Equipe J - 2014

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Patrocínio

Incentivo

Nº16 . AII setembro /14 O Equipe J - ANO II é distribuído gratuitamente a todos os alunos dos 7 aos 12 anos das escolas das redes municipal, estadual e particular do município de Vespasiano. A venda do Equipe J - ANO II está restrita aos agentes autorizados. Valor de venda 1 real. Toda a receita da venda do Equipe J - ANO II é revertida para a Escola de Artes “Capitão Carambola”, Vespasiano.

Qualquer tempo e lugar são sempre os melhores. Tudo que você tem a fazer é experimentar as coisas com a mente atenta. Tsai Chih Chung

SEMPRE ATENTO

HORA DO CONTO

passa o tempo

Final Verde

Experiência de vida, vida na arte

Viver é experimentar

A experiência do balão mágico

Experiências científicas. Experiências gastronômicas. O mundo está cheio de experiências esquisitas.

Ele era um estranho. Ao mesmo tempo, era um deles. Afinal, quem era ele?

Para experimentar, é só começar. Comece pelas dicas do Passa o Tempo.

Natureza: a experiência dos sentidos

Págs. 2-3

Págs. 4-5

Págs. 9

Ela está em nós. Nós estamos nela. Mas, será que conseguimos percebê-la em nossa vida? Págs. 12


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SEU VALTÉRIO MARISOL

Se pensarmos bem, vamos chegar à conclusão de que viver é experimentar. Pois tudo tem a primeira vez, não é? E o que é a primeira vez senão a primeira experiência? Do nascimento à morte, vivemos experimentando ou sendo experimentados. Ou seja, vivemos testando e sendo testados. Pois não é a experiência de ter comido jiló, pela primeira vez, que nos leva a falar não gosto de jiló? Ou a afirmar que adoramos chocolate? Para que existem os provadores nas lojas senão para que experimentemos a roupa que queremos comprar? Essas experiências são muito comuns e se repetem pela vida toda. Já outras situações de experimentação não são tão simples assim. É o que acontece com as experiências científicas, as experiências espaciais e outras mais complexas. Outras, ainda, mais perigosas como, por exemplo, a experiência de usar drogas ilícitas. Alguns podem dizer que não dá em nada, que algumas pessoas ficam só na primeira vez. Mas, e as que não conseguem parar na primeira experiência? Será que vale a pena arriscar? O interessante no caso das experiências é que elas vão se acumulando ao longo da vida. Assim, quanto mais a pessoa vive, mais experiências ela acumula. Quem tem mais, pode transmitir mais. Por isso, é tão importante ouvir e aprender com quem tem muita experiência para passar. E experiência é o que não falta ao nosso entrevistado desta edição, o professor Ângelo Machado. E é o verbo EXPERIMENTAR o tema desta edição do Equipe J. Aliás, ler o Equipe J é uma experiência que se repete desde 2013, para os nossos leitores. Nós, da equipe do jornal, esperamos que essa experiência continue por muito tempo. Boa leitura!

Ficha Técnica Concepção do Projeto: Buummdesign.com Direção Editorial: Tânia Colares (colares.tania@gmail.com) Direção de arte e Ilustrações: Frederico Rocha (frocha@buummdesign.com) Paginação: Buummdesign Revisão: Heloisa Ferreira Rosa Venda Direta: Maria Angélica Esteves Distribuição: Cristiano Alves Impressão: Gráfica 101 Tiragem: 13.000 exemplares

Experimentar. Esse é o caminho para se conhecer algo. Algo que pode ser bom ou ruim. Se for bom, ótimo. Se não for, é só descartar. Seu Valtério traz para seus leitores algumas experiências que deram bons resultados.

ATÉ QUE PONTO VALE EXPERIMENTAR? Testar os medicamentos, antes de colocá-los no mercado, é uma prática comum, embora polêmica, porque traz sofrimento para os animais que servem de cobaias. Testá-los em humanos seria uma experiência que contribuiria para identificar os efeitos colaterais no organismo humano, para criação de antídotos e outras ações. Mas, até que ponto vale colocar em risco a vida de pessoas, já que a probabilidade de sair sem vida dessas experiências é alta? Determinadas experiências genéticas podem determinar as características dos bebês. Os pais poderiam escolher entre um filho com aptidão para os esportes ou um filho gênio na Matemática. Ou ainda, um filho com extrema facilidade para a linguagem. Além disso, essas experiências poderiam apontar as probabilidades do bebê em ter determinadas doenças. Mas, até que ponto vale contrariar as leis da natureza para criar bebês geneticamente modificados? Adolescência é a fase da curiosidade, do querer conhecer, do querer experimentar. E experimentar é algo muito bom. Experimentar novos lugares, novas amizades, novas músicas. Experimentar fumar qualquer droga também é uma experiência que o adolescente acha uma grande sacada. Principalmente, porque a decisão de fumar ou não é só dele. Isso significa que o futuro dele ou dela está irremediavelmente perdido? Ninguém poderá dizer. Por quê? Porque para alguns a experiência é tão ruim que eles nem continuam. Outros, porém, passam da experiência para o hábito e do hábito para o vício. Vale a pena experimentar sem saber em qual desses grupos você vai parar?


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EXPERIÊNCIA DE VIDA, VIDA NA ARTE Frida Kahlo foi umas das maiores pintoras do México. Suas obras são o reflexo das suas experiências de vida. Ainda criança, Frida Kahlo teve poliomielite e ficou com uma das pernas paralisada. Antes dos 20 anos, sofreu um grave acidente que a deixou de cama por muitos anos, sem sequer mexer o corpo. Nos seus autorretratos, Frida retratou um corpo ao mesmo tempo forte e frágil. Por outro lado, retratou uma mulher alegre e triste, como ela era na realidade.

Você experimentaria?

MORCEGO À CAÇAROLA Sim, a carne de morcego é apreciada na China, no Vietnã e no Sudeste da Ásia. Mas, só o morcego que se alimenta de frutas. Ele é escolhido exatamente porque sua dieta é saudável, e sua carne possui pouca gordura. Quem o aprecia diz que a carne do morcego se parece com a do frango.

ESCORPIÃO FRITO

FORMIGA NA FAROFA

Em Singapura, um país do sudeste da Ásia, o escorpião não se esconde. Pelo contrário, ele se mostra à mesa cozido e bem frito. No cozimento, acontece uma reação química que neutraliza o veneno do escorpião. Depois, ele é frito e comido inteiro, com garras e até a cauda.

Opa, no Brasil também tem gente de gosto meio esquisito. Como o povo de certas regiões do Sudeste – nossa região – que come uma boa farofa de formiga saúva. Dizem que ela é rica em proteína e fósforo e tem baixo teor de gordura. Podese também comer saúva torrada.

morar num barco Amsterdam, capital da Holanda, é cortada por canais. E esses canais são como ruas líquidas, por onde as pessoas transitam para passear ou trabalhar. Claro, nos barcos. Inúmeros barcos ficam atracados nos canais e de lá não saem - a não ser para a manutenção. São casas como uma casa qualquer. São ligadas às redes de água, de eletricidade e de gás. Ah! E de esgoto, porque ninguém faz as necessidades nas águas do canal.

quem é o autor da frase? Tsai Chih chung é um famoso cartunista chinês, conhecido, principalmente, pelos seus trabalhos gráficos sobre filosofia e história chinesas. Usando ilustrações e uma linguagem simples, Tsai Chin Chung contribuiu para popularizar as ideias de vários filósofos chineses. Porém, no início de sua carreira, como todo bom cartunista, Tsai Chin Chuan fez sátira política e também usou o humor. Seus livros foram muito bem recebidos pelo público na China e foram traduzidos para várias línguas, inclusive o inglês. Atualmente, Tai Chin Chuan mora entre Taiwan, na China, e Vancouver, no Canadá.


VIVER É EXPERIMENTAR Quando ele apareceu na cidade, os moradores estranharam. Era como se ele fosse um deles e, ao mesmo tempo, um desconhecido. Falava igual, comia as mesmas comidas, até as roupas eram parecidas com o jeito de se vestir dos moradores. Ele chegou e se misturou. O estranho, que não era estranho, foi ficando e angariando a simpatia do povo, foi fazendo amigos, foi ficando íntimo. Demorou um tempo para que as primeiras pessoas dessem por falta dele. Num sábado, ele não apareceu no bar. No domingo, ninguém o viu em lugar nenhum. Na segunda, ele não estava na varanda dando bom dia a quem passasse. Na terça, alguém disse que o tinha visto. Onde? Na estrada. Mas ele não estava parecido com os moradores da cidade, não, estava parecido com ele mesmo, um estranho. Como quem dera a informação era o bêbado mais bêbado da cidade, ninguém deu atenção. E o mistério continuou mistério. Mas, a vida também precisava continuar. E a vida continuou sem o estranho que não era estranho. Foi quando a estrada deu lugar a um gracioso vilarejo, cercado por montes muito verdes, que ele deixou de ser estranho. Passou pelas primeiras casas, onde a fumaça das chaminés indicava que, ali, o tempo tinha parado no tempo. No tempo dos fogões a lenha. As primeiras pessoas que o viram passar, estranharam. Era um estranho, mas com todo o jeito de um dos moradores


do vilarejo. Que, por sinal, tinha uma história de muitos e muitos anos. História essa que o novo morador sabia de cor. Inclusive ele a contava na mesma língua e com o mesmo jeito de contar dos moradores. Na sua casa, o fogão de lenha cozinhava as mesmas comidas. Foi assim até o dia em que alguém notou a falta de fumaça na chaminé do novo morador. O que teria acontecido com ele? Até hoje ninguém do vilarejo sabe. Já era quase noite quando ele viu as primeiras luzes da vila. Deixou a estrada e entrou na rua. A rua foi dar numa praça onde uma banda tocava uma retreta. As pessoas dançavam, cantavam, conversavam, namoravam. Alguém deu um oi e ele respondeu. Conversaram por algum tempo, depois se despediram. Ele se misturou com o povo, experimentou as comidas vendidas nas barraquinhas, depois foi para casa. Os vizinhos adoraram o novo morador e ele adorou os novos vizinhos. E foi com tristeza que os vizinhos notaram que o novo amigo tinha partido. E sem nem dizer adeus. Assim foi em muitos e muitos lugares. Cidades maiores e menores. Vilas e vilarejos. Uns mais distantes, outros menos distantes. O estranho que não era estranho aparecia e desaparecia. Em cada lugar, as pessoas contavam a experiência que tiveram com o novo morador. As histórias foram passando de boca em boca. Assim, como passam as histórias que viram lendas. Ou mitos. Experiências que ninguém sabe dizer ao certo se são verdadeiras ou apenas casos do imaginário popular. E foi também assim que ele, depois de passar por muitos e muitos lugares, uns mais distantes, outros menos distantes, algumas cidades maiores, outras menores, algumas vilas e alguns vilarejos, resolveu que era hora de contar as suas experiências. Resolveu contá-las em um livro. Escreveu primeiro na sua língua natal. Depois, o livro foi traduzido em várias línguas, inclusive na língua dos lugares por onde ele passou. Quem é ele? Até hoje ninguém sabe dizer ao certo. O livro é assinado por um pseudônimo, isto é, um nome falso. O certo é que todos que leram o livro não só se encantaram com as experiências contadas nele, mas também com as curiosidades, a diversidade dos hábitos e costumes dos vários povos do mundo. E como ele fazia para ser tão parecido com os moradores de cada lugar? Também isso ninguém explica direito. A resposta que mais parece verdadeira é que ele era – ou é – um mago, capaz de se transformar no que ele queria. Eu também não saberia dizer. Segundo ele explicou no livro, ele se transformava num dos moradores, porque ele acreditava – ou acredita – que só vivendo como um morador do lugar, ele poderia viver as mesmas experiências que eles. O certo mesmo é que as pessoas que leram o livro ficaram convencidas de que não basta só ouvir, ver e falar. Para se conhecer algo, só mesmo experimentando viver esse algo.


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Dicionário

e EXPERIMENTAR

A palavra desta edição é EXPERIMENTAR. Em Latim, EXPERIRI, que quer dizer TESTAR. Ou seja, experimentar é testar alguém ou alguma coisa. Ou a si mesmo. Quando somos crianças e recebemos um não dos nossos pais, estamos sendo testados na nossa capacidade de lidar com a frustração que o não pode nos causar. Se hesitamos em fazer algo que não é recomendável, é porque estamos nos testando, queremos, mas sabemos que não podemos.

A vida é feita de experiências. Elas batem à nossa porta a toda hora. Depende de nós aceitarmos ou não. Precisamos estar atentos, porque, como dizem os mais sábios, as oportunidades não batem duas vezes na mesma porta. Antes de aceitar, porém, é preciso ter certeza de que podemos experimentar e deixar de lado, se não gostarmos. Porque a liberdade de escolha é uma das melhores experiências da vida. Por falar nisso, EXPERIÊNCIA é o substantivo correspondente ao verbo EXPERIMENTAR.

E experiência é o que as pessoas vão adquirindo ao longo da vida. Quanto mais velha a pessoa é, mais ela viveu situações de testes. Aprendeu o que é bom, o que é ruim, o que vale a pena, o que não dá nem para experimentar. Aprendeu a ter mais controle sobre si mesma e sobre as situações. Por isso, elas têm uma maneira diferente de encarar a vida. As pessoas mais velhas são mais sábias, exatamente porque já foram muito testadas pela vida.

Quem já passou por muitos testes tem muito a ensinar. Quem está começando a ser testado agora tem muito a aprender. A soma da experiência com a vontade de aprender só pode resultar num teste positivo. Tanto para quem ensina, quanto para quem aprende. A experiência ensina que as experiências nunca acabam. A não ser quando a vida acaba.


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NÚMEROS Esta edição traz uma surpresa. Pela primeira vez, o Equipe J traz uma página escrita com a cooperação dos leitores. Os alunos da professora Ana Lúcia, do Colégio Elo, responderam a uma pesquisa e as respostas foram transformadas em gráficos. Saber ler um gráfico é algo importantíssimo no mundo de hoje. Vamos experimentar interpretar os gráficos?

26 alunos responderam à pesquisa. Confiram o resultado. GRUPO 1: se você tivesse de escolher um lugar para visitar, qual destes você acha que seria uma grande experiência?

GRUPO 2: se você fosse um cientista, de qual experiência gostaria de participar?

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A B

A

C

D

B

- da descoberta da vacina contra a AIDS - da criação de um computador que fala - da fabricação da arma da invisibilidade – que torna as pessoas invisíveis - da descoberta de um alimento que acabaria com a fome no mundo

0 A

B

C

D C

A B C

D

- uma viagem ao espaço, para conhecer a Lua - uma viagem à Antártida, para conhecer as colônias de focas e de pinguins - um mergulho ao fundo do mar, para conhecer os animais marinhos - uma viagem à Disney World, para conhecer os personagens do Walt Disney

D

0

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GRUPO 3: qual destas situações representaria a mais horrível experiência para você? - ver um fantasma - ficar perdido numa grande floresta

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- enfrentar bandidos armados

1

- perder-se numa caverna

OBRIGAD TURMA O !!!


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Susaninha na conversa com

ângelo machado

SUSANINHA

Como dizer a profissão do entrevistado desta edição? Vou ter que enumerá-las. Ele é médico, zoólogo, entomólogo, escritor, teatrólogo. Professor emérito da UFMG. Membro da Academia Mineira de Letras. Como se não bastassem todas essas experiências, o professor Ângelo Machado ainda é um humorista nato. Trago para vocês algumas pinceladas dessas quase duas horas de conversa com essa figura incrível. Susaninha: O senhor se formou em Medicina, mas não exerceu a profissão. Preferiu escolher o laboratório de Anatomia e virou anatomista. Por que isso? Professor Ângelo: Porque eu gostava mesmo é de laboratório. Se fosse hoje, eu teria feito Biologia, em vez de Medicina. Mas, naquela época, o curso de medicina era o que dava mais experiência em laboratório. Como anatomista, eu pesquisei o cérebro humano, como ele funciona, dei aulas e escrevi livros sobre o assunto. Susaninha: Professor, o senhor tem uma coleção de mais de 20.000 libélulas. Como isso começou”? Professor Ângelo: Eu sempre gostei de insetos. Desde criança. Aos 16 anos, eu tinha 5 libélulas. Perguntei à minha tia se ela sabia o nome delas e ela me recomendou levar ao professor Nilton Santos. Em vez de me dar os nomes, ele me disse que eu é que tinha de descobrir. Pesquisei, descobri e, no final daquele ano, eu já estava estudando as libélulas. Está aí o valor de incentivar como se faz e não de dar as coisas prontas. Susaninha: O que é importante para ser um cientista? Professor Ângelo: Ser curioso e observador. A curiosidade é a mola principal do cientista. Funciona assim: o cientista observa um fato, pensa, levanta uma hipótese. Depois, ele faz experiência para saber se a hipótese dele é verdadeira ou falsa. Por exemplo, todo mundo conhece aquele bichinho chamado tatuzinho. O cientista observa os tatuzinhos e pensa: o tatuzinho gosta de viver em lugares úmidos. Aí, ele vai tentar provar que isso é verdade. Pega papéis – desses que absorvem água – espalha pelos lugares onde há tatuzinhos. Papéis secos e papéis úmidos. No final da experiência, ele vai ver que os tatuzinhos se concentraram nos papéis úmidos. Ou seja, o cientista provou a sua hipótese através da experimentação. E é assim com as pesquisas.

Susaninha: Muito bacana. Mas, e a carreira de escritor, como começou? A família não estranhou? Professor Ângelo: Um dia, resolvi fazer um novo concurso. Passei e fui ensinar sobre insetos. Ou seja, os insetos deixaram de ser um hobby para ser uma profissão. Aí, inventei um novo hobby: escrever livros infanto-juvenis. Quanto à família, o estranho era ter um cientista entre os parentes, já que pertenço a uma família de escritores, como meu tio Aníbal Machado e Lúcia Machado de Almeida. Maria Clara Machado, minha tia, foi uma das precursoras do teatro infantil. Eu já escrevi 37 livros. Entre eles, algumas peças de teatro. Susaninha: Dessas experiências todas, qual é a mais gratificante para o senhor? Professor Ângelo: É a de zoólogo. O que eu faço chama-se taxonomia. Eu pego uma libélula, vejo se ela já foi descrita ou não. Se não foi, eu a descrevo e dou nome a ela. O problema é que muitas espécies estão desaparecendo antes de serem estudadas. Susaninha: O senhor vê alguma semelhança entre as crianças e os cientistas? Professor Ângelo: As crianças, como os cientistas, são muito curiosas. O cientista conhece o mundo, mas a criança, não, ela quer conhecê-lo. Por isso ela faz tantas perguntas. O problema é que os adultos costumam inibir a curiosidade infantil. Às vezes os pais dizem: que menino chato, só vive perguntando. Mas, para conhecer, é preciso perguntar. Quem dera poder colocar mais da nossa conversa no jornal. Mas o espaço não dá. Mas, dá para um muito obrigado cheio de admiração.


COMPUTADORES COGNITIVOS: CÉREBRO ELETRÔNICO PENSANTE? As experiências na área da informática e tecnologia não param! A cada dia aparecem experiências novas e com resultados surpreendentes. Conheça esta! A IBM criou um chip inspirado no cérebro humano. É o TrueNorth, um computador cognitivo. O que isso quer dizer? Quer dizer uma máquina que é capaz de imitar a habilidade humana para compreender, agir e ter noção de dados complexos. Assim como o nosso cérebro faz. O primeiro chip mais próximo do cérebro humano tinha 256 neurônios e apenas um núcleo. Esse segundo chip possui um milhão de neurônios e 4.096 núcleos. Um salto e tanto! O TrueNorth é capaz de fazer uma grande rede de “neurônios e sinapses”

semelhantes às que o cérebro humano utiliza para usar as informações obtidas através dos sentidos. As melhorias que podem surgir dessa criação são inúmeras, por exemplo, a fabricação de óculos especiais que podem levar os cegos a enxergarem. Como o cérebro humano tem, aproximadamente, 86 bilhões de neurônios, ainda faltam muitos neurônios para o TrueNorth competir com ele. Mas, que o caminho está ficando mais curto, isso está. Obs: neurônios são as células nervosas responsáveis por transmitir os sinais através do corpo.

Vidas diferentes, diferentes experiências. E são as experiências que vão determinar a visão das pessoas sobre as outras pessoas e as coisas. É o que chamamos visão de mundo. MARISOL

UMA MESA É SÓ UMA MESA. SERÁ?

LEONARDO DA VINCI E SEU SUPERCÉREBRO

Autora: Isabel Minhós Martins Ilustradora: Madalena Matoso Editora: Tordsilhinhas

Autor: Michael Cox Ilustrador: Clive Goddard Editora: Cia. das Letras

A partir de uma simples mesa, Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso expõem a visão de várias pessoas sobre o mesmo objeto. É a experiência individual de cada um.

Leonardo da Vinci é um “morto de fama”. Isso mesmo, o livro Leonardo da Vinci e seu supercérebro faz parte de uma coleção muito bacana chamada Mortos de fama. Ela traz a história de várias pessoas famosas, que já morreram, mas foram imortalizadas pelo seu talento e suas experiências de vida.


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PASSA O TEMPO BALÃO MÁGICO Quer descobrir como produzir um gás para encher balões? Aqui temos uma bela experiência para isso! Quando o ácido do vinagre reage com o bicabornato de sódio, forma-se um gás, o dióxido de carbono. É com este gás que você vai encher um balão. 1

MATERIAL

Meça 100ml de vinagre e coloca-o na garrafa.

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Coloque 3 colheres de café (aproximadamente 5,5g) de bicarbonato de sódio dentro do balão..

Prenda o balão ao gargalo da garrafa.

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Faça com que o bicarbonato de sódio que está dentro do balão caia para dentro da garrafa. Observe sem agitar a garrafa.

- 1 garrafa de plástico de 1/2L - 1 garrafa de plástico de 1L - 1 colher de café - 1 copo de medidas - 2 balões

REAGENTES - Vinagre - Bicarbonato de sódio

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o que acontece? O balão enche sozinho!!! POR QUÊ? O ácido do vinagere, chamado ácido acético, reage com o bicarbonato de sódio, formando um gás chamado dióxido de carbono (CO2). O gás fica preso dentro da garrafa e enche o balão.


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Desenhos inesperados Você já pensou numa experiência onde o resultado pode ser uma obra de arte? Um desenho feito sem usar canetas ou lápis? Vamos lá? Se a experiência lhe parecer muito complicada, peça ajuda a um adulto.

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MATERIAL - 4 copos - 1 bacia

Parta um pau de giz em pedaços para dentro do almofariz e esmague até ficar em pó.

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Mexa com uma colher.

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- Folhas brancas - 1 almofariz

Jogue o pó no copo

Lave o almofariz e repita os passos de 1 a 4 fazendo o mesmo com os gizes das outras cores. Não se esqueça que tem de ter um copo limpo para cada cor.

reagentes - Paus de giz - Óleo de cozinha - Água

- 4 colheres de café - 1 copo de medidas

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Meça 10ml de óleo de cozinha

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Jogue o óleo no copo onde você tinha colocado o pó de giz

Encha a bacia de água e jogue lá dentro um pouco da mistura de cada cor. Quando jogar tente espalhar a mistura sobre a água. Não jogue tudo no mesmo lugar.

o que acontece? Alguns pós de giz dissolveram no óleo deixando-o colorido. Uma parte dessa mistura ficou flutuando na água. Quando colocamos a folha de papel o óleo colorido originou desenhos no papel.

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Coloque, sem carregar, uma folha de papel sobre a água da bacia.Retire a folha com cuidado e vire-a rapidamente. Deixe secar no mínimo 24horas.

POR QUÊ? Quando você mistura o giz com o óleo, a mistura faz com que uma parte do pó de giz se dissolva e, por isso, o óleo fica um pouco colorido. Como o óleo é menos denso que a água, ele fica por cima. Ao se colocar o papel sobre a água, o óleo colorido “agarra-se” ao papel, espalhando-se e formando, assim, desenhos coloridos.


Natureza: a experiência dos sentidos

Mas não é dessa reação que eu estou falando. Falo daquela reação positiva, aquela que nos leva a perceber as coisas boas da vida. Por exemplo, você vai para a escola todos os dias. De carro ou a pé, não importa, importa que você percorre o mesmo caminho de segunda a sábado. No outono, no inverno, na primavera e no verão. Cada uma dessas estações tem suas características próprias. No outono, as folhas caem. No inverno, chove. A primavera é a estação do pólen. Já o verão é sol e sol é sinal de gente. Você já reparou no ruído que as folhas fazem quando caem? Já sentiu a sensação de uma folha seca sob os pés? Reparou que as folhas mudam de cor no outono? E o barulho da chuva batendo no telhado sobre o nosso quarto. Reparou que ele nos embala? Que a terra molhada desprende um cheiro que é só dela? Quando as flores substituem as folhas das árvores, é hora do zumbido das abelhas e do bater das asas dos beija-flores. Afinal, é o tempo da comida farta para eles. E para nós, humanos, o verão é tempo de sol. E tempo de sol é tempo de gente nas ruas, nos clubes, nas baladas, nas festas. Tudo isso são ações da natureza. E acontece todos

Ver, ouvir, cheirar, sentir.Os sentidos nos fazem reagir à vida. E reagir é o movimento que fazemos depois de uma ação. Assim: um colega faz uma ação para nos provocar; a nossa resposta é uma reação. Daí para a briga é um passinho só.

os anos, dia após dia. E qual é a nossa reação? De admiração? De espanto? De agradecimento? Ou simplesmente nem reparamos nelas e, assim, não reagimos a elas? Fala-se tanto em natureza. E repara-se tão pouco nela. Fazem-se campanhas para preservá-la, leis para punir quem a agride, criam-se sites, cartazes de alerta, grupos e ONGs se mobilizam em torno dela. E, claro, tudo isso é válido e necessário. Afinal, nossa saúde depende de uma natureza saudável. Mas, o que é saúde senão sentir o pulsar da vida? E onde encontramos esse pulsar senão na natureza? Ver a beleza das cores e das flores. Ouvir os barulhos dos fenômenos naturais. E, quando se fala em naturais, não estão aí incluídos os barulhos do videogame, da televisão, do computador. Sentir a boca salivar quando uma onda de temperos cheirosos passa pelas nossas narinas. Isso é reação. Uma reação à vida. Então, aqui fica a dica: observe a natureza à sua volta. Repare no que ela prepara para oferecer a você todos os dias. Veja, ouça, aspire. E sinta o pulsar da vida na natureza.


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