Equipe J - 2013

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Patrocínio

Incentivo

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O Equipe J é distribuído gratuitamente a todos alunos dos 7 aos 12 anos das escolas das redes municipal e pública de ensino do município de Vespasiano. A venda do Equipe J está restrita aos agentes autorizados. Valor de venda 1 real. Toda a receita da venda do Equipe J é revertida para o Lar dos Idosos da cidade de Vespasiano.

Nº7 set/13

economia

SEMPRE ATENTO

Sem eira nem beira Pág. 3

HORA DO CONTO

O dia em que fui feliz Págs. 4 e 5

DICAS DO CYBER

Tecnologia x Economia Pág. 9

FINAL VERDE

Necessidade ou Desejo? Pág. 12

MA ANT ÁSTICO

Pág.

8


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Carlos Leite

SEU VALTÉRIO

Economista

Falando de economia e economizar Economia é muito mais do que só guardar dinheiro. É uma ciência e das mais importantes, afinal comprar, gastar, poupar são verbos do nosso cotidiano. Não à toa, o Final Verde faz-nos pensar na diferença entre necessidade e desejo. Dinheiro traz felicidade? Depende. E uma moeda pode ser feliz? No conto do Equipe J, sim. Falando em felicidade, Seu Valtério manda dizer que fica feliz com as notícias que recebe sobre os leitores do Equipe J e isso o anima a enviar anotações cada vez mais interessantes e divertidas. E, às vezes, esquisitas. Por exemplo, você já ouviu a palavra escambo? Lendo a coluna Dicionário, você verá que pratica o escambo, mesmo sem saber o que vem a ser essa palavra esquisita. Em se falando de Economia, não podemos nos esquecer de que tem gente empenhada em estudar esse assunto que, às vezes, é encarado como complicado e complicador. Pode até ser, mas na entrevista com o professor Luís Carlos Ewald, vamos entender um pouquinho mais sobre o assunto. Por exemplo, em como ser um consumidor consciente. Por fim, as dicas de livros, dicas sempre úteis e necessárias. Por falar nisso, a Marisol manda perguntar se algum dos leitores seguiu alguma indicação dela, se leu algum ou alguns livros. Ela manda dizer que torce para ter uma resposta positiva. E nós todos torcemos para que vocês tenham uma boa leitura do Equipe J, sétima edição. Até à próxima!

Ficha Técnica Concepção do Projeto: Buummdesign.com Direção Editorial: Tânia Colares (colares.tania@gmail.com) Direção de arte e Ilustrações: Frederico Rocha (frocha@buummdesign.com) Paginação: Buummdesign Revisão: Heloisa Ferreira Rosa Venda Direta: Maria Angélica Esteves e Natália Ferreira Distribuição: Cristiano Alves Impressão: Gráfica 101 Tiragem: 13.000 exemplares

No SEMPRE ATENTO desta edição, Seu Valtério pesquisou a origem de alguns assuntos relacionados com ECONOMIA e enviou algumas anotações dessa pesquisa para nós. Confiram.

COMO SURGIRAM OS NÚMEROS? A origem dos números confundese com a origem da humanidade. Quando o homem passou a viver em grupo, ele já plantava e domesticava animais. Ele pastoreava suas ovelhas. E como saber se alguma ovelha havia fugido ou sido devorada por um animal selvagem? O jeito foi colocar algumas pedras num saco. Eram tantas pedras quantas eram as ovelhas. Assim, a cada ovelha que saía para pastar correspondia uma pedra. Na volta, o mesmo procedimento. Se, ao fim do dia, sobrasse alguma pedra, era sinal de que uma ovelha havia fugido ou fora vítima de um predador.

ARTIMANHAS PARA CONTAR O homem não usou somente pedras para contar, usou também os dedos, usou fazer nós numa corda e marcas num osso. Por causa do uso das pedras, surgiu o termo cálculo, que quer dizer contas com pedras. E, por causa do uso dos dedos na contagem, surgiu a palavra dígito, que se originou da palavra digitus que, por sua vez, quer dizer, dedos. Seu Valtério desconfia que muitos homens ainda usam os dedos para contar. Principalmente, alguns na idade escolar. Será verdade?


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COMO SURGIU A PALAVRA POUPANÇA? Alguns filólogos conhecidos relacionam a palavra poupança à palavra latina palpare, que quer dizer apalpar, acariciar. E o que tem apalpar, acariciar a ver com poupar? Pois é, esta é a parte interessante do caso. É que, segundo a história, no século XIX, as pessoas usavam apalpar a bolsa para ver se a quantidade de dinheiro que ela continha dava para comprar o que eles queriam. Daí que acariciar deu origem a poupar. Se é verdade, não sei, alguns dizem que sim, outros dizem que não. Mas, num ponto, todos concordam. Poupar é um negócio pra lá de vantajoso. Filólogo: quem se dedica a estudar a Língua em todos os seus aspectos e os escritos que documentam essa Língua.

PÃO DURO Segundo o filólogo e etimólogo Antenor Nascentes, a expressão pão duro deve-se a um padeiro, homem de posses, mas muito avarento, sovina, que tinha uma padaria, no Rio de Janeiro, do século XIX. Esse homem morava na parte superior da padaria – com certeza para não pagar aluguel - e só se alimentava do que sobrava no estabelecimento comercial. E, como era uma padaria, só sobrava pão que, no dia seguinte ou dias seguintes, endurecia. Daí, pão duro para as pessoas ricas, mas sovinas. Pobre, nem se quiser, dá para ser pão duro. Etimólogo: quem se dedica a estudar a história ou a origem das palavras.

SEM EIRA NEM BEIRA Essa expressão está relacionada às pessoas menos abastadas, as pessoas mais pobres. Quem visita as cidades históricas do Brasil vai encontrar em algumas casas bem antigas, datadas dos séculos XVIII e XIX, uma diferença. O telhado de algumas dessas casas tem três partes, que são eira, beira e tribeira, sendo esta última a parte mais alta do telhado. Porém, algumas casas só têm eira e beira, pois os donos eram pobres e não podiam construir a tribeira, ficando a casa deles só com eira e beira. O povo adotou, então, a expressão “sem eira nem beira” para designar aquelas pessoas que não têm sequer eira nem beira. EU CÁ NÃO TENHO EIRA NEM BEIRA!


O DIA EM QUE FUI FELIZ Sou uma moeda. Meu nome é Real. Apesar do nome, não sou rei nem rainha, não sou príncipe nem princesa. Nem nobre sou. Nasci no Rio de Janeiro, numa casa chamada Casa da Moeda. Como não poderia deixar de ser, não é? Mas não sou carioca. Sou brasileira. Sou uma moeda comum, meu valor está no que posso fazer. Melhor: no que posso comprar. Porém, nem todas as pessoas reconhecem esse valor. Muitas me olham com um certo desdém. Outras, me acham tão insignificante que me jogam num cofrinho apertado, porque acreditam que só valho alguma coisa quando estou em bando. Ali eu fico até o cofrinho encher, quando sou retirada, junto com as colegas, e sigo o destino que meu dono quiser me dar. Imagine que até as crianças fazem cara de mocho para mim. Outro dia, um menininho olhou para o pai e disse: só isto? Isto, no caso, era eu, que o pai tinha dado como agrado ao filho. E foram atitudes como essa que me fizeram vir às páginas do Equipe J, um jornal danado de bom, para contar um fato acontecido comigo. Como sou pequena e redonda, costumo, muitas vezes, cair de um bolso ou de uma carteira, sem que o meu dono perceba. Ou mesmo, me perder no fundo das bolsas, escondida nas

dobras do forro. Aliás, deixei de mencionar um fato corriqueiro na minha vida, tenho mais donos do que o céu tem de estrelas. Como eu ia dizendo, costumo me perder no fundo das bolsas e foi o que aconteceu um dia desses. Nesse dia, minha dona era uma menininha de uns 10 anos, ela tinha saído comigo para me usar na compra de uma boneca. Junto comigo iam mais algumas colegas moedas, todas de um real como eu. Tínhamos acabado de sair de um porquinho, que, a esta altura, nem porquinho mais era, e sim um punhado de cacos corde-rosa. Entrei numa loja de brinquedos, eu, minhas colegas e a menininha, toda feliz. As bonecas estavam ali, cada uma mais bonita que a outra. Os olhos da menininha brilharam e eu senti suas mãos a me apertarem, sua fortuna estava ali, naquela bolsinha. Chegou uma vendedora e perguntou o que a menininha queria. Ela, mais que depressa, falou que tinha ido comprar uma boneca, estava escolhendo ainda, eram tantas e tão bonitas. A vendedora deu um sorriso amigável e disse que ela ficasse à vontade, que a chamasse quando tivesse resolvido qual boneca iria comprar. Sem pressa, a menininha olhava. E tornava a olhar. Ia e voltava. Pegava e


largava. Resolvia e desresolvia. Foi então, que ela decidiu. Era aquela mesma, aquela que ela tinha visto assim que entrara na loja. Boneca nas mãos, a menininha foi procurar a vendedora. - Vou levar esta aqui. - Boa escolha, é uma boneca linda – disse a simpática vendedora. A menininha ficou orgulhosa, sua escolha tinha sido aprovada. Era hora de pagar, ela pegou a nota que a vendedora tinha preenchido e levou ao caixa. A menininha, porém, tinha esquecido uma coisa: conferir o dinheiro, ver se ele dava para pagar a tão desejada boneca. A moça do caixa esperava, pacientemente, que a menininha juntasse o dinheiro. E sai uma moeda, sai outra, e mais outra, outra. Ficaram todas esparramadas no balcão esperando a boa vontade da moça que, uma a uma, as apanhava e contava. Acabadas as moedas, acabada a contagem, a menininha e a moça continuavam à espera. Uma esperava mais dinheiro, a outra esperava a boneca. - Não dá. A menininha não entendeu. - Está faltando dinheiro. Não tem mais? A menininha balançou a cabeça. Ela não ia po-

der levar a boneca? Não, não ia, faltava uma moeda. Uma moeda de 1 real. Enquanto a conversa se estendia, eu estava ali, no fundo da bolsa, sem entender por que a menininha não tinha me tirado daquele lugar escuro e sem graça. Foi de repente. Senti uma mãozinha aflita a revirar a bolsa, os dedos quase rasgando o forro. Afinal, fui achada. E tirada do fundo da bolsa para um mundo cheio de cores. E de sorrisos. A menininha, a moça do caixa, a vendedora, os clientes que esperavam na fila, todos sorriram quando eu apareci. Nunca na minha vida de moeda, eu tinha despertado tanta alegria, feito tanta gente sorrir. Desnecessário dizer que a felicidade da menininha era maior que o mundo. Só não era maior que a minha felicidade.


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Dicionário

e escambo

ESCAMBO é a troca de mercadorias por serviços ou por outras mercadorias, sem envolver dinheiro na transação. Por exemplo, se um pescador pescasse muitos peixes e quisesse trocar alguns por verduras ou legumes, ele procurava um agricultor e propunha a troca. Se o agricultor quisesse comer peixe e também tivesse um excedente de verduras ou legumes, a troca era feita. Excedente: aquilo que excede, ou seja, que sobra, que está a mais.

No Brasil do século XVI, o comércio entre os europeus e os índios era feito por meio de escambo. Os índios cortavam o pau-brasil para os europeus e estes davam, em troca, facas, machados ou bugigangas aos índios.

Com o aparecimento da MOEDA, o escambo foi praticamente extinto, só sobrevivendo em civilizações muito primitivas, como em algumas comunidades indígenas e em alguns grupos africanos. Mas, acredite, quando você troca com seu colega uma parte de sua merenda por uma ajuda no trabalho de Português, você está realizando um escambo. Quando os pais vão à escola trocar os livros usados por outros de que os filhos necessitarão naquele ano, eles estão promovendo o escambo.

O escambo está de volta até no mundo virtual. São inúmeros os sites de trocas na internet. Os adeptos desses sites contam que são muitas as vantagens, entre elas as de se desvencilharem daquilo que não é mais usado e de adquirir, sem custos, algo de que precisam ou que desejam ter. Tudo isso, é claro, sem falar numa vantagem ainda maior: a de poupar a natureza. Afinal, num mundo onde os recursos naturais estão cada vez mais escassos, não podemos nos dar ao luxo do desperdício.


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NÚMEROS O REAL é a moeda corrente brasileira e foi criado em 1994. Ele se apresenta em forma de cédulas e moedas, cada uma com um valor determinado. Nas cédulas, um dos lados traz a efígie da República, representada pela figura de uma mulher. O outro lado traz figuras representativas da fauna brasileira.

Valor

Diâmetro (mm)

0,01 17,00

Peso (g)

Espessura (mm)

2,43 1,65

Bordo liso Material Aço revestido de cobre

Efígie de Pedro Álvares Cabral. Sua imagem está ladeada por uma nau, simbolizando as navegações portuguesas.

Valor

Diâmetro (mm)

0,05 22,00

Peso (g)

Espessura (mm)

4,10 1,65

Bordo liso Material Aço revestido de cobre

Efígie de Joaquim José da Silva Xavier, denominado Tiradentes, condenado à forca pela sua participação na Inconfidência Mineira, movimento pela independência do Brasil, acontecido em Minas Gerais. Sua imagem está ladeada pelo dístico “Brasil” e por motivos alusivos à Inconfidência Mineira - o triângulo da bandeira dos inconfidentes, sobreposto por pássaro que representa a liberdade e a paz. Valor

Diâmetro (mm)

0,10 20,00

Peso (g)

Espessura (mm)

4,80 2,23

Bordo serrilhado Material Aço revestido de bronze

Efígie de D. Pedro I, proclamador da Independência e Primeiro Imperador do Brasil. Sua imagem está ladeada pelo dístico “Brasil” e por cena alusiva à proclamação da independência política do País, ocorrida em 7 de setembro de 1822, em São Paulo, às margens do riacho Ipiranga. Valor

Diâmetro (mm)

0,25 25,00

Peso (g)

Espessura (mm)

7,55 2,25

Bordo serrilhado Material Aço revestido de bronze

Efígie de Manuel Deodoro da Fonseca (1827-1892),proclamador da República e primeiro presidente constitucional do Brasil republicano. Sua imagem está ladeada pelas Armas Nacionais e pelo dístico “Brasil”. (1998 a 2001) Valor Diâmetro (mm)

0,50

23,00

Peso (g)

Espessura (mm)

2,85

Bordo legenda * Ordem e Progresso * Brasil Material Cuproníquel

7,81

2,85

Bordo legenda * Ordem e Progresso * Brasil Material Aço inoxidável

9,25

(2002 em diante)

0,50

23,00

(moedas cunhadas a partir de2002)

Efígie de José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), Barão do Rio Branco, estadista, diplomata e historiador brasileiro, considerado o símbolo da diplomacia do Brasil. Sua imagem está ladeada pelo dístico “Brasil” e por cena alusiva à dinamização da política externa brasileira no início da República e à consolidação dos limites territoriais com vários países. (1998 a 2001) Valor Diâmetro (mm)

1,00

27,00

Peso (g)

Espessura (mm)

7,00

1,95

7,84

1,95

Bordo Serrilha intermitente Material Cuproníquel (núcleo) e Alpaca (anel)

(2002 em diante)

0,50

27,00

Bordo Serrilha intermitente Material Aço inoxidável (núcleo) e aço revestido de bronze (anel)

(moedas cunhadas a partir de2002)

Efígie da República à direita do núcleo prateado (disco interno) e transpassando para o anel dourado (disco externo), assim posicionada constitui um dos elementos de segurança da moeda de maior denominação. No anel dourado, referência às raízes étnicas brasileiras, representada pelo grafismo encontrado em cerâmicas indígenas de origem marajoara, e a legenda “Brasil”.


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Susaninha na conversa com

Luís Carlos Ewald Nosso entrevistado desta edição é Luís Carlos Ewald, professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas e especialista em Finanças e também professor da PUC – Rio. O professor Luís Carlos é autor do livro “Sobrou dinheiro! – Lições de economia doméstica”*. Susaninha: Professor Luís Carlos, explique-nos o que é Economia. Luís Carlos: Economia é a ciência que estuda e avalia a distribuição de recursos escassos. Por exemplo: se há 5kg de batata e existem 10 famílias para serem alimentadas, é preciso se fazer uma conta antes de se distribuírem as batatas. É o que acontece com o dinheiro do país, o governo o distribui – ou deveria distribuir - de acordo com a necessidade de cada segmento: saúde, educação, segurança e outros. Susaninha: Professor, ouve-se muito sobre mercado, oferta, demanda. Dá para explicar o que vêm a ser esses termos? Luís Carlos: Os preços de quaisquer produtos variam de acordo com a quantidade produzida e ofertada pelo setor e com a procura dos consumidores desses produtos. Isso, quando os preços não forem controlados pelo Governo. Assim, acontece com os frigoríficos, com a agricultura e outros setores da economia. O equilíbrio, ou seja, o preço, varia de acordo com essas condições. Susaninha: Às vezes, acontece de o dinheiro não dar para os gastos. Nesse caso, o que fazer? Luís Carlos: Nesse caso, só apertando o cinto, não é admissível uma pessoa ou uma família gastar mais do que ganha. Tem de se fazer uma relação das despesas e ver o que pode ser cortado da lista. Susaninha: Explique para nós o que é poupança. Luís Carlos: Pense assim: quando uma família gasta menos do que ganha, sobra um dinheiro, não é? A família poupou e esse dinheiro que sobrou pode ser colocado numa poupança.

Susaninha: Você acha importante poupar? Luís Carlos: Não só importante, como necessário e conveniente. Ter uma poupança significa ter um dinheiro para enfrentar eventuais dificuldades, como desemprego, doença na família e, por que não, ter a possibilidade de ver um sonho realizado. Por exemplo, em vez de os pais fazerem festas de aniversário para o filho ou filha, guardar o que se gastaria nas festas e quando o filho ou filha já estiverem grandinhos, fazerem intercâmbio, no exterior. Susaninha: Professor, o que é um consumidor consciente? Luís Carlos: Consumidor consciente é aquele que usa o orçamento doméstico como uma ferramenta para controlar as receitas – o que entra , e as despesas – o que sai,não gastando mais do que ganha e fazendo sobras para uma poupança. Susaninha: O que as crianças e adolescentes podem fazer para se tornarem consumidores conscientes? Luís Carlos: Eles podem se acostumar a controlar os gastos, desde pequenos. Outra coisa: negociar com os pais uma mesada, que é o início de uma educação financeira. Bem que a Leda Nagle, apresentadora do programa Sem Censura, da TV Brasil, disse que o professor Luís Carlos é um “Economista que fala Português.” E não é que é mesmo? Obrigada, professor, por esta entrevista tãolucrativa para nós. O livro “Sobrou dinheiro! – Lições de economia doméstica” está à venda em exclusividade na Livraria Saraiva.


TECNOLOGIA X ECONOMIA

CYBER

A tecnologia é uma aliada da economia. E uma aliada de peso. Para começar, tecnologia significa “estudo das técnicas”. E técnica significa “maneira correta de se executar uma tarefa”. E executar corretamente uma tarefa significa sucesso. No mundo dos negócios, sucesso significa mais lucros.

O Brasil perdia cerca de 200 bilhões de reais, por ano, de arrecadação de impostos, porque as empresas conseguiam fraudar documentos e sonegavam os impostos devidos. Com o uso da tecnologia nos processos de fiscalização e a criação da Nota Fiscal Eletrônica, ficou muito mais difícil as empresas enganarem o Fisco. Sonegar: deixar de pagar Fisco: órgãos públicos encarregados de Fraudar: enganar

fiscalização e arrecadação de impostos.

As empresas produzem e precisam fazer seus produtos chegar aos consumidores. Segundo pesquisas, com o uso da tecnologia, houve uma diminuição de 6% a 10% nos custos de distribuição no envio dos produtos. E uma melhoria de 20% nos serviços de logística das empresas. Logística: ramo de uma empresa encarregado de planejar a armazenagem, a circulação e a distribuição de produtos.

Como todos sabemos, o Brasil é um grande produtor e exportador de grãos. E o avanço da tecnologia deu mais um empurrãozinho. Usando a tecnologia da informação, é possível analisar a produtividade do solo, suas características, controlar a aplicação de insumos e até corrigir a terra, para que ela produza mais aquele grão que vai ser plantado. É o que se chama agricultura de precisão. E aí? Ainda restam dúvidas sobre a contribuição da tecnologia para o desenvolvimento da economia?

Dinheiro. Quem não gosta? Melhor do que ganhar dinheiro é gastar dinheiro. Será? Poupar também pode ser um grande negócio. É o que mostram os livros escritos por Reinaldo Domingos que, além de escritor, é educador e terapeuta financeiro. Ou seja, é um profissional que ajuda as pessoas a lidar com o dinheiro. Reinaldo Domingos lançou uma coleção intitulada O MENINO DO DINHEIRO, que é composta por três livros que são:

O Menino do Dinheiro – Sonhos de Família O Menino do Dinheiro – Vai à Escola O Menino do Dinheiro – Ação entre Amigos MARISOL

Além dessa coleção, editou, ainda, os livros:

O Menino do Dinheiro O Menino, o Dinheiro e os três cofrinhos Então, não é por falta de livros sobre o assunto que você não vai aprender como lidar com o seu dinheiro. Como fazer seu dinheiro render. E, finalmente, como fazer para realizar seus sonhos. Boa leitura!


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PASSA O TEMPO

R$

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vamos JOGAR COM O câmbio

Câmbio: valor de compra e venda de moeda. As moedas de diferentes Países têm diferentes valores.

Câmbio é....... . O Sr. Antônio precisa fazer as contas para saber qual o valor dos produtos, em cada uma das moedas dos seus clientes. Veja o preço em Reais marcados na etiquetas e calcule o preço final para cada comprador. Aproveite os espaços em branco para fazer as suas contas!

1

= 43 R$

1

= 6 R$

1

= 3 R$

O valor do câmbio que o Sr. Antônio indicou acima foi arredondado para as contas serem mais simples para ele. Os câmbios podem variar diariamente. Por isso deve ser consultado mesmo na altura de fazer as contas.


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as moedas de cada país

É a hora do Quiz

Descubra os nomes das moedas de cada País e encontre no cruzadinha abaixo:

E e P M M K V O O

L u J E O J f L C

I r O R P O r M E

O o A I B F a A M

i e n e C R n C O

i

O K E O I E c E T j

I I Y N U O o U A

a p

f

1.Uma pesquisa, realizada em 2012, indicou que 76% dos jovens brasileiros fazem compras por compulsão. Isso significa que:

C O I M C M I T H

( ) mais da metade dos jovens compram sem pensar se realmente precisam do produto. ( ) menos da metade dos jovens compram, porque realmente precisam do produto. ( ) metade dos jovens deixam de comprar o produto de que necessitam.

o n ê

s

s u

ç

i

e

gráficos de vendas O Sr. Antônio encomendou um gráfico para saber qual é a nacionalidade dos seus principais clientes. De acordo com as informações abaixo marque o gráfico que está correto.

200 100 150

clientes Japoneses por ano

clientes Japoneses

clientes Suiços por ano

clientes Suiços

clientes Franceses por ano

clientes Franceses

400 350

300 250 200 150 100 50 0

150 100 50 0

3. Se alguém ganha uma mesada de 50,00 e quer poupar 10%, todo mês, ela terá de separar: ( ) 5,00 ( ) 25, 00 ( ) 15,00 4. Para pagamentos em caixas eletrônicos usa-se: ( ) papel moeda ( ) moeda ( ) cartão de crédito

300 250 200 400 350

o

2. Entre as maneiras de se poupar dinheiro só não está: ( ) levar merenda de casa ( ) ir ao shopping todo final de semana ( ) usar menos o celular

400 350 300 250 200 150 100 50 0

5. O dinheiro utilizado nas transações comerciais ente os países é: ( ) o euro ( ) o dólar ( ) o real


alert plan a eta

NECESSIDADE OU DESEJO? Nós já nascemos consumistas. Como todos os outros animais, consumimos oxigênio, consumimos alimentos, consumismo energia.Costumamos consumir até a paciência dos outros. Como todos os outros animais, consumimos as reservas naturais que a natureza tem a nos oferecer. Foi essa interação com a natureza que garantiu a sobrevivência da nossa espécie. Como o passar dos tempos, porém, nossa relação com a natureza foi se modificando. E modificou muito. Houve tempos em que só retirávamos da natureza aquilo que nos garantiria a sobrevivência, como os alimentos, a água, o material para a fabricação de utensílios e o que pudesse proteger o corpo das intempéries. O tempo passou e nossas necessidades foram se sofisticando. E sofisticaram tanto que, hoje, costumamos confundir necessidade com desejo. Quantas vezes ouvimos um jovem dizer que precisa de um tênis, quando ele já possui dois ou três? Ou uma garota dizer que não tem uma roupa para ir à festa de aniversário da colega, quando seu guarda-roupa está abarrotado de vestidos, calças e blusas? E falar em celular é estar fora de moda, o momento exige um smartphone. A dona de casa não precisa de um fogão, ela precisa daquele fogão que, além de servir para cozinhar, serve de enfeite para a cozinha. Assim, a necessidade de hoje ganhou um formato diferente, ela deixou de ter um caráter utilitário para servir a outros fins, como, por exemplo, servir de diferenciação grupal. Se o jovem tem aquele tênis, usado

por aquele atleta renomado, naquele comercial assistido por milhares de pessoas, então esse jovem está no grupo de elite. Se a garota está usando o mesmo modelo de vestido, usado por aquela atriz, naquela novela badalada, essa garota está no grupo das poderosas. Na hora de usar o smartphone, nada de ser discreto, é preciso que todos ao redor percebam que o dono está no grupo dos antenados. Não há como negar que o verbo comprar é muito fácil de ser conjugado, não à toa ele pertence ao grupo dos verbos regulares. Eu compro, tu compras, ele compra, nós todos compramos. Muitas vezes, o ato de comprar é mais prazeroso do que o objeto comprado, o simples fato de se ter numa sacola, ali, nas nossas mãos, um objeto tão ardentemente desejado já nos enche de prazer. Assim caminha a sociedade de consumo. E nós caminhamos com ela, não há como fugir. Porém, nessa caminhada, há momentos para o descanso. E esses momentos podem servir a algumas reflexões. Temos, realmente, necessidade de tudo o que compramos? E, se compramos, pensamos antes de descartar? Nossos desejos estão contribuindo para aumentar as desigualdades sociais, o acúmulo de lixo, a degradação do planeta e o nosso endividamento pessoal? Pensar ainda é de graça! Então, pensemos.


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