Ecce Homo Na escuridão me acendi em ponto único e fugaz, De brilho breve e singular.
Iluminada pela racionalidade natural Inocente ainda, dúctil, curiosa, Luzia a minha identidade. Ao nascer porém do forte Sol, Para minha surpresa e susto O meu acréscimo de luz tornou-se invisível, E percebi então que fora de mim Apenas habita o Motor Imóvel Num momento original, sem passado nem futuro, E que o mundo inteiro é, afinal, apenas eu. Foi assim que, aconselhado pela hermética ciência, Escudado nos seus profundos mitos, Fui levado a abandonar a minha identidade Para deixar de ser eu próprio E me tornar, assim, Universal.
| PENSAR
Eis que se manifestava entre o Zero e o Um A realidade de uma nova consciência: Imprecisa, ôntica, orgânica, Aberta à substância secreta das coisas.
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