Equipe J - 2013

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Patrocínio

Incentivo

O Equipe J é distribuído gratuitamente a todos alunos dos 7 aos 12 anos das escolas das redes municipal e pública de ensino do município de Vespasiano. A venda do Equipe J está restrita aos agentes autorizados. Valor de venda 1 real. Toda a receita da venda do Equipe J é revertida para o Lar dos Idosos da cidade de Vespasiano.

Nº8 out/13

SEMPRE ATENTO

DICAS DO CYBER

Mata o quê?

No tempo das cartas.

Pág. 3

Pág. 9 HORA DO CONTO

FINAL VERDE

E o conto virou poesia

Ontem e hoje Pág. 12

Págs. 4 e 5

1970

1968

primeira transmissão em cores no brasil

primeiro transplante de coração do Brasil

A Copa do México consagra o Brasil como tricampeão mundial de futebol. Uma plateia seleta assiste ao jogo entre Brasil e Itália na primeira transmissão em cores, no Brasil, via Embratel.

O Dr. Euryclides Zerbini entra para a história da Medicina mundial ao fazer o primeiro transplante de coração, no Brasil. O feito coloca nosso país entre os principais centros de transplantes cardíacos do planeta.

edição de outros tempos 1932

1961

1993

aprovado o direito do voto feminino

Primeiro homem chega ao espaço

Cruzeiro agora é Real

Após uma longa luta, o Código Eleitoral Provisório decreta o direito de voto às mulheres casadas, viúvas ou solteiras, desde que elas tenham uma renda própria.

O jovem cosmonauta russo, Yuri Gagarin, é lançado ao espaço, a bordo da cápsula espacial Vostok I. As primeiras palavras de Gagarin foram “A Terra é azul”. A missão durou pouco mais de uma hora.

O Brasil passa a ter uma nova moeda. O Cruzeiro sai de cena para dar lugar ao Real. A transição ocorreu sem sustos e sem tumultos e o presidente Itamar Franco se diz satisfeito.


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SEU VALTÉRIO izilda leite jornalista

PRETO NO BRANCO No começo, era o preto e o branco. O preto no branco. Letras, fotos, tudo em preto no fundo branco do papel. Assim era o jornal, até o rádio aparecer para dar cores às letras, às palavras, às fotos. Era o tempo dos namoros às escondidas, dos beijos roubados, das brincadeiras na rua. Tempos em que as pessoas andavam a pé, tomando os ares do dia ou sentindo o frescor da noite. Tempos de cartas. Cartas de amor, cartas de alforria. Cartas que não se escrevem mais. Tempos de se criarem brinquedos, de se inventarem brincadeiras. Tempos de memórias longas e duradouras. O Equipe J, oitava edição, lembra esses tempos. Tempos que insistem em permanecer na memória dos mais velhos. De muita gente que tem muita coisa para contar. Coisas vividas, vistas, sentidas. Numa tarde de sábado, oito mulheres resgataram parte de sua infância e juventude para dar de presente aos leitores do Equipe J. E tem mais. Tem o conto cedendo lugar à poesia, os parágrafos dando espaço aos versos. Tem o Passa o Tempo voltando no tempo e ensinando a criar um brinquedo. Tem os números da velhice. Tem a coluna Dicionário mostrando a importância da memória. O Equipe J, oitava edição, coloca o preto no branco para mostrar, hoje, um pouco do ontem. De um tempo em que a vida era diferente, em que os costumes eram diferentes. Mas, sobretudo, um tempo que tem muita coisa a nos ensinar. Boa leitura em preto e branco para todos. E muita cor na vida dos leitores do Equipe J.

Ficha Técnica Concepção do Projeto: Buummdesign.com Direção Editorial: Tânia Colares (colares.tania@gmail.com) Direção de arte e Ilustrações: Frederico Rocha (frocha@buummdesign.com) Paginação: Buummdesign Revisão: Heloisa Ferreira Rosa Venda Direta: Maria Angélica Esteves e Natália Ferreira Distribuição: Cristiano Alves Impressão: Gráfica 101 Tiragem: 13.000 exemplares

Ninguém mais indicado para falar de tempos antigos do que o seu Valtério. Ele viveu esses tempos. Seu Valtério adorou relembrar, principalmente, os tempos de escola. Por sinal, bem diferentes dos de hoje. Confiram!

jornal em preto e branco? Você deve estar a se perguntar porque temos esta edição do Equipe J em preto e branco. Isso porque tentamos recriar uma “Edição de outros tempos...” Antes do rádio, já existia o jornal. Um jornal em preto e branco. Na década de 1920, surge o rádio, uma novidade no mundo da mídia. E, como toda novidade, já chegou seduzindo o público e os anunciantes. E tirando os jornalistas, todos querendo trabalhar na rádio. O jornal, então, reage. Passa a publicar fotos grandes e coloridas, passa a usar uma linguagem mais popular e cria novas sessões, incluindo o esporte e o humor. Tudo pela concorrência!

BIQUINI? NEM PENSAR! Nada mais natural do que vestir um biquíni quando se vai à praia, não é? De cortininha, mais cavado, menos cavado, com estampa, sem estampa, tem biquíni para todos os gostos e corpos. Isso, nos dias atuais. Mas, lá em 1946, quando o biquíni foi lançado, ele causou um grande rebuliço. O nome biquíni foi inspirado no atol de Bikini, no oceano Pacífico, onde os americanos fizeram um teste experimental com a bomba atômica. Ou seja, o criador do biquíni sabia que sua criação ia causar o efeito de uma bomba atômica. E causou mesmo!.


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MATA O QUÊ? Mata borrão. Isso mesmo, aqueles borrões que os alunos faziam nos cadernos eram corrigidos com o uso do mata borrão, que era feito com um papel absorvente. Como se usava caneta tinteiro, corriase o risco de que a tinta manchasse o papel. Quando isso acontecia, entrava em cena o mata borrão. Felizes são os alunos de hoje, com as suas comportadas canetas esferográficas.

E A LISTA ERA...

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vidro de goma arábica

Caderno

lápis

caderno de brochura

Caderno de

Desenho

caderno de caligrafia

caneta tinteiro folhas de papel ao maço com pautas

caderno de desenho E um mata borrão para limpar a sujeira do caderno antes que a professora matasse o sujão.

CRIAR E BRINCAR Houve tempos em que as crianças não tinham carros com controle remoto, bonecas que choram, videogame, televisão, computador. Mas tinham os chuchus, as abobrinhas, os pedaços de madeira, as latas vazias, e uma enorme criatividade, que transformava tudo em brinquedos que faziam a festa da garotada. Elas tinham também as noites, a lua, as ruas. Enquanto os pais sentavam- se à porta, a prosear com os vizinhos, os filhos brincavam de pega-pega, de esconder, os escravos de Jó jogavam caxangá e o anel passava de mão em mão.

NAMORO ÀS ANTIGAS Naquele tempo – um tempo já muito antigo para os leitores do Equipe J – as moças tinham de ser raparigas decentes, moças de família. Receber o namorado só na sala, sentados no sofá, com o pai ou a mãe vigiando. Pegar na mão, só às escondidas. Se uma moça fosse pega beijando na boca, ela ficava falada na cidade, era uma rapariga perdida. Perder a virgindade, então, era caso de expulsão de casa. Casar de branco era só para as moças virgens, as não virgens nem se casavam, pois não havia homem corajoso o suficiente para casar com uma rapariga perdida e mal falada. Já nos tempos de hoje...


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E O CONTO VIROU POESIA Nesta oitava edição do Equipe J, o conto vestiu-se de poesia. É que o passado é feito de lembranças e lembranças lembram poesia. Poemas antigos, poemas modernos, poemas contemporâneos. Haicai, trova, sonetos, poemas longos, poemas curtos.Não importa a forma ou o gosto. Importa que são poemas. E são poesia. Vamos poetar? Trova popular

HAICAI é como ficou conhecido no Brasil o Hai Kai, uma

As cartas têm fragmentos De belos tempos passados. Contêm puros sentimentos, Que no peito estão guardados.

manifestação poética do Japão e que chegou ao Brasil no início do século XX. O Haicai é um poema composto por três versos apenas. Ele tem outras características como rimar o primeiro verso com o terceiro e rimar uma palavra com outra, no segundo verso. E também ter um número fixo de sílabas poéticas, sendo cinco no primeiro e no terceiro versos e sete no segundo verso. Mas, o que importa aqui é sentir a poesia do Haicai. Haicai

VELHICE Uma folha morta Um galho no céu grisalho. Fecho a minha porta. Guilherme de Almeida Poeta brasileiro modernista . Nasceu em Campinas, no ano de 1890. Faleceu em 1969.

Um haicai pode vir sem título. Por que não?

Haicai

A estrela cadente Me caiu ainda quente Na palma da mão. Paulo Leminski Escritor, poeta e professor, nasceu em Curitiba, no ano de 1944. Faleceu em 1989.

desafio 1 Procure ler mais haicais e tente criar um haicai usando como tema uma das estações do ano: primavera, verão, outono ou inverno.

O tema da trova acima são as cartas. Antigamente, as pessoas escreviam cartas. Na era do computador, do e-mail, dos torpedos, ainda existe quem escreve cartas? Mas, voltando à poesia e suas formas, o que vem a ser uma trova? Trova era como se chamavam os poemas ou as letras de canções, na Idade Média. As pessoas que compunham, declamavam ou cantavam as trovas eram chamadas trovadores. A trova, hoje, é uma composição sempre composta por quatro versos, cada um com sete sílabas poéticas e com rima obrigatória. E como o tema deste mês são os tempos idos, nada melhor que homenageá-los em trovas.


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Poema é o verso. Poesia é a emoção

contida no verso. O verso pode falar de gente, de bicho, de sentimento. Os versos que se encontram ao lado falam de gente. Gente de outros tempos. Tempos de outros costumes. Costume de usar os cabelos em coque.

Poema

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O RETRATO DA BISAVÓ Penteado esquisito Formando um bolo redondo Furado no meio Gordo e alto - Mamãe diz que é coque.

Trova popular

Passado só é passado Se esquecido faz-se ausente. Com saudade relembrado, Passado é quase presente.

Trova popular

Três coisas velhas são boas: pote, sapato e café. Três eu gosto bem fresquinhas: água, paçoca e mulher. Luiz Otávio

Sentada comportadinha Pernas cruzadas Mãos entrelaçadas, Anéis nos dedos, Colar e brincos combinando - De pérolas. No rosto Um jeito estranho De quem ri Sem ri Com os lábios, Sem mostrar os dentes. Vestido todo elegante Nem comprido nem curto Cheio de rendas E de babados. Na sala, Clara olha o retrato E fala: - Que pena não ter conhecido a outra Clara.

desafio 2

Elias José Poeta, escritor e professor. Mineiro de Santa Cruz da Prata. Nasceu em 1936 e faleceu em 2008.

1.Que tal criar uma trova para a pessoa de quem você gosta? Não se preocupe com o número de sílabas de cada verso. Mas a rima é obrigatória. 2.Faça de conta que você vive no tempo em que não existiam computadores, celulares, sedex. Nesse tempo, as cartas viajavam a cavalo. Escreva uma carta para alguém de quem você gosta muito. O assunto da carta é com você.

desafio 3 reconte o poema, desta vez, em traços e cores. Dê vida ao retrato da bisavó descrita no poema.


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Dicionário

m memória

As palavra deste mês é MEMÓRIA. E o que é MEMÓRIA?

MEMÓRIA é LEMBRANÇA. Nós somos seres dotados de memória. Ou seja, somos capazes de registrar fatos, dados, palavras, sentimentos. E depois resgatar tudo isso através da memória. O computador também tem memória. Ele registra fatos, dados, palavras, e tudo isso pode ser resgatado através da memória dele. O computador só não registra sentimentos. A memória do computador é técnica, ela armazena os dados, sem senti-los, sem compreendê-los. Nossa memória é sensitiva, ela é percebida pelos sentidos.

Um cheiro, um gosto, um som podem nos levar a uma viagem ao nosso passado. Podem resgatar uma parte da nossa vida. Podem nos fazer compreender o que somos hoje. E por que somos o que somos.

Um povo tem a sua MEMÓRIA HISTÓRICA. Conhecer a memória histórica do nosso povo é resgatar a nossa história como seres sociais, seres pertencentes a um grupo, a uma comunidade.

Nossos bisavós, nossos avós, nossos pais são peças importantes da nossa MEMÓRIA AFETIVA. Conversar com eles sobre o que viveram é RESGATAR a nossa própria história de vida.

O resgate da memória pode se dar de várias maneiras. Por conversas, por visitas a museus e outros lugares, por leituras. Todas essas maneiras nos levam a recompor a nossa história.

Recompor a nossa história é resgatar o PASSADO para compreender o PRESENTE e preparar o FUTURO.


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NÚMEROS OS NÚMEROS DO ENVELHECIMENTO O envelhecimento é um processo natural. Todo ser nasce, cresce e envelhece. A Assembleia das Nações Unidas estabeleceu a idade de 60 anos como início da terceira idade, nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, e 65 anos , nos países desenvolvidos. Segundos dados do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ), em 2009, os idosos brasileiros somavam 21.700.000 (vinte e um milhões e setecentos mil ).

Em 2011 , já eram 23.500,00 (vinte e três milhões e quinhentos mil). Houve um aumento de 7,6% de idosos no país.

Pelos dados do IBGE, o Brasil é um país onde o envelhecimento populacional é muito grande. Isso significa que nosso país está se tornando um país onde os idosos são cada vez mais numerosos. Segundo estimativas, em 2025, a população brasileira será composta por, aproximadamente, 30.000,00 (trinta milhões) de idosos.

A VIDA ENSINA Os pais nos ensinam. A escola nos ensina. A vida nos ensina. Quem já viveu mais aprendeu mais. Quem aprendeu mais tem mais para ensinar. E o que eles têm para ensinar? Eles têm aquilo que a experiência lhes mostrou, através do sofrimento, da alegria, do trabalho. Coisas que um jovem ainda não viveu, não conheceu, não imagina. Eles têm as mãos calejadas, mas ainda dispostas a ajudar. Têm os pés calosos, mas ainda bons para uma caminhada. Têm uma mente cansada, mas repleta de recordações para contar.

O que eles têm, só tem quem já viveu muito.Quem já aprendeu muito. Quem tem muito para ensinar.


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Susaninha na conversa com

Florita, Milota, Durvalina, Maria, Ana, Leonora, Rosa e Rosinha Florita, Milota, Durvalina, Maria, Ana, Leonora, Rosa e Rosinha. Oito mulheres, oito histórias. Retalhos de vida. Alguns desses retalhos estão nas páginas do Equipe J, oitava edição.

Susaninha: Contem um pouco do que foi a vida de vocês quando jovens, mocinhas. Florita: eu era uma baiana perigosa, namorava 3, 4 rapazes. Namorei até Luiz Gonzaga, o rei do baião. Dancei com ele e até beijei ele. Adoro beijar. Maria: eu era moça quietinha, lavava roupa, fazia comida. Nunca fui atrás de homem na rua. Não mexia nas coisas dos outros, minha mãe sempre dizia “mãe e filhos não mexem em dinheiro do pai.” Susaninha: vocês notam diferença entre o namoro de antigamente e o de hoje? Durvalina: antigamente, a gente não beijava, era um lá e outro cá, nem dava a mão. Ana: hoje é tudo muito pra frente. Rosa: hoje está muito avançado, as moças e os rapazes estão muito vivos, antigamente eles eram muito parados. Susaninha: vocês estudaram? E como era a escola? Leonora: o professor era muito pobre, ele ia nas casas ensinar, porque não tinha escola perto. Não aprendi quase nada. Florita: eu já tinha 13 anos quando a escola foi na minha casa, meu pai pagou um professor para me ensinar. Estudei 3 anos, mas trabalhava muito e não tinha tempo, quando ia lavar roupa no rio, ia de manhã e voltava à noite. Aprendi a escrever carta. Susaninha: Se vocês tivessem filhos jovens hoje, o que vocês diriam para eles? Durvalina: falava para procederem direito, como os pais ensinaram.

Rosa: falava para andar na linha, ser correto, trabalhar, estudar. Maria: falava pra estudar, aprender o que eu não aprendi. Leonora: falava que eu quero tudo de bom para eles. Susaninha: Rosinha, você não quer dizer nada? Rosinha: sofri muito, demais, sem pai, sem mãe. A vida no Lar (Lar dos Idosos) é muito boa, tem gente para conversar, estou no céu. Susaninha: como eram as roupas na época de vocês mocinhas? Florita: eu gostava, meu pai comprava tecidos bonitos, seda, shantung, e mandava fazer uns vestidos bonitos. Durvalina: os vestidos eram mais compridos, hoje eles são curtos demais. Susaninha: o que vocês acham dos pais de hoje? Respostas de todas: ah, eles deixam os filhos fazer tudo; são muito liberais; deixam os filhos saírem; os filhos hoje são mais estudados, sabem conversar. Susaninha: falem uma coisa de que vocês se lembrem com saudades. Toda a turma (falando ao mesmo tempo): as festas de São João, os bailes de sábado, as danças, as brincadeiras, a cantoria, as conversas, as caminhadas na roça. Assim, as garotas do Lar dos Idosos, de Vespasiano, deixaram para nós alguns retalhos de sua vida. E coloriram a nossa. Obrigada a vocês pelos momentos de aprendizado.


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No tempo das cartas

CYBER

Papel, caneta, tinteiro, um assunto. Bastava isso para nascer uma CARTA. No tempo em que não existiam computadores, correios eletrônicos, redes sociais, existiam as cartas manuscritas, ou seja, cartas escritas à mão.

As primeiras cartas datam de 3.000 a.C. Foram os ESCRITOS RUPESTRES, feitos em tabuinhas de argila. Através deles, ficamos conhecendo sobre a história do homem pré-histórico. A primeira carta escrita em solo brasileiro foi uma CARTA DE INFORMAÇÃO. Nela, Pero Vaz de Caminha contava ao rei de Portugal, D. Manuel II, como era a terra onde ele havia chegado. Era o ano de 1500, na terra que, mais tarde, se chamaria Brasil. Uma CARTA DE ALFORRIA era o maior presente que um escravo podia receber, no Brasil colonial. Através dela, o dono concedia a liberdade ao seu escravo ou escrava.

MARISOL

CARTA MAGNA. Assim é chamado o mais importante documento do Brasil. É a Constituição Brasileira, de 1988. Constituição é o conjunto de leis, normas e regras de um país. Ela regula os direitos e os deveres do cidadão. CARTAS GEOGRÁFICAS é o outro nome que recebem os mapas. A Cartografia é a ciência de compor mapas ou cartas geográficas. No tempo antigo, tempo dos namoros escondidos, um tipo de carta cumpria uma nobre missão: unir os apaixonados. Era a CARTA DE AMOR. Será que hoje ainda existe gente que escreve cartas de amor?

O tempo não para, diz a música. Concordamos. O tempo passa e leva. Mas podemos trazer de volta. E os dois livros recomendados nesta edição trazem o tempo de volta em forma de brinquedos e lembranças.

COMO CONSTRUIR SEUS BRINQUEDOS

O Dia em que minha avó envelheceu

Autor: Vários Ilustrador: Vários Editora: Ciranda cultural

Autor: Lúcia Fidalgo Ilustradora: Veruschka Guerra Editora: Cortez Editora

Um cabide pode se tornar uma raquete. Tampinhas de garrafas e alguns grãos podem se tornar um labirinto. Esta obra pretende ensinar ao leitor a criar mais de 50 brinquedos.

As doces lembranças da infância, os sorrisos e as brincadeiras são lembrados pela neta, até o momento em que sua avó, por causa de problemas decorrentes do envelhecimento, se distancia do mundo e das pessoas queridas.


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PASSA O TEMPO Adivinha, Adivinha! Antigamente, adivinhava-se. Adivinhava-se se ia chover ou se ia dar sol. Adivinhava-se quem chegava ou partia. E o adivinha virou brincadeira. A brincadeira que o Equipe J resgatou para você. Vamos adivinhar?

Tem escama e não é peixe, tem coroa e não é rainha? Sai de dentro de casa, bate a cabeça na parede e morre queimado? Quanto mais tira mais cresce? Nasce em pé e corre deitado? Queima pela cabeça e chora pelo pescoço?

Dobra, volta e torna a dobrar. Divertido e interessante, o origami teve origem na Corte Japonesa, há quase mil anos. Naquele tempo, só os adultos brincavam de fazer as dobraduras, pois o papel era caríssimo. Hoje, todos podem brincar, inclusive você.

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É só criar...e brincar perna de pau, perna de lata, perna pra que te quero, tem perna pra tudo. Tem até para servir à criatividade. O Equipe J ensina como fabricar a sua própria perna de lata. Bom divertimento.

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Com a juda de um martelo e de um prego, faça dois furos na parte superior da lata.(Tenha cuidado com o prego e o martelo. Se precisar peça ajuda a um adulto.

Passe o fio pelos dois buracos. ( Atenção: corte o fio na medida certa.)

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Dê um nó entre as duas extremidades dos fios que estão já dentro da lata.

Agora é fazer o mesmo a uma segunda lata e começar a se divertir.

É a hora do Quiz Elas são mulheres. São famosas. São poderosas. E nasceram em outros tempos. Têm mais de 60 anos. 1. Ela foi eleita, pela Revista FORBES, a segunda mulher mais poderosa do mundo, em 2013. ( ) Melinda Gates ( ) Dilma Roussef ( ) Ângela Merkel

4. Aos 60 anos, ela é a presidente de um país vizinho do Brasil.

2. Hoje com 85 anos, ela já comemorou 60 anos ( ) Cristina Kirchner como rainha de um dos países da União Europeia. ( ) Gisele Bundchen ( ) Eva Peron ( ) Hillary Clinton ( ) Michelle Obama 5. Nascida em 1923, essa escritora brasileira ( ) Elizabeth II recebeu, em 2005, o prêmio Camões, o mais importante prêmio de literatura em língua 3. Com 83 anos, ela é considerada a Dama portuguesa. do Teatro Brasileiro. ( ) Fernanda Montenegro ( ) Cláudia Raia ( ) Arlete Sales

( ) Henriqueta Lisboa ( ) Cecília Meireles ( ) Lygia Fagundes Telles


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ONTEM E HOJE O tempo passa. E com a passagem do tempo, as pessoas mudam. Os hábitos mudam. As atitudes mudam. E o planeta, muda?

alerta planeta

ontem ontem Antigamente, a sede era saciada com a água limpa dos rios e as pessoas não hesitavam em beber direto da fonte. Alguns rios serviam ao banho. E todos eles eram um espetáculo para os olhos.

hoje As pessoas não bebem água dos rios. Não nadam nos rios. Não apreciam os rios. Os rios de hoje estão poluídos, sujos, malcheirosos.

As pessoas iam a pé para o trabalho, para a escola, hoje para visitar os parentes e amigos. Ou usavam As pessoas não andam o bonde ou o trem, a pé, usam carro ou meios de transporte ônibus, transportes que não poluentes. emitem gases poluentes e contribuem para agravar o efeito estufa.

ontem As festas de aniversário não tinham balões, copos de plástico, refrigerantes. Havia o “parabéns para você” cantado ao redor da mesa, com salgados e docinhos servidos em pratos de louça, que depois eram lavados com água e sabão.

hoje As mães usam fraldas descartáveis, que levam cerca de 600 anos para se decompor. É o terceiro item mais encontrado nos lixões. Cada bebê usa, em média, 5.000 fraldas descartáveis ao longo de sua infância.

hoje O plástico toma conta dos aniversários. Balões, copos e pratos de plástico são usados e descartados, juntando-se às tampas de garrafas dos refrigerantes. Tudo isso leva mais de 100 anos para se decompor.

ontem

As mães usavam fraldas de pano, que levam, em média, 1 ano pra se decompor e são mais saudáveis, pois evitam que a pele do bebê entre em contato com substâncias químicas.

ontem Não existiam celulares, brinquedos a pilha, computadores. As pessoas conversavam hoje mais, as crianças brincavam mais, As pessoas estão cada vez mais as famílias se isoladas nas suas televisões reuniam mais. e seus computadores. Os metais pesados, que compõem esses objetos, acumulam-se na natureza e levam infinitos anos para se decompor.

Somos seres pensantes. Aptos a fazer as nossas próprias escolhas. E assumir as responsabilidades dessas escolhas. Responsabilidades presentes e futuras.


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