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O Equipe J é distribuído gratuitamente a todos alunos dos 7 aos 12 anos das escolas das redes municipal e pública de ensino do município de Vespasiano. A venda do Equipe J está restrita aos agentes autorizados. Valor de venda 1 real. Toda a receita da venda do Equipe J é revertida para o Lar dos Idosos da cidade de Vespasiano.
Nº6 agosto/13
edição dos
porquês
SEMPRE ATENTO
HORA DO CONTO
DICAS DO CYBER
FINAL VERDE
Por que bocejamos?
O Brado retumbante
Por que a censura?
Pensar o Planeta. Por quê?
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SEU VALTÉRIO sócrates dias Filósofo
O mês de agosto é cercado por histórias e superstições, alguns dizem que ele é o “mês do desgosto”. Superstições à parte, agosto é o mês da sexta edição do Equipe J, a edição dos porquês. E por que uma edição dos porquês? Porque a vida é um grande e misterioso porquê. O que o estômago e os ratos têm em comum? Nada. E bocejar e ficar vermelho de vergonha? Ter sangue azul é sinal de nobreza ou de preguiça? Alguns porquês servem para matar a curiosidade. E vamos concordar que ser curioso é um requisito importante para o desenvolvimento intelectual. E tem mais porquês. Por que o povo brasileiro foi para as ruas? O que levou a massa a sair pedindo mais educação, mas saúde, menos corrupção? O brado retumbante está nas páginas do Equipe J, sexta edição. E não está em forma de conto e sim de crônica. Por quê? É preciso indagar, perguntar. Encontrar respostas para as nossas indagações é encontrar caminhos. E encontrar caminhos é encontrar consigo mesmo, com a sua essência humana. Esta é a palavra do mês, na coluna Dicionário: porquê. E por que os números são tão importantes na nossa vida? Por que dependemos tanto deles? Entrevista com um filósofo? Sim! Porque a Filosofia é uma ciência que lida com os porquês da vida. E quem vai nos falar sobre isso é o Professor Delmar Cardoso. Como de praxe, os passatempos recheiam as páginas da coluna Passa o Tempo e fazem a delícia dos leitores do Equipe J. No Final verde, a pergunta: por que se preocupar com o crescimento urbano? Por que, à medida que as cidades crescem, cresce a preocupação com a sobrevivência no planeta? A resposta deve ser encontrada por todos nós, habitantes da Terra. Boa leitura! Ficha Técnica Concepção do Projeto: Buummdesign.com Direção Editorial: Tânia Colares (colares.tania@gmail.com) Direção de arte e Ilustrações: Frederico Rocha (frocha@buummdesign.com) Paginação: Buummdesign Revisão: Heloisa Ferreira Rosa Venda Direta: Maria Angélica Esteves e Natália Ferreira Distribuição: Cristiano Alves Impressão: Gráfica 101 Tiragem: 13.000 exemplares
Seu Valtério fez anotações interessantes sobre o mundo animal selvagem. E algumas do mundo animal civilizado. Entre umas e outras, as respostas para alguns porquês interessantes.
Por que ficamos vermelhos quando estamos envergonhados ? Quem já não ficou vermelho de vergonha e sentiu vontade de se enfiar num buraco escuro? Pois é, quando há uma situação de constrangimento, o cérebro interpreta essa situação como um perigo e manda o corpo produzir um hormônio chamado adrenalina. Entre outras reações, a adrenalina dilata os vasos sanguíneos fazendo com que o sangue e o oxigênio cheguem em maior quantidade às partes do corpo, inclusive ao rosto. É esse acúmulo de sangue no rosto que faz com que fiquemos vermelhos de vergonha.
Por que os nobres têm sangue azul? Se ter sangue azul significa pertencer à nobreza, então todos nós somos nobres. Isso porque todos temos o sangue venoso circulando nas veias. É um sangue de cor azulada, mais percebido nas pessoas de pele clara. Como os nobres não precisavam trabalhar no sol, ao contrário dos servos, o sangue azul era mais visível neles do que nas outras pessoas.
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por que os ratos são as cobaias preferidas dos cientistas? A fisiologia do rato é muito semelhante à dos seres humanos e, embora não pareça, os ratos são animais muito dóceis, o que facilita aos cientistas manuseálos, além de serem menores e mais adaptáveis a novos ambientes. Além disso, as fêmeas dão de 3 a 6 ninhadas por ano e, como os ratos vivem, em média, apenas 3 anos, dá para os cientistas observarem os resultados das pesquisas nas várias gerações dos descendentes. Isso é muito importante, por exemplo, nos testes de uso de novos medicamentos, pois os pesquisadores podem comprovar se há ou não efeitos para os descendentes dos que usarem o medicamento. Em tempo: o uso de animais como cobaias em experiências científicas tem gerado muita polêmica, o que tem diminuído muito essa prática.
Por que a barriga ronca quando se está com fome? O ronco é o sinal de que o estômago está se preparando para receber o alimento. E, é claro, acontece nos horários em que a pessoa está acostumada a se alimentar. O estômago se contrai e as paredes do abdômen funcionam como uma espécie de amplificador provocando aquele barulhinho - ou barulhão - incômodo.
Por que Bocejamos ? Bocejar é o ato de abrir a boca, bem aberta, como se fôssemos engolir um punhado de oxigênio e jogar fora outro punhado de gás carbônico. Essa é uma das explicações para o bocejo. Mas existe quem defende que o ato de bocejar é uma manifestação de confronto, que vem desde os nossos ancestrais, é o ato de “mostrar os dentes” para os adversários. Alguns ainda dizem que bocejar é uma manifestação de tédio, de cansaço, de fadiga. O que podemos afirmar, com certeza, é que o bocejo é uma ação involuntária. Mas, se o bocejo não depende de nossa vontade, bocejar com educação e discrição só depende de nós.
Leitores do Equipe J. Nesta edição de agosto, dedicada aos porquês, vocês se perguntarão: por que uma crônica e não um conto? Porque a crônica serve mais ao assunto abordado do que o conto. Crônica é um texto que aborda um fato ou acontecimentodo cotidiano, algo comum e corriqueiro. E o assunto desta edição é isso, um fato que passou a fazer parte do cotidiano do brasileiro, nos últimos dias.
O BRADO RETUMBANTE “Era um, era dois, era cem”. Quem for contar os últimos acontecimentos no Brasil pode começar assim, tenho certeza de que Edu Lobo teria o maior prazer em ouvir seus versos na boca do povo. Pois foi mesmo assim. O povo saiu às ruas. Primeiro um grupo. Depois outro. E mais outro. Vieram os passantes e ficaram. Os ficantes se deram as mãos. As famílias se reuniram. Gente de idade e gente ainda sem idade no mundo, gente na barriga da mãe. Gente empunhando cartazes, gente de cara pintada, gente de rosto escondido. Edu Lobo é um cantor, compositor e instrumentista brasileiro, hoje com 69 anos. A música citada na crônica chama-se Ponteio. É uma música de protesto, composta na época da ditadura militar no Brasil e ganhou o festival de música de 1967.
“Era um, era dois, era cem”. E eram policiais no cumprimento do dever, pois dever de polícia é guardar o povo. Não à toa, chamam-se guardas. Alguns guardaram os ensinamentos e os puseram em prática, defenderam o povo. Outros, praticaram novos ensinamentos, agrediram o povo. “Era um, era dois, era cem” Eram os brasileiros que, talvez pelo excesso de indignação, talvez pela impulsividade, talvez, quem sabe, movidos, apenas, pelo prazer da violência gratuita, quebraram, saquearam, atearam fogo, fizeram das ruas uma verdadeira praça de guerra. Como na música, “era o mundo chegando”. E o mundo chamado Brasil invadiu ruas e avenidas, tomou a praça, fez dela o lugar do povo. E o povo saiu às ruas pedindo mais educação. E por que o povo pede um país com mais educação? Mais qualidade de ensino nas escolas públicas? Mais investimentos para a educação? O povo saiu às ruas pedindo mais saúde. E por que pedir mais saúde? Mais hospitais? Por que pedir mais condições de trabalho para os profissionais de saúde e mais médicos para tratar o povo? O povo saiu às ruas pedindo o fim da corrupção. Por quê? O que leva um povo a pedir que seus políticos não sejam corruptos? O povo saiu às ruas pedindo que não se gaste o dinheiro público em construção e modernização de estádios de futebol. Por que um povo, amante apaixonado pelo futebol, recusa uma copa de mundo no seu país? O povo saiu às ruas e pediu. Mostrou sua insatisfação. Levou para as ruas suas caras pintadas, seus cartazes, seus rostos cobertos e descobertos. A polícia foi para as ruas. Levou seus cassetetes, suas bombas de efeito moral, seu spray de pimenta. Os vândalos foram para as ruas. Levaram sua vontade de quebrar, incendiar, depredar. O país está nas ruas. Por quê?
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Dicionário
p PORQUÊ
A palavra desta edição é o PORQUÊ. Ou os PORQUÊS. É preciso indagar, perguntar. E indagar POR QUÊ? PORQUE são as respostas que encontramos para nossos PORQUÊS que vão nos ajudar a crescer como seres humanos.
É preciso perguntar. Os porquês fazem parte do crescimento humano. Não estou falando do crescimento físico, esse acontece independente das nossas perguntas ou indagações. Estou falando do crescimento que leva à sabedoria. E perguntar, por quê? Porque, se nos limitarmos a crescer apenas no aspecto físico, em que nos diferenciaríamos dos outros animais?
Por que respiramos? O que seria de nós se todo o oxigênio da atmosfera fosse substituído pelo gás carbônico? A resposta a esse porquê nos leva a refletir sobre as nossas atitudes em relação ao planeta.
Você vai à escola por quê? Enquanto milhares de crianças e adolescentes, no mundo, são privados de estudar, porque precisam trabalhar, ou porque moram em regiões assoladas por guerras, ou ainda porque escolheram viver nas ruas, você vai à escola. Você já se perguntou o valor que a escola representa para você?
É preciso questionar. E questionar significa levantar uma questão, discutir. Não uma discussão na base do “é isso que penso e ponto final”. Ou na base do “vem que te mostro”. É preciso questionar por que acontecem determinadas coisas. Por que uma situação não poderia ser de outro modo. Questionamentos desse tipo levam ao autoconhecimento, ou seja, ao conhecimento de si mesmo.
É preciso se conhecer. Saber quais são os seus porquês. Gosto disso porque é desse modo. Não gosto daquilo porque não é assim que penso. É preciso pensar. E quem pensa sabe que buscar os porquês da nossa existência é essencial para nos sentirmos realizados como indivíduos, como pessoas, como povo, como seres humanos.
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NÚMEROS POR QUE OS NÚMEROS SÃO IMPORTANTES EM NOSSA VIDA? Nascemos e vivemos atrelados aos números. Sua importância na nossa vida foi crescendo tanto que, hoje, podemos afirmar que somos um número. Somos o número da Certidão de Nascimento, do RG ( Registro Geral), do Título de Eleitor, da Carteira de Habilitação, do telefone, da casa onde moramos, do andar, do apartamento. Quem não se lembra do tempo em que os ônibus só tinham os nomes dos bairros para onde eles nos levavam? Hoje, se temos dúvidas sobre que ônibus pegar, temos que perguntar pelo número, porque, se perguntamos pelo nome, muita gente não sabe informar. Como se vê, nossa vida é contabilizada em números.
algumas curiosidades sobre os números O primeiro RG (registro Geral), foi feito, em 1907, no Rio de Janeiro e pertencia a um homem chamado Edgar Costa. O documento trazia o nome, a filiação, as impressões digitais e, acreditem, uma descrição minuciosa do dono. Relatos como sobrancelhas “arqueadas e separadas”, nariz com “projeção média” e “largura mediana”. Se havia alguma cicatriz no corpo do indivíduo, essa também era relatada e descrita com minúcias. Que falta fazia uma foto, heim, pessoal?
203 335 216 362 182 138
A palavra censo veio do latim census. Na antiga Roma, o censo era realizado para identificar os proprietários de terras e deles cobrar o pagamento de impostos. No fim da década de 1930, foi criado, no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Pra quê? Para coletar dados. Por quê? Porque, através do estudo desses dados, o governo pode planejar estratégias e ações de administração pública. Por exemplo, se num bairro há mais crianças em idade escolar do que em outro, isso significa que esse bairro precisa ter um número maior de escolas do que o outro. Mas não é só o governo que usa os números para planejar suas ações, não. As empresas, as ONGs, e outras instituições usam o censo para analisar e planejar estratégias de ação.
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Susaninha na conversa com
Delmar Cardoso Nosso entrevistado nesta edição dos porquês é Delmar Cardoso, professor da FAJE - Faculdade Jesuíta - onde ele leciona desde 2000. Além de professor, ele é o coordenador do Curso de Graduação. O professor Delmar tem Mestrado e Doutorado em Filosofia. Susaninha: Professor, qual é o significado da palavra filósofo? Professor Delmar: Filósofo quer dizer “amigo da sabedoria”. O filósofo é aquele que está sempre em busca do saber, sempre querendo ser amigo do saber. A busca pelo saber leva à sabedoria. O homem considerado o mais sábio de todos os tempos foi Sócrates. E sabem o que Sócrates disse? “Só sei que nada sei”. Ou seja, ele nos deu uma lição de humildade. Susaninha: Professor Delmar, todo homem nasce filósofo? Professor Delmar: Podemos dizer que sim, pois quando nascemos ainda não conhecemos as coisas do mundo e, enquanto crescemos, vamos buscando conhecer. Na busca desse conhecimento, a curiosidade é muito importante, ela nos leva às perguntas e as perguntas nos levam às respostas. Por sua vez, as respostas que encontramos vão nos levando ao autoconhecimento e ao conhecimento do mundo. Por exemplo, quando uma criança pequena ganha um brinquedo novo, ela quer saber como ele funciona, como é por dentro. Assim, ela “quebra” o brinquedo, mas não por prazer em destruir algo, mas para satisfazer a curiosidade, chegar ao conhecimento. Susaninha: Quer dizer que perguntar é muito importante? Professor Delmar: Sim, o homem é o único ser que pergunta, o único ser dotado de linguagem. No mundo dos homens, nada está completo, é diferente do mundo dos outros animais. Por exemplo, as formigas, as abelhas, o mundo delas funciona sem
perguntas, cada ser desse mundo sabe o que fazer e como fazer. Já para nós, seres humanos, a linguagem é uma questão de sobrevivência, só conseguiremos viver se entendermos o porquê das coisas. Susaninha: E se eu perguntasse para o senhor qual é o sentido da vida, qual seria a resposta? Professor Delmar: O sentido da vida é viver bem. E viver bem depende de várias coisas materiais, entre elas, por exemplo, uma boa alimentação. Mas, há um outro alimento tão importante para se viver bem quanto o alimento material. Esse outro alimento é buscado através da inteligência, da vontade de se chegar ao conhecimento, à sabedoria. Esse caminhar exige dedicação e trabalho intelectual. Susaninha: Professor, hoje fala-se muito em ética. O que vem a ser ética? Professor Delmar: Vamos dizer assim: quando você compreende que não está sozinho no mundo, que existem outras pessoas, que a convivência com essas outras pessoas depende de regras e você é capaz de respeitar essas regras, você está sendo ético. Quando você busca a convivência pacífica, você está sendo ético. É o que a Filosofia chama de virtude. O homem virtuoso é aquele que procura fazer bem feito e cada um de nós sabe quando fez algo bem feito, quando foi virtuoso. A cada ação boa que fazemos, tornamo-nos mais humanos. Susaninha: Professor, Delmar, um dia, li uma frase muito bonita que dizia: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Minha colega Marisol me disse que esta frase pertence a um livro bem filosófico chamado “O pequeno príncipe”. Depois desta entrevista, deu-me uma vontade louca de ler o livro. Obrigada, professor. Tenho certeza de que esta entrevista encherá os leitores do Equipe J do desejo de buscar os porquês da vida. E de chegar a serem homens e mulheres sábios e virtuosos.
INTERNET: POR QUE A CENSURA? Navegar na internet é muito bom. Diverte, instrui, ajuda a estabelecer relações sociais. Isso, com muito cuidado, é claro! Mas, nem todas as pessoas têm a liberdade de usar o computador como desejariam. Por quê? Porque a internet é censurada e, para isso, os censores usam altas tecnologias de filtragem de sites.
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Numa entrevista à revista Galileu Galilei, Ethan Zuckerman, um estudioso da mídia, fala sobre a censura em alguns países do mundo, entre eles, a China. Zuckerman afirma que, na China, o governo usa algumas estratégias para censurar a internet. Uma delas é bloquear o acesso a determinados sites. Por exemplo, os chineses não podem usar o Twitter, pois este site é censurado pelo governo. Em vez do Twitter, os chineses usam um site
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chamado Weibo, controlado pelo governo e onde há determinados termos que eles não podem usar. Se usar, a conta é fechada. Ainda segundo Zuckerman, não é muito difícil para os governantes saber quem quer acessar um site proibido, mas a principal preocupação deles é com os agitadores e ativistas. “Há muitas histórias de governos prendendo gente por postar coisas na internet”, diz Zuckerman. A China pode ser um dos países onde a censura é muito forte, mas ele não é o único país a censurar. Mesmo nos países considerados mais democráticos a censura acontece, como, por exemplo, nos Estados Unidos. No Brasil, alguns sites como o Google, já foram obrigados, por lei, a retirar conteúdos considerados ofensivos, principalmente, os que diziam respeito a políticos. Enquanto a polêmica da censura se desenvolve, fica a certeza de que, individualmente, deve prevalecer o bom senso. A internet é uma rede de informações poderosa e deve ser utilizada com consciência e responsabilidade.
Ler é sempre muito bom. E aprender com os livros é essencial. Mas, satisfazer a curiosidade, além de bom e essencial, é muito divertido. É o que os livros sugeridos pela Marisol oferecerão a você neste mês. Boa leitura!
O LIVRO DOS PORQUÊS Autor: Gianni Rodari Ilustradora: Giulia Orecchia Editora: Edelbra
Nesse livro, o autor mostra que tudo tem uma explicação. Pode ser uma explicação divertida. Às vezes, lógica. Às vezes, poética. Imaginativa, talvez. Mas sempre, uma explicação. É o que o autor, Gianni Rodari, mostra no Livro dos Porquês, onde ele responde às inúmeras perguntas que recebia dos seus pequenos leitores, quando ele trabalhava num grande jornal da Itália.
MEU PRIMEIRO GRANDE LIVRO DOS PORQUÊS Autor: Vários Autores Editora: Girassol
Por quê? Que tal responder a essa pergunta sem usar o tão desgastado “por causa”? O “Meu grande Livro dos Porquês” traz respostas divertidas e, mais importante ainda, verdadeiras. Sem falar nas imagens supercoloridas que satisfazem a imaginação dos leitores, com muito bom-humor. E na seção “Por que não?”, as crianças poderão testar seus próprios conhecimentos.
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PASSA O TEMPO por que não SE CONSEGUE ler este jornal? Ler um jornal é coisa fácil. Mas, quando se trocam algumas letras por números, fica muito difícil. Tente descobrir qual foi a troca e, depois, leia o texto.
JORNAL DA CIDADE POrqu4 2s m5tEr353s
1
3nfl5mÁv43s tÊm p2dEr
2
3
c5lÓr3c2 d3f4rEnt4, s4nd2 Ass3m, 5 c2r d5
AS CORES DA CHAMA Por que as chamas têm cores diferentes?
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s4ndO qu4Im5d2. A c2r 5zUl s3gn3f3c5 Um5 ch5m5 m53s qU4nt4 E A c2r 5m5r4l5, 1m5 ch5m5 m5Is fr35.
É a hora do Quiz 2. Porque as aves não fazem xixi? 1.Por que o galo canta ao amanhecer?
( ) porque elas não bebem muito líquido.
( ) porque cantar é um ato involuntário, isto é, não depende da vontade do galo.
( ) porque elas não têm rins para filtrar a urina.
( ) porque o canto é uma forma de o galo marcar território e afastar os adversários.
( ) porque elas não têm bexiga para armazenar a urina.
( ) porque o canto é a forma de o galo acordar as galinhas.
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Por que algo está errado com este mágico? Este espectáculo de magia pode não dar bom resultado. E por quê? Descubra o que pode sair dar cortlola do mágico e veja você mesmo.
TEXTO decodificado... PALAVRAS PARA DESCOBRIR Agora que você conseguiu ler o texto do jornal, encontre as principais palavras da reportagem, no quadro de letras abaixo.
A M I U M I C A Q
C A L Ó R I C O U
U T R H U U I E E
V E G N P H N M I
P R E N E R O O M
U I N I E N U N A
S A P O D E R H D
U I I N O O I A O
A S G U B I P V U
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3. Por que os patos não se molham quando nadam?
4. Por que as aves voam em formação de V?
5. Por que sempre acordamos com o rosto inchado?
( ) porque as penas dos patos já nascem impermeabilizadas.
( ) porque assim elas diminuem o atrito do ar para os companheiros de trás e o voo fica mais rápido.
( ) porque a posição deitada favorece o acúmulo de líquidos na parte superior do corpo.
( ) porque existe uma hierarquia a ser obdecida, os mais velhos na frente e os mais moços atrás.
( ) Porque as pernas e os pés concentram mais líquidos durante o dia.
( ) porque elas não sabem voar de outra maneira.
( ) porque ao nos levantarmos, o sangue sobe para a parte superior do corpo.
( ) porque eles produzem uma secreção oleosa, debaixo da asa, e a espalham pelo corpo. ( ) porque somente uma parte mínima dos patos entra em contato com a água.
É PRECISO PENSAR O PLANETA. POR QUÊ?
alerta planeta
Porque a população cresce. Porque o consumo cresce. E o planeta... cresce? Hoje, nosso planeta abriga um total de 7 bilhões de seres humanos.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), em 2050, seremos 9 bilhões a ocupar a Terra. E a necessidade desses nove bilhões não será só a de alimentarse. As pessoas precisarão trabalhar, usarão energia, gastarão combustível, construirão moradias, precisarão de segurança. Dizem os estudiosos do assunto que, em 2050, serão necessários 3 planetas Terra para suprir todas essas necessidades. Por um lado, o crescimento da população significa que nós avançamos em qualidade. A expectativa de vida aumentou, as taxas de mortalidade infantil caíram e, segundo as estatísticas, milhões de pessoas saíram da pobreza extrema e passaram a ter acesso a direitos básicos como comida na mesa. Apesar de que um bilhão de pessoas no mundo ainda passa fome. Se houve progressos, por que a preocupação? Porque o progresso trouxe, também, um acúmulo de problemas. Imagine uma casa onde moram quatro pessoas e que, de repente, ganha mais seis moradores. Serão mais quatro pessoas a comer, a tomar banho, a usar energia, a repartir o mesmo espaço. Se não houver uma preocupação com a organização e a distribuição de tarefas e de despesas nessa casa,
o
que acontecerá? Isso mesmo, uma desarmonia total, as pessoas acabarão se estranhando. As cidades ocupam, apenas, 3% da superfície terrestre, mas consomem 75% dos recursos naturais do planeta, produzem 50% dos resíduos mundiais e são responsáveis por 60 a 80% da emissão dos gases de efeito estufa. A humanidade já está usando uma quantidade de recursos naturais superior àquela que o planeta é capaz de repor. E há mais razões para se preocupar. Por quê? Porque o problema não está só no consumo e no uso exagerado dos recursos naturais, mas também na distribuição desses recursos. Algumas pessoas têm muito, outras têm pouco, algumas nada têm. Por exemplo, um americano de classe média consome dez vezes mais do que um africano. O mundo é socialmente desigual. E, se há desigualdade social, não há sustentabilidade. Não havendo preocupação com o ser humano, não há como tornar o planeta habitável, não há como promover a harmonia e a paz, requisitos básicos para a qualidade de vida.