Brutal #3 novembro dezembro 2017

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EUFOBIA / DOKUGA SYSTEMIK VIOLENCE / 800 GONDOMAR / VEINLESS BULLET-PROOF / SOLITARY RITUAL / DEVANGELIC / INCURSED e muito mais

Número 3 Novembro/Dezembro 2017 Edição Grátis

Reportagem Moonspel Redlizzard

Entrevista Redlizzard The Black Capes

Inclui CD


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3 Ficha Técnica: Propriedade: Som do Rock

By Som do Rock

Administração Paulo Teixeira

Indice:

Data : Novembro / Dezembro 201 7

Noticias:

Reportagem

Pag: 03 Paws and Claws

Pag: 14 MOONSPELL—1755

Pag :04 EDITORIAL

Redação/Paginação conteúdos: Paulo Teixeira

Pag: 28 REDLIZZARD

conteúdos:

Entrevista:

Som do Rock

Pag: 04 Festival LAURUS NOBILIS Pag: 05 ZEPHYRA

Edição online : Grátis

Hintf WebZine

Pag: 06 800 GONDOMAR

Pag: 16 REDLIZZARD

Pag :07 DOKUGA/SYSTEMIK VIØLENCE

Pag: 22 THE BLACK CAPES

Pag: 08 VEINLESS

Reviews:

Entrevistas / Reportagens / Reviews Paulo Teixeira Margarida Salgado Sara Vanessa

Pag: 12 AFFRONT

Pag: 36 MOONSPELL—1755

Pag: 13 EUFOBIA

Pag :37 SATANIC

Pag: 32 SOLITARY RITUAL

Pag: 38 Dawn Of Disease

Pag: 33 BULLET PROOF

Pag: DEVANGELIC

Pode ser feita a reprodução total e ou parcial de texto / Fotos desde que sejam mencionadas as origens e dado créditos aos seus proprietários, não pode ser usado para beneficio próprio nem obtenção de valores. Contactos: brutalmusicmagazine@gmail.com

Pag: 34 LEGENDRY Pag: 34 ATTICK DEMONS

Arquivo do Rock/Metal: Pag : 42 AQUI D`EL~ROCK

Biografia: Texto e fotos da Wikipédia e Facebook da banda

Biografia: Pag: 35 VANDROYA

Capa e Pagina central: Joana M. Carriço da SFTD.

Pag: 44 BIZARRA LOCOMOTIVA

Pag: 41: INCURSED

Compilação PAWS AND CLAWS 2017.

Lyfordeath – Silêncio Netherghod - No Spirit In This Age

Já se encontra disponível para download gratuito no Bandcamp Ouijah - The Flaw da Hinft WebZine. Scream Of - Oblivious Waters Esta primeira edição é composta SIStema - Querer Viver por 17 bandas Nacionais Smash Skulls - Pay With Alinhamento da compilação: Blood Askashic - Let me dream a while Sotz - Apocalyptic MaBlame Zeus - Speechless chine Booby Trap - Overloaded SuddenDeath - Danger Cape Torment - Death metal control

Templários do Rock - Oh Que Merda

Catacombe - Shroud

Waterland - The witch

Ckica na capa do CD para fazer download

Godvlad - Game of Shades SdRPag 03 Mai/Jun 2017


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Editorial Bem vindos á BRUTAL MUSIC MAGAZINE. Este mês temos uma reportagem de Margarida Salgado sobre os Redlizzard no Cine Incrivel de Almada mais entrevistas, review´s e muita informação. A BRUTAL quer ir mais longe e está agora na rádio. Podem encontrar o nosso programa de hora de duração todas as quintas feiras ás 23 horas na SFTD Rádio no site da rádio o nosso site do Som do Rock onde podes ouvir o player. Queremos ser mais que uma simples revista sobre Rock/ Heavy Metal, Colabora connosco, envia as tuas fotos, os teus textos, a tua visão do underground. Participa e envia para o e-mail: brutalmusicmagazine@gmail.com Este projeto é de distribuição gratuita e somente em formato digital. Os seus conteúdos podem ser usados de forma livre da seguinte forma: Deve de ser sempre mencionada a origem/fonte. Devem ser sempres usados de forma gratuita, ninguém poderá usar como forma de obter lucros, podem ser partilhados desde que respeitem a propriedade intelectual dos autores de texto e fotos.

FESTIVAL LAURUS NOBILIS JÁ TEM DATA PARA 2018 A Associação Ecos Culturais do Louro entidade que organiza o festival de verão Laurus Nobilis Music Famalicão (LNMF) comunica que a próxima edição (a quarta) do Festival LNMF será entre 26 e 28 de Julho de 2018.

O festival continua a ter garantido o indispensável apoio/parceria da Câmara Municipal de V.N. Famalicão o que tem acontecido desde a primeira edição do festival, como também da Junta de Freguesia do Louro.

Brevemente novidades sobre o cartaz e os moldes da edição do festival LNMF 2018. Pag 04 Nov/Dez 2017


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ZEPHYRA REGRESSA COM O SINGLE 'THE DARKEST BLACK'

Photo: Henrik Bengtsson/Imaginara

Zephyra voltou com seu som death metal melódico para lançar um novo single, "The DarSpotify: http://spoti.fi/2xOEpnB kest Black". Deezer: http://www.deezer.com/us/ album/48491232 Tidal: https://listen.tidal.com/album/78894388 "The Darkest Black" é lançado através iTunes: http://apple.co/2wFE4hS da Inverse Records e constrói uma ponte Amazon: http://amzn.to/2fhWQcz entre o seu segundo álbum, aclamado pela Google Play: http://bit.ly/2jJEZNn crítica, "As the World Collapses", e o progresso de escrever e gravar um terceiro. Mais uma Ligações oficiais: vez a banda trabalhou com Micke Andershttp: // zephyra.se son pelo MRG Studios (Borås) para gravação http://facebook.com/zephyraofficial e produção, e com Christian Donaldhttp://youtube.com/zephyravideos son no The Grid (Montreal) para a mistura e http://instagram.com/zephyraofficial master works; uma equipa excelente, tal como https://twitter.com/ZephyraOfficial a apresentada no último álbum.

Zephyra lançou dois álbuns completos, ambos aclamados pela crítica. Seu segundo álbum, "As the World Collapses" tem tido uma pontuação alta na reviews á qual é submetido. Com este novo single, Zephyra mostra que são uma banda com a qual temos que contar no futuro!


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800 GONDOMAR - ÁLBUM DE ESTREIA "LINHAS DE BAIXO"

800 Gondomar apresentam o passo acelarado em as zonas seu álbum de estreia “Linhas não aconselhadas a turistas, a de Baixo”. questionar os passos que toma, as decisões que faz, aquiO primeiro longa duração do lo que vê. Uma ode à perda power trio de Rio Tinto sairá de um outro ser e, quem sabe, dia 13 de Outubro, em CD e da identidade do próprio. cassete, pelo Cão da Gara“Desmantela-se o amplificagem. dor. Assassina-se a guitarra. "A terra abriu e de lá jorrou Enfastia-se a bateria. Acidifica uma tríade a apontar directa-se o baixo. Desprograma-se mente na tua direção: 800 a rotina. (Des)afina-se para a Gondomar. E das profundezas destruição. Há aqui forças que do abismo trouxeram o seu não controlas e que te deixam primeiro longa duração, o sem dormir toda a noite - tens magnífico “Linhas de Baixo”. pesadelos com vozes dóceis e Uma ode ao jovem do Porto e psico-sexuais, distorções deseus subúrbios, a caminhar a moníacas sobre delicados arPag 06 Nov/Dez 2017

ranjos, uma garra no português que cospe e se sente na pele. Não há uma história que te passe despercebida e nas suas 14 histórias, corres de Cedofeita a Rio Tinto em 45 minutos. E é de tinto no copo e cigarro na boca que percorremos a Rua de Angola às 5 da manhã, de volta a casa." CJ “


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DOKUGA SYSTEMIK VIØLENCE MAKE PUNK RAW AGAIN // SPLIT 7” EP 2017 DOKUGA, a melhor equipe de demolição do Porto e SYSTEMIK VIØLENCE, os recém-chegados de Lisboa, unem forças para evitar que o punk caia na moda e seja inesgotável. DOKUGA apresentam o seu POISON IDEA WOLFPACK da feia loucura do punk venenoso e SYSTEMIK VIØLENCE mandou o seu culto ZOUO-CIMEX tão mal executado quanto em versões anteriores. Obtenha uma cópia enquanto você ainda pode provar uma parte daquela boa e velha "liberdade". Punk é um protesto!

Tracklist: A1 - Dokuga - Meio Morto A2 - Dokuga - Refluxo Moral A3 - Dokuga - Nada para sentir B1 - Systemik Viølence - F para Fake B2 - Systemik Viølence Dead Cop B3 - Systemik Viølence Metais Retardados Data de lançamento: 15 de novembro de 2017 Identificação do catálogo: RNR009 Gênero: Metal Punk Formato: 7'EP, vinil Limitação: 300 cópias


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IX O NOVO ÁLBUM DOS VEINLESS Veinless é uma banda de Almada caracterizada por um estilo Metal/Alternativo formada em 2003 por Paulo “Thrash” Gabriel na bateria, Kronos e Roger nas guitarras e Eddie no baixo. “Share the Guilt” Após várias atuações e um período de natural amadurecimento, em 2012 já com a entrada de António Boieiro para a voz a banda grava o seu primeiro registo. “Share the Guilt”, sete temas dos quais se destaca uma versão musculada do original dos Heróis do Mar, “Saudade”. Com este disco a banda entra em tour tocando em vários festivais de referência e simultaneamente compõe novo material com contornos mais extremos tanto em peso como em rapidez, assim como temas mais lentos e introspetivos, primando também por utilizar cada vez mais a língua materna com grande parte dos temas cantados em português. “IX” Em Abril de 2017 a banda lança o seu segundo trabalho de estúdio intitulado de “IX” sob o selo da NBQ Records. Nove temas originais em que a faixa homónima possui um poema baseado nas várias nuances deste número e oportunamente composta ritmicamente num 9/4. O eneagrama que surge na capa advém também dum símbolo de 9 pontas utilizado em diversas civilizações e que estuda os vários tipos de personalidade. O tema de abertura “Wake Up” é um apelo às

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mentes mais adormecidas e pretende acordá-las e espicaçar consciências com um ritmos mais rápidos de todo o disco após uma intro bem serena com o tema do Lago dos Cisnes a ser ouvido numa caixa de música. O primeiro single deste trabalho e segundo tema do disco, “Outra Vez” pode ser confirmado através dum vídeo, com realização a cargo de João Pina. O argumento, este, é protagonizado por uma fã da banda que se deixa adormecer e vive um sonho mais real do que seria de esperar. O disco encontra-se recheado de assertividade e questões pertinentes como o tema “Requerimento à Eutanásia”, uma carta real em que o autor que pede anonimato manifesta o seu desejo e reclama como seu direito que lhe seja permitido o recurso a este método como interrupção da sua própria vida em caso de se encontrar num estado vegetativo e de angústia sem que, então consiga verbalizar essa sua vontade. Existe também um tema bónus, “Drunk Nightmare” faixa do primeiro disco, captado ao vivo numa das fervorosas atuações da banda. Para além destes, e sem revelar muito mais deixando ao critério do ouvinte, o álbum pretende ser um tónico de temas bem diferentes e refrescantes do que se faz em Portugal dentro do género musical mais pesado. Disco captado por João Palma “Francês” e masterizado por Paulo Vieira. Ilustrações em geometria sagrada e capa são da autoria

do mestre na técnica de pontilhismo, Carlos Rodrigues “Índio”. Design e conceção gráfica, Paulo Gabriel e Alexandre Duarte. Foto, do único, Cameraman Metálico. De futuro e com a entrada de Alexandre Duarte para o lugar do baixo, a banda tenciona vincar ainda mais o seu lugar no panorama da música pesada em Portugal e no estrangeiro, encontrando-se altamente motivada para os novos desafios como a apresentação dos novos temas ao vivo e dedicar-se a novas composições para quebrar as barreiras do óbvio e desinquietar mentalidades.

https://m.facebook.com/ Veinlessband http:// www.metalsoldiersrecords.co m nbqrecords@gmail.com http://www.soundspread.pt/


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Affront: Lança Angry Voices O álbum “Angry Voices” do grupo Affront foi lançado oficialmente de forma independente em janeiro de 2017, nesses meses após o lançamento do disco, a banda vem recebendo críticas positivas do trabalho e alcançando visibilidade de produtores, mídias, fãs e gravadoras internacionais, que buscam uma aproximação direta junto ao trabalho da Affront.

rada por M. Mictian (Unearthly) vem se apresentando constantemente em vários festivais no país e atualmente prepara seu tour internacional para o ano de 2018.

Atualmente o Affront é formado por: Dentre as várias propostas surgidas nesse tem- M. Mictian: Vocal/Baixo po, o vocalista e fundador da Affront, M. Mictian, acaba de assinar com a gravadora francesa R. Rassan: Guitarra “PolyMorphe Recs” o lançamento do álbum “Angry Voices” em toda a Europa no mês de janeiro de 2018, incluindo duas faixas bônus e Thiago Caneda: Bateria um novo álbum que será lançado com exclusividade pela “PolyMorphe” em novembro do mesmo ano. Mais informações: Facebook: https://www.facebook.com/ https://www.youtube.com/watch? affrontmetal/ v=TbhhWkrS2fw

Affront é uma banda surgida na cidade do Rio de Janeiro que executa em suas linhas um Thrash/Death pesado e sombrio, a banda lide-

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O nome memorável desta banda vinda da Bulgária que nos apresenta um espetacular MELODIC THRASH DEATH METAL é de origem grega antiga e, literalmente, significa "medo do bem".

vezes e compartilhou o palco com atos bem conhecidos, como Arch Enemy, Dark Tranquility, Rotting Christ, Kreator, Vader, Immolation, Onslaught, Malevolent Creation, Pyogenesis, Gorgoroth, Sinister, Broken A EUFOBIA foi fundada em 2003 e nenhum mem- Hope, Dragonforce, bro da banda foi substituí- Eluveitie, Keep Of Kalessin, E-force, Negura Bundo desde então, o que é bastante raro de encontrar get, Suicidal Angels, bem como muitos outros granhoje em dia. des nomes. Esses músicos são, de Recentemente, a banda qualquer forma, uma formação própria. O som in- vinda da cidade de tenso e intenso de EUFO- Sofia publicou seu BIA, enfatizado, é tão indi- mais novo vídeo muvidual quanto interessante, sical para a música estruturado e cheio de va- "Graveyard" riedades, mesmo nas pas- "Graveyard" é retirasagens emocionais abisdo do seu terceiro álmais e maníacas. Cada bum auto-intitulado música dos caras, portan- "Eufobia", que foi puto, pode ficar completablicado em novembro mente por si só. de 2016. Até agora, a EUFOBIA to- Atualmente, a EUFOcou ao vivo mais de 180 (!) BIA está a escrever

novas músicas para o quarto álbum, que deverá ser lançado no início de 2018. EUFOBIA - online: Website: http:// www.eufobia.com/ Facebook: https:// www.facebook.com/ IncursedOfficial/ Youtube: https:// www.youtube.com/user/ YouEufobiaTube/


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Reportagem : Moonspell - Apresentação exclusiva do disco 1755 Por: Margarida Salgado

Como tem vindo a ser recorrente tivemos a oportunidade este ano de celebrar o Halloween com Moonspell e a possibilidade de ouvirmos o novo álbum, exclusivamente em português, 1755 ao vivo em primeira mão. Podemos logo perceber que este é um álbum extremamente concetual encontrando nos mais variadíssimos temas todo um contexto humano/filosófico relativo ao Terramoto de Lisboa. Já passava das 22:30h quando começamos a ouvir Em nome do medo numa versão orquestral e a “floresta encantada” no palco ganhou vida com a presença das “bruxas“. Logo se seguiram os músicos trajados a rigor e por fim, Fernando Ribeiro com uma máscara “Medico della Peste“, chapéu e botas. A receção foi feita por uma sala apinhada de “horns up”. A primeira música foi 1755 seguida por In Tremor Dei com a participação de Paulo Bragança vestido a rigor e a encarnando a sua personagem na perfeição. Um dueto de vozes que se complementam enriquecendo assim a música. “Em 1755 tudo estava bem até ao Desastre“. Vieram Abanão, Evento, 1º de Novembro. Foi feita uma comparação com a destruição atual dos fogos em Portugal. Em Ruinas tivemos uma bonita “chuva de cinzas” a contrastar com o “ mar negro ”

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de gente que participava gritando pela banda entre músicas. Muitos eram os que já tinham as letras na “ ponta da língua “. De seguida Fernando Ribeiro empunha um crucifixo que emite uma cruz numa luz vermelha com que vai “atingindo“ o público durante Todos os Santos. Para acompanhalo no tema Lanterna dos Afogados teve consigo uma candeia a iluminá-lo. E assim terminou a apresentação do novo álbum levando-nos a um breve intervalo para uma segunda parte que iniciou com Invaded seguida de Night Eternal. Para os que ainda não tinham conseguido memorizar as letras do último álbum, esta foi a altura em que podemos ouvir a voz de toda a audiência que já não parou mais de cantar até ao final do espetáculo. Voltamos a ouvir Em nome do medo com a participação de Rui Sidónio e o seu “fato de pintura”. Dois “animais de palco“ que por acaso são amigos e que quando se juntam agradam duplamente como se provou mais uma vez. Vampiria e Mephisto junt aram-se ao repertório e como não podia faltar, o nosso querido “hino“, Alma Mater. Para finalizar Full Moon Madness. Antes das formais despedidas, os Moonspell quiseram homenagear um fã que perdeu a vida num dos incêndios do mês

passado. Foi uma noite “ encantada “ onde foi contada uma história sobre a humanidade em geral e a tragédia de 1755 em particular. Poderia ter sido outra tragédia qualquer? Sim. Mas esta é a NOSSA história! Este Reportagem teve o apoio da Hinft WebZine. Fotos cedidas pela Joana M. Carriço da SFTD.


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Entrevista

No passado dia 30 de Setembro, aquando o concerto de Redlizzard, tivemos uma conversa bem disposta com os membros da banda.

SR: Gostaria que começassem por se apresentar. Elvis: Nós somos os Redlizzard, vai fazer 10 anos que andamos nisto e andamos com muito gosto pelo que fazemos e estamos cá para mais 10 se for preciso a fazer o que gostamos, pelo menos. SR: Começando mesmo do principio. Porquê Redlizzard? Foi só mesmo porque foi algo que vos soou bem ou há mais algum outro motivo? Elvis: Epa… essa pergunta já tem 10 anos. Vamos dar qual? Qual é a resposta que queres? (risos) Patrick: Queres a resposta oficial ou não oficial? (risos) Elvis: Nós somos uma banda que tem influências de 40, 50 anos, algumas até 60 anos e mais recentes também e achamos que Redlizzard era um nome que se enquadrava naquilo que as nossas influências são, a nível de sonoridade e nome de banda, para aquilo que pensávamos que queríamos fazer de início, a nível de som. Nós sempre quisemos fazer uma coisa: rock. Rock é muito abrangente, mas nós nunca nos limitamos a nada. Poderíamos ir para a esquerda, para a direita, para a frente, para trás, mas sempre dentro do rock e o nome da banda obrigatoriamente teria que ter a ver com isso. E Redlizzard, a nível de métrica e como soava, Pag 16 Nov/Dez 2017

encaixava naquilo que queríamos fazer. Gerson: Mas é engraçado porque quando entrei para a banda achava que era porque metade da banda era Sportinguista e a outra metade era Benfiquista. Eu estou no meio porque sou do Vitória de Setúbal. (risos) Rick: Essa é a versão simples. Cada vez que nos fazem essa pergunta temos sempre uma resposta diferente. É um mistério o nome da banda. (risos) Elvis: Até porque os fundadores da banda um era benfiquista e outro era sportinguista. Patrick: As pessoas começaram a questionar-nos isso e começamos a levar a cena para a brincadeira. Mas foi mera coincidência. Elvis: Acho que já demos umas 20 respostas diferentes a isso. (risos) Rick: Eu tenho uma teoria: todas as boas bandas têm um nome estúpido e é mais por aí. (risos) SR: E como começaram? Foram amigos que se juntaram? Foi algo ponderado? Patrick: Eu e o Ricardo já andamos há muitos anos juntos nisto, vai fazer 25 anos que andamos juntos tivemos várias experiências, uma cena mais alternativa, depois conheci o Elvis e começamos a trabalhar numas coisas e como é natural lembrei-me do Ricardo e puxei -o para isto.


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Elvis: Eu comecei em bandas de covers, mesmo no início dos anos 90, (91, 92), tocava em bares e isso, mas depois a minha vida, a malta com quem me dava não era tão ligada à música e acabei por me afastar um bocado. Entretanto conheci o Patrick, há cerca duns 16 anos atrás, mais coisa menos coisa e criou-se ali uma empatia e ele acabou por me convidar para voltar às lides. Antes de Redlizzard tivemos um projeto com cerca de um ano e depois mais tarde quisemos criar Redlizzard, a química já estava criada e funcionava e assim foi. Patrick: Foi então que puxamos o Ricardo para este projeto. Elvis: Eu pessoalmente já não conhecia ninguém da música em Almada, mas o Patrick disse logo que conhecia um bom baterista e lá teve que ser. (risos) Patrick: Entretanto arranjamos aqui a última aquisição (Gerson) há 3 anos atrás e tem sido uma boa aposta. SR: Sim, porque existe uma diferença quando a banda ainda está a ser criada e estão todos os elementos numa fase de adaptação e a banda já funcionar e ter a sua própria energia, certo? Gerson: Nisso eles deixaram- me muito à vontade. Eu senti-me como se sempre tivesse feito parte desta banda. Para mim tem sido uma excelente aposta. A nível de carreira, para mim como jovem artista também foi muito bom, devido à experiência que eles já tinham. Eu podia ter a formação que tinha a nível musical, ou seja eu tinha a teoria, mas eles tinham a prática, então eles é que me têm ajudado muito a crescer, não só como

músico ou artista, mas também como amigos que são, como família que são, porque esta banda é uma grande família. Eles são muito exigentes, o que é bom para mim que gosto de desafios, mas eu por outro lado como eles já andam nisto há muito tempo não deixo apagar a chama que eles têm, porque eles são excelentes músicos. Desde o início que me apaixonei pelo projeto e disse: não vamos deixar isto morrer. Pode custar um bocadinho no início e temos feito todos os sacrifícios necessários para isso, mas sempre disse que nós vamos conseguir levar isto para a frente, tenho fé neste projeto. E então cá continuamos e continuamos a lutar e não perdemos o foco. Patrick. Ele tem uma excelente voz e traz este “sangue na guelra” e esta energia e isso é sempre bom. Elvis: O Gerson entrou muito bem. Ele encaixa muito bem em tudo. Tanto a nível de ambiente, como a nível musical, a nível de composição, ele conseguiu entrar de uma forma muito natural e isso foi importante. Não houve nada forçado, zero. Nós demos-lhe o espaço dele, ele deu-nos o nosso espaço e correu lindamente. Patrick: Como dissemos no início, nesta banda nós não definimos limites, não há regras. A primeira coisa que fizemos ao Gerson foi: traz uma música tua. Sê tu, transforma as coisas que aqui estão, mesmo as que não foram cantadas por ti em coisas tuas.


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SR: A vida de músico não é fácil, pois não? Tem que se gostar e acreditar muito no que se está a fazer? Patrick: Nós crescemos todos aqui na Margem Sul, e somos todos músicos e todos já tivemos alguns projetos, vivemos naquela fase áurea musical. Rick: Cheguei a ouvir chamar Almada de Liverpool português. Patrick: Quando começamos à 10 anos atrás, essa fase já tinha passado. Isso causou algum impacto em nós que estávamos habituados a ter um ambiente completamente diferente aqui, mas tentámos ir á conquista do país, foi difícil, a tentar fazer o nosso melhor e há- de sempre ser uma luta. E já fizemos tudo e não esmorecemos e havemos de conseguir o nosso intuito. Há pessoas que gostam, há outras que não gostam, há quem fale bem e quem fale mal… Elvis: Acho que o nosso intuito e o mais importante é continuarmos a tocar e fazer aquilo que gostamos. Neste momento é praticamente à nossa conta. Pagam-nos sim, é verdade, em algumas situações. Mas nós gostamos do que fazemos. Patrick: Não é fácil ter um emprego “nine to five” e depois ir ter ensaios até às 4h da manhã. O Gerson pela primeira vez está a experimentar isso. SR: Como é para vocês tocar em Almada? Patrick: Tocar em Almada é sermos recebidos

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em nossa casa. Rick: Acresce sempre uma responsabilidadezinha maior. Almada sendo a terra de músicos que é há sempre aquela sensação… Antigamente, há uns 15 ou 20 anos atrás, quando vinhas tocar em Almada ninguém se mexia. Estava todos de braços cruzados a olhar para ti. Porquê? Porque a plateia toda eram músicos. Hoje em dia isso já está um bocadinho diferente, infelizmente. Mas tocar em Almada é sempre especial para nós. Patrick: A nossa geração esmoreceu, depois muitos já não gostam da mesma coisa que nós… SR: E tocar em Almada comparativamente a tocar com Bom Jovi para aquele “mar” de gente? Rick: A responsabilidade é a mesma. Estejam 3 pessoas ou 70000, a responsabilidade, a atitude é a mesma. A grande diferença é quando sobes ao palco tens uma “ parede de som ”. É giro. Patrick: É uma experiência enriquecedora, uma experiência de vida. Mas infelizmente a nossa realidade não é essa.


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SR: E em termos de empatia com o público? Rick: A energia é diferente, claro. Patrick: A sensação que tivemos no dia e na altura foi que tivemos um bocado de sorte porque apanhamos uma fase em não havia muitos concertos aqui em Portugal e naquele dia toda a gente estava lá. Pensávamos que íamos tocar para 20000 pessoas (o que já é um feito), que chegávamos lá e não estava lá ninguém, aquelas coisas normais… e para nosso espanto quando começamos a tocar o público estava até perder de vista. As pessoas foram todas para lá, queriam ver concertos e festejar e tivemos sorte nesse sentido, das pessoas estarem com esse espírito. Muita gente viu-nos e gostou. SR: Acham que esse concerto deu um impulso à vossa carreira? Patrick: Acho que foi o contrário, acho que passámos uma fase completamente oposta. Houve uma retração em relação a isso. Não fomos tocar com Bon Jovi nas mesmas condições que muitas bandas vão tocar a abrir concertos para outras bandas internacionais. Existe muita influência neste meio e se não conheceres ninguém não fazes nada. Elvis: Houve um concurso e o que nós acabámos por perceber foi que foi o management de Bon Jovi que nos escolheu. Tu tens concertos grandes com muitas bandas a tocar fora de contexto só porque as querem promover. Não é que as bandas não tenham mérito, como é óbvio, mas acho que deveria manter-se um contexto. Rick: Mesmo no próprio dia o nosso maior apoio foi sem dúvida os Bon Jovi e todo o seu staff. Elvis: Mas foi bom no aspeto de haver muita gente que nos ficou a conhecer. Ganhámos muitos fãs, eu comecei a aperceber-me disso nas redes sociais e isso foi sem dúvida a parte mais positiva. Patrick: No fundo a música é isso, o que interessa são os fãs.


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Elvis: Foi divertido, foi ótimo conseguirmos tocar para 56000 pessoas que aderiram. Conseguimos puxar pelas pessoas, pôr toda a malta a bater palmas. Isso é um marco da nossa história, foi bom termos tido a oportunidade de fazer isso, que muitas bandas portuguesas não têm, infelizmente. Nós tivemos essa oportunidade e para nós acho que foi positivo. Faz parte do nosso percurso mas continuamos a lutar e a trabalhar. SR: Em termos de músicas? Há pedidos especiais pelo público ? Patrick: O público tem a tendência para as mais conhecidas, obviamente. Elvis: Coisas mais antigas, principalmente. SR: E são as que gostam mais de tocar ou já estão um bocadinho “ cansados ”? Patrick: Sabes que a gente nunca toca duas vezes quase da mesma maneira. A gente revisita as coisas e agora fazemos acústico e depois quando voltamos para o elétrico já estamos a mudar coisas. As interpretações agora com o Gerson também são diferentes. Quando ele entrou foi logo uma “ lufada de ar fresco “. Ainda agora a preparar este concerto já mudámos coisas outra vez. Elvis: São vozes diferentes, são registos diferentes, podemos experimentar outras coisas. SR: E em termos de composição e letras quem trata disso? Todos: Todos!! Patrick: Aqui é sempre a ideia do trabalho de grupo. Tudo sentado, tudo a trabalhar sobre as coisas… Elvis: Todos responsáveis, corra bem ou mal. SR: O que podem contar sobre o novo álbum? Rick: Temos 7 músicas quase prontas, estamos a gravar mais 3… SR: Vai ser quantas faixas? Já sabem? Rick: Não, o número ainda não está fechado. Isto é a vantagem de fazer as coisas com calma. SR: E vai ser físico ou só download? Patrick: Por enquanto ainda vamos fazer alguma quantidade de discos físicos, não muita porque não tem grande saída hoje em dia, acabam por servir apenas e bem para oferecer e para fazer algumas FNACS.

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SR: E data de lançamento? Patrick: Estamos a pensar lançar o single no início do ano, estamos a falar nisso. SR: Como classificam o vosso som? Elvis: Acima de tudo, rock. Temos coisas mais alternativas, temos o rock clássico, mas o denominador comum é aquele rock básico, clássico, não vale a pena complicar. Ao início notava-se mais as influências, hoje em dia tocamos mais para nós, são coisas mais nossas. SR: Para terminar, qual a mensagem que gostariam de passar aos vossos fãs ou aquela mensagem que dão mais ênfase quando atuam ou aquele apelo que vocês gostariam de transmitir? Elvis: O público português como acontece fora daqui, deveria apostar mais nos concertos de “ underground ” . Rick: Era isso que ia dizer. É preferível dar 5 “paus” e ver 2 bandas ao vivo do que dar 5 “paus” para ver um “ gajo ” que nunca viste na tua vida, ouvir musica que nunca ouviste na tua vida, nem nunca mais vais ouvir. Só porque é o sítio da moda. É que nunca sabes, podes até descobrir a tua banda preferida, ao virar da esquina. Patrick: Há que acreditar mais naquilo que é nosso e é feito cá. Gerson: Gostaríamos também agradecer aos nossos fãs e amigos, que se não fossem eles a darem- nos força, isto não faria sentido. Não desistam de nós porque não também não vamos desistir. Elvis: E agradecer a vocês e ao vosso trabalho de nos tentarem ajudar e incentivar. Vocês podem, conseguem, para nós é muito importante o vosso trabalho. SR: Obrigada! Entrevista de : Margarida Salgado Fotos de : Pedro Fernandes


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Entrevista: The Black Capes Por: Paula Antunes

Hintf: Quem se encarrega das ideias conceptuais da estrutura principal da sonoridade dos The Black Capes?

Hintf: Como pergunta de arranque, comecem por nos falar um pouco da história por Alexander: Não há ninguém encarregue atualtrás de The Black Capes e o porquê da es- mente. Todos partilhamos da mesma visão colha deste nome pra a banda… obscura. Apenas nos completamos uns aos outros quando se trata da nossa música. Eu Alexander: Bom com os Capes quisemos dar posso dizer que sou muito sortudo por ter a nova vida ao género rock gótico. Pusemos al- confiança dos meus colegas de banda no que guns elementos novos aqui e ali e fizemo-lo diz respeito às letras e ao falar sobre tudo o soar fresco para trazer novos ouvintes para es- que me tortura a mente. te género. Quanto ao nome, quando queres reintroduzir algo tens que ir até às suas ori- Hintf: ‘All These Monsters’ é o vosso álbum gens. Na primeira canção de rock gótico (Bela de estreia, uma firme e enérgica peça de Lugosi’s dead - Bauhaus) as primeiras letras rock gótico, querem falar um pouco mais são “White on white translucent black capes sobre este álbum? (branco sobre branco translúcidas capas negras) ”, referindo-se às capas dos vampiros. E Alexander: O objetivo era como soaria o rock desde aí somos amantes da cultura vampírica gótico se saísse hoje. “All these monsters” é e encontramos o nosso nome escondido nes- um álbum tanto para os ouvintes góticos tradisas linhas. cionais e tanto para os que estão mais imersos no rock/metal moderno. A mixagem e a produHintf: Podem revelar-nos as vossas princi- ção foram feitas nos Estados Unidos pelo Pete pais influências seja na música nas artes Rutcho (Parkway Drive, Falling in Reverse, Devisuais? ez Nuts etc.) enquanto o artwork foi criado pelo Seth Siro Anton (Paradise Lost, Moonspell, DaAlexander: Tudo o que seja escuro ou românti- goba, Nile etc.). Tematicamente, fala sobre co é uma influência para os The Black Capes. monstros e amores e tem uma intensa vibraDesde os Type O Negative a Fields of the Ne- ção de horror nele. philim e de Tim Burton a Alfred Hitchcock. Não há uma revelação das nossas influências, pelo contrário, estas são muito óbvias. Pag 22 Nov/Dez 2017


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Hintf: Como tem sido a reação dos fãs respeita a promoção da banda e do e da Imprensa até agora ao disco? novo disco?

Alexander: A Imprensa ficou bastante entusiasmada com o álbum. Até agora tem sido muito simpáticos, desde as grandes revistas às pequenas zines. É como se estivessem estado à espera de algo como isto desde há algum tempo e agora finalmente saiu. Agora os fãs são espetaculares, temos estado em bandas quase desde sempre e nunca esperámos uma reação tão calorosa como esta para uma banda que é estreante.

Alexander: Escuras vibrações certamente. E muita energia, nós adoramos estar em palco. Para a promoção do disco vamos fazer alguns espetáculos pela Europa este Outono e tentar estar em alguns festivais ao longo do Verão.

Hintf: Deixem uma mensagem para os nossos leitores e vossos apoiantes… Obrigado por nos deixarem partilhar convosco as nossas visões obscuras e por todo o vosso apoio. Vocês são o que faHintf: O que podemos esperar de atu- zem esta escura viagem valer cada seação ao vivo dos The Black Capes? gundo. Como está a vossa agenda no que Obrigado Paula.


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No passado dia 30 de Setembro o Cine- In- de de ouvir alguns do novos temas para crivel abriu as suas portas para um concerto grande satisfação dos presentes. Tivemos composto por duas bandas. ainda um momento acústico onde podemos confirmar mais uma vez, Gerson como uma A primeira banda foram os nossos vizinhos excelente escolha. Foi um concerto intimista espanhóis, Alustyza que celebraram este e bastante familiar em que todos ouviam ano os 7 anos de banda e que se encontram atentamente e com bastante satisfação o dea preparar um novo disco. Apesar de apenas sempenho da banda, havendo também muiterem estado presentes 3 membros da ban- ta participação. A banda continua o seu trada, a mesma não quis deixar de aceitar o balho em estúdio, adiantando que talvez convite e aproveitar esta oportunidade de vir possa surgir um novo single no inicio de a Portugal. Não obstante para quem não sa- 2018. Espera-se ainda uma actuação para o bia que faltavam membros à banda também final do ano, também em Almada, perto do não se apercebeu devido à sua prestação seu aniversário, onde poderemos ter alguexemplar. Ficamos a pensar como poderia mas novidades. ter sido com a banda completa. Depois de uma longa ausência e concebendo o seu novo álbum, eis que Redlizzard voltam às origens no primeiro concerto do ano. Com o seu rock muito próprio, animado e despretensioso, ( relembra-nos o porquê da nossa grande empatia pelo género ) e a postura madura de quem tem um histórico de 10 anos, que se traduz numa prestação muito sólida e actuação consolidada. Tudo flui de forma espontânea com Redlizzard em palco que muito se deve à cumplicidade existente entre os seus membros. Nesta actuação tivemos a oportunidaPag 28 Nov/Dez 2017


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Reportagem REDLIZZARD no Cine Incrivel


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Solitary Ritual

Ritual Solitário é um projeto de um homem só, vindo da Grécia, criado por Giorgos Triantafyllou, que viveu em várias partes da Grécia nos últimos anos, devido aos requisitos do trabalho. Como é uma banda de um homem só, não se pode dar uma data de formação exata, mas o trabalho no primeiro álbum auto-intitulado da "banda" começou em 2014 e foi lançado em 20 de agosto de 2017, no Bandcamp. É um álbum de metal experimental / progressivo, que não cai exclusivamente em um ramo específico de metal, mas incorporando muitas influências de vários gêneros e outros tipos de música também. Todos os instrumentos utilizados no álbum são sons vst sintéticos, exceto os vocais. As letras do álbum são todas inspiradas por experiências pessoais e lidam principalmente com questões pessoais, pontos de vista sobre questões sociais e / ou assuntos / conPag 32 Nov/Dez 2017

ceitos filosóficos, tentando conscientemente possuir uma "qualidade poética" ao mesmo tempo. Giorgos Triantafyllou comenta: "Ouvir música foi o meu passatempo favorito, desde que eu me lembro de mim como pessoa. Eu tenho escrito música (não publicada) por muitos anos, mas foi relativamente recente que eu tomei conta de qual direção exatamente eu queria para a minha carreira. Meu objetivo com este disco foi simplesmente me expressar musicalmente e liricamente. Musicalmente, eu escuto muitos tipos diferentes de música, mas o metal é o que eu mais identifico. Tentei criar um álbum de metal Isso também incorporaria elementos de outros estilos de música, todos passavam por um "filtro de metal", algo diferente e pessoal. Liricamente, sempre vi a música co-

mo uma ótima maneira, senão a melhor, de expressar suas emoções e visões em uma maneira que toca a parte interna de outra pessoa e faz com que ele se sinta mais em contato com eles, perceba o mundo ao seu redor de uma maneira melhor e se sente "aliviado", em certo sentido, que também há outras pessoas que têm pensamentos e sons como eles fazem. Houve muitas músicas de outras bandas e artistas que me tocaram pessoalmente, que as percebi como se estivessem a ser escritas para mim, de certa forma. Seria gratificante para mim saber que outras pessoas se identificam com o que criei, da maneira em que me identifiquei com as criações dos outros no passado e no presente (e espero que no futuro também) ".


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Bullet-Proof

Forsaken One

Após várias mudanças de linha, Max Pinkle (gtrs) e FedeDividido entre a Itália e a Eslo- rico Fontanari (baixo) se junváquia, os thrash metallers tam à banda. Forte desses Bullet-Proof lançaram seu se- dois membros, o combo comegundo álbum "Forsaken One" ça a trabalhar na gravação e via Sleaszy Rider em formato lançamento do seu primeiro digital em abril passado. O ál- álbum via Sleaszy Rider Rebum agora está disponível em cords em 2015. CD. "De-Generation", este é o no-

vai para o estúdio de gravação "Music Ink" de Arona (IT) e sob a orientação de Federico Pennazzato, vão trabalhar 9 faixas para o novo álbum chamado "Forsaken One", que foi lançado no dia 24 de abril, novamente via Sleaszy Rider Records. Forsaken One agora está sendo promovido em toda a Europa.

BIO:

Alinhamento:

me do registro de estréia, e é desde o início, um excelente BULLET-PROOF nasce de trampolim para o combo. seuma idéia de Richard Hupka (vox / gtrs) em 2014. A banda gue-se uma atividade muito intensa ao vivo em muitos esfoi completada por Lukas pectáculos italianos e euroHupka (filho de Richard) na bateria e Diego Polli no baixo. peus, incluindo festivais importantes como Rock Im Ring A banda imediatamente pre(Renon, IT), e vários concertos tende fazer música poderosa e com nomes como Testament, rápida, de acordo com os dita- Raven, Graveworm e In Flames da velha escola america- mes, para citar alguns. na (Megadeth e Testament on Terminou o círculo de datas, a all) com uma referência clara para um componente agressi- banda não tem intenção de vo, para a cena teutônica, mas deixar de estar presente. Em janeiro de 2017, Bullet-Proof mantendo fortes melodias ao mesmo tempo.

Richard Hupka-gtrs, vocais Max Pinkle- gtrs Federico Fontanari- bass Lukas Hupka-tambores

Álbum "Forsaken One" Etiqueta: Sleaszy Rider Records Data de lançamento: 24/04/2017 Gênero: Heavy / Thrash


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Legendry - The Dungeon Crawler Novo álbumcompleto de verdadeiro Epic Heavy Metal. Apresentando canções baseadas nas histórias curtas de Robert E. Howard e histórias estranhas originais contando a história de um aventureiro conhecido apenas como o Dungeon Crawler. Este álbum contém 7 músicas originais e uma capa do misterioso Lord of the Crimson Alliance! Para os fãs de Manilla Road, Brocas Helm e Cirith Ungol! Peguem nas vossas espadas e entrem no Heavy Metal Adventure!

Attick Demons – Let's raise hell ATTICK DEMONS é uma banda portuguesa de heavy metal que o levará aos velhos tempos da New Wave of British Heavy Metal com um pequeno toque do som de heavy metal de hoje. Eles vieram com a força de força dos demônios ... com fome de conquista, a caminho do sucesso.

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VANDROYA: "THE PATH TO THE ENDLESS FALL" A banda de metal progressivo com uma grande voz feminina VANDROYA acaba de lançar um video musical para "The Path To The Endless Fall", o segundo single de seu novo álbum "Beyond The Human Mind". O álbum está disponível agora através de Inner Wound Recordings na Europa e América do Norte e através da Bickee Music no Japão. Com uma influência progressiva mais evidente, mas sem desistir do peso e virtuosismo do poder do metal, o novo álbum traz uma banda mais madura, um som mais equilibrado e reflete a evolução técnica e artística dos músicos desde o álbum de estreia "One".

O conceito do álbum gira em torno da caminhada que todos atravessamos em busca da plenitude e da paz interior. A obra de arte do álbum é criada por Felipe Machado Franco [Blind Guardian, Rhapsody of Fire, Iced Earth]. Dirigido pelo vocalista Daísa Munhoz, Vandroya está pronto para dar o próximo passo e marcar uma posição mais forte na cena metalcom "Beyond the Human Mind". "Beyond The Human Mind" track listing 01. Columns Of Illusion 02. The Path To The Endless Fall 03. Maya 04. Time After Time 05. Last Breath 06. I'm Alive 07. You'll Know My Name 08. If I Forgive Myself 09. Beyond The Human Mind


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Review:

Banda: Moonspell Titulo: 1755 Editora: Napalm Records Data de Lançamento: 03.Novembro.2017 Representantes máximos do Metal Nacional – com este designativo – desde 1992, os Moonspell estão de volta com o intrépido “1755”, o terceiro longa duração com o selo da Napalm Records. A intrínseca sonoridade do quinteto de Lisboa foi enriquecida com arranjos orquestrais e coros, facultando um som majestoso a fazer lembrar uma trilha sonora de um filme simultaneamente épico e dramático. Liricamente fundamentado no devastador terramoto que ocorreu a 01.Novembro.1755, ocasionando a destruição quase completa da cidade de Lisboa, este trabalho aufere outra grandiosidade porque é totalmente cantado na língua de Camões.

Lisboa da época. A agressividade do timbre do vocalista Fernando Ribeiro contrasta na plenitude com o fadista convidado Paulo Bragança em “In Tremor Dei”, conferindo um dinamismo único ao tema. Por entre variados momentos de eleição ao longo dos quarenta e oito (48) minutos, o epílogo com a cover “Lanterna Dos Afogados” dos Brasileiros Paralamas Do Sucesso soa muito melhor com esta nova aparência sonora. Independentemente do destino dos Moonspell, o sucessor de “Extinct” (2015) é definitivamente um marco histórico na sua carreira, e para todos os representantes do movimento em Portugal. É caso para dizer: O que é Nacional é (mesmo) muito BOM!!!

A habituação do ouvinte é espontânea, apro- Pontuação: 9,5/10 vando a versatilidade da banda que soube Por: Sara Vanessa aproveitar a diversidade cultural existente na Pag 36 Nov/Dez 2017


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Review:

Satanic é uma banda canadense death/thrash metal criada em 2010 que lançou (originalmente no final de 2016, de forma independente e agora em grande escala com com a Brutal Records) o seu primeiro álbum Architecture of Chaos. Este álbum é composto de 8 faixas claramente influenciado pelo old school das décadas de 80/90 com uma mistura bem equilibrada de death e thrash. A sonoridade é crua, primitiva e intensa. Temas como guerras, satanismo e conspirações mundiais são abordados ao longo deste 40 minutos de forma agressiva e devastadora, com melodias e riffs poderosos. Mephistophelian faz a “ apresentação “ e mostra-nos até onde esta banda nos pode levar. Armageddon é outro tema impossivel de se ficar indiferente. Destaque ainda para Processing the Undead e Architecture of Apocalypse. Posto isto, aguardaremos com expetativa por trabalhos futuros da banda de “ 3 almas malvadas obcecadas com o metal“.

Elementos da banda: Zack - baixo e voz Gogol - guitarra e voz Marty - bateria


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Review: Banda: Dawn Of Disease Titulo: Ascencian Gate Editora: Napalm Records Data de lançamento:11-Agosto-2017

essência, e uma execução técnica precisa. Presentemente com uma regularidade editorial anual, os Dawn Of Disease comprovam que a fonte de inspiração do Melodic Death Metal ainda não secou.

Os Germânicos Dawn Of Disease estão de regresso com o quarto álbum de originais "Ascencian Gate", um (1) ano após a edição 8,0/10: de "Worship The Grave" (Jun.2016), e oito Por: Sara Vanessa (8) meses depois do lançamento da compilação "Legends Of The Unrotten" (Dez.2016) com o carimbo da anterior editora NoiseArt Records. Ao longo dos quatorze (14) anos de sobrevivência, com um hiato de dois (2) resolvido em 2009 pelo co-fundador // vocalista Tomasz Wisniewski, o quinteto provindo de Osnabrück, Lower Saxony não surpreende, mas também nunca decepciona os fieis sustentando uma constância encantadora. Os Dawn Of Disease desenvolveram uma harmonia maioritariamente equilibrada que por vezes sofre ofensivas brutais com influentes blast beats. Os solos de guitarra melódicos e magnéticos em discordância com as vozes guturais certificam alguma hostilidade, peso, simetria, e determinação á estrutura musical.

Inspirado, segundo os próprios, por "dias sombrios de Outono e a pura escuridão infindável do Inverno", e com o compromisso de ocasionar "dias muito quentes de verão", a promessa foi literalmente cumprida. Para além da sua singularidade, "Ascencian Gate" é um registo que manifesta densidade, Pag 38 Nov/Dez 2017


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Review:

Banda: DEVANGELIC Titulo: Phlegeton Editora: Comatose Music Data de Lançamento: 27.Out.2017 Disciplinados por um estilo em evidente ascensão, os Italianos Devangelic vão publicar no final deste mês o segundo álbum de estúdio crismado "Phlegeton". O descendente de “Ressurection Denied” (2014) sustenta a mesma morfologia, mas enriquece a heterogeneidade das composições. Por toda a sua extensão perto dos quarenta (40) minutos desmembrados por dez (10) injuriosos e opressivos temas, o quarteto original de Roma // Lazio não facilita a respiração do destinatário á medida que o seu crânio é esmagado violentamente. Com um desígnio muito claro de atormentar a alma dos destemidos auditores, o tema “Wretched Incantantions” poderia nitidamente fazer parte da trilha sonora de um qualquer filme de terror. Baseado na obra literária "Inferno", respeitante à trilogia "Divina Comédia" do escritor, poeta, e político de Florença Dante Alighieri, a novidade sonora "Phlegeton" enquadra brilhantemente as vozes guturais e absolutamente maquiavélicas. A debitar genuinamente Brutal Death Metal há cinco (5) anos, os Devangelic não simbolizam originalidade, mas conseguem seduzir a fanbase dos Disgorge ou mesmo Cannibal Corpse. Pontuação: 6,5/10 Por: Sara Vanessa


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METALMESSAGE P.O. Box 11 12 D-86912 Kaufering Germany http://www.metalmessage.de/


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Em 2014, deleitaram os fãs da melodica enfatizada EPIC VIKING METAL com seu aclamado álbum "Elderslied" .

igualmente surpreendente e original capa A-ha do chartbreaker "Take On Me", mostram uma formação completamente inutilizada e persistentemente com fome. INCURRED também liberam grandes vazamentos de energia em 2017! Para a música Fear A 'Bhata, INCURSED adaptou o tema básico musical de uma música folclórica gaélica do final do século 18. O refrão é apresentado em idioma original.

Agora, os mestres bascos INCURSED retornam com um EP excepcionalmente bom e um álbum nutritivo, pelo qual o estilo típico da banda O logotipo da banda modificada - na ortobrincalhão pode ser representado otimagrafia cirílica - sobre "A aliança eslava" é mente. um homenaje corajoso do grupo basco astuto para uma turnê na Ucrânia, que foi Oficialmente, "The Slavic Covenant" foi lançado em 31 de julho de 2017. lembrada como uma experiência maravilhosa. Este EP serve como um prenúncio para o novo álbum de estúdio "Amalur" , que foi INCURSED financiado pela banda com uma campanha Banda: Base: Bilbao, Biscaia • País Basco de crowdfunding. O lançamento oficial de "Amalur" foi em 25 de setembro. Gênero: Metal Epic Viking As cinco composições mercuriais sobre "The Slavic Covenant" , incluindo a

Título:

Amalur / A Aliança Eslava

Formato:

Álbum + EP


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Classicos do Rock Português Os Aqui d'El-Rock foram a primeira banda Punk portuguesa, formada em Lisboa no ano de 1977. O colectivo lisboeta formou-se em 1977 com Zé Serra na bateria, Fernando Gonçalves no baixo, Alfredo Pereira na guitarra e Oscar Martins na voz e guitarra. A banda, conhecida por ser uma das pioneiras do chamado boom do rock português, estabeleceu um marco de viragem na história da música portuguesa ao se tornar na primeira banda Punk nacional a gravar um disco, em 1978, tendo como apresentação o célebre single Há que violentar o sistema, que inclusivamente daria origem aquele que é um dos primeiros vídeo-clips portugueses, produzido pela RTP. Em 1979 os Aqui d´el Rock editam um novo disco cujo single é o mítico tema Eu não sei e no mesmo ano efectuam a 1ª parte do primeiro concerto de uma banda punk estrangeira em Portugal, os Eddie and Hot Rods no Coliseu de Lisboa. No ano seguinte Alfredo Pereira abandona a banda entrando para o seu lugar Carlos Cabral (guitarra eléctrica) e Alberto Barradas (guitarra eléctrica e voz secundária). Em finais de 1981, os Aqui d´El-Rock modificam o seu nome para Mau-Mau, numa altura em que a banda procurava novos caminhos e evoluía musicalmente para uma sonoridade New Wave. Desta necessidade natural, que procurava também a libertação de um certo estigma que ligava a banda apenas ao movimento Punk, foi editado um single: Xangai / Vietsoul, este último tema (cantado em inglês) que contou com a participação do guitarrista João Allain, da Go Graal Blues Band. Em 1982 a banda termina, mas fica para a posterioridade como um foco de inspiração de muitas bandas Punk nacionais que lhe sucederiam, deixando assim um importante legado que se encontra também patente nas versões feitas recentemente por alguns grupos, como é o caso da célebre banda punk brasileira Ratos de Porão que em 2001 grava um cover do tema Eu não sei. Algumas canções da banda integraram também colectâneas revivalistas, como é o caso da inclusão de três temas da banda na colectânea portuguesa Grande Geração do Rock(1997) e mais tarde, em 1998, quando dois temas da banda são incluídos na colectânea Killed by death, vol. 41, onde figuram conhecidos nomes do movimento Punk internacional.[2]

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Aqui d’el-Rock II (2008–09) Em 2008 dois dos elementos originais dos Aqui d´elRock, tentaram criar uma segunda "dinastia" da banda sob o nome "Aqui d´el Rock II", que juntaria a esses dois elementos fundadores, Oscar Martins (vocalista) e Zé Serra (bateria), novos músicos. Desta formação fizeram parte João Damásio (guitarra e voz de apoio), David Amaral (guitarra e voz de apoio) e Katy (voz de apoio). De Outubro de 2008 a Junho de 2009, os Aqui d´el Rock II ensaiaram e gravaram novas versões de 4 temas originais dos Aqui d´el-Rock, tendo ainda começado a trabalhar em esboços de novos originais. Alguns destes elementos (J. Damásio e Katy) participariam também em gravações em estúdio de 3 temas para outro projecto de Zé Serra e Oscar Martins, intitulado "ha alma". Contudo, esta nova formação nunca chegaria a tocar ao vivo, tendo os Aqui d´el Rock II terminado oito meses depois do início dos trabalhos.

Discografia •

Há que violentar o sistema/ Quero Tudo (Single, Metro-Som, 1978)

Eu não sei/ Dedicada (a quem nos rouba) (Single, Metro-Som, 1979)

Grande Geração do Rock (colectânea, Metro-Som, 1997)

Killed By Death (LP, colectânea, Redrum Records, 1998) Brava Dança (2006) – ‘’A canção Dedicada (a quem nos rouba) é incluída na banda sonora do documentário de Jorge Pereirinha Pires e José Francisco Pinheiro sobre a banda Heróis do Mar’’. Há que violentar o sistema (EP, Rave Up Records, 2007) – ‘’Lançado em comemoração dos 30 anos de existência da banda’’ Como Mau-Mau[ Xangai/Vietsoul (Single, Rotação, 1982)

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BIOGRAFIA :

Precursores da música Industrial no nosso país, os Bizarra Locomotiva são hoje a principal referência do género no panorama musical Português. A sua história remonta a 1993, quando Rui Sidónio (voz) e Armando Teixeira (voz e maquinaria) formam uma banda com vista a participar no Concurso de Musica Moderna da Câmara Municipal de Lisboa, um evento importante, de âmbito nacional, que já havia dado a conhecer grandes talentos. Esse seria também o caso dos Bizarra Locomotiva que, vencendo o concurso vêm as portas abrirem-se e participam no conceituado festival francês Printemps de Bourges, em 1994. O ano de 1994 revela-se profícuo em lançamentos: Abril o mes escolhido para o álbum de estreia homónimo, sucedido em Novembro de, First Crime, Then Live. O disco estava organizado em duas partes, uma gravada em estúdio e cantada em inglês, e a outra gravada ao vivo em Franca e voca-

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lizada em Português.

vertente estética assume, de igual modo, importância Miguel Fonseca (guitarra acrescida: o conceito lírico e Thormenthor, Mofo, Plastica) musical transposto para o vem, entretanto, reforçar o palco, no qual Rui Sidónio sai line-up, contribuindo decisiva- do interior de um "casulo", na mente para o crescimento do abertura dos espectáculos, colectivo. simbolizando o nascimento Após participarem na 7ª Bie- da Besta. nal de Jovens Criadores da Europa Mediterrânica, os Bi- Em 2002, regressam com zarra Locomotiva empreenHomem Maquina, um novo dem uma bem sucedida tour- CD conceptual que, de algum née nacional. O expoente modo, da continuidade ao anmáximo no que aos espectá- terior. A Humanidade uma culos ao vivo diz respeito, to- vez mais objecto de critica davia, alcançado em Agosto feroz, pois, embora tenha cride 1997, quando actuam no ado as máquinas, a elas culFestival Sudoeste, no âmbito pabiliza por todos os males à da promoção ao EP Fear face da Terra. A fronteira enNow, a par de bandas como tre Homem e máquina esvaos Marilyn Manson e Blur. nece-se. A máquina humaniza-se, o Homem maquina-se. Bestiário, de 1998, constitui o A par do álbum, um novo álbum-paradigma do grupo. conceito estético e de especAssentando no conceito "O táculo elaborado, desta feita Homem Besta e a Besta Ho- envergando a banda fatos mem" - através do qual recri- que simbolizam o Homem am figuras mitológicas que Maquina. Rui Berton junta-se retrata metaforicamente o ao colectivo bizarro na bateHomem, o disco evidencia ria. uma abrangência musical mais ampla, acolhendo novos ambientes e sonoridades. A


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Com o ano de 2004 a chegar ao fim, a Bizarra Locomotiva entra em mais uma estacão, num regresso a sonoridades mais cruas que tinham sido intencionalmente negligenciadas no anterior registo retomando a raça pura do Rock industrial. Nesta nova paragem ferroviária os gritos regressaram quase em omnipresença. "Ódio" o 1º trabalho gravado pela formação actual, que já tinha estado em palco a pro-

mover o anterior "homem máquina" e onde o papel de compositor musical principal e produtor passa para as mãos de Miguel Fonseca e as líricas para o subconsciente de Rui Sidónio num resultado explosivo e feito para ruir os palcos á passagem da Locomotiva, partilhando-os com bandas como os Young Gods. Com 20 anos de existência este projecto conta com uma carreira invejável no panorama nacional com 9 discos

editados e com uma platina aquando a participação no tributo aos Xutos e Pontapés com o tema “Se me amas”. A actuação da banda no festival Super Bock Super Rock 2006 ao lado dos Korn e dos Soulfly, foi a consagração, deixando toda a gente boquiaberta com o poder da Bizarra Locomotiva confirmando ser o expoente máximo da música industrial em Portugal e marcando com impacto para uma vida sempre quem vê os seus espectáculos. Liderando a locomotiva está Rui Sidónio - um dos mais carismáticos gritadores portugueses de sempre a que ninguém fica indiferente ao ver as suas prestações contagiantes em palco. 2009 a 2014 foram marcados pelo álbum mais negro de sempre da história do Rock Português. Aclamado pela crítica, álbum do ano em vários escaparates, com prefácio do escritor consagrado internacionalmente José Luís Peixoto, o novo “Álbum Negro” é o mais sombrio, pesado e denso trabalho da já longa carreira da banda contando com um convidado muito especial – Fernando Ribeiro dos Moonspell, passageiro assíduo de longa data desta Bizarra Locomotiva.


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BIOGRAFIA :

Evento de lançamento de Álbum Negro esgotadíssimo deixando uma fila enorme de passageiros por entrar tem sido exemplo em quase todas as estações por onde passa a Bizarra Locomotiva, já considerada uma banda de culto a par dos Mão Morta por levar sempre atrás de si uma dedicada legião de fãs autoproclamados de “Escumalha”. O carismático Alpha junta-se ao colectivo bizarro no controlo da sala das máquinas. Já com mais de 30 datas da Tour Álbum Negro por estradas de Portugal tendo maior destaque a passagem pela F.I.L. na celebração do Dia do Metal como convidados especiais dos Moonspell, também pelo Coliseu do Porto como convidados dos Fields of The Nephilim e a celebração dos 20 anos da banda no emblemático Ritz Clube. ”Mortuário” é o título do novo álbum da Bizarra Locomotiva para 2015. Um disco conceptual que começa por entrar para a história da música como sendo a primeira ópera industrial de sempre a nível mundial. Com este principal conceito, “Mortuário” transpõe em particular a essência teatral das Pag 46 Nov/Dez 2017

produções ao vivo da banda para um álbum de estúdio. Chegando a serem usados samples do próprio público na composição dos novos temas. Na parte lírica, os poemas são inspirados no estado da nação, na depressão global, na manipulação religiosa, e como esta nova ordem mundial nos afecta a todos levando-nos a um estado de espírito massivo de dormência mortuária pré apocalíptica. Masterizado por Thomas Eberger (Rammstein/Amon Amarth...) nos Stockholm Mastering Studios, “Mortuário” contém 14 temas de puro Rock Industrial, em que a banda consegue a tarefa impossível de compor

uma obra ainda mais negra, mais densa e mais pesada que o anterior “Álbum Negro”. “Mortuário” inclui uma versão bizarra do clássico de Peter Gabriel - “Intruder” - referência primordial da música industrial e uma das claras influências da banda. Mais poderosa que nunca a Bizarra Locomotiva continua em viagem; transportando as histórias dos passageiros que viajaram, viajam e viajarão nela. Esta é a Bizarra Locomotiva de hoje, 24 anos de carreira, desde 1993 em movimento, e preparada para viajar muitos mais anos.


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