Este nuevo trabajo sobre Fu-Shih Kenpo del Soke Raul Gutierrez está centrado en las formas tradicionales del estilo, sus aplicaciones y la defensa personal. Estudiaremos especialmente la Forma “El Tigre se defiende”, con sus correspondientes aplicaciones técnicas, la forma “Dientes de Tigre”, y trabajo libre con armas. A continuación el Maestro explica detalladamente una extensa serie de técnicas avanzadas de defensa personal, indicando el porqué se realizan d e t e r m i n a d o s movimientos, las advertencias a tener en consideración, los posibles ángulos, y las variantes que se pueden aplicar en cada grupo tecnico. El DVD se completa con una serie de técnicas de combate para competición y el trabajo de acondicionamiento fisico, donde el Maestro Gutierrez explica cómo preparar nuestras armas, brazos y piernas, para la defensa personal y el combate. Sin duda una forma de trabajo cuya riqueza se basa en el intercambio y coordinación con otros estilos, y el aprender a respetar nuestras diferentes fuentes de trabajo.
REF.: • FUSHIH-2
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“As extremidades dos patos são curtas, mas se pretendermos alongá-las, será com dor. As patas dos grous são compridas, mas se as encurtarmos, será também com dor. Assim, o que naturalmente é comprido, não necessita encurtar-se e o que naturalmente é curto, não necessita alongar-se. Desta maneira não será preciso tirar as magoas. Querer regular tudo, é vulnerar a natureza”. Zhuangzi
“Cometi o pior pecado que se possa cometer. Não fui feliz”. Jorge Luis Borges
odos, nesta vida, tarde ou cedo, nos encontramos com o nosso nível de ineficácia. E não só uma vez! Ninguém sabe de tudo, mas mesmo se tal coisa fosse possível, o instrumento que governa essa arma, a mente, olha para as coisas sempre através da cor dos próprios óculos que usar. Diziam os antigos sábios que somos bolhas de energia, potências autónomas, acumuladores de forças e tensões, que inter-agem com o meio. Estando as mesmas investidas de cargas, as informações que nos chegam, passam pelo prisma das camadas que constituem a nossa bolha e antes de saírem, encontram a mesma barreira que as alteram. Se na recepção e na emissão de informação podemos encontrar polarizações e mutações na natureza da mesma, a maior parte dessa mudança ocorre, para bem e para mal, nesse processo, pois todos realizamos esta tarefa, em função da nossa natureza pessoal e de padrões anteriormente aprendidos. Vemos uma maçã e sabemos o que é, porque já a provamos. O sistema enche automaticamente de saliva a nossa boca, porque se lembra de uma informação positiva…, mesmo que quando a provemos ela seja das ácidas… É a simples metáfora da nossa incapacidade para lidar com as coisas com um completo controlo… Fazemos o que podemos! E que não é pouco em um mundo de loucos, tão afastado da simplicidade do que é biológico, da ordem natural das coisas, vivendo vidas inseridas em sociedades e fórmulas tão afastadas da nossa natureza original e submetidos a pressões imensas, como nunca antes o homem viveu. Os processos complexos se baseiam em infinitas subrotinas simples. Podemos intervir nos análises dos processos complexos com consciência, aplicar o nosso bom juízo e poder de compreensão a tudo isso, mas a maior parte do trabalho funciona “em automático”, baseado em pequenas coisas que damos por sabidas. Se assim não fosse, teríamos de processar sempre tudo e padeceríamos de um desgaste infinito. O lado negativo do controlo é a fantasia da omnipotência. Esta gera sempre frustração e finalmente, se não emendarmos as nossas pretensões, surge a depressão. O lado positivo deste processo é o desengano, a antessala da sabedoria; como toiros na “praça” da vida, entramos aos capotes (*), para descobrir que atrás de cada um deles, não há nada… No entanto, o desengano é natural e positivo, permite-nos amadurecer, largar lastre, crescer espiritualmente, mas quando pretensioso em extremo, age como uma máquina de calcar, que tudo destrói, seja positivo…, seja negativo.
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A mente é uma ferramenta maravilhosa, mas não foi fabricada para ter um completo controlo de tudo; tal façanha é impossível. A lucidez é um raro tesoiro, mas sempre limitado pela natureza, aprendizagem e predisposição momentânea do portador desse brandão. Como no tiro com arco, devemos apontar para o céu para acertar no alvo, mas toda flecha que sair do nosso arco, estará mediatizada pela força da gravidade, o vento e milhares de outros factores. Acertar sempre na vida, é impossível… Não se torturem por isso! Não só é inútil, como é negativo; seca e arrasa tudo quanto toca, deixando-nos ver só as coisas más da vida e a vida, assim sem sabor, perde o indispensável óleo, que faz dela um possível mecanismo de evolução, transformação e mudança. A lucidez é uma tentativa e não um estado contínuo e inmarcessível. É o apontar do arco; voluntariamente para cima, sim, mas conscientes de que nesse momento o mais provável seja perdermos de vista o alvo. Há em tudo isso, como uma acção de abandono, um salto no vazio, um acto de fé, esperando que a flecha chegue ao alvo. O indivíduo controlador não é lúcido, porque ignora o factor da sua própria maneira de ser e acaba interpretando tudo erroneamente, seccionando a jugular do que é verdadeiro, na sua própria pretensão. Uma pretensão assim, não é senão arrogância disfarçada de intenção. Pelo contrário, a lucidez requer de humildade, conta com a própria ineficácia, com o próprio e inevitável erro e como consequência, a ninguém culpa. A compaixão, como a verdadeira caridade, começa por nós próprios. Os defeitos que nos fazem humanos, paradoxalmente são os que nos fazem tão eficazes e versáteis; assumir a beleza do imperfeito, é parte da compaixão por nós mesmos. O controlador, escravo em seu próprio marasmo, só vê erros em sua volta, em consequência, teima em transformar a sua tendência. Não é preciso dizer que se transforma em um ditador, em um acusador terrível, que até naqueles próprios erros que seja capaz de reconhecer, vai ver a sombra de outros, como responsáveis finais. Desta maneira, por mais que sua mente pudesse ser poderosa, ou que a sua análise fosse inteligente, a sua posição pessoal, inevitavelmente irá conduzi-lo ao equivoco. Não podemos ser lúcidos e à vez controladores. Isso não quer dizer que não tentemos estabelecer um ordenamento em nossas vidas! Como afirma Sun Tsu, quem planeja muito, tem mais possibilidades de vencer que aquele que o faz pouco. Mas este mesmo autor é também quem afirma que: “Se alguma coisa é melhor que ter um bom planeamento, é ser capaz de modificá-lo”. O esforço denodado, mantido no tempo, inteligente e
(*) Note-se: também chamados “enganos” na linguagem taurina.
esforçado é estupendo e necessário, mas pedir a um olmeiro para dar peras, não fará o olmeiro dar peras. Muito ao contrário, nos tornaremos seres tristes, frustrados, desnecessariamente infelizes. Nunca é tarde para inverter esse processo, porque o nosso programa é tão eficaz que incluía esta variável. Para reiniciar o sistema tem de se ir ao início, à criança que está aí dentro, em algum lugar, por detrás de todas essas coisas pouco importantes, que a mente situou sobre ela. O paradoxo do conhecimento, é que requer do esquecimento para ser sabedoria, do abandono, da fluidez; o autêntico óleo que envolve todo esse processo, é uma maneira de ser temperado, subtilmente animoso, alegre como um sorriso de um velhos, pois este, em seu oposto, reflecte muito más a criança que temos podido guardar dentro de nós… e com ela, a sua inocência, a sua capacidade para se admirar, para se surpreender, para ser curioso. Nos enganaremos, chegaremos a becos sem saída! E daí? Isso é normal! Não somos perfeitos! Actualizem o programa!
Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
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Reporgem Texto e fotos: Salvador Herráiz. 7º Dan de Karaté
OS SEUS ÚLTIMOS ANOS E O SEU TÚMULO PERDIDO: O ENIGMA DESVELADO? A maioria dos karatecas sempre pensou que o túmulo do Mestre Gichin Funakoshi se encontrava no templo Engakuji, em Kamakura. Poucos sabem que o que ali se encontra é só um monumento comemorativo do Mestre e não o seu jazigo. Assim sendo: Onde se encontra o verdadeiro túmulo de Gichin Funakoshi? Como é? Quem o sabe? Coincidindo com o 50º Aniversário da morte do Mestre, acontecida a 26 de Abril de 1957 e após uma longa pesquisa, o nosso colaborador Salvador Herráiz encontrou o verdadeiro lugar de descanso eterno de Gichin Funakoshi e mostra-o em exclusivo para os leitores da Cinturão Negro. Além disso, e em homenagem a este aniversário, conta com detalhe os acontecimentos dos últimos anos da vida de O'Sensei. Um artigo único para um Mestre único.
Karaté
G
ichin Funakoshi teve uma vida muito intensa, especialmente a partir da sua chegada a Tóquio em 1922, mas que se tor nou muito infeliz nos seus derradeiros dias. Viajemos no tempo até à época em que a sorte começou a virar as costas a Gichin Funakoshi. O estalido da II Guerra Mundial significaria para a povoação japonesa uma autêntica catástrofe. O Karaté em geral e Funakoshi em especial sofreram a perda de muitos amigos e alunos. Mas no caso de Funakoshi, as desgraças tinham apenas começado. Gichin Funakoshi vivia a felicidade de ver o seu sonho tor nado realidade, o seu dojo Shotokan erigido em grande parte com doações económicas conseguidas pelo seu amigo Kichinosuke Saigo, neto do lendário Takamori (e o qual os leitores já devem conhecer por outro artigo da Cinturão Negro). A 29 de Julho de 1939, o dojo Shotokan é finalmente inaugurado. Os bons amigos e excelentes karatecas, Wado Uemura e Yoshiaki Hayashi, junto a Gigo Funakoshi, são os
instrutores principais da Shotokan. Hayashi era muito bom e a sua alta estatura não fazia senão tornar a sua grande técnica numa coisa espectacular. O dojo era basicamente de madeira e dispunha de um pequeno pátio à entrada. Daí, onde estavam instalados uns makiwaras, tinha-se acesso tanto ao dojo propriamente dito, como à vivenda que ficava em frente. Mas a felicidade estava a acabar. A 10 de Março de 1945 (muitos pensam que foi a 29 de Abril), há um grande ataque a Tóquio. A partir da meia-noite vão chegando os 280 bombardeiros B29 que levantaram de Guam com mais de 1.600 toneladas de bombas que vão distribuindo por Tóquio e ocasionando a devastação quase completa da cidade e mais de 100.000 mortos. O Dojo Shotokan e a casa adjacente de Funakoshi são também destruídos completamente. O fogo não deixa nada em pé e é o letreiro "Shotokan" pendurado na entrada a única coisa que sobrevive, por ser feito em metal. O dojo estava situado no bairro de Zoshigaya, no norte de Tóquio. Actualmente, é impossível adivinhar
o lugar exacto onde se encontrava o dojo Shotokan. Eu tentei e após muitas pesquisas em que se incluía a ajuda de um grupo completo da polícia de Tóquio, da esquadra do bairro em questão, foi impossível identificar o lugar exacto. Só se conseguiu marcar a zona a grandes rasgos. Trata-se de umas ruelas estreitas, muito escuras à noite, junto à artéria Mejiro e perto do templo de Kishibojin. Mas já ninguém conhece o lugar exacto, que por outro lado estaria certamente muito mudado após 60 anos. Nem os mais velhos do lugar se lembram do sítio. Depois da catástrofe, o Mestre de Karaté foi morar com o seu filho Yoshitaka, deixando um escrito no que res tav a da po rta, o nde indicav a a s ua mo rada (co m o tempo iria morar com o seu filho mais v elho Yo s hihide). Depo is viajou para Oita, em Kyusho, onde es perav a po r ele a s ua mulher Gozei desde que fora evacuada de Okinawa, ant es da famo s a e sangrenta batalha em que milhares e milhares de o kinawens es pereceram, entre eles alg uns karatecas importantes.
Reporgem
O TUMULO FAMILIAR EM SHURI: Túmulo da Família Funakoshi em Shuri, Okinawa em 1941. Da esquerda para a direita: Mulher não identificada (que poderia ser Tsuru, a filha mais velha de Gichin, ou Katsu, a primeira mulher de Yoshio, filho de Gichin), Uto (segunda filha de Gichin), Gozei (mulher de Gichin), e do outro lado Gichin Funakoshi, Yoshio (segundo filho de Gichin), Giji (tio de Gichin), Gishin (primo de Gichin), Shitzuku (filha mais velha de Yoshio) que tem à sua frente Yoshihiko (sobrinho de Gichin) e à direita de todos Hatsuko (filha mais velha do tio Gishin).
Reporgem As aulas para os poucos karatecas que naquela época continuavam a praticar Karaté no Shotokan, passaram a ser dadas, depois da destruição, na escola primária Takada Dai Hachi, que se encontrava fechada, devido aos seus alunos terem sido evacuados para zonas rurais. Na realidade, as aulas nunca tinham mais de 4 alunos. A esperança de Funakoshi no que ao Karaté se refere, estava posta em Yoshitaka (Gigo), mesmo sabendo ele perfeitamente que o seu filho já não poderia viver por muito tempo. Gigo nascera em 1906 e aos 7 anos tinham-lhe diagnosticado uma tuberculose que, conforme disseram os médicos, não o deixaria passar dos 20 anos, e já tinha 39! Gigo era o primeiro assistente do seu pai, desde a morte prematura de Takeshi Shimoda, em 1934.
Gigo trabalhava como técnico em raios X para o Ministério de Saúde na Universidade Imperial, mas o seu “hobby” tinha sido sempre a fotografia. Graças a isso, dispomos hoje de muitas fotografias suas com Egami e Hironishi, fotografias que na sua maioria ele mesmo fazia e graças às quais podemos apreciar excelentes poses, como por exemplo, manji uke. Este bloqueio final do kata Pinan Godan, muito característico, era conhecido com este nome, manji uke, "bloqueio em suástica", por ter uma estética muito parecida com a famosa cruz. Gigo, conhecido no dojo como Waka Sensei (o seu pai era Ro Sensei) tinha uma estatura de 155cm e um peso de 55kg. Era muito bom técnico apesar de não estar excessivamente interessado no combate livre, conforme manifestaram vários seus
contemporâneos. Nei Chu So, aluno de GogenYamaguchi na escola Goju, infligiu-lhe uma badalada derrota num intercâmbio entre ambos os dojos. Nesse mesmo ano de 1945, Yoshitaka Funakoshi (Gigo) começa a sucumbir à doença que desde algum tempo tinha vindo a piorar. Não se sabe ao certo se foi por tuberculose ou por leucemia, mas o certo é que Yoshitaka foi hospitalizado com os seus pulmões já quase sem funcionarem. Yoshitaka quis morrer em casa e assim foi. Aconteceu em Novembro de 1945 (apenas três meses depois do fim da terrível guerra) no bairro toquiota de Yodobashi, especificamente em Ochiai, num lugar conhecido como Green Court. Hironishi, Yoshiaki Hayashi e Wado Uemura, os primeiros 4º Dan dados por Funakoshi, assistem aos
Monumento a Gichin Funakoshi em Engakuji, Kamakura. Na frente e à esquerda vemos a pedra onde Nobuhide Ohama menciona os méritos de Funakoshi. Salvador Herraiz no monumento a Funakoshi em Engakuji, Kamakura, mostrando o poema do Mestre.
funerais juntamente com os familiares mais chegados, visto que outros não podem vir desde Okinawa. Naquele momento eram a sua gente de maior categoria, visto que outros pioneiros, como Hironori Ohtsuka, já estavam noutra linha. Mas outro golpe havia de ferir a alma de Gichin. Gozei, a sua mulher, era uma boa pessoa, poupada e trabalhadora, que nunca se queixou dos sonhos desatados de Funakoshi. Quando de tanto trabalhar estava esgotada, Gozei costumava sair à rua e praticar uma kata. Com isso ela recuperava. Gichin tinha casado com Gozei em 1888. Em Oita, um ataque de asma levaria à morte de Gozei, em Agosto de 1947. Ali teria um funeral respeitoso, o que não era nada frequente com pessoas que não eram do lugar. Realmente, deve ter sido a primeira vez que se realizava tal excepção e foi devido ao carinho e ao respeito que os habitantes do lugar sentiam pela mulher de Gichin. Mas, pouco depois, Gichin iria
buscar as suas cinzas e levá-las-ia para Tóquio (na realidade, não haviam de chegar a Tóquio, visto que seriam depositadas no túmulo perdido do qual nos ocuparemos seguidamente). No caminho, no comboio, com as cinzas de Gozei, Funakoshi foi recebendo as condolências de alunos e amigos que se aproximavam das estações pelas quais passava. Foi emocionante, como ele mesmo reconheceu. Após a morte de Gozei, o Mestre voltou a morar com o seu filho mais velho Yoshihide, cuja casa era em Hayashicho, no bairro de Koishikawa (onde se encontrava o Meiseijuku, onde Gichin tinha começado a ensinar Karaté em Tóquio). Yoshihide dirigiu uma tinturaria durante muito tempo, e acompanhou sempre o seu pai Gichin na aventura toq uiota. Ali formaria a sua família e teria um filho, Ichiro (mais tarde General da Armada) e duas filhas, Sanae e Kuniko. No entanto, o seu irmão
Yoshio permaneceu em Okinawa e ali continuou a sua vida. Casou duas vezes (com Katsu e com Eshi) e teve nada mais, nada menos do que quatro filhas e três filhos. Gichin Funakoshi também teve, como sabemos, Yoshitaka (Gigo), que casou com Fujiko e tiveram um filho de nome Yukio. Gichin completava a sua família com duas filhas, Tsuru e Uto. Após tantos reveses na sua vida, Gichin Funakoshi tem poucos aliciantes e não sente interesse na vida, faz-se esquecido, mostra-se cansado, triste… Quando o hoje Mestre Harada de Shotokai pede a Funakoshi (com a recomendação de Hironishi) instrução em Karaté, o mestre diz que sim e começa a ensiná-lo na casa do seu filho Giei. Durante as aulas, Gichin passa a maior parte do tempo sentado em seiza. Funakoshi ressurge um pouco das suas próprias cinzas, recupera parte da sua alegria e mostra-se de novo amigável e brincalhão, como tinha
Reporgem
1- Gichin Funakoshi tendo em ambos os lados o seu filho Giei e o seu neto Ichiro (filho de Giei), durante um evento no Kenkojuku Dojo, a 30 de Novembro de 1955. 2- Gichin Funakoshi com uma das suas filhas e a famĂlia desta.
Reporgem sido sempre. Pouco a pouco, vai participando em actividades de Karaté e volta a interessar-se pelos seus assuntos. Interessante resulta a reunião que tem em Osaka, em 1950, com o Mestre Kenwa Mabuni (que acompanha o seu importante aluno Ryusho Sakagami e Ken Sakio, actual Presidente Emérito da Shito Kai e 9º Dan JKF). Segundo parece, o motivo da reunião foi o desejo de Funakoshi de que os seus bons alunos Isao Obata e Masatoshi Nakayama estudassem com Mabuni as Katas Gojushiho e Nijushiho. Segundo Ohtsuka: "Funakoshi era uma grande pessoa que não bebia álcool, não fumava nem faltava ao respeito às mulheres. Era o género de pessoa que não tinha inimigos, apesar de não ser um bom organizador. Carecia de habilidade de líder e em algumas coisas precisava de ajuda, como uma criança". É sabido que Gichin Funakoshi viajava frequentemente de comboio até Kamakura. O motivo, menos conhecido, era que estudava Zen - a sua outra paixão além do Karaté no templo Engakuji. Funakoshi esteve temporalmente afastado do ensino do Karaté (até que mais tarde algum aluno o resgatasse dessa pausa) e refugiou-se no Zen. Engakuji quer dizer "templo da completa iluminação", nome que lhe vem do facto de que quando foi erigido se descobriu um espelho redondo gravado numa pedra. Por detrás da pedra depois foi gravado em ideogramas chineses o que em japonês se pronuncia como Engaku e que representava a "perfeita realização". Corria o ano de 1282 e o responsável pela sua construção seria o Mestre chinês Wu Hsueh Tsu Yuan, conhecido em japonês como Magaku Soguen. A fundação foi
patrocinada pelo shogun Hojo Tokimune, para comemorar a derrota dos mongóis, cuja invasão tivera lugar uns dois anos antes. Engakuji, o maior dos cinco grandes templos Zen, é um importante centro Zazen desde a era Meiji, e seria mais tarde conhecido por ser o centro das ensinanças Zen do conhecido Mestre Taisen T. Suzuki. Kamakura é uma das cidades mais veneradas no Japão. Diz-se que é a capital do Zen e os seus numerosos templos salpicam uma bela paisagem entre as várias colinas que rodeiam a cidade. Durante um século e meio, entre os anos 1192 e 1333, Kamakura foi a capital do primeiro shogunato, desde que Minamoto no Yoritomo assim o decidisse. Ser capital política possibilitou que fosse também capital da cultura e se construíssem magníficos templos de influência Zen. Na realidade, Kamakura é a sede de 19 santuários xintoístas e nada menos que 65 templos budistas. Por falar em alguns direi os nomes dos Templos Hase dera, Myohon ji, Sugimoto dera (o mais antigo de Kamakura, fundado em 734), Koncho ji, Hochi ji, Jomyo ji, Jufuku ji (todos de grande importância no Budismo Zen)…, o Santuário Hachiman gu, o Grande Buda, majestosa estátua de mais de 13 metros de altura… Mas, claro está, o templo do nosso maior interesse é o templo Engaku ji, situado ao norte da cidade, onde sempre se disse que se encontrava o túmulo do Mestre Gichin Funakoshi. O Budismo Zen tinha sido introduzido no Japão (proveniente, como sabemos, da China) nos fins do Século XII. A sua simplicidade era notável e os guerreiros samurai de
3- Asahisa Shugen (à esquerda), Kichinosuke Saigo (no centro) e Gichin Funakoshi (à direita) no templo Engakuji de Kamakura. 4- Gichin e o seu grupo de exibição que mostrou o Karaté perante o então Príncipe Hiro Hito, na sua visita a Okinawa. 5- Yoshitaka Funakoshi. 6- Yoshitaka, Gichin e a mulher deste, Fujiko. 7- Ken Sakio (líder actual de Shito Kai), Kenwa Mabuni e Gichin Funakoshi, na estação de Osaka. Atrás vão Ryusho Sakagami e Isao Obata, e apesar de não aparecer nesta fotografia, Masatoshi Nakayama também estava presente. 8- Wado Uemura, Yoshiaki Hayashi e Yoshitaka Funakoshi, os três
Kamakura interessaram-se pela corrente, assim como a povoação em geral. O terramoto de Kanto, no ano de 1923, o mesmo que destruiu as pranchas do livro de Funakoshi, deitou abaixo parte deste templo, mas não conseguiu fazê-lo desaparecer e Engaku ji conserva dentro do seu recinto 17 dos seus mais de 40 templos secundários. Funakoshi estava muito influído pela doutrina Zen e pela sua essência, a disciplina austera denominada shugyo, e em alguns aspectos assim o mostrou no Karaté. O número cinco, por exemplo, representado em vários aspectos da sua arte marcial como a manutenção dos cinco Pinnan de Itosu, os cinco níveis de Dan que utilizou, etc…, vinha da importância deste número no Zen. Efectivamente, cinco são os períodos no ensino de Buda. Os cinco níveis de maturidade que as religiões orientais diferenciam, e mais especificamente, os cinco níveis de conhecimento que o Zen (o Budismo em geral) e o Shinto têm, são factores evidentes que influíram em Funakoshi em algumas das suas decisões. O Soto Zen Budismo dispõe de cinco categorias de níveis de iluminação estabelecidos pelo Mestre chinês Tung Shan Liang Chieh (Tozan Ryokai em japonês). A seita Shingon, muito conhecida pelas suas práticas com fogo e água (andar sobre brasas e meditar debaixo da fria cascada), é uma seita budista com cinco iniciações. Até no yoga com origem na Índia existem cinco níveis de grau. Já quando morava em Okinawa, Funakoshi se sentia atraído pelo Zen. No Parque de Okunoyama, muito perto do actual Budokan okinawense, encontra-se o único
grandes amigos e técnicos da Shotokan. 9- Gichin junto a Yoshitaka (que tem entre os seus joelhos o seu filho Yukio). 10- Funeral de Yoshitaka Funakoshi. Na frente podemos ver o seu irmão Giei (de óculos), a sua mãe Gozei, o seu pai Gichin Funakoshi, o seu filho Yukio segurando o seu retrato, a sua mulher Fujiko e as suas irmãs. Por detrás, outros familiares e amigos, entre os quais se encontravam os seus grandíssimos amigos Wado Uemura e Yoshiaki Hayashi, segundo pela esquerda, ao cimo de tudo. 11- Emilio Bruno e Isao Obata no monumento a Funakoshi em Engakuji, em Kamakura.
Reporgem edifício da zona e trata-se de um Templo Zen. Gichin Funakoshi costumava passear por aquele lugar. A influência do Zen em Funakoshi vinha também de Yamaoka Tessu (1826-1888), que já utilizava a expressão "o vento nos pinhais" quando ensinava na escola Itto Ryu ("uma espada"). Para ele, a expressão simbolizava "evadir o Ki do adversário". Em Okinawa existe outro Engakuji. Trata-se do templo principal da Seita Budista Rinzai. Foi erigido pelo Rei Sho Shin (Segunda Dinastia Sho) para homenagear os seus antepassados e especialmente o seu pai, o anterior Rei Sho Em, cujos restos ali descansam. Este outro templo homónimo foi construído entre 1492 e 1495. Em 1933 o lugar foi designado Tesouro Nacional. Depois, durante a II Guerra Mundial, na batalha de Okinawa, foi destruída grande parte do templo. Em 1968 foi reconstruído o necessário e em 1972 o templo foi designado Lugar Histórico Nacional pelo Governo Japonês, além de Bem Cultural, pela Prefeitura de Okinawa. Funakoshi também o visitava com frequência. Funakoshi visitava o Engakuji desde muitos anos atrás (tempos mais felizes) mas a frequência das suas visitas aumentou após o desaparecimento do Shotokan e os falecimentos de Gigo e Gozei. Diz-se até que teria sido aqui, em Engakuji, que Funakoshi resolveu modificar o kanji Tode pelo Karaté. Gostava imenso de conversar com o Abade do templo, Furukawa Gyodo. Em Engakuji, Funakoshi reflectiu muito acerca do Karatedo e do Budo em geral, encontrando muitas respostas através do Zen. Funakoshi consegue acalmar a sua mente no Zen de Engakuji. Nos momentos de grande tristeza, Funakoshi encontrou sossego neste lugar que o apaixonava, começando a aumentar a frequência das suas viagens até ao mesmo, as quais chegaram a ser diárias. Funakoshi manteve as suas práticas de Zen em Engakuji quase em segredo. Não foi muito conhecida em vida esta faceta do Sensei. Praticamente, foi descoberta quando um monge que estudava no templo, revelou que o Mestre Funakoshi costumava ir ali todos os
dias, para se sentar e meditar. Até então, o Zen parecia apenas ser uma distracção para Funakoshi, mas não uma paixão à qual dedicava tanto tempo. Foi um lugar onde Funakoshi também fez bons amigos entre os monges Zen. A 1 de Abril de 1955 Funakoshi assiste à inauguração do primeiro dojo da JKA, no Kataoka Center, em Yotsuya. A JKA estava constituída oficialmente desde o dia 1 de Maio de 1949. Shigeru Egami foi muito fiel a Funakoshi até ao final, esteve muito perto dele nos últimos tempos. Esquecido ficou um incidente que anos atrás houvera entre ambos, no Shotokan Dojo, quando Egami se opôs a que Funakoshi desse o Cinto Preto a um jovem de 17 anos, filho de Shimizu, um dos primeiros alunos que Funakoshi teve no Meiseijuku. Parece ser que Gichin ficou alterado e quase chegou a bater em Egami. Yoshitaka evitou isso metendo-se entre ambos, o que lhe custou que o seu pai o lançasse pelos ares. Gichin era uma pessoa muito alegre que quase nunca se zangava ou entristecia. Aquilo foi uma excepção. Shigeru Egami foi quem pessoalmente acompanhou Gichin e tratou de o ajudar em tudo quanto possível nos seus últimos dias. O certo é que na família mais chegada, quase ninguém se ocupou do famoso mestre. De facto, quando Egami adoeceu gravemente da sua doença de estômago e foi operado, nenhum outro karateca de nível o substituiu. Uma pena! A 21 de Junho desse mesmo ano de 1957, realiza-se uma magna cerimónia para comemorar a vida de Gichin. Tem lugar no estádio Ryogoku e nela tomam parte nem mais nem menos que vinte mil pessoas. Kichinosuke Saigo e o filho de Jigoro Kano, Risei, realizam as suas oferendas em memória de Funakoshi, antes de serem realizadas demonstrações de Karaté, não só de clubes de mais de vinte universidades, como também dos líderes de Wado Ryu (como não podia ser de outra maneira), Goju e Shito. Kanazawa e Mikami exibem um combate que, como é sabido, repetiriam pouco tempo depois, na competição desportiva que havia de
vir. Gozo Shioda, mestre de Aikido, também participa na homenagem. Nos fins de Março e durante o mês de Abril de 1957, Gichin sentese tão desprovido de energia que é incapaz de se mover, vindo a falecer exactamente às 8,45 horas do dia 26 de Abril de 1957. No momento da morte de Gichin, Egami está junto dele, na beira da cama. O funeral de Gichin Funakoshi não foi como teriam desejado todos os amantes e seguidores da arte
Placa gravada com todos os nomes da família Funakoshi cujos restos descansam aqui, todos juntos.
okinawense que ele introduziu no Japão e daí para o resto do mundo. Na preparação do funeral afloraram as desavenças entre os dois grandes grupos da sua linha, a JKA e a Shotokai. Giei pensava que o seu pai não ocupava um lugar representativo na JKA, pelo que não via motivos para que esta se encarregasse desta organização tão importante. A organização Shotokai já existia mas foi na altura da organização dos
funerais do Mestre que adquiriu maior importância. Hironishi, Egami e Yanagisawa passaram a ser mais relevantes. A organização Shotokai tem-se caracterizado, entre outras coisas, por não dar nunca um grau superior ao de 5º Dan, em respeito àquilo que Funakoshi tinha marcado. Harada, Oshima e Hironishi tinham esse grau. Pelo contrário, Egami era realmente 4º Dan, visto não ter aceite o 5º Dan que a JKA lhe ofereceu durante o curto período de
tempo que esteve integrado na dita organização. Hironishi iria estar mais tempo na JKA, mas também a abandonaria depois. Hironishi ensinava Karaté na Universidade de Chuo, clube que apesar de pertencer à escola Wado Ryu, tinha mudado para a Shotokan em 1940. O facto é que ambos os grupos, liderados no caso da JKA por Masatoshi Nakayama, e no caso da Shotokai por Motonobu Hironishi, Shigeru Egami e o seu aluno
Por cima: Cabeceira do túmulo de Gichin Funakoshi. Em baixo: Mochizuki, o monge do pequeno templo budista onde verdadeiramente descansam os restos de Gichin Funakoshi.
Yanagisawa, não pensavam da mesma maneira acerca dos Katas Taikyoku. Embora hoje em dia estas Katas básicos sejam aceites e praticadas pela maioria de grupos de Karaté originários de Funakoshi, naqueles momentos não eram aceites pela JKA que Nakayama Sensei já liderava na prática (com o tempo aceitariam mas…, já era tarde). A JKA contava com o apoio das Universidades de Keio, Takushoku e Hosei, e Shotokai das de Seijo, Gakushuin, Noko, Chuo e Sensehu. A Universidade de Waseda era um caso especial, visto estar entre a espada e a parede por não apoiar oficialmente a organização do funeral, mas fazendo-o a nível pessoal o seu responsável de Desportos, o Sr. Ohama, que por amizade com Funakoshi também seria o encarregado da coordenação do evento. Finalmente, o funeral de Gichin, realizado no dia 10 de Maio, foi organizado pelo seu filho mais velho, Yoshihide Funakoshi e por Shigeru Egami e Motonobu Hironishi, quer dizer, o filho mais velho de Funakoshi e os líderes do Shotokai. Durante o funeral ondearam todas as bandeiras dos dojos da escola de Funakoshi. Todas? Não. A JKA, a Universidade de Takushok, a Universidade de Keio e a Universidade de Hosei, não deixaram que as suas bandeiras estivessem presentes, como protesto à insensibilidade da Shotokai, conforme eles disseram. Estes últimos entenderam essa acção como um insulto e falta de respeito à memória do Mestre Funakoshi e à sua família, representada especialmente na ocasião pelo seu filho mais velho Yoshihide. A Shotokai pediu a Nakayama Sensei e à JKA que pedisse desculpas por isto. Pouco depois, uma tentativa de reconciliação teve lugar, mas sem muita decisão e condenada ao fracasso. Efectivamente, Nakayama foi visitar Hironishi para o convidar a entrar na JKA, mas Hironishi só consideraria a proposta se antes Nakayama pedisse desculpas à família Funakoshi pela sua atitude durante o funeral e se além disso aceitasse as katas Taikyoku como parte legítima do Karaté de Funakoshi. Mas Nakayama queria o processo inverso, ou seja, que Hironishi primeiro entrasse na JKA e
depois, já dentro, desse as suas ideias e fizesse as suas propostas. Não houve acordo e as coisas não só ficaram como estavam como ainda pioraram as relações entre ambos os grupos, visto que principalmente nas fileiras da Shotokai não perdoavam o "gesto" da JKA durante o funeral do Mestre. De facto, o líder do clube de Karaté da potente Universidade de Chuo não só não quis unir-se à JKA quando foi requerido (como fizeram muitos grupos), como também não quis saber mais nada dessa organização, a qual acusava até de ser um grupo estúpido. Dada a maneira de ser de Gichin Funakoshi, conciliadora, humilde, sensata…, os tempos que se seguiram imediatamente à sua morte não foram os mais adequados ao seu espírito, aos seus desejos e ao que ele merecia. Que pena! Entretanto, para nós, os karatecas interessados na história e filosofia do Karaté, não é exactamente o Shariden, no pavilhão Shozokuin (por outra parte de grande beleza), o mais interessante de Engaku ji. O mais interessante é o memorial do Mestre Gichin Funakoshi, que anos mais tarde seria erguido em Engaku Ji. Kamakura, designada como cidade há relativamente poucos anos, em 1939, é realmente pequena, comparada com outras, e tem à volta de 170.000 habitantes, numa superfície de 40km2. Gostei realmente da cidade, nunca antes a tinha visitado e descobri nela uma antiga loja com abundância em armas orientais, algumas bastante antigas e mais de uma vieram comigo para casa. As peripécias para não me arriscar a que me fossem requisitadas, não as vou contar. O monumento memorial a Gichin Funakoshi foi levantado pela organização Shotokai e inaugurado a 1 de Dezembro de 1968. O desenho foi encomendado a Kenji Ogata e inclui caligrafias do próprio Funakoshi e de Asahisa Soguen (1891-1979) o monge principal do templo. Uma das inscrições é mundialmente conhecida, "Karate ni sente nashi" ("Não há primeiro ataque em Karaté"). Mas junto deste preceito de Funakoshi, está gravado também o poema que Gichin criou durante a viagem de barco em direcção a Tóquio, para a exibição em Ochanomizu, em 1922, e que diz
assim: “Numa ilha, no Mar do Sul, foi transmitida uma rara arte. É o Karaté. Para meu pesar, a arte está em decadência e a sua transmissão em dúvida. Quem se comprometerá na monumental tarefa de restauração e ressuscitação? Deverei empreender esta tarefa - e quem senão eu? Eu o juro perante o Céu azul". Certamente, devemos dizer que existiram outros importantíssimos mestres de Karaté na história. Provavelmente com mais nível técnico que Funakoshi, segundo ele mesmo reconheceu e deu a entender com determinadas acções (Shinken Taira, Hironori Ohtsuka, Kenwa Mabuni, etc…, também o deram a entender em mais de uma ocasião). Mas também é de justiça reconhecer que foi Funakoshi quem mais fez pelo conhecimento geral e evolução mundial da nossa arte marcial, assim como foi sem dúvida ele que a impregnou da auréola filosófica que a deve acompanhar. Junto à parte principal do monumento em Engakuji, outra pedra gravada contém uma inscrição de Nobuhide Ohama, que fala do homenageado nos seguintes termos: “Gichin Funakoshi Sensei de Karatedo, nasceu a 10 de Junho de 1870, em Shuri, Okinawa. A partir dos onze anos de idade começou a estudar To Te Jutsu sob a instrução de Anko Azato e Anko Itosu. Fê-lo diligentemente e em 1912 chegou a ser Presidente do Shobukai okinawense. Em 1922 instalou-se em Tóquio e chegou a ser um professor profissional de Karatedo. Dedicou a sua vida inteira a desenvolver o Karatedo. Viveu 88 anos e deixou este mundo a 26 de Abril de 1957. Voltando a interpretar o To Te Jutsu, O'Sensei desenvolveu o Karatedo sem perder a sua filosofia original. Como o bugei (artes marciais clássicas) o Karaté busca o Mu, a iluminação, para purificar-se e conseguir um pensamento vazio, transformando o jutsu em do. Através das suas famosas palavras "Karate ni sente nashi" ("Não há primeiro ataque em Karaté") e "Karate wa kunshi no bugei" ("O Karaté é a arte marcial da gente inteligente"), O'Sensei ajudounos a compreender melhor o termo jutsu. Num esforço para comemorar a sua virtude e grande contribuição ao moder no Karatedo como
Karaté pioneiro, nós, seus leais estudantes, organizamos o Shotokai e erigimos este monumento em Engakuji. "Kenzen Ichi" ("O punho e o Zen são a mesma coisa, são um").” Sem dúvida, a paz que aqui se respira é enorme, o que convida à prática de um Karaté diferente. A família Asai, da Shotokan, costumava dizer que gostavam de permanecer no meio das árvores de Kamakura. Para eles, o Chi do espírito entrava nos troncos das árvores e ali se mantinha durante a noite. Hoje em dia, instrutores idosos da JKA costumam assistir a uma cerimónia anual na qual realizam, em frente deste monumento, técnicas de Karaté, leituras e discursos, com a assistência de alunos convidados. Eu acreditava, como muita gente, que este recinto de Kamakura albergava o túmulo com as cinzas do Mestre Gichin Funakoshi, mas esta minha crença veio abaixo há alguns anos, quando vim a saber que realmente este monumento não era o seu túmulo e que o seu autêntico túmulo não era conhecido por quase ninguém e que, portanto, não era visitado como símbolo de respeito àquele que (à margem de escolas) foi o principal pai da evolução geográfica do Karaté na ilha principal e depois no Ocidente. O verdadeiro lugar de descanso eterno do Mestre Gichin Funakoshi é outro muito diferente e a vários quilómetros de distância.
As minhas pesquisas foram muito complicadas embora algumas pistas do Mestre Harada me tenham levado a demarcar a zona aos poucos. Lembro-me de que numa ocasião até contei com a ajuda de uma equipa da polícia do Japão, para explorar a "suspeita", equipa que me ajudou na medida do possível. Também o Departamento de Relações Inter nacionais de Yokohama me deu uma ajuda muito de agradecer. Inclusivamente um amigo da Embaixada do Japão o
“Continuei com a minha busca e finalmente, após reduzir as opções a dois lugares separados entre si por uns 30 quilómetros, achei o que procurava. Tinha dado com o lugar exacto”
fez, mas apesar da sua boa vontade, as pesquisas eram erróneas. Finalmente, as pesquisas levaramme a outra zona muito diferente. As autoridades do templo chegaram até a confirmar, após constatarem que eu realmente já o sabia, que o túmulo da Família Funakoshi se encontrava nos seus terrenos. Só faltava encontrar o templo, visto que nesta zona do Japão existem dezenas e dezenas de templos, muitos deles pequenos e desconhecidos até para os habitantes da região. Lembrei-me de que o Mestre Fumio Demura é de Yokohama e pedi-lhe ajuda, mas… neste caso foi impossível, conforme me disse, por esse grande número de pequenos templos na zona. Mas eu não me rendia… Sempre me pareceu assunto interessante, corrigir o erro histórico que desde os anos 50 existia acerca do lugar de descanso do Mestre Funakoshi. Embora, como sabem os leitores, eu pertença à escola Wado Ryu, à qual tecnicamente estou consagrado (ainda que com as lógicas influências de outras escolas que me parecem enriquecedoras para mim e para os meus alunos), o Mestre Funakoshi sempre me pareceu alguém a quem todos devemos muito. Sofreu muito na vida e dar a conhecer o Karaté foi o seu sonho, sonho que alcançou plenamente. Não devemos esquecer, por outro lado, que Funakoshi foi um dos três versados (além do primeiro deles)
O VERDADEIRO TÚMULO DE GUICHIN FUNAKOSHI: NOME
PARENTESCO
COM
GICHIN
Shoto Gichin Funakoshi Gozei Esposa de Gichin Yoshihide (Giei) Filho primogénito de Gichin Fuku Esposa de Giei Ichiro Filho de Giei Daisuke Filho de Ichiro Akiko * Esposa de Ichiro
DATA
DO FALECIMENTO
IDADE
26 de Abril de 1957 4 de Agosto de 1947
89 anos 71 anos
2 de Março de 1961 10 de Novembro de 1968 10 de Agosto de 1996 10 de Novembro de 1968
71 anos 66 anos 2 anos
*Akiko, a esposa de Ichiro Funakoshi, actualmente ainda é viva, mas seu nome já está gravado no túmulo onde quando vier a falecer, descansará junto a seu marido e seu filho pequeno.
Reporgem
DESCENDENTES DE GICHIN FUNAKOSHI GICHIN
GOZEI
YOSHIHIDE (GIEI)
TSURU
FUKU
MORITA
YOSHIO
SANAE
iCHIRO
KUNIKO
SHITZUKU
YOSHIKAZU
KITAGAWA
AKIKO
SAKAI
MORITA
KAZUKO
NOBUKO
ATSUYA
DAISUKE
ESHI
KATSU
MICHIO
UTO
YOSHITAKA (GIGO)
HIRASHIKI
FUJIKO
YOSHIYUKI
SADAKO
KIMIKO
HIDEKO
Adoptado
NAKAGAWA
OZAWA
NIKI
YUKIO
KENJI
que ensinaram Karaté ao criador do Wado Ryu, Hironori Ohtsuka. Os outros dois foram Choki Motobu e Kenwa Mabuni, pelo que os três gozam do meu grande respeito (respeito de que, por outro lado, gozam todos os antigos mestres de Karaté… e quase todas as pessoas). A relação de Gichin com estes mestres era díspar. Sentia um evidente respeito e admiração por Mabuni (patente quando mandou o seu filho Yoshitaka para estudar com ele) e uma admiração técnica e uma boa amizade com Ohtsuka (que em parte diminuiu pelos ciúmes de Yoshitaka). Com Motobu a coisa era diferente. Mesmo havendo um tratamento discretamente correcto entre ambos, Choki Motobu sentia uma evidente antipatia por Funakoshi. Havia dois motivos principais; um, a opinião conflituosa que ambos tinham com respeito à prática do combate livre e da eficácia das técnicas; outro, o facto de, num artigo da revista Kingu, em Setembro de 1925, que falava das façanhas na rua de Motobu, os responsáveis se terem enganado ao colocarem a cara de Funakoshi nuns desenhos alusivos. Continuei com a minha busca e finalmente, após reduzir as opções a dois lugares separados entre si por uns 30 quilómetros, achei o que
procurava. Tinha dado com o lugar exacto. O acesso ao templo obtém-se subindo uma curta mas intensa ladeira, depois de deixar a estrada que nos trouxe desde a pequena povoação onde o comboio nos deixara. À esquerda dos edifícios do templo começa um pequeno cemitério, parte do qual se estende colina acima. Na frente dele e na parte alta, em frente de alguns jazigos, um bosque de bambu de grande beleza mostra-nos os talos que esta planta é capaz de desenvolver em pouco tempo, quando as condições são as idóneas. De início, quero encontrar o túmulo por mim mesmo, mas preciso da melhor ajuda possível. Sou recebido pelo monge encarregado do templo e do seu cemitério, e pela sua mulher. Tratase de Benshu e Shokou Mochizuki. Ele ajuda-me generosamente, faz a tradução da lápida em que estão gravados os nomes de todos quantos a partilham (todos eles íntimos familiares de Gichin). Na realidade, eu já tinha esses nomes, mas deixo que a sua tradução me sirva como confirmação. O casal Mochizuki tem uma escola de Budismo no templo que ele dirige. Encantados e com orgulho,
contam que um dos avós do casal era amigo de Gichin. Ambos nos enchem de atenções e parecem não querer a nossa partida, quando é chegado o momento. Para mim também é difícil abandonar aquele lugar. A escolha do lugar do túmulo foi devida à grande amizade que unia Gichin a quem ocupa a túmulo contíguo. Temos de ter em consideração que Gichin já tinha a sua vida feita em Tóquio. Quando, primeiro em 1916 e depois em 1922, viajou a Tóquio com o seu sonho em mente, era (apesar de alguns regressos esporádicos) uma viagem sem retorno. As cinzas de Funakoshi ficaram finalmente unidas às da sua mulher Gozei, de quem tantos anos estiveram separadas pela distância geográfica e as circunstâncias. Desde então permanecem juntos e assim continuam actualmente. O lugar é um aprazível cemitério pequeno, dentro das terras de um afastado templo budista. Quase sem flores, nem visitas…, os seus restos descansam muito longe da fama, num jazigo meio perdido, escondido, secreto e íntimo. Quando estava prestes a descobrir o verdadeiro túmulo de Funakoshi, como já acontecera em outras ocasiões, passava-me pela
Karaté cabeça a ideia de partilhar e dar a conhecer o lugar exacto, visto que poderia ser interessante para muitos seguidores de Funakoshi Sensei. Mas já no sagrado lugar, as minhas ideias foram claras e o meu coração disse-me que Funakoshi estava numa grande tranquilidade, num remanso de paz, muito afastado de qualquer bulício importuno e que talvez fosse melhor não desvelar o lugar exacto. Se há verdadeiros interessados em visitar o lugar, eu em privado poderia dar-lhe as indicações necessárias, mas…, sem um folclore fora de lugar. Sempre me pareceu justo homenagear os grandes mestres desaparecidos (também o fiz em vida, no caso
dos que conheci). Conheci a maioria dos importantes mestres de Karaté em vida, nos seus dojos, nas suas casas, no seu ambiente, mas os jazigos também podem gozar de um interesse, por serem lugares em que com a sensibilidade adequada se pode sentir o espírito dos seus moradores e chegar a uma fusão com a sua energia. Lembro-me de que vinte anos atrás, passava longos períodos de tempo no jazigo do Mes tre Hiro no ri Ohts uka. Depo is fo ram o utro s (Nakayama Masatoshi, Oyama Masutatsu, Sasakawa Ryoichi…) que talvez apresente aos leitores numa outra ocasião. Isso não quer dizer que aos vivos não lhes preste a devida atenção. Napoleão dizia: "É bom
Reporgem abrir alguma vez os túmulos para conversar com os mortos". Devo dizer que o meu objectivo não é escrever artigos, livros, etc… O meu principal objectivo é estudar as profundidades e curiosidades do Karaté, como complemento interessante para a minha prática. Depois, partilho esses estudos com outros a quem pudessem interessar, mas não é este o meu motivo e sim uma consequência secundária. Não pesquiso para escrever, faço-o pelo prazer de conhecer essas profundidades. Depois, para que sejam mais aproveitadas essas pesquisas… são por mim compartidas. Permitam-me os leitores não revelar o lugar exacto do verdadeiro túmulo de Funakoshi Sensei, visto que,
segundo parece, o desejo da família é que não se tor ne um lugar muito… visitado. A minha amiga Yumiko já me explicou que os japoneses acreditam, e talvez em ocasiões com motivo, que os visitantes não vão respeitar adequadamente o lugar de eter no descanso, pelo que são renitentes a desvelar o de determinadas personagens. Suspeito que não existiria tal problema dado o pouco interesse que estes as s unto s s us citam entre o s karatecas actuais , incluindo mestres e altos graus, mas em qualquer caso, respeitarei, claro está, esta forma de pensar. Quero finalizar com uma frase de Thomas Campbell que diz: "Viver nos corações que deixámos atrás nós, isso não é morrer".
Por cima: Salvador Herraiz junto do verdadeiro jazigo de Gichin Funakoshi. Em baixo: Salvador Herraiz e o monge Mochizuki, guarda dos restos de Gichin Funakoshi.
DEFESA PESSOA PARA AS MULHERES, FRENTE A UMA AGRESSÃO UM NOVO MÉTODO DO SELF PRO KRAV “Cada vez mais mulheres desejam saber defender-se” São o temor e o medo, o fermento da defesa pessoal? É um fenómeno ocasional puramente comercial? ou como dizem alguns “pensadores de salão”, será que a sensação de insegurança cria este medo à agressão. Por outras palavras: não serão os horrores da sociedade e o seu desfile nos meios de comunicação, a causa desta gangrena da defesa pessoal? Quem está em posse da verdade, se é que a verdade existe neste assunto? De qualquer das maneiras, sejamos pragmáticos e tratemos deste problema, mais ou menos presente entre muitas mulheres que sofrem os seus efeitos secundários, como o insónia, o medo de ficar sozinha em casa, a sair de noite ou a ir a certos lugares, que têm enjoos e vómitos, falta de confiança y… A lista continua! mplo tema, portanto, quando não um desafio, apresentar e fazer com que a leitora queira aprender a “Self Mulheres” do Self Pro Krav, ou SPK. A minha intenção não é abordar isto desde um ponto de vista filosófico, psicológico ou económico, mas sim permanecer no realismo das agressões mais comuns que podem sofrer as mulheres. É claro que por bem da verdade e sem discriminação alguma, há uma diferença notável entre as qualidades físicas dos homens e das mulheres. Está esta diferencia em contra do género feminino? Certamente que elas são menos machistas e portanto mais conscientes das suas possibilidades, assim como das suas limitações. Por outras palavras, são mais realistas frente ao perigo. Por outro lado, para sair de uma agressão violenta, têm menos escrúpulos à hora de responder nas zonas genitais dos homens, de bater ou de morder. Vantagem ou desvantagem, a questão não se apresenta no momento do agressão e qualquer teoria a esse respeito, é supérflua. Sejamos realistas frente ao perigo da rua e à brutalidade das agressões. Em geral, as mulheres não são atacadas da mesma maneira que os homens, posto que as motivações são frequentemente diferentes. Os atacantes se dirigem muito mais à sua pessoa como
A
Defesa Pessoal
objecto de desejo e de luxúria, pensando que têm uma superioridade física para isso conseguir. A mulher não é tão débil como se poderia pensar e provavelmente é mais decidida que um homem. Também conta com umas vantagens físicas associadas ao seu sexo, que necessita saber utilizar se fizer falta, para sair de uma situação perigosa. Só precisa de um treino mais realista, baseado em simulações, a fim de prepará-las para saírem de uma má situação. Mas temos de ser honestos e avisar de que o método não é uma receita milagrosa. Não há um golpe definitivo que faria as m u l h e r e s invencíveis. Nunca nada é seguro, nem mesmo quando se trata um especialista ou de um campeão em desportos de combate, porque não
podemos predizer os imponderáveis, nem controlar a sorte. Portanto, continuemos sendo modestos, porque a fugir, sem perder a honra, continuara a ser a primeira e última solução favorável, mas quando isto não seja possível, o método poderá ser útil. Para o Capitão Jacques Levinet, fundador do Self Pro Krav - módulo feminino - e autor de um livro sobre o método, a pergunta é: o que está sucedendo quando um ataque é iminente? Esta fase é crucial para o caminho a seguir. A sua avaliação correcta determinará o êxito ou o fracasso da prática do nosso método. Mas, como avaliar uma situação stressante? Devemos exercitar nossa mente em uma ginástica cerebral, relativamente simples, baseando-nos nas seguintes perguntas para gerir a crise: Por que motivo? Quando? Onde? O que? Quanto?
Motivo da agressão O atacante exige dinheiro? Se o perigo de
Defesa Pessoal perder a vida é importante, mas vale anuir, enquanto se tenta recolher a maior quantidade de informação, para descrever ao agressor e poder identificá-lo posteriormente. Em caso de agressão sexual, merecerá que se defenda sua honra, mas nunca à custa da sua vida. Por último, em caso de uma acção de violência gratuita, o grau de perigo levará a escolher entre a acção ou a fuga, quando o risco de sequelas seja demasiadamente grande.
Momento da agressão A cena pode ser de dia, em cujo caso, a visibilidade permite identificar melhor ao autor (ou autores). As características físicas, número de atacantes, etc.), assim como as saídas possíveis. Mas se pelo contrário acontece de noite, nem é preciso dizer que não teremos tanta informação como no primeiro caso, mas o timbre de voz do atacante será um elemento significativo. As condições climáticas mais ou menos difíceis (chuva, neve, vento, calor) também jogam um papel, por exemplo, um calor sufocante ou uma calçada escorregadia, especialmente em caso de persecução. Realizamos treinos em penumbra e em
situação de esgotamento extremo, para habituar-nos a essas circunstâncias especiais.
Lugar da agressão Se o lugar é um espaço aberto (rua), seria possível, mas sem certeza alguma - porque a covardia acostuma a estar à ordem do dia nestes casos contar com as pessoas mais próximas, devido aos gritos da exteriorização da nossa revolta. Mas se a agressão se produz em um meio fechado (apartamento, lugar privado...), a mulher terá de confiar apenas na sua força interior e na sua lucidez, para sair deste mau momento. A cena também pode ocorrer em um lugar sensível (bairro, estádio, manifestação) ou numa zona de risco (supermercado, zona comercial). Nestes casos, terá de considerar o movimento das massas e a quantidade de atacantes. Esta situação precisa de mais suspicácia e olfacto, porque a valentia não acostuma a ser a característica das testemunhas de delitos.
O ambiente da agressão É preciso habituar-se à configuração do ambiente da agressão. Um lugar deserto obrigará, necessariamente, a ter uma ampla perspectiva de 360°, para achar um elemento trivial de apoio (areia, agua, pedaço de madeira, pedra, cadeira…) que poderia ajudar a responder. Em vez de apoiar, a multidão pode protege-la e subtrai-la ao agressor. Considerar o aparente perigo do agressor ou dos agressores (armas de fogo ou facas) é também um elemento primordial do “COMO?”. Por último, as saídas de emergência serão sempre a sua principal preocupação, para poder fugir.
Autores da agressão O número de agressores é determinante para posicionar-se, quando não se pode fugir. Teremos de situar-nos sempre nos extremos do grupo, para iniciar uma primeira resposta que facilite a fuga o mais
depressa possível. Ser capaz de descrever os atacantes faz também parte do treino do Self Pro Krav Feminino, muito útil para poder identificar o ou os autores do crime e começar a superar o dano mental e físico. O esquema típico dos nossos exercícios começa pela determinação do sexo, o tipo étnico, a idade aparente, o tamanho, a corpulência, a cor e o corte do cabelo, sinais especiais (cabeça rapada, barba, bigode, maneira de andar), a roupa que veste e a cor da mesma, se usa óculos graduados ou de sol, o timbre da voz e a maneira de falar, assim como o uso de uma linguagem especial. A isto, temos de somar a direcção e os meios de fuga dos agressores. Para o fundador da Self Pro Krav ou SPK, a agressão frequentemente começa por uma fase brutal de insultos e ordens. Um diálogo inevitável se estabelece então. É neste tipo de relação que insistimos nos nossos cursos, para habituar as mulheres a este problema articulado com: a respiração, a linguagem, a mentira, a entoação da voz.
Respiração Sem uma respiração controlada, não há acção possível. Não se respira de maneira natural nos casos de violência. A_ nossa disciplina privilegia a respiração abdominal, que permite centralizar a inspiração na zona ventral, para lidar com o estresse e levar a energia à terra. O objectivo é “grudar no chão” e aproveitar a energia telúrica, em vez de ventilar a ar pelos pulmões (respiração pulmonar), o que provoca uma perda do equilíbrio e da reacção.
O conselho do especialista A respiração a adoptar em caso de agressão, é a seguinte: inspiração pulmonar longa pelo nariz e com a boca fechada, bloqueio abdominal do ar com a boca aberta, exalação lenta abdominal pela boca, durante a fase do diálogo, exalação seca pela boca no momento da resposta. Relaxar e voltar para a inspiração pulmonar, para uma ventilação máxima, quando o perigo já passou ou durante a fuga. O treino permite chegar a isto progressivamente, e os resultados são
Defesa Pessoal espectaculares, especialmente a nível da confiança. Pelo contrário, uma má respiração reduz o campo visual da vítima: é o “efeito do túnel”, bem conhecido pelos profissionais. Já não controlamos o corpo, já se não captam as oportunidades para a fuga ou a resposta; se focaliza a própria mente. O resultado é um imobilismo, aniquilando qualquer vontade de agir. O nosso método ajuda consideravelmente as mulheres, que em geral estão mais dotadas que os homens para as mudanças na frequência respiratória. Uma má respiração é sinónimo de visão estreita, desequilíbrio e impotência. Uma crise acelera a respiração e provoca o pânico.
(NOTAS AO PIE DE PAGINA) *** Uns seminários regulares para as mulheres e umas formações federais para tornar-se instrutor, se proporcionam pelo especialista, na Federação Internacional de Defesa Pessoal e de Polícia Training Jacques Levinet (AJL). *** Um treinador pessoal e uma formação em vários idiomas, pelo Capitão Jacques Levinet, está também à disposição, através de uma petição. Mail-contact@academielevinet.com Página web: www.selfdefensepourlesfemmes.com Tel. +33467075044
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Aikido
Tradição e EVOLUÇÃO no Aikido Alguma vez perguntaram a vós próprios, quanto a Humanidade evoluiu ao longo da história? O que seria de nós sem essa evolução? Estaríamos a saltar de ramo para ramo ou espantados com o fogo? Sem a evolução não existiria a vida. Surge então outra questão, por que motivo não poderia evoluir o Aikido? Salpicado pela opinião de muitos ''especialistas'', a Arte Marcial de O'Sensei tem sido sempre catalogada como ''tradicional'', quando ao contrário do que se diz, tradicional não seria nem sequer o Daito-Ryu de Sokaku Takeda, visto este ter evoluído de umas Artes Marciais japonesas muito antigas, onde a Arte Marcial se empregava para sobreviver, à semelhança do que praticava e queria Ueshiba nos seus melhores tempos: ''Uma Arte para a Guerra'' Texto: Alfonso Longueira 8º Dan Aikido www.aikido-longueira.com Fotos: © www.budointernational.com
Que tempos aqueles quando à noite passeava pela mão do meu pai e víamos passar os polícias, homens que a todos nos davam uma segurança e tranquilidade. Na actualidade, por desgraça, evoluímos para dias mais conflituosos e seria imprudente caminharmos à noite em muitas das nossas cidades. E agora que precisamos das Artes Marciais mais que nunca, as artes tornam-se ineficazes! Quando entramos num dojo para aprender uma Arte Marcial não nos interessa aprender uma maneira de pensar que não se tenha ido buscar. Porque nos esforçarmos a aprofundar na cultura japonesa quando são os próprios japoneses que querem parecer-se com os europeus e os americanos? No Ocidente vive-se bem e disso devemos estar mentalizados, e tanto a cultura oriental como a ocidental contam com os seus prós e os seus contras, e, como é lógico, também o Aikido. A má fama que o Aikido tem ganho por causa destas coisas, leva as pessoas a procurarem outras Artes Marciais, perante a ineficácia
Longueira Ryu “Falando de evolução, devemos obrigatoriamente falar da eficácia do Aikido, coisa que tem vindo a mudar ao longo do tempo e não precisamente para uma Arte Marcial“
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Aikido
Longueira Ryu que tem envenenado o Aikido durante estes anos. Uma Arte de Paz, sim, mas direi a todos os ''puros'' e ''tradicionais'' que, tal como sabiamente diz a tradição: “Se queres a Paz, prepara-te para a Guerra” e é isto que eu semeio no meu Aikido e o que devíamos semear todos se queremos que esta Arte Marcial evolua, mas que o façamos como Deus manda! Que não se o faça tentando negar essa evolução, que quando existe, não é a correcta. Cuidado para não chamarmos evolução a ver um 1º Dan, um 2º Dan ou um 3º Dan a dar aulas sem a tutela de nenhum Mestre, e com isto quero dizer, pelo menos assistirmos ao dojo duas ou três vezes por semana e não como muitas vezes se faz, dizendo que se segue a um ou a outro Mestre e o que realmente se faz é assistir a um curso ou a estágios que uma vez por ano faz o dito Mestre, acreditando sermos suficientemente capazes para dar aulas e dizendo sermos discípulos de tal ou tal Mestre, inclusivamente como assistentes. Por acaso, durante o resto do ano, quando não assistem aos cursos, O'Sensei, lá onde estiver, manda-vos a Sabedoria para se considerarem a si próprios Mestres? Voltamos à mesma, o Aikido aprende-se por prática, como dizia O'Sensei, e não a dormir, como aprendem alguns. Falando de evolução, devemos obrigatoriamente falar da eficácia do Aikido, coisa que tem vindo a mudar ao longo do tempo e não precisamente para uma Arte Marcial.
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Longueira Ryu
Aikido
“Voltamos à mesma, o Aikido aprende-se por prática, como dizia O'Sensei, e não a dormir, como aprendem alguns”
Acerca da eficácia do Aikido O Aikido é uma Arte Marcial muito eficaz para a defesa própria e a defesa de quem temos à nossa volta, mas para que nos permita a dita defesa, devemos praticá-lo de uma forma curta. Porquê quarenta movimentos quando basta um só? Além de uma absoluta perda de tempo, estamos a prolongar a nossa vulnerabilidade, descuidando outros possíveis agressores. Não só isso, também permitimos a recuperação do equilíbrio do nosso adversário e que este nos possa atacar de novo. Conforme se diz, o Aikido é uma Arte Marcial que se emprega como dissuasão do adversário. Totalmente de acordo!, mas para isso devemos empregar um Aikido contundente e eficaz. Apesar de ser claro que tudo depende de se nos inscrevemos nas aulas de Aikido para aprendermos uma Arte Marcial e com ela nos defendermos, ou se aquilo que procuramos é fazer ginástica. Tendo como prioridade encurtar as técnicas, normalmente, a coisa que seguidamente se pratica no resto de Artes Marciais, menos no Aikido, é o uso de ataques realistas, com a finalidade de assim poder estarmos preparados para situações ''complicadas''. De que serve memorizar que o Aikido é para dissuadir o adversário se desconhecemos como nos pode atacar um homem furioso, disposto a tudo? Por isso, aprendam e pratiquem dando tudo quanto possam e sempre recordando que estão a praticar uma Arte Marcial e no caso de se sofrer algum mal, melhor no dojo, onde podem aprender do que são capazes e corrigir os vossos defeitos, que não na rua, onde uma má pancada ou uma arma podem levar a que sejam a
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última coisa que virem. Preparem-se para qualquer situação, qualquer reacção do adversário, treinem com dureza, não com força, sem ter medo da dor, que afinal é um conceito hipocondríaco. Portanto, devido à eficácia ser um conceito um pouco ''abstracto'', os diferentes pontos de vista que podem surgir em diferentes pessoas têm permitido ao Aikido de O'Sensei evoluir para os diferentes estilos de Aikido, consoante os gostos de cada pessoa.
Acerca dos diferentes estilos do Aikido Vendo a evolução que o Aikido tem tido nos últimos anos, em parte devemos agradecer essa evolução aos grandes Mestres que se têm vindo a formar na escola de O'Sensei. Pessoas que, como
Longueira Ryu “Penso que diferentemente do que a Aikikai diz no sentido de que o resto de estilos do Aikido são outra Arte Marcial”
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Aikido fez o próprio Ueshiba com o DaitoRyu, procuraram outra forma de prática e criando um estilo próprio, os alunos de O'Sensei tentaram conservar o Aikido como algo mais eficaz. Tal é o caso de Mestres como Gozo Shioda ou Minoru Mochizuki, que criaram o seu próprio método. Coisa que por interesse a Aikikai tem catalogado como não sendo Aikido, e tem anunciado que este é só o que se pratica na Aikikai. Claro está que cada um é livre de fazer o mais lhe apraz. Inclusivamente desprestigiar os grandes alunos de Ueshiba, sem os quais, como toda a gente sabe, o Aikido não teria saído das fronteiras japonesas. E claro está, também são livres de silenciar outros grandes Mestres que caíram no esquecimento, por culpa da sua ''heresia'', como diz o ''alto mando'', como é o caso do meu admirado Tadashi Abe, na minha opinião,« um homem com princípios de um autêntico Samurai, um homem que não duvidou em abandonar tudo para seguir os seus ideais, os conceitos que lhe tinha ensinado o seu adorado Mestre (como ele dizia) e pelos que tinha aprofundado na escola de O'Sensei. Como toda a gente é livre de acreditar e agir, penso que diferentemente do que a Aikikai diz no sentido de que o resto de estilos do Aikido são outra Arte Marcial, não deixam de ser diferentes versões de uma mesma Arte por cada um dos seus respectivos fundadores e que, apesar das suas diferenças técnicas, todas têm coisas em comum: promover a prática da Arte, em especial do Aikido, uma vida saudável e só usar a violência quando não houver outra saída. Cada um dos estilos de Aikido conta com uma faísca de mestria de cada um dos alunos de O'Sensei e mostra a visão que do Aikido tinham quando pela primeira vez entraram no dojo de Ueshiba. Portanto, perdê-lo ou desprezá-lo seria uma perda de cultura. Uma acção malvada e que mostra um único interesse que seria o dinheiro, indigno da ''Arte Marcial da Paz'' que pregam os seus predicadores. Dito tudo isto, por que motivo há tanta rivalidade entre estilos? Um diz que o seu é o melhor, outro que o do vizinho não é Aikido... Porquê? Não nos apercebemos de que quanta mais variedade, mais possibilidades de
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escolha do estilo que se adequa às nossas habilidades físicas, aos nossos gostos ou preferências? Por que motivo há tanta rivalidade quando a genealogia de todos se remete às ensinanças de O'Sensei? Que importância pode ter que Koichi Tohei quisesse desenvolver mais o ''ki'', ou que Minoru Mochizuki se inclinasse por um Aikido mais duro? Todos saíram da mesma escola, que era a escola de O'Sensei, sem esquecermos que os que criticam, são os que mais se têm aproveitado das ensinanças destes visionários do Aikido, pois quando os que agora ''governam'' não eram nada… estes grandes Mestres eram… a Aikikai. Muito devemos aprender dos nossos vizinhos, os karatekas, que numa mesma organização convivem todos os estilos de Karaté existentes e são promovidos todos e cada um, permitindo que seja a pessoa que entra pela primeira vez no dojo a escolher o género de Karaté de que anda à procura. Não percebemos que por causa destas influências, não escolhemos um estilo de Aikido livremente e portanto não se pode brilhar da mesma maneira que no terreno de que gostarmos?
Escolha que eu sempre tenho permitido aos meus alunos, assim como participar em todos os cursos possíveis das diferentes disciplinas e não estou nada preocupado que talvez o aluno em questão possa mudar de estilo, (sempre que o faça sem enganar) se o fizesse dar-lhe-ia a minha bênção, uma despedida amável e, humildemente, ficaria contente por essa pessoa estar feliz, visto ser isso o que deveriam fazer todos os que se chamam a si próprios Mestres. Esta cumplicidade entre estilos, não é uma nova fórmula para a cura da calvície por mim descoberta…, nem uma novidade para ajudar a promover o Aikido. A cumplicidade entre estilos é aquilo que queria o próprio O'Sensei, doa a quem doer, como mostra uma cena que conhecem bem as pessoas do Aikido Yoshinkan e que tentam esquecer as do Aikikai. Foi durante uma exibição de Aikido e outras disciplinas, quando coincidiram O'Sensei (representando o Aikido) e Gozo Shioda (pelo Yoshinkan Aikido). Começando a exibição Ueshiba, como fundador do Aikido, senta-se sozinho e Gozo Shioda está com os alunos avançados. Mas O'Sensei,
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apesar das diferenças que se diz que entre eles existiam, quando o viu, chamou Gozo Shioda para que se situasse ao seu lado como criador do Yoshinkan Aikido, cumprimentasse e começasse o evento. Parece mentira que a humildade do Fundador mostrasse querer que convivessem os estilos de Aikido e nós, do nosso lugar de prepotência, atrevemo-nos a negálo. Não há maior cego que aquele que não quer ver! Inclusivamente, O'Sensei queria deixar Minoru Mochizuki como sucessor, no lugar de seu filho Kissomaru. Quem disse que Ueshiba não queria dureza? Tiremos as nossas próprias conclusões. Sem mais preâmbulos sobre esta matéria, Sejam persistentes! Não se
apaixonem pela prática do primeiro mestre que virem, procurem e vejam aquele que mais vos convém. Quando o encontrarem, continuem a sua prática também com os outros, aprendam da sua visão e acudam ao Mestre escolhido para este vos dar o seu toque final. Foi o que eu fiz com Igor Correa (aluno de Minoru Mochizuki e Tadashi Abe), meu mentor. Se o vosso Mestre escolhido não o permitir, continuem a busca, pois é um mau Mestre. Para me despedir, quero dizer-vos que treinem o máximo que possam e sigam os vossos próprios ideais. Não permitam que ninguém se imponha, nem mesmo que seja este ou aquele Mestre. Libertem-se das formas ou estilos, preocupem-se de pesquisar o que aprendem e
pensem em não promover este ou aquele Mestre. Pensem em promover o Aikido em geral! Quando praticarem lembrem-se dos grandes Mestres que tudo deram para hoje podermos praticar o Aikido. E tratem de o praticar com o carinho e a valentia como eles fizeram. Como uma vez disse Minoru Mochizuki: ''as Artes Marciais do Japão, não são só património dos japoneses, mas de toda a Humanidade''. Assim sendo, ponham a alma na prática, no vosso caminho, na evolução que continua e continua, e espero que a nossa prática do Aikido nos possa juntar como alunos ou professores, mas acima de tudo com humildade, em qualquer dojo do mundo.
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Aikido
“Que importância pode ter que Koichi Tohei quisesse desenvolver mais o ''ki'', ou que Minoru Mochizuki se inclinasse por um Aikido mais duro? Todos saíram da mesma escola, que era a escola de O'Sensei”
Video & DVD
Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.
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Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.
Cinturón Negro Andrés Mellado, 42 28015 - Madrid Telf.: 91 549 98 37 e-mail: budoshop@budointernational.com www.budointernational.com
Texto: Marco De Cesaris Fotos: Š www.budointernational.com
O uso dos cotovelos e o dos joelhos são, sem dúvida, o pesadelo de qualquer lutador que enfrente um boxeador Thai. O treino para “afiar” esta arma é um magnífico investimento no nosso arsenal defensivo-ofensivo. Apesar da sua importância, ninguém, até agora, realizou um trabalho específico com propostas práticas e concretas para desenvolver a potência e encontrar a correcção técnica que permita que a mesma chegue sem um desgaste e sem nos expormos ao adversário. Marco de Cesaris é um colunista e frequente colaborador desta revista. É difícil apresentá-lo sem cair no que é tão óbvio e em repetições lógicas, mas para aqueles que ainda não o conheçam, saibam que De Cesaris é um dos poucos Arjan reconhecidos e respeitados na Tailândia. O governo e as Universidades desse país têm pedido o seu conselho e ensino em várias ocasiões. De Cesaris tem liderado de forma incontestável, a recuperação do Muay Boran tradicional e aproximou-o do Ocidente em livros, vídeos e cursos através de todo o mundo. Agora, o Mundo todo fala de Muay Boran! Há apenas uma década, ainda se questionava a sua existência... Coisas que acontecem!... Entretanto, neste caso o pioneiro recebeu, de facto, o justo reconhecimento e o respeito da comunidade e quem não estiver de acordo..., paciência! Mais uma vez, De Cesaris apr esenta um novo DVD para os muitos apaixonados estudiosos das Artes da Tailândia. Alfredo Tucci
Os cotovelos: A Arma definitiva
As cotoveladas, a arma definitiva do Muay Boran A cotovelada talvez seja a arma mais temida por todos os profissionais das Artes Marciais e dos desportos de combate. Para muitos, é uma técnica demasiado perigosa para ser utilizada no ringue durante os combates desportivos, e deveria ser estudada só para um emprego em situação de autodefesa. Realmente, as cotoveladas são para o Muay Thai uma autêntica "marca de fábrica"; de facto,
desde sempre os thai boxers aprendem a utilizar de maneira eficaz as cotoveladas em combate e, graças à prática contínua, aprendem a defender-se de maneira eficaz desses ataques, sem dúvida, ferozes. De facto, o cotovelo, quando correctamente usado, é como uma navalha, devido à sua “ponta aguda” formada pelo antebraço firmemente dobrado sobre o braço. Essa navalha é muito adequada para realizar ataques que procuram com facilidade cortes profundos no couro cabeludo ou no rosto do adversário; mas embora esse efeito
para muitos seja o mais impressionante, na realidade, os cotovelos de um versado em Muay Thai são adequados para executar muitas outras acções, tanto em fase de ataque como de defesa. D e f a c t o , a s c o t o v e l a d a s s ã o t re i n a d a s p a r a c o r t a r, p a r a p e r f u r a r a s z o n a s ó s s e a s m a i s
sensíveis (como as fontes ou o esterno), para quebrar (atacando as articulações ou as costelas), para prejudicar os músculos (dos braços ou das pernas), ou até para atacar os ó rg ã o s i n t e r n o s ( r i n s o u f í g a d o , p a r a d a r d o i s exemplos clássicos).
Também em fase defensiva, os cotovelos, juntamente com os antebraços, são capazes de formar em volta do especialista de Muay um autêntico escudo protector, muito resistente e difícil de superar: com um treino específico nas formas Mae Mai tradicionais, o praticante aprende a fazer frente a todo o género de ataques com os punhos, os joelhos, as pernas, e a muitos
géneros de agarres ao pescoço, aos membros e ao tronco. Para um estudo profundo, é importante aprender a classificar as cotoveladas consoante a trajectória do batimento, o seu emprego e a distância entre quem bate e o alvo. Tradicionalmente, nos estilos ortodoxos do Muay antigo, as técnicas de cotovelada dividiam-se nas 5 seguintes categorias (nota:
muitas das técnicas que pertencem às 5 tipologias, também podem ser executadas de maneira salteada): • Sok Wiang Lai: nesta categoria de cotoveladas, a eficácia das técnicas consegue-se graças a um rápido e explosivo Swing ou corte. A energia é canalizada para o ombro e dali é transmitida rapidamente para o braço, para executar o batimento com a ponta do cotovelo. O efeito
desse género de técnica, quando correctamente executada, é abrir profundas lacerações na cara do adversário. A técnica típica desta categoria é o Sok Dti, ou corte diagonal. • Sok Pratè: pelo contrário, nestes batimentos tenta-se penetrar no alvo com o movimento de todo o corpo. O braço situa-se para formar um tipo específico de ângulos com o antebraço e o corpo, e depois, toda a massa corporal é projectada violentamente para o alvo. O exemplo mais adequado para representar as cotoveladas pertencentes a esta categoria é o do cavaleiro medieval que situa a sua lança na direcção do adversário, e depois lança todo o seu peso e o do seu cavalo contra o inimigo. A típica técnica deste grupo é o Sok Pung ou cotovelo penetrante. • Sok Ti Lom: neste grupo são habitualmente catalogadas as técnicas adequadas a bater para baixo. Em muitas situações, a maneira mais eficiente para atacar o adversário com os cotovelos, consiste em lançar a nossa arma de cima para baixo, utilizando para aumentar a potência do batimento uma repentina flexão dos joelhos (a execução não é assim tão fácil). Em alguns casos pode ser preciso utilizar uma parte do corpo do adversário, como apoio para efectuar um salto, ganhando em altura e realizando um golpe ainda mais devastador. O exemplo de escola mais utilizado para descrever as cotoveladas desta categoria é o Sok Sahb ou cotovelo que esmaga. • Sok Soey Kum: quando a distância é particularmente reduzida e o adversário está pronto para nos agarrar, os lutadores com mais
“Também em fase defensiva, os cotovelos, juntamente com os antebraços, são capazes de formar em volta do especialista de Muay, um autêntico escudo protector, difícil de superar”
experiência mantêm a guarda alta, dobram ligeiramente os joelhos e batem para cima com o cotovelo, com uma rápida chicotada. Os batimentos deste género pertencem à categoria que estamos a analisar. Sendo muito difícil desenvolver potência com estes movimentos, é fundamental aprender a utilizar todo o corpo na execução da cotovelada, partindo do movimento das pernas, passando pelo empurrão das ancas e pela rápida contracção dos músculos das costas, chegando depois à intervenção da musculatura do ombro, só como último anel da cadeia cinética do batimento. O típico exemplo é o Sok Gnad, ou corte vertical. • Sok Glab Lang: a última categoria de cotoveladas é estudada para bater para trás num adversário que se aproxime de nós pelas costas ou para lançar um batimento para a frente aproveitando a rotação do corpo. Em ambos os casos, a rápida rotação das ancas e a intervenção da potente musculatura das costas fazem com que os batimentos desta
“Para um estudo em profundidade é importante aprender a classificar as cotoveladas consoante a trajectória do batimento, o seu emprego e a distância entre quem bate e o alvo”
categoria estejam entre as armas mais devastadoras do arsenal do lutador de Muay Thai. As trajectórias e os ângulos de execução deste género de cotoveladas podem variar conforme a posição do executor em relação ao adversário, o alvo escolhido, a distância entre os dois combatentes e as acções que precedem o batimento em si. O exemplo mais conhecido dessas cotoveladas é o Sok Glab ou cotovelo para trás. Para treinar correctamente as cotoveladas, o primeiro passo consiste em executar essas técnicas durante cada sessão de treino e em especial durante o Dtoi Lom ou Boxe com a sombra, o momento ideal para aperfeiçoar a execução dos batimentos em movimento. Na antiguidade, na Tailândia, a esta fase
fundamental juntava-se a prática dos batimentos de cotovelo na água (num rio), para desenvolver de maneira harmoniosa toda a musculatura do tronco e dos braços, intervenientes na execução das várias cotoveladas. O segundo passo é o treino com o mestre, que utilizando os paos (thai pads ou focus gloves), ensinará ao aluno a execução dos ataques
contra um alvo em movimento. Ataques, defesas e contra-ataques têm de se unir harmoniosamente e sem solução de continuidade; por isso, o treinador terá que levar a desenvolver no praticante a escolha correcta de tempo, juntamente com o sentido de distância, para conseguir “fechar” o adversário, agarrando-o e batendo-lhe da maneira mais eficiente.
“A cotovelada talvez seja a arma mais temida por todos os profissionais das Artes Marciais e dos desportos de combate”
O complemento indispensável nesta fase da preparação é a prática dos batimentos ao saco pesado, necessária para acondicionar ulteriormente o cotovelo, e acima de tudo para aumentar a potência dos golpes na distância muito curta. É de destacar que tradicionalmente, o acondicionamento dos cotovelos se realizava batendo repetidas vezes numa noz de coco, até chegar a
“Realmente, as cotoveladas são para o Muay Thai uma autêntica 'marca de fábrica"
parti-la em duas com a ponta do cotovelo. F inalmente, a aplicação controlada das cotoveladas terá sempre que ser realizada com extrema cautela nas sessões de luta corpo a corpo e, para as t écnicas mais perig o s as , treinando com parceiros nas fo rmas Mae Mai: co m es te último género de treino, que ao mes mo tempo é uma
co ns o lidada fo rma de competição do Muay Boran, é po s s ív el refinar muitas das acções raramente executadas em co mbate (co m as s uas particulares defes as ), aumentando rapidament e a bag ag em técnica de cada praticante da arte siamesa que realmente queira ser completo do ponto de vista puramente marcial.
“Para treinar correctamente as cotoveladas, o primeiro passo consiste em executar essas técnicas durante cada sessão de treino e em especial durante o Dtoi Lom ou Boxe com a sombra”
Todo sistema tem limites e quando se necessita passar de um sistema para outro, devemos de aprender outra Arte e isto é o que o Kapap tenta evitar. Isso é o Kapap, combate cara a cara, uma ponte entre sistemas. O seu fundador deixou-nes uma frase cujo conceito empregam outros estilos de artes marciais tradicionais: “Não portes uma arma, sê tu mesmo a arma”. Se a tua mente, o teu espírito e o corpo são a arma, tu serás uma arma que será também efectiva quando portares uma arma. Este DVD da “Avi Nardia Academy”, trata da conexão entre a “velha escola” de Artes Marciais e o moderno CQB (Close Quarters Battle). A experiência como comandante nas IDF (Forças de Defesa de Israel) e oficial treinador da principal unidade anti-terrorista israelita, ensinaram a Nardia que cultivar a mente e o espírito do guerreiro deve considerar-se prioritário ao simples treino do corpo. Entre outros, estudaremos a segurança com armas, os convincentes paralelismos entre o Iaido e a adequada manipulação de uma arma de fogo. As armas de fogo são a última hipótese em armamento individual, mas não escapam à eterna sabedoria e à lógica da velha escola. Exercícios de treino adaptados do BJJ, exercícios de desarme e o acondicionamento inteligente do corpo mediante exercícios, com explicações sobre os benefícios e as precauções. Um DVD educativo, inspirador e revelador, recomendado aos praticantes de todos os estilos, antigos e modernos.
REF.: • KAPAP8
Uma nova Era no Wing Tsun? Sem dúvida alguma, algumas coisas estão mudando. Nos últimos anos, o mundo do Wing Chun tem passado por importantes mudanças em todos os aspectos. No fundo, é coisa bastante normal, se estudarmos o inacreditável cr escimento do estilo em númer o de praticantes e escolas no mundo todo. Devemos considerar um detalhe ao qual faço referência no meu primeiro livro (Alto Nível. Budo International): Em 1965, não havia nem meia centena de praticantes de Wing Chun em todo o mundo. Se considerarmos que hoje (apenas 60 anos depois) podemos afirmar que sem dúvida, os seguidores e praticantes deste estilo superam o meio milhão em todo o mundo, não é difícil pensar que um crescimento destas dimensões responde a um fenómeno nunca antes visto na história das Artes Marciais. Este inacreditável crescimento em todo o mundo, pode ser devido a diversos motivos, que poderíamos analisar em algum outro artigo de meses próximos. Mas na edição deste mês, gostaria de fazer uma reflexão que alguns amigos me apresentam com certa frequência: Estamos perante uma Nova Era do Wing Tsun?
A
nalisemos esta pergunta e vamos tentar dar explicação a alguns pontos que podem ser realmente interessantes para os adeptos ao estilo. Desde faz alguns anos e após a chegada à Europa do estilo, tem existido sempre um forte debate entre os praticantes de escolas mais tradicionais e aqueles que defendem uma evolução, para adaptar o sistema aos tempos actuais. Este debate situou uns e outros tão afastados em suas posições e motivações, que poderíamos afirmar sem medo a enganar-nos, que se tratava de estilos diferentes. Tenho tido ocasião de escutar discussões tão fortes na defesa de sua posição/opinião sobre questões técnicas ou de treino, tão irracionais, que surpreenderiam muita gente. Todos afirmam ter o VERDADEIRO Wing Chun. Pessoalmente, tenho escrito algum artigo neste sentido, onde tenho tentado situarme no lugar de ambos pontos de vista, para compreender melhor ambas posições. Nem sempre é fácil, mas considero a empatia como uma das mais importantes qualidades do ser humano e que poderia dar solução a muitos dos problemas do nosso estilo e certamente à sociedade em geral. Durante 18 anos, pertenci a uma instituição que promovia a prática do Wing Chun na procura da eficácia no combate e as aplicações à defesa pessoal. Sempre me senti inquieto a este respeito e devo reconhecer que durante muitos anos da minha vida, foi ao que dediquei todos os meus esforços. Em ocasiões perguntava aos meus mestres e tutores na associação, acerca de determinados aspectos relativos ao estilo, mas que não tinham nada a ver exactamente com a eficácia do estilo e suas aplicações na defesa pessoal. Me refiro a elementos como a estratégia, a filosofia e influência do conhecimento da cultura tradicional chinesa no estilo, elementos que têm ido influindo na
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• Foto1: Entrevista com Sifu Patrick Leung, na VingTsun Atletic Association, com a estátua de Yip Man ao fundo. • Foto 2: Entrevista com o Grão Mestre Yip Chun. Filho do Grão Mestre Yip Man. • Foto 3: Entrevistando Sifu Wayne Yung, na Hight Tech Hong Kong University. • Foto 4: Visita ao Grão Mestre Cham Kim Man (discípulo directo do Grão Mestre Wong Shun Leung). • Foto 5: Entrevistando o Grão Mestre Cham Kim Man.
evolução do sistema, etc.… Sempre recebi a mesma resposta: ISSO NÃO TEM NENHUMA IMPORTÂNCIA, porque são elementos que não te farão ser mais eficaz! Durante muito tempo acreditei sem duvidar, nas palavras dos meus mestres. Como não podia ser de outra maneira, um estudante deve de acreditar nas
palavras de seus “pais/mestres” e não duvidar delas. Mas também é certo que isso nem sempre é bom. Passados alguns anos e depois de conhecer diferentes pontos de vista, outras instituições e centenas de mestres, cheguei a importantes conclusões: 1.- Ninguém (nem sequer os meus excelentes mestres) tem a verdade absoluta! 2.- Todos têm uma pequena parte dessa verdade. 3.- Fechar-se na defesa de uma posição/opinião, nos impede conhecer elementos muito importantes de outras pessoas que estudam uma arte com a mesma intensidade e paixão que nós próprios. 4.- Se perdermos a humildade e o respeito pelo resto de escolas e praticantes, estamos condenados à desaparição de um estilo excepcional. 5.- O WingTsun Kuen é um estilo de Boxe Chinês e portanto, uma parte importante da cultura chinesa. Com qualquer tentativa de separar do estilo elementos tais como a filosofia chinesa, a medicina chinesa e a própria história do povo chinês, estaremos condenando o estilo a tor nar-se um
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• Foto 1: Após ser recebido pelo Grão Mestre Yip Chun (filho mais velho do Grão Mestre Yip Man). • Foto 2: Sifu Chan Che Man corrigindo a posição de Wu Sao, durante a entrevista que nos concedeu em sua casa. • Foto 3: Visita da Delegação do Departamento de WingTsun FELUCHA, à escola do falecido Grão Mestre Leung Sheung. • Foto 4: Panorama da Baía de Hong Kong, vista do "Passeio das Estrelas”.
Visita à Ving Tsun Athletic Association (Asociação criada pelo falecido Grão Mestre Yip Man).
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sucedâneo de sistema de defesa pessoal, como outras centenas deles, que surgem a cada ano. 6.- Tradição e modernidade não estão enfrentadas quando falamos do WingTsun. Tudo pelo contrário, estes dois elementos estão destinados a unir-se no justo equilíbrio do Yin e do Yang.
Sifu Salvador Sánchez apresentando seus respeitos perante o túmulo do Grão Mestre Yip Man.
7.- Faças o que fizeres, digas o que disseres, ou praticares o que praticares, sempre vai haver quem critique… Portanto, o mais indicado é não ligar nem um pouco às críticas. Após estas conclusões, desde a minha posição de praticante “Evolucionista”, pensei em viajar à origem do
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estilo, para conhecer os mestres do Wing Chun Kuen mais importantes da actualidade, em especial aqueles que de uma maneira mais ou menos directa, tiveram contacto com o Grão Mestre YIP MAN. Com um grupo de amigos e colegas da secção do WingTsun, da Federação Espanhola de Luta, organizamos uma viagem para visitar, entrevistar e conhecer de primeira estes Mestres e quando voltamos dessa viagem, só podia considerá-la EXCEPCIONAL. Apesar de em muitas ocasiões ter escutado que em Hong Kong não havia muita coisa interessante para o Wing Tsun e que era na Europa e nos Estados Unidos onde se podia encontrar o mais alto nível…, preferi ver com os meus próprios olhos e escutar em directo algumas destas testemunhas e o que encontrei foram pessoas unidas por uma mesma paixão: o Wing Chun! Pessoas trabalhadoras, honestas, humildes e Foto 1: Na sede do Wing Tsun Leung Kum Tong, em presença do Grão Mestre Cham Che Man. Foto 2: Na obrigada visita ao Passeio das Estrelas, perante a estátua do mítico Bruce Lee. Foto 3: A delegação do departamento de Wing Tsun da FELODA, apresentando respeitos no túmulo do G.M Yip Man. Foto 4: Entrevistando Sifu Crish Collins na sua academia “Collins Action”. Foto 5: No jantar com Sifu Gary Wong e com o Grão Mestre Cham Kim Man.
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“A partir do mês que vem, esta coluna do WingTsun vai publicar as entrevistas que tive a honra de poder realizar a mestres da categoria de Sifu Yip Chun, Sifu Chan Che Man, Sifu Crish Collins, Sifu Chan Kim Man, Sifu Patrik Leung, Sifu Wayne Yung, etc...” hospitaleiras. Praticantes e mestres generosos, que mantêm a sua prática e a sua devoção por este estilo, como o maior dos tesoiros. Esse estilo que foi herdado dos seus mestres e que transmitem aos seus alunos como um autêntico tesoiro da cultura chinesa. Gente de bom coração, unidos por uma paixão por esta arte ancestral. Estou completamente convencido de que uma nova era é possível para o WingTsun. A partir do mês que vem, esta coluna do WingTsun servirá para publicar as entrevistas que tive a honra de poder realizar a mestres da categoria de Sifu Yip Chun, Sifu Chan Che Man, Sifu Crish Collins, Sifu Chan Kim Man, Sifu Patrik Leung, Sifu Wayne Yung, etc..., onde poderemos constatar de novo, que o que nos une é infinitamente superior ao que nos separa! Para isto constatar, só necessitamos as chaves que abrirão as portas desta nova era para o Wing Chun. Estas chaves são simples e têm nomes muito conhecidos: humildade, empatia e a mais importante de todas elas, RESPEITO. Agora é chegado o momento de tentar levá-las à prática. Voltaremos para manter essa ligação com a origem, ligação que JAMAIS DEVIA TER SIDO PERDIDA! A partir do próximo mês, nos encontramos nesta coluna! Sifu Salvador Sanchez
“O ponto vital em Taekwon-Do se define como qualquer área sensível ou frágil no corpo, vulnerável a um ataque. É essencial que o estudante de Taekwon-Do tenha um conhecimento dos diferentes pontos, para que possa empregar a ferramenta de ataque ou de bloqueio adequada. O ataque indiscriminado é condenável, por ser ineficiente e um esbanjamento de energia”. General Choi Hong Hi, ENCYCLOPEDIA OF TAEKWONDO, Volume II, pag.ª 88. Actualmente, o Taekwon-Do é uma das artes marciais mais estendidas e profissionais do mundo, (fundada em 11 de Abril de 1955, pelo General Choi Hong Hi), continua prosperando, inclusivamente após o falecimento de seu fundador, em Junho de 2002. Com o tempo, os factores desportivos foram prioritários e grandede parte dos métodos originais de auto-protecção foram ignorados ou descartados. Nos documentos escritos originais do General Choi, grande parte da atenção, a estrutura e mesmo o uso dos pontos vitais "Kupso" (ou Kyusho), assim como o desenvolvimento de armas para ter acesso a eles, foi apontado mas nunca foi totalmente ensinado. Kyusho International desenvolveu um programa para iluminar, educar, integrar e desenvolver esta inacreditável Arte Marcial, voltando aos conceitos de seu fundador. Este novo programa conta com o pleno apoio do filho do fundador, Choi Jung Hwa. O objectivo desta série é para pesquizar os padrões (Tul), que se realizam de acordo com os preceitos do fundador na "Enciclopedia do Taekwon-Do" (os 15 volumes escritos pelo General Choi Hong Hi, incluindo os "Pontos Vitais"). Através desta estrutura, o Kyusho se integrará inicialmente e de novo no Taekwon-Do. Kyusho International se sente orgulhoso por estar presente nesta tarea de colaboração monumental e histórica.
Ref.: • KYUSHO20
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O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhado para controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal, médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Este programa está especialmente destinado, ainda que não exclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança, Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal. Este módulo básico se constitui de um conjunto de 12 objectivos principais integrados en 4 módulos de controlo da escalada de força. Há numerosas estruturas débeis no corpo humano que podem ser utilizadas por um Agente para simplesmente obter o controlo de um indivíduo, mais eficientes que o uso convencional da força como nos indica o protocolo. Mais alem da etapa de ordem verbal, numa situação de escalada do conflito, são estes pontos (Vitais) do Kyusho onde o agente pode fazer uso dos sistemas internos de controlo físico, como os nervos, a estrutura dos tendões e os reflexos nervosos naturais do corpo. No requer de grande força ou de um complexo controlo da motricidade ou da vista ... tudo isso sujeito ao fracasso em estados de elevada adrenalina. Esta informação está dedicada aos valentes e resistentes membros das Agências de todo o mundo ... Obrigado pelo que fazeis!
REF.: • KYUSHO 22
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REF.: • TAOWS-2
Kung Fu Ao princípio da minha carreira profissional nas Artes Marciais, compartilhei com a gente do meu meio social, o que significava ser “Um verdadeiro Grande CFV Mestre”. A imagem era a de um mestre velho e sábio, com uma grande barba, que sentado no cimo de uma montanha, esperava o estudante eleito. No meu caminho de formação no Kung Fu, este imagem, para mim começou a ser relativa e conforme passava o tempo, tive as primeiras dúvidas acerca desta teoria. Como muitos sabem, após procurar intensivamente um mestre verdadeiro, tomei a decisão de optar por uma lenda de Kung Fu, o Grão Mestre Chiu Chi Ling, 10ºDan em Hung Gar Kung Fu e já então conhecido em todo o mundo. Ele foi quem com só uma frase, corrigiu a minha imaginação: “Se tu és bom em alguma coisa, é só uma questão de tempo que todos saibam isso e tu sejas conhecido”.
“Eu sempre fico agradecido e encantado por constatar que a nossa arte, a nossa escola, são capazes de ‘tocar’ positivamente outras pessoas, pois de facto, esta é uma das grandes virtudes do meu Mestre Chiu Chi Ling, coisa que ele, desde que eu o conheço, quase sem esforço, consegue a cada dia”
Kung Fu
U
m Grão Mestre solitário, no cimo de uma montanha? Se é um mestre verdadeiro, muitos alunos deveriam de caminhar até o cimo, para em pouco tempo, aprender com ele! Isto pensava eu, mas não há mestre solitário nem mosteiro secreto! Hoje, a minha resposta é: ”Não. Já os não há!”. E não é o caso de que eu os não tenha procurado… Este facto poderia desiludir alguns leitores, mas de novo me lembro da frase do meu Sifu, do meu Mestre, quando eu lhe agradecia o que me ensinava: “Não tem porquê, foi um prazer…”
Kung Fu Se o que se procura é a arte verdadeira de Shaolin, os leitores podem estar tranquilos… Ainda há veneráveis Mestres do Shaolin Kung Fu verdadeiro, como é o caso do meu mestre. Só se tem de procurar com outros factores. Como me disse o meu Mestre: “Se alguém é bom em alguma coisa, só faz falta um pouco de tempo para que todos fiquem a saber e seja conhecido”. Foi assim que eu encontreio o meu Sifu. Quando reconheci a grande eminência que é o meu mestre no mundo das artes marciais e o legado que ele recebera, o meu caminho me pareceu claro e diáfano. Era o que eu queria! Mas eu também queria ser um mestre verdadero! Passei a minha vida (e ainda continuo), divulgando a arte verdadeira do Mosteiro de Shaolin do Oeste, pelos antepassados do meu Sifu, da família Chiu. Foi um caminho inicialmente duro, mas lentamente se foi echendo de êxitos. Fui sendo conhecido. Primeiro na Ásia e depois, lentamente, no mundo todo. As frases do meu mestre, suas condecorações e diplomas não só pertencem à sua vida, também pertencem à minha! O predicamento que constituiu ser eu o sucessor de Chiu Chi Ling e a obra da minha vida, se expandiram pela Ásia mas também, e isto me compraz muito, recentemente aconte também na Suiça, na Basileia, onde fui agraciado pelo “Masters Hall of Fame and Honor”, com o título de Grão Mestre e Fundador 2015 - um honraria que me concedeu o “European Martial Arts Council”. Para mim, constituiu um prazer especial, porque tinha lugar na Suiça, onde a maioria dos meus estudantes estão aprendendo e esta notoriedade tem sido muito boa para começarmos a crescer.
Kung Fu
Eu sempre fico agradecido e encantado por constatar que a nossa arte, a nossa escola, são capazes de “tocar” positivamente outras pessoas, pois de facto, esta é uma das grandes virtudes do meu Mestre Chiu Chi Ling, coisa que ele, desde que eu o conheço, quase sem esforço, consegue a cada dia. Uma conclusão primordial se pode tirar de tudo isto e é que render-se, NUNCA VALE A PENA! É importante ter um objectivo, um caminho claro, um procedimento pronto e uma força de vontade férrea e disciplina. Todo o resto, clara e naturalmente, também é questão de encontrar o correcto verdadeiro mestre de Kung Fu. Os critérios de procura, já se explicaram basicamente: É conhecido (especialmente no mundo do Kung Fu)? Também é conhecido por seu poder? Aprendeu de um mestre verdadeiro? Estas são as condições mais importantes. Mas também se tem de dar atenção a uma necessidade muito importante - ser saudável e perseguir os objectivos a cada dia um pouco mais. Isto é o que eu oiço dizer aos meus estudantes. Eles me motivam cada vez mais e de novo a fazer o meu caminho e a abrir a nossa arte e a KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER, a toda a gente.
REF.: • LEVI LEVI8
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A Mecânica Corporal Em Keysi, tenho um grande projecto de formação, considero muitíssimo importante a maneira de transmitir os princípios, posto que isto vai unido a um código de Valores. Este código nos ensina que a simplicidade e a cordialidade não são sinónimos de fraqueza. Se queremos ver os valores nos outros, primeiro teremos de conhecer os nossos e isso nos leva a conhecermos o nosso corpo, mente e estado emocional e é por esta dedicação ao reconhecimento do nosso eu, que o Keysi está crescendo e são muitos os profissionais que estão participando nos programas de formação.
A
parte Físico-Técnica nós a desenvolvemos através da mecânica corporal; este é o nosso campo de cultivo. Ao mesmo tempo que vamos reconhecendo a nossa mecânica corporal, vamos reconhecendo as nossas habilidades e as nossas debilidades físicas, O corpo humano é um mapa que devemos estudar e descifrar. No Keysi damos um mapa e o mapa dará o conhecimento dos primeiros passos. Mas o segundo passo e mais importante, é deixar de lado a técnica e entrar no território da inspiração, um lugar onde o instinto se acelera e onde descobriremos que há alguma coisa para além do domínio do tempo, do espaço e a matéria, onde conheceremos as nossas realistas posibilidades. Isso supões reconhecer as nossas habilidades e debilidades. • “As habilidades”, o desenvolvimento das habilidades naturais, nos proporciona uma imagem das possibilidades do nosso potencial físico. • “As debilidades”, é uma imagem falsa de nós mesmos, do que acreditamos serem os nossos limites.
A Técnica - habilidades e debilidades O fundamental da técnica no Keysi é o facto que ela se pode transmitir, que as pessoas podemos aprender a técnica umas de outras, é reproduzível, transformável e melhoráble em qualquer de seus âmbitos e esta, melhora tanto com o tempo como com a prática. Conforme vamos reconhecendo a nossa mecânica corporal, esta irá acunhando a sua própria personalidade, adaptando-a às necessidades, para conseguir um alto nivel de resposta. Aqui é onde aprendemos a analizar e a pesquisar, descobrindo e melhorando as nossas habilidades. Como consequência, também descobrimos as nossas debilidades. É este um trabalho árduo, só à força da constância e continuidade, conseguiremos que estas se tornen habilidades. A mecânica corporal é um meio para alcançar uns
objectivos e eles são: conseguir a máxima capacidade de resposta acção/reacção, nos diferentes níveis de risco que supõem um confronto. A técnica em Keysi consiste na repetição de certas acções, para conseguir esses objectivos. Esta técnica se sustenta em um pilar fundamental de provas e erros, e assim, a base de proves, milhares de repetições e uma análise dos erros, têm uma consequência que será o que nos permita conseguir o procedimento adeauado às necessidades de cada pessoa.
A Mente e o Estado Emocional Os pensamentos no Keysi, não são clássicos, nem têm seus fundamentos na acumulação de técnicas, nem em fixas normas de agir; são necessárias a técnica e a informação, para ter um conhecimento realista do nosso físico, mas para ter uma resposta imediata numa situação realista, necessitamos do Instinto. O nosso corpo-mente e as emoções, são como uma pirámide de tres lados. Para conseguir um alto nível de resposta, não só tem de se aprender a técnica. Se o físico é o vehículo com o qual podemos fazer termos uma resposta explosiva, a mente é o condutor capaz de analizar a situação e fazer a ligação entre o estado físico e o emocional. Será a ligação entre ambos que determine a capacidade de acção/reacção neuronal, entre o estado emocional e a acção física.
O estado Emocional para chegar ao Instinto O Instinto tem sido “socialmente” amansado, mas
“Os pensamientos no Keysi, não são clássicos, nem se fundamentam na acumulação de técnicas, nem em normas fixas de agir; são necessárias técnica e informação, para ter um conhecimento realista do nosso físico, mas para ter uma resposta imediata numa situação real, necessitamos o Instinto”
jamais poderá ser erradicado. Pelo Instinto, o ser humano Evolui e Sobrevive. Este amansamento faz com que as nossas mentes sejam limitadas e que procuremos na limitação as nossas referências. Analizando a técnica, tenho observado que ela nos permite desenvolver uma acção com o menor tempo e dispêndio de energia possível, fazendo mais eficaz o movimento realizando uma acção, mas também tenho observado que a técnica é a parte exterior, o que mostramos fisicamente e que isto, aplicado numa situação real, não é funcional. É aqui onde reajusto este conceito técnico e o adapto com os meus princípios, procurando o que para mim é o mais importante, o Instinto. A través da técnica, se pode chegar a desenvolver uma grande habilidade. A técnica pode ser ensinada,enseñar, o Instinto não! O Instinto nasce com cada pessoa e tem de se voltar a
“Se a Técnica, o Conhecimento e a Teoria consistem em saber alguma coisa, o Instinto consiste em faze-la. O Instinto permite realizar as coisas quando outros ainda estão perguntando a si próprios, si seria possível faze-las”
despertar a astúcia primária, é este um processo Mental e Emocional. São necessários técnica e conhecimento, para ter um controlo realista do nosso físico, mas para ter uma resposta imediata numa situação real, necessitamos reconhecer o nosso estado emocional. O Keysi trabalha para despertar e reconhecer esse estado emocional, criando cenários onde mediante análise e acção, desenvolvemos uma maneira de agir na rua.
Se a Técnica, o Conhecimento e a Teoria consistem em saber alguma coisa, o Instinto consiste em faze-la. O Instinto nos permite realizar as coisas quando outros ainda estão indagando se seria possível faze-lo… Quando se consegue, se sabe e se sente. Este é um processo em constante Desenvolvimento, Evaluação e Adaptação às chaves do Keysi e são estas chaves as que o fazem ser o desafio Técnico e Intelectual que é.
Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.
El Weng Chun Kung Fu ¿Un Arte Marcial también para chicas y mujeres? Artículo: Philipp Hackert, Maestro Sifu de Weng Chun Kung Fu Fotos: Anjali Lal, Luchadora de Weng Chun y Philipp Hackert, Maestro Sifu
¿Por qué se plantea la cuestión de si un Arte Marcial es adecuado para chicas y mujeres? ¿No hemos aprendido que no hay prácticamente diferencias entre ambos sexos? ¿Vamos a volver con esta pregunta a los antiguos prejuicios? Cr eo que no. En los 15 años que llevo enseñando Weng Chun Kung Fu, siempre he podido comprobar en mi propia escuela y en numerosos seminarios y cursos de autodefensa, que en la autodefensa las chicas y las mujeres tienen objetivos muy diferentes a los hombres.
n primer lugar, hay que considerar lo siguiente: las mujeres son, según las estadísticas y de manera desproporcionada, a menudo víctimas de la violencia masculina. Los ataques a las mujeres transcurren de forma muy diferente a aquellos que se dirigen a otros hombres y que están controlados por la testosterona o el alcohol. En este caso, suele haber un cruce de insultos antes de que se produzca el intercambio de puñetazos y patadas. Pero, antes de atacar a una mujer, los agresores tratan de intimidar a su víctima, mediante agarrones e inmovilizaciones. Pocas mujeres son conscientes de su propia capacidad de lucha natural, por eso, esta estrategia produce por desgracia con demasiada frecuencia, el resultado deseado de la intimidación y la paralización de la víctima. Esto permite al agresor llevar a cabo sus intenciones, sin mayor resistencia. Por las razones mencionadas anteriormente, el Weng Chun Kung Fu es especialmente adecuado para la autodefensa de chicas y mujeres:
E
1. El "Chisao" – La distancia de lucha en el Weng Chun Kung Fu: En el Weng Chun Kung Fu se presta mucha atención a la capacidad de defensa en la distancia Chisao (la distancia en la que se alcanza al rival con los brazos, por tanto, en la que se llevan a cabo mayoría de los ataques contra las mujeres). Hay muchos ejercicios ingeniosos que aprender a sentir el ataque y utilizar la energía de éste. Por lo tanto, el atacante provoca a través de su propia acción directa, una serie de técnicas de defensa rápidas como el rayo, que se producen por reflejo y son utilizadas contra el propio atacante. Cualquier otro intento de por la fuerza obtener la ventaja de nuevo, es respondido de inmediato con una nueva acción ("el viaje del tigre"). En la distancia Chisao, ni el tamaño ni el peso, ni la potencia corporal juegan un papel importante, ¡un luchador de Weng Chun mejor, puede utilizar su superioridad técnica contra un agresor! 2. La "Fuerza suave" del Weng Chun Kung Fu
Cuando nuestros antepasados desarrollaron el Weng Chun Kung Fu en el Templo Shaolin del Sur, no pusieron el énfasis en factores como la fuerza muscular y la velocidad - desarrollaron un sistema que por el contrario, ¡se basaba en la estrategia y la sabiduría, para vencer a un enemigo más fuerte y más rápido! Mediante estos métodos, se logra utilizar todo el peso corporal en cada movimiento, por lo que los brazos y las piernas no actúan de forma aislada, sino que siempre trabajan conectados con el cuerpo del atacante. Esto hace que sea posible que ¡personas más pequeñas y débiles ejerzan una fuerza increíble contra el agresor! Además, aprovechan constantemente la fuerza y el impulso del agresor en su contra, ¡lo que a su vez significa maximizar la propia fuerza! También es importante trabajar con el espacio (el "Dragón"): el practicante de Weng Chun forma intuitivamente siempre un ángulo favorable ante un atacante, lo que le permite contrarrestar cualquier ataque directamente mediante el control del espacio. Si se utiliza la fuerza de choque del puente "Che", que también se llama "potencia de pulgada", el propio peso corporal se proyecta en la distancia explosiva contra un punto sensible del atacante! Para ello, no se necesitan grandes músculos, sino el entrenamiento adecuado; se puede usar la mayoría de los muñecos de madera o un buen saco de golpeo.
Para aplicar el poder blando se pueden realizar combinaciones de puñetazos, patadas, agarres, proyecciones y estrangulaciones, que se pueden ejecutar rápido contra el agresor y le pueden provocar un estado de pánico. 3. El Puente "Da" El puente "Da" del Weng Chun Kung Fu, enseña a utilizar "las armas correctas" contra los puntos sensibles del atacante. Si el ataque está todavía en la etapa de preparación, por ejemplo, "violación", entonces la luchadora de Weng Chun tiene los dedos, la muñecas, los brazos, los hombros, o las rodillas del atacante disponibles para hacer palanca sobre ellos, de forma que el atacante rápidamente se de cuenta de que una mujer le puede provocar dolor o incluso ¡dañar sus articulaciones y ligamentos! Pero si se trata de un ataque masivo, por ejemplo, un agarre fuerte, estrangulación o tirón de pelo, entonces la luchadora de Weng Chun tiene un arsenal de técnicas contundente disponibles: patadas en la ingle o en la rodilla, rodillazos y codazos a la cabeza, puñetazos y golpes de dedo contra zonas blandas, como los órganos internos o el cuello y los ojos. En este tipo de autodefensa se introducen en el Weng Chun Kung Fu palancas y golpes ejecutados de una forma no tan gentil y considerada como en el entrenamiento, sino explosiva y rápida como un rayo, para incapacitar al atacante lo más rápido posible.
4. El buen ambiente de formación Si tuviera que elegir una escuela hoy en día, en la que yo quisiera entrenar defensa personal, por lo que me gustaría ver un montón de mujeres entrenando! Según mi experiencia, las mujeres son más sensibles que los hombres, a cosas como un ambiente agradable, respetuoso y cortés, con los aspectos importantes como el orden y la limpieza en la escuela y el comportamiento respetuoso de los alumnos entre sí. Al ser un estilo tradicional de Kung Fu, en el Weng Chun Kung Fu estas cuestiones juegan un papel importante: Cada sala de entrenamiento es vista como una continuación de la sala de entrenamiento del Templo Shaolin del Sur ("Weng Chun Dim") y por lo tanto, se entra con gran respeto. Esto se refleja en la relación de los alumnos entre ellos, cada uno entiende que forma parte de una comunidad ("Sanga"), que tiene como objetivo desarrollar la habilidad de cada alumno para el combate y que éste crezca continuamente a través de la formación , En las competiciones, ¡no está bien visto someter a los demás por la fuerza o la habilidad, o hacer daño conscientemente a un compañero de entrenamiento! 5. Sparring Para ser capaz de defenderse realmente en una situación estresante, ¡también hay que entrenar el combate! En combate, la combatiente Weng Chun ejercita improvisación; ha de aplicar espontáneamente todo lo practicado en cualquier situación de ataque. Además, en combate hay que hacer frente a una variedad de emociones, como el miedo, la codicia o la confusión ("Tam, Pa Mong"), que se superan cada vez mejor, a medida que aumenta la experiencia en combate. También ejercitan la agresividad ("Bok"), el control de la emoción ("Fok"), la agudización del ingenio ("Jau") y el aprovechamiento de la fuerza de ataque de su compañero de entrenamiento ("Lau") ¡y cada vez se dominan más estas cosas! Pero así como los ejercicios guiados siempre se llevan a cabo para que el compañero de entrenamiento puede trabajar sin miedo y de forma entretenida, ¡el combate debe conllevar un libre intercambio de técnicas y una experimentación entusiasta, para aprender y crecer juntos! Para aquellos que deseen ir más lejos, hay una serie de oportunidades para participar en competiciones como Sanda-, K1, Thaibox- o MMA, ¡en las que los luchadores de Weng Chun pueden aplicar sus habilidades en contacto total! Nuestros antepasados desarrollaron con el Weng Chun Kung Fu, un estilo que es ideal para la autodefensa de chicas y mujeres. Sin embargo, otros estilos también pueden ser buenos para la autodefensa - por lo tanto ¡es importante que en el futuro, muchas más mujeres entrenen artes marciales para aprender a defenderse!
Shaolin
Texto: Shifu Bruno Tombolato Fotografía: Cristina del Barco
O Pau de Shaolin O famoso Templo Shaolin, situado nas montanhas de Songshan, sempre tem sido famoso por seu Kung fu, mas se alguma coisa em especial, se destacou no templo, foram seus monges guerreiros, com as suas técnicas de pau. Historicamente, não só resgataram o filho do Imperador armados com paus, como também defenderam as fronteiras contra os piratas japoneses e uma das personalidades mais famosas, como Kinnara, que hoje é venerado como um dos padroeiros do templo, repeliu o ataque do “bando dos turbantes vermelhos”, agitando um pau em chamas no ponto mais alto da montanha. Existem infinitas histórias como estas e poderia escrever-se um livro inteiro a esse respeito. Neste artigo, abordamos algumas das histórias mais famosas dos monges e suas facanhas, e indagaremos também na história, proporcionando dados que nos ajudem a compreender o pau de Shaolin e a sua evolução. O pau de Shaolin é a arma mais famosa e mais antiga do Templo. A sua história não é recente e podemos dizer que se remonta a centos de anos atrás, praticamente à sua fundação, no ano 495 da nossa era. O pau entra na categoria de armas compridas, seus movimentos são elegantes, mas à vez rápidos e poderosos. Ao longo da história, os paus têm sido fabricado com diferentes materiais, bambu, metal, cobre, madeira, sendo este último o mais popular. O pau era uma arma fácil de encontrar, especialmente quando se habitava nas montanhas ou em um bosque. Dentro das artes marciais de Shaolin, a primeira arma que se aprende a utilizar é o pau, por ser considerado como a base de todas
Shaolin
“O pau de Shaolin é a arma mais famosa e mais antiga do Templo. A sua história não é recente e podemos dizer que ela vem de centenas de anos atrás, praticamente desde a fundação, no ano 495 d.C.”
as armas. Sem anteriormente se ter treinado com o pau e obtido sua mestria, não se poderá avançar e dominar as seguintes armas. Os monges do mosteiro utilizam o pau por dois motivos: em primeiro lugar, o Templo Shaolin é o berço do Budismo Chan (Zen) e um dos princípios mais importantes dos monges é a compaixão. Por esta razão, os monges não podem portar espadas, facas, lanças… Além disso, o pau é uma ferramenta de uso quotidiano e de trabalho no campo. Em segundo lugar,
antigamente o Templo estava situado na montanha, no meio de um bosque, onde havia muitos animais selavagens, pelo que os monges utilizavam o pau como ferramenta de protecção. Os monges utilizavam o pau para trabalhar e defender-se, sendo por este último motivo que começam a desenvolver e praticar técnicas de defesa. O sistema de formas do pau de Shaolin é anterior às formas de mão nua. Já na Dinastia Yuan (1206–1368) se começavam a ver as primeiras formas do pau. De esta dinastia, diz
uma lenda que um monge de nome Kinnara, lutou armado com um pau contra os bandidos do “turbante vermelho”. Algumas das formas mais famosas do Templo Shaolin são: Fenghuo gun, Shao Huogun, etc., que segundo a história, foram herdadas de Kinnara. Kinnara, também conhecido como Jinnaluo Wang, se desempenhava no templo como cozinheiro. Em relação a este personagem histórico, há uma versão marcial e uma versão Budista desta lenda. Na versão marcial,
Shaolin
“Os monges do mosteiro utilizavam o pau por dois motivos. Em primeiro lugar, o Templo Shaolin é berço do Budismo Chan (Zen) e um dos princípios mais importantes dos monges é a compaixão. Por esta razão, os monges não podem portar espadas, facas, lanças...”
Jinnaluo pegou em um pau aceso da fogueira da cozinha e se dirigiu ao encontro dos bandidos, aos quaisse enfrentou com a sua técnica pessoal de pau. Na versão Budista, Jinnaluo utiliza poderes mágicos que teria adquirido através de cultivá-los profundamente. A olhos dos bandidos, Jinnaluo se transformou em um gigante brandendo um pau em chamas. Os bandidos fugiram aterrados. Hje, Jinnaluo Wang é venerado por budistas e artistas marciais, assim como a imagem de Buda e Damo (Bodhidharma) e são parte especial do património do Templo Shaolin. A meados da Dinastia Ming (1368-1644), o sistema do pau de Shaolin se tinha feito mucho mais complexo. Nessa época, os monges guerreiros participaran em várias guerras, para proteger as fronteiras do país, entre outras contra os piratas japoneses. Acerca dizto também se diz que um famoso general de nome Yu Dayou (1504-1580) que tinha lutado contra os piratas japoneses, visitou as montanhas de Songshan para ensinar a arte da manipulação do pau aos monges do Mosteiro. De estas campanhas em diante, o pau de Shaolin adquiria uma grande notoriedade em toda a China. As formas herdadas que chegaram até os nossos dias, são as que se praticavam durante ese período. Existe um livro muito famoso da Dinastia Ming, que está considerado a primeira referência escrita acerca do pau de Shaolin. O livro titulado “Shaolin gun fa chan zong”, de Cheng Zong You, é onde o autor compilou as técnicas de pau que os monges praticavam naqueles tempos e que posteriormente se incluiria no “Tratado de preparação militar” (Wubei Zhi), do famoso Mao Yuan Yi, que afirmava também que haver dúvida alguma de que todas as técnicas herdadas até os nosso dias, são provenientes do Mosteiro de Shaolin. Depois da Dinastia Qing (1616-1911) a prática do pau de Shaolin foi muito popular e é um período de criação de novas formas. As formas mais famosas são: Shaolin Gun, Yuan Hou Gun, Qi Mei Gun, Yin Shou Gun, Shao Huo Gun, Feng Mo Gun, Wu Hu Qun, Liu He Gun, entre outras…
A lenda dos 13 Monges Guerreiros
“Antigamente, o Templo estaba situado em um bosque da montanha, onde havia muitos animais selvagens, motivo pelo qual os monges utilizavam o pau para a própria protecção”
Conta a lenda que 13 monges armados com paus, ajudaram o Imperador da Dinastia Tang, em sua luta contra Wang Shichong, general auto-proclamado imperador do seu próprio território. Este último se apoderara da cidade de Luoyang, levando o caos e a fome a toda a região. O Templo Shaolin e seus monges também se viram afectados, especialmente, por lhes terem sido expropriadas suas terras de cultivo, deixando os monges sem a única fonte de alimentação que possuiam. Este episódio fez com que os monges apiassem o Imperador Li Yuan, da dinastia Tang (618-907) e o ajudassem a vencer o tirano Wang Shichong e o seu sobrinho Wang Renze. O filho de Li Yuan, Li Shimin (segundo imperador da Dinastia Tang) foi feito prisioneiro por Wang Shichong e encerrado na cidade de Luoyang. Enquanto a esta história, existem duas versões: a primeira conta como os 13 monges armados com paus, tenderam uma emboscada junto com o exército de Li Yaun, numa barranca do caminho de Deng Feng a Luoyang, rescatando assim Li Shimin. A segunda versão conta como os 13 monges viajaram à cidade de Luoyang e de noite, disfarçados, conseguiram entrar na prisão e libertar Li Shimin. Quando fugiam de Luoyang, o exército de Wang Shichong começou a persegui-los, até que finalmente se
Shaolin
enfrentaram com o exército de Li Yuan, numa batalha entre ambas partes. Finalmente e após a morte de seu sobrinho Wang Renze, Wang Shichong se rendeu. Não se sabe com certeza, qual das versões é autêntica, ou pelo menos a mais acertada, mas o mais importante é como já nessa época se faz menção ao Pau de Shaolin como arma dos monges guerreiros. Acerca desta história, existe uma placa comemorativa que nos nossos dias podemos ver no Templo Shaolin e que foi assinada por Li Shimin, segundo Imperador da Dinastia Tang.
“O sistema das formas do pau de Shaolin, é muito anterior às formas de mão nua”