Capital da Notícia
ZONALESTE Edição 01 – 10 de março de 2008
Jornal laboratório do curso de Jornalismo da UniBrasil
Cajuru
ABASTECIMENTO Cajuru sem água é o Nordeste Curitibano
Foto: Dennis Julian Chyla
O terceiro bairro mais populoso de Curitiba fica sem abastecimento de água pelo menos duas vezes por mês. Em alguns casos, moradores chegam a ficar até cinco dias consecutivos sem abastecimento. “A falta de água só perde para a violência nas reclamações pelo Cajuru”, afirma o comerciante Fábio Jacktew dos Santos. Há quem dê uma de “xerife” e fiscalize voluntariamente desperdícios na vizinhança. • Pág. 04
Foto: Erick Costa
Especial Nossos repórteres invadem o Autódromo Internacional de Curitiba, superam barreiras como os seguranças, o sol e o cansaço, para mostrar como um evento de grande porte, como o WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo), mexe com a zona leste da capital e o município de Pinhais e promove um fim de semana atípico na região. • Pág. 05
Assalto a banco vira rotina em pinhais
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Capão da Imbuia
Bairro Alto
A falta de calçadas gera reclamação por parte dos moradores. Alguns atribuem a situação ao interesse “eleitoreiro” por parte dos vereadores. Na Rua Humberto da Costa, pedestres dividem as ruas com os carros. A má conservação das calçadas dificulta o acesso de deficientes físicos no local e em outros pontos do bairro.
Os bairros são formados pelas histórias de seus moradores. Nesta edição, o leitor poderá lembrar de um casal que durante 30 anos morou na Rua Mercedes Seiler Rocha, nos limites do Bairro Alto com o Bacacheri, em uma casa agora vazia. Neusa Marafon morreu no dia 12/02. O marido Flavio faleceu 22 dias depois.
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O Capital da Notícia - Zona Leste tem como objetivo veicular informações de interesse coletivo dos bairros Capão da Imbuia, Tarumã, Bairro Alto, Cajuru e o município de Pinhais. Os assuntos serão trabalhados com a perspectiva de um jornal independente, um veículo comprometido com a verdade, recheado de matérias aprofundadas, atualizadas e precisas. É de suma importância que o leitor, o verdadeiro motivo da existência de qualquer jornal, compreenda o conteúdo jornalístico e esteja atento às artimanhas dos meios de comunicação. Esta premissa é válida tanto para o exemplar que tem em mãos, quanto para os demais jornais, sejam eles de âmbito regional, nacional ou internacional. É fácil constatar que a maioria das pessoas vê no jornal impresso o reflexo da realidade do dia-a-dia. Essa inocente afirmação poderia até ser inofensiva se não fossem levados em consideração os interesses políticos nos quais a mídia se embasa. Se o olhar crítico em relação a qualquer tipo de enunciação é de grande importância, ao se tratar da leitura de um jornal então, a importância desse olhar deve ser redobrada. Averiguar, comparar e questionar as informações em qualquer uma das páginas seguintes, deste ou de outro jornal qualquer, é tarefa de todos. A observação crítica é que guia leitores e meios de comunicação para o caminho correto. O jornalismo sério, comprometido com a verdade, somente será visto como forte instrumento de luta e reivindicação se leitores e jornalistas fizerem uso adequado da mais poderosa ferramenta deste material, a Comunicação. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) apresentou em sua última pesquisa sobre os bairros, números sobre o crescimento demográfico das regiões. O Cajuru ocupa a 3ª posição no ranking dos 10 bairros mais populosos da cidade. É o comprometimento com este grande número de pessoas, não somente do Cajuru, mas sim com todo nosso universo de leitores, que orienta o Capital da Notícia - agora disponível semanalmente a quem mais interessa: você morador, trabalhador, parte integrante da vida da Zona Leste curitibana.
Artigo Um Sítio Cercado de Sangue “Doze horas de violência”, “Quatro assassinatos desde o entardecer de sábado para a madrugada de domingo”, “Muita brutalidade” e “Sem economia de balas”. Estas são as manchetes do dia 25 de fevereiro de 2008. Tudo isso em apenas um bairro da nossa querida “cidade ecológica”: o Sítio Cercado. Oh! Sítio Cercado, o que fizeram com você? Era para você ser um oásis de tranqüilidade, como um sítio qualquer onde poderíamos levar a família para passear em um dia maravilhoso e repleto de esplendor. Um sítio cercado de segurança, de alegria, de paz e de muito amor. Mas não! Você é o Sítio Cercado! O bairro da violência, do sangue, das noites angustiadas e das fotos de bangue-bangue: Sítio Cercado de Sangue. E o pior é que o bairro Sítio Cercado é apenas parte dessa arena. Curitiba, em sua totalidade, é uma grande e assustadora terra de gladiadores. Segundo relatório divulgado no início de fevereiro, com base em dados do Ministério da Saúde, a ta xa de assassinatos é de 49,3 por 100 mil habitantes na capital do Paraná, muito maior do que a média nacional. Maior até do que a média do Rio de Janeiro (44,5 homicídios por 100 mil habitantes). O Governo contesta esses dados (obviamente, para se isentar da culpa dos altos índices de criminalidade). Mas isso é algo que está diante de nossos olhos. Não precisamos de estatísticas para saber que Curitiba é uma cidade onde reina a violência. Mas o que mais me chama atenção não é a violência em si, e sim a violência com a qual é tratado o tema da violência. É impressionante como um tema tão sério como este seja tratado de uma forma tão banal, quase irônica. As manchetes são chamativas, glamourosas. Parecem até propagandas! Abrimos o jornal e até parece uma obra de ficção. É que a violência se tornou um tema lucrativo. É certo que devemos nos informar quanto a isso, porém, muitas pessoas só compram jornal para verem uma cabeça degolada ou um corpo decepado. É mais do que necessário que passemos a tratar do problema da violência de modo mais responsável. Podemos começar nos negando a participar de todo e qualquer tipo de violência e a cultuá-la. É tão difícil, visto que somos animais, temos instintos violentos. Mas, somente eliminando o que há de violento em nós, diminuiremos o que há de violento no mundo. É o único jeito para que nossa vida não continue sendo um sítio cercado de sangue. Igor Ivan
OMBUDSMANOMBUDSMANOMBUDSMAN
Editorial
10 de MARÇO de 2008
O mergulho no bairro é uma ousadia (cara e necessária) ao jornalismo O Capital da Notícia Zona Leste é, antes de mais nada, um experimento jornalístico. Funciona como produto laboratorial de um curso de Jornalismo e por isso carrega peculiaridades. O que de forma alguma significa dotar o material de um caráter menos útil e ‘ca fé com leite’, como se diz em brincadeiras. A marca que os envolvidos na produção do Zona Leste querem imprimir é justamente a da ousadia! Os estudantes encaram o desa fio semanal de falar, com responsabilidade, da vida cotidiana de quatro bairros e de um município. O que, vale lembrar, não é exatamente prática estabelecida em muitos periódicos da ilustre capital, que substituem interesse público por alguma outra fórmula mágica de entreter um público nem sempre satisfeito com a falta de informação sobre o próprio bairro... A lém de pautar um diálogo específico, portanto, com os leitores, o jornal laboratório tem finalidades de formação de jornalistas – cada vez mais preocupados, espera-se, com demandas sociais relevantes de informação, ou, se preferirmos, com os temas que dizem respeito ao interesse coletivo. Os estudantes do quarto período vão aqui tomar contato com realidades até então inéditas; devem sondar estratégias de entrevista, apuração, redação e apresentação gráfica; no ‘calor’ de um ritmo semanal ao qual precisam se ambientar (um aprendizado ímpar, diga-se), os jovens certamente são estimulados a repensar possibilidades críticas de atuação frente às comunidades enfocadas. Curiosa a época em que é ousado conversar sobre o próprio entorno, não é mesmo? A proximidade (geográfica mas também cultural) é desde já a preocupação central dos jovens jornalistas. Neste espaço, o leitor pode acompanhar semanalmente a crítica de um professor da UniBrasil sobre a edição imediatamente anterior, com eventuais comentários de análise sobre o cenário jornalístico na capital ou mesmo no estado. O espaço ser ve, assim, de retorno aos estudantes e de estímulo para que a comunidade ‘não leia jornal da mesma maneira’, para pegar o slogan de consagrado programa de crítica de mídia. Convém apresentar e discutir critérios do discurso jornalístico, um modo singular de atuação simbólica no mundo. E é claro que não existe uma única visão sobre o modo de se fazer, propor e analisar notícias (assim fosse, realmente se dispensaria o ensino superior para o exercício profissional, como arriscaram algumas liminares desesperadas por parte do febril impulso empresarial). Antes da presente edição, os estudantes elaboraram um projeto piloto, para treinar as práticas e rotinas produtivas – o que já permite ajustes de ordem operacional para as próximas edições. A maior parte das páginas, na ‘edição teste’, ficou incompleta, por motivos dos mais variados. O que leva, de saída, a uma oportuna reflexão da redação sobre ‘em que medida estamos de fato preparados ou habilitados para falar (com mais autoridade que quaisquer outros profissionais) dos acontecimentos irrefreáveis de cada dia’. E no exercício de reinventar saberes, táticas e repertórios que ainda não dominamos é que se faz a formação profissional. Isso prova que o saber técnico do jornalismo (como levantar pautas orientadas pelo interesse público, fazer contatos com agilidade, redigir com precisão) não é apenas um detalhe da fabricação, mas está permeado por outras disciplinas, conhecimentos e preocupações sociais, que provavelmente não dizem respeito somente a manuais e receitas prontas de como fazer jornal. Tal técnica é conformada também por formações e saberes outros que devem se cruzar principalmente na vida universitária. Daí a aposta de que o estudante de Jornalismo da UniBrasil pensa e faz o jornalismo (mesmo em seus aspectos mais operacionais) sustentado em uma formação humana mais ampla. Rafael Schoenherr Previsão do tempo para a semana
Seg 10/03
Ter 11/03
Quar 12/03
Quin 14/03
Sex 15/03
Sab 16/030
Dom 17/03
17/24º 17/23º 17/22º 14/23º 16/23º 14/25º 14/26º Pancadas
Pancadas
Pancadas
Pancadas
Parcialmente nublado
Parcialmente nublado
Parcialmente nublado
• Fonte: canaldotempo.com
EXPEDIENTE: O jornal Capital da Notícia Zona Leste é uma produção semanal dos estudantes do 4° período noturno do curso de Jornalismo da UniBrasil. O jornal circula nos bairros Tarumã, Capão da Imbuia, Cajuru, Bairro Alto e no município de Pinhais. A coordenação é do professor Msc. Rafael Schoenherr. O projeto gráfico foi criado por Adriano Valenga Carneiro. Contamos com um Conselho Editorial fixo, formado pelos professores Felipe Harmata Marinho, Paulo Camargo, Ana Melech, Thayz Poletto, Sandro Juarez e Luiz Alberto Kuchenbecker. Também nos auxiliam gentilmente os jornalistas convidados Gladson Angeli (Gazeta do Povo Online) e Joelma Ambrózio (Ciranda). A coordenação do curso é da professora Msc. Maura Martins. Contatos podem ser feitos pelo telefone 3361-4259 ou pelo email capitalzonaleste@unibrasil.com.br
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bairro alto
Separados... e unidos pela morte
PADRONIZAÇÃO O prefeito Beto Richa assinou um decreto no dia 12/02 que possibilita a veiculação de publicidade nas bancas de jornal. A liberação da publicidade é vinculada à troca das atuais bancas por novo modelo. Com isso, a paisagem acaba ficando mais bonita e também criando uma nova alternativa de renda para os proprietários. O comerciante não é obrigado a substituir a sua banca pelo modelo novo. Porém, a única condição para instalar os painéis publicitários é que a banca seja adequada ao novo padrão de mobiliário projetado pelo IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba). A medida atende a reivindicação de comerciantes. A idéia é que com isso eles possam agregar mais valor ao próprio negócio e, com o novo modelo de bancas terem uma condição melhor de trabalho, conforto e segurança.
plicações renais. Ela era submetida a sessões de hemodiálise semanais e sua saúde era deveras frágil. Flavio, um homem aparentemente forte e saudável, não apenas preocupava-se com a sua esposa, mas, ultimamente, também consigo mesmo. As dores de cabeça – que os médicos sempre diagnosticaram como um sintoma de sinusite - foram identificadas, há um ano e meio, como um alarme muito mais preocupante: ele possuía dois tumores cerebrais. Na batalha pela vida, diversas foram as internações de ambos. Há dois meses, o casal Marafon se mudara para a casa dos pais de Flavio, devido à instabilidade provocada por suas respectivas doenças. A filha mais nova, Tatiana - que ainda morava com Flavio e Neusa -, foi passar uma temporada na casa do namorado, enquanto Daniele, a filha mais velha, acompanhava a angústia dos pais à distância – ela vive em Ponta Grossa desde que se casou. No início de fevereiro, no entanto, apesar de todos os cuidados dispensados, o quadro clínico de Neusa se agravou. Depois de ter sido internada às pressas, ela acabou não resistindo e, no dia 12/02, faleceu por falência múltipla dos órgãos. A tristeza se abateu sobre a família e sobre todos os conhecidos do casal. Mas, sobretudo, em Flavio
Há dois meses o casal Marafon abandonou a casa número 56 da rua Mercedes Seiler Rocha, devido ao agravamento das doenças.
que, agora, estava sozinho. Apenas 22 dias após a morte de sua esposa, os tumores foram implacáveis. E depois de uma intervenção clínica também às pressas, Flavio não resistiu e morreu no último dia 06,
devido ao câncer cerebral. As mortes de Neusa e Flavio não conseguiram afastar o casal por muito tempo. Depois de uma vida inteira de cumplicidade e de três semanas de separação, hoje os dois
descansam em paz juntos, no Cemitério Paroquial do Abranches, onde foram sepultados. O sempre unido casal deixou filhas, familiares e amigos. A nna Carolina A zevedo
Hospital conquista Certificado Internacional O Hospital Vita Curitiba é o primeiro do país a conquistar a Acreditação Internacional Canadense. O certificado foi atribuído pelo CCHSA (Canadian Council on Health Ser vices Accreditation) após oito meses de pesquisa. Foi avaliada a excelência em gestão e principalmente, a assistência segura ao paciente. “A nossa equipe passou por uma avaliação inicial em novembro do ano passado e depois tivemos um treinamento com profissionais canadenses que vieram ao Brasil, até fevereiro deste ano”, conta o gerente médico do hospital, Dr. Celso Siszbeyn. O instituto CCHSA indicou 18 hospitais, dos quais apenas quatro foram classificados: o hospital paranaense, dois do Rio de Janeiro e um de São Paulo. O primeiro a ser escolhido foi o hospital Vita Curitiba por indicação dos próprios canadenses. De acordo com Dr. Siszbeyn, “é uma grande vitória e todos os pacientes ganham com isso”, comemora. Em 2006 o hospital recebeu outra certificação: a Acreditação em
nível de excelência - grau máximo de certificação da ONA (Organização Nacional de Acreditação). A unidade do Batel não participa, mas deve fazer parte desse processo até o final do ano. Cada paciente possui um protocolo e de acordo com o médico, se houver alguma situação de emergência, todos os funcionários sabem como proceder no atendimento. A técnica em enfermagem, Solange de Freitas está muito contente com o método utilizado pelo hospital. “Agora com esse fluxo de informação todos os funcionários são avisados das condições do paciente que está chegando com antecedência”. O modelo canadense começa no atendimento, passa pelo indicador e vai até ao resultado. A aposentada Magdalena Kael Maschio, 67 anos, é paciente do hospital. Ela sofre de problemas cardiovasculares e intestinais, a passagem pelo hospital é rotineira, por causa dos exames periódicos. “A qualquer hora sou muito bem atendida. Todos os médicos sabem qual é o meu problema, e
Foto: Daiane Strapasson
A fachada do número 56 da Rua Mercedes Seiler Rocha nunca esteve tão sombria. A casa branca, de beirais e portas cinza, que até pouco tempo fora cenário de felicidade, agora está fechada e vazia. A li, na divisa entre Bairro A lto e Bacacheri, ficava o lar oficial da família Marafon, onde o casal Flavio e Neusa morava há mais de 30 anos. Flavio R iel Marafon, 55 anos, era velho conhecido de toda vizinhança. Não apenas pela cordialidade e gentileza, mas também pelos caprichosos ser viços gerais de pedreiro que prestava. Naquela rua, várias foram as reformas feitas por Flavio que, não raro, também atuava como encanador e eletricista. Neusa Marafon, 56 anos, era, assim como o marido, uma pessoa muito bem quista pelos vizinhos. A prendada dona de casa, além de cuidar das tarefas domésticas, também se prestava a ajudar a Associação Beneficente São Roque, onde trabalhava nos bazares, promovidos pela Escola de Educação Especial Menino Jesus. Os dois, depois de criarem suas duas filhas, Daniele e Tatiana, viviam, agora, para cuidarem um do outro. E, realmente precisavam de cuidados. Neusa lutava contra a diabetes. O mal, aliado à obesidade, lhe rendeu, além de problemas circulatórios (como varizes – algumas já trombosadas), sérias com-
Foto: Anna Carolina Azevedo
Marido morre 22 dias após a esposa. O casal que morava há mais de 30 anos na região sofria de sérios problemas de saúde
Instituto canadense certifica excelência em gestão e assistência segura ao paciente.
também como proceder no meu atendimento”, conta a aposentada. Por possuírem esse protocolo do paciente há um fluxo de informações, porém, ainda há vários processos a serem instalados. Segundo o médico é uma questão de cultura. Ele diz
ainda que é preciso mudar os costumes e a cultura dos próprios funcionários para poder implantar esse processo nos pacientes. A previsão é que em quatro meses todo o sistema entre em vigor. Daiane Strapasson
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CAJURU
Cajuru sofre com falta de água Um dos maiores bairros de leo”, comenta o marido de Dagmar, Curitiba fica sem abastecimento de Isidoro, 68 anos, aposentado. água pelo menos duas vezes ao mês. E tem gente que já tem uma es“Isso quando não é pior, pois às ve- pécie de “plano B” para contornar a zes ocorre com mais freqüência. Já situação. Sirlei da Costa, 37 anos, fiquei até cinco dias consecutivos viúva, costureira e mãe de cinco fisem água”, disse a dona de casa lhos costuma ir à casa de seu irmão Dagmar de Oliveira, 54 anos, mo- que mora no Campo Cumprido. “Só radora do Cajuru há 35 anos e que assim mesmo para todos tomarem convive com o problema, segundo banho nesses dias”. Mais estranha ela, há pelo menos 15 anos. ainda é a situação da família de TeEsse é um dos pontos mais cri- nório Assunção, 52 anos, caminhoticados na região, “você pode con- neiro, recém-chegado do Ceará. “Vieversar com quem quiser, a falta de mos por causa da seca do Nordeste e água só perde para a violência nas quando chega aqui não sai água da reclamações pelo Cajuru”, afirma torneira, é como se não tivesse sao comerciante Fábio Jacktew dos ído da terrinha e olhe que Curitiba Santos, 41 anos. E segundo ele o é famosa por ser cidade de primeiro trimestre de mundo e capidezembro a tal ecológica”, fevereiro cosdisse Tenório. tuma ser o pior Sua esposa Fa“Viemos por causa período, pois as da seca do Nordeste biola, artesã, crianças ficam 45 anos, desae quando chega o dia todo em aqui não sai água da fia: “Quero ver casa. “Mês que uma família torneira” vem (março) com seis pestende a melhosoas tomando rar um pouco , banho todos espero”. os dias, no Cajuru, durante uma A falta de água perturba tam- semana das 18 às 20 horas e não falbém o convívio social. “Acontecem tar água”. Quando procurada para até brigas, se for lavar a calçada, o explicar por que um bairro como carro ou o cachorro e alguém vê esse o Cajuru, que tem 1.155,20 m² de desperdício”, conta Dagmar, que já extensão e população de aproximanão fala com suas duas vizinhas damente 98 mil pessoas, é obrigado da frente por causa disso - ela infor- conviver com a rotina de falta de ma que são as xerifes, por estarem água e por Tenório ser chamado de sempre fiscalizando e chamando a Nordeste de Curitiba, a Sanepar não atenção daqueles que desperdiçam se pronunciou, ignorando tal fato. água. “Não falta muito para a água Fabiola conta que parte da culser mais valorizada que o petró- pa é o modo de vida da população da
Foto: Dennis Julian Chyla
O terceiro bairro mais populoso de Curitiba fica sem abastecimento de água pelo menos duas vezes ao mês e o fato é ignorado pela Sanepar
Torneiras secas fazem parte do cotidiano do moradores do bairro, o problema é um dos maiores transtornos vivido na região.
cidade, “o curitibano desperdiça prevê, “esse, como é um ano eleitomuita água e se fossem morar no ral, vai encher de político promeNordeste com os tendo resolver mesmo hábitos esses e outros teriam sérios problemas, só “A falta de água problemas com que eles sofrem só perde para os vizinhos, de amnésia dea violência nas lá dá até morte pois de eleitos”. reclamações pelo por falta e mal Renato tem Cajuru” uso de água”, uma sugestão desabafa. Popara forçar a rém, o policial Sanepar a traRenato Pedroso balhar melhor, da Silva, 27 anos, considera o des- “os dias que não tiver água devecaso do governo como o principal riam ser descontados na conta”. Ele responsável pela situação. E ele já comparou como um dia faltado por
Morte de ciclista provoca discussão
sinalização O cruzamento das ruas Natal e Roraima é um dos principais pontos de acidentes na Vila Oficinas. Segundo os moradores, os acidentes acontecem porque ali é o primeiro cruzamento em que a Rua Natal vira preferencial. Os motoristas que descem pela Rua Roraima não percebem a mudança devido à falta de sinalização. Recentemente um motoqueiro colidiu com um ônibus e ficou gravemente ferido, afirma um morador local. A reivindicação é que pintem faixas no asfalto, coloquem novas tartarugas e substituam a placa de sinalização “PARE” da Rua Roraima.
Ciclistas afirmam que não são respeitados pelos motoristas
gues, que inclusive trabalha em uma bicicletaria, o assunto depende dos olhos de quem vê. “De fato os motoristas não nos respeitam, porém alguns ciclistas que chamamos de vândalos, abusam da sorte se arriscando em rabei-
ras e em ruas contra-mão”. Todos concordaram em um aspecto, o ciclismo além de facilitar o trânsito, fa z bem para a saúde do corpo e do planeta e tra z grande economia para o proprietário. Thiago Lapa
Os 20 mil passageiros que utilizam diariamente o terminal da Vila Oficinas, aguardam as reformas prometidas pela Prefeitura Municipal no final do ano passado. A troca dos pisos, manutenção da iluminação, melhorias nos tubos, implantação de rampas para deficientes, pintura no ambiente e a reforma dos banheiros estão inclusas no orçamento, que chega a R$ 270 mil. A Prefeitura não informou quando as obras terão início, mas afirmou que isso deve acontecer
Foto: Dennis Julian Chyla
Terminal Oficinas
Foto: Thiago Lapa
Na última quinta-feira, 06, o ciclista Paulo Cesar Marchiori, morreu após ser atropelado por um veículo Passat, enquanto guiava pela Avenida Maurício Fruet, no bairro Cajuru. Segundo o frentista Nivaldo Rodrigues dos Santos, que trabalha em um posto situado na avenida, os ciclistas não respeitam nenhuma lei. “Ex iste uma ciclov ia em ótimo estado aqui, mas eles insistem em andar entre os carros. Eu já v i mais de uma vez motoristas descerem de seus carros agredirem tanto física quanto verbalmente os ciclistas chamando-os de folgados”. O ciclista Eros de A ndrade, que peda lava pela avenida, concorda que onde ex istem ciclov ias é muito seguro andar de bicicleta, “Mas naquelas ruas que você tem que div idir espaço com os automóveis e as motocicletas é bem perigoso, sem dúv idas”, a firma ele. Já o ciclista Josias Rodri-
um trabalhador. “Quando se falta um dia de trabalho é descontado, se fizerem assim quero ver se a Sanepar não corrige o problema imediatamente”, comenta o policial. Enquanto esperam a solução, os moradores do Cajuru vão tendo que se acostumar com a situação e tentando a cada dia chamar a atenção dos meios de comunicação para serem ouvidos. Pois até agora só ouviram promessas de regularização no abastecimento, mas água mesmo, por enquanto, somente, aquela vinda do céu! Sérgio Gabriel
até o final do semestre. A reforma está dentro do orçamento de manutenção do transporte público da capital.
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Especial
Carros, calor, emoção e a falta que o chopp faz 1ª ETAPA DO WTCC DUPLICA A POPULAÇÃO DO CAPÃO DA IMBUIA E PARTE DE PINHAIS PROPORCIONANDO UM FINAL DE SEMANA REPLETO DE VELOCIDADE, CALOR, BARULHO, CANSAÇO, ALEGRIAS E UM POUCO DE FRUSTRAÇÃO AO PÚBLICO PRESENTE
Dia da corrida Domingo, 10h, chegamos ao AIC já tomado pela multidão. Lá fora, moradores da região e de outros bairros e até mesmo estabelecimentos como igreja e faculdade aproveitavam o grande acúmulo para faturarem com lanches ou cobrando o preço de R$ 10,00 para alugar o seu espaço para o estacionamento dos carros. Porém, com muitas reclamações. Caso como o do vendedor de espetinhos, Juliano Rodrigues Fernandes, de 26 anos. Ele diz ter chegado ao autó-
A etapa de Curitiba do WTCC foi dividida em duas baterias. Na primeira bateria disputada às 13h20, o piloto francês Yves Muller, da Seat, venceu de ponta a ponta já que havia conquistado a pole position no Sábado. Na segunda bateria, disputada às 16h20, onde as oito primeiras posições se invertem e o vencedor da primeira bateria larga em oitavo e assim por diante, o vencedor foi o italiano Gabriele Tarquini, também da Seat, que ao lado de Yves lidera o mundial do WTCC com 14 pontos. A corrida foi marcada por muita disputa entre os pilotos, mas poucas foram as ultrapassagens, apesar de os carros andarem sempre juntos. Entre os pilotos, destaque para o Italiano Alessandro Zanardi, expiloto de Fórmula 1, que teve suas pernas amputadas depois de um acidente automobilístico em 2001.
AUTÓDROMO O Autódromo Internacional de Curitiba está localizado no município de Pinhas que fica junto à região leste de Curitiba. Inaugurado em 1967, o Autódromo tem um circuito misto com diversas curvas e uma reta que chega a quase um quilômetro de distância. Sua extensão é de 3.695 metros e pode ser transformado em um circuito oval com 2.550 metros. Conhecido em todo o Brasil, é um dos grandes pontos turísticos de Curitiba, tem calendário com provas de diversos Campeonatos Nacionais e Internacionais de Automobilismo durante o ano inteiro.
Foto: Erick Costa
Mais de 45 mil pessoas foram ao Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) em Pinhais para a 1ª etapa da W TCC (Campeonato Mundial de Carros de Corrida). Durante os dois dias de competição a população da região (parte de Pinhais e o bairro Capão da Imbuia) praticamente duplicou, pois estima-se que na área vivam em torno de 22 mil moradores. Entre todas essas pessoas, cada qual com um interesse diferente - como simples admiradores do automobilismo que vêem uma chance única de admirar esses carros, outras que buscam uma renda extra nesse dois dias de corrida, seja vendendo alimentos, óculos, bonés ou até alugando seus espaços para estacionamento do público que vai ao autódromo. E até mesmo uma dupla de repórteres que nunca tinham visto uma corrida e aceitou o desafio de fazer esta matéria. No primeiro dia, ao chegar no AIC por volta das 11h, logo temos nossa primeira e árdua tarefa, convencer os organizadores do evento que somos do jornal para liberarem a nossa entrada no autódromo. Vale lembrar que estes bravos repórteres ainda não possuíam credenciais. Concluída a primeira tarefa partimos para a segunda, o acesso aos boxes onde a corrida realmente acontecia. A final, estar lá é saber como as equipes se preparam para o campeonato. Com mais esta missão concluída ficamos alegres e um tanto empolgados. Acompanhamos de perto os treinos livres e o mais importante, que era o classificatório, além de um almoço exclusivo com o comentarista Reginaldo Leme, nem que seja somente na mesma lanchonete e horário. Depois disso tudo, fomos embora e aguardamos ansiosamente o dia seguinte.
CORRIDA
Mecânicos fazem os últimos acertos nos carros antes do treino classificatório para a prova de domingo.
dromo às 7h para garantir um melhor local para as vendas próximo ao AIC, mas devido ao fato de o público não sair do autódromo nos inter valos da corrida, teve as vendas bem abaixo do esperado. Juliano, já um pouco cansado devido ao forte sol e ao calor de sua churrasqueira, nos disse também que para vender dentro do autódromo é necessário o pagamento de uma ta xa para a lanchonete do AIC. Dentro do autódromo o público vai ao delírio com a exibição de duas Ferraris e categorias menores e aguarda às 13h20 quando inicia a primeira das duas corrida do W TCC. Neste período cada pessoa se distrai com alguma atividade, como fazer uma assinatura de revista, pegar um boné de um dos patrocinadores da corrida (já que o sol era muito forte, o que inclusive causou sérias queimaduras neste repórter branquelo), ou encar uma fila para comprar água, refrigerante ou chopp. Nas arquibancadas, no setor próximo à largada, era uma emoção
diferente a cada luz verde de início da corrida, Já aos espectadores que se posicionavam no final da reta, o divertimento ficava por conta das batidas e ultrapassagens que ocorriam na primeira cur va. A lém claro do movimento nos boxes, reser vado a um seleto grupo, todos eles identificados. 13h10, os alto-falantes anunciam que faltam cinco minutos para a volta de apresentação e o público que esta disperso começa um corre-corre para garantir lugar na arquibancada. 13h15, os últimos mecânicos deixam a pista e todos os olhos estão voltados para o único piloto brasileiro da categoria, o curitibano Augusto Farfus Jr., que larga na segunda fileira na terceira posição. 13h20, luz verde, começa a corrida e logo na primeira cur va uma batida para o delírio dos torcedores do fim da reta e a tristeza com a queda de Farfus de terceiro para quinto. A cada volta uma vibração com a passagem dos carros e a torcida cada vez maior para que Farfus
ultrapasse os adversários. 13h50, termina a primeira corrida. Augusto consegue ultrapassar dois oponentes e termina em terceiro, frustrando parte do público e deixando todos ansiosos por uma vitória sua na segunda corrida que aconteceria às 16h20. Mais um inter valo e novamente o público procura formas de passar o tempo, se proteger do sol, porém alguns já um pouco cansados deixam o AIC e retornam para os seus lares. 16h20, começa a segunda corrida com o grid de largada invertido. Farfus larga em sexto e termina a corrida na mesma posição. Agora sim a decepção do público está estampada no rosto. Fica a melancolia nos torcedores por não terem visto a vitória do piloto da casa, a tristeza dos vendedores por não conseguirem o lucro desejado e a alegria de uma dupla de repórteres por ter visto uma corrida pela primeira vez e ter feito a sua primeira matéria. Lucas Rufino Erick Costa
PÚBLICO Mais de 45 mil pessoas se deslocaram ao Autódromo Internacional de Curitiba e debaixo de um sol intenso acompanharam a abertura do Campeonato Mundial do WTCC, uma das corridas de carros de turismo mais disputadas do mundo. O público torceu muito para o piloto da casa, o curitibano Augusto Farfus, o único brasileiro na prova, ele terminou em terceiro na primeira bateria e em sexto na segunda bateria, mas os apaixonados por velocidade gostavam mesmo quando havia uma disputa mais forte ou quando aconteciam as batidas que faziam com que os carros rodassem e levavam o público ao delírio de emoção. O ingresso para a corrida era dois quilos de alimentos por pessoa. A arrecadação foi de mais de 52 toneladas de alimentos, que foram entregues ao Instituto Pró-cidadania de Curitiba.
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10 de março de 2008
CAPÃO DA IMBUIA
Habilitação não ficou mais cara O aumento do valor para tirar a Carteira Naciona l de Habilitação no Paraná, em janeiro, não foi aprovado. A ta xa para tirar Carteira de motorista aumentou em apenas R$ 5,29 em janeiro deste ano. A prev isão do governo era de que, dos R$ 127,00 pagos , aumentasse em 200% o preço dev ido à reestruturação que o Detran-PR pretendia fa zer. A justificativa era de que precisavam contratar novos funcionários na área de saúde para realizar os testes psicológicos e clínicos. Segundo a assessoria de imprensa do Detran-PR, “este aumento de R$ 5,29 corresponde apenas à inflação medida pelo IPCA/IBGE no período de novembro de 2006 a novembro de 2007. A emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por exemplo, passou a custar, a partir de 2 de janeiro, R$ 39,68 contra os R$ 38,08 cobrados anteriormente”. Não houve resposta quanto ao suposto aumento de 200% em algumas ta xas. Algumas auto-escolas souberam do cancelamento desse aumento por noticiários e outras dizem ainda não ter uma resposta concreta sobre o assunto. Todas disseram não saber ao certo a razão do aumento e gostariam de uma maior satisfação. As auto-escolas não foram prejudicadas com o aumento de 4,25 %. Ana Carolina Barbosa, funcionária da auto-escola Brito, diz que “o aumento foi mínimo, não prejudicou em nada e nem aumentou o valor do curso, mas se o Governo decidir aumentar em 200% como estavam prevendo, o número de alunos vai diminuir consideravelmente”.
Foto: Yuri Michel Stelle
Proposta do Governo era de aumentar em 200% o valor das taxas cobradas, porém acréscimo não passou de 4,25%
Governo do estado pretendia aumentar em 200% o valor das taxas pagas para se obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A intenção segundo a proposta do Governo era de aumentar os valores prev istos e para compensar, baixar 13 ta xas e algumas despesas para despachantes e auto-escolas. Nenhuma delas estava ciente de que iriam ser beneficiadas com o aumento. “Ninguém
comentou nada sobre os benefícios que iríamos ter, só sei que hoje os motoristas pagam R$ 400,00 para tirar a carteira e ainda acham caro, se esse valor aumentar vão preferir comprar a carteira em outros estados, mesmo que seja ilegal”, disse a funcionária da auto-
Moradores do Capão da Imbuia reclamam da falta de obras nas calçadas do bairro e dizem que a prefeitura de Curitiba se lembra apenas de bairros nobres e do centro da cidade. Pedestres se arriscam tendo de div idir a rua com carros que muitas vezes fa zem manobras perigosas para ev itar acidentes, como na rua Humberto da Costa . O aposentado A ltino Silva, 61, que mora no bairro há mais de 40 anos se lembra de quando foi feito o asfaltamento de sua rua e junto com os demais moradores pagou para que a obra fosse feita. “Não é diferente hoje, pois quem tem dinheiro têm calçadas, quem não tem é obrigado a conviver com este abandono”, reclama o morador que aponta para o mato que cobre o local onde deveria existir a calçada.
Foto: Thomas Felipe Lopes
Falta de calçadas prejudica moradores
Moradores se arriscam dividindo a rua com os carros devido à falta de calçadas.
A lém do mato, quando chove a imagem que se tem é de calçadas cobertas de lama e sem condições de tráfego. A paratleta olímpica Sônia Maria de Oliveira, 47 anos, diz ser quase impossível um deficiente físico andar pelas calçadas do bairro, que além de mal feitas,
não fornecem o acesso necessário. Segundo ela, vereadores que se candidatam pelo bairro geralmente se mudam logo após se elegerem e somente lembram dos moradores quando se aprox imam as eleições municipais. Thomas Felipe Lopes
escola Silva, Fabiana Marcov is. Segundo o Detran-PR, o Paraná é o estado com a menor ta xa cobrada para retirar a primeira habilitação. Em Santa Catarina o valor é de aprox imadamente R$ 198. Flav ia Coelho
R$ 127,00 é o valor pago para tirar a carteira de motorista no Paraná
R$ 198,00
é o valor aproximado em Santa Catarina
CLONAGEM
EDUCAÇÃO
Já está em vigor a lei do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) que autoriza a troca de placa em veículos que foram clonados. Nessa situação, muitos donos de carros não conseguem recorrer às multas e acabam pagando pelo prejuízo. O proprietário do veículo original tem que comprovar legalmente a existência do carro clonado. Comprovado o fato, as multas são arquivadas e o dono do veículo não será responsabilizado. O Governo afirma que vai ser rigoroso quanto à documentação para esse casos. O proprietário do carro além de ser obrigado a apresentar um boletim de ocorrência (BO), assina um termo de responsabilidade pelas informações relatadas.
A Escola Municipal Enéas Marques dos Santos serve de ponto de encontro diário, das 18 às 22h, para 18 alunos de diferentes idades e níveis de conhecimento. As matrículas são gratuitas e podem ser feitas em qualquer época do ano letivo, basta procurar a secretaria da escola, munido do documento de identidade, comprovante de residência e histórico escolar. Caso o aluno não consiga comprovar sua escolaridade, será realizada uma avaliação que indicará seu nível escolar. Localizada na rua Osmário de Lima, perto do terminal do Capão da Imbuia, a escola funciona em período integral e atende pessoas de 15 a 81 anos.
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tarumã
Mercado muda economia local As obras para a construção do novo Super Muffato começaram há duas semanas e devem durar aprox imadamente oito meses. A nova loja será na Avenida Victor Ferreira do A mara l, no terreno da antiga churrascaria Boi Gordo. O investimento ultrapassa os R$ 20 milhões, conforme informou o gerente de Marketing do Super Muffato, A lexandre Hilário. A estimativa é de criar 500 empregos diretos. Essa será a terceira loja do grupo em Curitiba. A prev isão, segundo o diretor Éderson Muffato “é inaugurar no segundo semestre desse ano”. De acordo com a economista e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Solange Barbosa, a “chegada de uma grande rede de produtos e ser v iços apresenta aspectos favoráveis ao desenvolv imento não só da região, mas também para todo o município”. A arrecadação de recursos e a geração de empregos potencializam os ser v iços prestados pelos órgãos públicos na região. Pode também, favorecer uma melhoria em infraestrutura, como transportes e nas v ias de circulação do bairro,
explica Solange. No entanto, uma empresa de grande porte pode se tornar uma ameaça ao comerciante de pequena expressão do Tarumã, pois “seu faturamento certamente poderá ser a fetado, dev ido à grande diversidade de ser v iços disponíveis em um empreendimento dessa magnitude”, explica a economista. Isso então o obriga a procurar seu potencial de crescimento, “nicho de mercados pequenos”, diferenciando-se em algum serviço ou situação, como ao oferecer um local não tão abarrotado de pessoas - motivo pelo qual muitos clientes não suportam e evitam os grandes mercados, complementa Solange. No ano de 2007, segundo o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), 15 novos mini-mercados foram instalados no bairro. A comerciante Sonia Dias não acredita que sua venda será afetada. “Nos primeiros meses a novidade pode fazer com que o movimento diminua um pouco, mas depois de passada a febre, tudo voltará ao normal. Na região, já temos dois outros grandes mercados, e além disso, meu público é
Foto: José Rodrigues Silva Neto
Com a chegada de mais uma loja do grupo Muffato, pequenos comerciantes tendem a valorizar o diferencial de seus serviços
Obras do novo mercado na Avenida Victor Ferreira do Amaral devem durar cerca de oito meses.
fiel”, completa. A população do bairro ficou aparentemente satisfeita com a possibilidade de, em alguns meses, poder contar com mais um supermercado na região, v isto que ex istem apenas dois estabe-
Motoristas não respeitam leis de trânsito
escolha, forçando a concorrência entre as redes”. Circulando pelo bairro, pode-se perceber a ausência de comércio voltado para a alimentação, sendo o de venda de veículos o seu forte. José Rodrigues Silva Neto
BAZAR BENEFICENTE A Associação Santa Terezinha de Reabilitação Auditiva (Austrau), escola que presta serviços educacionais para crianças com deficiência auditiva, promove um bazar todas às quintas-feiras das 08h30 às 14h30. São vendidos artigos de vestuário, brinquedos e eletrônicos, recebidos por meio de doações feitas pelos colaboradores da escola. A Austrau realiza trabalhos de fonoterapia, psicologia, adaptação de próteses, treinamento auditivo e de fala a portadores de deficiência auditiva e de surdocegueira. São atendidos, diariamente e em período integral, 130 portadores de deficiência auditiva. Fabiana Bonat, uma das colaboradoras, informa que doações são bem-vindas e que podem ser feitas na rua José Veríssimo, 220. Mais informações pelo telefone: 3267-2686.
DISTÚRBIOS DO SONO Desde o último dia 03, os candidatos que forem renovar a Carteira Nacional de Habilitação e mudar para as categorias C (caminhão), D (ônibus) e E (carreta) terão de realizar a avaliação de distúrbios do sono. Os testes serão feitos juntamente como os demais exames de aptidão física e mental. A critério médico, o candidato poderá ser aprovado temporariamente ou ser encaminhado para avaliação médica específica e realização de polissonografia. Também são verificadas a hipertensão arterial sistêmica e parâmetros subjetivos que revelam a sonolência excessiva.
Foto: José Rodrigues Silva Neto
Falta sinalização adequada na esquina das ruas José Veríssimo e Konrad Adenauer.
nada pode fa zer”, apesar do impacto, ninguém se feriu, comenta. Os motivos desses acidentes, segundo Gonçalves são “os motoristas mal educados, a falta de atenção, a pressa, e principalmente, a falta de um orientador de trânsito”. Segundo a chefe de limpeza
Duth Socha, “os motoqueiros são os principais responsáveis por atropelamentos e acidentes, dev ido à falta de respeito às leis de trânsito”. A instalação de um semáforo no local é a solução proposta pelos moradores. José Rodrigues Silva Neto
Foto: Yuri Michel Stelle
O trânsito nas prox imidades da Unibrasil no horário de entrada e saída das aulas permite ver todo o tipo de imprudência e falta de educação ao volante. Os pedestres não possuem segurança a lguma ao caminhar pelas ruas próx imas, dev ido a falta sinalização adequada e um maior respeito dos motoristas, principalmente os motociclistas. De acordo com a secretária da Unibrasil Solange Leite, “os motoqueiros, para driblar o trânsito, se utilizam da calçada, e em certa ocasião, um deles quase atropelou uma garotinha”, o fato ocorreu na Rua Nicolau Lange. Os moradores se sentem incomodados com a situação. O ilustrador Paulo Gonçalves certa vez precisou esperar cerca de 15 minutos para sair de sua garagem, “não há como sair de casa nesse horário”, comenta Gonça lves. Presenciou vários pequenos acidentes na junção da Rua Nicolau Lange com a José Veríssimo, (saída do portão 3). Em um deles, “um automóvel em alta velocidade não parou na esquina e foi atingido em cheio por um motociclista, que
lecimentos de grande porte onde fa zer compras, o Mercadorama da Victor Ferreira e o Extra do A lto da X V. Segundo o aposentado A irton Hastreiter, “a concorrência irá aumentar e isso é benéfico para toda a população, tendo mais opções de
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PINHAIS
Assaltos assustam moradores Assaltos à bancos na região central assustam a população. O último caso, no fim de fevereiro, despertou atenção pública para onda de crimes. Os seguidos assaltos à bancos qualquer coisa, desde pagar uma no centro de Pinhais preocupam conta até passear, minha esposa a população. Caio Murilo França, está gráv ida, imagine o risco que 23 anos, morador da Vila A mélia, ela e tantas outras pessoas não conta que estes assa ltos aconte- correram naquele momento e estão cem há muito tempo, no entan- correndo a todo instante”, diz ele. to não são noticiados. Somente A polícia da região não quis quando houve roubo grande, é que dar entrev ista. Muitos moradores a polícia deixou a firmam que de fa zer v istas não é de hoje grossas e pasque o municísou a agir. pio é v iolento Estamos com receio Fr a nç a e não é tomada de vir até o centro conta que ounenhuma profazer qualquer tros assaltos v idência por coisa, desde pagar ocorrem na parte das auuma conta até reg ião, mas toridades. passear” estas ações Um senhor nem sempre que não quis são levadas em se identificar, consideração, por serem em regi- alega que morreram três adolesões menores. Na semana passada, centes usuários de drogas há duas sua esposa Sara França, 22 anos, semanas atrás, e não viu divulao entrar no banco Itaú da avenida gação sobre o caso. Acredita-se Camilo Dileles, estranhou uma que os mandantes do crime eram mov imentação fora do normal e se traficantes que estão rondando a a fastou do local, em seguida v iu região.” Tenho a impressão que as um guarda municipa l e av isou pessoas estão tentando não faque algo estava diferente, pois três lar sobre o assunto, não sei se por homens suspeitos hav iam entrado medo, ou por outros motivos, a fino banco. Quando percebeu que nal é a nossa segurança que está era um assalto, achou melhor ir em jogo e nas mãos dos policias,se embora e nem pagou a conta que ficarmos quietos, isso nunca irá deveria pagar no dia.”Estamos mudar”, lamenta. com receio de v ir até o centro fa zer Danyelle Fortunato
Nesta sexta-feira dia 29 de fevereiro a violência assustou mais um grupo de moradores do bairro Jardim Claudia em Pinhais. Próximo de sua casa a moradora Rose Cruz, se deparou com um corpo estendido sobre a calçada. “O Jardim Claudia não era um bairro muito violento, mais ultimamente por causa de uns traficantes sempre acontecem tiroteios”, disse Rose. O corpo era de um rapaz chamado Giovani irmão de um traficante conhecido como esperto o Gilmar. O Rapaz foi morto por bandidos que queriam se vingar do irmão dele.
Foto: Danyelle Fortunato
falta de segurança
Banco Itau é alvo de assaltos e população sente-se constantemente ameaçada.
Prefeitura enviou plano de lixo ao IAP A Secretaria do Meio A mbiente de Pinhais protocolou junto ao Ministério Público (MP) no dia 19 de fevereiro o plano de gerenciamento de resíduos e de transformação de lixo orgânico em adubo (compostagem). Dos 399 municípios do Paraná, apenas 14 prefeituras entregaram o projeto ao I A P dentro do pra zo definido pelo MP. Os outros projetos chegaram após o dia 25 de fevereiro, quando o pra zo já hav ia encerrado. Os prefeitos que não cumpriram a data correm o risco de responder por ações de improbidade administrativa que podem chegar até à cassação do mandato. O objetivo é fa zer com as prefeituras
criarem destinação correta para o lixo. O I A P informou que após a
“O nosso plano de gerenciamento de resíduos foca a separação do lixo industrial, comercial e residencial “
apresentação do plano, as prefeituras terão que pedir o licenciamento da área para a instalação da unidade de tratamento de resídu-
os. Os municípios que já têm aterro sanitário podem instalar a unidade na mesma área. Agora, o I A P aguarda as determinações do MP para tomar as medidas cabíveis. “Pinhais não possui aterro sanitário por ser área de mananciais. O lixo é destinado diariamente para a Ca x imba, em Fazenda R io Grande. O nosso plano de gerenciamento de resíduos foca a separação do lixo industrial, comercial e residencial. Trabalhamos com o lixo que não é lixo e formamos um consórcio do lixo”, explica A lexandre Martins, do Departamento de Gerenciamento A mbiental de Pinhais. Pamella Ma zon
revitalização Os moradores da Rua 20 de março, no centro de Pinhais, vão se defrontar com uma paisagem diferente. A secretária Rosane Gomide Cruz vai poder, enfim, começar a praticar as prometidas caminhadas de fim de semana. “Por um lado me sinto bem porque a cidade fica mais bonita e agradável. Por outro, revoltada porque tem muita coisa pra fazer em Pinhais e eles só resolvem fazer uma ou outra quando está perto das eleições”. O projeto já está em andamento e prevê a colocação de calçadas apropriadas para a prática de exercícios físicos, como caminhada ou corrida. Além disso, a Prefeitura pretende recuperar e manter a vegetação nativa, com a introdução do Jerivá nas calçadas, uma espécie arbórea da mata atlântica que contribui para a recuperação de áreas devastadas.
ASFALTO A prefeitura de Pinhais, através da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e Ambiental (SEMUA), prossegue o trabalho de asfaltamento em ruas do Bairro Vargem Grande que começou em outubro do ano passado. Agora os moradores já podem construir suas calçadas e acabar com a sujeira. Pinhais é uma das primeiras cidades da região metropolitana a instalar a sua própria usina de asfalto.