“Só existem dois dias no ano em que nada se pode fazer. Um chama-se ontem e o outro amanhã. Portanto, hoje é o dia ideal para amar, crescer, fazer e principalmente viver”. Dalai Lama
A
armadilha da percepção é um dos subterfúgios mentais para segurarmos o nosso sentido da “realidade”, para mantermos a coerência do nosso Universo pessoal. A nossa descrição do mundo para se segurar, necessita da memória, pois sem ela não há aprendizagem possível e é precisamente a boa memória, o que permite domar animais, como o cavalo, o elefante, a chama ou o camelo. Nas nossas linguagens, eles são sempre paradigma disso, paradigma de uma magnífica memória. A mente possui seus próprios mecanismos e entidade. Como todo organismo e entidade tende a assegurar-se a si mesma, a alimentar-se para continuar existindo; a mente não aceita negar-se a si mesma, até tal ponto que se inclina por inclusivamente não aceitar suas disfunções, se preciso for, mentindo-se a si própria. A mente é essencialmente um elemento biológico e se alimenta de sensações, sensações estas que enquadra meticulosamente em grupos de associações; como suas ferramentas são tremendamente entropicas, tem a necessidade imperiosa de aforrar energia e em consequência, simplifica tudo quanto arquiva. A verdade é que o que recordamos nunca é aquilo que aconteceu, nem sequer o que nesse momento percebemos, mas sim um resumo prático do mesmo, no sentido de facilitar a função evolutiva e a sobrevivência. Para a evolução, a memória é um mecanismo artificioso: O mato espeta: Ai!... associado à emoção de desagrado e zanga… ergo, o MATO é MAU. A maçã é doce; o meu cérebro me gratifica com endorfinas; o estômago deixa de doer… ergo, a maçã é BOA. Quando recordamos a maçã não recordamos uma maçã específica, mas sim a sensação que associamos a essa primeira ou última vez que comemos uma e que nos deixou a sua forte impressão. A mente é no fundo simples, como o asa de um balde e se agora lhe damos tanta importância, é porque o homem moderno, à falta de qualquer referência espiritual aceitável, se identifica a si mesmo quase em exclusiva com ela. É inacreditável como “situa os casos” da moleira se situou no lugar central do facto cultural humano, deslocando e retorcendo tudo; mas, o que esperar de uma cultura que faz dos modelos e seu alter ego, os seus heróis, os actores, enquanto ignora os sábios? Já dizia Carlos Castaneda: “Um dos nossos maiores vícios é que nos encanta dar-nos importância a nós mesmos!” Seguindo o vício de associar de toda mente, tenho observado que os seres humanos nos dividimos em dois tipos: os que temos tendência a viver projectados no futuro e os que estão ancorados no passado. O presente, sendo entretanto a única real idade na óptica do perceptivo, é um espaço quase sempre inconsciente, um momento reduzido ao de tomada de dados, que não conseguimos prender. A vida assim, nos passa desapercebida entre recordações e projectos, marcada por momentos associados geralmente a divisórias subjectivas, linhas vitais geralmente unidas a uma emoção intensa, associada ao gozo ou a uma dor. Os dois biotipos são em certo modo desgraçados, cada um à sua maneira, pois afinal vivem alienados em suas realidades fictícias, ausentes do aqui e agora. Angustiados por cumprir seus projectos; os que vivem para diante, querem chegar a destino e geralmente se perdem os detalhes do caminho.
“Quando finalmente conseguires viver o presente, surpreender-te-á tudo o que podes fazer e que bem o fazes”. Dan Millman O Guerreiro Pacífico” Os ancorados no ontem, vivem apegados aos seus cuidados, ou a ilusórias recordações, querendo reproduzir esse momento único que nunca voltará, enquanto as sua lágrimas pelo pôr do sol, os impedem ver a maravilha das estrelas. Os sábios Zen tentaram quebrar essa cadeia, serrando as grilhetas da mente com desigual fortuna, porque entre eles havia, claro está, os dois tipos de pessoas; os que perseguiam algo e os que eram perseguidos por algo. Deixaram no entanto algumas luzes no seu caminho. Recentemente, a mim, por exemplo, a prática do Kyujutsu como meditação, me tem deixado espreitar algum deles. Esvaziar-me de intenção nos resultados tem demonstrado ser muito mais eficaz que procurá-los. Duas flechas espetadas juntas numa situação impossível, acabaram por demonstrar isso. Então assim… O arco estendido, o tempo se detém; passado, presente e futuro são uma só coisa..., a flecha já chegou... mas não partiu…, ao cheio segue-se o vazio…, cada coisa encontra o seu lugar. São momentos de paz e quietude, muito eficazes no combate quotidiano das misérias da nossa mente, mas sabendo que o quotidiano é pertinaz e teimoso e que ninguém dá com solução duradoura alguma nesta matéria. Eu, que me confesso de natureza “futurista”, só encontrei uma vantagem na mi perversa inclinação sonhadora do amanhã e esta chegou, não como fruto da minha virtude, mas dos anos, pois conforme se me faz mais curto o horizonte de projecção vital, mais fácil me resulta apreciar o momento presente. O hedonismo, armadilha e subterfúgio, problema e solução, acode inevitavelmente em minha ajuda quando mais desesperado estou; até o macaco enjaulado sabe masturbarse com veemência, mas até o vinho mas delicioso amarga a boca do enfartado. Mais além de receitas sintomáticas, é a humildade esse ponto de partida indispensável no viagem ao aqui e agora. O pequeno se faz grande com a correcta atitude e quando nos esvaziamos, nos serenamos, permitindo-nos assim voltar a encher-nos. Os sábios de muitas culturas têm dado à respiração a chave desse processo e ninguém que toque esta matéria pode abstrair-se disso. Nyoity Sakurazawa Osawa tinha umas frases dessas inesquecíveis e uma delas, rotunda em sua simplicidade, dizia assim: “Ser todos os dias um pouco feliz… cada vez mais frequentemente”. Talvez não seja tão transcendente como o Za Zen, nem pareça tão misterioso, mas parece-me a mim uma proposta interessante para qualquer dos dois grupos de “alienados temporais”. Afinal, só a dor física e o gozo nos trazem ao aqui e agora de maneira imediata, por caminhos muito diferentes, sem dúvida, mas da mesma maneira inapeláveis. O meu mestre de pintura Manuel Tarazona, estrambótico e único, “louco lindo” onde os houvesse, gostava de violentar as senhoras, quando nas reuniões sociais mais selectas largava alguma das suas frases... Quando as pessoas falavam de como gostavam de tal ou qual pintor e o prazer que lhes proporcionava a sua Arte, ele, que SIM era um verdadeiro artista, se mofava dos pretensiosos quando perguntado ao respeito: “Eu, do que mais me gosto na vida é de ter um orgasmo” e juntava, “porque então falo com Deus de tu a tu, essa cabrão com barba”. Pobre Manuel! Quanto talento e
Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
quanta ignorância dentro da sua peculiar sabedoria. Sempre estranhamos os nosso Mestres quando já partiram e também por isso temos de saber honrá-los em vida… Não posso falar em primeira pessoa do biotipo nostálgico, mas através da observação tenho encontrado duas subtis variantes: os que carregam com o mundo às costas e os que negam o presente, simplesmente porque têm saudade desse tempo passado que nunca voltará. Os segundos são uma versão “light”, muitas vezes uma impostura do primeiro tipo, o autêntico e afligido herói. Conheço bem as misérias da minha variante, mas não são poucas as daqueles que sofrem a oposta. O passado pode ser um dono terrível, um estrangulador implacável de todo vislumbre de liberdade, de todo estímulo, e os estímulos, sejam estes reais ou inventados, são uma ferramenta indispensável para continuar vivendo. Se o burro e o cavalo são conduzidos com o pau e a cenoura, os nostálgicos funcionais têm tendência a só usar o pau e a se esquecerem da cenoura, porque sempre a imaginam amarga, em vez de doce. Eles são ensinados pelo pau, à semelhança dos pobres de nós, os amantes da ciência ficção, os adictos do amanhã, que pensamos que se nos apressamos suficientemente… apanharemos a cenoura. Claro que a vida nos toureia alargando sempre o pau e mostrando-nos atrás de cada lance de capa, no ataque dos nossos desejos, descobrimos um dia que atrás de cada lance do capote só há… ar. As ditas inclinações definem, e não pouco, as personalidades de ambos grupos. O nostálgico reconhece predominantemente o valor do pau e usa-o sobre si mesmo e sobre os outros, com o mesmo zelo que o amante do futuro usa e abusa da cenoura consigo mesmo e, como não poderia ser de outra maneira, também com o resto das pessoas. Um é pessimista nato, o outro optimista exagerado, ambos olham para o mesmo copo, um vendoo meio cheio e o outro meio vazio. Os nostálgicos seguram bem as coisas, mas não gostam de empreender, porque sempre suspeitam de tudo. Os futuristas possuímos a força de quem sempre quer avançar, esperando que o vale seja mais verde por detrás da próxima colina, mas são débeis com os detalhes e o planeamento e exaustos se perdem facilmente. Perante os problemas, o primeiro procura soluções em suas lembranças e formação, o segundo em sua iniciativa e versatilidade. Cegos ambos, escutam as vozes das sereias vindas do lado da sua predilecção, porque todos nos refugiamos no essencial, no conhecido. Não existe mais solução para o que somos, que pôr as nossas barbas de molho. Passamos a vida à caça dessa técnica, ardil ou truque que diminua as consequências negativas das nossas naturezas e que, para evitar o efeito pêndulo, segure as positivas que também guarda como um tesoiro. Como em todo bom cocteil, o sábio juntará ao nostálgico umas gotas do remédio do seu oposto e vice-versa, sabendo que por mais que se tempere, um prato de cebola será sempre picante. Entretanto, se vivemos o suficiente e conseguimos finalmente sermos sábios de verdade, acabaremos por tirar a máscara a esse impostor, esse arrivista, o adeleiro da consciência que é a mente. Somos o que somos; sim, mas também somos esse último bastião de defesa, a criança interior que nunca morre; o pobre só é enganado para pensar como os outros querem que pense, a olhar para todas as coisas como o mundo quer que as veja, mas em um cantinho no nosso interior, se procurarmos lá está, escondido na sua simplicidade e só ele sabe resistir-se a sucumbir completamente ao teimoso enganador. Por isso o jogo e brincar, são o último baluarte perante os enganos da pretensiosa mente. Sim... A única maneira de vencer essa mentirosa compulsiva, é tê-la https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5 entretida, mas isso sim, sem que se ela se aperceba… ou seja… brincando. A virtude não está no centro, como proclamam os melífluos, mas nos extremos conjugados e no processo da vida, a dita combinação só é possível numa das suas pontas; quando velhos, mas cheios de um rico passado (que provavelmente esqueçamos por momentos), recordemos ao menos uma coisa: Brincar como crianças. Não deixem nunca de brincar meus amigos!
Defesa Pessoal No nosso DVD da Avi Nardia Academy, produzido por Budo International, mostramos a ponte entre a Velha Escola de Ar tes Mar ciais e o CQB moderno (Combate corpo a corpo). A minha experiência como comandante nas FDI (Forças de Defesa de Israel) e posteriormente como treinador oficial superior da unidade anti-terrorista de Israel, me ensinou que cultivar a mente e o espírito guerreiro deve ser considerado prioritário sobre o simples treino do corpo. Quando observo a situação actual das Artes de Combate, vejo muitos estudantes impressionados pelo fulgor dos denominados heróis de guerra e os auto-pr oclamados Grandes Mestr es. Alguns destes "Mestres" são pessoas que dificultosamente sobr eviveram a uns poucos dias de treino comigo; a outros, expulsei-os das FDI ou da Academia da Polícia. Não vou continuar dando a estas pessoas um r econhecimento que não merecem, posto que o meu objectivo é explicar à geração que segue, que um cavalheiro de brilhante armadura é um homem que nunca pôs realmente o seu metal à prova. A fim de proporcionar uma certa perspectiva, queria realizar este DVD para mostrar a ponte entre as velhas Artes Marciais de escola e o CQB moderno. Quero agradecer a Chris Shabazz, um grande Sensei e lutador de Karate de contacto total, pertencente à escola de Sosai Oyama de Karate, a sua participação na filmagem. Filmamos no Shoshin dojo, cujo nome significa "A mente dos principiantes". A formação neste dojo histórico sempre me inspira para continuar com o espírito de "Sempre estudante, por vezes Mestre". O artigo que segue, escrito por Ken Akiyama, é uma guia para os espectadores deste novo DVD. Espero que gostem do DVD e agradeço-lhes seu apoio. Avi Nardia, Fundador do KAPAP Moderno
Texto e fotos: Ken Akiyama & Avi Nardia
Defesa Pessoal
Ensinando a Velha Escola do Combate Corpo a Corpo
S
e bem se tem reduzido ao mínimo o aspecto combativo original de muitas Artes Marciais tradicionais, estas Artes continuam possuindo importantes lições, que vão muito além das dimensões físicas do combate. Para sobreviver na luta da vida, se necessita muito mais que músculos e uma tatuagem. Além do mais, os músculos brilhantes são basicamente inúteis para um Mestre que se concentra na evolução de seus alunos. Por isto, os novos estudantes têm que ver para além do brilho e o resplendor dos professores “genuínos”. Uma das características mais singulares da escola de KAPAP de Avi Nardia é que ele desenvolveu o sistema baseado numa ampla experiência nos métodos de treino e técnicas da velha escola de Artes Marciais. Com certeza que muitos clubes que vão buscar ao acaso as ideias nos livros e na Internet e as misturam entre si. Mas o KAPAP
Moderno de Avi é excepcional, pois ele se baseia na sua privilegiada inteligência, no seu carisma e educação nas velhas escolas das Artes de Combate, das quais possui o 4ºDan de Judo Kodokan, o 6ºDan de Kendo com o Mestre Kubo Akira, o 7ºDan em Jujutsu com o Mestre Hanshi Patrick McCarthy (que também é meu Mestre) e o Cinturão Negro em Jiu-Jitsu brasileiro com o Mestre RCJ Machado. Estes factores são importantes, assim como a sua experiência delineando um programa de treino de recrutas das forças especiais de Israel e o seu serviço como treinador oficial de CQB, na elite da unidade anti-terrorista de Israel. O resultado de tudo isto é o sistema mais rápido e mais intuitivo do mundo para a auto-defesa: O Moderno KAPAP de Avi Nardia. Quando observamos o sistema KAPAP de Avi, vemos uma apresentação convincente de Artes Marciais, através da visão de um instrutor de CQB da elite mundial. De todos os pontos fortes das TMA (artes
marciais tradicionais), há aspectos que resultam pouco práticos ou impossíveis de serem levados à prática por civis, oficiais da polícia e/ou soldados. Por isso, o KAPAP Moder no está parcialmente definido pelo genial sistema de Avi, para identificar o que não é fácil de ensinar como parte de KAPAP. Com frequência se atribui a Einstein que tenha dito: "Tudo se deve de fazer o mais simples possível, mas não simples demais". Tanto se Einstein o disse ou não, estas sábias palavras explicam o porquê de tantos sistemas de autodefesa falharem sob pressão: são demasiadamente simples ou demasiadamente complicados. A maioria dos nossos estudantes não têm tempo nem desejam estudar as Artes Marciais esotéricas durante os anos necessários para alcançar um bom nível de conhecimentos de uma maneira concisa. Assim sendo, o maior segredo da escola de KAPAP de Avi Nardia não tem nada a ver com a técnica. O segredo é o treino mental e
esse é o motivo de Avi ter filmado este DVD, para mostrar como se utilizam os conceitos da valha escola, para o treino da auto-defesa e o CQB moderno. Os samurais sabiam que o aspecto mental e um espírito indomável eram de suma importância para o êxito no campo de batalha. Nos velhos tempos, um samurai tinha de estudar muitas Artes, incluindo equitação, natação, e inclusivamente escritura, música e cultura geral, a fim de cultivar uma mentalidade aberta, um equilíbrio das emoções e o domínio táctico. Desta maneira, os samurais foram treinados como guerreiros da mente, corpo e espírito; dispostos a lutar em qualquer situação.
Miyamoto Musashi é considerado por muitos como o melhor espadachim de todos os tempos. Em seu Livro dos Cinco Anéis (1645), ele escreveu: "Faz da tua posição de combate a tua posição de todos os dias". No Budo, a luta contra a posição, que se conhece como kamae, é uma matéria central. De facto, no estudo das antigas artes marciais da escola, se dá tanto destaque ao kamae que os espectadores casuais, normalmente julgam mal o que estão a ver, quando assistem ao treino tradicional. O que não compreendem é que o estudo da posição física é realmente um meio para desenvolver a posição da mente e do espírito. Uma das nossas metas na Avi Nardia Academy é assegurar-nos de que
estas ensinanças não se percam como se perderam as antigas técnicas de tiro com arco dos guerreiros sarracenos. O estudo da história é fonte abundante de inspiração e lições de humildade. Recordemos que a guerra, o CQB e a auto-defesa não são matérias novas. Durante milénios, a humanidade provavelmente tenha ido esquecendo tudo quanto sabia acerca destas matérias complicadas. Vejamos, por exemplo, o arqueiro dinamarquês, que desafiou os especialistas modernos, recuperando as técnicas de tiro com arco antigas. Estudou em livros antigos e recuperou técnicas perdidas dos guerreiros
sarracenos, para disparar flechas com velocidade e precisão assombrosa. Mediante o estudo da antiga escola, estabeleceu "novas" marcas mundiais que se pensavam impossíveis e portanto estavam consideradas como míticas. Neste novo DVD, filmado no Shoshin dojo, Avi Nardia nos mostra a conexão entre a velha escola e o CQB Budo moderno, de várias maneiras. Uma demonstração que inclui os paralelismos convincentes entre o Iaido (desembainhar de espada) e a adequada manipulação da arma de fogo. As armas de fogo podem ser o mais novo em armamento individual,
“Neste novo DVD, filmado no Shoshin dojo, Avi Nardia nos mostra a conexão entre a velha escola e o CQB Budo moderno, de várias maneiras. Uma demonstração que inclui os paralelismos convincentes entre o Iaido (desembainhar de espada) e a adequada manipulação da arma de fogo”
Defesa Pessoal
mas não escapam à eter na sabedoria e à lógica da velha escola. Outro aspecto do treino integral de defesa pessoal, é o acondicionamento inteligente do corpo. Neste DVD, o Sensei Chris Shabazz mostra potentes métodos de acondicionamento do corpo, com as explicações dos benefícios e as precauções com os exercícios, enquanto que Avi oferece uma perspectiva importante para se ser inteligente quando se escolhem as práticas de treino. Muitos dos sistemas de combate militares se descrevem a si mesmos como o mais "letal e destrutivo". Lamentavelmente, muitas dessas afirmações podem ser certas, mas não da maneira que se espera. Os programas de combate e de MMA são desenhados para homens entre os 18 e os 22 anos de idade, que se encontram em óptimas condições físicas e que já foram previamente seleccionados em base a uma aptidão destacada e a tipos de personalidades de alto risco. Apesar do seu estado físico e entusiasmo, muitos recrutas e estudantes destes programas sofrem lesões que duram toda a vida. Estas lesões podem ser consideradas aceitáveis em alguns programas militares e desportivos, mas na Avi Nardia Academy nos ensinam que: "A segurança acima de tudo, a segurança em primeiro lugar". Na nossa escola, o treino de alto risco não é necessário para desenvolver a eficácia em combate de um soldado profissional, de um oficial de Polícia, ou de um gerente de escritório que aprende defesa pessoal no seu tempo livre. Este DVD é educativo, inspirador e esclarecedor. Recomendo o DVD aos profissionais de todos os estilos, os tradicionais e os modernos. O conhecimento consiste em aumentar as capacidades e esta produção de Budo Inter national será uma grande contribuição para a vossa colecção, mostrando o espírito do "Sho-shin - mente de principiante".
Todo sistema tem limites e quando se necessita passar de um sistema para outro, devemos de aprender outra Arte e isto é o que o Kapap tenta evitar. Isso é o Kapap, combate cara a cara, uma ponte entre sistemas. O seu fundador deixou-nes uma frase cujo conceito empregam outros estilos de artes marciais tradicionais: “Não portes uma arma, sê tu mesmo a arma”. Se a tua mente, o teu espírito e o corpo são a arma, tu serás uma arma que será também efectiva quando portares uma arma. Este DVD da “Avi Nardia Academy”, trata da conexão entre a “velha escola” de Artes Marciais e o moderno CQB (Close Quarters Battle). A experiência como comandante nas IDF (Forças de Defesa de Israel) e oficial treinador da principal unidade anti-terrorista israelita, ensinaram a Nardia que cultivar a mente e o espírito do guerreiro deve considerar-se prioritário ao simples treino do corpo. Entre outros, estudaremos a segurança com armas, os convincentes paralelismos entre o Iaido e a adequada manipulação de uma arma de fogo. As armas de fogo são a última hipótese em armamento individual, mas não escapam à eterna sabedoria e à lógica da velha escola. Exercícios de treino adaptados do BJJ, exercícios de desarme e o acondicionamento inteligente do corpo mediante exercícios, com explicações sobre os benefícios e as precauções. Um DVD educativo, inspirador e revelador, recomendado aos praticantes de todos os estilos, antigos e modernos.
REF.: • KAPAP8
Velho e Novo "Aqueles que são versados na arte de preparar a defesa, consideram essencial se apoiarem na força dos obstáculos, como as montanhas, os rios ou as ondulações do terreno. Fazem-no de tal maneira que o inimigo não possa saber por onde atacar, metem-se debaixo do chão e aproveitam os diferentes níveis do terreno. Os especialistas na arte de atacar, consideram essencial contar com as estações e com as vantagens do terreno; utilizam as inundações ou o fogo, conforme as circunstâncias. Fazem-no de tal maneira que o inimigo não saiba como se há-de preparar. Descarregam um ataque como um relâmpago surgido do nono céu..." TU YU Este pequeno extracto de um antigo poeta chinês, que talvez a algumas pessoas possa parecer carente de bom senso, nas Artes Marciais actuais é a prova de que em muitas ocasiões o que é “velho” nunca passa de moda. Há uma tendência generalizada a desprestigiar tudo aquilo que consideramos clássico ou antigo. Estamos imersos na moda das MMA e dos Desportos de Contacto, que vivem uma segunda (ou terceira) juventude e que tem levado à televisão e aos grandes estádios dos Estados Unidos e do Japão, consumistas do “show business” das AAMM. Se queremos frisar algum inconveniente, seria
precisamente esse. Estas modas não geram praticantes e pelo contrário, o que produzem é uma grande massa de compradores de vídeo-jogos de MMA ou consumistas do “pay per view” dos sábados à noite, nas cadeias de televisão dos Estados Unidos. Em grande número de artigos tenho defendido as bondades das MMA e dos Desportos de Contacto, dos quais me declaro um fiel admirador e reconheço o enorme benefício que têm sido para as Artes Marciais “tradicionais”. Muitos “desceram à terra”, tomaram consciência e se viram obrigados a rever de princípio a fim os seus sistemas, para analisá-los de um ponto de vista mais pragmático. Ou seja, perguntar-se a si próprios, se realmente estavam treinando de maneira correcta e se a sua maneira de interpretar as técnicas e aplicar a ideias era como devia de ser. As MMA fizeram “descer á terra” muitos dos que estavam no limbo e isto é realmente bom para todas as artes de combate. No entanto, em nenhum caso podemos confundir, misturar ou comparar coisas que, como comentei numa minha coluna de uns meses atrás, são “AGUA E AZEITE”. Na época do predomínio das Mixed Martial Arts é inevitável que muitos sistemas clássicos “olhem com o canto dos olhos” o que acontece no panorama dos desportos de contacto e nas famosas MMA. Em muitas ocasiões temos tendência a confundir termos e conceitos que pouco têm a ver uns com os outros e
“Para algumas pessoas, pouco conhecedoras das Artes Marciais “clássicas”, é realmente fácil afirmar que os sistemas clássicos parecem inúteis e não servem, quando comparados com as MMA”
“É nossa obrigação como professores e herdeiros de uma tradição centenária, promover a prática COMPLETA” finalmente, acabamos debatendo ou comparando coisas que simplesmente não devem ser comparadas, porque pertencem a cenários diferentes. Se bem há alguns elementos nos desportos de contacto, especialmente no mundo do BJJ e do Grappling, que são muito interessantes, queremos dotar de meios os sistemas clássicos e conseguir uma maior EFICIÊNCIA. Para algumas pessoas, pouco conhecedoras das Artes Marciais “clássicas”, é realmente fácil afirmar que os sistemas clássicos parecem inúteis e não servem, quando comparados com as MMA. Ainda que já me referisse a este assunto numa coluna de faz alguns meses, resultam bastante curiosos os modelos que se acostumam a usar nas comparações. Quando alguém destes “lançadores de opinião” quer comparar o que é velho e o que é novo, acostuma a escolher um humilde mestre de uma pequena escola (geralmente pai de família, que por pura paixão e amor à arte, dá umas aulas dois ou três dias por semana), quer comparar, dizia eu, com um dos monstros das MMA, tipo Vanderlei Silva ou Fedor Emedianenco, que se dedicam em corpo e alma à luta, porque estão em jogo milhares e milhares de euros, contratos publicitários, direitos de televisão, etc... Com este panorama, a comparação é realmente estúpida, da mesma maneira que é estúpido afirmar que todos os praticantes de AMM (artes marciais mistas) ou Desportos de Contacto, possam parecer-se a estas grandes figuras do UFC.
Na época do tudo ou nada, do que serve ou do que não serve, sem possibilidade de um meio termo, é complicado encontrar pessoas que sejam capazes de ver que no meio, a meio caminho está a essência do TAO. Situar-se nesse ponto médio, no qual podemos praticar uma ou outra tendência, mas com a tranquilidade de saber que se pode aprender de qualquer dos lados, se observarmos atentamente, poderá proporcionar-nos um bom ponto de partida para conseguirmos os nossos objectivos. Hoje gostaria de falar a um dos meus desportos favoritos. Humildemente mas com paixão, eu o pratico e me tem enriquecido muitíssimo como praticante de artes Marciais e como pessoa que gosta de praticar um desporto de luta: é o Brazilian Jiu Jitsu. Faz agora pouco mais de um ano, conheci o meu professor Jair Correia de Magalhães (Faixa Preta 2ºDan) e fundador do “Blakz Team BJJ”. Devo reconhecer que como praticante entusiasta do WingTsun, não estava nada interessado neste mundo. No entanto, quanto mais praticava esta “arte suave”, melhor compreendia muitos dos trabalhos avançados do Wing Chun Kuen. Curioso, não é? No Wing Tsun utilizamos como alma do sistema o Chi Sao (e o Chi Gerk) que se baseia no uso do “pegajoso”, para inibir, dirigir e aproveitar a força do adversário. Esse estar colado ao oponente nos proporciona uma vantagem importante quando é chegado o momento e por isso dedicamos muitas horas da nossa
Wing Tsun prática ao mesmo. Mas é curioso observar como muitos praticantes de Wing Tsun movimentam braços (ou pernas) imitando algumas sequências de acção e reacção, sem realmente pôr em prática essa ideia de ser pegajoso. Na realidade, muitos praticantes “empurram” os braços do adversário... Quando conheci o meu professor de BJJ, Jaír Correia, o que mais me surpreendeu da sua maneira de lutar foi a capacidade impressionante de utilizar as pernas como guarda e como levava a extremos a capacidade de ficar “colado” às pernas do inimigo, que tentava “passar a sua guarda”. Suavidade, fluidez e coordenação, tudo ao mesmo tempo… Eu pensei... “Isto é PURO CHI SAO (Chi Gerk)”. Comecei então a interessar-me por um sistema que em apenas 80 anos conseguiu uns níveis de evolução que podem considerar-se como impressionantes!!! A principal diferença no método do treino, como o do BJJ frente a outros sistemas mais clássicos de luta, reside precisamente em “como” se treina. Vejamos em profundidade os motivos! • Os papeis de ambos praticantes estão completamente definidos (o passador, o que faz a guarda) • O praticante trabalha minuciosamente a técnica, adaptandoa às suas necessidades (competidores ou BJJ Martial Art) e só soma técnicas ou habilidades quando tem completamente afiançado o
conhecimento das técnicas de base. Soma ao que já tem! NÃO ACUMULA técnicas, drills ou secções que quase não domina e que acima de tudo e na imensa maioria dos casos, não compreende. Estes dois pontos provocaram uma evolução do sistema que é digna de estudo e de admiração por parte de muitos praticantes de artes Marciais. Se observamos agora o nosso querido sistema..., há principalmente DUAS maneiras de aprender ou de praticar Wing Tsun, dependendo do ramo ou linhagens de onde seja proveniente. Mas tentando sintetizar e para explicar melhor o que quero dizer, no artigo de hoje diremos que há: 1.- Escolas que ensinam pouco a pouco o sistema em “matérias” e que empregam muito tempo para completar o sistema. 2.- Escolas com uma estrutura formativa não tão estruturada, que ensinam sem nenhum género de limite (aprendizagem rápida do sistema) e que posteriormente empregam o tempo em melhorar o aprendido. Na minha opinião, em ambos casos o problema principal do nosso sistema reside em que o estilo não se implementa em base ao que já está dominado. Quer dizer: uma pessoa vai aprendendo formas, técnicas e exercícios que vai praticando durante períodos de tempo mais ou menos longos. O instrutor, quando aprecia uma melhora na compreensão do exercício, proporciona-lhe a seguinte ferramenta.
“A principal diferença no método do treino, como o do BJJ frente a outros sistemas mais clássicos de luta, reside precisamente em “como” se treina”
Wing Tsun
“O que aconteceria se dotássemos o praticante de conhecimentos técnicos, compreensão das técnicas a desenvolver e a obrigatoriedade de consolidar todos estes pontos antes de somar mais coisas ao seu arsenal?” Mas nos escapa um “pequeno detalhe”: No nosso sistema não somos capazes de aplicar em sparring cada uma das ideias que v amo s adquirindo . A questão é que é muito difícil cheg ar a do minar e a compreender muitas das ideias deste sistema, porque falta o sumum da luta: a própria luta!!! Se cresce no domínio técnico e no conhecimento de drills, mas raramente se põe à prova o domínio de uma capacidade combativa, posto que não se acostuma a praticar na imensa maioria das escolas de WingTsun. No mundo do grappling (BJJ e outros) todos e cada um dos dias de prática se acaba fazendo sparring. Portanto, a própria luta é o fio condutor e o campo de provas das ideias e técnicas do próprio estilo. Estes aspectos me fizeram pensar acerca da maneira de treinar e levar à prática essas técnicas e resolvi pôr em marcha algumas mudanças na maneira de praticar. Ao princípio era só uma ideia, mas agora começo a tornála realidade nos treinos. Desde faz dois anos a esta parte, resolvemos introduzir mudanças no método de treino, para conseguirmos uma melhora substancial da qualidade dos praticantes. E agora, eu pergunto em voz alta: • O que aconteceria se dotássemos o praticante de conhecimentos técnicos, compreensão das técnicas a desenvolver e a obrigatoriedade de consolidar todos estes pontos antes de somar mais coisas ao seu arsenal? • O que aconteceria se obrigássemos a mais exigente perfeição técnica a AMBOS praticantes, definindo perfeitamente os seus papeis,
esquecendo o conceito de que um faz trabalhar o outro, para passarmos a trabalhar AMBOS, em um confronto técnico? (passador/guarda). É disto que trata o texto do início do nosso artigo deste mês... Se olharmos para o ensino antigo, vemos que este aspecto que o definia, é coisa completamente necessária para uma autêntica evolução. No breve texto que mostramos ao princípio desta coluna e que podem encontrar em algumas versões da “Arte da Guerra” de Sun Tzu, se mostra perfeitamente esta ideia, que por outro lado não é outra que impregnar toda prática, técnica e estratégica, com a ideia do “yang e yin”. De novo volto a insistir na necessidade de trabalhar a prática de uma arte, como o WingTsun, junto com aqueles detalhes que são absolutamente inseparáveis dessa prática: A cultura tradicional chinesa, a filosofia, a estratégia da arte da guerra, conhecimentos de medicina chinesa, etc... É nossa obrigação como professores e herdeiros de uma tradição centenária, promover a prática COMPLETA e o estudo desta arte, por diversos motivos, dos quais poderíamos citar vários, mas há um que está por cima de todos: Praticamos WingTsun e Artes Marciais em geral, porque é BOM, porque faz bem a quem praticar. Porque proporciona pontes entre as pessoas e porque educa em valores aqueles praticantes que começam no caminho das Artes Marciais chinesas. A prática do Wing Tsun é uma arte de vida!... Sifu Salvador Sanchez Fundador da TAOWS Academy
Eskrima Artes Marciais Filipinas A Eskrima é uma arte marcial filipina que se está tornando cada vez mais popular, à medida que mais e mais pessoas reconhecem a sua integridade. O uso de armas nesta Arte é comum, mas o combate sem armas é pelo menos tão importante quanto a Eskrima. No combate sem armas SCS, usamos o nome de Pangamot para nos referirmos ao combate sem armas.
Acerca do SCS Durante mais de 30 anos, Frans Stroeven vem desenvolvendo novas ideias, novos conceitos e técnicas na Eskrima. Frans Stroeven começou a praticar Eskrima sob a tutela do Grão Mestre Bill Newman e agora, ele é um dos principais especialistas do mundo, em Artes Marciais filipinas. Quando se fala em Eskrima se pensa em Dan Inosanto, Cacoy Cañete e Frans Stroeven, posto que eles desempenharam um papel importante na difusão da Arte em todo o continente europeu. Frans Stroeven é renitente a títulos ou graus e tem uma firme opinião acerca do uso de ambos. Pensa que nos nossos dias se utilizam com uma finalidade mais comercial e não têm nada a ver com a experiência ou com as habilidades. Frans diz: "Sou um homem simples que ama a Eskrima, me alimento da Eskrima e respiro Eskrima, nem mais nem menos". Frans não quer ser chamado Grão Mestre, prefere simplesmente ser chamado Frans. Esta mentalidade faz com que o estilo seja mais acessível, porque o próprio Frans é uma pessoa muito acessível. Isto explica a forte curva ascendente na aprendizagem de seus estudantes. Aprender Eskrima no sistema SCS, significa que se podem aprender os fundamentos importantes da Eskrima. Mas o mais importante é como se desenvolvem novas combinações e técnicas. O SCS está fortemente influenciado pela Eskrima original, além de se complementar com a mentalidade europeia e seus métodos de treino. Portanto, o SCS é um estilo de vida de um sistema em constante evolução. A organização conta com este objectivo e nasceu com um propósito: a difusão da Eskrima e fazer com que o mundo conheça a Eskrima desenvolvida por Frans.
“Durante mais de 30 anos, Frans Stroeven tem desenvolvido novas ideias, novos conceitos e novas tĂŠcnicas dentro da Eskrimaâ€?
Eskrima
A Escola Holandesa Existe a escola holandesa? Sim, a escola holandesa existe. Os holandeses são formidáveis combatentes. Em Kick Boxing eles são a elite mundial. Pensem em Peter Aarts, Remy Bonjasky, Ernesto Hoost quatro vezes vencedor do K1! e em Sem Schilt, que também o foi! Pensem em Anton Geesink que foi o primeiro “não japonês” a ganhar em Judo uma medalha de oiro nos Jogos Olímpicos, superando um rival japonês. A principal razão do êxito da escola holandesa é a sua mentalidade de luta. Os holandeses têm ingénio, não só copiam técnicas, eles desenvolvem as suas próprias técnicas
e métodos de treino. A escola holandesa não se concentra nas tradições mas sim nos conceitos e técnicas para vencer. Na Eskrima não é diferente. Frans sempre diz: “Não somos um museu!”… O autor Ernesto Hoost, em um seu livro fala dos batimentos que lança e das combinações de socos. Lançar golpes e avançar durante um ataque, é importante para deixar o oponente fora de posição e desequilibrado. Desta maneira,
batendo. Podemos dizer que a agressividade está no ADN do SCS.
contra-atacar faz-se difícil. Quando se bloqueia não se retrocede, pelo contrário, tem de se dar um passo em frente para fechar a distância com o oponente. Este acostuma a ser o pensamento holandês: “Bate no teu oponente tão rápido e tão duro como seja possível”. No SCS esta maneira de pensar é levada a um nível completamente novo. O bloqueio se considera negativo; é um pensamento negativo! Certamente que no SCS se ensina o bloqueio aos novos estudantes, mas os estudantes avançados terão que concentrar-se nos ataques directos. Primeiro atacar, depois bloquear. Para levar correctamente a efeito estes princípios, têm de existir várias exigências: Compreender a linguagem corporal; o trabalho dos pés; o p ro p ó s i t o d e b a t e r c o m m u i t a d u re z a e c o n t i n u a r
principiantes poderão experimentar o contacto na sua primeira aula. Só assim se pode trabalhar de maneira realista e segura. Esta maneira de treinar proporciona grandes benefícios. Em primeiro lugar, o estudante aprende a alcançar o objectivo especificado. Em segundo lugar, os alunos obtêm um maior controlo do pau e da faca. Em terceiro lugar, os estudantes obtêm uma melhor visão para fazerem contra-ataques e técnicas de desarme e para a execução dos agarres. Em quarto e último lugar, os estudantes aumentam a potência e a resistência. Nos seminários, os estudantes com certa experiência, mas que não têm este tipo de treino de combate, se encolhem quando o corpo entra em contacto com um pau ou com uma faca. Não estão habituados a fazer contacto nem a sentir dor. No treino de SCS se começa com um contacto ligeiro. Os
Treino mental e espiritual O treino em Full Contact é muito importante no SCS. Na maioria dos estilos de Eskrima não há contacto entre a arma e o corpo. No SCS o contacto é normal. Inclusivamente os
Eskrima estudantes com mais experiência estão habituados a receber batimentos no corpo. Desta maneira, o treino pode ser muito prático e todas as técnicas e princípios se aplicam de uma maneira muito agressiva e realista.
Zonificação O que é a zonificação e qual o seu propósito? Durante os seminários de Frans, frequentemente se fez esta pergunta. Frans explica que a zonificação é um importante constituinte na Eskrima, mas com frequência é mal entendida ou falseada. Quando Frans fazia uma demonstração em Cebu, entre os muitos assistentes se encontrava Dionie Cañete, que em um determinado momento gritou para Frans: Não olhes para o teu oponente, olha para as espectadoras! Frans explicou que percebia o que Cañete queria dizer. Na zonificação, a defesa é tão importante como o ataque. Quando se ataca de uma maneira determinada, já sabemos o que o oponente vai fazer e qual será o seu contraataque. Por exemplo: Com o uso da zonificação se está resistindo o primeiro ataque do oponente e ao mesmo tempo se pode controlar o seu pau direito… Então o oponente pode apenas contra-atacar de novo com a esquerda. Mas isto não tem importância, porque respondendo ao ataque e
“Ao estudante de SCS se ensina a obrigar o seu oponente a defender-se e a manter a pressão”
seu controlo. Ao mesmo tempo se pode bloquear automaticamente este novo ataque (com a esquerda). Isto é a zonificação. A zonificação é a essência do controlo da luta, tendo uma visão da sequência lógica dos movimentos do corpo e antecipar-se a eles.
Vontade de vencer A vontade de vencer é muito importante no SCS. Ao estudante de SCS lhe ensinam a obrigar a seu oponente a se defender e a manter a pressão sobre ele. Isso requer uma mentalidade concentrada e determinada em vencer. O SCS quer que os seus estudantes se sintam vencedores e procurem dentro de si esse sentimento de intensa agressividade e que consigam controlar essa agressividade. Frans diz: "O verdadeiro significado da utilização da energia avançando para atacar o oponente, radica no conceito de agressão controlada, os ataques devem ser realizados rápidos e duros”.
As Armas no SCS No SCS, realmente usamos qualquer coisa como uma arma. Realmente não importa o tipo de arma. Quando se domina o pau e a faca, podem ser utilizados, assim como qualquer outra arma. Frans afirma: "As armas não são para brincar. Treinamos o uso realista das armas: pau, faca, karambit, tonfa, machado, pau de algibeira e espada. Estas são as armas habituais que utilizamos”. Como se disse anteriormente, sabendo usar um pau e uma faca, qualquer coisa pode ser usada como arma e não se necessita formação adicional. Quando se trata da luta com faca, o SCS oferece inclusivamente um sistema de combate com faca. Só quando se domina a faca, é possível defender-se com êxito contra uma faca! É esta uma firma crença que temos no SCS. A luta com faca forma uma base sólida para o uso de outras armas, por isto tem um nível tão alto. O Sistema Mundial de Luta com Faca (WKFS) como parte do SCS, está hoje muito estendido entre os artistas marciais e também no mundo das Forças Especiais. No sistema se ensina o uso e manipulação de facas, exercícios, técnicas de desarme com e sem agarrar a faca, ataque com faca, grappling no chão com faca e também o uso e manipulação de diferentes facas.
Mentalidade na luta com faca A luta com faca é uma parte indispensável da legítima defesa, mas é mais do que isso. A luta com faca é e continuará a ser um elemento muito perigoso, no qual
a vida e a morte estão perto. A luta com faca continua sendo perigosa mesmo para um lutador experiente, inclusivamente na luta controlada com faca de alto nível, sabemos existir o risco de ser ferido. Tem de se aceitar que numa luta de verdade se pode sangrar, não importa quanta experiência se tiver. Aceitar isto poderá constituir uma grande vantagem.
O Pangamot O Pangamot no SCS é realista, duro e está fortemente focalizado à auto-defesa. Significa “o combate total", tudo está autorizado na luta de rua filipina. A vitória é fundamental. O estilo de combate sem armas das Filipinas, também se denomina 'Panantukan', 'Panajakman' ou 'Mano Mano'. Mas o Pangamot no SCS vai muito mais além. O Boxe sujo, o conceito da figura 8, o agarre filipino Tapi tapi, o conceito da faca Banga Banga, espada e adaga, anti Dumog, escape e agarre, agarre lacoste, cotoveladas e cabeçadas, exercícios de sensibilidade, hubad higot, agarre e fluidez, pontapés abaixo da linha e uma mentalidade de luta, são alguns dos elementos e princípios que têm sido treinados no Pangamot SCS.
Mentalidade da rua O SCS quer ficar com o combate e a mentalidade da rua. Os Estudantes SCS não são pugilistas, nem kick boxers, nem Grapplers perfeitos. Os estudantes aprendem a não fazer Boxe com um boxeador nem a ir para o chão com um grappler. Em SCS se utiliza o princípio de anti-boxe, anti-grappling, etc. Basicamente, todo o que está proibido no Boxe, no Kick Boxing e em outras artes marciais, se faz no SCS. Morder, puxar dos cabelos, beliscar, bater entre as pernas, bater na garganta, nos olhos, etc. É realmente uma luta suja. O objectivo do SCS é que um lutador seja versátil. Muito frequentemente, uma luta começa com alguns empurrões e acaba com golpes selvagens. Na luta com armas não se deve deixar de considerar o uso repentino de armas ocultas.
Um Estilo Único O SCS de Frans Stroeven como um estilo de luta único, desenvolvido para a rua e para situações de combate, se está tornando mais e mais criativo. Se inventam novos conceitos e técnicas, não há tempo para o estancamento. Querem ver o SCS em acção? Procurem em Google “Frans Stroeven” e poderão encontrá-lo em youtube. Constatem por si próprios e de certeza que não se vão arrepender! Ele lhes dará as boas-vindas ao seu mundo, o mundo da Eskrima. Podem entrar em contacto com ele em info@scseskrima.com ou visitar sua web www.scseskrima.com e www.knifefightsystem.com
AndrĂŠs Mellado, 42 PEDIDOS: 28015 - Madrid CINTURON NEGRO Tel.: 91 549 98 37 E-mail: budoshop@budointernational.net
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grupo KMRED foi criado por Christian Wilmouth, F a u s t i n o Hernández, Dan Zahdour e Jerome Lydoine. Este grupo não tem a intenção de ser uma federação do Krav Maga mas sim só um grupo de instrutores e profissionais apaixonados pela defesa pessoal e os desportos de combate, trabalhando em um programa técnico comum. De factos, os clubes históricos do grupo KMRED presentes na França, estão afiliados à federação delegada de Krav Maga neste país, a FFKDA. Graças à fortaleza desta, que realiza na França um grande trabalho para dar a conhecer o Krav Maga ao maior número de pessoas, o grupo KMRED pode prosperar. Isto sucede também com os clubes que temos na Dinamarca. De facto, as estruturas locais onde se pratica o Krav Maga pesquisa da Evolução e Desenvolvimento, estão associadas às instituições federativas oficiais.
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grupo KMRED não tem como objectivo encontrar ou abrir novos clubes, no entanto, determinadas estruturas ou pessoas querem unir-se à nossa escola. Nesse caso, são recebidos de braços abertos, com a condição de que seja realmente a paixão que a isso as levar, que os valores que defendemos sejam partilhados por elas e que as estruturas respeitem uma carta onde lhes pedimos que se unam às estruturas habituais com as quais trabalhamos. Decidimos então, através deste artigo, apresentar-lhes os clubes “históricos” do grupo KMRED e os instrutores actuais e ajudantes que ensinam o nosso programa.
s dois primeiros clubes que surgiram são: o clube KMRED de Dax, nas Landas (França) e o clube KMRED Ustaritz/Baiona, (no país Vasco Francês). Estes dois clubes somam até à data mais de 200 profissionais e uma equipa de uma dúzia de instrutores e assistentes, à frente dos quais estão dois co-fundadores do Krav Maga Investigação Evolução e Desenvolvimento: Christian Wilmouth e Faustino Hernández. O terceiro clube que se uniu à KMRED é o clube de Mouguerre, que também se encontra no País Vasco Francês e é dirigido por Serge Michelena. Esta estrutura recebe em volta de 50 praticantes.
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quarta entidade se encontra na Dinamarca, em Copenhaguem, e é magistralmente dirigida por Dan Zahdour, também co-fundador da nossa escola. Este destacado membro dos serviços governamentais na Dinamarca durante muitos anos, conta com ajudantes cuja credibilidade é inquestionável, o que leva muitos profissionais a assistirem a estes cursos, em busca de um método realista adaptado às suas necessidades. Um outro centro especializado em artes marciais e desportos de combate, cujo Instrutor chefe é Mickael Delaporte. se uniu a nós para ser o quinto clube que começa esta grande aventura. Actualmente, com mais de cem alunos e dois ajudantes dedicados, Michael continua partilhando a sua paixão ni seu centro de Coarraze Nay, no Béarn (França). Desde faz alguns meses, também um instrutor KMRED foi levado por motivos profissionais a estabelecer-se na Ilha Reunão no Oceano Índico (França). É ali que Jean François Lebian resolveu difundir as ensinanças da escola.
Por último, um jovem de grande talento, que durante vários anos, teve tempo e recursos para se formar no centro de Dax, sob a direcção de Christian Wilmouth, após graduar-se instrutor KMRED, resolveu abrir uma secção de “Krav Maga, Pesquisa, Evolução e Desenvolvimento”, perto da cidade de Compiegne. Sem dúvida, Yohan de Castro vai ter um grande êxito. O grupo, através destes clubes e seus professores, ensina o Krav Maga durante todo o ano e também organiza inúmeros cursos e formações especializadas. Assim sendo, após um seminário em Copenhague (Dinamarca) no mês de Junho passado, seguido de um seminário intensivo de três dias em Dax (França) e de um outro curso para uma unidade militar especializada, no mês de Julho, Christian Wilmouth vai dirigir em Setembro uns seminários na Ilha Reunião e na Ilha Maurício. Concluindo: neste mes de Setembro de 2014, o grupo KMRED deseja a todos os clubes seguidores das Artes Marciais e Desportos de Combate, um muito bom ano lectivo.
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Kyusho Vs. Dim Mak Dim Mak / Dian Xue: (Toque da morte ou Toque retardado da morte) Kyusho: (Pontos Vitais) Ainda que para o principiante possa parecer que sejam a mesma coisa, (a maioria das pessoas que começam a trabalhar com ambos nomes ou classificações, dizem que são os mesmos e usam os mesmos pontos de pressão), posto que ambos atacam zonas vitais, mas são muito diferentes... em suas adaptações modernas. De facto, o Kyusho moderno está muito longe do original e portanto já não pode ser associado com o Dim Mak / Dian Xue, posto que agora são muito diferentes. Isto se baseia em muitas razões e acima de tudo nos resultados experimentais de uma extensa pesquisa, tanto física como científica. Posto que Budo Internacional já documentou a evolução incorrecta dos velhos paradigmas da Medicina Tradicional Chinesa, nós devemos agora aprofundar ainda mais nos velhos caminhos verdadeiros, para trabalhar com a aplicação médica e científica que se documentou e não com o novo conceito baseado na falta de pesquisa e validação. Estas ilustrações foram
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tomadas do “Manual sobre a morte”, de Seiko Fujita (https://www.kyusho.com/seiko-fujita/) com os desenhos de outras 30 escolas. Nenhum utiliza os pontos de Acupunctura como nomes, nem eram utilizados em maneira alguma. Estes representam as estruturas anatómicas mais profundas do corpo humano e a maneira de as lesionar. O estilo Syournzi estabelece claramente: "Há 365 pontos no corpo humano e 360 pontos que se utilizam para a cauterização. No estilo Syournzi se utilizam 26 pontos de ataque e 24 pontos de fecho". Observem que só há 26 objectivos para atacar e 24 para fechar..., deixando o resto como "pontos" de cura (Acupunctura) e diferenciados dos pontos de ataque. Então, como e porquê são diferentes estas duas habilidades? Em primeiro lugar e acima de tudo, o principal objectivo das disciplinas anteriormente ditas, era como matar o oponente e o Kyusho moderno se orienta só a causar disfunções físicas, incluindo a perda dos sentidos. Inclusivamente os nomes narram uma história diferente, posto que não existe o conceito da morte
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“Posto que Budo Internacional já documentou a evolução incorrecta dos velhos paradigmas da Medicina Tradicional Chinesa, nós devemos agora aprofundar ainda mais nos velhos caminhos verdadeiros, para trabalhar com a aplicação médica e científica documentadas e não com o novo conceito baseado na falta de pesquisa e validação” ou o sacrifício no Kanji, nem na terminologia do Kyusho. No Kyusho também há uma busca da reacção instantânea, coisa que está muito longe do conceito da terminologia ou metodologias anteriores. Então, qual é o factor determinante que separa estes dois sistemas na sua própria entidade (que não se deve confundir)? Em primeiro lugar, nenhum está baseado nos pontos de Acupunctura... Isto é importante, posto que muitas pessoas estão enganadas ou pensam que este é o caso, no entanto, simplesmente não é este o verdadeiro mecanismo que está por detrás deles... (Por favor, rever os artigos precedentes (http://www.kyusho.com/nopoint/), que explicam este aspecto em maior detalhe. Não se baseiam no Chi, os elementos, os ciclos e outros paradigmas médicos chineses tradicionais. Os Meridianos e os ciclos são um modelo artificial, desenhado para explicar uma teoria de trabalho e um método de ensino, e não uma estrutura fisiológica da anatomia humana. Há quem acredite que é tão simples como um ataque aos nervos e que se estão atacando os vasos sanguíneos, o que em parte é certo, mas está longe de toda a história ou da explicação. Uma simples ideia a considerar; o Dim Mak necessita de um certo tempo para conseguir as disfunções e o objectivo final, enquanto que Kyusho é instantâneo... Só isto já indica que a estrutura é diferente e portanto, também a finalidade a cumprir. A leitura dos antigos escritos ou afirmações de efeitos e a sua transposição às práticas modernas não são viáveis ou correctas, posto que se têm ido distanciando entre si, de maneira significativa e para o futuro, vemos ainda maior divergência. Isto não quer dizer que seja bom ou mau, só serve para que o leitor poder conhecer e perceber o que está acontecendo. Como poderíamos suspeitar, as duas são habilidades, são ataques aos processos e funções fisiológicas, mas têm varias
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camadas e ainda que todas se sobrepõem ou se influem mutuamente em algum aspecto, não as controlam. Uma se dirige realmente aos órgãos de protecção inata do corpo e em parte, trabalha para proteger o resto das funções e a fisiologia. Por isso, utilizar os nomes das duas no mesmo treino é simplesmente incorrecto. Quando se deseja um treino sério, o instrutor tem de ser questionado no que respeita às similitudes, diferenças e correlações, para determinar se realmente conhece em profundidade um, ambos ou nenhum dos estilos. Mas mais importante que falar é a acção: Podem faze-lo, podem mostrá-lo e podem depois ensiná-lo? E ainda mais importante é que se possa trabalhar de maneira segura ou corrigir os problemas de saúde tão sérios que se provocam, que inclusivamente podem ser permanentes! Para melhor esclarecimento, vamos comparar os ataques do Kyusho aos nervos e os ataques do Dim Mak ao sangue (o nível de entrada) para ilustrar as diferenças e divergências. De novo, isto é só uma pequena amostra das habilidades e não uma descrição completa, posto que necessitaríamos de vários volumes para o fazer; em vez disso, faremos uma descrição simplificada, para que se compreender claramente. No Kyusho, quando se ataca o nervo há uma reacção instantânea, destinada a proteger o corpo: apertando os músculos, afrouxando as articulações, retirar-se do ataque numa reacção instantânea (reflexo) e outras protecções reflexas diversas. Estas medidas de protecção tratam de proporcionar as funções normais e manter a vida. Quando se ataca o nervo se pode reconhecer a diferença inclusivamente pelas aparências externas, pois vemos uma reacção muito rápida: a queda, a rigidez do corpo ou mesmo a aparência de que o receptor salta para o chão. A reanimação deve ser instantânea e há efeitos secundários se durar um longo período, quando não se realizar correctamente, tal e como sucede no caso do ataque ao sangue, do Dim Mak. Usando o Dim Mak, se ataca o sangue mediante golpes ou compressão no tecido vascular. A pressão arterial desce rapidamente, para evitar um efeito mais adverso no corpo. Isto provoca varias respostas observáveis, de tal modo que podemos determinar, até visualmente, o que aconteceu. Estes rasgos observáveis são afecções retardadas, como um desmaio ou a lenta debilidade do corpo, até cair ao chão. A profundidade do ataque se vê quando o indivíduo derribado levanta a cabeça e está aparentemente acordado no chão, mas não é capaz de pensar coerentemente ou controlar o corpo, tem com sintomas como náuseas, suores frios e a palidez da pele. Também se observa que quando são levantados para sua reanimação, de novo se denota como a sua pressão arterial está alterada. Esta afecção, dura muito mais tempo que quando se ataca o nervo e o receptor não é capaz de voltar à prática facilmente. Com ataques mais profundos, o indivíduo pode chegar a sentir os sintomas durante uma semana ou duas. É este um processo muito complexo, que exige vários tipos de métodos para restaurar a normalidade e os resultados da estrutura são variáveis. Uma grande dose de paciência é requerida e uma capacitação adicional, para ter
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acesso ao ponto com a mão ou o pé e são de restrição controlada. Também se tem de ter em consideração que os processos de reactivação são muito diferentes e a reanimação do nervo não ajudará ao destinatário. De facto, a posição para a realizar inclusivamente pode ir a pior o efeito sobre o mesmo. De maneira que, há muito mais que as pessoas têm tendência a ignorar ou negar, quando falam do processo em que trabalham... Como portadores do brandão da técnica, devemos assegurar-nos que somos precisos na descrição, potentes na aplicação e conscientes transmitindo a informação correcta às futuras gerações. Devi dizer que, na minha opinião, o Dim Mak não é o melhor método para a defesa pessoal na nossa sociedade moderna. O Kyusho é muito mais aplicável, instantâneo e não magoa ou ameaça a vida. No entanto, ambos devem ser estudados (nem que só seja por seu valor histórico e a sua perspectiva), para conhecer completamente o valor de qualquer dos dois. Certamente se pode adquirir uma habilidade em Kyusho sem estudar os originais do Dim Mak, no entanto, após estudar o Dim Mak, tanto por separado como em correlação com o Kyusho, se pode alcançar uma nova compreensão e capacidades significativas. Além de apreciar plenamente as formas antigas (tanto de uso histórico como prático), é preciso compreender estas diferenças. A leitura do Kyusho nestas formas é incrivelmente boa e ajuda o praticante a desenvolver-se mais em linha com a forma original, mas para apreciá-las e compreende-las, deve de voltar à intenção original... e isso não é o Kyusho moderno. Entretanto, o Kyusho é mais rápido e mais seguro de usar e requer menos habilidade para ter acesso aos pontos; portanto, proporciona maior habilidade para a defesa pessoal nos tempos modernos. A habilidade ou o estilo que poderão escolher, dependerá das próprias metas pessoais. Estes sistemas podem ser estudados em conjunto, mas por favor, primeiro conheçam todas as ramificações e especialmente, as medidas de recuperação.
“O ponto vital em Taekwon-Do se define como qualquer área sensível ou frágil no corpo, vulnerável a um ataque. É essencial que o estudante de Taekwon-Do tenha um conhecimento dos diferentes pontos, para que possa empregar a ferramenta de ataque ou de bloqueio adequada. O ataque indiscriminado é condenável, por ser ineficiente e um esbanjamento de energia”. General Choi Hong Hi, ENCYCLOPEDIA OF TAEKWONDO, Volume II, pag.ª 88. Actualmente, o Taekwon-Do é uma das artes marciais mais estendidas e profissionais do mundo, (fundada em 11 de Abril de 1955, pelo General Choi Hong Hi), continua prosperando, inclusivamente após o falecimento de seu fundador, em Junho de 2002. Com o tempo, os factores desportivos foram prioritários e grandede parte dos métodos originais de auto-protecção foram ignorados ou descartados. Nos documentos escritos originais do General Choi, grande parte da atenção, a estrutura e mesmo o uso dos pontos vitais "Kupso" (ou Kyusho), assim como o desenvolvimento de armas para ter acesso a eles, foi apontado mas nunca foi totalmente ensinado. Kyusho International desenvolveu um programa para iluminar, educar, integrar e desenvolver esta inacreditável Arte Marcial, voltando aos conceitos de seu fundador. Este novo programa conta com o pleno apoio do filho do fundador, Choi Jung Hwa. O objectivo desta série é para pesquizar os padrões (Tul), que se realizam de acordo com os preceitos do fundador na "Enciclopedia do Taekwon-Do" (os 15 volumes escritos pelo General Choi Hong Hi, incluindo os "Pontos Vitais"). Através desta estrutura, o Kyusho se integrará inicialmente e de novo no Taekwon-Do. Kyusho International se sente orgulhoso por estar presente nesta tarea de colaboração monumental e histórica.
Ref.: • KYUSHO20
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REF.: • TAOWS-2
Iaijutsu - da funcionabilidade, céu e inferno!... s mestres mais velhos são claros quando afirmam que uma técnica deve funcionar. Como assim funcionar? Como seria este funcionar dentro do raciocínio do Iaijutsu? Toda técnica possui uma efectividade que se inicia no pensamento e, a partir daí, indica o corpo deve se proceder para que o comando seja de todo realizado; todavia, dento deste raciocínio – efectividade -, existem dois pontos a se questionar: velocidade ou estratégia? Certamente que, ainda que se completem, devemos separar bem estas duas vertentes. A velocidade é o centro da realidade diante do perigo que deve ser acompanhada de um treinamento de intenso desenvolvimento da força interior que se manifestará no momento dos cortes, tornando-os limpos e eficientes empíricos! A estratégia, por sua vez, é via de acesso às defesas do inimigo; é a ferramenta necessária para tornar efectivo todos os movimentos em uma visão verdadeira, diferente das formas praticadas nos Kata, a arte de criar o céu e o inferno em um único momento; é simples: O subconsciente humano registou o passado, tão duramente vivido, e agora o restitui com as impressões que ele gerou, nesta forma de instintivo terror. Desenvolveram-se as melhores estratégias para que a vitória fosse assegurada. Alguns chegavam a treinar com diferentes cores de kimonos acreditando que estas influenciariam em sua alma e espírito. Se olharmos pelo prisma histórico e antropológico, de fato, é nesse passado biológico involuído que o povo japonês buscou as figuras demoníacas, de que se julga povoado o
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inferno, reconstruindo-se o ambiente em que elas se movem. Daí, diversos termos relacionados aos Kata que, em sua maioria, carregavam nomes poéticos. Um amigo que assistiu a um filme chamado “The Hiden Blade” me perguntou acerca destas nomenclaturas, haja vista que no filme utilizam o termo “garras do diabo”. Nesta analogia com a arte da espada praticada em realidade, os diabos são, com efeito, seres extremamente involuídos, monstros pré-humanos, com pêlo, rabo, garras, chifres, presas, como os animais: seres ferozes, capazes de todas as crueldades. Mas este era apenas o estado do homem primitivo, indefeso, a mercê das feras e dos fenómenos naturais, num planeta que ainda era teatro de desencadeamento caótico de forças primitivas. Significa que o Espadachim deveria se tornar tão feroz a ponto de transformar seu espírito e depois retornar à pureza anterior. Os mestres explicavam que a terra situada em baixo, campo de tantas lutas, continha muitos perigos de morte. Do céu, no alto, vinham luz e calor, trazendo a vida. Em baixo, dor; em cima, alegria. A passagem do primeiro ao segundo nível de altura forneceu a imagem, e formou a ideia da subida que se eleva do inferno ao paraíso. Assim a evolução foi concebida como um processo de redenção, que significa libertação da matéria baixa e suas dores, para conquistar a felicidade do céu. Pensou-se no inferno como em algo que deve estar situado em baixo, fechado nas tenebrosas e incendiadas vísceras da terra, enquanto se concebeu o paraíso como situado no alto, povoado de seres livres e alados, nos luminosos espaços do céu; haja vista que o universo espiritual japonês é visto de maneira ortodoxa e vertical.
Bugei
“Uma vez que o Hara é contraído, fechamos os olhos para sentirmos a energia interior e, através dela, viajarmos na elaboração do movimento em nossa mente”
Muitas foram as escolas que guardaram em suas técnicas secretas termos que indicavam este paralelo. O grande mestre da arte da espada deveria ser capaz de cortar a alma de seu oponente; isso significa, no sentido figurativo, descer aos infernos e subir aos céus... Extremo poder! Prometi a um querido amigo mestre de Shindo Muso Ryu que escreveria sobre o assunto, e assim o faço, em profundidade, como forma de respeito pela competência de sua pessoa. Chisai... Termo em japonês que significa pequeno. Dentro da compreensão, a linha que atravessa o momento em que a mente se encontra só; o momento em que ela busca a explicação do momento; da verdade que impulsiona o saque da espada. A coragem que faz com que a lâmina deixe a Saya... Este é um estado de solidão; de expansão e retracção! Se a mente não está completamente só, não há libertação, do momento, do corpo, do espírito, das verdades e inverdades... Só quando a mente é capaz de sacudir de si todas as influências, todas as interferências quando é capaz de estar completamente só, independente, desacompanhada, livre de toda influência do inimigo que só existe em sua mente... Livre da expectativa do certo e errado; da melhor estratégia a ser empregada! Em verdade, neste estado, não há estratégia, não existe vazio, não existe o momento. Mergulhamos no vácuo da incerteza do combate, da espada viva e verdadeira. Só nesse estado de solidão há libertação da mente; somente
neste estado a espada se tor na perigosa, viva... Tenaz! Entretanto, esse estado de solidão não é compreensível ao espírito medíocre, aquele que repete apenas os gestos do mestre; a mente que se exercita numa actividade, na técnica, na maneira de fazer qualquer coisa. Não há estilo, não há caminho! Para a espada jovem, resta apenas a dúvida diante do Metsuke; dúvida sobre onde encontrar a perfeição. Para os mais sábios, o estado completo diante do Metsuke advém do fato de como definimos o que seja perfeição. Dissemos, no entanto, na viagem que a mente executa no momento da compreensão, que eram livres os que viviam num sistema hierarquizado - Samurais. Seria tudo preso no Hara? Para quem estuda o Haragei, metsuke e Hara estão intimamente ligados; paralelo ao Hara está o estômago, o que nos remete à dúvida deste meu grande amigo: a profundidade encontrada entre o alimento adquirido e o metsuke. O estômago é perfeito no que tange a sua função digestiva; o coração também o é em virtude de sua função no sistema circulatório. Além desta perfeição individual participam indirectamente da perfeição total do organismo através do funcionamento harmónico do todo: este é o ponto que buscamos no fechar dos olhos, no balbuciar de nossas palavras em comunhão com o todo!
Bugei
“Logo após fecharmos os olhos e sentirmos toda a energia do corpo em um único instante do Metsuke, percebemos um pequeno intervalo de tempo entre o abrir os olhos e o iniciar através do saque da espada”
A resposta é simples: o estômago para o Mestuke é o símbolo do ego; no caminho da espada, o egocentrismo subentende o conceito de liberdade e de separação. Já o amor, a consciência, a libertação da mente quando executa o movimento, representa a união; ao mestre, é a força reequilibradora da unilateralidade do egocentrismo. Se assim não fosse a técnica original seria uma unidade desequilibrada. Mas aos olhos do aluno o que seria a perfeição no caminho da espada? Digo que, ao mesmo tempo em que concluímos que a perfeição está no equilíbrio entre duas forças opostas e complementares, não podemos cercear a manifestação isolada de qualquer uma destas duas forças. Assim, num sistema perfeito é direito da mente, da consciência, dos olhos que se cerram buscando ver com os olhos da alma, a prática e o uso de seus atributos. Se o equilíbrio fosse determinístico não existiria a liberdade e nem o sentimento, e desta forma o Sistema seria uma imposição escravista. Metsuke, ao contrário, significa liberdade... Da mente, do coração, de si mesmo. É simples, feche os olhos! Veja o que existe em sua consciência neste momento. Perceba o posicionamento real de sua espada. É aí que está: não sua espada material, e sim sua consciência acerca de sua espada interior como
manifestação técnica. A espada em si é apenas o objeto que representa a ferramenta necessária para uma prática de guerra. Todavia, ela parada, deixada em algum lugar, é inofensiva! A dualidade entre o imaginativo e o real se tor na o ponto de interação na dissolução do Ego; da importância do objeto que substitui, para os mais leigos, o processo que o manipula. No caminho da espada, ao buscar, ao observar de dentro para fora, do “Tsuka” para o “Kisaki”, há o eixo que estabelece esta buscaconsciência, o eixo que promove a evolução técnica; o olho que busca e a mente procurada; portanto, dualidade. E que poderemos achar dentro do amplo sentido que estabelece o caminho quando a espada é abandonada? Que tipo de "eu" é o que busca? Desembainhar uma espada significa expressar seu desejo. Entretanto, se olharmos em nível de “Jutsu”, de uma busca pelo real e imediato, no momento em que a consciência expande e abrimos nossas verdades para olhar de frente o manifesto das emoções, sabemos que talvez seja perigoso agir sob estas influências, embora não tenhamos força nem clareza suficientes para nos abstermos. Precisamos aprender a arte de respirar, de inspirar e expirar, parando tudo o que estamos fazendo e acalmando nossas emoções. Fazer ebulir
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o todo para depois fazer cessar! São estágios mais altos de espiritualidade que encontramos o desenvolvimento das potencialidades criadoras, nas manifestações da Natureza individual de cada um!
Ou podemos ver de outra forma: Logo após fecharmos os olhos e sentirmos toda a energia do corpo em um único instante do Metsuke, percebemos um pequeno intervalo de tempo entre o abrir os olhos e o iniciar através do saque da espada. É deste pequeno momento que falaremos agora. Uma vez que o Hara é contraído, fechamos os olhos para sentirmos a energia interior e, através dela, viajarmos na elaboração do movimento em nossa mente. Neste momento iniciamos um longo caminho do fluxo da energia do Hara até explodir em forma de movimento. Este caminho percorrido pela energia é chamado de “ShuuChuuDou” – que em japonês seria o mesmo que concentração - o caminho que conduz a força em concentração. Muitos dos Tatsujin – especialistas afirmam que é possível sentir a força interior percorrendo por esta via antes
de se transformar em Nuki (saque), ou Kiri (corte). Neste único momento entre o abrir dos olhos e o saque da espada, rejeitamos totalmente a autoridade exter na, percebendo que essa autoridade é uma das causas da desordem. Através do Metsuke dissolvemos a dúvida, o medo e o receio, e em um único movimento, tudo estará decidido. Sem esta libertação interior antes do saque, uma pessoa segue, aceita, obedece, essencialmente porque tem medo — medo de não alcançar os seus fins, de errar o caminho, o saque, o corte, etc. Assim, o intervalo, o espaço, que é tempo existente entre a pessoa e a espada, desaparece e a pessoa fica diretamente em contato com o fato; só há o fato, e não há vós, como observador do fato. Várias coisas ocorrem nesse processo: elimina-se completamente o conflito quando o observador é a coisa observada (porque então o observador é o próprio medo) e ficais com toda aquela energia que assume a forma de medo. A coragem samurai era trabalhada de dentro para fora. Uma vez que não há intervalo entre vós e o fato, uma vez que a energia sois vós e a espada, não há conflito nenhum. Durante o ato que
antecede o Metsuke não há ação positiva em relação ao medo. Não há ação positiva de espécie alguma, porém apenas um estado de observação, de percebimento do fato, de real percebimento do que é, pois a imagem foi eliminada. Quando se vê, exteriormente e interiormente, toda esta desordem — a confusão, a aflição, a solidão, a total falta de significação da vida, tal como a vivemos — pode-se conceber idéias maravilhosas, porém essas idéias são meras invenções, teorias. O presente ato de sacar a espada dissolve toda a ilusão! Um monge perguntou a Ta-chu: "São as palavras a Mente?" "Não, as palavras são condições externas. Elas não são a Mente," disse o mestre. "Então onde, fora das condições externas, podemos encontrar a Mente?" "Não há Mente além das palavras," declarou o sábio. "Não havendo Mente independente das palavras, o que é afinal a Mente?" perguntou o monge, confuso. "A Mente é sem forma e sem imagens. Em verdade, ela nem depende nem é independente das palavras. É eternamente serena e livre em seu movimento."
Bugei
Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.
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Cinema Marcial CHUCK NORRIS, RECORDANDO O DRAGÃO…. Quando Bruce Lee conheceu John Benn, o “padrinho mafioso” de “O furor do Dragão”, disse a ele: "John, não te farei rico com a fita, mas far -te-ei famoso...” Efectivamente, ninguém ficou rico com ela, mas com a fama e reconhecimento que obtiveram a seu lado, viveram das “rendas” durante anos, pelo menos a grande maioria dos que tiveram a “sorte” de o encontrar em seu caminho. Possivelmente, Chuck Norris não tenha sido uma excepção…. Inquestionavelmente, “Operação Dragão” é o clássico por excelência do cinema das artes marciais, no entanto, o melhor combate deste género na história da sétima arte é o que mantém Bruce Lee contra Chuck Norris, no Coliseu romano, em “O furor do dragão”. Não em vão foi catalogado em seu momento como o combate do século e efectivamente foi e ainda é, pois até hoje não foi superado em nenhum outro filme e apesar de ter filmado faz já mais de 40 anos… Após falecer Bruce Lee, o trono do “Rei das artes marciais” ficou vazio, parecia que nenhum oriental tivesse o suficiente talento para ocupá-lo, então, Hollywood procurou uma alternativa. Por lógica, o único ocidental com fama e conhecimentos marciais para o ocupar naquela época, era Chuck Norris. O primeiro actor ocidental do denominado cinema de artes marciais abriu um caminho em Hollywood que anos depois seguiriam outros actores, como Steven Seagal, Jean Claude Van Damme, Jeff Speakman, Wesley Snipes, etc. Antecipando-se ao declínio do cinema de artes marciais, Chuck Norris triunfou primeiro nos Estados Unidos e depois no resto do mundo, com Walker, Texas Ranger, série da televisão constituida por três capítulos pilotos de 90 minutos e 200 episódios de 45 minutos. Nela apareceram grandes estrelas e versados em artes marciais. Sem dúvida, quem proporcionou a Chuck Norris a oportunidade de entrar na sétima arte foi Bruce Lee, ocasião que não desaproveitou e devido às suas acertadas decisões e sorte,
Texto: Gladys Caballero & Pedro Conde. Fotografia da capa: Michael Tudela. Fotografias do artigo: Pedro Conde.
Reportagem possivelmente seja o actor mais respeitado do cinema marcial, pelo menos na América do Norte, onde é uma instituição, mas, como nasceu a amizade de Bruce Lee e Chuck Norris? “Conheci Bruce Lee em 1968, em Nova York. Foi no campeonato All American Grand Championship, que se realizava no Madison Square Garden. Eu competia e ele era uma celebridade. Quando venci, o promotor me apresentou a Bruce Lee. Apesar de eu saber quem ele era e ele me ter visto em torneios, não tínhamos tido ocasião de nos conhecermos pessoalmente. Eu assistira à sua grande demonstração no Campeonato Internacional de Long Beach em 1964 e conhecia o seu trabalho como actor na série da televisão Green Hornet. Bruce deu-me os parabéns, reconhecendo as dificuldades de vencer Joe Lewis na final do campeonato. Falamos amigavelmente e descobrimos que estávamos hospedados no mesmo hotel. Eu tinha estado lutando desde as 10:00 horas e já eram quase as 23:00, estava muito cansado, mas desde fazia tempo que queria conhece-lo. Começamos a falar e a trocar impressões acerca de filosofias e técnicas e depois, juntos entramos em um táxi. Estávamos realmente implicados na conversa. Chegamos ao elevador e paramos no seu andar, ele estava no 7º e eu no 9º e continuamos conversando. Quando saí do elevador e parei no corredor, eram quase meia-noite e a próxima coisa que sei, é que tirei o casaco e começamos a treinar… Juro que quando de novo olhei para o relógio eram sete da manhã… Bruce era tão dinâmico que a mim me pareceram só vinte minutos! Foi incrível que ninguém chamasse a segurança do hotel, queixando-se de dois malucos fazendo movimentos estranhos no corredor. Não podia acreditas… Dali a duas horas eu tinha um voo marcado para Los Angeles! ‘Não faz mal’ - disse Bruce –‘quando voltarmos vamos treinar juntos’. Pouco tempo depois, ele me convidou para treinar no pátio de sua casa em Culver City, Califórnia. Bruce tinha todo tipo de equipamentos no seu pátio, incluindo um manequim de madeira que ele próprio tinha feito, um poste coberto com palha, para praticar os golpes, petos e luvas de Boxe. Treinávamos duas vezes por semana, de três a quatro horas de cada vez. Fizemos isto durante dois anos. Bruce me ensinou algumas das suas técnicas de Kung Fu e eu lhe ensinei alguns dos pontapés altos do Tae Kwon Do. Uma anedota significativa é que quando Bruce e eu começamos a treinar juntos, ele não pontapeava alto, seus conceitos se baseavam em o fazer por debaixo dos quadris, pelo que lhe ensinei a dar-lhe uma certa altura. Eu fui quem o ensinou a pontapear alto. Bruce era da opinião que dar um pontapé na cabeça era o mesmo que bater com um soco nas pernas, o que não deixa de ter lógica e nisso, ele baseava o seu trabalho de pernas no Jeet Kune Do; mas eu lhe disse que se devia ter a habilidade suficiente como para pontapear qualquer lugar e assim, lhe ensinei os pontapés altos, em rotação, etc., e claro está… ele aprendeu muito depressa! Tinha um dom especial para aprender e assimilar. Em menos de seis meses podia executar esses pontapés tão bem quanto eu e as adicionou a seu repertório com tremenda eficácia. Acredito que a grande versatilidade de aparelhos de treino que ele possuía, contribuía enormemente para isso. Nesse terreno, ele levava anos por diante a todos nós. Além disso, Bruce era extremamente competente e sábio nas artes marciais e quilo por quilo, um dos homens mais fortes que jamais tenha conhecido”. Chuck Norris guarda grata recordação daqueles anos de treino, realizando em ocasiões surpreendentes declarações acerca deles… “Certamente, Bruce Lee foi um pioneiro no Full Contact, foi o primeiro a utilizar luvas e protectores, quando na América só se conhecia o Karate, mas... (Chuck Norris sorri e diz) nunca lutou. Treinei com sele durante dois anos e nunca lutou comigo. Eu dizia: "Bruce, vamos fazer um combatezinho", e ele respondia ‘Não. Pratiquemos técnica, técnica e mais técnica...’, pelo que nunca tive ocasião de me medir com ele. Sempre fazia técnicas swash!, e isso era tudo”. (Norris executa duas técnicas rápidas de punho e volta à posição). Mais de um leitor deve querer saber o motivo de nunca terem lutado? O que faziam naqueles treinos? Naquela época, além do makiwara, poucos aparelhos se empregavam nas artes marciais, Bruce Lee foi um pioneiro e um inovador adaptando equipamentos de outros desportos, inclusivamente, inventou e desenhou alguns aparelhos para optimizar seus treinos. Chuck Norris, à semelhança de outros versados em artes marciais, estava de acordo em que com eles se obtinham grandes resultados em um breve período de tempo. “Bruce Lee tinha um equipamento magnifico para treinar e fazíamos isso, só treinar: saco de Boxe, pontapés e todo esse tipo de coisas. Nunca lutamos juntos, eu era um lutador profissional e
Cinema Marcial ele não, mas era bom, muito bom. Muito provavelmente, em um combate a serio eu teria ganho, mas Bruce Lee não queria chegar a isso e… eu também não queria”. Curiosamente e apesar do que alguns pensam, a primeira vez que Bruce Lee chamou Chuck Norris para participar em um filme, não foi em “O furor do dragão”. A sua estreia no cinema foi devida a Bruce Lee, mas foi na longa-metragem “A mansão dos sete prazeres”, filme protagonizado por Dean Martin, Elke Sommer e Sharon Tate, no qual, o Dragão era o coreógrafo da cenas de acção e a rodagem teve lugar em Julho de 1968. Os começos de Chuck Norris no cinema não foram muito incentivadores… “Pouco tempo antes do campeonato internacional, recebi um telefonema de Bruce Lee e me disse que tinha conseguido um contrato como coordenador de duplos para o filme “The Wrecking Crew”, protagonizada por Dean Martin e Elke Sommer. “Há um pequeno papel e penso que tu o havias de fazer muito bem” - me disse Bruce. Serás o guarda-costas de Elke, lutarás contra Dean Martin e tens uma frase no diálogo. Estás interessado? Claro que sim, respondi. Ainda que não soubesse nada de interpretação, pensei que seria bom tentar. Ele me disse a data em que tinha de me apresentar no estúdio de gravação e era um dia depois do Campeonato Internacional”. Chuck Norris não queria que lhe tocassem a cara para não ir às filmagens com o rosto cheio de nódoas negras,
por isso, na final, nos vestuários disse a Skipper Mullins, o karateka número três no ranking a nível nacional: “Amanhã terei o meu primeiro papel em um filme. Bate no meu corpo, mas não toques na minha cara”. Ao que este lhe respondeu: “Muito bem, mas ficas em dívida comigo”. Obviamente, Skipper não manteve a sua palavra e depois de marcar-lhe uma série de pontos, deu a Chuck Norris um forte golpe no olho. Norris iria ganhar o torneio mas levou para a rodagem uma desagradável recordação… “No dia seguinte cheguei às filmagens com uma nódoa negra que custou uma hora para a maquilhagem a cobrir. Estava fascinado quando entrei no estúdio de filmagem, para me preparar para a minha estreia. Nunca antes tinha estado em um estúdio de filmagem e não sabia o que esperar. O estúdio era uma nave imensa e o lugar onde estávamos trabalhando era enorme e com tetos muito altos, luzes enormes e brilhantes e cabos por todo lado. Dezenas de pessoas iam e vinham como formigas e eu me perguntava como se poderia fazer uma fita com tanto caos. Rapidamente o director começou a mandar e nós nos pusemos a trabalhar. Como muitos nesse tempo, eu não sabia nada de rodagens, pensava que os realizadores dos filmes só acendiam uma câmara e os actores faziam os seus papeis, como se faz nas escolas secundárias. Estava muito enganado… Cada cena demorava umas duas horas em ser filmada. As luzes deviam reajustar-se, os ângulos da câmara
Reportagem revistos e os actores deviam ser leccionados e situados em seus lugares. A minha estreia no cinema se reduzia a uma frase. No filme, Dean Martin entrava em um clube nocturno, eu tinha de estar em pé, na frente dele e dizer-lhe: Com licença, senhor Helm! A sequência terminava com uma luta entre o Dean e eu. Durante semanas antes da filmagem, repeti essa frase uma e outra vez, enquanto me olhava no espelho da casa de banho, tratando de encontrar o melhor tom para dizer a frase. Quando as câmaras começaram a filmar, Dean Martin entrou a tempo. Quando o vi aproximando-se, senti como a minha garganta e o meu corpo ficavam rígidos. Disse a frase como um suspiro: Com licença, senhor Helm! Dean Martin parecia não ter notado a minha voz rouca e obedientemente, deu-me a pistola. Pensei: Aqui acabou a minha carreira artística! Nem sequer uma frase consegui dizer correctamente!” Com tantas horas treinando juntos, foi inevitável que nascesse um grande apreço entre ambos, onde o respeito e a empatia estavam sempre presentes, e não é de estranhar que compartilhássemos confidências e sonhos: “O seu mais grande atributo e era talvez seu pior erro, era ele mesmo: Bruce Lee vivia e respirava artes marciais. Fazia das coisas mais mundanas e comuns da vida, algo que tivesse a ver com o treino das artes marciais. Não sei bem se sabia o que era relaxar-se. Fomos bons amigos, o suficiente como para que me
contasse qual era o seu sonho: ‘Chuck, quero ser uma estrela de cinema’ - me disse ele - ‘Tudo quanto estou fazendo é com esse objectivo’. Bruce estava treinando a várias celebridades, como Kareem Abdul Jabarr, James Coburn, Lee Marvin e Steve McQueen. Seus estudantes frequentemente o recomendavam para pequenos papeis nos filmes e Bruce tinha trabalhado como duplo em várias delas. Mas não estava satisfeito sendo o duplo das estrelas, queria que o seu nome aparecesse em destaque nos cinemas e com a motivação que Bruce tinha, sem dúvida conseguiria!”. Abrir um caminho em Hollywood não era fácil, especialmente para um oriental. Naquela época não existia nenhum actor asiático que protagonizasse uma produção norte-americana. Seguindo o conselho de seus amigos, Bruce Lee aceitou um contrato com a Golden Harvest, para protagonizar dois filmes que se filmariam no Sudeste Asiático. “Bruce foi para Hong Kong, para continuar a sua carreira como actor e durante dois anos, nada soube dele. Uma manhã me telefonou desde Hong Kong e me disse: ‘Chuck, fiz duas fitas em Hong Kong e têm sido um grande êxito de bilheteira. Acabei agora a história de uma fita que vou filmar em Roma, no Coliseu’ - disseme ele com emoção: ‘Dois gladiadores lutando até à morte! O melhor de tudo é que nós mesmos prepararemos a coreografia. Te prometo que a luta será o momento culminante da fita; quero fazer uma cena de luta que o mundo inteiro vai recordar’. Genial! - respondi eu - Quem vence? perguntei: Bruce disse rindo: Euuuu! Eu sou a estrela! Ah, vais a vencer o actual campeão mundial de Karate? Não, respondeu Bruce. Vou matar o actual campeão mundial de Karate! Ri e me comprometi a fazer a fita, aceitei participar nela porque sabia que se Bruce estava implicado nela, não seria uma parvoíce. Sempre respeitei a sua maneira de fazer as coisas e particularmente admirava a sua insistência na perfeição e realismo nas artes marciais”. Três semanas depois, Bruce Lee telefonou outra vez a Chuck Norris, informando-o de que a filmagem da fita começava e perguntou se estava pronto para viajar a Roma. Chuck Norris naquele momento passou a saber de que o seu papel era o de um lutador remunerado, um artista marcial contratado para dar uma sova em Bruce Lee. “Nunca antes tinha viajado à Europa e pedi a Bob Wall, bom amigo meu e meu sócio das academias de Karate, que me acompanhasse. Quando chegamos ao aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma, Bruce estava à nossa espera com a equipa de filmagem, para nos gravar quando descêssemos do avião. Bruce queria usar a cena da chegada como parte da fita. Como Bob vinha comigo, Bruce decidiu que ele também entrasse nela. Tinham passado dois anos desde a última vez que vira Bruce, mas continuava a ser tão cordial como sempre. Não se envergonhava da afeição masculina e deu-nos um grande abraço antes de nos levar até o carro. Para a cena no Coliseu queria que se visse um formidável oponente. Eu
Cinema Marcial pesava 73kg, que comparados com os seus 65kg faziam pouca diferença e ele queria que eu engordasse 9 ou 10 quilos. Por fortuna, o meu metabolismo era muito lento e podia aumentar 3 ou 4 quilos em menos de uma semana, se diminuísse os meus exercícios e descuidasse a minha dieta. Eu disse: Estupendo! Posso comer até me fartar, por conta da companhia! Bob e eu passamos duas semanas passeando como típicos turistas, visitamos templos, como a Basílica de São Pedro no Vaticano, monumentos como a Fontana de Trevi e os belos jardins de Villa Borguese. Encontrei um restaurante onde podia comer macarrão e gelados até me fartar, o melhor gelado que eu tenha comido na minha vida. Quase todas as noites jantávamos na Taverna Flávia, no Trastevere. Logo comecei a aumentar de peso, conseguindo o objectivo no tempo marcado”. As rodagens de “O furor do dragão” começaram a 10 de Maio de 1972. Contava com um orçamento inicial de 350.000 dólares. A equipa começava a trabalhar às seis da manhã e acabava às seis ou às oito da noite, dependendo do dia. Os primeiros dias, Bruce Lee se dedicou a filmar as cenas de exteriores que requeria o filme, gravando em algumas das ruas e praças mais representativas de Roma, como Via Veneto, os Jardins da fonte de Tivoli, Piazza Navona, etc. Quando acabou, combinou com Chuck Norris para gravar o combate no Coliseu. Como não tinham licença para filmar no anfiteatro, meteram em sacolas de viagem uma câmara
e o equipamento necessário para filmar, dando uma gorjeta aos guardas para estarem “distraídos” e começaram a trabalhar… “Bruce e eu fomos ao Coliseu para apurarmos os detalhes para a grande cena da luta. Era um sentimento estranho, estar junto dele em um dos túneis que levavam até a arena. Lembrei-me de filmes como Espartaco, onde Kirk Douglas lutou na arena e senti respeito pensando nas verdadeiras lutas à morte que regularmente se faziam no Coliseu, para entretenimento da população romana. O Coliseu era maior e mais impressionante do que imaginara. Nos sentamos em um dos assentos de pedra da arena e discutimos a cena. Bruce fez anotações para os ângulos das câmaras. Ele apresentava a cena de maneira a parecer como se fôssemos dois gladiadores lutando um contra outro. Como nós mesmos estávamos encarregados da coreografia, ele me perguntou: O que queres fazer? E eu disse: Bem, eu faço isto e isto, mostrando-lhe umas técnicas que pensei que seriam interessantes. Ele achou bem e assim, ele preparou a suas defesas. Saímos à arena e fizemos sparring livre. Como nos conhecíamos bem um ao outro, porque tínhamos treinado juntos durante muito tempo, a cena saiu perfeita. Nela, Bruce não fazia mais do que atacar-me, isso era tudo. Atacar-me, atacar e atacar. Tratava de desgastar e era tudo a câmara lenta. Lembro-me dele movendo-se em volta de mim, com esses belos
Reportagem movimentos fluidos, tentando desgastar-me e quando eu tentava atacar, ele se abaixava e esquivava o tempo todo. Finalmente, quando falhei todos os meus golpes, comecei a sentir-me cansado. Ele avançou, lançando golpes a todos os meus pontos vulneráveis, me nocauteando. Aí eu já estava completamente exausto. Depois me derribou contra uma parede e chegamos ao ponto em que eu lancei um grito e Bruce me empurrou contra a parede. Esse foi o momento em que parti o meu pulso, o cotovelo e o joelho direito, caí ao chão e tentava levantar-me. Assim chegamos à dramática cena em que eu tento levantar-me e continuar lutando com muito esforço, então Bruce olhou para mim como dizendo, vamos parar, ganhei eu… Tinham situado a câmara filmando uma panorâmica da sua cara à minha cara, de um lado a outro. O que tentavam transmitir era que eu, de alguma maneira sorria, um sorriso de agradecimento, mas não do tipo de sou um profissional…, de ou vences ou morres e eu preferia morrer antes de abandonar ou perder… Era esse tipo de sorriso!… Nesse momento lancei um grito e me abalancei sobre Bruce, quase voando e ele me segurou, agarrando-me pelo pescoço. A única coisa que eu podia fazer era bater-lhe com uma série de golpes no rim e finalmente ele me partia o pescoço. Então, me deita no chão suavemente e se afasta, como sentindo pena por me ter matado. Afortunadamente, Bruce não me obrigou a ser tão malvado, aquele era um combate entre dois
profissionais. No final da luta, quando ele me mata, me tapa com a minha jaqueta do uniforme e põe o meu cinto por cima, de uma maneira muito cerimoniosa e respeitosa”. O duelo levou três dias para ser filmado. O combate seria o ponto álgido da fita. Segundo diz Linda Lee, o grande combate com Chuck Norris tinha 20 páginas de realização escritas e foi tão cuidadosamente planejado como a execução de um ballet profissional. Bruce Lee desenhou a coreografia em sua casa, frequentemente experimentando movimentos com ela. A viúva de Bruce diz: “De repente, tinha uma inspiração e me dizia: Vamos lá, vamos experimentar isto!". Todo aquele trabalho e a genialidade de Bruce Lee ficou expressado no ecrã. Acerca daquilo, Chuck Norris diz: “Foi uma cena difícil e desafiante, mas gozei mundo fazendo-a. Apesar de Bruce ser um director novato, sabia o que queria e de que maneira a câmara devia de filmar. Tal como Bruce tinha dito, a nossa cena da luta se tor nou um clássico. Na actualidade, se perguntarmos a qualquer estudante de artes marciais acerca da sua luta favorita em um filme, quase todos responderão que se lembram da cena da luta entre Bruce Lee e eu, em “O furor do Dragão”. É inacreditável como saiu tão bem, considerando que só tínhamos uma câmara”. Mas o que é que a faz diferente? Por que motivo uma prestigiosa publicação norte-americana a incluiu nas 10 melhores cenas de acção da história do cinema?
“Na actualidade, há grande quantidade de lutas muito boas. O combate entre Bruce e eu era mais de tipo emocional, nos olhávamos, nos observávamos, e entre plano e plano, lutávamos. Foi isso o que fez com que a luta de “O Furor do Dragão” fosse tão excitante. Bruce era muito inteligente, sempre quis expressar um sentimento na câmara, porque as técnicas que se utilizaram são as mesmas que uso eu nos meus filmes, mas essa emoção que com a câmara Bruce criava no ambiente..., era muito especial. Geralmente, as lutas são
lutas, uns tantos golpes, mover-se, etc. Mas Bruce era realmente muito esperto, sabia como usar a câmara para criar emoção e tensão na luta, provocando um clímax sem igual. Nesse terreno, temos que reconhecer que era um génio”. Houve problemas de logística, tempo, licenças e outras inúmeras
dificuldades a superar em Roma, pelo que a cena de combate não foi acabada… “Bruce, Bob Wall e eu voamos para Hong Kong para filmar o resto das nossas cenas. No dia em que lá chegamos, Bruce tinha conseguido que fôssemos os convidados ao programa de televisão “Goza da
Reportagem
noite”, o mais famoso da nessa época, uma versão de Hong Kong do programa estado-unidense “The Tonight Show with Johny Carson”. Convidados pela HK-TVB, Bruce, Norris e Bob Wall foram realizar uma exibição de artes marciais e concederam uma entrevista. A intenção de Bruce Lee era apresentar
Norris e Bob Wall ao público de Hong Kong. Quando saímos à antena, o apresentador Josiah Lau, que conhecia bem Bruce Lee, lhe disse: “Bruce, a nossa audiência está muito interessada em ti, poderíamos dizer-nos o que tens estado a fazer recentemente? Bruce respondeu: “Raymond Chow e eu estivemos recentemente em Roma, para gravar os exteriores do nosso novo filme. Veio a Hong Kong connosco, outro artista marcial que é campeão da América de Karate, o senhor Norris veio directamente dos Estados Unidos até Roma, para trabalhar connosco. Também há outro americano especialista em Karate, é o senhor Bob Wall. Ambos participaram no nosso filme ‘O Furor do Dragão’. Lau disse: “Soube pelos jornais, que Norris e Bob Wall são teus alunos, também soube que quando começaram a te seguir já eram pessoas famosas, que levam sendo campeões de Karate durante muitos anos. Penso que o teu JKD deve ser muito poderoso!” Bruce, abanando cabeça e mãos negativamente, disse: “Não, não brinques comigo, eu nunca disse que sejam meus alunos, somos amigos, quando temos tempo nos juntamos e falamos de artes marciais”. Depois, Bruce Lee explicou o que era o Jeet Kune Do e referiu diferentes opiniões sobre as artes marciais em geral e em especial do Kung fu chinês. O público queria ver em acção o Dragão, mas Bruce declinou o convite e disse: “A audiência de Hong Kong já me conhece. Hoje vamos apresentar estes dois homens, artistas marciais em ‘O furor do dragão’ e na vida real, Norris e Bob Wall. Hoje, eles são os protagonistas. Devias deixar que hoje intervenham eles”. As pessoas presentes no estúdio aplaudiram. Norris e Bob sorridentes se levantaram e perguntaram “O que querem ver?” Como as pessoas presentes não sabiam muito de artes marciais, não sabiam o que responder e então Bruce disse: “¿Posso sugerir uma ideia? Em essência, os artistas marciais treinam quatro coisas, precisão, agressividade, rapidez e força. Penso que podemos fazer um jogo para mostrarmos a precisão de seus pontapés. Bob Wall vai segurar um cigarro na boca e Norris vai tirar-lho com um pontapé”.
Todos acharam encantadora a ideia. Bruce juntou: “Como todos sabemos, as nossas pernas estão feitas para andar, se queremos usá-las para alcançar um objecto que está alto, será bastante complicado controlar a nossa perna. Isto acontece porque quando levantamos uma perna, a outra tem de suportar o peso do corpo. Pontapear de maneira precisa não é fácil, especialmente quando se tem de bater rapidamente em um objecto pequeno. Bob tem de segurar o cigarro com a boca, pelo que se Norris não é preciso, evidentemente Bob pode ser ferido na boca ou no nariz”. Rapidamente apareceu um cigarro para Bob Wall. Norris observou Bob durante uns segundos e depois, girou seu corpo, levantou a perna direita e bateu no cigarro. O cigarro voou!… Os espectadores aplaudiram mas não estavam satisfeitos, queriam mais… Acerca daquilo, Chuck Norris diz: “Me pediram que fizesse umas demonstrações de artes marciais e comecei pontapeando um cigarro da boca de Bob, quebrei uma tábuas… Depois, Bob e eu fizemos uma demonstração de combate livre. Bati em Bob com um pontapé em rotação por detrás, que foi bater em seu peito e o mandou para o outro lado do estúdio. Todos se impressionaram, mas Bob se levantou como se nada fosse. Quando finalizamos a exibição, o apresentador do programa quis ver o protector que Bob estava usando no peito. Qual protector? - disse Bob, enquanto abria a parte de cima de seu gi. A marca do meu pé estava no seu peito!” Quando acabou a exibição, Lau disse: “Muitas pessoas dizem que ambos são alunos de Bruce, mas Bruce nega isso, ele diz que são amigos. Qual é a verdade? Chuck Norris, como sempre tão respeitoso e prudente, respondeu: “Talvez ele pense que as nossas técnicas de Karate não são suficientemente boas e não estamos qualificados para sermos seus alunos, no entanto, nós admiramos o seu Kung Fu. Por isso, mesmo que ele não nos trate como seus alunos, nós o consideramos nosso mestre”. Aquelas declarações em antena trouxeram problemas para o colosso americano, muitos praticantes de artes marciais desejavam a fama, alguns especialistas, como Lau Tai-chuen, depois de desafiar Bruce Lee a través da imprensa, conseguiam o seu propósito. No caso de Lau, apesar de não lutar com Bruce Lee, com a publicidade obtida, conseguiu que lhe
Cinema Marcial dessem um papel numa fita, mas a sua carreira cinematográfica foi efémera, apenas trabalhou em quatro longas metragens. Alguém, seguindo o seu exemplo, tentou fazer o mesmo com Chuck Norris: No dia seguinte, em um jornal local, alguém me desafiou para uma luta. Bruce estava espantado com o artigo que me leu ao telefone. - O que achas que devo de fazer? - perguntei… Não faças caso - disse ele - A mim sempre me andam desafiando. Quem é publicidade - mas Bob estava zangado. - Eu não sou o protagonista na fita – disse ele a Bruce - E que tal se eu aceito? - Adiante, se é isso o que queres - respondeu Bruce. Na noite a seguir, Bob apareceu no programa de televisão e disse à audiência: Um televidente desafiou o meu Instrutor, Chuck Norris. Chuck é melhor lutador que eu. Por isso quero enfrentar-me eu. Quem queira que sejas, luta primeiro comigo e mostra seres um digno rival para lutar com ele. A nossa luta será neste programa de televisão, para que todos em Hong Kong vejam como te despedaço! O desafiante, quem queira que fosse, nunca apareceu e ninguém mais me tornou a desafiar em Hong Kong”. Finalizaram a fita e Bob Wall ,junto com Chuck Norris voltaram para os Estados Unidos e para o seu trabalho como instrutores de artes marciais. Ambos se esqueceram da fita; pensaram que só seria projectada na Ásia e Bruce Lee continuaria com sua carreira como actor, após ver e constatar a fama que tinha obtido no Oriente. Ambos pensaram que Bruce se dedicaria totalmente à sua carreira e demorariam muito tempo para se tornarem a ver, mas se enganaram… “A meados de Julho de 1973, Bruce Lee veio a Los Angeles para uma revisão médica. Telefonou-me e
combinamos encontro para almoçarmos juntos. Avisei Bob Wall e nos encontramos em um restaurante de Chinatown. Tenho de admitir que vi a Bruce muito bem, magro e forte. Bruce se mostrou muito optimista. Nos contou que em Hong Kong os médicos não tinham encontrado a causa de uns desmaios que tinha tido recentemente; esse era o autêntico motivo da sua visita à Los Angeles. Viera para fazer umas provas em um dos melhores hospitais de Los Angeles. Estava muito satisfeito porque os médicos nada tinham encontrado; disseram-lhe que tinha o corpo de um jovem de 18 anos. Aos seus trinta e dois anos de idade, se via em perfeitas condições físicas… Mas eu estava desconcertado. - Bem, então se está assim tão bem, o que pensam os médicos a causa dos teus desmaios? Bruce me disse: Tensão, suponho eu, excesso de trabalho, falta de descanso, a mesma história de sempre. Falou-nos do esgotante trabalho da sua última produção, ‘Enter the dragon’. Era muito optimista com os resultados. A verdade é que tanto física como mentalmente, estava em seu melhor momento. Falei daquilo com Bob, quando voltávamos para casa. - após um breve silêncio, diz - Foi a última vez que o vi com vida...” Pouco depois daquele almoço “O pequeno dragão” voltou para Hong Kong. Nada fazia pressagiar os espantosos acontecimentos que se avizinhavam… Bruce Lee faleceu a 20 de Julho de 1973. Cinco dias depois se realizava em Hong Kong uma cerimónia fúnebre em um cêntrico e luxuoso local, ainda que pequeno, o “Kowloon funeral Home”. Segundo os meios de comunicação, o actor reuniu umas 25.000 pessoas. Amigos, familiares, colegas de trabalho e infinitos desconhecidos se juntaram para dar a Bruce Lee o
Reportagem último adeus. No dia seguinte estreava em Hong Kong “Operação Dragão”. Talvez os produtores quiseram aproveitar tão aziago momento para projectar o seu último trabalho!... A 31 de Julho, Bruce Lee é enterrado em Seattle, onde o funeral foi mais tranquilo e íntimo. Assistiram em volta de cento e oitenta pessoas, entre amigos e parentes. O féretro estava coberto de flores brancas, amarelas e vermelhas, situadas de tal maneira que formavam o símbolo do YingYang. Portaram o féretro Steve McQueen, James Coburn, Dan Inosanto, Taky Kimura, Peter Chin e Robert, o irmão de Bruce Lee. Entre os amigos e familiares mais achegados, se encontrava Chuck Norris... “Quatro dias depois de ter almoçado com ele, escutei a terrível notícia de que tinha falecido. Não podia acreditar, o tinha visto havia pouco, tão radiante e vivaz, a viva imagem da boa saúde, da emoção e da felicidade. Como podia ser? Os rumores acerca da sua misteriosa morte voaram através do Pacífico mais rápido que o jet que trouxe seu féretro. Alguns rumores apontavam a que Bruce tinha falecido por ingerir marijuana, desatando perguntas acerca do uso de drogas. Outros sugeriam que a sua bem conhecida experiência com esteróides lhe causou a morte. Outras mais falavam de que Bruce tinha sido morto com um golpe mortal de um assassino remunerado, um especialista em técnicas orientais de assassinato. Algumas das explicações propostas sobre o seu falecimento, pareciam aceitáveis, mas a maioria eram ridículas. Talvez os rumores eram simplesmente a maneira que o mundo tinha para dar uma explicação à realidade; que nenhum de nós tem garantidos os seguintes cinco segundos. A vida é um presente de Deus! Naqueles dias, a versão oficial da morte apresentada pelos médicos forenses de Hong Kong, foi um edema
cerebral causado por uma reacção hipersensível ao ingrediente de uma pastilha para a dor de cabeça, muito similar à estranha reacção de alguns indivíduos quando picados por uma abelha. Os médicos estado-unidenses disseram ter sido um aneurisma cerebral. Bruce foi enterrado em Seattle e devido à sua grande afinidade com a comunidade chinesa, houve anteriormente outro serviço e funeral em Hong Kong, com uma assistência de mais de vinte mil seguidores. Assisti ao funeral de Seattle, junto com Bob Wall, Steve McQueen e James Coburn, este último era um dos estudantes particulares de Bruce e fez um discurso muito comovedor na despedida de seu mestre. Finalizado o funeral, Bob, James, Steve e eu voamos de volta no mesmo avião, mas o voo foi extremamente silencioso. Cada um de nós estava metido nos próprios pensamentos, analisando a mensagem que para cada um tinha a morte de Bruce. Estava na sua melhor condição, no cimo de sua carreira e de repente, tudo acabara… Tinha alcançado o seu objectivo de se tornar uma grande estrela, mas de que lhe servia isso à sua maravilhosa mulher e aos seus dois filhos? Depois da sua morte, pensei muito acerca disto e cheguei à conclusão de que a vida não avalia em anos mas em conquistas. Bruce tinha dois objectivos na vida: um era ser reconhecido como artista marcial, o que certamente conseguiu, e o outro, ser reconhecido como actor… o que também conseguiu. Bruce alcançou os dois objectivos que tinha na vida, em um curto período de tempo de 32 anos. Muitos de nós viveremos 80 anos e não conseguiremos os objectivos que nos marcamos…” O capítulo piloto da serie “Kung fu”, foi emitido nos Estados Unidos a 14 de Outubro de 1972 e inicialmente foi intitulado “The Warrior”. A série estava baseada na ideia
Cinema Marcial original do “Pequeno Dragão”, sendo um grande êxito. Com ele, no Ocidente começa a divulgação das artes marciais. Ironicamente, a 17 de Agosto de 1973, quase um mês depois de seu óbito, estreia em New York “Operação Dragão”. Dois dias mais tarde se projectaria em outras cidades norte-americanas. Começava a nascer o mito… O público pedia mais fitas de Bruce Lee. A 7 de Agosto de 1974, quase um ano depois da estreia de “Enter the dragon”, se estreia “O furor do dragão”… “Quase me tinha esquecido da fita, quando começou a ser anunciada nos cinemas. Quando foi estreada no Sul da Califór nia, muitos dos meus alunos se apressaram a ir vê-la. N manhã seguinte, numa das minhas escolas todos olhavam para mim como se não acreditassem que de verdade Bruce não me tivesse matado… Foi muito divertido, podia perceber que estavam impressionados pelo que tinham visto. Penso que se poderia dizer que as cenas da luta de “O furor do dragão”, foram o máximo em realismo e perfeição de qualquer fita de artes marciais que um seguidor tenha podido ver. Certamente, Bruce Lee descobrira uma fórmula triunfadora para seus filmes. Os cinemas estavam lotados por quem queria ver os seus filmes. O orçamento de “O furor do dragão” tinha sido de $240.000 dólares e rendera mais de oitenta milhões de dólares em todo o mundo”. A imagem de Chuck Norris lutando contra Bruce Lee apareceu em numerosas publicações. No Ocidente
começaram a aparecer inúmeras fitas de artes marciais. De novo, o colosso americano foi contratado em 1974 pela Golden Harvest, para voltar a interpretar ao vilão de “O tigre de São Francisco” (Slaughter in San Francisco & Karate cop). No Sudeste Asiático os estúdios procuravam a um sucessor de “O Pequeno dragão”, mas não aparecia nenhum. Quando o género começou a declinar, estrearam filmes de clones de Bruce Lee. Chuck Norris nunca pensou em se tornar uma estrela de Hollywood, de facto, pouco depois de acabar “The turn of the dragon”, trabalharia numa modestíssima produção norte-americana intitulada “The Student Teachers” (1973) e voltaria a se dedicar às suas aulas e ginásios. Em 1977 protagonizou por primeira vez uma longa-metragem, intitulada “O poder da força” (Breaker, breaker). Um ano depois estreava “Os valentes vestem de preto”. Por primeira vez, na promoção e publicações, era anunciado como “o sucessor de Bruce Lee”. No Ocidente, o público estava farto de tantas produções chinesas e necessitava um novo herói… O resto é história… Ao principio da sua carreira era inevitável que o comparassem com Bruce Lee e perguntassem por seu estilo de luta… “O Jeet Kune Do é um sistema genial, mas temos de reconhecer que estava feito só para Bruce Lee. Para o desenvolver, introduziu dentro de um mesmo sistema de luta todas aquelas técnicas que conhecia através de outros mestres e especialistas. Também extraia muitos conhecimentos da sua grande biblioteca, mas repito, o
Jeet Kune Do era idóneo só para ele; não é um sistema que outro pudesse pôr em prática, pois para o fazer se necessitava a sua genialidade e o seu talento e isso, ninguém tem. Por estas razões posso assegurar que Bruce Lee era o JKD e o JKD era Bruce Lee. Bruce não deixou um sistema de luta que os seus alunos pudessem seguir, nem sequer o pode fazer Dan Inosanto, porque variava tanto e era tão complexo que nunca chegarei a saber se existe um sistema com regras e bases que possam ser seguidas para alcançar a sua perfeição”. Cada arte marcial possui a sua peculiaridade e idiossincrasia, que o faz diferente a outros. No caso do Jeet Kune Do, qual é a sua particularidade? Segundo Chuck Norris: “A essência do Jeet Kune Do é a velocidade e a explosividade. Ma há um problema, que nem todos possuem estes atributos. Bruce era realmente rápido… Era um fanático, era o mais fanático praticante de artes marciais que eu tenha conhecido jamais, ele as vivia, as respirava. Da manhã até à noite, sua mente era só artes marciais. O que o fez tão grande foi que não se estancou na tradição. Sempre procurava maneiras de aperfeiçoar-se a si mesmo. Amava a vida,
a gozava de cada momento, era um indivíduo muito optimista, nunca foi pessimista perante nada, tinha muita energia, uma energia tremenda que nos transmitia”. O combate do século ficou gravado na retina de milhares de espectadores. Obviamente, em muitas ocasiões perguntam a Chuck Norris acerca do nível marcial de seu amigo e colega de treinos, especialmente nos inícios da sua carreira, era incessante a mesma pergunta: O que teria acontecido em um combate real entre ambos? A sua resposta, a grandes rasgos sempre tem sido a mesma… “Só sei que graças a Bruce Lee se conheceram as artes marciais em todo o mundo e que nelas ele era genial… Agora está morto e se me tivesse podido vencer a mim ou a um peso pesado, não tem nenhuma importância…” Certamente que nos nossos dias se conhecem as artes marciais a nível mundial graças a Bruce Lee. Sem ele, nunca teriam alcançado a difusão que têm e por isso é o ícone inquestionável das mesmas e tem lugar que ocupa desde faz mais de 40 anos. Todo o resta eram e são trivialidades que não conduzem a nada. O que é inquestionável é que os seus filmes ainda não foram superados e que nenhum outro actor, apesar do que têm evoluído as artes de combate, foi capaz de o destronar e tal e como está este género cinematográfico, a curto prazo, não há nenhum sucessor, portanto: Larga vida ao “Rei”! Nunca ninguém fez tanto pelas artes marciais!
AUTOR: B. RICHARDSON
AUTOR: SALVATORE OLIVA
REF.: DVD/TV2
REF.: DVD/SALVA • DVD/SALVA2 • DVD/SALVA3 TÍTULO: KNIFE FIGHTING: • DVD/SALVA4 • DVD/SALVA5 TÍTULO: PROFESSIONAL • DVD/SALVA6 FIGHTING SYSTEM: • DVD/SALVA6 • DVD/SALVA7 ÇTÍTULO: PROFESSIONAL FIGHTING SYSTEMKINO MUTAI:
REF.: DVD/BL
TÍTULO: J.K.D. STREET SAFE:
TÍTULO: HOMENAJE TÍTULO: BRUCE LEE: A BRUCE LEE EL HOMBRE Y SU AUTOR: TED WONG LEGADO & CASS MAGDA
AUTOR: RANDY WILLIAMS
AUTOR: JOAQUIN ALMERIA
REF.: DVD/ALM2 TÍTULO: JKD TRAPPLING TO GRAPPLING
REF.: DVD/ALM3 REF.: DVD/ALM4 REF.: DVD/RANDY1 REF.: DVD/RANDY2 TÍTULO: WING TÍTULO: WING TÍTULO: FILIPINO TÍTULO: STREETCHUN KUNG FU: CHUN KUNG FU: MARTIAL ARTS FIGHTING! CHUM KIU SIU LIM TAO JEET KUNE DO
TÍTULO: JKD STREET DEFENSE TACTICS: TÍTULO: EXPLOSIVE DUMOG TÍTULO: JKD STREET TRAPPING”
inglés/Español/Italiano inglés/Español/Italiano
AUTOR: TIM TACKETT
REF.: DVD/JKDTIM3
REF.: DVD/EFS1
TÍTULO: JEET KUNE DO BRUCE LEE’S YMCA BOXING
REF.: DVD/YAW2 TÍTULO: YAWARA KUBOTAN AUTOR: MASTER PEREZ CARRILLO
TÍTULO: JKD EFS KNIFE SURVIVAL AUTOR: ANDREA ULITANO
REF.: DVD/DP1 TÍTULO: 5 EXPERTS - EXTREME STREET ATTACKS AUTORES: VICTOR GUTIERREZ, SERGEANT JIM WAGNER MAJOR AVI NARDIA, J.L. ISIDRO & SALVATORE OLIVA
AUTOR: BOB DUBLJANIN
TÍTULO: JEET KUNE DO ELEMENTS OF ATTACK
REF.: DVD/SILAT3
TÍTULO: JEET KUNE DO
DVD/RANDY4 TÍTULO: CONCEPTS & PRINCIPLES
inglés/Español/Italiano
REF.: DVD/JKDTIM4
REF.: DVD/JKDTIM2
REF.: MUKRANDY4 REF.: MUKRANDY6
REF.: MUKRANDY5
REF.: MUKRANDY3
TÍTULO: JKD
REF.: DVD/RANDY3 TÍTULO: WING CHUN KUNG FU: BIU JEE
REF.: DVD/SILAT
INGLES
OUTROS ESTILOS
REF.: DVD/JKDTIM
REF.: MUKRANDY1
REF.: MUKRANDY2
TÍTULO: THE WOODEN DUMMY INGLES/ITALIANO
TÍTULO: PENTJAK SILAT
REF.: DVD/SILAT4
REF.: DVD/BURTON REF.: DVD/BURTON2 TÍTULO: JEET KUNE TÍTULO: JEET KUNE DO UNLIMITED DO UNLIMITED
TÍTULO: TÍTULO: ESPADA Y DAGA BUKA JALAN SILAT
O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiais do exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik, realizaram um novo DVD básico que trata sobre as armas de fogo, a segurança e as técnicas de treino derivadas do Disparo Instintivo em Combate, o IPSC. O Disparo Instintivo em Combate - IPSC (Instinctive Point Shooting Combat) é um método de disparo baseado nas reacções instintivas e cinemáticas para disparar em distâncias curtas, em situações rápidas e dinâmicas. Uma disciplina de defesa pessoal para sobreviver numa situação de ameaça para a vida, onde fazem-se necessárias grande rapidez e precisão. Tem de se empunhar a pistola e disparar numa distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o manejo da arma (revólver e semiautomática); prática de tiro em seco e a segurança; o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e em movimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse e múltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador, com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro com pistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 e inclusivamente lança-granadas M-16.
REF.: • KAPAP7
Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.
Artes Coreanas Hwa Rang Do® Estratégias de Luta e manipulação de articulações O Hwa Rang Do® abrange três etapas da luta, adicionando uma etapa alter nativa - a posição sobre um joelho (OKP). Outras Artes Marciais se especializam numa etapa ou em uma categoria em especial, mas o Hwa Rang Do® tenta gerir todas as possíveis respostas tácticas e estratégicas numa luta real. A ideia é estar preparados para lutar em cada tipo de situação real.
ETAPA I (Kan'Gyok) A etapa inicial mais comum de uma verdadeira luta é com nós próprios e com o nosso adversário, que se encontra longe da distância de ataque. O mais importante de aprender aqui é como fechar a distância e rapidamente bater, bloquear e usar técnicas de agarre/varrimento com as mãos e os pés. Em geral, isto tem de ser feito com um só ligeiro movimento em frente.
ETAPA II (ChopHap) Não importa como seja, em 80% das lutas a valer, se produz uma situação em que nós e ou o nosso oponente, estamos em pé, lutando corpo a corpo. As manipulações articulares, os pontos de pressão, os derribamentos, os varrimentos e as técnicas de combate na curta distância (tais como cotoveladas, joelhadas, cabeçadas) se tor nam as principais armas para coordenar e utilizar.
ETAPA III A (Derribamentos /OKP) A Etapa II por regra geral começa em pé mas acaba no chão, mas esta etapa III-A (posição a um joelho) é uma
Especialistas
Artes Coreanas etapa dominante alternativa, onde se agarra o oponente com um joelho quando o derribamos. O objectivo aqui é acabar a luta com luxação ou com um golpe de submetimento, sem ter que rolar no chão como numa luta corpo a corpo. O OKP é uma aplicação muito importante para as forças de Ordem e as Militares, devido a que a posição de boca para baixo diminui a capacidade das pessoas presas para se defenderem, contra-atacar, ou fugir. Além disto, o OKP dará a possibilidade de controlar uma pessoa presa e ao mesmo tempo usar a pistola, o cacete ou bengala, ou a arma de fogo contra outro inimigo.
ETAPA III-B (TongGyol) Após a etapa II é possível que nós e/ou o nosso oponente acabemos no chão. Aprender agarres e técnicas de submetimento rápidas é vital nestes casos, talvez mais do que aprender técnicas de batimento (menos eficazes no chão). O Hwa Rang Do® considera esta etapa como última hipótese e a posição menos favorável para a aplicação de técnicas de defesa pessoal real contra um adversário.
MANIPULAÇÃO DE ARTICULAÇÕES Como podemos ver, as etapa II, III-A e III-B requerem de um profundo conhecimento da manipulação das articulações e das técnicas de agarre. O estudo do Hwa Rang D® dedicado à manipulação das articulações é enorme e se baseia no estudo da anatomia humana (In Sool), nos ângulos
Artes Coreanas sobre articulações de bola e cavidade, como o pulso, o ombro, o tornozelo e a cadeira. Aqui, o aspecto primordial é situar a articulação em um ângulo determinado (ver Fig.2. É uma luxação de cotovelo, pulso, ombro). Os ligamentos e os tendões se esticam e perdem a sua capacidade de preservar a integridade. Este tipo de técnica provoca muita dor nas articulações do oponente, o que pode ser usado para controlar a extremidade (por exemplo, obrigar o oponente a largar uma arma que tem na mão). A terceira classificação é sobre um tipo de agarres comuns, que se podem aplicar tanto contra dobradiças como contra articulações de bola e cavidade. Se requer um forte agarre a ambos lados da articulação e o giro e a rotação devem ter o resultado mais eficaz, quando aplicados às articulações mais pequenas, tais como os dedos e por vezes o pulso ou o cotovelo. Na fig.3 podemos ver uma técnica de agarre de dedo. É muito fácil partir o dedo do rival, sendo capaz de o girar e virar justamente antes. Há muitas outras classificações de agarres de alto nível que se podem estudar no Hwa Rang Do®. O último que vamos considerar é a compressão da articulação. Isto geralmente se denomina "separação da articulação". Como se pode ver na fig.4 (separação do joelho no chão), as técnicas de compressão funcionam com o mesmo princípio que um quebra-nozes. Alguma coisa tem de ser situada no espaço da articulação e aplicando pressão sobre os ossos de ambos lados da articulação, a mesma se pode separar. Os cotovelos e os joelhos são os objectivos mais eficazes deste tipo de técnicas
CONCLUSÕES
distância correcta com o oponente, na distribuição adequada do peso e a aplicação rápida da pressão, na energia interna (KI) e nas técnicas de vibração. A primeira classificação de agarres comuns, trata de quebrar ou bloquear as articulações que só se dobram em uma direcção e não giram. Podemos ver a aplicação muito comum do exemplo da fig.1. É um agarre de braço e o objectivo da técnica é o cotovelo, uma articulação de tipo dobradiça. Isto é muito eficaz e muito útil para partir o braço, a perna ou para empurrar o oponente numa direcção determinada. O segundo tipo de técnicas de manipulação das articulações abrange as aplicações em ângulo da alavanca
O estudo da manipulação das articulações pode ser muito diferente consoante o tipo de objectivo. A primeira parte do estudo do Hwa Rang Do® se concentra nas aplicações de defesa pessoal contra um oponente que nos agarra de muitas maneiras diferentes. A segunda parte do estudo trata da defesa contra um ataque com armas (por exemplo, uma faca, bengala, etc.). Na terceira parte, podemos ver os agarres comuns contra vários adversários ao mesmo tempo, com movimentos acrobáticos, etc. É absolutamente necessário ter bem pensado o que se quer fazer antes de aplicar um agarre contra um agressor. Controlar um agressor e submete-lo é muito diferente a quebrar-lhe o braço ou tirar-lhe a faca. Quero dizer que se pode utilizar o mesmo agarre sobre a mesma articulação do oponente, com um objectivo diferente e o tipo resultante das técnicas é completamente diferente. Por outra parte, não se pode aplicar o agarre pensando só em responder à técnica do oponente. É necessário ter preparada uma segunda resposta e finalmente, uma terceira. Em caso de falhar a técnica da primeira manipulação de articulações (e isto é bastante similar ao jogo de Xadrez) é preciso percebermos as possibilidades do oponente e estar preparados para o derrotar, sem nos importarmos como ou o que ele fizer). Estas são as principais razões de que a aprendizagem da manipulação das articulações seja muito árdua e exija anos de prática, fluidez, auto-controlo e capacidade de adaptação. Não obstante, proporcionar-nos-á uma grande compreensão da bio-mecânica humana e das debilidades, tanto de um ponto de vista físico como mental.
Kenpo AS FORMAS OU KATAS DO FU-SHIH KENPO, 3ª parte Absorver o ataque adoptando uma posição neutral paralela à sua, eliminando assim parte do nosso perímetro corporal e permitindo realizar um bloqueio em forma de cunha, que é apoiado ou reforçado pelo movimento do nosso corpo. Bloqueio que por seu carácter activo se pode transformar em um ataque com base do punho a bíceps ou antebraço. Realizando esta acção, também ganhamos tempo antes do possível impacto do seu punho, pois somamos distância no percurso do mesmo. Ao mesmo tempo ou de maneira muito continuada, impactaremos pontapé baixo em rotação à sua per na de apoio (neste caso poderia ser a adiantada se teve que avançar) ou bem pontapé frontal ou ascendente do peito do pé, por um lado para agir sobre as suas “raízes” (equilíbrio) e na resposta, somar outra linha de dor dirigida ao cérebro. Descendendo a nossa per na após o impacto do pontapé circular, efectuamos golpe de sável descendente em revés, à sua zona lateral do pescoço ou do rosto, utilizando o efeito do peso corporal e a gravidade - o que conhecemos como “acasalamento com a gravidade” - com a intenção de reforçar o nosso ataque.
“Las técnicas del Fu-Shih Kenpo se transmiten de maestro a discípulo, mediante el Kihon, las katas y su aplicación práctica”
Kenpo Perante esta primeira resposta pela nossa parte, concatenamos outra sequência de ataques para, como dizia anteriormente, neutralizar uma possível resposta desde o outro lado atacante, realizando um ataque de palma, antebraço ou sável, conforme as circunstâncias, para a outra zona do pescoço ou rosto, para continuar com punho invertido a nível médio e punho circular a nível alto, ambos com o mesmo braço. Para finalizar, perante uma possível continuação na acção, recuperamos a distância de segurança para visualizar correctamente o meio em volta e adoptar novas medidas perante novas e possíveis situações ou respostas. Este trabalho a realizar é uma das possíveis interpretações das diferentes técnicas. O estudo, a prática, a pesquisa, etc., nos permitem analisar, evoluir e desenvolver novas teorias sobre os tradicionais e à vez contemporâneos pilares que sustentam esta maravilhosa
A r t e M a r c i a l denominada “Fu-Shih Kenpo”, ou “Escolas Espirituais Kenpo”.
OS KATA E SEU SIGNIFICADO As artes marciais nasceram como uma necessidade de luta para sobreviver. A protecção da família, a insegurança e contra a injustiça em geral. Através destas, se procura o desenvolvimento físico, mental e espiritual do praticante. As artes marciais com carácter desportivo se baseiam nas técnicas, mas que têm sido adaptadas a umas determinadas regras para a competição. Isto as desvirtua por completo da sua essência original. Surgem como uma actividade do homem como ser social, simplesmente como uma actividade física.
A arte marcial necessita da utilização total da energia para a aplicação de uma técnica, para isso, mente, corpo e técnicas devem dirigir-se ao objectivo, mantendo antes, durante e depois da mesma, um estado de total equilíbrio físico e mental. Requer de uma acção instantânea, para aplicar as técnicas, a isto se denomina “kime”. As técnicas do Fu-Shih Kenpo se transmitem de mestre a discípulo, mediante o Kihon, as katas e sua aplicação prática. Quem ensina ou pratica Fu-Shih Kenpo como arte marcial, fala do dojo, Kenpo-gi, Sensei, Gakushi, Junshi, Renshi, Kyôshi, ou Hanshi. Pelo contrário, quem o dirige ou treina como desporto, fala de ginásio, uniforme, treinador e aluno.
KATA 1. Para praticar correctamente o kata, cada movimento individual deve ser repetido uma e outra vez, memorizando ao princípio e vivendo-o depois, até o sentir de verdade, pondo atenção na correcta posição, deslocamentos, defesa e contra-ataque. Também devemos considerar a nossa conduta marcial, o olhar, o equilíbrio, velocidade, força, coordenação, etc. Depois se irão entrelaçando as diversas combinações que estas contêm, até conseguir a suficiente resistência que permita ao praticante realizar as formas íntegras, conservando a intensidade do rendimento de princípio a fim. Tudo isto é possível, compreendendo a ideia e os conceitos de um Kata, que levem o estudante a um treino contínuo, sério e responsável. 2. Se a respiração é correcta, ajudará a regularizar o fluir do ar e a sincronizá-lo com a repetição do movimento ou da técnica. 3. Não se devem realizar os movimentos memorizados, pré-concebidos, sem sentir o que se faz. 4. A prática dos katas deve aprofundar-se no conhecimento dos princípios do Fu-Shih Kenpo. 5. A mente deve estar clara, receptiva e todos os movimentos devem realizar-se de maneira natural,
“Para praticar correctamente o kata, cada movimento individual deve ser repetido uma e outra vez, memorizando ao princípio e vivendo-o depois, até o sentirmos de verdade”
evitando a rigidez. A isto se denomina “Kime”, ou ponto de foco. Conseguese relaxando a musculatura para alcançar velocidade na reacção reflexa e só contraindo no próprio momento
nível de comprometimento que possamos ter na frente. Alguns nos permitem desenvolver-nos sem absolutamente sentirmos nervos, outros um pouco e em certas
9. Quando o kata é executado por uma pessoa bem treinada, a sua dinâmica e a beleza dos seus movimentos se tor nam estéticos, poderosos e convincentes, devido à
do impacto no objectivo. Ying/Yang, Dragão/Tigre, relaxado/contraído. 6. A concentração é vital, se nos concentramos em uma só coisa podemos ter a certeza de alcançar o nosso propósito. 7. Para vencer os nervos e darmos lugar à técnica, faz falta manter a tranquilidade. Mas todos sabemos que isto não é nada fácil. Tenho falado com grandes profissionais e todos são coincidentes em que é praticamente impossível evitar estar nervoso em alguma medida ou em algum determinado momento. Com treino e experiência, todos aprendemos a controlar o sistema nervoso em grande medida, mas tudo depende do
ocasiões…, muitos nervos. Bill Wallace, por exemplo, em certa ocasião me disse que sempre sentia nervos nos seus encontros de FullContact, mas pensava que isto era positivo. 8. Os katas devem ser movimentos cheios de energia, não devem ser simples movimentos e devem demonstrar potência e poder de penetração. Devem fazer que o espectador, seja ou não praticante de artes marciais, se sinta impressionado, atraído e também inclusivamente deve chegar a perceber o que se está tratando de demonstrar. A arte como arte, em qualquer sector, se não se sente, não se transmite.
sua elevada qualidade. 10. O kata não é uma simples série estética de técnicas. A sua execução representa um combate e ainda que a muitos artistas marciais só se sentem atraídos pelo combate e pensam que o treino dos Katas não é prático para um encontro real ou desportivo, estão muito enganados. O treino dos Kata ou Formas encerra um monte de valores únicos e necessários para todo autêntico artista marcial. Nos proporcionam coordenação, destreza, repertório técnico, concentração, força, resistência, etc.… e se certos desses movimentos os pusermos em prática durante um combate, então veremos os resultados.
Grandes Mestres
Yoga & Kyusho Kyusho (o ponto vital) do desenvolvimento da energia “Posição Pélvica” Katikásana Na posição “Sentada Primordial” Rája Puránásana, na qual nos concentrávamos para assentar o Kundalini através da parte traseira das pernas e do Chacra raíz, descobrimos um aspecto estimulante dos exercícios. A posição sentada, ajuda a assentar a energia de maneira a não provocar possíveis efeitos laterais. Quando o Kundalini subiu, temos uma nova claridade, consciência e energia. As velhas calcificações são libertadas e outra vez estamos como novos, especialmente depois de estar plenamente assentes. Agora começamos de novo, com os velhos bloqueios
desaparecidos e as vias energéticas fluindo com mais eficácia. Agora somos mais capazes de notar, absorver e sentir as subtis variações e diferenças da energia negativa da Terra e a energia positiva do Sol, quando circulam através dos nossos corpos. Esta é uma nova capacidade, uma vez que já descalcificamos os nossos sistemas e somos mais conscientes e sintonizamos com o fluir abundante e constante de energias. Esta oposição de energias cria uma fonte maior e um armazem para a nossa energia pessoal e a nossa personalidade. Quando uma pessoa tem a energia bloqueada ou calcificada, sente uma restrição e/ou uma abundância emotiva. Por sua vez, isto conduz à tensão, à ansiedade, ao pensamento irracional ou confuso; à função fisiológica ineficiente. Por tanto, significa uma má saúde física e espiritual. Isto afecta às
relações e ao rendimento, na medida que começamos a diminuir-nos, recluir-nos ou abusar dos que estão perto de nós ou de nós próprios, posto que estamos numa decadência prematura. Isto pode acabar numa espiral descendente, posto que a nossa motivação e o nosso entusiasmo diminuem cada vez mais. Embarcar no Arte profunda do Yoga, abre o indivíduo, quebra as calcificações e nos leva a uma nova consciência, como já sabemos. Mas é um aspecto crucial que quando liberada esta energia velha ou maléfica e seja queimada e os fogos fiquem estabelecidos, estejamos prontos para nos renovarmos com vibrações frescas e vibrantes da Terra, do Sol e de todas as entidades e manifestações. O ordenamento em que absorvemos a nova energia também é crucial, pois determinará o resultado da nossa nova personalidade.
Começar a trabalhar para acabar com a energia negativa, ajudar-nos-á a obtenermos uma essência mais tranquila e mais assente, que por sua vez provocará menos estresse e uma funcionalidade mais eficaz. Pelo contrário, se primeiro partirmos da absorção da nova energia positiva, podemos chegar a ser mais ansiosos e de novo começar a desenvolver calcificações ou bloqueios. Para conseguirmos isto, consideramos a própria Terra como a principal fonte d a s e n e rg i a s n e g a t i v a s . Q u a n d o trabalhamos com o Yoga, o solo de terra é a melhor fonte, mas nem sempre se pode estar neste meio devido ao clima ou à vizinhança local. Por isso, às vezes temos de tratar de t r a b a l h a r s o b re m a d e i r a o u p e d r a , amortiguando o solo com algodão, se possível. Queremos estar tão naturais e t ã o p e r t o d a Te r r a c o m o s e j a possível, para absorver as melhores vibrações da natureza. Se isto não é possível, as posições continuarão funcionando e alcançando as suas metas, talvez não tan rápida, eficaz ou profundamente.
“Posição pêlvica” Katikásana Co meçamo s es te circuit o de revitalização com as plantas dos pés e o seu contacto com a terra. Permitimos que a energia negativa da terra entre na planta dos pés, para depois subir pela parte interior da perna em direcção ao perineo ou o Chacra raíz. Conforme nos extendamos nesta posição, sentiremos co mo a per na e a co xa int erio r s e esticam e como a parte posterior (terra) das pernas se contrai para inibir o fluir de energ ia. Enquanto es tircamo s , puxamos para cima da base perineal e do ano, para ajudar que as energias fluam para a terra. Prestamos atenção à influência que a elevação do perineo tem sobre a qualidade vibratória das co chas inter nas e to da a es trutura pélvica. Sentimos os matizes subtis e s o mo s co ns cient es deles , a fim de comparar a essência com as energias positivas que entram simultaneamente na terceira visão e fluem para baiso, até se unirem com o Chacra raíz. Estas energias negativas são sentidas muito rápidamente na vibração e também nos aspectos vibracionais. À medida que o corpo arqueia as costas e sela as linhas energéticas ascendentes da coluna vertebral, Shushuma, Ida e Pingala, começamos a arquear desde a parte frontal das pernas e continuamos até que a parte inferior do abdomen, o es t ômago, a g argant a e o peito estiverem em frente do arco das costas para esticar, absorver e permitir que as energias positivas desçam para abrir os chacras desde o sexto até o primeiro. Conforme arqueamos e abrimos a parte s u perior do corpo des ta maneira, estamos atentos à sensação vibratória desta energia positiva que flui. Esta energia sentir-se-á mais lentamente e
com oscilações maiores entre as ondas, quando estas energias fluem com mais força. Como se encontra com a energia negativa no perineo, começaremos a sentir que ambas começam a girar em círculo, com a positiva na superfície da parte inferior do abdomen e a negativa começando a rotação desde a rabadela. Quando sentimos estas duas vibrações em espiral desta maneira (similar ao s ímbo lo chino do Yin e o Yang ), s entiremo s também que depo is s e expandem para abranger toda a zona pêlvica interna. Manter esta espiral que flui é possível durante todo o dia, tanto seja no trabalho, na meditação ou no exercício de Yoga. Este núcleo interior não deve ser retido ou construido, antes sim treinado para aumentar os fluxos de todo o corpo de uma maneira natural e não controlada. Nós só procuramos tomar consciência desta existência, para po dermo s cheg ar a s er mais conscientes de ambas energias e seus caminhos naturais.
Respiração e intenção A nt es de ado ptar a po s ição arqueada, ins piramo s lenta e pro fundamente para s entir as v ibraçõ es e o pes o na parte tras era das per nas no solo. Depois expiramos lenta e profundamente para relaxar to do o co rpo . S eg uidamente, levantamos a pelve e puxamos do anus para cima e da bas e do perineo. Isto servirá para puxar da energia desde a terra para as plantas dos pés e a região inferior da pelve. Quando co meçamo s a expirar, inclinamos a cabeça mais para trás e esticamos lentamente desde a frente para o abdomen, posto que agora se inspira lentamente. Sentimos como o alento e as vibrações travalham desde o sexto Chakra em direcção ao primeiro, onde as duas energias expandidas se irão juntar. Mantemos esta posição arqueada; ins pirando e expirando , sentimos o fluiro completo e contínuo de energia positiva e negativa, posto que ent ão co meça a g irar. Mantemps a posição quando a energia em espiral se expande para encher a estructura da pelv e com u ma qu alidade es férica tridimensional. Somos conscientes da velocidade variável e das frequências vibratorias que iniciam e perpetuam a es piral en erg ética. Trabalh amos len tamente para des env olv er es ta habilidade e o con h ecimen to das qualidades vibratórias que entram desde os dois polos. Conocemos e nos unimos para ci rcu lar n o padrão un iv ers al. Eventualmente não só seremos capazes de manter a sensação durante o dia todo e nas actividades diarias, como também sentiremos a sua presença em nó s e a s ua aus ência em ou tros . Estaremos tornando-nos verdadeiros iluminados! Próxima Posição 17 Abdominais” Vajrolyásana
“Posição
Yoga & Kyusho
Texto: Evan Pantazi Instructora de Yoga: Carolina Lino - Ponta Delgada, Aรงores Foto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Aรงores
A Zen Nihon Toyama-Ryu Iai-Do Renmei (ZNTIR) o organismo que pretende manter viva esta tradição e as formas originais, mediante um sistema que integra corpo, mente e espírito de uma maneira realista e eficaz. Este DVD foi criado pela insistência de praticantes da Filial espanhola da Zen Nihon Toyama-Ryu Iaido Renmei (ZNTIR - Spain Branch), para dar a conhecer a todos os interessados um estilo de combate com una espada real, criado no passado Século XX, mas com raízes nas antigas técnicas guerreiras do Japão feudal. Nele encontrarão a estrutura básica da metodologia que se aplica no estilo, desde os exercícios codificados de aquecimento e preparação, passando pelos exercícios de corte, as guardas, os kata da escola, o trabalho com parceiro e a iniciação, até a pedra angular em que se baseia o Toyama-Ryu, o Tameshigiri ou exercícios de corte sobre um alvo realista. Esperamos que o conhecimento da existência de um estilo como é o Toyama-Ryu Batto-Jutsu, seja um incentivo para conhecer uma forma tradicional, que por sua vez é muito diferente das actuais disciplinas de combate, o que poderá ser atraente para aqueles que desejam ir más longe nas suas práticas marciais. Para os interessados na espada japonesa e os iniciados, este DVD será de utilidade como apoio para na sua aprendizagem e como consulta.
REF.: • TOYAMA1
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Tomahawk
“Espero que este breve artigo os inspire para se aproximarem mais do combate com machado e tomahawk e talvez até queiram darlhe uma oportunidade!”
CONCEITO DA LUTA COM MACHADO E TOMAHAWK O CAMINHO DO GUERREIRO WWW.TOMAHAWK-COMBAT.COM No artigo deste mês gostaria de oferecer aos meus leitores uma perspectiva da fascinante Arte Marcial com machados e Tomahawk, o que talvez proporcionar-lhes-á acesso a um sistema qual, de certeza gozarão no futuro, a longo prazo. Fazendo da necessidade uma virtude, ideei meu próprio sistema – o TCS Concept Fighting de Machado & Tomahawk. Espero que este breve artigo sirva como inspiração para aproximá-los do combate com machado e tomahawk e talvez até queiram dar-lhe uma oportunidade!
Defesa Pessoal O motivo de já faz algum tempo eu ter começado a praticar a luta com machado é bastante simples. Queria reviver esta arma antiga e altamente eficaz da nossa própria cultura de uma maneira moderna e que os meus alunos se aproximassem dela.
As diferenças Qual a diferença dos antigos machados de batalha e as nossas armas modernas? De certeza o feitio, o tamanho e o material. As armas dos nossos dias, assim
como o Tomahawk que nós desenvolvemos, são mais ligeiras e mais práticas e por isso podem ser utilizadas com eficácia em combate corpo a corpo. O machado também se pode conseguir com muita facilidade, o que fá-lo ser uma magnífica arma secundária para o pessoal militar. No meu sistema ensino seu uso com só uma mão e com varias maneiras de agarrar, machados duplos, um machado e uma faca, um machado e um cinto e machado duplo de longa distância. Esta variedade permite ao profissional escolher de entre uma série de opções. O facto de aprender a usar duas armas também ajuda perfeitamente a saber utilizar a mão mais débil.
Tomahawk
O sistema O TCS Fighting Concept de Machado & Tomahawk é a minha maneira pessoal de ver as lutas com machado. As aulas são estruturadas de maneira sistemática e com sensatez. Oferecemos uma série de níveis para lutadores principiantes, intermédios e avançados. Os níveis mais altos se baseiam nos níveis mais baixos, o que garante o êxito de um aprendizado duradouro. Cada nível se concentra em determinados conteúdos, ensinando os princípios e os elementos tácticos e estratégicos para o combate. Porquê "Concept"? À semelhança do que fazemos com todos os nossos sistemas, utilizamos o nome "Concept" para mostrar que a luta com machado pode ser ensinada como um sistema de combate integral.
Técnicas de Machado Todas as técnicas dependem do tipo de agarre, do tamanho, feitio e peso do machado que se usar. As opções são: cortes, batimentos, golpes de tipo martelo, golpes de tipo martelo combinados com puxões, punhaladas, punhaladas combinados com puxões, golpes com a ponta, cortes leves, agarres, bloqueios e manipulações com o machado e o uso da cunha como um gancho.
Defesa Pessoal “Além da ampla gama de aplicações para o corpo a corpo, o eixo do machado se pode utilizar com eficácia para as técnicas não letais, como o bloqueio, a asfixia, a manipulação, puxar e empurrar”
Conteúdos do treino Além dos aspectos técnicos também ensinamos os princípios, os conceitos, as tácticas e os atributos em correlação. Os Conteúdos do treino são tácticas, treino da distância, maneiras de portar o machado, sujeições, a posição, maneiras de batimento, aplicações, treino do início, tenteio das mãos, agarres, estrangulamentos, Defesa e contra-ataque, defesa contra armas afiadas, defesa contra armas sem fio, defesa contra ataques com armas de fogo ou rifles compridos, conceitos e aplicações de desarme, agarres, luta no chão, luta anti-controlos, exercícios enérgicos, fluir de ataque, exercícios de combate, exercícios que desenvolvem as habilidades, manipulação do corpo.
Combate corpo a corpo Em comparação com a faca, o machado se pode utilizar de uma maneira muito mais flexível. Características tais como enganchar, cortar, bloquear, apunhalar, agarrar, controlar e esmagar mostram bem as vantagens do machado, em especial
para situações extremas, como, por exemplo, os ataques com armas. Não esqueçamos que todas as armas do corpo (as técnicas que utilizam as mãos, os cotovelos, as pernas, os joelhos e a cabeça) são ferramentas essenciais para o corpo a corpo e portanto para a luta com machado.
Uso táctico Além da ampla gama de aplicações para o corpo a corpo, o eixo do machado se pode utilizar com eficácia para as técnicas não letais, como bloquear, asfixiar, a manipular, puxar e empurrar. O agressor não tem de ser necessariamente ferido de gravidade, o que é uma clara vantagem do machado. Isto faz com que o machado seja uma ferramenta muito interessante para seu uso no exército e talvez também para algumas situações quotidianas.
O treino de Instrutores De momento, estamos construindo e promovendo o sistema, por isso oferecemos uma formação orientada à
prática para instrutores de TCS Concept Fighting de Machado & Tomahawk. A nossa principal prioridade é a mais alta qualidade de ensino. Oferecemos cursos especiais intensivos, nas acampadas. O programa de treino altamente profissional, se baseia em um planeamento de estudos interessante, que contém o desenvolvimento de habilidades técnicas, tácticas, constituintes mentais, além dos princípios e métodos.
Resumindo Para mim, o machado é ao mesmo tempo, uma parte importante no caminho do guerreiro e um arma antiga da Europa. Tenho a certeza de estarmos assistindo ao ressurgir desta arma, que vai encontrar o lugar que merece no mundo das Artes Marciais. Para mais informação, www.tomahawk-combat.com
visitar
Fotos: Thomas Suchanek Escrito por: Peter Weckauf & Irmi Hanzal, Thomas Schimmerl
Tomahawk
“Em comparação com a faca, o machado se pode utilizar de uma maneira muito mais flexível”
Não esqueçamos que todas as armas do corpo (as técnicas que utilizam as mãos, os cotovelos, as pernas, os joelhos e a cabeça), são ferramentas essenciais para o corpo a corpo e portanto para a luta com machado”
Tomahawk
KOBUDO AIKIDO/KENDO/IAIDO 10171
Ref. 11145
Ref. 11160
Kyokushinkai Compétition. Écru. Coton
Veste Kendo. Toile spéciale Japon
Hakama Japon noir
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Hakama Japon bleu nuit
Ref. 11152
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Keikogi. Giacca Blu Marine
Keikogi.
Ref. 11150 Veste d'Aikido blanche
Veste Aikido blanche. Coton
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Armure Kendo. Japon.
Kimono Aikido
Ref. 11231
KUNG-FU
Tenugui (foulard)
Ref. 11153 Giacca Aikido. Bianca. Speciale "grana di riso". Estate
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Hakama Noire. Polyester-Rayon
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Ceinture "Obi" Iaido. Noir ou Blanc. 320cm x 8cm.
TAICHI
Armure Kendo. Japon.
Ref. 10650/51/52
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Veste de Kung Fu Bleu
Sac Armure. Japon
Ref. 10816 Kimono Tai Chi . Gris
Ref. 10632 Kung Fu. Satin Noir. Liseret rouge
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Ref. 10640 Kung Fu rouge/noir. Coton
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Ref. 10830
Kimono Tai Chi. Entraînement. Noir
Kimono Tai Chi. Entraînement. Blanc
Ref. 10620 Ref. 10815
Kung Fu Wu Shu. Coton
Ref. 10612 Veste Kung fu Blanche. Boutons Blancs
Kimono Tai Chi. Beige
Ref. 10671 Pantalon de Kung Fu Noir. Coton
Ref. 10610 Kung Fu boutons Blancs. Coton
Ref. 10630 Kung Fu passepoilé blanc
NINJA/PENJACK SILAT Ref. 10870 Kimono Tai-chi avec broderie. Blanc
Ref. 10831 Pantalon Tai Chi Blanc
Ref. 10821 Pantalon Tai Chi Noir
YOSEIKAN/SHIDOKAN Ref. 13651
Ref. 10840 Kimono Tai Chi. Entraînement. Orange
Ref. 13652 Ref. 10910 Ref. 13311 Ref. 10920 Kimono Ninja. Noir. Avec renfort
Ref. 13400 Ref. 13351 Ref. 10190
Ref. 10175
Ref. 11800
Não está longe o tempo em que a divulgação das notícias no mundo, em comparação com os nossos dias, eram lentas e quase exclusivamente de boca em boca. O que não é de estranhar, posto que ainda não existiam as possibilidades de comunicação modernas, como a Internet e a telefonia. Isto também era assim para o mundo das artes marciais. Um meio de comunicação importante para intercambiar as novidades e capacidades eram já em tempos passados os eventos, como por exemplo torneios ou encontros de mestres.
Apesar dos meios de comunicação modernos, o Hung Gar Kung Fu original do Mosteiro de Shaolin do Sul, é e será uma arte que se pode aprender e transmitir exclusivamente com movimentos do corpo. Não é de estranhar então, que na KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER, os encontros fora do horário normal de treino, tenham sido sempre um constituinte essencial. A KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER, dirigida pelo Grão Mestre Martin Sewer, sucessor passivo de Chiu Chi Ling, está considerada como uma das escolas mais activas que existem e oferece a seus alunos numerosos eventos durante todo o ano. O ponto máximo é constituído naturalmente pelos seminários ricos em ensinanças de Hung Gar, que oferecem aos alunos de todo o mundo ávidos de aprender, sendo autênticos saltos em frente para as suas capacidades em Kung Fu. A base é constituída por pequenos e grandes seminários sobre as posições básicas, as primeiras formas, como por exemplo o Yap Moon Kuen e a seu estudo profundo. Naturalmente não podem faltar mais adiante os seminários de combate com armas, como por exemplo, o pai, o sabre ou o Nunchaku, que são uma pequena amostra das incontáveis armas que oferece o ensino do Shaolin Hung Gar Kung Fu. (Frequentemente se fala das 18 armas de Shaolin, mas temos de considerar que o "18" tem um significado budista e se interpreta como "muito" ou "numeroso"). Se observarmos minuciosamente o planeamento anual da escola, descobrimos que junto com os seminários de base, se somam várias visitas pessoais do director da escola e Grão Mestre Dr. Martín Sewer, nas quais oferece a seus alunos e instrutores, uma profunda visão da continuidade do ensino do Hung Gar Kung Fu. Acima de tudo são dignos de menção os seminários extremamente populares sobre os estilos de animais, dos quais o Mestre Martín Sewer organiza quatro por ano. Mas isto, naturalmente, não é tudo! A acampada de Pentecostes, por exemplo, nos 20 anos de história da escola se tem revelado como um dos eventos mais esperados pelos alunos entusiastas do Kung Fu. Na última acampada (Junho 2014) cresceu esta fama com uma das acampadas mais bem sucedidas. Não é e estranhar que pouco depois de abrir a inscrição, todos os anos os lugares já foram tomados. Uma fama legendária quase igual, goza o acampamento anual do Outono, que se realiza no fim do ano na Ásia. Como aconteceu também no último destes acampamentos, os felizes participantes vão carregados de energia, com o desejo de treinar sob a direcção do Grão Mestre Martín Sewer e seus instrutores, para se dedicarem 100% à sua arte. Neste acampamento está previsto um treino de seis horas e meia por dia. E isto durante vários dias seguidos! Seis horas e meia em que no treino, o participante se pode entregar exclusivamente à sua paixão pelo Hung Gar Kung Fu e melhorar suas capacidades. Posteriormente, é frequente ouvir dizer aos alunos: "Foi simplesmente um tempo impressionante e extremamente esgotante junto dos meus "irmãos do Kung Fu" e o meu Sifu, mas valeu muitíssimo a pena. Avancei como nunca e aprendi muito. Para a próxima vez não faltarei!”. Na opinião de Martín Sewer: "Tanto os eventos como os seminários ou as nossas acampadas, são muito importantes para a formação dos alunos e coesão da escola”. Ainda quando cada uma da nossas lições
é uma vivência única e positiva para o aluno, os humanos temos tendência a vegetar na rotina do dia-a-dia. Com seminários e eventos é possível, como apaixonados pelo Hung Gar, deixar ‘fora’ a rotina diária por algumas horas ou dias e concentrar toda a atenção na nossa arte – assim gozamos juntos de um tempo estupendo e os alunos provenientes de diferentes lugares se conhecem e se divertem juntos". Provavelmente o maior evento no calendário da KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER é o Evento MEGA. Originalmente se iniciou com uma pequena festa para festejar o aniversário do Grão Mestre Martin Sewer, o que com o tempo foi evoluindo até ser uma grande festa de Kunf Fu naturalmente uma festa de gala. Alunos, mestres, amigos, assim como membros da imprensa de todos os níveis, são convidados para festejar com a escola este evento e honrar o aniversário de Martín Sewer com a equipa do espectáculo próprio, oferecendo a sua arte de Kung Fu em cena. Neste grande encontro, se informa do estado da escola e a sua organização, se entregam condecorações e honrarias, se fazem apresentações, se informam os convidados e alunos da situação actual da escola, quais são as próximas metas e como se pretende alcançar as mesmas. Não é preciso dizer que o interessante programa só se interrompe por um delicioso bufete servido por um luxuoso hotel, onde se realiza o MEGA Evento*. Vemos que na KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER não faltam actividades extraordinárias.
Mas voltemos à declaração de base. Talvez justamente porque hoje as possibilidades dos meios de comunicação são imensas, é também importante que na vida encontremos pessoas interessantes e bem sucedidas para trocar opiniões, tanto seja em um seminário curto de uma sexta-fera à tarde ou no Evento MEGA. Se procura que cada aluno da KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER, através do Hung Gar Kung Fu original, tenha êxito na sua vida e como escola, a nossa meta, com os nossos seminários e eventos, é ter tantas plataformas como sejam possíveis, para que os nossos alunos, em seu caminho pela vida, possam contactar entre eles de maneira rápida e eficaz. Porque ao fim e ao cabo, o
que interessa, como se diz ao princípio, é que o Hung Gar se aprenda de uma maneira realmente eficiente, que se "viva". Há um pacote informativo. Esteja ciente das actividades e eventos do Grão Mestre Martín Sewer e da KUNG FU SCHULE MARTIN SEWER. Escreva um e-mail a info@shaolin.ch e inscreva-se para receber o nosso boletim de notícias.
Não percam nenhum dos próximos eventos: 23.08.14 / Escola Zurich / Técnicas da serpente em combate. Seminário 29.08.14 / Escola Zurich / Posições básicas e pasos em Hung Gar 06.09.14 até 19.10.14. / Hong Kong & China / Acampada de Outono 22.11.14 Zurich / Evento *MEGA & aniversário do Grão Mestre Martín Sewer 06.12.14 / Escola Horgen / Exames oficiais & Torneio Shaolin Masters.
*EVENTO MEGA HYPERLINK : "http://youtu.be/EiivccExhI0"YouTube Naturalmente, também este ano se realiza o Evento MEGA! A experiência tem evidenciado que quanto mais se espera, tanto mais difícil é conseguir um dos desejados bilhetes de entrada. Se quiser festejar este evento internacional de Kung Fu, não duvide em se inscrever através do comité da organização e reservar o seu bilhete: HYPERLINK "mailto:alex@shaolin.ch"alex@shaolin.ch. Estão disponíveis até acabarem as existências. LINK http://youtu.be/EiivccExhI0
Weng Chun O Weng Chun Kung Fu para Crianças e Jovens Uma escola para a vida! O Weng Chun Kung Fu é uma escola de auto-defesa e combate, magnificamente concebida, o que é nitidamente reconhecido pelos especialistas. Entretanto, também representa um sistema educativo altamente sofisticado para desenvolver a personalidade de crianças e jovens, o que tem sido longamente ignorado até agora.
As crianças nos nossos dias A vida diária de crianças e jovens dos nossos dias, se caracteriza por ternas coisas a seu alcance o tempo todo, por conseguir as metas rapidamente e acima de tudo por não perderem a informação (tanto seja pessoalmente relevante ou não). A nossa percepção está exposta a uma constante avalanche de informação, mediante estímulos visuais e acústicos e a experiência prática de primeira mão se substitui pelas realidades virtuais. As crianças e os adolescentes de hoje, optam por ter experiências indirectas ou secundárias por meio da televisão, vídeo-jogos, chats, etc., e não participar directamente em corpo e alma na realidade. Portanto, muitos crianças e jovens de Texo: Jan Schulz, Christoph Fuß Foto: Gabriela Hoffmann
Sifu Andreas Hoffmann hoje são quase incapazes de realizar sequências de movimento mesmo as muito simples. Se encontram em muito mal estado físico e no que respeita à paciência e a capacidade para as tarefas de certa complexidade, também não parecem serem muito persistentes. Além disto, muitas crianças dos nossos dias se tornam agressivas e solitárias e carecem de orientação, devido a que a sua maneira de viver a cada vez se parece menos com o que necessita um adolescente: um equilíbrio adequado entre tensão e relaxação, socialização e privacidade; trabalho e ócio, demanda e estímulo, dependência de si próprio e supervisão, para poder assim garantir que se desenvolvam de uma maneira saudável.
O Weng Chun Kung Fu um tesoiro educativo O Weng Chun Kung Fu oferece amplas possibilidades para as crianças e os adolescentes, para que se façam pessoas saudáveis e formadas. Há coisas que aprender a todos os níveis: acerca da função motora, a saúde mental e emocional, assim como sobre as capacidades sociais e intelectuais. Em primeiro lugar, a formação habitual em Weng Chun tem uma influência grande e positiva no desenvolvimento físico e na saúde. Isto é devido à influência do Yoga e do Chi Gong, ou seja, à compreensão dos movimentos de uma relaxação saudável e activa. Também o treino conjunto com base no respeito mútuo, estimula o desenvolvimento das habilidades sociais e ajuda a estabilizar a personalidade através da orientação educativa.
Educação do Weng Chun Kung Fu nas Artes Marciais Em termos de educação, o Weng Chun Kung Fu abrange três aspectos principais:
a saúde, a defesa pessoal e o desenvolvimento pessoal. Os dois primeiros se realizam através do exercício, do movimento da Arte e o desenvolvimento da personalidade, além de mediante o diálogo qualificado entre professor e estudante. De acordo com a auto-concepção do We n g C h u n K u n g F u , a s a ú d e s e manifesta como bem-estar e viabilidade. Este conceito diz respeito tanto a nivel físico como a nível mental. A curiosidade (motivação, valentia) e a energia (vontade de viver e de agir) conduzem à participação activa na vida e suas possibilidades... Pelo contrário, o e v i t a r, o re t i ro e a o c i o s i d a d e conduzem à doença. O Weng Chun Kung Fu conduz à saúde física e mental de crianças e jovens, posto que incentiva a alegria do movimento, que e s t á i n t e g r a d o n a n a t u re z a d e u m a criança. Quando as crianças já descobriram (ou redescobriram) a sua alegria do movimento e quando assistir a o t re i n o s e t o r n o u e m u m h á b i t o , então, fazer exercício provoca uma grande alegria, porque esse esforço se vê recompensado com uma intensa auto-experiência e conquistas abundantes.
A experiência do Movimento, a Compreensão da Acção, a Aprendizagem sobre si próprio A Arte do movimento do Weng Chun Kung Fu proporciona as condições ideais para o desenvolvimento pessoal. O aprendizagem de esta Arte durante a infância e a adolescência, forma a personalidade de uma maneira muito singular; quer dizer, mediante o aprendizagem do Weng Chun Kung Fu, as crianças e os
jovens também exercem uma actividade. Com respeito a seus efeitos educativos, apresenta as mesmas qualidades que aprender a tocar um instrumento musical. Nesta A r t e , o p r ó p r i o c o r p o re p re s e n t a o instrumento e o objectivo é aprender a controlar esse instrumento em matéria de percepção e acção. As Artes Marciais tratam basicamente da percepção integral do próprio corpo e seus movimentos. Para este propósito, há disponíveis exercícios de múltiplas disciplinas: Os padrões de movimento (Look Dim Bun Kuen Fa Kuen Weng Chun Kuen,...), as aplicações associadas e exercícios associados (Chi Sao), o treino do Boneco de Madeira e o combate livre, assim como exercícios com armas (pau comprido e facas duplas). É de destacar que o uso desta última disciplina, soma uma nova ferramenta (além do nosso corpo). Para os estudantes não se trata de aprender as técnicas individuais, mas sim basicamente de como tratar com os princípios (TAI - elevar, LAN - bloqueio, controlo, DIM – Ponto de impacto "cair" K I T - d e s v i a r e v o l t a r, G O T – intersecção semi-circular para baixo, WUN – movimento circular, LAU Caudal, fluir) e os conceitos (Sau Qua, Kap, Pau, Cap, Kam Chun, Deng, Poon, Bin) dos movimentos da Arte Marcial. Posto que o Weng Chun Kung Fu é um sistema de movimento de múltiplas disciplinas utilizáveis, tanto as crianças quanto os jovens também a d q u i re m uma ampla c a p a c i t a ç ã o d o s e u re p e r t ó r i o d e movimentos. Especialmente a maneira de tratar os princípios e conceitos, que é tão característica do Weng Chun Kung Fu, comporta uma maior compreensão do conceito de movimento próprio e a c a p a c i d a d e d e a g i r, e p o r t a n t o , d o próprio eu.
Weng Chun
Sifu Andreas Hoffmann
Weng Chun pelo auto-exame e a tentativa de chegar ao fundo de tudo quanto dito e mostrado ao estudante. Devido a que cada organismo funciona de maneira diferente e portanto os princípios de actuação da execução material se fazem de uma maneira ligeiramente diferente, as crianças depressa se apercebem de que nem sequer no Kung Fu há uma verdade universal incontestável. Só existe a verdade individual que trabalha para o indivíduo e para o seu próprio corpo. Estes aspectos fortalecem a capacidade de conhecer e adquirir a autonomia individual. Assim, todos os métodos educativos se orientam para o desenvolvimento da auto-concepção do estudante.
Combate, Arte e Educação
Aprender Tentando Compreensão procurando e experimentando No Weng Chun, o objectivo é controlar o oponente com o mínimo esforço. Isto acontece principalmente por meio de movimentos circulares ou curvos. Para aprender esta maneira de movimento, experimentar é essencialmente necessário. Assim, quando se comentem erros, o estudante trata de os corrigir na próxima vez e isto se faz assim até que se executam sem problemas. É quando os "erros" se tornam nossos amigos, posto que nos ajudam no nosso caminho de aprendizagem. Também isto pode ser entendido como a aprendizagem funcional, quer dizer, aprender a aprender. Aprender a aprender não significa copiar uma coisa - que é a base -, significa ensaiar e desenvolver isso enquanto se executa. A aprendizagem (ou seja, os exercícios da saúde e a Arte da luta ou da defesa pessoal) vai em paralelo com a evolução da personalidade, posto que o processo de aprendizagem vai acompanhado em todo momento,
Se as crianças e os jovens conseguem compilar ideias e experiências desse rico tesoiro do Weng Chun Kung Fu, terão adquirido um amplo conjunto de ferramentas que os ajudarão a ter segurança em si mesmos, conhecimentos e uma vida fisicamente saudável, porque eles compreenderam o que fazer para estarem satisfeitos. Além da capacidade de se defenderem a si mesmos e uma ampla compreensão da saúde, terão aprendido a se auto-avaliarem melhor e a se desenvolverem nas situações em que se encontrarem. As ferramentas adquiridas durante o treino também se podem aplicar na vida quotidiana. Para alcançar esta boa experiência, contam com os Mestres profissionais de Artes Marciais da IWCKFA, devidamente qualificados. No âmbito do trabalho educativo com as crianças e os jovens, dá-se especial importância a estas quatro virtudes: a disciplina (cooperação contínua), o respeito mútuo, a superação do medo, e a coragem (a atitude para assumir desafios). O treino frequente em Weng Chun Kung Fu, ajuda crianças e adolescentes para adquirir ou voltar a adquirir o seu equilíbrio interior, posto que desenvolve as habilidades mais importantes que a vida moderna exige às pessoas (jovens): permanecer conscientes de si mesmos. Cada situação de ensino na
qual treinamos a luta, exige concentrar toda a atenção nos muitos elementos diferentes de informação (distância, velocidade, massa, tipo de movimento, direcção do movimento, expressão... do parceiro e a própria, às variáveis que são necessárias para a acção. Isto quer dizer que é preciso focalizar a percepção sobre os aspectos básicos, para entrar no centro desde o exterior) assim como a energia nos constituintes fundamentais (Qual a ponte ou estratégia é apropriada dada a situação?). A regularidade no treino evita o estar distraído ou atordoado e o estar apegado às ilusões internas ou externas. Em palavras do Weng Chun Kung Fu, esta competência se conhece como Fok Fu, ou em termos metafóricos: trata-se de Montar o Tigre - ou Fazer-nos um com o Tigre.
Durante centenas de anos, as histórias Marciais têm sido veículo de uma ensinança insubstituível em todas as tradições. Fizemos uma selecção de algumas delas e esperamos seleccionar mais alguma em próximas entregas, pois também na Revista, apreciamos a utilidade deste veículo; um meio onde o factor literário se combina com o espiritual e a tradição com o entretenimento, destacando especialmente naquelas em que a moral da história abr e uma nova via de reflexão para os leitores. Esperamos que gostem. Alfredo Tucci
Acerca da concentração Um jovem e arrogante praticante de tiro com arco, após ser campeão em múltiplos torneios, decidiu que era chegado o momento de desafiar um velho mestre Zen. Para isso foi ao seu mosteiro e ali disparou uma flecha que foi espetar-se justamente no centro do alvo, situado a uma distância considerável. Não contente com isto, seguidamente disparou outra flecha, que partiu a primeira flecha pela metade, de novo indo espetar-se no centro do alvo. Então, dirigindo-se ao velho mestre lhe disse: “O que acha? O senhor é capaz de fazer isto?” Então, o velho mestre, imperturbável e sem dizer palavra, fez um gesto ao jovem arqueiro, indicando-lhe que o seguisse. O jovem obedeceu e ambos desapareceram por um caminho, montanha acima. A curiosidade do jovem o levava a seguir o velho mestre, subindo ambos até chegarem ao cimo da montanha. Ali, o mestre atravessou uma frágil ponte de madeira sobre o precipício e então, em pé apenas sobre um pequeno pedaço de madeira sobre o abismo, apontou a uma árvore distante, na qual acertou com a flecha. Então disse ao jovem: “Agora é a tua vez…” E abandonou a frágil ponte, voltando a terra firme. O jovem arqueiro, cheio de terror e sem deixar de olhar para o abismo que se abria debaixo de seus pés, não pode caminhar sobre a frágil ponte e muito menos disparar e acertar na árvore. Então o mestre disse: “Tens grande perícia com o arco, mas tens muito pouco equilíbrio mental, não podes nem sequer conseguir relaxar-te para chegares a ver o alvo onde deves de acertar”.
O ganso dentro da garrafa Um alto oficial do governo, de nome Chu Li, contava ao Mestre Soho: “Faz anos que mantenho este ganso dentro desta garrafa, o alimento todos os dias e o ganso vai crescendo, protegido dentro dela. Mas agora o ganso está tão grande que nem cabe dentro e se eu quebrar a garrafa para o tirar, o ganso
poderia ficar ferido ou morrer; mas se ficar dentro mais tempo, não poderá viver muito mais. O que posso eu fazer? Como posso fazer para o tirar de dentro da garrafa sem ficar ferido? Ajudeme Mestre Soho!” Pouco depois, enquanto o oficial segurava na garrafa de vidro com o ganso dentro, Soho deu um grito: “Chu Li!” O oficial, assustado deixou cair a garrafa ao chão. A garrafa se partiu e o ganso saiu sem sofrer mal algum. O mestre então disse: “Já está, o ganso saiu!”
O melhor dos guerreiros Um estudante perguntou ao mestre: “O que posso eu fazer para ser o melhor dos guerreiros?” O mestre respondeu: “Atravessa essas colinas e quando chegares à planície, insulta a rocha que se encontra no meio dela”. O estudante respondeu: “Mas, para que o hei de fazer se a rocha não me vai responder?” O mestre disse: “Se não te responder, bate-lhe com a tua espada” O estudante respondeu: “Então a minha espada vai quebrar-se” Ao que o mestre aconselhou: “Então, ataca-a com tuas mãos” O estudante replicou: “Então vou magoar-me nas mãos... Além do mais, eu não lhe perguntei nada disto, o que realmente quero saber é como posso transformar-me no maior dos guerreiros”. Ao que o mestre respondeu: “O maior dos guerreiros é aquele que à semelhança da rocha, não faz caso aos insultos e às provocações, mas que sempre está disposto a rechaçar um ataque inimigo”.
Caçando dois coelhos Um estudante de artes marciais se aproximou de seu mestre e disse-lhe: “Tenho estudado consigo durante anos, mas gostaria de aumentar o meu conhecimento das artes marciais com outro professor, para conhecer e aprender outro estilo. O que pensa o senhor a este respeito?” O mestre respondeu: “O caçador que persegue dois coelhos, corre o risco de não caçar nenhum”.
Trabalhando duro Um estudante se aproximou entusiasmado ao mestre e disse: “Estou ansioso por aprender as suas ensinanças e alcançar a iluminação. Quanto tempo posso demorar em conseguir o conhecimento e chegar à iluminação?” O mestre respondeu: “Uns dez anos...” O estudante, mostrando-se impaciente disse: “Mas, eu quero conhecer todos os segredos de uma maneira muito mais rápida! Vou trabalhar arduamente! Trabalharei durante todo o dia, estudarei e memorizarei os sutras durante dez horas por dia ou mais. Trabalhando tanto, quanto tempo demorarei em alcançar o meu objectivo?”. O mestre pareceu pensar um bocado e respondeu: “Uns vinte anos...”
O agora... Conta-se que um Samurai japonês foi feito prisioneiro por seus inimigos
e levado a uma cela onde deveria passar só uma noite, posto que ao dia seguinte seria interrogado, torturado e finalmente executado. No entanto, não estava alterado, não pensava no que lhe sucederia no dia seguinte e dormia placidamente. Simplesmente recordava as palavras do seu mestre Zen: “O amanhã não existe, é uma ilusão: a única realidade está aqui e agora. O verdadeiro sofrimento está em viver ignorando esta ensinança”.
A força da repetição das coisas Um mestre de samurais japonês, tinha um macaco como mascote. O macaco o seguia a todo lado e estava presente em todos os seus treinos e aulas. O macaco, que por natureza é um imitador, por as ver frequentemente, acabou aprendendo a maior parte das técnicas de ataque e defesa que realizava e explicava o mestre de samurais. Certo dia chegou ao Dojo um Ronin ou samurai errante e desafiou o mestre a um duelo, tal e como era
costume neles. O mestre aceitou, com a condição de que primeiro deveria enfrentar-se com o macaco e depois, se o vencia, com gosto aceitaria o desafio. O Ronin se sentia humilhado perante semelhante proposta, mas a tentação de enfrentar-se a tão importante samurai, levou-o a aceitar o desafio com o macaco. Começou o duelo, o Ronin armado com sua lança e o macaco com um sabre de madeira de bambu. O Ronin atacou com a lança rápida e directamente ao macaco, para finalizar a contenda o antes possível, mas o macaco, com grande agilidade esquivou o primeiro golpe e se lançou ao contra-ataque, batendo por primeira vez no seu adversário. Seguidamente, o macaco, perante a defensiva do adversário, saltou sobre sua lança e o desarmou. Então, o mestre disse ao Ronin: “Desde um primeiro momento soube que nem sequer poderias vencer o macaco”. O Ronin, envergonhado aceitou o que lhe diziam e ficou como estudante e servidor do Mestre de Samurais.
A força do Ki Numa povoação próxima de Kyoto, havia um mestre de artes marciais, versado no combate sem armas. A sua fama era tal que eclipsava os outros professores da zona, que quase não tinham discípulos. Era reverenciado por todos como uma grão mestre. Certo dia, um jovem praticante de grande corpulência física, chegou ao seu Dojo para o desafiar e vencê-lo e assim poder estabelecerse na zona para dar aulas de artes marciais. O jovem bateu à porta do Dojo, onde um idoso baixinho o recebeu lhe disse: “O que queres?” O jovem artista respondeu: “Sei que aqui há um grande mestre de artes marciais e quero desafiá-lo e vencê-lo” O velho respondeu: “Não te aconselho tal coisa, é um mestre muito poderoso, acabaria muito depressa contigo” Ao que o jovem respondeu: “Duvido, observa para o que eu sou capaz de fazer” E seguidamente pegou em um pedaço muito grosso de madeira e o partiu em dois com o joelho. O velho permaneceu impassível e respondeu: “Estás a ver aquelas grossas canas de bambu? Pois o mestre acostuma a quebra-las frequentemente”. O jovem pegou o bambu na mão e disse: “Realmente são canas muito duras e difíceis de partir”. Dito isto, ele se retirou. Mas não abandonou seu empenho e durante quase dois anos, esteve treinando a sua força física, até que conseguiu partir um bambu do mesmo calibre. Então voltou ao Dojo, bateu à porta que o mesmo idoso abriu e o jovem disse: “Já sou capaz de partir este bambu, tal e como faz o mestre daqui. Agora quero desafiá-lo”. O idoso respondeu: “Peço-te encarecidamente para me desculpares, porque da outra vez, não te contei um pequeno detalhe acerca da sua maneira de o fazer. Eu devia te ter dito que o mestre deste Dojo quebra o bambu sem tocar nele”. O aspirante ficou perplexo, mas seguidamente, o idoso mestre segurou um bambu em a sua mão esquerda, se concentrou unos segundos e lançou um grito com tal Kiai que partiu o bambu em vários pedaços. O aspirante ficou sem fala e após uma pausa, pediu desculpas ao mestre e entrar na sua escola para aprender com ele.
Jeet Kune Do
O que é o Jeet Kune Do de Bruce Lee? Jeet Kune Do quer dizer "O caminho do punho interceptor", onde o significado de punho é em geral um batimento. Mas no JKD, interceptar o punho significa interceptar a intenção de ataque do oponente e se interceptamos essa intenção, temos duas maneiras de o fazer: uma, é bater primeiro, a outra é tratar de modificar o decorrer da luta para levar o nosso oponente a mudar de opinião acerca do que quer fazer. “Lutando sem lutar” poderá parecer muito difícil, mas posso jurar que realmente tenho aplicado este princípio! Uma vez, eu estava realizando uma exibição para mostrar os princípios do JKD. Foi em 1995 e durante essa demonstração eu vi que apareciam uns rapazes que eu sabia serem praticantes de Wing Chun. Um deles tinha uma câmara de vídeo. Eles tentavam provocar o rival, para tratar de depois deixá-lo nocaut, após uma intenção não verbal e gravar tudo. Posteriormente publicariam o vídeo gravado, para destruir a reputação do rival. O pequeno grupo de jovens estava sob a influência de seu Sifu, que era muito famoso. Quando vi aparecer o sifu de Wing Chun e adivinhando as suas intenções, parei a aula e disse: “Por favor, peço um grande aplauso para o sifu que hoje aqui me honra com a sua presença…”. Nesse momento, o sifu abriu os braços como dizendo: E agora, o que fazer! Não aconteceu nada, houve um grande aplauso e actualmente, esse sifu e eu somos grandes amigos. Pois bem, para mim, isto é "lutar sem lutar". Muita gente fala nisso e fala muito, mas realmente, sabem o que quer dizer?
Qual o motivo que levou Bruce Lee a concentrarse em criar e melhorar esta Arte? A motivação é simples e complicada ao mesmo tempo. Em primeiro lugar,
“Lee foi bem sucedido nessa sua intenção; a sua disciplina, a sua obstinação levaram-no a acertar no alvo. Bruce Lee ensinou aos seguidores das Artes Marciais e aos profissionais a respeitar todas as culturas e a não subestimar nada nem ninguém” por uma razão prática, consistente em organizar alguma coisa que realmente funcione na rua, em vez das disciplinas que nesse momento eram as mais populares nos Estados Unidos, não porque as mesmas não fossem eficazes, mas porque nesse contexto histórico e territorial, as Artes Marciais tinham perdido o seu principal objectivo, que era a eficácia em combate, tornando-se um folclore e disciplinas coreográficas. Além do assunto da "eficácia", Lee criou a sua disciplina devido à sua frustração por ser um chinês em solo americano. Todos sabemos o que historicamente os americanos pensavam dos estrangeiros nesses momentos. Bruce Lee era chinês, de uma boa família, de uma família rica, mas estava projectado nessa dimensão da discriminação e da
subestima do estrangeiro e obviamente, ele se sentia mal e desestabilizado. A sua ideia sempre foi mostrar a grandeza da raça chinesa e compreendeu que poderia faze-lo através das Artes Marciais. Para levar a efeito as suas intenções, precisava fazer algum “barulho”. Penso que todos podemos estar de acordo em que realmente “fez muito barulho”…! Ele tinha de ser o melhor para demonstrar que a sua arte não era um “bluff” e fê-lo com a ajuda de seus filmes e do grande treino que mostrou ter. Seu físico ainda é tido como exemplo nas principais revistas de culturismo e a sua disciplina, ainda que com muito problemas de interpretação, continua existindo com êxito através do trabalho de muitos entusiastas sérios. Bruce Lee foi capaz de fazer com que milhões de pessoas em todo o mundo se apaixonassem pelas Artes Marciais e os amantes das Artes Marciais já não podem subestimar as culturas que deram origem a essas disciplinas. Cada praticante de Kung Fu sonha com viajar à China, assim como todos os praticantes de Karate sonham com ir ao Japão. Bruce Lee era chinês e a paixão que ele despertou, tem levado a respeitar e estimar mais o povo chinês. Lee foi bem sucedido nessa sua intenção. A sua disciplina, a sua obstinação, levaram-no a acertar no alvo… Bruce Lee ensinou os seguidores das Artes Marciais e os profissionais a respeitarem todas as culturas e a não subestimar nada nem ninguém. Por isso, para mim Bruce Lee é sempre uma fonte de grande inspiração. As Artes Marciais, quando praticadas a sério, não são só uma maneira de dar pontapés e socos, elas são uma maneira de agirmos socialmente, de conhecermos os outros, para conseguirmos a harmonia com toda a criação. Esta última consideração também nos leva a compreender o símbolo que se utiliza, o Yin e o Yang, duas energias
Jeet Kune Do
complementares e não contraditórias, posto que cada uma existe para justificar a outra. “Todos juntos pelo progresso”, reza uma frase do Judo e esta é a verdadeira razão de ser das Artes Marciais, este é o verdadeiro caminho à defesa pessoal. O Respeito pelos outros leva a não queremos magoa-los e então, por que motivo lutar contra eles? Se toda a gente praticasse correctamente uma disciplina marcial, não seria necessário defender-se. Este... é o meu credo!
O punho interceptor Vamos analisar o significado do que disse e escreveu Sijo Bruce Lee: "Eu não inventei nada novo" - disse Bruce Lee. De facto, em todas as disciplinas marciais se pensa possuir a resposta a tudo e cada disciplina tem tendência a ensinar um
conhecimento fixo e depois o estudante deve de adquirir conhecimentos e desenvolver o que lhe foi ensinado com liberdade e com expressão pessoal. Isto é exactamente o que fez o fundador do Jeet Kune Do. Os diversos Grandes Mestres das Artes Marciais têm em um determinado momento, acesso a uma realidade nova e viva, mas os seus estudantes, posteriormente vão modificando o sistema aprendido, frequentemente desviando-o das intenções originais do fundador. Isto também poderia ser muito bom, porque a evolução reside no processo natural das coisas, mas devemos ser justos e dar-lhes um nome diferente daquele que foi o objectivo da intenção. Claro está que "um nome é só um nome", mas quando se dá esse nome, serve para dar uma identidade àquilo que se está a fazer, àquilo que se está praticando ou ensinando, porque no
nome já está gravada a característica principal da técnica e o Jeet Kune Do não é uma excepção. Por que motivo então, Lee escreveu: "Um nome é só um nome"? Frequentemente, o termo JKD é utilizado por aqueles que não podem ou não querem aprofundar, pelo que é conveniente a criação de algo pessoal, misturando as próprias experiências e o uso deste termo como um chamariz, interpretando-o como melhor se adaptar à própria afirmação de Bruce Lee. Se um nome é só um nome, então o JKD é aquilo que fazem! Isto parece bem…, mas de facto não é assim. "Um nome é só um nome" quer dizer que inclusivamente praticando uma Arte Marcial específica, com características muito determinadas, nos devemos cingir a ela de uma ou de outra maneira e portanto, não pode ser expressada livremente. "Um nome é só um nome" é uma atitude mental; não tem nada a ver com a técnica; é o princípio básico do Taoismo, mas inclusivamente, se o Taoismo utiliza este lema, tinha um método definitivo para conseguir do adepto a compreensão correcta. Este princípio e estas ensinanças são próprias do Taoismo; um nome é só um nome, mas com uma identidade definida. O mesmo se aplica à consigna "não usar nenhum método como método e a não limitação como limitação". Também neste caso é utilizado inteligentemente por aqueles que se beneficiam da confusão; não usar nenhum método como método já é propriamente um método por si mesmo, só que é um método diferente dos métodos clássicos. "O método - sem método", não quer dizer que não haja nenhuma maneira ou método. O estilo sem estilo, como seu nome indica, é um estilo com características diferentes às características dos clássicos. Entretanto, acerca do assunto do estilo fazse necessário esclarecer que o estilo de Lee é só o estilo de Lee e ninguém o pode imitar. Quando falamos de JKD se utiliza inadequadamente a palavra estilo, criando uma grande confusão. De facto, o JKD, como qualquer outra disciplina, é uma escola, não um estilo. O estilo é o da pessoa e o da
escola, contrariamente determina a característica da disciplina. O Jeet Kune Do, como seu nome indica, é a arte do punho interceptor; então, toda a nossa atenção, todos os exercícios deveriam tratar de alcançar esta ideia. Interceptar o punho significa apercebermo-nos de que vamos ser atacados e que temos de parar esse ataque, antes dele se produzir, de sermos capazes de nos anteciparmos ou de parar o ataque… Simplesmente temos de interceptar ou parar o ataque antes dele se produzir! No entanto, na realidade esta simplicidade tem um custo considerável; ser essencial e espontâneo é o que se pretende e isso é bastante difícil de alcançar, não devido à complexidade do que se aprende nem ao grande número de técnicas a treinar, mas sim pela grande dedicação que se deve de ter na procura da perfeita execução.
Mas, o que é simples e directo? É acertar no alvo mais próximo e o mesmo pode ser o joelho! Então, qual o motivo de bater na cara? Este é o caminho à simplicidade; o JKD é a maneira de matar o nosso ego. Quando dirigimos seminários ou simplesmente damos cursos ou aulas, para impressionar os estudantes damos muito espaço à criatividade, mostrando pouco a pouco, soluções que serão a cada vez mais espectaculares, mas que frequentemente estão longe da aplicação realista na rua. Há Arte abstracto e Arte realista. Está a arte de Giotto e estão os quadros de Picasso. Provavelmente, a arte de Giotto não é tão artística, mas deixa entrever de uma maneira singela e directa, uma grande técnica e a precisão do seu criador. Tentemos explicar melhor o que no JKD quer dizer simples e directo. Vai-se do ponto A até o ponto B de maneira directa. Uma maneira directa pode ser um soco ou um pontapé que seguem uma linha o mais recta possível até o objectivo mais próximo, seja ele qual for. Isto é o que entendemos por simples! Se estou no simples e directo e aperfeiçoei e apurei a minha técnica, a minha técnica não será interceptada na maioria dos casos.
“Agradeço a Aissandro Rossetti e a Emanuele Corvino a sua ajuda como parceiros... A Giovanni Tartaglione afradeço as fotografias e a Anna Rossetti e Mikele Bairava a tradução para o Inglês”
Jeet Kune Do Inclusivamente as emoções devem ser simples e directas e nem sequer uma emoção deve ser interceptada. A diferença entre a verdadeira Arte Marcial – especificamente entre o Jeet Kune Do e os Desportos de Combate só existe em função dos diferentes objectivos. Os desportos de combate têm um regulamento elaborado para minimizar as lesões dos desportistas; na arte Marcial realista não há regras e é possível refinar as técnicas proibidas nessas competições.
Como já vimos, os conceitos fundamentais do JKD são: a simplicidade, a franqueza e a economia de movimento. No entanto, algumas escolas se estão afastando de tudo isto, aumentando drasticamente o número de formas para mostrar as suas artes marciais mistas, sob o nome de Jeet Kune, mediante a compilação de ferramentas, em vez de reduzi-las ao essencial, ficando muito longe do objectivo de adoptar uma forma mais simples e directa.
Bruce Lee disse que já estávamos em posse das ferramentas necessárias e que eram as que se aprendem a partir do seu estilo clássico, mas fezse necessário pôr estas ferramentas à prova e verificarmos o que é útil e que o não é.
Eliminar Coisas de um dia para outro é
Faz-se necessário abandonar o que um meio inútil, eliminando
movimentos não essenciais. Cada arte marcial tem partes úteis, sem as quais, de facto não existiria o estilo nem a disciplina, mas muitos Mestres que se dizem seguidores de Bruce Lee, na realidade estão usando cada vez mais Artes, de maneira que são mais coleccionistas que lutadores. No Jeet Kune Do não temos que adicionar e sim minimizar; devemos eliminar o não essencial, portanto, não é um aumento no diaa-dia, mas sim uma diminuição constante. No entanto, para isso temos de considerar um assunto importante: Bruce Lee não transmitiu a seus seguidores o que tinha obtido para ele próprio, porque o que obteve foi absolutamente pessoal: os métodos utilizados para chegar a criar a arte e para experimentar as ferramentas que já possuímos. Isto é o mais difícil de perceber e o que tem provocado muita confusão no mundo do Jeet Kune Do. Bruce Lee não queria oferecer o resultado da sua pesquisa pessoal, caso contrário estaríamos falando de estilo e sabemos que o JKD evita este conceito. Ele desejava que cada um dos seus estudantes enco nt ras s e s eu pró prio caminho à essência. A confusão surge aqui, o que leva a que muitos profissionais procurem sempre novas ferramentas, sem realmente terem ocasião de experimentá-las. Se de alguma maneira queremos pôr à prova a eficácia da própria capacidade, teremos de nos pormos à prova a nós mesmos e para nos pormos à prova estão os combates - aos quais Lee deu grande importância - ou as lutas na realidade… Só assim se pode descobrir o que é e o que não é realmente útil. A única maneira de percebermos qual a disciplina que não é tão útil no combate e isto é essencial, será misturando a aprendizagem de muitas delas. Já viram alguma competição? Alguma vez já treinaram combate ou assistiram a uma luta na rua? Pois bem, então, em quantas ocasiões viram variações sem fim que se aplicassem nesses confrontos? Três golpes, dois pontapés, bofetada e depois talvez um golpe baixo, mas tudo é muito simples e rápido, não há tempo para pensar, tudo se sucede de uma maneira muito violenta e repentina, portanto, tudo deve ser estudado
tendo em consideração estas verdades e o Jeet Kune Do de Bruce Lee é a disciplina que em seu seio abrange estas verdades. Estas verdades estão todas incluídas no próprio nome do Jeet Kune Do, a Arte do Punho Interceptor.
O Original ou o Conceito? Para mim, não existe tal dicotomia, o original é o conceito e vice-versa. No original, existe a possibilidade de encontrarmos a nossa própria dimensão, sem abandonarmos os cânones do JKD de Lee. Como cânones me refiro a uma certa maneira de dar pontapés, socos, agarrar, atacar, etc. O Jun Fan JKD é o JKD de Lee - como todos os estudantes de Lee têm dito - e só Lee foi capaz de fazer determinadas coisas. Mas no JK D há po s s ibilidades de encontrarmos a nossa própria dimensão, pelo que podemos encontrar um Ted Wong ao qual encantava o Kickboxing, movendose como Lee. Houve um Jerry Poteet que era muito bom nos agarres e na curta distância e um Larry Hartsell que era muito bom no Grappling . To do s t inham aprendido o programa de Lee, mas depois, em função das suas características se especializaram em alg uma co is a, mas não iam faz er Brazilian Jiu Jitsu ou Wing Chun, nem iam interpretar incorrectamente o Panantukan, como aqueles que têm mal interpretado o conceito de JKD. O problema do conceito do JK D é que fo i s imples ment e mal interpretado; o próprio Inosanto não desfez absolutamente nada, o problema é que aut o riz o u s eus es t udant es a faz e-lo . Inosanto ensina Jun Fan Gung Fu, que já tem os princípios de JKD... É simplesmente um método que lhe proporciona um grande conhecimento técnico, mas que no entanto, tem provocado um pouco de confusão. O conceito é algo que se pode utilizar para pesquisar em cada disciplina. Por exemplo: o Boxe Tailandês ou o Taekwondo, podem utilizar estes conceitos para que a sua disciplina seja ainda mais fácil e mais eficaz - tal como Lee disse - mas afinal, sempre se es t á prat icando Bo xe Tailandês o u Taekwondo e não JKD.
COMO APERFEIÇOAR A TÉCNICA? A perfeição técnica se alcança quando os nossos movimentos marciais se fazem naturais. O ser humano nasce com deter minados esquemas naturais de movimentos de luta e defesa, muito raros e toscos (arranhar, morder, estrangular, bater com os braços, etc.), pelo que tem de ir aprendendo a lutar. Os movimentos aprendidos são de início artificiais, posto que a sua aprendizagem se realiza descompondo sequências marciais em técnicas simples, que quando já assimiladas, se encadeiam com um certo automatismo. A maestria consiste em "integrar" esses movimentos artificiais e fragmentados, à nossa natureza motriz, quer dizer, em "fazer naturais" as técnicas aprendidas.
A
ssim, um soco directo deixa de ser uma sequência de dois movimentos concatenados: extensão do braço - (impacto) - retirada do braço…, passando a ser um só movimento natural. Evidentemente, todos os seres humanos somos muito similares, mas nunca idênticos, pelo que cada artista marcial, conforma vai aperfeiçoando e faz naturais as suas técnicas, também as faz pessoais, "as faz suas", adapta-as à " sua natureza e atributos físicos". Isto se consegue à base de repetir e repetir a técnica da arte marcial ou do desporto de contacto que se praticar. A palavra técnica provém de “téchne”, uma palavra de raiz grega que se traduz como “arte”, “ciência”ou “técnica”. Esta noção serve para descrever um tipo de acções regidas por normas ou um certo protocolo, que tem como propósito chegar a um resultado específico. É um procedimento ou conjunto de regras, normas ou protocolos, que têm como objectivo obter um resultado determinado, tanto seja na área das ciências, da tecnologia, da arte, do desporto, da educação, da pesquisa, ou em qualquer outra actividade. Por outras palavras, uma técnica é um conjunto de procedimentos regrados e com pautas, que se utilizam como meio para chegar a um determinado fim.
Texto: Pedro Conde. Fotos: David Gramage. davidgramage@gmail.com
A técnica supõe que, em situações similares, repetir condutas ou levar a efeit o um mes mo pro cedimento , estas produzirão o mesmo efeito. Portanto, trata-se de uma maneira de agir ordenadamente, que consiste na repet ição s is temát ica de determinadas acções. Nas Artes Marciais e no s Des po rt o s de Contacto, consiste em repetir os mes mo s mo v iment o s at é s e s er
capaz dos fazer perfeitos, quando não sempre, “quase” sempre. A mestria técnica pode ser reconhecida pelo seguinte facto: aqueles que a tiverem serão capazes de fazer com que o difícil pareça fácil; as técnicas mais difíceis parecem fáceis e naturais quando executadas por um mestre. Isto, que alguns denominam naturalidade e outros fluidez, é produto de anos de treino,
até que se consegue interiorizar as sequências técnicas com tal perícia que se tornam movimentos naturais e espontâneos para o artista marcial. Evidentemente, normalmente isto só se consegue após muitíssima prática (não se podem fixar prazos de um modo geral, pois tudo depende da intensidade e da regularidade do treino, da motivação, do tipo de técnica, etc.). Entretanto, se podem
Técnica dar uma série de conselhos para optimizar a evolução técnica e acelerar assim o progresso neste âmbito. O primeiro passo consistiria em um trabalho teórico de esmiuçar a série de "etapas" que constituem uma determinada sequência técnica. Tal análise pode ser feita desde três planos: anatómico, mecânico e funcional.
Análise Anatómico A análise no plano anatómico consiste no estudo científico dos diversos elementos corporais implicados no movimento
técnico. Tem de se considerar, por um lado, os diferentes tipos de articulações em jogo, seus arcos de mobilidade e a amplitude requerida pela técnica e seus limites, tanto sejam ósseas, articulares, dos ligamentos ou musculares. Por outro lado, também são evidentemente relevantes os músculos implicados na acção: a sua natureza, o seu percurso, a interrelação entre eles (tanto sejam antagonistas, sinérgicos ou fixadores). Tudo isto talvez possa parecer muito técnico e complicado, mas pode ser muito útil para evitar treinos erróneos e "frustrações" desportivas. Ou seja, a nossa particular estrutura óssea pode afectar de maneira importante por exemplo, à nossa técnica de pontapés, dificultando que consigamos lançar pontapés altos na maneira correcta. Um limite de movimento devido exclusivamente a factores ósseos, não pode ser superado mediante treino; podemos "modelar" e flexibilizar músculos e ligamentos, mas nunca os ossos. Assim pois, é muito importante conhecer estes detalhes para orientar e racionalizar o nosso treino.
Análise Mecânico Um análise mecânico consta de descompor a sequência técnica em movimentos simples, para estudar como se realizam e concatenam. As pesquisas mais rigorosas aplicam o que se conhece como "decomposição vectorial": analisar e utilizar em forma de vectores as diferentes forças e momentos actuantes no sistema (movimentos simples), cuja soma nos proporciona a força conjunta gerada pela sequência. Entram também em jogo as situações de equilíbrio e outros elementos determinantes, inter-relacionados como as velocidades, pesos e ângulos. Todas estas análises parciais se integram numa cadeia cinemática (de movimento) e nos permitem obter a "sequência tecnicamente ideal", no que à sucessão mecânica se refere. Entre os desportistas de elite, isto habitualmente se estuda mediante programas informatizados. Para os "neófitos", uma boa análise mecânica consistiria em observar detidamente toda a série de movimentos que constituem a sequência técnica, pensando e experimentando acerca da utilidade e conveniência de ângulos, dinâmicas, rotações, projecções, etc.
Análise Funcional Enquanto à análise funcional, esta se baseia no estudo do jogo de contracções-extensões dos diferentes músculos implicados. Nas pesquisas científicas se mede e avalia o trabalho produzido pelos jogos musculares. Existem diferentes tipos de contracção muscular. A contracção isométrica é aquela contracção muscular que se produz sem resultarem efeitos de deslocamento ou de movimento (quer dizer, em certo sentido é uma contracção "estática"), portanto não se trata de um trabalho mecânico mas de deformação (lembrem-se dos típicos exercícios de musculação isométrica, que se trabalham em
muitos ginásios: com uma toalha, empurrando uma parede, etc.). Numa equação matemática, o seu valor seria igual a 0. A contracção anisomêtrica sim supõe um deslocamento, pelo qual se pode avaliar o trabalho produzido. Tem de se distinguir entre a contracção concêntrica, que se dá quando o próprio músculo se contrai para produzir o movimento, considerando-o um trabalho positivo; e a sua oposta, a contracção excêntrica, que supõe um movimento em sentido contrário à contracção do músculo, devido à acção de uma força externa a este e que deve portanto medir-se como trabalho negativo. Por contracção isotónica (que também é anisomêtrica) entendemos aquela que supõe uma tensão muscular constante, normalmente devida a uma resistência exter na, cuja força também é constante. Todo esta palavrearia científica pode desorientar a mais de um, mas é muito recomendável dotar-se de uma mínima base teórica para conhecer, a grosso modo, como funciona o corpo e compreender melhor quais os exercícios e quais as práticas resultam ser mais convenientes para desenvolver a nossa habilidade técnica. O facto de conhecermos melhor a nossa anatomia, mecânica e funcionamento muscular, não é desde já, coisa sem importância nem gratuita. Em termos práticos, a base de todo aperfeiçoamento técnico é sem dúvida, a repetição bem feita e daí, a necessidade dos conhecimentos teóricos, além de uma repetição atenta, quer dizer, consciente e portanto autocorrectora até o mínimo detalhe não uma repetição mecânica tipo "piloto automático". As primeiras repetições terão de ser feitas lentamente, tanto para aquecer como para fixar (ou recordar) esquemas e dinâmicas. A velocidade e a potência de execução aumentarão progressivamente até alcançarem a nossa capacidade máxima, sem perdermos o controlo técnico. A expressão "polir uma técnica" traduz exactamente aquilo a que nos referimos: repetir uma e outra vez a sequência, para ir limando imperfeições e que o nosso cérebro se vá habituando ao concatenado de movimentos até
"o fazer nosso" e incorporá-lo à nossa "expressividade corporal natural". Mas o aperfeiçoamento técnico não acaba na simples repetição. É necessário introduzir a variedade de situações de treino. A técnica pode ser trabalhada "ai ar", em cujo caso nunca se devem aplicar os golpes com potência descontrolada, se não queremos acabar lesionando as nossas articulações. Nas artes marciais clássicas este trabalho é muito habitual e se realiza normalmente na execução das formas anteriormente estabelecidas (katas, pumses, taos, etc.). Nos desportos de contacto é menos frequente trabalhar ao ar, pois habitualmente se procura acima de tudo o realismo; só se realiza no trabalho de "sombra", que serve tanto para aquecer músculos como para aperfeiçoar a técnica e adquirir fundo físico. O trabalho com aparelhos (saco, focus, paos, escudo, manopla, etc.) supõe um nível superior de aplicação técnica no que a realismo diz respeito, tanto pelo contacto pleno como pela realização de deslocamentos que imitam um combate. A última etapa seria a aplicação técnica ao combate real, que é realmente a finalidade do aperfeiçoamento técnico, a "prova de fogo" da qualidade técnica em deslocamento livre e perante um autêntico adversário mais ou menos imprevisível.
O mais frequente é que, quanto mais realista seja uma situação, mais se "perca" ou menos se aplique a técnica. Isto é devido ao controlo de vários factores: numa execução ao ar, normalmente basta controlar os factores internos que podem afectar a técnica: equilíbrio, deslocamento, coordenação, timing. Frente a uns aparelhos e frente a um adversário, entram em jogo uma longa série de factores externos que afectam à nossa técnica e que resultam muito mais difíceis de controlar: potência de impacto, deslocamento do "objectivo" (o adversário), precisão de impacto, correcção ou anulação de uma sequência técnica, intercepção ou ataque por parte do adversário, âmagos, limitação do espaço de combate, etc. Além do realismo, para aperfeiçoar a técnica é muito recomendável "observar-se em acção" e desta maneira vigiar-se e auto-corrigir-se. No caso da aplicação técnica ao ar - tanto seja um kata ou trabalho de sombra - é muito recomendável realizá-la em frente de um espelho mural. No caso do treino com aparelhos ou do combate, a autoobservação directa faz-se impossível, pois toda a nossa atenção deve de estar no adversário. A tecnologia nos proporciona uma solução: gravar os nossos treinos e combates. Isto é importante posto que, ainda quando pensamos dominar à perfeição uma
Técnica sequência técnica isolada, quando inserida dentro de uma série longa os movimentos que antecedem ou seguem a esta sequência, estes movimentos nos afectam, podendo com o tempo conduzir-nos a pequenos "vícios" ou erros. A qualidade técnica não é só uma questão estética, ela está muito relacionada com a eficácia em combate. Por um lado, numerosos
desportos marciais têm a técnica em muito alta estima: o Judo (onde a diferença entre um Ippon e um Wazari radica na qualidade da técnica), o Karate e o Taekwondo desportivos, e inclusivamente no light-contact e o semi-contact. Nos desportos de contacto, ainda que prime a eficácia (pois qualquer técnica regulamentaria que consiga um KO "é boa", independentemente da sua qualidade),
a mestria técnica sentencia numerosos combates quando os mesmos se decidem aos pontos. Além disto, uma melhor técnica supõe sempre uma maior eficácia, sempre que entendamos que a qualidade de uma técnica não acaba de se aperfeiçoar até que não se seja capaz de aplicá-la em combate real e para isso só há um caminho, treinar, treinar e treinar, e claro está, combater.
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Ling Gar para toda a vida O Ling Gar é um dos estilos familiares que sobrevivem, dos mais antigos do Kung-fu na China. Alguns prestigiosos historiadores constataram que grande parte dos elementos de agarre e os princípios comuns da linha central de muitos estilos de Kung-fu do Sul conhecidos, incluindo o Wing Chun, se encontram no Ling Gar. No entanto, chama a atenção que desde suas origens, que vêm de faz mais de 25 gerações, o estilo nunca tenha sido ensinado fora da família, até eu mesmo o tirar da obscuridade para o trazer à luz. A história do Ling Gar desde os primeiros dias da dinastia Ming, por volta de 1368, é tão comovente, emocionante e colorida como qualquer fita de aventuras jamais poderia aspirar a ser. No entanto, a história do Ling Gar Tzai Kune Do não trata realmente acerca da evolução dos estilos de Kung-fu, nem sequer da história da sua famosa família, mas sim de uma forma de vida e essa forma de vida se tornou em parte do coração e do património da China. Se poderia dizer que o Ling Gar se teria transformado em outro facto curioso para os académicos e historiadores, se não fosse por meus próprios esforços. Devido a que provavelmente eu seja mais conhecido por meus papeis como protagonista em numerosos filmes de acção internacionais da Ásia e pela minha carreira musical de grande êxito, é compreensível que as pessoas esqueçam o facto de eu ser membro da 22ª geração de Sifus da famosa linhagem do Ling Gar. O nome de Ling Gar Tzai Kune Do ("O Caminho da imobilização de um ataque desde a sua origem") fue criado por meu primo Ling Yin Shi, um dos cinco filhos do meu tio Abak (Grão Mestre de Ling Gar) que me ensinou a mim. O nome foi criado assim, para ajudar a que no Ocidente se percebesse de que tratava o estilo. Na China, estas coisas fazem parte da cultura e frequentemente se compreendem de maneira implícita e assim se aprendem. No Ocidente, este não é o caso e as cosas têm de ser mais directas. Forjei o Ling Gar no seu oitavo século e para além. Tentei tudo o possível perpetuar as ensinanças que me ensinaram e transmitiram. Também trato de trazer à luz uma tradição e forma de Arte que quase
Kung Fu
se tinha perdido, junto com tantos outros famosos estilos de Kung-fu. Parece que nestes dias as pessoas andam mais interessadas em aprender a combater rapidamente, especialmente para o desporto, que em pesquisar e estudar as verdadeiras ensinanças da técnica. Acho absurdo que Artes, como as Artes Marciais Chinesas que têm uma história que data de uns 3.000 anos, sejam tratadas como se nada em absoluto significassem. Para o verdadeiro Artista Marcial disciplinado são como o sangue e o suor da sua vida. Circula pelas nossas veias e define intrinsecamente o que somos. Nos nossos tempos modernos, toda a gente pode adicionar o seu grãozinho de areia na linha do que pensam que é correcto ou incorrecto, ou do chamado “o melhor do melhor”. Para mim, isto é divertido e ao mesmo tempo terrível. Nos quase 50 anos de estudo, nada mudou realmente, apesar de haver mais charlatães que nunca publicando coisas, ocultos no grupo do Facebook, do Youtube, etc., incontrolados na retórica e obviamente, sem saberem nada da matéria. Posso parecer insensível, mas neste caso até o pretendo ser, porque aqueles de nós que temos passado as nossas vidas vivendo e respirando essa tradição da Arte, sabemos exactamente do que falo. Aqui, em NYC, conheci recentemente alguns Sifus de Kung-fu maravilhosos e humildes; é sempre uma sensação
maravilhosa poder dialogar com outras pessoas sobre a nossa própria filosofia pessoal, sem alardear acerca de "qual estilo é o melhor". É chato! Sempre percebi que o dia em que deixamos de aprender, é o dia em que deixamos de existir… Mais propriamente dito: será o dia em que já não seremos uma parte do fluir natural da vida - o Tao. Agora com 55 anos de idade, aplaudo as grandes lições da vida e o meu entusiasmo pela vida se multiplicou por dez. A chave das Artes Marciais para a vida, ou como no meu caso, a chave do Ling Gar como fonte de vida, é ser capaz de enfrentar as fases da vida, conforme avançamos através das mudanças físicas e mentais, quando vamos envelhecendo. Para aceitar essas mudanças bem e com estilo, ainda estou aprendendo todos os dias e isso é o que me leva e me obriga a continuar aperfeiçoando a minha habilidade e ofício.
Kung Fu Oxalá eu tivesse escutado e prestado mais atenção ao meu sábio tio Abak quando era criança. Sempre he hei-de lembrar de quando Abak nos visitou vindo desde Hong Kong. Era pleno Inverno em Connecticut e o tudo estava nevado, um marcado contraste com o bom tempo que Abak deixara em Hong Kong, mas às cinco da manhã, ele estava lá fora, praticando Tai Chi e Qi Gong. Meu pai entrou no meu quarto e tratou de me acordar, para eu ir praticar e aprender alguma coisa com Abak. Levantei-me e através da janela gelada, meio adormecido olhei para fora... Abak estava em completo silêncio, em pé, na posição do grou, como se o tempo também tivesse ficado congelado. Observei-o um minuto e voltei para a cama. Uns dez minutos depois, o meu pai entrava com um copo de água fria que me atirava à cara. Podem ter a certeza que acordei com um salto! Voltei à janela, afastei a geada e pude ver que Abak ainda estava em pé na posição do grou. Saí para o exterior. Começou a nevar com maior intensidade e era como se ele fosse
uma estátua de gelo que formasse parte da paisagem. Vestia como se fosse Primavera e eu com a habitual roupa de agazalho que estamos habituados a usar aqui, na costa Leste dos Estados Unidos. Não demorei muito em entrar em casa para me aquecer. Graças a lições como esta, ainda em criança eu percebi que desconhecia o poder que possuía. Em criança, a minha resposta a isto foi Bruce Lee. Essas coisas acontecem lentamente. Levei toda a vida para compreender a complexidade das Artes inter nas. O Ling Gar é uma combinação integral de elementos externos e internos. Quando somos jovens e estamos metidos em cheio no estudo da parte marcial das Artes, tanto seja para a competição, para poder impressionar os nossos próprios estudantes ou para nossa vaidade pessoal, por regra geral a Arte se torna em uma maneira de aumentar o nosso próprio ego. Obviamente, isto não dura muito tempo e a prática das Artes Marciais desta maneira, também não dura muito. Por isso eu percebi de que se
não investirmos realmente o nosso tempo e o nosso futuro na prática das artes internas, nunca poderemos viver uma vida equilibrada e harmoniosa. Em 2012 levei um grupo de estudantes ao Templo Wudang, na província de Hubei, na China. Foi maravilhoso e enriquecedor para todos, tanto para os principiantes como para os estudantes avançados. Todos estavam impressionados pela energia e pelo facto de lá estarmos e aprendermos no Templo de Wudang. Para mim foi como voltar para casa e fechar o círculo. Algo de muito profundo e esotérico me estava sendo transmitido: que a próxima parte da minha vida deve ser a prática da calma e a quietude. Citando Bruce Lee: "Sê como a água, amigo!” Isto quer dizer abandonar a vida de pressão que tenho vivido, para agora viver realmente. Para todos nós, isto significa pôr de lado certas coisas, tanto se tratar de coisas materiais como de determinadas pessoas que nas nossas vidas absorvem a nossa energia, o nosso Chi, a nossa força vital. É diferente para todos, mas todos
Kung Fu
devemos fazer um esforço e não só falar acerca disso, o que sem dúvida é o que todos fazemos! Temos de fazer com que suceda com cada cêlula do nosso ser. Voltei de uma viagem à Grécia, país que sem dúvida teve protagonismo em tempos dificéis, tanto financeira como economicamente. Isto repercutiu realmente na mentalidade das pessoas, pois parece que não permitem que isso interfira na sua liberdade de viver e gozar da vida. É maravilhoso vermos coisas que nos fazem lembrar que não devemos levar a vida muito a sério… A vida é preciosa, é bela, mas também tem de ser vivida com entusiasmo e nunca olhar para trás. Por último, o estudo das Artes Marciais tem sido uma viagem de toda a vida, que me tem levado a todos os cantos do mundo. Já passou uma vida inteira desde os dias em que estudava Judo e Karate na Inglaterra. E de que maneira muitos de nós ficamos hipnotizados observando um pequeno homem chinês de nome Bruce Lee, que conquistou o mundo inteiro! Aquilo entrou no meu sangue, só que eu ainda não tinha percebido... Como todas as grandes coisas, tinha que ser absorvido e depois treinado até mostrar seu verdadeiro significado.
Sou o último Sifu vivo do Ling Gar, um famoso estilo familiar de Kung-fu que se tem conservado durante mais de 750 anos. Eu trouxe o Ling Gar para o Século XXI e mais além. Tenho visto as Artes Marciais passarem por muitas mudanças durante estas últimas cinco décadas. Por desgraça, nem tudo tem sido para bem. Como Artistas Marciais temos a responsabilidade de transmitir o conhecimento aos nossos filhos e quando não às crianças, às pessoas que tiverem sede de conhecimento. Por vezes, como Mestres na Arte nos esquecemos de que é uma "forma de vida" e portanto sempre devemos viver, respirar e perpetuar a existência das nossas próprias ensinanças. Devemos esforçar-nos por ser dignos e ser melhores seres humanos. Em primeiro lugar, nunca devemos esquecer os motivos que nos levaram a ensinar Artes Marciais. As Artes Marciais são respeito, respeito a uma Arte com 3.000 anos de antiguidade. Não importa quantos cintos, graus ou troféus se tiverem, se não se tiver respeito pelos outros e por si próprio. Tenho viajado mundo afora, aprendendo sobre diferentes estilos de Artes Marciais, só para descobrir que
não importa qual o estilo ou de que pais se seja, todos somos uma família. Podemos falar um idioma diferente, mas a linguagem das Artes Marciais é internacional. Compartilhamos um vínculo comum que não se pode quebrar. Muitos dos meus colegas concordam em que comemos, vivemos e respiramos Artes Marciais, que as Artes Marciais estão no ar que respiramos. Sem elas, a nossa vida seria uma pura rotina. Após 50 anos estudando e ensinando a Arte do Ling Gar, me sento abençoado por ser parte de uma rica tradição e espero que a história continue durante outros 750 anos. Em comparação com o tio Abak, continuo a ser só um principiante e ele próprio me disse a mesma coisa a mim, comparando-se com o seu Sifu. "Se não podes realizar o que se tem estudado, não consideres o assunto finalizado. Se outro homem alcançar o êxito com apenas uma tentativa, tu tenta dez vezes. Se outro homem conseguir o êxito depois de tentar cem vezes, tenta tu mil vezes. Perseverando dessa maneira, até os lentos de mentalidade podem tornar-se inteligentes e os débeis podem ser fortes". Confucio
O termo "Defesa Pessoal" comporta um aspecto negativo. que desde o princípio pode implicar fracasso para o indivíduo. O problema é que este rótulo já reflecte mentalmente que a pessoa é vítima de um acto violento ou agressão e que o praticante deve realizar uma acção defensiva. Esta premissa de agir após os factos, é a razão pela qual a maioria das pessoas sucumbem às acções do agressor e nunca se recuperam totalmente do ataque inicial ou do medo que provoca a situação. A mulher não deve situar-se à defensiva; deve ser consciente da sua situação e não desestimar ou ignorar possíveis ameaças. Ela deve ser pro-activa e ter a iniciativa e o ímpeto, forçando a confusão na mentalidade do atacante, para ter uma possibilidade de vantagem. “Autoprotecção Kyusho” é um processo de treino vital que trata das realidades de um ataque. É um simples mas poderoso processo de treino, que oferece aos indivíduos mais débeis, mais lentos, com mais idade ou menos agressivos, uma oportunidade contra o de maior tamanho, mais forte ou mais agressivo atacante. Mediante o uso dos objectivos anatómicos mais débeis do corpo, conjuntamente com as próprias acções e tendências naturais do corpo, se pode proteger facilmente a si mesma ou a outros, inclusivamente sob as limitações de estresse e físicas, quando a sua adrenalina aumenta. Mediante um trabalho progressivo com as suas próprias habilidades motoras grossas (em vez das técnicas de outros), as suas possibilidades de vitória são eminentes.
REF.: • KYUSHO-21