faz parte das comemorações pelo 175o aniversário da Racine Threshing Machine Works, aberta por Jerome Increase Case, em Wisconsin, EUA, dando início à marca Case. O que começou com J.I. Case, em 1842, foi uma história de engenhosidade, praticidade e empreendedorismo que continua até hoje e se ampliou por várias partes do mundo. Desde os anos iniciais com máquinas a vapor, a Case é pioneira em equipamentos e tecnologias que têm uma grande influência no setor da construção. As inovações criadas pela Case ao longo da sua história proporcionaram soluções práticas para os desafios cotidianos do canteiro de obras. A introdução do primeiro motor a vapor portátil, em 1869, que levou ao nascimento da construção de estradas, e o lançamento da primeira retroescavadeira - com pá-
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-carregadeira integrada de fábrica, em 1957 - são apenas duas das criações pioneiras que mudaram o mundo da construção. Foi um longo caminho percorrido pela Case: produziu a 500.000ª retroescavadeira em 2005; acumula quase 60 anos de excelência em pás-carregadeiras e praticamente cinco décadas da criação da minicarregadeira. Essa herança de inovação vem atrelada a uma paixão por servir ao cliente e a ajudá-lo a resolver seus desafios técnicos e comerciais. J.I. Case acreditava em fazer o que é certo e ir além pelo cliente. Essa crença permanece até hoje e conduz a abordagem 360º da Case para prestar suporte ao setor da construção com produtos e serviços, bem como com a capacidade de suas equipes de criarem relações duradouras com os clientes.
Governo de SP inicia prospecção de investidores para pacote de concessão de R$ 45 bi Embalado pelos resultados dos recentes leilões de transportes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), embarca para os Estados Unidos para “vender” um pacote de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). São mais de 20 projetos entre editais lançados, em preparação e estudos que somam um potencial de gerar R$ 45 bilhões em investimentos. “É uma estimativa conservadora”, diz a subsecretária de parcerias e inovação do governo, Karla Bertocco, uma das pessoas que vão acompanhar Alckmin no road show entre os dias 15 e 17. O critério para arrematar grande parte dos projetos de concessão será o ágio pago sobre a outorga, o que dificulta prever o resultado final. A maior parte da lista é de projetos de transportes e habitação. “O Brasil está se recuperando. O grande desafio do Brasil e do mundo é a questão do emprego e infraestrutura gera muito emprego”, disse Alckmin, que se reunirá com fundos de investimento em Nova York em eventos do Bank of America e Itaú. O gancho da viagem é explicar o “sucesso do novo modelo de concessão” das rodovias, diz Karla, e mostrar o que está por vir. Dos R$ 45 bilhões, 80% devem sair em até 12 meses. Os R$ 9 bilhões restantes ainda estão em estudo, mas preveem a concessão para expansão da hidrovia Tietê e de mais aeroportos. Para ela, com a queda dos juros no longo prazo obriga o investidor a buscar alternativas. “Como faz para congelar um retorno bom por 30 anos? É projeto de con-
cessão de infraestrutura”, diz. A primeira categoria do pacote reúne projetos que somam R$ 17,7 bilhões em licitação ou recém-licitados. Inclui os cinco aeroportos regionais e as rodovias do Centro-Oeste e dos Calçados, transferidos à iniciativa privada em março e abril com ágios superiores a 100% e R$ 12,5 bilhões entre investimento e outorga. Estão na rua os editais para concessão da operação e manutenção das linhas 5 (Lilás) e 17 (Ouro) do Metrô e a PPP para construção de 13.100 habitações para famílias com renda mensal de até dez salários mínimos. A entrega das propostas será em julho. No caso do Metrô, vence a licitação quem der o maior ágio sobre o lance mínimo de R$ 189,6 milhões. O investimento é de R$ 88,5 milhões e outros R$ 3 bilhões ao longo de 20 anos. O contrato de habitação é de 25 anos com investimento de R$ 2,1 bilhões. Outros R$ 18,3 bilhões compõem a categoria “próximos editais”. Até agosto o governo pretende lançar o da concessão da operação do trecho Norte do Rodoanel, com aproximadamente 48 km mais uma alça de acesso ao aeroporto de Guarulhos. Como está quase concluído, o investimento é “baixo”, R$ 380 milhões. O governo trabalha para lançar até julho a consulta pública do lote Rodovias do Litoral e publicar o edital neste ano. Com investimento previsto de R$ 2,4 bilhões, o ativo tem potencial para atrair o interesse de ao menos dois operadores: Ecorodovias e Arteris, ambos com concessões que
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têm sinergia com o lote. O modelo dos editais será o mesmo dos lotes recentemente licitados: foco em atrair investidores e grandes operadores. Um dos projetos com maior apelo para grupos com fôlego financeiro é o trem intercidades. Está prevista a concessão para a obra, fornecimento do material rodante e sistema de trem de média velocidade que vai operar junto com a Linha 7 da CPTM. O capex é estimado em R$ 5 bilhões. O governo autorizou recentemente os estudos para uma PPP de obras de adequação, modernização e operação das linhas 8 e 9 do Metrô, com valor a ser investido ao longo do contrato de R$ 2,7 bilhões. A meta é conceder a operação da Linha 15 do Metrô também até o começo de 2018. A estimativa é de R$ 200 milhões de investimentos.
Fato Concreto
Brasil avança em incentivos à micro e minigeração distribuída solar fotovoltaica A recente decisão do estado do Amapá, de aderir ao Convênio ICMS nº 16/2015, que autoriza os governos estaduais a isentarem o ICMS sobre a energia injetada na rede e compensada na geração distribuída, torna o Brasil ainda mais atrativo aos investimentos na micro e minigeração distribuída solar fotovoltaica no País. A adesão foi oficializada por meio da publicação do Convênio ICMS nº 39/2017. A afirmação é do presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltai-
ca (Absolar), Rodrigo Sauaia, que parabeniza o governador do Amapá pela medida. “A adesão ao Convênio ICMS nº 16/2015 demonstra o interesse e o compromisso do governo amapaense em acelerar o uso da energia solar fotovoltaica no estado. Trata-se de uma medida estratégica para incentivar investimentos na área, movimentar a economia, atrair empresas e gerar novos empregos de qualidade nos estados”, comenta Sauaia. Com a adesão do Amapá, já são signatários 23 unidades da federação, com 22 estados e o Distrito Fe-
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deral. Agora, a medida já beneficia cerca de 177,7 milhões de brasileiros, o que corresponde a mais de 87,4% da população do País. “Há uma tendência no Brasil de priorizar projetos sustentáveis na área de geração de energia, tema que foi, inclusive, alvo de um compromisso firmado pelas autoridades brasileiras no Acordo de Paris, em dezembro de 2015”, acrescenta. A Absolar ainda articula junto aos governos estaduais a adesão dos quatro estados que ainda estão de fora do convênio: Amazonas, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina. “Ao adotarem o Convênio ICMS nº 16/2015, os estados tornam-se mais competitivos na atração de investimentos, empresas e empregos de qualidade para a sua região. Por isso, a Absolar incentiva os estados restantes a não ficarem de fora desta tendência nacional e internacional em favor de um País mais renovável e sustentável”, esclarece Sauaia.
Resgatar as obras paralisadas Embalado pelos resultados dos recentes leilões de transportes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), embarca para os Estados Unidos para “vender” um pacote de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs). São mais de 20 projetos entre editais lançados, em preparação e estudos que somam um potencial de gerar R$ 45 bilhões em investimentos. O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, propôs a realização de uma ampla discussão sobre a situação das obras paradas no País. Ele defendeu a estratégia durante reunião, em 25 de abril, em Brasília, da Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento da Câmara dos Deputados. Na avaliação de Murilo, as obras paralisadas, estimadas em 5 mil, são investimentos que foram iniciados e cuja interrupção provoca prejuízos para a sociedade. “Acho fundamental que seja realizada uma discussão com bastante rigor para acompanharmos as obras paradas. Até porque enquanto engenheiros gostamos de resultados e gostaríamos de acompanhar esses projetos”, afirmou. A FNE é uma entidade que representa 500 mil engenheiros atuantes em todas as modalidades de Engenharia e que tem entre pontos principais de sua agenda a retomada do desenvolvimento econômico e o aprimoramento da infraestrutura nacional. Nesse sentido, avalia ser fundamental concluir os proje-
tos de infraestrutura em andamento, o que beneficiaria a população de vários municípios e abriria frentes de trabalho atenuando o elevado nível de desemprego. A partir da sugestão feita pelo dirigente da FNE, o presidente da Frente Parlamentar da Engenharia, Ronaldo Lessa (PDT/AL), encaminhará uma reunião conjunta com a Comissão de Obras Paradas para tratar do tema a ser realizada em maio. Segundo Lessa, a ideia é convidar órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e ministérios que possuam dados sobre a quantidade de obras paradas e a característica desses empreendimentos. “Vamos buscar, nessas reuniões, os resultados mais produtivos possíveis, ou seja, a retomada dessas obras”, disse o deputado. Informações preliminares de órgãos públicos indicam a existência de milhares de canteiros de obras de
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creches, postos de saúde, obras de saneamento e de fornecimento de água, e obras de infraestrutura de transporte. Duas outras questões essenciais aos engenheiros também entraram na pauta da reunião da Frente Parlamentar. A primeira foi o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 13/2013, que cria a carreira de Estado para engenheiros, arquitetos e agrônomos em todos os níveis de governo (federal, estadual e municipal). A matéria está parada no Senado aguardando votação de requerimento que possibilite sua aprovação em plenário. A outra é a proposta de alteração da Lei nº 5.194/1966, para instituir a composição federativa do plenário do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), assegurando a representação permanente de todos os estados e do Distrito Federal.
Fato Concreto
Infraestrutura demanda novas alternativas de financiamento A crise fiscal jogou os investimentos do governo brasileiro ao nível mais baixo em dez anos. As receitas têm sido consumidas pelas crescentes despesas com a Previdência e com pessoal. Apenas no primeiro trimestre a queda real dos investimentos chegou a 61%, somando R$ 5,76 bilhões. De acordo com a contabilidade do governo, é o menor volume gasto nessa rubrica desde 2007, quando o PAC foi lançado. O Ministério do Planejamento estima que apenas R$ 30 bilhões serão canalizados para investimentos neste ano, menos do que os R$ 50 bilhões de aumento estimado para a conta da Previdência. O investimento em infraestrutura também mostra trajetória em declínio em comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). Em 2014 chegou ao pico de 1,4%, impulsionado pelos gastos de um ano eleitoral. Em 2016, já estava em 1% do PIB e a previsão é que se limitará a 0,6% neste ano. O Brasil já investe menos em infraestrutura do que a África Subsaariana, que aplica 1,9% do PIB, e do que a média de 2,8% da América Latina e Caribe, de acordo com levantamento do Banco Mundial, apresentado em evento realizado com apoio do Valor. Em função da crise fiscal e do elevado déficit de serviços públicos que assolam não só o Brasil como vários vizinhos da América Latina, o Banco Mundial aconselha os governos a simplesmente “gastar corretamente e com as coisas certas”. Em outras palavras, recomenda que se canalize o dinheiro disponível para
as principais deficiências saneamento e transporte, e que se incentive o investimento privado. O desperdício na distribuição de água chega a um terço e não têm coleta e tratamento de esgoto aproximadamente 60% dos municípios. O Banco Mundial também vê a necessidade de incentivo às Parcerias Público - Privadas (PPPs) e aos instrumentos de financiamento do mercado de capitais. A estratégia do governo para enfrentar o problema alinha-se às indicações do Banco Mundial: nova legislação para as agências reguladoras e o apoio financeiro e técnico a municípios e Estados interessados em concessões ou PPPs. O projeto de lei 552, que está em discussão no Senado, prevê autonomia de recursos para as agências reguladoras, cria a figura do ouvidor para assegurar maior transparência ao órgão regulador, e estabelece que sua diretoria será escolhida por critérios totalmente técnicos, entre outras novidades. Estudo que a Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, de Cláudio Frischtak, acaba de concluir para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), sobre oportunidades para a privatização da infraestrutura, avalia que o fortalecimento das agências regulatórias, de modo a garantir sua autonomia decisória e inibir seu uso com fins políticos, contribuiu preponderantemente para reduzir o risco regulatório. Esse é um dos fatores que mais contribui para afastar o investimento privado uma vez que fragiliza a garantia e o respeito aos contratos
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e leva à proliferação de liminares por conta da demora das decisões. O governo trabalha para agilizar as concessões e PPPs em cidades menores, buscando simplificar a legislação, que hoje é igual, qualquer que seja o tamanho do projeto, e padronizar procedimentos. A intenção é usar bancos públicos com grande capilaridade para apoiar técnica e financeiramente municípios e Estados. Programa de R$ 4 bilhões, divididos em partes iguais entre a Caixa e o Banco do Brasil, será destinado a projetos de iluminação pública, resíduos sólidos, saneamento e mobilidade urbana. Certamente o ideal é atrair o capital privado para financiar os projetos, inclusive com instrumentos do mercado de capitais. Mobilizar
Fundo mantido com a China terá US$ 20 bi para investir no Brasil
esses recursos é um desafio, especialmente depois que o BNDES reduziu sua atuação em função da crise fiscal. O BNDES, que chegou a financiar um volume três vezes superior ao do Banco Mundial em épocas de despreocupação fiscal, reduziu a fatia no financiamento de infraestrutura de 73% em 2014 para 62% em 2016, ainda um percentual elevado, segundo estudo da Inter.B. Alguns indicadores dão bons sinais. Levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) mostra que chegou a 17% a participação de instrumentos do mercado de capitais entre as fontes de financiamento de projetos de longo prazo em 2016, bem acima dos 3,8% de 2015.
Anunciado há dois anos, durante visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, o fundo binacional para financiar empreendimentos no Brasil começa a funcionar em 1.º de junho, disse ao Estado o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache. Mas, em vez dos US$ 50 bilhões prometidos à época, o valor inicial será de US$ 20 bilhões, a serem aportados na proporção de um dólar do Brasil para cada três da China. O Fundo China será lançado no dia 30, durante o Brasil Investment Forum, evento que contará com a presença do presidente Michel Temer e CEOs de grandes grupos internacionais. Na ocasião, será anunciada uma lista de 30 projetos candidatos a serem financiados pelo mecanismo. A Ferrogrão, ferrovia ligando Sinop (MT), um centro produtor de grãos, até o porto de Miritituba (PA) é um exemplo. A infraestrutura é um ponto central do fundo, mas ele também financiará projetos em agronegócio, tecnologia e manufatura. Os chineses têm pressionado
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para incluir na lista a Ferrovia Bioceânica, projeto orçado em US$ 80 bilhões, prioritário para eles. A ideia de uma ferrovia ligando o Atlântico ao Pacífico foi anunciada também na visita do presidente chinês. Porém, o Brasil é contra, segundo fontes da área técnica. Além do custo elevado, há dúvidas quanto à viabilidade do projeto. O fundo terá três conselheiros de cada lado, que selecionarão projetos de interesse comum e recomendarão aos bancos participantes que os financiem. “A China tem 15 fundos de investimento, mas esse é o único em que as decisões são paritárias”, disse o secretário. Não haverá aporte de recursos públicos. Do lado brasileiro, o dinheiro sairá preferencialmente da Caixa, que poderá utilizar o fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), e do BNDES. O Banco do Brasil já demonstrou interesse em participar, segundo o secretário. Do lado chinês, quem vai operar é o Claifund, o fundo para financiamento na América Latina. Os recursos virão 85% das reservas internacionais e 15% do Banco de Desenvolvimento da China.
Tecnologia
HP apresenta a HP PageWide XL para o mercado brasileiro de grandes formatos
As novas impressoras redefinem a produtividade, os custos e a qualidade de impressão As impressoras e Multifuncionais HP PageWide XL fazem o trabalho de duas impressoras e um Scanner em um único dispositivo, proporcionando impressões monocromáticas e coloridas, com velocidades inigualáveis em comparação com as suas concorrentes
de tecnologia LED. As novas impressoras permitirão que as copiadoras, gráficas rápidas. Fornecedores de serviços de impressão, departamentos centrais de cópias das empresas e os bureaus de impressão de designs computacionais (CAD) tenham a
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possibilidade de gerar novas oportunidades de negócios com aplicações convencionais em CAD, mas também mapas de sistemas de informação geográfica (GIS), aplicações de ponto de venda e cartazes. “O mercado brasileiro apresenta um dos maiores índices de ado-
ção de cor em impressos técnicos de grandes formatos do mundo e ainda não contava com uma tecnologia capaz de suprir essa necessidade de maneira produtiva e com redução significativa de custos”, afirma Luis Otávio Palácios, Gerente Nacional de Negócios para PageWide XL no Brasil. De acordo com Palácios, esse cenário começa a mudar com a chegada das impressoras PageWide XL ao país. “O novo portfólio da HP estimula o desenvolvimento do setor de impressão voltado para grandes formatos, oferecendo a maior produtividade do mercado com qualidade superior em comparação a tudo que já é oferecido hoje no mercado de impressão técnica de alta produção”, conclui Palácios. As impressoras HP PageWide XL são os primeiros produtos de impressão de Grandes Formatos apresentados com a Tecnologia exclusiva HP PageWide que atualmente alimenta impressoras Industriais HP Inkjet Web Press, as impressoras empresariais HP Page Wide e também é utilizada nas impressoras HP 3D Multi Jet Fusion™. Os novos produtos, agora disponíveis no Brasil, oferecem baixo custo de operação impulsionado pela vida longa das cabeças de impressão e alta eficiência do sistema de tintas pigmentadas. No país, o portfólio de impressoras HP PageWide XL inclui: • A Impressora HP PageWide XL 5000 e também a sua versão multifuncional (MFP) que oferecem às empresas de reprografia de pequeno a médio porte e clientes empresariais com necessidade de produção de documentos técnicos
de médio volume em até 14 impressões de tamanho D/A1 por minuto, bem como dois cartuchos e tinta de 400 mililitros por cor com troca automática e até quatro rolos de mídia para agilizar o trabalho. • A impressora multifuncional PageWide XL 4500 que permite que equipes técnicas de arquitetos e engenheiros, e copiadoras imprimiram até 12 impressões D/A1 por minuto. • A impressora multifuncional HP PageWide XL 4000 que permite que equipes de trabalho técnico e copiadoras produzam 8 impressões de tamanho D/A1 por minuto, ajudando as equipes a aumentar a produtividade no local de trabalho.
Racionalizar o fluxo de trabalho de impressão em grandes formatos aumenta a produtividade O mercado de Impressão de Grandes Formatos em alta produção tem sido tradicionalmente liderado por impressoras monocromáticas e de tecnologia LED, exigindo que os clientes também operem impressoras a jato de tintas de grandes formatos pra entregar trabalhos em cores. As novas impressoras consolidam o fluxo de trabalho para fornecer impressões colorias e monocromáticas (P&B) em metade do tempo necessário para agrupar manualmente documentos produzidos em várias impressoras. Além disso, um portfólio completo de soluções de digitalização e acabamento, incluindo os scanners HP Designjet HD e SD Pro e os novos acessórios HP PageWide XL, como a dobradeira em linha de alta capacidade, o empilhador superior e empilhador
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Luis Otávio Palácios
de alta capacidade, permitem que os clientes tenham eficiência de ponta a ponta em torno de impessoras HP PageWide XL e liberem o operador. O software HP SmartSream para impressoras HP PageWide XL reduz o tempo de prepração e processamento de trabalhos em 50%. Também reduz as reimpressões com o gerenciamento de PDF alimentado pelo Adobe® PDF Print Engine 3 oferece uma pré-visualização de cores com tecnologia de visualização interativa HP Crystal para transformar a eficiência do operador em lucro operacional.
Novos suprimentos de grande formato As tintas pigmentadas HP PageWide XL aumentam a qualidade de impressão com linhas nítidas, detalhes finos e escalas suaves de cinza que são supeiores às impressões LED. Além disso, também fornecem pretos escuros, cores vivídas e resistência à umidade e ao desbotamento mesmo em papel comum são revestido em altas velocidades.
Disponibilidade As impressoras Multifuncionais HP PageWide XL 4000, 4500 e 5000 estarão disponíveis no Brasil a partir de 23 de maio de 2017.
Capa
Mulher: o sexo frágil que ganha força no mercado de trabalho
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Consideradas por muitos como o sexo frágil, as mulheres e profissionais de hoje, já mostraram e provaram que de frágeis não têm nada, pelo contrário, elas conseguem executar várias tarefas, e têm assumido aos poucos e com muita competência, postos importantes em todos os segmentos em que atuam. Claro que o caminho não foi fácil, pois tiveram que derrubar muitas barreiras para serem respeitadas e valorizadas como profissionais nos canteiros de obras, manutenção de equipamentos, movimentação de grandes máquinas (retro, tratores, etc.), nas chefias de entidades do setor entre outros.
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Capa Segundo Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC), a entrada de uma profissional feminina contribuiu para uma mudança no canteiro de obras, uma vez que suas características e qualidades – organização, atenção, multitarefas – influenciam o ambiente e as pessoas que estão ao se redor. Em todos os segmentos da economia, as mulheres precisaram enfrentar e superar obstáculos para serem reconhecidas como profissionais competentes. Talvez na Engenharia, por ser um ambiente que por muito tempo era composto pelo gênero masculino em sua quase totalidade e também por grandes obras, muitas vezes, acontecerem em um ambiente severo, este fato tenha sido mais evidente. O respeito se conquista trabalhando e não valorizando a questão de que se busca igualdade, mas potencializando as diferenças de perfil que são complementares e juntas podem chegar a excelentes resultados. De acordo com o Sindicato da Construção (SindusCon-SP), vários fatores contribuem para o aumento da presença feminina em construções e reformas: a falta de mão de obra masculina qualificada, o aumento da demanda na área, a oportunidade de melhorar a renda e a qualidade de execução do trabalho. “Uma tarefa tem que estar conforme os procedimentos e as especificações se um funcionário homem ou mulher entregam dentro dos requisitos exigidos ambos têm qualidade. Não posso afirmar que um seja melhor do que o outro”, reforça Íria.
Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC
Mostrando a que vieram Atualmente, as mulheres atuam em todos os ramos da construção civil, seja em cargos de diretoria, gerência, coordenação, operação e execução. “Eu diria que cresce paulatinamente a participação nas atividades operacionais ou de campo, mas afirmar percentuais somente com uma base sólida de dados que não possuo neste momento”, explica a presidente da Abcic. Dizem que o perfil detalhista, atenta, etc. tem sido a chave do sucesso e da ascensão feminina no mercado de trabalho. Íria não teria como afirmar, mas talvez, como parte das vezes, as mulheres têm dupla jornada com a necessidade de conciliar os temas domésticos e filhos, procuram estar mais focadas e isto talvez possa ser um diferencial.
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Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2006, mais de cinco milhões de pessoas estavam empregadas na construção civil, sendo que 172 mil vagas eram ocupadas por mulheres. Já de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entre os anos 2002 e 2012 a participação feminina na área da construção civil aumentou 65%. Levantamento feito pela Serasa Experian, mostra que o Brasil possui mais de cinco milhões de mulheres empreendedoras, número que corresponde a 8% da população feminina do País. Com idade média de 44 anos, mais de 55,06% delas estão concentradas na região Sudeste e 19% no Sul. Beatriz Hellmeister Santos, vice-presidente da Fundsolo Serviços Geotécnicos e Funda-
ções Ltda. conta que atualmente as construtoras voltadas à construção de prédios residenciais estão contratando quase que 100% mulheres para elaboração de seus projetos, e não só arquitetas, mas engenheiras que reúnem a técnica da engenharia, aliando a funcionalidade do projeto com o detalhismo da mulher para o acabamento da edificação. Segundo ela, embora a história da primeira engenheira no Brasil, a Enga Edwiges Maria Becker tenha data de 1917, a realidade é que só após muitos anos a inserção da mulher na engenharia se mostra mais efetiva. Na década de 80 a mulher representava 10% dos bancos nas Universidades de Engenharia, atualmente elas ocupam quase que 40% destas vagas, sendo que mais de 60% das estudantes que prestam vestibular são para as vagas de engenharia civil. “Também na área acadêmica houve um crescimento significativo. Hoje a mulher concilia sua profissão com suas atividades pessoais, como ser esposa, mãe”, diz.
Para Íria, as mulheres sempre ocuparam um espaço importante na sociedade desde os tempos Bíblicos, além das tarefas domésticas e da maternidade que são muito importantes, “nobres eu diria, pois sem estas atividades não existiriam homens e mulheres. No livro de Juízes, por exemplo, vemos Débora uma importante Juíza que liderou a nação e estamos falando de Velho Testamento! Relatos e estudos sobre aquela época dizem que, além de esposa e mãe, era uma mulher de fé e grande discernimento e teve grande relevância na história de Israel”, conta. A presidente da Abcic considera que discernimento é a palavra chave na questão das mulheres ocuparem seu espaço na sociedade, independente de qual profissão elas estejam desempenhando ou pretendam desempenhar. No seu entender é necessário discernir o tempo, o modo e o propósito. Quando temos uma motivação correta, encontraremos sempre o nosso espaço por mais difícil que seja o desafio proposto. Haverá sempre demanda para quem esteja preparado e disposto a fazer a diferença independente do gênero.
Pioneiras na carreira de engenheira
Beatriz Hellmeister Santos, vicepresidente da Fundsolo
Íria se diz fascinada pela história de Emily Roebling, responsável por uma das obras relevantes dos Estados Unidos, a ponte que liga Manhattan ao Brooklyn. Quando seu marido engenheiro responsável pela ponte adoeceu em 1872 ela o sucedeu, tornando-se engenheira chefe, assumiu o processo e a obra foi concluída sob sua liderança. Ela discerniu o
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tempo, estava pronta e assumiu de forma brilhante este trabalho. Segundo ela, as brasileiras pioneiras na profissão começaram a conquistar seu espaço no início do século 20. Em 1917, Edwiges Maria Becker Hom’meil entra para a história como a primeira engenheira do Brasil, formada pela Escola Polythecnica do antigo Distrito Federal, hoje a Escola Politécnica da UFRJ. Outra mulher que merece destaque é Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do País e do Paraná, formada em 1945 pela UFPR, em Curitiba. Ela se destacou no governo de Moisés Lupion atuando no plano hidrelétrico do estado tendo importante atuação na Usina Capivari-Cachoeira. Ou da engenheira Maria Aparecida Noronha que após se formar em 1951, no Mackenzie, segue para estudar em Berkeley-Califórnia depois atua em importantes obras como a primeira pista da Imigrantes e a ponte Rio-Niterói. Ensina na universidade e se torna mais tarde sócia de L.A. Falcão Bauer.
De barba e bigode Evelyna Bloem Souto, primeira aluna de engenharia civil da USP São Carlos teve que desenhar barba e bigode no rosto e precisou se “vestir de homem” para assegurar sua entrada na obra de um túnel que visitava com a turma em Paris, na França, onde foi estudar com uma bolsa. Situações como essa, de machismo explícito, talvez aconteçam cada vez menos na profissão. Mas o preconceito velado ainda habita os canteiros de obras e escritórios de engenharia. Em mais um ato de coragem
Capa feminino, foram criados grupos de trabalho que visam a igualdade de oportunidades para mulheres nos conselhos de engenharia pelo Brasil e o sistema Confea/Crea aderiu ao selo pró-equidade de gênero e raça. O que existia em comum entre estas mulheres? Não estavam preocupadas nos desafios que encontrariam pela frente, certamente não eram pautadas por movimentos feministas, mas por um propósito, foram reconhecidas e respeitadas, ocuparam posição de destaque em nossa sociedade. Íria se formou 1988 pela PUC-PR e apesar de hoje ter uma posição de liderança setorial, ou seja, atuar no âmbito institucional, trabalhou por muitos anos em obras, usina de concreto, fábrica e sempre esteve preocupada em servir, em fazer o melhor. Ela conta que encontrou dificuldades, mas enquanto estava ocupada para realizar o que lhe era proposto não teve
tempo para valorizá-las. Aprender e poder agregar valor com o seu conhecimento foi sempre sua principal meta. “As estatísticas são importantes, pois são referências para estudos relevantes, mas nunca me pautei por elas ou por movimentos sociais. Temos um perfil diferente e complementar ao dos homens, creio que não precisamos batalhar por igualdade, mas explorar nossas diferenças e seguir conquistando o nosso espaço”, reforça.
Quebrando tabu No exterior, as engenheiras, principalmente as que atuam no campo da tecnologia, ocupam posições de destaque. Isso demonstra que todo o esforço para tornar a engenharia um ambiente cada vez mais feminino está valendo a pena. Muitas rompem barreiras ao fundar e gerenciar suas próprias empresas, como a engenheira Limor Fried, da Adafruit.
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Na engenharia civil, Patricia Galloway orgulha-se de fundar uma empresa 100% de propriedade de uma mulher e por se tornar a primeira mulher presidente da Sociedade Americana de Engenheiros Civis, em 152 anos de história. No Brasil há iniciativas como o Projeto Mão na Massa, idealizado pela engenheira civil Deise Gravina, que oferece cursos de capacitação gratuitos para mulheres interessadas em trabalhar na área da construção civil. E a Tecnisa foi uma das primeiras empresas a contratar engenheiras para trabalho de campo pós-obra, quebrando um tabu da construção civil.
Sociedade ainda é machista A engenheira civil, Adélia Maria Damasceno Simões que trabalha como Supervisora Técnica das Unidades de Recife (PE) e Salvador (BA) da SH Formas Andai-
mes e Escoramentos Ltda. acha que ainda hoje para conseguir se inserir no mercado de trabalho, a mulher precisa se esforçar mais do que o homem para mostrar suas qualidades, além de continuar desempenhando o papel de mãe e dona de casa. Mas, mesmo com sua jornada dupla e tantas responsabilidades, as mulheres vêm conquistando mais espaço e contribuindo para termos uma sociedade mais equilibrada. “Atualmente, conseguiram conquistar cargos de liderança em grandes empresas e já representam quantia significativa no mercado de trabalho, o que é fruto de muita dedicação e empenho”, desabafa. No seu entender, isso prova que a mulher é muito resistente, dentre outras qualidades que possui. São mais atentas, detalhistas e mais sensíveis. Essas características permitem que sejam mais resilientes. Conseguem se adaptar com maior facilidade às mudan-
ças. Como são mais detalhistas e organizadas, elas se destacam. “Por exemplo, na área de acabamento e pintura possuem melhor resultado, além de desperdiçar menos insumos. São mais cuidadosas com o correto uso de EPI’s e ferramentas”, reforça. Para Adélia, apesar de todas as qualidades, as mulheres ainda sofrem com as desigualdades. Muitas vezes, mesmo ocupando os mesmos cargos e exercendo as mesmas tarefas, a mulher ganha menos que o homem. “Infelizmente, esse fato mostra que a sociedade ainda é machista”, diz. Para provar que são capazes, as mulheres vão além mostrando que podem desempenhar papéis que, culturalmente, eram reservados para o público masculino. Um trabalho quando executado por uma profissional feminina tem diferença em algumas situações. Adélia cita a área de acabamento e pintura, onde a mulher consegue atingir melhores resultados, gastando menos. Em contrapartida, em tarefas que demandem o uso da força física, na maioria dos casos, o homem se destaca. Por serem mais detalhistas, a mulher se destaca nas áreas de projeto, não só de arquitetura como em setores mais específicos, como soluções para formas e escoramentos para construção civil. Como líder na área de projetos, já passaram pela equipe da Adélia profissionais femininas e masculinos e, as mulheres se destacam por serem mais cuidadosas. “Um projeto elaborado por uma mulher é mais rico de detalhes, além da preocupação e cuidado na hora do dimensionamento, na
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Adélia Maria Damasceno Simões, Supervisora Técnica da SH
hora do cálculo. Por serem mais confiantes, os homens acreditam que não precisam dimensionar tudo. Claro que existem casos que a experiência nos leva a essa atitude, mas em outros isso pode ser muito perigoso. As mulheres tendem a apresentar postura diferente. Checam cada detalhe, apresentam memórias de cálculo mais organizadas e isso, muitas vezes, no mesmo espaço de tempo que os homens”, assegura. Para a coordenadora de RH da SH, Marcela Pinho Leite, as mulheres incorporaram a esse mercado um diferencial, são mais detalhistas e põe atenção especial ao desenvolvimento das tarefas. No início, elas tiveram que derrubar algumas barreiras e preconceitos, mas hoje seu bom trabalho e desempenho vem sendo reconhecido na empresa, por outros profissionais e também pelos clientes. “Aos poucos, temos demonstrado e conquistado a confiança nesse mercado”, diz.
Capa
Coordenadora de RH da SH, Marcela Pinho Leite
A SH já alguns anos vem investindo na mão de obra feminina, não só por acreditar em algumas características marcantes do universo feminino, mas também por ter colhido bons frutos dessa mão de obra no seu quadro funcional. O retorno que a empresa teve das suas lideranças quanto a contratação das mulheres foi sempre muito positivo - grande capacidade de concentração nas atividades, habilidade no atendimento e execução de várias tarefas ao mesmo tempo! Além disso, os lideres verificaram que em alguns setores sua habilidade e cuidado fizeram toda diferença na atividade. Elas ocupam posições na manutenção de equipamento, comercial e cargos de liderança (técnica, administrativa, operacional). Hoje a SH emprega um grande número de mulheres na área comercial, onde frequentam canteiros de obras e têm contato direto com os clientes.
Segundo a presidente da Fundsolo, a entrada da mulher no mercado de trabalho trouxe bem-estar pessoal e psicológico, pontos que foram fundamentais para o alcance desta conquista. Com isto o trabalho feminino alcançou ainda uma importante força econômica, trazendo melhores condições de vida a família e ao crescimento do país, atualmente a mulher representa 41% da força de trabalho. Beatriz admite que para atingir o estágio atual, a trajetória foi bem difícil, com muitos desafios a serem enfrentados, muitos preconceitos, a pouca valorização pela sociedade, salários visivelmente inferiores, mas aos poucos as mulheres estão conquistando seus espaços. A mulher demonstra comprometimento com o desenvolvimento de sua carreira e busca constantemente por mais capacitação, “além disso ela é mais detalhista e caprichosa, organizada e disciplinada nas tarefas”, garante. Para a executiva é um erro pensar que é preciso de força física para se exercer tarefas, como engenheiras, arquitetas, mestre de obras, etc.? “As mulheres fazem um pouco de tudo, elaboram projetos, fazem a compatibilização destes, elaboram orçamento, planejamento e acompanham a obra, organizam as tarefas no campo. Temos que admitir, que nas atividades diretamente operacionais, como pedreira, armadora, carpinteira, a presença da mulher ainda é pequena”, conta. O maior percentual de mão de obra feminina, ainda está dentro dos escritórios elaborando projetos, orçamentos e planejamento,
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mas existe uma parcela que vai a campo e traz ótimos resultados. Atualmente as construtoras voltadas à construção de prédios residenciais estão contratando quase que 100% mulheres para elaboração de seus projetos, e não só arquitetas, mas engenheiras que reúnem a técnica da engenharia, aliando a funcionalidade do projeto com e o detalhismo da mulher para o acabamento da edificação. Beatriz cita a obra do Porto Rio Maravilha no estado do Rio de Janeiro, em 2013 / 2014, onde foram implantados “Jumbos” – Robôs compostos por braços automatizados que exerciam a função de executar perfurações nas paredes internas aos túneis para instalação de explosivos para detona-las e consequentemente avançar o túnel. A operação dos “Jumbos” era inicialmente feita por homens, que tinham como incumbência acionar os botões de disparo de manuseio da máquina, com o tempo percebeu-se que a produção não estava adequada para os resultados esperados, e foi detectado que os operadores ao invés de acionar os botões adequadamente, por quererem agilizar os trabalhos acionavam botões e alavancas desnecessários, o que prejudicava a máquina que tem um custo elevado para sua manutenção, bem como, os resultados da produção dos trabalhos. Optou-se então pela contratação de mulheres, que apesar de não terem experiência inicialmente nesta tarefa, executavam a mesma com rigor conforme as instruções, obtendo assim o resultado esperado.
Capa Mulheres se sobressaem em trabalhos meticulosos Com formação técnica em Química, Karina Stefânia Motta Xavier iniciou as atividades na Liebherr Brasil GMO Ltda. em 2008, como estagiária. Com o contato diário com as atividades de pintura ela foi tomando gosto e desenvolvendo suas competências. Não demorou muito para ser promovida para o cargo de pintora. “O serviço não é fácil, os equipamentos que precisam ser pintados são de grande porte e pesados. Mas com o tempo, desenvolvemos mais as habilidades e vamos pegando o jeito de trabalhar”, afirma. A pintora atua em todo o processo de pintura, desde o tratamento metálico das máquinas até o acabamento e revisão da pintura. Karina conta que apesar de trabalhar em uma área dominada por homens, não sofre dificuldades por ser mulher. Destaca que algumas das atividades que desenvolve demandam um trabalho meticuloso e por terem um perfil detalhista, as mulheres se sobressaem nas atividades que exigem atenção redobrada. No caso da funcionária Ericka Cristina Almeida dos Santos iniciou suas atividades na Liebherr há sete anos, quando participou do curso de solda promovido pela empresa. Na turma de 10 alunos, somente três mulheres participaram e ela foi uma delas. A atividade de soldagem é predominantemente masculina, no entanto, Ericka conta que nunca sofreu preconceitos por ser mulher na área. “O serviço é pesado, passamos muitas horas do dia sol-
Karina Xavier executa trabalhos de pintura na Liebherr
Também na mesma empresa Ericka atua como soldadora
dando, mas acho maravilhoso trabalhar na soldagem, é uma ótima profissão”. Quando questionada sobre os desafios de ser mulher nessa área, Ericka destaca que o desafio não está relacionado a ser mulher ou não, e sim à própria atividade. “No começo, assim como em qualquer profissão, tudo é novo, portanto, tem um tempo até conseguirmos desenvolver tudo com mais facilidade”, complementa.
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Mais cuidado ao manobrar equipamentos de precisão Segundo Suzanne Darie, gerente de marketing da Volvo CE Latin America como em outras indústrias, a participação das mulheres torna-se um fator competitivo nas empresas. A diversidade traz uma série de vantagens e as mulheres estão cada vez mais
dedicando-se a construção de uma carreira profissional plena. Hoje, elas ocupam boa parte das cadeiras nos cursos tidos como tradicionalmente masculinos, como Engenharia Mecânica. “Este é o resultado de alguns anos de evolução da nossa sociedade, durante os quais foi permitido às mulheres o desenvolvimento de suas habilidades, sem nenhuma restrição de gênero”, diz a executiva. Para Suzanne, este processo de maior participação das mulheres em profissões até agora majoritariamente ocupadas por homens, ainda está em evolução. Porém, trata-se de um movimento sem volta! Claro, que ela enfrenta inúmeros preconceitos iniciais. Porém, após uma recusa inicial, logo vem o reconhecimento de que com os avanços tecnológicos, algumas atividades, como a operação de máquinas, acabam podendo ser realizadas por qualquer pessoa ha-
bilitada, independente do gênero. Há inclusive um reconhecimento de que a mulher, muitas vezes, tem um cuidado e uma habilidade em operar equipamentos de precisão maior do que a dos homens. Segundo ela, independente do gênero, qualquer trabalho precisa ser executado com profissionalismo, através do treinamento adequado. Pela dificuldade em entrar neste segmento, algumas mulheres se dedicam ainda mais em suas funções e tem grande orgulho de suas conquistas. “Na Volvo, temos inúmeras engenheiras trabalhando em total igualdade junto aos seus colegas do sexo masculino. A diversidade está intrinsecamente relacionada a cultura da empresa. Portanto, não é mais visto com surpresa, mulheres ocupando cargos de liderança ou em funções, vistas como sendo tradicionalmente “masculinas”. O que importa é a capacitação do pro-
fissional. Vemos, cada vez mais, a mesma situação acontecendo em nossos clientes, com mulheres operando máquinas de grande porte, como escavadeiras ou pás-carregadeiras, caminhões rodoviários etc.” A executiva conta que alguns clientes da marca preferem ter mulheres operando seus equipamentos, em operações que exigem grande precisão e alto rendimento. “Comenta-se também que as mulheres têm um maior cuidado com o equipamento”, reforça Nos eventos com clientes da Volvo, quando a empresa tem a oportunidade de demonstrar os equipamentos, sempre procura ter uma mulher como operadora. “Ao término da demonstração, ainda há uma certa surpresa por parte do público masculino, ao ver uma mulher descendo de uma escavadeira de grande porte”, finaliza Suzanne.
Suzanne Darie, gerente de marketing da Volvo
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Capa De acordo com a presidente da ONG “Mulher em Construção”, Bia Kern nesta década, as mulheres tiveram mais uma importante participação na história. Elas revolucionaram o setor da construção civil, da moradia e dos planos urbanos das cidades. “Só na ONG tivemos mais de quatro mil mulheres participando de cursos e oficinas voltados à área”, conta. A ONG foi criada a partir de um projeto piloto implementado em 2006, no município de Canoas (RS) por meio de parcerias entre profissionais e empresas ligadas à área da construção civil para ensinar as mulheres técnicas de pintura predial e texturas. Mais de 300 interessadas se inscreveram para ocupar 25 vagas disponíveis. O sucesso da iniciativa levou à formação da instituição Mulher em Construção que, de lá para cá, já atendeu quase 4000 gaúchas diretamente com cursos e oficinas gratuitas de capacitação para diversas áreas da construção civil e 15.840 de forma indireta.
Bia Kern presidente da ONG “Mulheres em Construção”
Mulher em Construção funda-se na premissa de que a conquista da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres passa por ações afirmativas que promovam a equidade, possibilitando às mulheres acesso a conhecimentos e a espaços aos quais a sociedade costuma negar-lhes, especialmente nos casos de mulheres em situação de vulnerabilidade econômica
e social. A inovação é oportunizar à mulher - com pouca ou sem formação escolar, sem restringir idade ou aparência física - uma capacitação e sua inclusão no mercado de trabalho da construção civil, gerando uma transformação social através do seu fortalecimento e da sua família”, diz Bia. Na visão da presidente da ONG, atualmente os canteiros de obras estão mais humanizados. “Os homens perceberam que é mais produtivo limpar as ferramentas, deixar o ambiente mais organizado e agradável, como fazem as mulheres ao término de suas tarefas é bem melhor”, comenta. Segundo ela, os empreiteiros, que contratam mulheres percebem, imediatamente, as qualidades inerentes ao gênero feminino como determinação, comprometimento, agilidade, praticidade, perfeccionismo, capricho, dedicação e flexibilidade. Assim, a mulher é observada porque mantém as ferramentas sempre em condições de uso, o ambiente organizado e limpo e economiza no material.
Mulheres colocam a mão na massa neste projeto igualitário e inovador
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Mulheres ferroviárias A Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô-SP conta com um quadro de 9.254 empregados, dos quais 1.837 são mulheres, que correspondem a 19,85% do total. A atuação das mulheres está presente em todos os setores da Companhia. A área de Operação, com 912 funcionárias é a que mais emprega mão de obra feminina; seguida da Administração, com 512 funcionárias; Expansão (planejamento e obras), com 220 e Manutenção com 123. A Companhia conta com 98 engenheiras que trabalham em diversas áreas da empresa. A área da Expansão, de planejamento e obras conta com 69 engenheiras; seguida da Administração, com 17; Manutenção, 10 e Operação, duas profissionais. A operadora de trem Renata Primerano Kazekevicius, bacharel em química ambiental pela USP, por exemplo, iniciou como manobrista de trem em março de 2009 e quatro meses depois foi promovida a operadora de trens. Quanto a engenheira civil Au-
drey Gregori Melchert de Almeida, formada pela Unicamp iniciou no Metrô em maio de 2004, após ser aprovada em concurso público, como engenheira júnior, na coordenadoria de estruturas. Atualmente é coordenadora de projeto básico de estruturas civis do Metrô.
Cresce a presença feminina na diretoria da AEAMESP A presença feminina na diretoria da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô – AEAMESP sempre foi representativa ao longo da história da entidade, mas nunca igual a gestão de 2017/2019, que conta com a participação de nove mulheres que exercerão várias funções. Entre elas a de vice-presidente de Assuntos Associativos; 1ª e 2ª Diretoras Secretárias e membros do Conselho Deliberativo. Diretoria Executiva Bárbara Ramos Coutinho Vicalvi - Vice-presidente de Assuntos Associativos é graduada em Arquitetura e Urbanismo, fez cursos de especialização na área de transpor-
Operadora de trem Renata Primerano Kazekevicius
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tes, construção civil e é técnica em edificações. No Metrô-SP, Barbara ocupou vários cargos nas Gerências do Empreendimento da Linha 2-Verde, Gerência de Manutenção e Gerência de Concepção Civil e atualmente trabalha na Gerência do Empreendimento da Linha 5-Lilás. Maria Toshiko Yamawaki - 2ª Diretora Secretária da AEAMESP é graduada em Engenharia Mecânica modalidade Produção e especializada em Política e Estratégia na ADESG / FIA USP e Aspectos Psicobiológicos da Saúde do Trabalhador em Turno na Unifesp. No Metrô atua como representante da Direção no Sistema de Gestão da Qualidade da Gerência de Recursos e Infraestrutura e participa da Comissão de Sistemas de Gestão Normalizada. Thais S. Ambrosio G. Herani - 1ª Diretora Secretária da AEAMESP na gestão 2017/2019, iniciou carreira na área de construção há 21 anos, na empresa Eiko Engenharia como Técnica em Edificações. É pós-graduada com especialização em construções civis – Excelência Construtiva e Anomalias pelo Mackenzie, graduada em Engenharia Civil pela Anhembi Morumbi, Tecnóloga em Edifícios pela Fatec –SP e técnica em Edificações pela Escola Técnica Liceu de Artes e Ofícios de SP. Thais trabalha há 15 anos no Metrô-SP na Gerência de Manutenção da companhia, atuando em diversas Regionais de Manutenção Civil, distribuídas pelas Linhas 1, 2, 3 e 5 do Metrô, liderando equipes e distribuindo atividades para a Conservação e Adequação Civil das
estações, pátios e prédios administrativos. Hoje, faz parte do Apoio Técnico da Coordenação Civil do Departamento de Vias da Gerência de Manutenção e atua como Técnica de Manutenção Especializada na área de Manutenção de Estruturas Civis. Conselho Deliberativo Ana Paula Rodrigues dos Santos Segarro – Engenheira civil graduada pela Universidade Estadual de Campinas-Unicamp em 2005, Ana Paula é mestre em Tecnologia Ambiental pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT desde 2012, certificada em gerenciamento de projetos (Project Management Professional-PMP) pelo Project Management Institute - PMI (2013). Atua desde 2008 no Metrô/SP e responde pelo processo de licenciamento ambiental na fase de obras e de operação. Juliana Tiemi Tamanaha - Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo desde 2012. Juliana trabalha como arquiteta no Metrô há 2 anos. Haydée Svab - Engenheira civil, com dupla formação em Arquitetura pela USP, mestre em Engenharia de Transportes (USP) e especialista em Democracia Participativa pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Haydée Svab, atualmente é engenheira do Metrô-SP atuando na Coordenadoria de Pesquisa e Avaliação de Transportes – CPA e Departamento de Estudos Urbanos e Planejamento de Transportes – PIT. Iria Aparecida Hissnauer Assef – Membro do Conselho Deliberativo da AEAMESP, é formada em engenharia civil pela Unesp de Bauru-
Engenheira civil Audrey Gregori Melchert de Almeida
-SP em 1981. Em 1986 ingressou no Metrô-SP atuando na Gerência de Montagem. Atualmente ela trabalha como Supervisora de Implantação e Desenvolvimento de Manutenção, no pátio Jabaquara. Mara Silvana Siqueira - Engenheira civil, formada pela Universidade José do Rosário Vellano-Unifenas em 1983 é especializada em Engenharia do Controle da Poluição Ambiental; Aspectos Psicobiológicos na Saúde do Trabalhador; possui MBA em Gestão Estratégica em Meio Ambiente; Mediação e Arbitragem; Patologias e Anomalias em Edificações. Mara iniciou carreira como engenheira em 1984 na Falcão Bauer e, em 1988 foi contratada pela Cia do Metrô de São Paulo como Analista de Compras e Contratos. “Em 1998 foi transferida para a Gerência de Construção Civil, no cargo de engenheira de construção civil, alocada em diversas áreas. Desde 2011, Mara ocupa o cargo de engenheira de Manutenção da Coordenadoria
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de Projetos de Adequações Elétrica, Telefonia e Civil. Neila Custódio – Arquiteta Paisagista graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Braz Cubas (1994), pós-graduada em Magistério do Ensino Superior - lato-senso pela UNIP (1998), participou na pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP em disciplinas na área de Paisagem e Ambiente (2000 a 2003 e 2013). Desde 1996, Neila desenvolve e acompanha projetos paisagísticos das áreas de propriedade do Metrô e projetos urbanos de porte regional. Em 2015 inicia coordenação de projetos paisagísticos de requalificação urbana com enfoque ambiental voltados para mobilidade ativa dentro do departamento de Projetos Básicos de Arquitetura GPR da Cia. Do Metrô. É membro integrante do grupo da Comissão Técnica de Mobilidade a Pé da Associação Nacional de Transportes Públicos- ANTP desde 2016.
Expansão
Projeto Horizonte 2 Fibria custará R$7,5 bilhões Em andamento desde de maio de 2015, o Projeto Horizonte 2 tornará a fábrica da Fibria Celulose Sul Matrogrossense em Três Lagoas (MS), em um dos maiores sites de produção de celulose do mundo. A nova linha de produção terá capacidade de 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. Somada à capacidade atual, a unidade chegará a uma produção total de 3,25 milhões de toneladas/ ano. Considerando todas as fábricas da companhia (localizadas em Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS), além de Eunápolis (BA), onde mantém a Veracel em joint-operation com a Stora Enso), a capacidade instalada passará dos atuais 5,3 milhões de toneladas de celulose/ano para mais de 7 milhões de toneladas de celulose/ ano. O Projeto Horizonte 2 está alinhado à estratégia de crescimento com disciplina da Fibria, que con-
sidera uma janela de oportunidade para a entrada de nova capacidade de produção de celulose no mercado em 2018. Um projeto das dimensões e complexidade de Horizonte 2 demanda da empresa atenção redobrada em gestão de riscos e compliance. Por isso, ao estruturar a governança do projeto, a Fibria optou pelo modelo já consolidado na empresa, no qual as decisões são tomadas por um colegiado. Formou-se um comitê chamado Steering Committee - SC, responsável por avaliar, deliberar e suportar decisões estratégicas e críticas do projeto, alinhado às diretrizes e políticas de governança e às alçadas previamente determinadas e aprovadas pelo Conselho de Administração da Fibria. O comitê é composto por membros da diretoria da Fibria e um consultor externo, que acompanham os relatórios de progresso físico e financeiro do empreendimento e
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se reúnem periodicamente com o diretor do projeto para alinhamento e discussão de demandas que necessitem de deliberação.
Gestão de riscos A empresa criou a área de Gestão de Riscos, Auditoria, Controles e Compliance, que responde administrativamente ao diretor
de Horizonte 2 e, de forma independente, ao Comitê de Auditoria Estatutário (CAE), órgão de assessoramento ao Conselho de Administração da Fibria. A equipe é responsável por: análises de background check dos potenciais fornecedores; contratos com fornecedores contemplando cláusulas referen-
tes ao Código de Conduta, Política Anticorrupção e Direitos Humanos; auditorias internas conforme cronograma aprovado pelo CAE; encontros trimestrais para atualização da matriz de risco e dos planos de ação para os riscos prioritários do projeto; workshops permanentes do
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comportamento esperado em linha com o Programa de Compliance para todos os integrantes do empreendimento. A empresa instaurou, ainda, uma comissão máster, formada pelos representantes da Fibria e das companhias com autonomia de decisão para mapear, prevenir, eliminar ou mitigar riscos identi-
Expansão ficados, sempre de acordo com as regras internas e externas da companhia. O projeto Horizonte 2 contará com sofisticadas soluções tecnológicas, que vão garantir redução no consumo de químicos e maximizar a geração de energia elétrica. A Fibria está incrementando a produção sem aumentar impacto, o que garantiu a empresa a licença ambiental para operar.
Diferenciais do projeto Energia é um subproduto de alto valor agregado. A geração de energia elétrica é tão importante no retorno do projeto quanto a venda de celulose. Além de produzir e consumir a própria energia, a empresa vai contribuir para o balanço energético brasileiro ao entregar continuamente o excedente de 120 MWh. Todo recurso hídrico da segunda linha de produção de celulose será proveniente do Rio Paraná, que possui vazão duas vezes maior à captação estimada para a unidade de Três Lagoas (Horizonte 1 e 2). A previsão é que o projeto Horizonte 2 capte 30 m³/ tsa, já autorizados pela ANA Agência Nacional de água. Hoje, 35% dos resíduos da linha 1 são dispostos em aterros industriais. Do site completo (linha 1 e 2) serão 15%, pois a unidade terá capacidade de destinar um volume maior de resíduos para a queima nas caldeiras de força. Os rejeitos fios do processo de cozimento dos cavacos não serão mais destinados a aterros. Passarão por novo processo de cozimento, com ganhos de eficiência
Lançamento pedra fundamental do Terminal
na depuração. Por despejar menos carga orgânica no rio, o filtro possibilitará ter um efluente com menor toxidade. Chaminés mais altas serão utilizadas na nova unidade. Essa solução ajuda a reduzir a emissão do gás Nox, que contribui para a degradação da camada de ozônio e está presente no processo produtivo da celulose. Amenizar o odor gerado também será possível a partir de equipamentos mais modernos e controles mais eficazes. A contar de 2016, o portfólio com projetos sofisticados de biorrefinaria terá avanços com a expansão de Três Lagoas. A empresa vai realizar estudos a fim de aumentar a produção de lignina para aplicação em soluções de maior valor agregado. Ainda em biorrefinaria, a nova unidade abre oportunidades de pesquisa em gasificação de biomassa residual (casca, serragem) que permitiria suprir com biocombustível praticamente toda a demanda atendida hoje em Três Lagoas por combustível fóssil.
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Investimento Considerado um dos maiores investimentos privados no Brasil com foco em exportação, o Projeto Horizonte 2 está avaliado em R$ 7,5 bilhões e será realizado com recursos próprios e financiamentos de diversas fontes como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, agências de créditos de exportação (ECAs), Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste, bancos comerciais e mercado de capitais. “Inicialmente o custo estimado do projeto era R$ 8,745 bilhões (US$ 2,396 bilhões) depois o valor foi ajustado para R$ 7,492 bilhões (US$ 2,254 bilhões), representando uma economia de R$ 1,253 bilhão (US$ 142 milhões). Esta redução foi alcançada em função principalmente de ganhos de produtividade, do bom andamento da obra e de condições favoráveis obtidas nas negociações junto aos fornecedores, dentre outros fatores”, explica Jean Willians de Moraes, gerente de projetos e engenharia da Fibria.
Atualmente, trabalham na obra cerca de 8,5 mil pessoas. Destes, cerca de 47% foram contratados em Três Lagoas, agregando um importante incremento social e econômico à cidade. Do início da obra em 2015, até a entrada da operação no quarto trimestre em 2017, a construção da segunda linha de produção da Fibria terá gerado cerca de 40 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, considerando toda cadeia de fornecedores, dos fabricantes de grandes equipamentos ao pequeno comércio local. Quando entrar em operação, a unidade gerará três mil empregos. Ao longo das obras, a Fibria irá promover 500 mil horas de treinamento na área florestal e outras 390 mil horas de treinamento na área industrial, incluindo a preparação da equipe própria e de terceiros. As obras também terão impacto positivo nas finanças públicas, com estimativa de arrecadação de impostos de cerca de R$ 450 milhões durante a construçã. Além disso, a empresa vem investindo no desenvolvimento da base florestal na região com o objetivo de abastecer a nova linha de produção. O suprimento de madeira necessário para a operação da nova fábrica virá de florestas cultivadas no Mato Grosso do Sul e o aumento da demanda de eucalipto já está devidamente planejado. Serão necessários 174 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamento e parcerias, além da compra de madeira futura de terceiros. Atualmente a empresa já conta com excedente de 105 mil hectares plantados ou sob contratos de plantio.
O gerenciamento geral do empreendimento é realizado pela equipe Fibria com apoio em especialidades e áreas específicas por parceiros, tais como: - Áreas do BOP (Balance of Plant): Poyry Engenharia; - Implantação e Planejamento: Time Now Engenharia; - Central de Serviços: Meta; - Segurança e Meio ambiente: Mafer;
Dimensões das novas instalações As novas instalações ocuparam uma área aproximada de 1.000.000 m2, onde são destacadas 165.000m2 para a implantação das ilhas de água, 270.000m2 para implantação das ilhas de processo, 200.000m2 para o pátio de estocagem de toras, 240.000m2 para implantação dos Aterros (sanitário e indústria), 108.000m2 para as Edificações definitivas e 18.000m2 para as Edificações temporárias, sem contar com uma área de 480.000m2 que fora utilizada para Laydown, Pipe Shop e Canteiro Administrativo de Provedores. Todas estas instalações foram dispostas numa área preparada para receber o empreendimento de 5.000.000m².
Contrapartidas sócio-ambientais Segundo o gerente da Fibria, além do repasse de R$ 34 milhões de compensação ambiental para o governo do estado de Mato Grosso do Sul, a Fibria investiu mais de R$ 8 milhões no Programa Básico Ambiental, considerando os municípios de Três Lagoas, Selvíria e Brasilândia. As ações foram
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discutidas em conjunto com o Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Três Lagoas (Codesus). Foram priorizados os impactos socioeconômicos elencados com base no EIA/RIMA.
Ações Em Três lagoas o investimento é de R$ 6,2 milhões. As ações foram definidas junto ao Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Três Lagoas (Codesus). Foram contempladas: • Secretaria Municipal de Trânsito (van, motos, semáforo, F4000) • Secretaria Municipal de Saúde (equipamento médico + reforma/ construção de dois prédios) • Secretaria Municipal de Educação e Cultura (reforma/construção de quatro escolas municipais) • Corpo de Bombeiros (veículos + equipamentos) • Unidade Regional de Perícias (veículo) • Polícia Militar (veículos + equipamentos) • Polícia Civil (veículo) • Polícia Militar Ambiental (veículo + equipamentos) • APAE (ônibus para transporte de alunos) • Centro Juvenil Jesus Adolescente – Salesiano (Melhoria das instalações) Em Selvíria o investimento é de R$ 700 mil • Reforma da escola municipal Nelson Duarte da Rocha Em Brasilândia o investimento é de R$ 1.200.000,00 • Construção da nova ala hospitalar e reforma no prédio atual
Expansão
Jean Willians de Moraes, gerente de projetos e engenharia da Fibria
Moraes conta que a estratégia de investimento social da Fibria é baseada em um processo estruturado de relacionamento e engajamento com as comunidades vizinhas às fábricas e plantios de eucaliptos com o objetivo de desenvolvimento local e geração de renda, além de contribuir para a diminuição dos impactos das operações. Na unidade de Três Lagoas (MS), onde acontecem as obras do Projeto Horizonte 2, a Fibria investe em 20 projetos em parceria com as comunidades locais, com investimento total aproximado de R$ 7 milhões, e beneficiando cerca de 2.500 famílias diretamente. Com o Projeto Horizonte 2, estes processos de diálogos serão fortalecidos e ampliados, contemplando mais famílias, com um investimento de R$ 11,7 milhões (crédito BNDES). Como exemplo, dois grandes projetos já estão em andamen-
to em Três Lagoas: o Programa Agente do Bem e o Programa Três Lagoas Sustentável. Com o Programa Agente do Bem, a Fibria em parceria com a Chidlhood Brasil, assumiu o compromisso de auxiliar o município a enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. O Agente do Bem - Três Lagoas está estruturado por um comitê gestor composto por empresas privadas e instituições públicas que irão propor ações e monitorar suas execuções e efetividades. O Programa Três Lagoas Sustentável, iniciado em abril de 2016, se insere no contexto de uma estratégia do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID para apoiar as cidades médias da América Latina e Caribe a desenvolver estratégias integrada para o futuro e hoje está presente em mais de 70 cidades da região. Em Três Lagoas, o projeto também se pauta nas metodologias do Programa de Apoio à Gestão Pública (PAGP), do Instituto Votorantim, e também na metodologia de mobilização popular do Instituto Arapyaú e de monitoramento cidadão do BID e da Caixa. O CES trabalha em três dimensões da sustentabilidade urbana: (i) ambiental e mudança climática; (ii) desenvolvimento urbano; e (iii) fiscal e governança. Para isso, faz uso de uma metodologia que incorpora a análise de indicadores, estudos aprofundados sobre o território, parcerias com o poder público e participação cidadã. A Fibria se juntou às instituições para patrocinar o programa em Três Lagoas, onde atualmente constrói a sua segunda linha de produção
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de celulose. Em Três Lagoas, o Projeto atuou em três grandes frentes: a primeira consistiu na revisão do Plano Diretor Participativo Municipal (PDR), baseada na metodologia do Instituto Votorantim, conhecida como AGP – Apoio à Gestão Pública), e que foi aprovado dia 06/12 pela Câmara, virando Lei Municipal. A segunda frente consiste no Plano de Ação Três Lagoas Sustentável, cujo lançamento ocorre neste dia 16. A terceira foi o desenvolvimento do Diagnóstico de Competitividade e Desenvolvimento Econômico Local, fruto do Estudo de Base Adicional de Competitividade, que também será lançado no próximo dia 16. O projeto em Três Lagoas é o primeiro no Brasil que reúne as metodologias do BID, do Instituto Votorantim e BNDES, e do Instituto Arapyaú. Três Lagoas é o sexto município do Brasil e o primeiro não capital de estado a ser beneficiado com o CES, sendo a primeira parceria da metodologia com o setor privado. Além disso, a cidade também será a primeira do Brasil a receber um estudo adicional de competitividade, o que confere um caráter inovador ao Projeto Três Lagoas Sustentável.
Características da obra A obra está sendo realizada em terreno predominantemente arenoso, onde foi trabalhada uma camada superficial argilo-arenosa compactada durante a terraplanagem com espessura de aproximadamente 2 metros. O nível do lençol freático encontra-se a maior
parte do tempo a 8 metros da superfície e o impenetrável variando entre 14 e 22 metros de profundidade. As soluções encontradas para a cravação de estacas e execução das fundações dos prédios, considerando esta configuração de solo foram a utilização de estacas do tipo Hélice Contínua com vários diâmetros nas construções com maior carregamento (grande maioria), estacas do tipo Raiz onde o local era de mais difícil acesso e sapatas nas fundações com pouco carregamento. “A escolha dos tipos de fundação levou em consideração sua rapidez de execução para atender o cronograma da obra”, explica Moraes. Segundo ele, foram utilizadas estruturas de concreto pré-moldados e estruturas metálicas devido à velocidade de execução necessária para atender ao cronograma. “Somente em pré-moldados foram consumidos cerca de 14.100m³ de concreto. ”, conta Moraes. Foram instaladas três usinas de concreto no canteiro de obras com capacidade total aproximada de 2.400m3/dia.
Tipos de concreto e de aço Moraes conta que foi estudado por uma consultoria vários traços de concreto para o empreendimento. Os concretos variaram de 10 Mpa a 40 Mpa, sem e com adição de Sílica Ativa ou Metacaulim para combater os efeitos deletérios da reatividade dos agregados da região. O aço para as estruturas de concreto
foi o CA-25, CA-50 e o CA-60. Foram utilizadas estruturas metálicas de diversos tipos. Desde as estruturas pesadas com perfis ASTM – A36 a estruturas espaciais de cobertura com treliças feitas com perfis de chapa dobrada e pequenos suportes. Os principais desafios enfrentados no decorrer das obras “continuam sendo referentes à gestão das condições de trabalho e clima para garantir o ritmo de trabalho, tratando adequadamente fatores como: - Segurança em primeiro lugar; - Alimentação adequada com refeitório climatizado e cozinha industrial de qualidade; - Área de descanso e centro social amplos adequados com televisores, lanchonete, internet grátis, caixa eletrônico; - Transporte coletivo com ar condicionado e atendendo aos requisitos mínimos e conforme e segurança; - Residenciais atendendo aos padrões mínimos de conforme e segurança. Apesar de distante dos grandes portos e centros do país a infraestrutura de estradas para chegada até três lagoas é excelente permitindo, com ligeiras exceções, chegar com partes, peças equipamentos e materiais de qualquer parte do país e dos principais meios de entrada de importados (Viracopos, Porto de Santos, Porto de Paranagua,etc) são grandes dificuldades das normalmente conhecidas e exigidas (batedor, liberação da PF, etc) No caso da estação de tra-
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tamento de esgotos (ETE) tem capacidade de 7.900m3/h com tratamento biológico aplicando tecnologia MBBR da Veolia.
Geração de energia De acordo com o gerente, 100% da energia elétrica da planta industrial será por geração interna utilizado resíduos e subprodutos gerados durante a produção de celulose. Serão aproximadamente 290MWh e exportação de aproximadamente 130MWh desse montante. - Recuperação dos resíduos gerados no processo de produção de celulose por meio da queima desses resíduos em caldeira de recuperação química de capacidade de queima de 8250tss/d (toneladas de sólidos secos/dia) e produção de aproximadamente 1000t/h de vapor que disponibilizará esse vapor para turbo geradores que converterão essa energia térmica em energia elétrica - Queima dos resíduos de madeira (biomassa) em caldeira de leito fluidizado de capacidade de 150t/h que disponibilizará esse vapor para turbo geradores que converterão essa energia térmica em energia elétrica. Moraes conta que o empreendimento demanda um grande volume de instalações de equipamentos e redes de utilidades. São mais de 20mil toneladas de tubulações, 25Mil toneladas de equipamentos, 2,3Km de pipe racks suspensos (84 módulos de 40ton cada), 2.000.000 de metros de cabos, 250mil toneladas de estruturas metálicas, 225 mil m3 de concreto e 2.000.000 m3 de movimentação de terra.
Expansão Principais fornecedores O empreendimento conta com mais de 500 fornecedores sendo os principais pacotes EPC (Engineering, Procurement and Construction): • Andritz: Plantas produção de celulose e recuperação • Veolia: Plantas de tratamento de água industrial, de caldeira e efluentes • ABB: Equipamentos e sistemas elétricos • Siemens: Turbo geradores • Akzo Nobel: Plantas químicas • White Martins: Planta de oxigênio • Montagem eletromecânica: Palmont, Irmãos Passaurá, Enesa, Imetame, Niplan
Ficha Técnica - Projeto Horizonte 2 Proprietário da Obra: Fibria Celulose Sul Matrogrossense Localização: Três Lagoas - MS Atividade Final: Produção de Celulose branqueada de mercado Período de Implantação: De: Maio/2015 a Outubro/2017 Fase atual de execução: 85%
Dados quantitativos: Investimento: R$ 7,5 bilhões 1) Área construída: 108.000m² 2) Área total: 500.000m² 3) Volume de concreto: 225.000 m³ 4) Quantidade de aço de construção: 170.000 Toneladas
Diferenciais Técnicos / Novas tecnologias empregadas: Um grande diferencial técnico utilizado foi a construção de tanques de concreto circulares com placas pré-moldadas pós-tensionadas nas paredes. Também cabe ressaltar a utilização de formas perdidas em fundações, sistema construtivo com painéis termoacústicos para as edificações temporárias e o uso de novos equipamentos tais como compactadores operados com controle remoto e arrasadores hidráulicos para estacas.
Principais fornecedores do Projeto: • Projeto arquitetônico: Poyry, Ottimiza, AEC Domus, Devemada Engenharia e Fortes Engenharia • Principais fornecedores do Projeto Estrutural: Poyry, Ottimiza, AEC Domus, Devemada Engenharia, Enge-W e Fortes Engenharia • Projetos de Estruturas Metálicas: Poyry, Brafer, Ottimiza e Fortes Engenharia • Projetos de Fundações: Poyry, Ottimiza, AEC Domus, Fortes Engenharia e a Consultoria da Zaclis Falconi. • Projetos de Elétrico / Hidráulico: Poyry, Ottimiza, Devemada Engenharia ,AEC Domus e Fortes Engenharia
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• Projetos de HVAC: Frioar e Artfrio • Projetos de Iluminação: Poyry, Ottimiza, AEC Domus e Fortes Engenharia
Principais fornecedores de Construção Civil: • Empreiteira Principal: Construcap, Fortes Engenharia, HTB, Afonso França, Cesbe, Tucumann e Lavitta • Sub-Empreiteiras: Soterpav, Hidroplan, T.A., RP Metal, Metais Souza e Delsa. • Controle de Qualidade da Construção: Brascontec, ABCP, Cetec e Fugro. • Estruturas Metálicas: Metasa, Sulmeta e Brafer Principais fornecedores de equipamentos e materiais: • Cobertura: Isoeste e Perfilor • Concreto estrutural: Constroluz, MCC e Concrelongo • Aço Estrutural: Votorantim Siderurgia • Formas e escoramentos: As próprias construtoras • Pré moldados para Estrutura e Fechamento: BM Pré-moldados, Protendit e Panorama • Forros: Armstrong • Divisórias: Neocon (para sanitários)
Terminal escoará 1,95 milhão de ton/ano de celulose A Fibria, empresa brasileira de base florestal e líder mundial na produção de celulose de eucalipto, está construindo um terminal intermodal no município de Aparecida do Taboado (MS), que atenderá o escoamento da produção de celulose da sua nova fábrica em Três Lagoas (MS) para o terminal de Macuco, no Porto de Santos (SP), de onde será exportada para clientes na Ásia, Europa e Estados Unidos, totalizando mais de 40 países. O terminal intermodal – que integra vários meios de transporte, como o rodoviário e o ferroviário – está localizado na BR 158 e terá capacidade para escoar 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. O término das obras está previsto para julho de 2017. “A Fibria vem fazendo sua lição de casa ao investir em práticas que aliam o crescimento com o desenvolvimento regional sustentável. Essa obra é um exemplo disso. O modal ferroviário representa maior atratividade econômica e menor impacto ambiental. É bom para a Fibria, para Aparecida do Taboado e para o Estado do Mato Grosso do Sul”, diz Marcelo Castelli, presidente da Fibria. O investimento da Fibria no terminal intermodal está dentro do volume global de investimentos do Projeto Horizonte 2, que soma R$ 7,5 bilhões. O terminal seguirá o padrão estrutural de terminais integradores de outras regiões do Brasil, que funcionam como polos concentradores de carga, aumentando a agilidade com a utilização de ferrovias do tipo bitola larga (estrutura de trilhos que permite que os vagões e locomotivas trafeguem com uma velocidade superior). “A Fibria busca o constante aprimoramento em seus processos para garantir excelência operacional. Estamos dando mais um passo para reforçar o diferencial competitivo da nossa logística integrada. A estrutura do novo terminal foi pensada para aumentar a agilidade no escoamento da produção, conferindo redução de custos e eficiência no processo”, afirma Wellington Giacomin, diretor executivo de logística e suprimentos da Fibria. Alinhado à estratégia de desenvolvimento social da Fibria, a construção do terminal irá gerar 220 postos de trabalho, entre diretos e indiretos, durante o período de obras. Ao entrar em operação, o Terminal em Aparecida fortalecerá o corredor logístico do Centro-Oeste. O empreendimento seguirá o padrão estrutural de terminais integradores de outras regiões do Brasil, que funcionam como polos concentradores de carga, aumentando a agilidade com a utilização de ferrovias do tipo bitola larga (estrutura de trilhos que permite que os vagões e locomotivas trafeguem com uma velocidade superior). Brasil Construção
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Máquinas e Equipamentos
Caldeira de biomassa deve reduzir 30% a emissão de gás carbono
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A unidade Três Marias (MG) da Votorantim Metais acaba de concluir a fase de testes da caldeira de biomassa que deverá entrar em operação ainda no primeiro semestre de 2017. Esse equipamento substituirá as atuais Caldeiras Allborgs, que são alimentadas por óleo BPF, derivado do petróleo e irá evitar o consumo de 18 mil toneladas desse combustível por ano. Com essa mudança, a Unidade pretende diminuir, em primeira análise, a emissão de 54 mil toneladas de gás carbônico por ano – o que representa aproximadamente 30% de toda a emissão da planta.
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Máquinas e Equipamentos A unidade Três Marias da Votorantim Metais investiu em uma inovação que irá beneficiar o meio ambiente e a economia local. A empresa iniciou em maio de 2016 a instalação de uma caldeira de biomassa, responsável por alimentar a planta com vapor de água, que irá diminuir a emissão de gases de efeito estufa da planta, utilizando como combustível o cavaco de eucalipto e/ou bagaço de cana produzido na região. Essa nova estrutura substitui as atuais Caldeiras Allborgs, que são alimentadas por óleo BPF, derivado do petróleo, e irá evitar o consumo de 18 mil toneladas desse combustível por ano. Com essa mudança, a unidade pretende diminuir, em primeira análise, a emissão de 54 mil toneladas de gás carbônico por ano – o que representa aproximadamente 30% de toda a emissão da planta. Outro diferencial da caldeira de biomassa é seu combustível, que pode ser cavaco de eucalipto ou bagaço de cana. A região de Três Marias se destaca por ser uma grande produtora de eucalipto plantado e será a principal fornecedora do material para a Unidade. Assim, a cadeia produtiva local será beneficiada e os agricultores poderão, inclusive, aumentar sua produção para atender a demanda da empresa. Além de favorecer a economia do município, o custo da produção de vapor com cavaco de eucalipto é mais barato que o do óleo BPF, contribuindo para aumentar a competitividade da companhia. A novidade também
permitirá à unidade maior flexibilidade da sua matriz energética: caso a caldeira de biomassa esteja em manutenção, as Caldeiras Allborg poderão substitui-la. De acordo com Antônio Carlos dos Santos, gerente geral da unidade Três Marias da Votorantim Metais, a caldeira de biomassa é uma iniciativa de grande importância para o meio ambiente. “Com a caldeira, iremos diminuir a emissão de gás carbônico e, consequentemente colaborar para a redução do efeito estufa. Também teremos um ganho significativo para o negócio da empresa, uma vez que o combustível da caldeira tem um custo menor que o utilizado anteriormente”, afirma.
Inovação nos negócios A aquisição da caldeira de biomassa foi possível graças a uma inovação no modelo de negócio da Votorantim Metais. A companhia realizou licitação para escolher uma empresa que se propusesse a construir a caldeira na planta de Três Marias. A Combio Energias Renováveis foi a vencedora e irá comercializar o vapor para a unidade. De acordo com Rodrigo Gomes, gerente de Inovação e Tecnologia da Votorantim Metais, a companhia, por meio do intercâmbio de conhecimento com seus parceiros estratégicos, desenvolve e fomenta inovações e tecnologias que transformam e geram valor para a sociedade. “O exemplo de Três Marias corrobora nosso esforço em di-
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Rodrigo Gomes, gerente de Inovação e Tecnologia da Votorantim Metais
minuir as emissões de gás carbônico em todas nossas unidades operacionais. Com a caldeira de biomassa, investimos na qualificação de nossos processos e no aumento da nossa competitividade. Beneficiamos também a comunidade onde estamos inseridos, fomentando a cadeia produtiva da região e contribuindo para o desenvolvimento local”, afirma. A Votorantim Metais é uma companhia de mineração e metais não-ferrosos, com nove operações no Brasil e no Peru e escritórios comerciais em Houston (EUA) e Luxemburgo. Atualmente, é a quinta maior produtora de zinco do mundo e acionista controladora da Milpo, uma das principais produtoras de zinco no Peru. A companhia é parte do portfólio de negócios industriais da Votorantim S.A, um dos maiores conglomerados da América Latina, que inclui outras empresas com atuação na indústria de base, como cimento e materiais de construção, aço, alumínio, energia, celulose e agronegócio.
Apostando e buscando novas fontes de energia renováveis Lançado em novembro de 2016 pela Votorantim Metais, com apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e da aceleradora de startups Techmall, o programa Mining LAB - que busca conhecer, selecionar e desenvolver novos projetos e ideias que contribuam com soluções inovadoras para a indústria de mineração e metalurgia - selecionou os melhores entre 115 projetos de startups nas áreas de nanotecnologia e energias renováveis. Desses 18 saíram finalistas que participaram de uma fase de imersão para conhecer melhor as atividades da empresa e compreender as áreas onde os projetos serão aplicados. Dos finalistas, oito projetos de startups foram aprovados em fevereiro e serão apoiados pela Votorantim Metais, que poderá investir no desenvolvimento das soluções, bem como estabelecer parcerias
para busca de investimentos, compra ou distribuição dos produtos e serviços das startups. “O Mining Lab nos colocou em contato com startups de diversos estados e confirmou que nosso modelo de inovação com abertura para novas ideias é o melhor atalho para a fronteira tecnológica. Tivemos 115 inscrições, um número acima do esperado para projetos em temas tão específicos. A Votorantim Metais pretende dar sequência ao programa com o lançamento de novos ciclos. Ainda não há uma data prevista. O foco da empresa está no desenvolvimento dos projetos aprovados em fevereiro”, diz Rodrigo Gomes, gerente de Inovação e Tecnologia da Votorantim Metais. O primeiro ciclo do programa lançou desafios para inovações nas áreas de energias renováveis e nanotecnologia. No âmbito de energia, a mineradora procura startups que possam desenvolver tecnologias para substituir
as matrizes energéticas tradicionais da mineração (combustíveis fósseis e eletricidade, por exemplo) por alternativas mais econômicas e que apresentem ganhos ambientais, tais como: biomassa, biogás, energia solar, óleos menos poluentes e renováveis, sistemas de ar comprimido e de bombeamento mais eficientes, ou até mesmo novas soluções ainda não mapeadas. Segundo o gerente, o primeiro ciclo do programa Mining LAB deve se estender até meados de setembro, quando os resultados dos testes industriais dos oito projetos forem apresentados. “Os projetos terão sua viabilidade avaliada por uma banca examinadora que vai decidir quais terão prosseguimento. Esperamos que todos sejam aprovados, mas isso vai depender da assinatura dos contratos e do desempenho nos testes industriais”, explica Gomes. Para Gomes todos os oito proje-
Demo Day - Mining Lab Continua
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Máquinas e Equipamentos tos selecionados têm grande potencial, e, portanto, corresponderam à expectativa da empresa. “Esperamos que o fechamento de contratos e posteriores testes práticos possam comprovar. Ao final de cada ciclo, a Votorantim Metais poderá investir no desenvolvimento das soluções, bem como estabelecer parcerias para busca de investimentos, compra ou distribuição dos produtos e serviços das startups”, conta. De acordo com o gerente, não existe uma verba pré-estabelecida para o financiamento dos projetos. O valor vai depender de peculiaridades de cada projeto. Seria difícil estabelecer uma quantia nesta fase de desenvolvimento. Mas o investimento na execução dos projetos aprovados será determinado mais adiante, de acordo com as características e da viabilidade de cada um deles. “O nosso programa foi baseado nas necessidades específicas da Votorantim. Existem outros programas de apoio à startups, mas nenhum deles com todas as características do Mining LAB. A empresa tem intenção de realizar outros ciclos que poderão ter a participação de starups de outros países”, diz Gomes. Segundo ele, a Votorantim Metais acredita na Inovação aberta como a melhor forma de desenvolver tecnologia de ponta aplicada ao negócio. Essa política ajuda a diminuir as barreiras entre universidades, centros de pesquisa que produzem a ciência e a indústria que precisa aplicá-la. “Esse é o caminho que seguimos para chegarmos as fronteiras tecnológicas e desenvolver cada vez mais a mineração res-
Entrega dos troféus aos finalistas
ponsável e eficiente, que aproveita os recursos de forma sustentável e inteligente”, finaliza.
Startups vencedoras e seus projetos: • Ecoterra – Bio (Santa Cruz do Sul/RS) Tema: Bioenergia Proposta: Fornecimento de biometano para substituição do gás natural utilizado nas caldeiras da unidade de Juiz de Fora/MG a partir de resíduos de caixa de gordura.
• Tau Flow Engenharia – Curitiba/PR Tema: Nanotecnologia Proposta: Aumento do rendimento da recuperação das nanopartículas de zinco com uso da Ciência da Fluidodinâmica Computacional.
• Tau Flow Engenharia – Campinas/SP Tema: Eficiência energética Proposta: Modelar e simular o forno do óxido de zinco com o uso da Ciência da Fluidodinâmica Computacional, para identificar os fatores que geram as perdas do processo e propor soluções visando o aumento da eficiência energética.
• Zeg Environmental
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Tema: Bioenergia Proposta: Geração de energia, por meio de recuperação energética de resíduos ou biomassa.
• nChemi Engenharia de materiais Tema: Nanotecnologia Proposta: Retirada de íons metálicos para transformação em produtos, com o auxílio de ímã e sem a necessidade de acrescentar demais reagentes químicos. • Ecosoluções Tema: Bioenergia Proposta: Tratamento de efluentes com alta concentração de sais minerais dissolvidos, proporcionando a sua recuperação e uso como fertilizante agrícola.
• Bioware – Desenvolvimento de tecnologia de energia e meio ambiente Tema: Bioenergia Proposta: Tecnologia de pirólise rápida de biomassa para obtenção de bio-óleo para transformação de biomassa padronizada líquida.
• Bchem Solutions Tema:Bioenergia Proposta: Desenvolvimento de novas tecnologias para a produção mais sustentável de biodiesel.
Volvo faz balanço de 2016 e anuncia inovações Apesar das dificuldades econômicas, com uma economia ainda abaixo do desejável, principalmente, se visualizarmos um mercado onde o setor de construção é a principal fonte de desenvolvimento e alavancador do maior número de empregos, a Volvo Construction Equipment Latin America consegue ganhar 1,75 ponto percentual de market share, em 2016 na América Latina no segmento de compactadores, somando-se a performance das marcas Volvo e SDLG. “Foi um ano de mudanças, para nos adaptarmos a um mercado ainda mais competitivo. Conseguimos reagir rapidamente, reestruturando nossa organização e trabalhando de manei-
ra assertiva com nossas duas marcas (Volvo e SDLG) e assim conseguimos fazer com que o market share no mercado brasileiro de carregadeira, aumentasse de 17,9% em 2015 para 19,7% em 2016 e o de escavadeira subisse de 13,1% para 13,9% respectivamente, conta Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE Latin America, em encontro realizado com a imprensa em abril de 2017. De acordo com o executivo, o ganho de Market share na América Latina na área classificada como GPE (General Purpose Equipments), que engloba carregadeiras, escavadeiras e caminhões articulados, tanto a Volvo quanto a SDLG mantiveram suas participações
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de mercado em 13,8%. Enquanto isso no Brasil, o percentual passou de 15,78% em 2015 para 16,76% em 2016. Segundo ele, enquanto o mercado interno mostra-se ainda tímido, as vendas para países hispânicos têm se mostrado interessantes aos produtos Volvo e SDLG, onde o market share ficou em 11,8% e 11,1% para carregadeiras, escavadeiras e caminhões articulados nos dois últimos anos respectivamente. “Existem países que estão oferecendo boas oportunidades. O Peru, por exemplo, é a estrela em desenvolvimento. A Colômbia, Argentina e outros também oferecem boas oportunidades”, aponta Chueire.
Máquinas e Equipamentos Evolução do mercado De 2000 a 2006 o mercado brasileiro de equipamentos de construção consumiu, em média, 5 mil unidades por ano; de 2007 a 2014, esse volume passou a cerca de 25 mil máquinas por ano e, caindo abruptamente nos dois últimos anos para 8 mil unidades anuais, patamar que deve se manter em 2017. A retomada esperada, em longo prazo, deve se estabilizar entre 15 mil e 20 mil unidades. No mesmo período, os países hispânicos, América Latina com exceção do Brasil, apresentaram uma curva bastante semelhante. De acordo com o executivo, o Brasil já representou 60% das vendas da marca, mas atualmente detém apenas 50%. “Acredito que a retomada do mercado brasileiro deve começar no final de 2017. As vendas da indústria de equipamentos de construção devem ficar na casa das 8 mil unidades”. Em contrapartida, os países hispânicos que detinham 40% em 2015, em 2016 passou a deter 50%.
Mercado de usados O presidente da Volvo CE conta que faz parte do plano de negócios e trabalho da empresa atuar no mercado de equipamentos usados, um nicho que – no momento em face do desaquecimento das vendas de novos – mostra-se em desenvolvimento. Ele cita Belo Monte, onde existiriam mais de 1.500 unidades a venda. “Tem comprador que vem da Bolívia, Arábia Saudita, entre outros países, para comprar equipamentos usados no Brasil. Nosso interesse é estar envolvido neste segmento também”, anuncia o executivo. Chueire conta que a Volvo ainda mantem a liderança absoluta no Brasil no segmento de caminhões articulados, apesar da grande queda na comercialização de equipamentos deste
Afrânio Chueire presidente da Volvo CE Latin America
tipo, fruto da crise que abateu o setor de mineração. “A Volvo criou o conceito de caminhão articulado e vem sempre se mantendo à frente”, observa o executivo. O executivo anunciou o lançamento de vários equipamentos das marcas Volvo e da SDLG ao longo de 2017 para diversas aplicações. A ideia da empresa é manter a estratégia de expansão do seu portfólio de produtos para ganhar mais espaço, tanto no Brasil como na região hispânica. Serão lançados novos modelos de caminhões articulados, escavadeiras e vibroacabadoras Volvo, assim como a linha de máquinas SDLG com motorização que atende às mais recentes regras de emissões de poluentes e de controle de ruídos.
Canteiro de obras abastecidos com energia limpa Chueire anuncia para o próximo ano, início dos testes do conceito de canteiros de obras abastecidos com energia limpa. A empresa está trabalhando desde 2015 em um projeto de pesquisa com máquinas elétricas com o objetivo de transformar totalmente o setor de pedreiras e agregados e reduzir em até 95% as emissões de carbo-
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no nestes canteiros e também diminuir o Custo Total de Propriedade (CTP) da máquina em até 25%. Neste canteiro serão testados os protótipos das carregadeira de rodas híbrida LXo1 e a carregadeira autônoma HX1, movida a bateria elétrica, que foram apresentados recentemente na Suécia. O protótipo é um dos elementos de um projeto que visa eletrificar uma fase do transporte em uma pedreira - desde a escavação até a britagem primária e o transporte para britagem secundária. A solução da Volvo CE envolve o desenvolvimento de novas máquinas e métodos de trabalho e sistemas de gestão de canteiro de obras. Como uma frota de HX1s, entre outros protótipos que compõem o sistema de canteiro de obras eletrificado, estão uma carregadeira de rodas híbrida e uma escavadeira conectada à rede. A nova tecnologia inclui sistemas de controle de equipamentos e de frota e soluções logísticas para máquinas elétricas em pedreiras. Ao usar a eletricidade em vez de diesel para movimentar equipamentos de construção em uma pedreira conseguimos reduções significativas no consumo de combustível, nas emissões de CO2, no impacto ambiental e também no custo por tonelada. A eletrificação irá produzir máquinas mais limpas, mais silenciosas e mais eficientes. É o futuro da nossa indústria, afirma o presidente da Volvo CE.
Parceria Para levar adiante seu projeto, a Volvo CE fez uma parceria com seu cliente Skanska Sweden, com a Agência Sueca de Energia e com duas universidades suecas (Universidade de Linköping e Universidade de Mälardalen) para colaborar no projeto de 203 milhões de
coroas suecas. A Volvo CE cabe a coordenação do projeto, que deverá terminar em 2018, e o desenvolvimento de máquinas e sistemas. A Skanska Sweden está fornecendo soluções logísticas, relevância em aplicação e conhecimento do local de trabalho. A Agência Sueca de Energia ajuda a financiar o projeto e as universidades fazem pesquisas. Três estudantes de doutorado analisam a gestão de energia em veículos elétricos, controles de software seguros e robustos e controle de ciclo de trabalho de energia otimizada. A Volvo CE está desenvolvendo e testando tecnologias, conceitos e protótipos. A Skanska Sweden irá incorporar as máquinas de demonstração nas suas operações e testará o conceito de canteiro de obras elétrico em uma pedreira. Depois disso, a Volvo CE examinará os resultados para ver se o conceito é viável para o setor. A iniciativa é cofinanciada. A Volvo CE investiu 129 milhões de coroas suecas, a Agência Sueca de Energia forneceu 65 milhões de coroas suecas (sendo 59 milhões para a Volvo CE, 5 milhões para Universidade de Linköping e 1 milhão para a Universidade de Mälardalen) e a Skanska Sweden contribuiu com 9 milhões de coroas suecas.
ções por toda a América Latina, mas principalmente em países com maior atividade nesta área, como o Chile, Peru, México, Colômbia, Argentina e Panamá. As novas máquinas também podem ser muito úteis na construção pesada, como obras de hidrelétricas e de infraestrutura. Maior escavadeira da marca, com peso operacional de 92 toneladas e uma caçamba de 5,6 m³, a EC950EL tem uma força de escavação 23% maior que a EC750DL. Dotado de alta tecnologia embarcada para maior produtividade e segurança, o caminhão articulado A60H tem grande capacidade de carga, um aumento de 41% se comparado com o modelo A40F. Outro diferencial do A60H é o sistema de pesagem de carga que garante maior produção por ciclo de trabalho (OBW - On Board Weighing). O articulado é equipado ainda de dispositivos que facilitam rodar em aclives acentuados e reduzem o risco de tombamento em topografias inclinadas. Segundo o presidente da Volvo CE, tratam-se de dois equipamentos potentes e com grande capacidade desenvolvidos para aumentar a rentabilidade dos clientes da marca. A
EC950EL, que tem caçamba 27% maior que a EC750DL foi desenvolvida justamente para otimizar o trabalho de um caminhão articulado de grande porte. De acordo com Chueire, o A60H é o maior caminhão articulado do mundo com capacidade para 55 ton métricas de carga, “a maior já oferecida neste tipo de máquina”. Ele mantém o conceito e capacidade de trafegar por todo tipo de terreno dos caminhões articulados Volvo, como pressão sobre o solo, capacidade de vencer rampas, suspensão off-road, entre outros atributos.
Maior velocidade média Fácil de operar e com uma cabine espaçosa e ergonomicamente projetada, o A60H oferece maior velocidade média. O novo articulado possui ainda um sistema de pesagem de carga que garante maior produção por ciclo de trabalho (OBW - On Board Weighing) e é equipado ainda de dispositivos que facilitam rodar em aclives acentuados e reduzem o risco de tombamento em topografias inclinadas. Essa tecnologia permite medir a produção de cada unidade em tempo real sem necessidade de parada em balança que em muitos
Novidades para mineração Recentemente a Volvo CE apresentou ao mercado a escavadeira EC950EL e o caminhão articulado A60H visando especialmente minerações de ferro, carvão, manganês e bauxita espalhadas por todo o País. “Estamos ampliando nossa linha de produtos de grande porte para atender a um segmento que procura equipamentos de uso intensivo e de alta produtividade”, reforçou Chueire. A nova classe de máquinas será dirigida também para minera-
Caminhão articulado A60H
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Máquinas e Equipamentos casos inexiste. O novo articulado oferece produção continua e grande confiabilidade graças a sua grande capacidade de carga e ao seu potente motor de 16 litros e 663cv. Sua performance é fruto também de uma série de outros atributos tecnológicos que o fazem a melhor opção para trabalhos de transporte em operações de escavação massinha. “Ele vai aonde vai”, afirma Massami Murakami, diretor de suporte a vendas da Volvo CE LA, referindo-se à robustez do A60H, que trabalha com grande produtividade em condições adversas, em terrenos lamacentos, sob chuva, em topografias acidentadas em todas as estações do ano. Com freios a disco úmido em todas as rodas, a nova máquina foi desenvolvida também com um chassi dianteiro e traseiro voltado para serviços pesados. Ele vem equipado de série com dispositivos inteligentes: o CareTrack, o sistema de telemática do segmento mais avançado da América Latina: OBW (On Board Weighing), um dispositivo de pesagem que garante maior produção por ciclo de trabalho; e o Matris que fornece informações para gestão, monitoramento e diagnóstico da máquina. Com uma grande força de desagregação, a EC950EL proporciona redução do custo de preparação do material escavado para carregamento. Com apenas seis passes, ela consegue carregar o A60H, garantindo menos tempo de carga e melhor aproveitamento dos caminhões. Reconhecida por sua fácil manobrabilidade, grande estabilidade e alta eficiência, a escavadeira EC950EL possui ainda acessos fáceis para manutenção. “Isso significa uma máquina menos tempo parada para manutenção”, observa Fujiyama. Ele lembra também que o sistema hidráulico da
nova máquina permite ciclos mais rápidos e uma maior controlabilidade, respondendo mais rapidamente aos comandos do operador. “A EC950EL e o A60H são o par perfeito”, conclui o presidente da Volvo CE LA.
Nova geração de articulados Durante o encontro, o presidente da Volvo CE comentou sobre o lançamento no Brasil e na América Latina da linha G de caminhões articulados, a mais nova geração de máquinas deste tipo. “São equipamentos para todos os tipos de obras, oferecendo o que há de mais avançado e produtivo nesta área”, afirma Chueire. A nova geração mantém os atributos pelos quais os articulados da marca são conhecidos, como alta produtividade, baixo consumo de diesel, facilidade de operação e conforto para o operador. A nova geração traz características totalmente novas, que fazem desta máquina a melhor opção do mercado, como o Volvo Dynamic Drive, uma carga útil aumentada e ainda maior eficiência de combustível. Essa tecnologia é uma nova e mais inteligente estratégia de mudança de marcha. Ela leva em consideração
também os aclives e declives por onde transita, assim como carga na caçamba, tomando então a decisão de qual marcha usar na partida e posteriormente. Quando as condições exigem, o sistema prolonga a marcha, garantindo o máximo de força de tração. Os novos articulados chegam também com o Hill Assist, um mecanismo que ajuda quando a máquina roda em aclives acentuados. O Hill Assist é ativado pressionando-se o pedal do freio na posição parada. Ele mantém o caminhão em posição segura em rampas íngremes o tempo que for necessário. É um recurso muito importante em elevações deste tipo. É mais segurança na operação. Para dar ainda mais suporte ao operador e melhorar a sua segurança, um sensor de ângulo de inclinação lateral foi colocado no chassi traseiro. Ele permite que o operador veja qual é a inclinação lateral antes e durante o basculamento. Por meio do Contronics, é possível definir limites de inclinação e escolher as ações possíveis. Nesse caso, o operador receberá um alerta amarelo, caso uma inclinação lateral crítica seja detectada. Os caminhões podem ter também
Escavadeira EC950EL
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Máquinas e Equipamentos o OBW (On Board Weighing), um dispositivo de pesagem de carga que o aproveitamento de 100% da capacidade carga útil, evitando ineficiência em caso de pouca carga ou assegurando a durabilidade e a confiabilidade em sobrecargas. Solução ideal para monitorar a produtividade da máquina, o OBW é totalmente automático. A unidade de carregamento recebe informações por meio de luzes indicadoras de carga, montadas do lado de fora da máquina, para atingir a carga nominal e avisar quando há sobrecarga. Três luzes diferentes se acendem, dependendo da quantidade de carga no caminhão. As luzes de indicação de carga também são visíveis para o operador, assim como a carga real, ambas apresentadas no visor do Contronics.
Articulado A45G O caminhão articulado A45G que está sendo apresentado pela Volvo CE nasceu praticamente para trabalhar em conjunto com a escavadeira EC750DL, lançada pela empresa no Brasil no final de 2016. A dupla é dirigida para operações de mineração, construção pesada e outras que precisarem de máquinas potentes e de grande produtividade, em uma escala menor à escavadeira EC950E e o caminhão articulado A60H. “O A45G e a EC750DL são máquinas voltadas para clientes que precisam de caminhões com capacidade de carga de 35 a 50 toneladas e de escavadeiras na faixa de 70 toneladas de peso operacional”, explica Masashi Fujiyama, representante de produto da Volvo CE LA. Ele chega ao mercado oferecendo um aumento de 5% de capacidade de carga, na comparação com o A40F, um aumento promovido justamente para otimizar a operação de transporte”, lembra o presidente da Volvo CE LA. O A45G tem novas tecnologias que
contribuem para melhorar ainda mais produtividade, como o OBW (On Board Weighing), um sistema de pesagem de carga que garante maior produção por ciclo de trabalho e outros dispositivos para facilitar o tráfego em aclives acentuados e para reduzir risco de tombamento durante basculamento em topografias inclinadas. Juntas, as máquinas A45G como a EC750DL formam uma admirável combinação. A escavadeira consegue carregar o articulado com 4 a 6 passes. Tanto o caminhão como a escavadeira são equipados com o potente motor D16, de 16 litros.
Ainda sobre a EC950EL Com uma caçamba de 5,6 m³ (metros cúbicos), 27% maior que a da EC750DL, a nova escavadeira EC950EL chega para atender as necessidades das empresas que trabalham com escavações massivas. Ela garante uma produtividade mais elevada nas operações que demandam grandes movimentações de terra ou que precisam de ciclos mais curtos e rápidos de escavação e carregamento. “A força de escavação da caçamba e a força de corte de braço são respectivamente 23% e 29% maiores que a EC750DL”, afirma Boris Sanchez, gerente de suporte a vendas e aplicações da Volvo CE LA. Com mais de 424kN de força de desagregação e 408kN de força de arranque do braço, é um modelo que tem a combinação perfeita de potência e estabilidade para suportar tarefas de grande capacidade nas aplicações mais difíceis. “São atributos que proporcionam mais toneladas de materiais escavados e carregados”, lembra Gilson Capato, diretor comercial da Volvo CE no Brasil.
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Trabalho pesado A EC950EL tem componentes que foram desenvolvidos para garantir grande durabilidade da máquina e para suportar trabalho pesado e intenso, tornando-a ainda mais robusta. A pressão hidráulica elevada e constante, por exemplo, fornece energia sempre quando a escavadeira é exigida. “Para garantir maior versatilidade, o sistema de gerenciamento dos implementos da EC950EL permite a utilização de diversos acessórios. O operador pode fazer o pré-ajuste do fluxo hidráulico e da pressão por meio do monitor e dentro da cabine”, explica Masashi Fujiyama, representante de produto da Volvo CE LA. “Movida por um motor Volvo de 16 litros e 606cv, a EC950EL tem tecnologia avançada, desenvolvida com base em décadas de experiência da Volvo para garantir uma operação altamente produtiva”, observa Massami Murakami, diretor de suporte a vendas da Volvo CE LA. Este conjunto proporciona a redução dos tempos de ciclo ao mínimo possível, com a potência e o torque altos, tudo combinado com um sistema totalmente eletro-hidráulico. O sistema hidráulico, ainda melhor, nesta nova máquina aumenta a potência da bomba hidráulica para garantir uma operação rápida, fácil e eficaz, colocando o controle nas mãos do operador. O sistema hidráulico controla o fluxo quando necessário e reduz as perdas internas no circuito.
Eficiência de combustível Combinado com o Modo ECO exclusivo da Volvo, o sistema hidráulico reduz a perda de fluxo e pressão e atinge uma alta eficiência de combustível. O modo de trabalho integrado permite aos operadores escolher o melhor modo específico para a tarefa a ser realizada:
I (marcha lenta), F (Fina), G (Geral), H (Pesada) e P (Potência máxima). A EC950EL tem uma bitola larga, carro longo, material rodante retrátil e um contrapeso otimizado, o que resulta em uma máquina bem equilibrada, sólida. Todas as interfaces - incluindo joysticks, teclado e o monitor LCD são ergonomicamente posicionados e projetados para otimizar total controle e máxima eficiência. Os operadores podem trabalhar com conforto e confiança nos ambientes mais desafiadores dentro de uma cabine confortável, espaçosa e de baixo ruído. Para maior segurança e durabilidade, pode ser instalada uma proteção total dos roletes. Também estão disponíveis proteções FOG (Falling Object Guard) e FOPS (Falling Object Protective Structure) para a cabine. As caçambas de alta qualidade e de grande durabilidade da Volvo são muito eficientes na EC950EL para escavar todas as condições de trabalho. As caçambas de General Purpose, Heavy-Duty ou Extreme-Duty são construídas com chapas de aço resistentes ao desgaste, perfeitas para aplicações em pedreiras e na mineração. Para maximizar o tempo operacional, os pontos essenciais de manutenção são de fácil acesso, por meio de portas do compartimento com grande abertura, convenientemente localizadas usando-se a passarela central e as laterais. Novas escavadeiras A Volvo Construction Equipment está oferecendo ao mercado brasileiro a sua escavadeira EC140D. Com 14 toneladas de peso operacional, a nova máquina tem um amplo espectro de utilização, podendo ser muito útil na construção civil, na agricultura, em obras de saneamento e também no segmento florestal. O equipamento se destaca pela eficiência e versatilidade
em diferentes trabalhos. “A EC140D é ideal para quem precisa de produtividade, tecnologia, robustez e baixo consumo de combustível”, complementa Capato. Com uma cabine confortável, 10% mais espaçosa que a versão anterior, a máquina oferece também maior visibilidade, proporcionando mais segurança e facilidade na operação. “Os controles estão localizados à mão do operador e o sistema de climatização com saídas ajustáveis permite regular a distribuição interna de ar”, diz Sanchez.
Sistema ROPS Ergonomicamente projetada, com vários ajustes para o assento do operador, permitindo adequações para diferentes estaturas, a EC140D equipada de fábrica com o sistema ROPS, em inglês Roll Over Protective Structure, que significa estrutura protetora contra capotamento. A Volvo investe constantemente em produtos que contribuam para aumentar a produtividade da operação, mas que também sejam seguros para o operador.
Com o novo visual da série D de escavadeiras Volvo, a EC140D ganhou ainda um novo motor de 105cv, que atende às novas regulamentações de emissões de poluentes e ruídos Proconve MAR-I/Conama 433. A máquina também tem facilidade de manutenção. Portas amplas, com trava, oferecem fácil acesso aos pontos de serviços e filtros, o que permite que as inspeções sejam feitas mais rapidamente, aumentando a disponibilidade do equipamento. O modo de serviço instalado no monitor exibe intervalos de manutenção dos principais componentes e as verificações de diagnósticos. Além disso, as placas antiderrapantes asseguram o acesso seguro para manutenção, mesmo em condições de clima chuvoso.
Escavadeira compacta EC55D A nova escavadeira compacta sobre esteiras EC55D da Volvo CE, com um peso operacional de 5,5 toneladas, chega no mercado para substituir a EC55B Pro e é parte do plano da empresa de renovação da linha de equi-
Escavadeira EC140D
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Máquinas e Equipamentos pamentos para atender a regulamentação Proconve MAR 1/ Conama 433. “Trata-se de uma máquina com design moderno, despojada, desenvolvida para durar e ao mesmo tempo oferecer grande performance e baixo consumo de combustível”, afirma Chueire. Com uma cabine mais espaçosa e avanços no sistema hidráulico que deixaram a operação mais suave, a escavadeira recebeu ainda uma melhoria no ar condicionado. Destinada a pequenos trabalhos de escavação tanto nas cidades como na zona rural, a EC55D é muito útil em operações de limpeza, na construção civil, em edificações e em uma série de outras atividades. Na agricultura, constrói tanques para piscicultura, abre valetas e canais de escoamento, entre outras tarefas. “A EC55D é compacta, confortável, é fácil de operar e de transportar e ainda proporciona baixo consumo de combustível”, destaca Murakami. “Ela
é muito versátil e produtiva, podendo atuar em até 80% dos trabalhos executados por uma retroescavadeira, de forma mais rápida e ainda com mais eficiência” reforça Sanchez.
Desempenho otimizado Com uma força de arranque de 40kN e uma tração, força de giro e capacidade de elevação superiores, a nova máquina pode realizar trabalhos difíceis com facilidade. Para combinar potência e produtividade, o arrefecimento da máquina foi melhorado, permitindo desempenho otimizado em qualquer clima. Com grande facilidade de controle, os operadores podem escavar a uma profundidade de 4 metros e levantar cargas de 2,9 toneladas ao nível do solo. “A EC55D faz exatamente o que o operador deseja, graças aos controles sensíveis e a um sistema hidráulico melhorado, que foi projetado para aca-
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bamento de taludes com alta qualidade”, diz o gerente. “A EC55D foi rigorosamente testada para aumentar o tempo em operação e garantir mais competitividade para o cliente”, observa Capato. Mesmo em condições difíceis, a escavadeira permite operar com grande produtividade, graças ao seu braço resistente de 29kN de força de arranque e ao trem de rodagem em forma de “X”, que proporciona maior estabilidade. A forma do contrapeso da EC55D protege o compartimento do motor, assim como a parte traseira do equipamento, permitindo que os operadores trabalhem com mais segurança em canteiros estreitos.
Visibilidade 360 graus Para uma operação com mais produtividade e mais conforto ao operador, a cabine da escavadeira oferece visibilidade em 360 graus e um ambiente de trabalho silencioso. Ela conta com monitor e controles ergonomicamente posicionados, assento totalmente ajustável e um joystick semi-longo, que garante mais facilidade na operação. Com baixo ruído, a cabine tem também excelente isolamento de vibração, e possui uma porta grande e acesso com apoio em três pontos, para deixar a entrada e a saída do operador mais seguras. A alta disponibilidade da máquina também foi conservada nesta nova versão, graças aos pontos de manutenção de acesso simples e ao novo sistema de arrefecimento, considerado pelo mercado muito fácil de limpar, com radiadores dispostos lado a lado, reduzindo custos e maximizando o tempo. “A EC55D é a melhor escolha no segmento para o qual ela é destinada”, finaliza o presidente da Volvo CE LA.
A influência do cimento asfáltico modificado na qualidade da mistura e na produção em uma usina de asfalto
Os novos insumos disponíveis para produção de concreto asfáltico usinado a quente em usina de asfalto oportunizam a elaboração de projetos de misturas especiais com propriedades mais específicas e adequadas as particularidades das obras de pavimentação. Em destaque o Cimento Asfáltico de Petróleo cujo produto oriundo das refinarias apresenta propriedades relacionadas a origem do petróleo, mas muitas vezes insuficiente às condições de tráfego e clima da rodovia. Aditivos como polímeros e pó de borracha melhoram o desempenho deste ligante mas podem causar impactos durante a produção em usina de asfalto. Conhecer a relação entre os insumos, projeto e os respectivos impactos na produção podem de-
terminar a qualidade do produto final. O Cimento Asfáltico é considerado o resíduo da destilação do petróleo pois apenas gases e óleos mais leves são evaporados e coletados durante o processo na refinaria. Este ligante promove à mistura asfáltica flexibilidade e impermeabilidade necessárias a dinâmica do carregamento e condições climáticas. No entanto, algumas propriedades reológicas deste ligante como a viscosidade, o ponto de amolecimento, recuperação elástica e susceptibilidade térmica podem ser insuficientes a um determinado volume de tráfego ou clima do local de aplicação e, nestes casos, os asfaltos modificados se destacam como a solução. Além disso, os asfaltos modificados permitem o desenvolvimento de projetos especiais como revestimento
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asfáltico drenante e com maior aderência superficial. Os asfaltos modificados geralmente são mais viscosos e, por isso, podem gerar impactos durante a produção na usina. O aditivo modificante é misturado ao ligante, normalmente no fornecedor, passando por processos específicos em busca da fusão entre o aditivo e o asfalto. Os polímeros apresentam maior capacidade de fusão que o pó de borracha e isto pode ser medido através de um teste de separação de fase. Este último parâmetro traz uma referência quanto a solução mecânica aplicada no tanque de asfalto na obra para manter o produto homogêneo durante a aplicação. Quando a separação de fase Continua
Máquinas e Equipamentos é maior que 5%, se recomenda introduzir agitadores no tanque, com rotação superior a 100 RPM, para evitar decantação do aditivo. Se a separação de fase for menor que 5%, um sistema de recirculação por meio de uma bomba é suficiente para manter homogêneo o produto. Conforme Marcelo Zubaran, engenheiro de produto e aplicação da Ciber Equipamentos Rodoviários, “em termos gerais, o asfalto borracha requer agitadores e o polímero somente recirculação, sendo os agitadores passíveis de aplicação para todos os ligantes por apresentar maior cisalhamento na mistura dentro do tanque. Além disso, agitadores e recirculadores auxiliam na homogeneização da temperatura do asfalto dentro do tanque e aceleram o aquecimento deste ligante, No tocante da qualidade da mistura asfáltica, é fundamental que o ligante seja aquecido para mistura com os agregados conforme a sua viscosidade. Variações na
temperatura do asfalto para mistura poderão gerar prejuízo a adesividade do ligante com os agregados (temperatura abaixo do indicado) ou acelerar o envelhecimento do asfalto (temperatura acima do indicado). Também importante iniciar a compactação do concreto asfáltico conforme a viscosidade do ligante. A mistura do asfalto modificado com os agregados deve ocorrer em misturador que forneça alta taxa de cisalhamento a mistura. Muitas vezes o tempo de mistura deve ser ajustado para que o ligante mais viscoso possa se dispersar e cobrir todas as superfícies dos agregados. Também algumas misturas requerem etapa de mistura a seco (entre os agregados graúdos provenientes do secador, os finos do filtro de mangas, a cal e até fibras de celulose) para que a espessura da película de ligante seja homogênea em todas as faces dos agregados. Estas tecnologias podem ser encontradas em usinas de asfalto com misturador Pug Mill em fluxo de produção contí-
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nua ou por batelada. No que tange a manutenção da usina, é sempre importante verificar constantemente as condições do filtro de asfalto do tanque em aplicação com asfalto modificado. Pode haver acúmulo de material no filtro gerando aumento de pressão na bomba e, como consequência reduz a vazão da bomba. Outro sistema que requer monitoramento nestas aplicações é o sistema de espargimento de ligante asfáltico. Se a viscosidade do asfalto for muito alta, pode ser indicado retirar os bicos injetores para evitar obstrução destes bicos. A usina de asfalto deve viabilizar a produção das mais variadas misturas asfálticas e a sintonia entre os critérios de operação e manutenção e os insumos utilizados convergem para o sucesso do projeto. O asfalto modificado é uma ótima alternativa técnica e deve ser aplicado em harmonia com o equipamento.