Capital da Notícia - Mobilidade Urbana #1

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Setembro de 2012

Mobilidade urbana

UniBrasil

Empresários fazem da bicicleta um negócio promissor

pág. 3

Ciclistas não têm hábito de usar equipamentos de segurança

pág. 6

Propostas para mobilidade urbana em Curitiba são vagas Especialistas analisam discursos dos candidatos à prefeitura sobre o tema - pág. 4 e 5 Curitibanos economizam ao optar por transporte alternativo

pág. 7

Bicicletários da cidade serão ativados em novembro

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Condutores desconhecem legislação sobre ciclomotores

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OPINIÃO

Capital da Notícia

Ombudsman

Se os gestores não se importam com a mobilidade urbana, quem se importará?

D

esde “trezentos quilômetros de novas ciclovias” até “ciclovias mais modernas na Av. Visconde de Guarapuava”, o que se percebe são propostas vagas e ineficazes por parte dos candidatos à prefeitura de Curitiba, nas eleições de 2012. Em reportagem especial, o jornal Capital da Notícia revela que, definitivamente, a mobilidade urbana não é prioridade em nenhum dos planos de gestão. A ausência de planejamentos mais definidos e relevantes deflagra, na verdade, um sério comprometimento da ideia que ainda se faz do uso de bicicletas em Curitiba. Os discursos quase desinteressados mostram que não há grande intenção em mudar efetivamente a infraestrutura e a segurança da malha cicloviária curitibana. Ou, pelo menos, não existe a menor ideia de como fazê-lo. Numa cidade onde o número de carros aumentou quase 50% nos últimos 10 anos, segundo dados

do Detran-PR, é inconcebível o reduzido número de campanhas de conscientização sobre o uso da bicicleta como modal de transporte. Ou uma ciclofaixa que só possa ser utilizada aos domingos, num determinado período do dia. A cultura da bicicleta como puro instrumento de lazer ainda vigora nos hábitos do cidadão curitibano. Porém, o bom funcionamento do trânsito depende da ampliação dessa visão. E a ampliação dessa visão depende diretamente de como o conceito dos transportes alternativos é transmitido pelo gestor urbano. Nós, do Capital da Notícia, esperamos fornecer informações relevantes para você, leitor, que reconhece a necessidade da transformação do trânsito em Curitiba, e esperamos que o próximo prefeito faça o que todos que já passaram deveriam ter feito, mas ninguém teve coragem.

EXPEDIENTE Faculdades Integradas do Brasil - UniBrasil Presidente: Clémerson Merlin Cléve Diretor Geral: Sérgio Ferraz de Lima Diretor Acadêmico: Jairo Marçal Coordenação do Curso de Jornalismo: Maura Oliveira Martins O Jornal Capital da Notícia é um produto laboratorial do curso de Jornalismo da UniBrasil. Faz parte da disciplina Redação Jornalística IV, do quarto período. Repórteres: Amanda Toledo, Anne Louyse Araújo, Emily Kravetz, Jaqueline Lopes, Liriane Kampf, Lucyo Alves, Marcio Taniguti, Noele Dornelles. Editora chefe: Liriane Kampf Edição de imagens: Amanda Toledo Diagramador: Vrande de Santana Pereira Ilustrador: Rafael Camargo Professora responsável: Maura Oliveira Martins Endereço eletrônico: jornal.unibrasil.com.br E-mail: jornalismo@unibrasil.com.br Telefone: 3361-4259

Marcio Taniguti O jornal Capital da Noticia trata, nesta edição, da mobilidade urbana em Curitiba. As principais matérias trazem aspectos do uso da bicicleta como meio de transporte alternativo e, também, como um nicho do mercado sustentável. A matéria “Sustentabilidade ganha espaço no mercado” é de especial interesse para comerciantes e pequenos empresários locais. Outra reportagem de interesse geral aborda as propostas dos candidatos à eleição em 2012 a respeito da infraestrutura e segurança para usuários de bicicletas. O diferencial da matéria é a opinião de especialistas em gestão urbana, que oferecem uma visão prática destas propostas. Embora as matérias tenham aspectos interessantes sobre o tema, faltou diversificar os modais que permitem uma melhora na mobilidade urbana e garantem um aspecto sustentável a esta transformação. Mobilidade urbana envolve também a implantação de sistemas como metrôs e trens, o uso de ônibus não poluentes, a implantação de novas ciclovias e de calçadas confortáveis e niveladas, além de vias de trânsito sem buracos e obstáculos, para que aqueles que optam pela bicicleta como meio de transporte desfrutem de segurança e conforto.


Empreendedorismo

Capital da Notícia

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Sustentabilidade ganha espaço no mercado Consumidores aderem a serviços que agilizam entregas com bicicletas Emily Kravetz

Liriane Kampf

Bom dia. Tudo bem? Entrega pra Michelle Tesser Pedroso?!” A secretária executiva, de 25 anos, ficou mais surpresa com o entregador, que veio de bicicleta, do que com o presente que o marido enviou. “Adorei a ideia e troquei motoboys por bikeboys. Gosto de saber que estou contribuindo com o meio ambiente”. Michele contratou o serviço de entrega sustentável da Ecobike Courier, empresa de Cristian Trentin, que atua em Curitiba há dois anos. Diante da preocupação mundial com a possível escassez de recursos naturais, empresas desenvolvem gestões inteligentes para tentar remediar o problema. Trentin, de 28 anos, vislumbrou na fama ecológica de Curitiba uma oportunidade de negócio. “Além disso, aproveitamos o trânsito caótico para incentivar o uso da bicicleta”.

Bicicletas se tornam o foco de um novo ramo empreendedor. O empresário Gustavo Carvalho, diretor da Kuritbike, empresa de cicloturismo urbano, conta

que conheceu uma nova Curitiba tendo a bicicleta como meio de locomoção. “Junto com essa nova

visão veio a vontade de que mais pessoas pudessem conhecer Curitiba através deste olhar proporcio-

Anne Louyse

Bicicletários de Curitiba vão funcionar a partir de novembro Anne Louyse Araújo Curitiba ganhará um novo serviço público: o sistema de aluguel de bicicletas, que colocará em atividade os bicicletários da cidade que estavam desativados desde 2007. A empresa Bicicletaria.net, vencedora da licitação da Urbanização de Curitiba (URBS), será responsável pela administração do transporte da capital, para ocupar os bicicletários do Jardim Botânico, Centro Cívico e São Lourenço. Serão 300 bicicletas implantadas com Sistema de Geolocalização (GPS). O modelo de bicicleta a ser utilizado não tem correias e é produzido atualmente fora do Brasil. O usuário pode pegar a bicicleta em um dos bicicletários e devolver em outro. O valor mensal

deverá ficar entre R$ 15 e R$ 25 e o usuário que compra o serviço tem direito a uma hora de uso por dia. Hoje, 125 cidades do país contam com este serviço, mas só duas utilizam o GPS para rastrear a localização do usuário. O GPS permite um relatório completo de uso e desgaste da frota, além de informar ao usuário sobre a quantidade de quilômetros rodados, velocidade média e trecho percorrido. O Passeio Público já conta com um serviço de consertos e aluguel de bicicletas pioneiro na cidade há 30 anos. A intenção é dar a oportunidade para os turistas conhecerem a cidade através de outro ângulo. O bicicletário Cicles Jaime é também frequentado por moradores da cidade. “A maior parte dos nossos usuários é

nado pela bicicleta”. E, tanto para Gustavo quanto para Cristian, a recepção do consumidor tem sido muito boa. Para a professora do curso de economia da UniBrasil Franciele Lourenço, o consumidor está cada vez mais preocupado com questões de responsabilidade social e aí está a chave do sucesso de empresas sustentáveis. “A visão inovadora é justamente o que condiciona o crescimento. A sociedade está repensando aspectos econômicos e sociais do consumo”. As propostas constantes de ampliação das marcas comprovam o sucesso previsto pela economista. “Recebemos por semana cerca de quatro propostas para abrir franquias”, conta Trentin. Carvalho fala sobre as possibilidades que surgem. “Já temos pessoas interessadas das mais diversas cidades do Brasil: Florianópolis, Porto Alegre, Manaus, São Luís do Maranhão, entre outras”.

Ativação dos bicicletários é prevista pra novembro. daqui da cidade mesmo”, diz César Eduardo, um dos quatro funcionários do bicicletário. Ângela Santos, designer de móveis, conta que ficou sabendo do bicicletário através de um amigo do trabalho. “Sempre passava por ali e sempre olhava para as bicicletas, sem saber o que funcionava lá”. A designer conta que prefere este serviço para não precisar se preocupar com equipamentos e manutenção do modal, e que a abertura dos novos bicicletários

possibilitariam passeios longos e diferentes. “Alugando, eu não me preocupo, pego a bike e faço meu passeio tranquila. O trajeto no Passeio Público é pequeno, será bom contar com novos lugares para pedalar”. A previsão para entrar em funcionamento é o mês de novembro, ainda este ano. Para comemorar o mês da bicicleta, em setembro, serão realizadas atividades para ciclistas nos bicicletários do Centro Cívico e no Jardim Botânico.

Através de licitação, os bicicletários da cidade passam a funcionar com sistema de aluguel de bicicletas, equipadas com GPS.


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ELEIÇÕES

Capital da Notícia

Capital da Notícia Rafael Camargo

Especialista

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diz que as propostas dos candidatos à prefeitura são

genéricas O jornal Capital da Noticia traz a você uma análise das ideias dos candidatos à prefeitura de Curitiba para melhorar a mobilidade urbana na capital paranaense Noele Dornelles

A

dois anos de ser uma das cidades sede da Copa do Mundo de 2014, Curitiba precisa melhorar a mobilidade urbana. O novo prefeito da capital terá que fazer grandes mudanças na infraestrutura e nos meios de transporte. Em estudo realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), uma das alternativas para o transporte é o uso das bicicletas. A equipe do Capital da No-

Gustavo Fruet: “Faremos uma ampliação de 300Km de ciclorotas e caminhos compartilhados. A bicicleta é um modal importante que deve ser incentivado principalmente em trechos de menor distância, assim preservaremos o meio ambiente e a nossa Curitiba”.

tícia procurou os candidatos à prefeitura para saber quais as suas propostas e analisá-las verificando suas viabilidades, de forma a descobrir qual o papel das bicicletas na capital paranaense e como os candidatos as veem, seja como meio de transporte ou de lazer. O professor Carlos Hardt, de Arquitetura e Urbanismo, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), analisou as propostas e fez uma contrapartida do que é viável ao transporte de Curitiba.

Carlos Hardt: “Propõe metas gerais. Preocupa quando não especifica o compartilhamento (em que situações seria utilizado), está certo quanto à prioridade de deslocamentos mais curtos, porém não especifica que os mesmos deveriam fazer parte de uma rede, sem a atual fragmentação (trechos isolados). Finalmente utiliza um argumento que não deveria ser o de maior relevância para o sistema, pois o impacto ambiental não pode ser a principal justificativa. A população não se motivará a utilizar o modal se não houver ganhos de conveniência e segurança também”.

Ratinho Junior: “Iremos aumentar as ciclofaixas, mas a bicicleta ainda é um instrumento de lazer, para passear, para descontração nos finais de semana. Curitiba ainda não tem uma visão das ciclovias e da bicicleta como mobilidade, como meio de transporte”.

Carlos Hardt: “Em relação ao modal “sistema cicloviário”, Curitiba ainda não oferece condições para se utilizá-lo, como alternativa de deslocamento cotidiano, salvo entre alguns poucos trechos urbanos. Os maiores problemas se concentram na falta de infraestrutura e de qualificação das vias destinadas às bicicletas”.

Rafael Greca: “Devemos fazer a cada ano 150 quilômetros de ciclovias até chegarmos a um horizonte de até 600 quilômetros, as ciclovias com 2,2 metros de largura, sinalizadas e protegidas, sempre que possível do lado direito do tráfego”.

Carlos Hardt : “O candidato Rafael Grecca propõe metas anuais, com algum detalhe geométrico, que não pode ser genérico, pois o dimensionamento da via deve ser adequada ao volume de fluxo, sentido do fluxo e outras características”.

Luciano Ducci: “Vamos fazer uma nova ciclovia, mais moderna, no canteiro central da avenida Visconde de Guarapuava. A nova ciclovia fará conexão nas duas pontas com os ramais cicloviarios das avenidas Mariano Torres e Sete de Setembro. E ainda o Plano de governo prevê 400 km de ciclovias”.

Carlos Hardt: “A implantação da ciclovia na avenida Visconde de Guarapuava, embora positiva por acrescentar um novo trecho, não pode ser considerada como decisiva para o sistema. Há projetos de investimentos no sistema há algum tempo e que não foram materializadas, além da crítica que se faz a algumas obras absolutamente equivocadas sob ponto de vista técnico”.

A infraestrutura de Curitiba ainda tem que ser bem estudada para a implementação de novas ciclofaixas, que valorize quem está andando de bicicleta por lazer e também por trabalho. O compartilhamento e o dimensionamento atual das ciclovias ou ciclofaixas não são adequados para um trafegar seguro. Somente seria viável, em situações especiais, com baixo fluxo de pedestres e de ciclistas, com dimensionamento muito mais generoso que o da maioria das vias existentes. Segundo Hardt, as propostas dos candidatos são muito genéricas. “Se verificarmos as últimas campanhas e planos da Prefeitura, poderíamos constatar a falta de investimentos e a não realiza-

ção de muitas das proposições. O quantitativo de ciclovias a serem realizadas aparentemente é resultado de um número genérico, mas que não tem consistência técnica, nem em relação de quais trechos executar e nem nas especificações de como fazê-las”. O CREA-PR vai disponibilizar ao futuro prefeito uma cartilha sobre Mobilidade Urbana, mostrando quais são os lugares, as vias para o desenvolvimento da capital para melhorar a mobilidade das pessoas e também ajudar o prefeito há melhor à ciclovia ou ciclofaixa. “Se os candidatos seguirem a risca essa cartilha os curitibanos terão condições melhores de mobilidade urbana na cidade”, diz Joel Krüger, presidente do CREA-PR.


SEGURANÇA Paraná não oferece curso de habilitação para ciclomotores 6

Capital da Notícia

Desde 2009, o Código Brasileiro de Trânsito (CTB) decretou como obrigatória a habilitação para uso de ciclomotores, mas na prática muitos desconhecem a lei Márcio Taniguti

Marcio Taniguti

O que é ciclomotor?

H

á três anos no Paraná, nenhum centro de formação de condutores oferece aulas para quem deseja obter a habilitação para conduzir ciclomotores (ACC), pois a procura é muito baixa, uma vez que o motorista habilitado na categoria A (condutor de motocicleta) passa pelo mesmo processo de habilitação e tem permissão para conduzir o ciclomotor. O jardineiro Albari Ferraz, 50 anos, tem uma motoneta Garelli há 12 anos, e conta como utiliza este veículo: “Adaptei uma carretinha para poder transportar as ferramentas de trabalho, não possuo carteira de habilitação; aliás, eu desconhecia esta legislação”. De acordo com Adriano Kotsan, assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), “os ciclomotores estão sujeitos às mesmas regras da-

O ciclomotor é todo veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não ultrapassa as 50cc e a velocidade máxima não ultrapassa 50Km/h.

As vantagens do ciclomotor

Ciclomotores exigem habilitação, mas em Curitiba não há curso específico. queles que possuem habilitação da categoria A. “Os usuários de ciclomotores precisam respeitar as mesmas leis de trânsito que os de motocicletas seguem, ou seja, andar pela mão certa da via, do

lado direito da rua, não ultrapassar no sinal vermelho e não parar sobre a faixa de pedestres, além de usar capacete”. Os ciclomotores são um meio de transporte alternativo, prin-

cipalmente nos grandes centros, onde o trânsito, em especial nos horários de pico, é lento. O condutor que insistir em dirigir de forma irregular terá seu veículo apreendido em blitz.

Nas cidades onde não há licenciamentos e emplacamentos as pessoas que não tinham condições de comprar e manter uma motocicleta optam pelo ciclomotor que, além de mais barato, também é mais econômico.

Ciclista curitibano não tem hábito de usar equipamentos de segurança Em 2011, a PM registrou 163 acidentes com ciclistas em Curitiba. Este ano em janeiro e fevereiro foram 32 acidentes e uma morte.

Amanda Toledo

Amanda Toledo O gasto com trocas ou acessórios traz despesas muitas vezes inesperadas, porém necessárias, para quem quer entrar na onda cicloativista. Lillian Speltz, supervisora de qualidade e meio ambiente, ciclista há pouco menos de um ano, trocou há dois meses de bicicleta e conta que fez a troca por uma com freio a disco devido aos passeios que deseja fazer, como descer a serra. Lillian conta que ainda não utiliza os devidos equipamentos. “Sei que um dos itens obrigatórios é o retrovisor e até comentei com meu marido para comprarmos, só que ficamos com vergonha, porque aqui em Curitiba e no nosso grupo de amigos quase não vemos o uso, então acabamos adiando a compra do item”. Cícero da Silva, coordenador de veículos do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), diz que os equipamentos obrigatórios para ciclistas são a campainha, o espelho retrovisor fixo do lado esquerdo, sinalização noturna branca e amarela, na traseira vermelha, na lateral e nos pedais podem ser de qualquer cor, desde que sinalizadas. Para ele, pedalar defensivamente, somado ao uso dos equipamentos, previne grande parte dos acidentes. O capacete não é um item obrigatório, mas aumenta a segurança do ciclista. Alexandre Nascimento, jornalista e blogueiro do “Ir e Vir de

Ciclista trafega em via perigosa sem utilizar equipamentos obrigatórios.

Bike”, do jornal Gazeta do Povo, afirma a importância do uso. “É uma liberdade individual, porém tenho amigos que ao cair chegaram a rachar o capacete. Imagine o impacto da queda se não estivessem usando”. Alexandre ressalta também que pela fragilidade da bicicleta é importante estar o mais visível possível ao olhar do motorista, visto que, na maioria das vezes, os acidentes são causados pela falta de visibilidade. O que vale mesmo no final é o ciclista estar e ser consciente em relação aos equipamentos levando em conta a preservação da própria vida, independente de fiscalização ou não.


ECONOMIA Menos rodas, menos gastos

Capital da Notícia

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Jovens e adultos que escolhem transporte alternativo economizam mais Emily Kravetz

Emily Kravetz

A escolha pelo transporte alternativo tira um peso do bolso.

Caronas alternativas Sites

Em sites como caroneiros.com, caronabrasil. com.br, caronetas.com. br, vaipraonde.com.br, você encontra motoristas dispostos a dar carona.

De avião

Para pegar uma carona para um lugar mais distante, você pode se alistar nos voos da Força Aérea Brasileira (FAB), como os que levam cartas da Aeronáutica. É só pedir em uma base da FAB. Lista no site tinyurl. com/basesfab.

Estrada

Ainda vale usar o clássico polegar no ar. Aí vão algumas dicas: Peça sempre sozinho ou em casal. Posicione-se em um local estratégico. Nunca fique parado. Esteja preparado para tudo.

Há um mês, o analista de software Wesley Adonay Castelluber, de 29 anos, adotou a bicicleta como meio de transporte alternativo. Ele conta que antes pagava R$ 30 diários para deixar seu carro estacionado, e quando utilizava ônibus, seus gastos giravam em torno de 120 reais mensais. Ao optar pelo uso de bicicleta, hoje paga R$ 30 mensais para estacioná-la durante o período que está trabalhando. “Uma das vantagens de usar bicicleta diariamente está associada à própria manutenção, que não é cara. Eu também vejo isto como um investimento, afinal, é um bem que eu possuo”. Ao perceber a necessidade das pessoas que não têm um lugar para deixar suas bicicletas, os cicloativistas Fernando Rosenbaum e Patrícia Valverde tiveram a iniciativa de criar um estacionamento para transportes alternativos, o Bicicleta Cultural. Além do espaço para guardar as bicicletas eles oferecem ás pessoas uma agenda cultural – de exposições de quadros de artistas, ocorrem oficinas mecânicas que ensinam as pessoas a conhecerem melhor sobre seu meio de transporte.

“A bicicleta é uma extensão do nosso corpo, por isso temos que aprender a usá-la. Ela precisa ser vista pelas pessoas como um meio de transporte, portanto, precisamos cultivar esta ideia na mente das pessoas”, afirma Valverde. O valor cobrado por hora pelo uso de estacionamento das bikes é R$ 0,80. Depois de quatro horas de uso é cobrado R$ 3, e mensalmente é cobrado R$ 30. No todo há lugar para 50 bicicletas, e diariamente é ocupado 40% deste espaço. O estudante Guilherme Henrique Amaral, de 19 anos, trabalha pela manhã e vai à escola no período da noite. Em seu tempo livre, se diverte fazendo grafite. Amaral conta que a estratégia que adotou para obter redução dos seus gastos é utilizar sua renda do vale transporte com outras coisas que considera importante. “Eu recebo quatro vales transportes por dia, mas vou trabalhar e estudar de bicicleta. O dinheiro que eu não gasto, utilizo para comprar tinta para grafite, ou comprar alguma coisa que eu queira comer”, compartilha Amaral.

Carona ajuda a melhorar o trânsito e reduzir os gastos no bolso do trabalhador Lucyo Alves

Lucyo Alves O trânsito quase sempre congestionado que atormenta as grandes cidades surgiu como fonte de inspiração para empreendedores que visam melhorar o tráfego das cidades e emitir menos poluentes no ar. O site Caronetas é um dos espaços especializados no chamado caroneiro corporativo, e foi criado pelo empresário Marcio Nigro, de 30 anos. O início da operação foi em 2011, o site realizou, nos primeiros dias de funcionamento, mil cadastros e cerca de cem caronas. Segundo a empresa, o objetivo é que “a carona em grandes centros seja encarada como uma alternativa para funcionários e uma iniciativa sustentável para as empresas”. As empresas economizam no transporte do colaborador e estacionamento, pois os gastos são divididos com cada ocupante do veículo. Segundo dados do site Caronetas, um litro de gasolina custa R$ 2,69 e faz o carro rodar 8 km. Contando que o trabalhador rode

Pedir carona não precisa ser tão complicado como antes.

16km no caminho de ida e volta para o seu emprego, são 16km por dia, gastando R$ 107,60 por mês e R$ 1,290 por ano. Ao se dividir os gastos com a carona, esse valor cai pela metade, economizando uma média de 600 reais por pessoa no ano. Se o colaborador dividir o seu carro com outras quatro pessoas, somando cinco pessoas no veículo, cada um pode economizar cerca de 1000 reais anualmente. A estudante Janaína Rocha, de 22 anos, disse ser adepta dos sites de carona. Ela é de Irati, e faz faculdade de medicina veterinária em

Guarapuava, ambas as cidades do interior do estado. Para conseguir carona e visitar os pais nos fins de semana, Janaína acessa os sites de carona. “No começo eu tinha um pouco de medo, mas é tranquilo. O bom é que economizo e ajudo o meio ambiente”, disse Janaína. O maior desafio desse tipo de negócio é quebrar o paradigma de quem usa o carro sozinho. A mobilidade urbana é um tema constantemente discutido, mas não existe infraestrutura, conscientização e educação, para que o automóvel fique em casa, ou seja, compartilhado.

A carona é uma maneira barata e sustentável de se chegar ao destino final. Economia pode atingir até 600 reais por ano.


CULTURA Curitiba organiza neste mês a Marcha das 2.012 Bicicletas 8

Capital da Notícia

Em comemoração ao Dia Mundial sem Carro, ciclistas se reúnem em protesto pacífico Jaqueline Lopes

N

o dia 22 de setembro, Curitiba recebe a Marcha das 2.012 bicicletas ou Dia Mundial sem Carro, que sairá da Praça Santos Andrade em frente a Universidade Federal do Paraná e percorrerá as ruas mais movimentadas da cidade, que serão fechadas para a segurança das pessoas presentes no evento. A mobilização, que está sendo organizada pelas redes sociais, tem como objetivo a conscientização da população para

uma cidade mais sustentável, para o uso de transportes alternativos. Em 2011, foram mais de 1000 ciclistas participantes desse evento,. Esse ano o enfoque é bater o recorde de 2.000 ciclistas da Massa Crítica de Porto Alegre. Para o ciclista João Galdino, que já participou de várias bicicletadas e é adepto à bicicleta, esse será um grande evento. ”São formas de protesto e conscientização, além de serem formas de interação e entretenimento entre ciclistas. Considero-os muito importantes, pois mostram que há muitos ciclistas

em nossa cidade e que exigem que suas demandas sejam contempladas”. A prefeitura de Curitiba está colaborando com a Marcha, e pretende garantir a segurança das ruas percorridas e estão elaborando eventos importante para a data, para que seja o maior dia Mundial sem Carro do país. Qualquer pessoa pode participar, seja de bicicleta, patins, patinete, skates ou até mesmo a pé. Pode–se levar cartazes, faixas, para fazer uma paralisação no trânsito de Curitiba.

O que você acha do Dia Mundial sem Carro? Samia Leiza Dornelles

Brayane Camile e Douglas Carvalho

Estudante de Pedagogia - UniBrasil

Estudantes de Direito - UniBrasil

Nas grandes capitais muitas pessoas não abdicam de usar o seu carro ao menos nesse dia. A falta de mobilidade urbana não ajuda o usuário de carros, precisamos de mais investimentos e propostas para o transporte alternativo com segurança e qualidade.

Eu acho bom movimentos como esse pra cada vez mais desenvolver o uso de meios sustentáveis. A ideia é boa, pois aqui em Curitiba o trânsito está caótico.

Welhington Dedano

Estudante de Design - UniBrasil Eu vou fazer como sempre, andar de ônibus. Se existem meios alternativos , nós temos que usar, como ir para um mercado de bicicleta, faculdade ou trabalho. Temos aproveitar os meios não poluentes fazer nossas obrigações do dia-a-dia.

Adalto Matos

Estudante de Filosofia – UFPR Dia mundial sem carro, pra mim, é todo dia. A bicicleta é o meu meio de transporte. Estarei presente na marcha com ela.

Murilo Almeida

Patrícia Marona

Estudante de Administração - UniBrasil

Estudante de Direito – UniBrasil

Já ouvi falar, mas não sabia que seria nesse dia 22 de setembro. Eu já me acostumei com o carro, não consigo sobreviver sem, é como ficar sem celular.

Juliano Teixeira

Estudante de Publicidade e Propaganda - UniBrasil Meios alternativos poupam tempo, evitam o trânsito que é um caos nos horários de rush. Pena que do ponto de vista de propaganda este dia acaba não sendo tão divulgado como poderia.

Darliane Ricardo

Estudante de Direito - UniBrasil

Sábado não uso o carro, vou aderir ao movimento. Acho que este ano será melhor, porque no ano passado foi em um dia útil, em que todos necessitam do carro para trabalhar. Dia de semana, não tem como.

Acho que deveria ser mais do que um dia sem carro, mesmo sendo uma boa ideia, é preciso se pensar mais longe, no estado das ciclovias.

Rafael Freitas

Estudante de Medicina - UFPR A importância desse dia é chamar a atenção das pessoas para aproveitarem mais a bicicleta nos seus dias.

Anderson Wiens

Estudante de Ciências Contábeis - UniBrasil Gostaria de ir trabalhar todos os dias de transporte alternativo, mas o ônibus é muito lotado. De bicicleta, eu teria que dividir espaço com os carros, o setor público peca muito nisto.


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