Grandes exposições universais

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ARQUITETURA DO FERRO E AS GRANDES EXPOSIÇÕES (UNIVERSAIS OU OITOCENTISTA

)

Professora

Anne Camila Cesar Silva


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Primeiro momento (primeira metade do século XIX): produção e exportação de manufaturados (ferro para armas). O ferro passou a ser utilizado mais intensamente na arquitetura, mas, com raríssimas exceções, somente como material que se prestava à execução de peças de ligação como cravos, dobradiças (...). Restrições de natureza estética do que funcional, a não ser no caso de grandes janelas, portas, jardins, etc. (SILVA, 1987, p. 24).

ARQUITETURA DO FERRO E AS GRANDES EXPOSIÇÕES

Professora: Anne Camila Cesar Silva


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL * Ferro no primeiro momento

ARQUITETURA DO FERRO E AS GRANDES EXPOSIÇÕES

Professora: Anne Camila Cesar Silva


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL * Ferro no primeiro momento

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Professora: Anne Camila Cesar Silva


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Segundo momento (segunda metade do século XIX): desenvolvimento da indústria do ferro > produção e exportação do “ferro e aço”, da máquina. •

Ferro passou a ser utilizado na construção de ferrovias, locomotivas e edifícios, navios, maquinaria, sistema de instalação sanitárias e de gás.

Ferro passa a ser sinônimo de “modernidade” e principal arma para o desenvolvimento para as regiões subdesenvolvidas.

Consequente enriquecimento da Grã-Bretanha, um dos principais fornecedores de ferro – produção em larga escala.

Ao final do século XIX, britânicos começam a saturar-se no mercado e ceder lugar para americanos e alemães.

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL * Ferro no segundo momento

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL * Ferro no segundo momento

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Segundo momento (segunda metade do século XIX): * Produção em larga escala. * Europa em profundas mudanças sociais e urbanísticas * Separação de atividades entre arquitetos e engenheiros (Escola de Belas Artes e Escolas Politécnicas). * Arquitetura da técnica e não da estética (versatilidade de estilos)

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EM FERRO Ferrovias: Transporte: escoamento rápido da produção; Resistência; Montagem rápida. Arquitetura: Versatilidade do material; Maleabilidade – diversificação de construção; Montagem (e desmontagem) rápida e grandiosidade do espaço interno (transparência). Resistência x provisoriedade

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ARQUITETOS X ENGENHEIROS -

As construções utilizavam novos materiais com velhas formas estéticas;

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Polêmicas a favor e contra o uso aparente do ferro;

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Os engenheiros e arquitetos ousaram desafiar o gosto imperante adotando o ferro nas construções;

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Os engenheiros não se viram afetados até Gustave Eiffel construir, com sua torre, um monumento;

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1886 - L.A. Boileau escreveu “A arquitetura do ferro”: defendia que o uso do ferro era o único meio para reinventar a arquitetura e que, portanto, era considerado o material dos arquitetos.

“As autênticas leis da força estão sempre em conformidade com as leis secretas da harmonia” Gustave Eiffel.

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Professora: Anne Camila Cesar Silva


ARQUITETOS X ENGENHEIROS “A arquitetura não é redutível a um fato técnico. A beleza deriva da coerência com que o arquiteto atinge seu escopo, e a verdadeira decoração resulta da disposição mais conveniente e mais econômica dos elementos estruturais.”

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“O que será então a arquitetura ensinada pela Escola Politécnica, uma vez que a parte técnica foi absorvida pela ciência e a conformação dos elementos é apenas um dado de conveniência externa?”

Professora: Anne Camila Cesar Silva


NA ARQUITETURA -

Novos modos de utilização do ferro, vidro e cimento

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aumento da produção e exploração

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facilidade de transporte

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qualidade estrutural *vãos maiores

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progresso no cálculo estrutural

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economia de tempo e custo

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Formação de escolas especializadas

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DIFUSÃO DO FERRO E AÇO - Estados Unidos da América (EUA) e Alemanha – produção de aço. - Desenvolvimento da produção de ferro e aço por toda Europa.

- Barateamento da produção de material; - Resistência maior aos esforços de compressão – acelerou seu emprego na construção de edifícios;

- Substituição de estruturas em madeira por ferro fundido – resistência à incêndio; - Escola de Chicago – desenvolvimento da estrutura em aço – déc. 1880; - Aproximação dos civis – as construções em ferro alcançam as moradias, igrejas... Onde se poderia utilizar alvenaria, ou mesmo chapas metálicas, para vedação e estrutura em ferro.

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Casa em chapas onduladas, préfabricada. Bélgica (SILVA, 1987, p. 61).

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Igreja pré-fabricada, em chapas estampadas, na Bélgica (SILVA, 1987, p. 66).

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Casas pré-fabricadas com chapas onduladas, em Liverpool (SILVA, 1987, p. 64).

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WILLIAN LE BARON JENNEY, edifício em Chicago, EUA. O primeiro arranha-céu efetivamente construído com base nos princípios modernos de construção. Dez pavimentos, sistema contra incêndio, transparência (GIEDION, 2004, p. 233).

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NA ARQUITETURA - Quando o material empregado na arquitetura era o ferro fundido, era possível reproduzir, infinitamente, um mesmo modelo, com igual perfeição.

- Era possível reproduzir qualquer estilo, com leveza e elegância. - O ferro fundido prestava-se muito bem aos propósitos ornamentais. - Exportação de residências – perda de vínculo com o solo, terra de origem.

- Provisoriedade – pavilhão de exposição internacional – que poderiam ter o encerramento e permanecer com suas construções.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL - Para mostrar toda essa reorganização social e econômica foram criadas as Exposições Universais, que foram verdadeiras vitrines do mundo moderno e do ascendente ideal burguês, e dessa nova etapa industrial do século XIX. - As Exposições Universais, ou Feiras Mundiais, foram auto representações populares da elite industrial, ricas em ideias e plenas em criatividade, uma demonstração da transformação nas relações comerciais do mercado mundial, do progresso visível e do inicio de um processo de auge econômico dos países industrializados tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. - O objetivo dessas exposições era mostrar a força e a consolidação do sistema fabril ao grande público e às outras nações.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL O ensino passou a ser institucionalizado e vulgarizado (no sentido de ampliação do acesso) para que os filhos da pequena burguesia (comerciantes, profissionais liberais) pudessem progredir e ter profissões que antes eram ofícios passados de um mestre para um aprendiz. A profissão de engenheiro na Inglaterra, por exemplo, só foi legalmente criada em 1898.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Londres, 1851 A primeira grande exposição ocorreu em Londres em 1851. Teve como símbolo o Crystal Palace ou Palácio de Cristal, com 563m de comprimento, 124 de largura e 33 de altura, cujo projeto era de um antigo jardineiro, John Paxton. Era de ferro e vidro, a transparência valorizada, podia ser desmontado e aplicado a outros fins, da maneira mais econômica e racional possível. A Inglaterra se julgava destinada a cumprir sua missão de líder mundial; por ser a primeira fazer a Revolução Industrial tinha também que ser a primeira a ter uma exposição universal.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Londres, 1851 – Palácio de Cristal

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Londres, 1851 – Palácio de Cristal

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Londres, 1851 – Palácio de Cristal

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Londres, 1851 – Palácio de Cristal

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Londres, 1851 – Palácio de Cristal

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Filadélfia, 1876 -

Em comemoração aos 100 anos da Declaração de Independência Americana.

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A primeira Exposição Universal sediada nos Estados Unidos, no Estado da Pensilvânia

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Mais de 200 prédios foram construídos para a exposição que recebeu 9 milhões de pessoas.

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Foram mostrados pela primeira vez o telefone de Alexander Graham Bell e a máquina de escrever Remington.

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Máquina a Vapor foi a obra mais celebrada (presença do Imperador do Brasil – Dom Pedro II, e do Presidente Americano Ullysses Grant).

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Filadélfia, 1876

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Paris, 1878 -

Essa exposição teve como símbolo a Estátua da Liberdade de Frédéric Auguste Barthold que tinha como objetivo expressar o pensamento de amizade duradoura entre os povos. A cabeça é um lugar panorâmico construído para receber visitas.

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Foi oferecida aos Estados Unidos em 1886, em homenagem à Constituição Americana.

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As datas e lugares das feiras não eram escolhidas ao acaso, tinham um fim político.

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Em 1878 procurou-se mostrar o ressurgimento da França depois da Comuna de Paris e da derrota na guerra franco-prussiana no início da década.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Paris, 1878

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O trabalho começou em 1875 e exigiu dez anos. A “casca” foi feita com 80 toneladas de cobre norueguês que, moldado manualmente, resultou nas formas da estátua. O processo se assemelhou a um quebra-cabeça de muitas peças, montado sobre uma estrutura de ferro fundido projetada por Alexandre Gustave Eiffel (sim, o da torre). Em 1885, construída na França, com 46,50 metros e pesando quase 225 toneladas, a estátua precisou ser desmontada e acondicionada em 214 caixas antes de ser embarcada para Nova York, onde permanece desde 1886 sobre um pedestal de alvenaria erguido pelos americanos na ilha Liberty.

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O esqueleto da Lady Liberty é de ferro fundido: uma estrutura erguida em torno de dois pilares centrais, que sustentam as barras diagonais para fixar as placas de cobre. As placas de cobre que formam a camada externa foram unidas com rebites. No miolo, há uma escada com 354 degraus (o elevador interno só vai até a plataforma, logo abaixo dos pés da estátua).

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O pedestal foi construído pelos americanos entre 1884 e 1885. Seus pilares foram erguidos em torno das paredes de um antigo forte, que recebeu como enchimento um imenso volume de concreto.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Paris, 1889 -

Em comemoração aos 100 anos da Revolução Francesa, essa edição teve como símbolo a Torre Eiffel de Gustave Eiffel que servia de entrada para a exposição.

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300m de altura, toda de ferro, apontava para os céus de Paris demostrando racionalidade, modernidade e o progresso técnico além de transparência e penetração. Foi por muito tempo a obra arquitetônica mais alta do mundo.

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Assim como os outros monumentos, a torre não foi feita para durar.

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Essa exposição seria lembrada por suas grandiosas construções, como a própria Torre Eiffel e a “Galeria das Máquinas”, que era o maior espaço interno já construído até então.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL Paris, 1889

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL A obra de 10 mil toneladas e 274 metros de altura foi concluída em 2 anos.

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Paris, 1889

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Na primeira etapa da construção, iniciada em 1887, foi feita uma fundação de concreto, instalada num gigantesco buraco aberto alguns metros abaixo do nível do solo, sobre uma camada compactada de cascalho.

Com a ajuda de andaimes de madeira, entre 150 e 300 operários, orientados por engenheiros veteranos, começaram a montar a estrutura de ferro fundido, peça por peça. Outra centena de metalúrgicostrabalhava numa fábrica forjando as 18 mil peças que iriam compor a torre.

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EXPOSIÇÃO UNIVERSAL

Paris, 1889

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Referências: SILVA, Geraldo Gomes da. Arquitetura do Ferro no Brasil. 2ª Ed. – São Paulo: Novel, 1987. GIEDION, Sigfried. Espaço, tempo e arquitetura: o desenvolvimento de uma nova tradição. Coleção a – São Paulo: Martins Fontes, 2004. BENÉVOLO, Leonardo. História da cidade. 4ª Ed. – São Paulo: Perspectiva, 2005. BENÉVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. 4ª Ed. – São Paulo: Perspectiva, 2006. KOCH, Wilfried. Dicionário dos estilos arquitetônicos. São Paulo: Martins Fontes, 1994. MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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