Capital
Notícia
da
Jornal laboratório do curso de Jornalismo do UniBrasil Centro Universitário
Curitiba | Novembro de 2017
3ª EDIÇÃO
ZONA LESTE
PARTE DO BAIRRO CAPÃO DA IMBUIA NÃO POSSUI ESGOTO PÁG. 4.
1° BAIRRO DE CURITIBA TEM CÂMERAS INSTALADAS
PÁG. 3.
EDITORIAL
O jornal é feito para integrar a comunidade por meio da informação e para contribuir no conhecimento sobre as situações diversas que essas localidades enfrentam. As informações trazidas nesta edição dizem respeito a segurança, infraestrutura e saneamento. Nossa principal missão é fazer diferença no cotidiano da população e, principalmente, gerar debate entre os moradores para que se haja mais cobrança e �iscalização no trabalho dos nossos representantes.
Buracos causam transtorno na rua Rio Jaguaribe, no Bairro Alto
Problema de pavimentação se estica pelo bairro, e cidadãos cobram atitude da prefeitura
Por Joao Emanoel Foto por: Joao Emanuel
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A terceira edição do jornal laboratório Capital da Notícia Zona Leste, do Unibrasil Centro Universitário, foi diagramado pelas alunas do quarto período de jornalismo Bruna Gazabin, Gabrielle Sversut e Marieli Prestes. Temos como objetivo informar, dar voz e prestar serviço à população dos bairros Cajuru, Capão da Imbuia, Jardim Das Américas, Jardim Social, Tarumã e Bairro Alto.
INFRAESTRUTURA
Buraco na rua Rio Jaguaribe no Bairro Alto atrapalha moradores.
Moradores do Bairro Alto reclamam frequentemente da situação das ruas na região. Não é de hoje que buracos, vias malfeitas ou incompletas atrapalham a logística de quem precisa ir e vir pelos locais afetados. No caso da rua Rio Jaguaribe, o que agrava o problema é o fato de se tratar de uma rua que dá acesso à Alberico Flores Bueno, centro nervoso do bairro, que possibilita a passagem para Santa Cândida e Atuba, além da BR116 e a cidade de Pinhais. O taxista Alexandre Henrique Melo conta que já atendeu passageiros que em dias de chuva optaram por deixar seus carros na garagem. “ Já busquei
vários clientes que preferem não passar pelas ruas esburacadas por receio do estrago que elas podem causar nos seus veículos. É realmente muito complicado transitar não só pela Jaguaribe, mas por quase todo o Bairro Alto”, completa. Mecânico há 20 anos, Paulo Vertino Costa, alerta sobre o risco que os buracos em ruas malfeitas proporcionam aos carros. “Existem certos tipos de carros que não são preparados para suportar grandes impactos, e as pessoas só tomam conhecimento disso quando precisam trocar as molas ou até mesmo o sistema de suspensão
inteiro do automóvel” diz Leila Oliveira Sampaio, 39, bancária e moradora do bairro há mais de 10 anos, conta que a região nunca esteve tão abandonada como atualmente. “Não me lembro quando foi a última vez em que tentaram resolver o problema de pavimentação por aqui, já vi até motoqueiro caindo. Depois disso liguei para a prefeitura, mas ninguém apareceu. Parece que fomos esquecidos”, desabafa. Ao ser questionada sobre o assunto, a secretaria municipal de obras públicas, (SMOP), afirma por meio de nota que após algumas reclamações recentes já está elaborando um cronograma que visa a pavimentação de ruas por toda a região.
SEGURANÇA
Tarumã terá câmeras integradas à Secretária de Segurança Iniciativa do Conselho de Segurança do Tarumã, formado por moradores, ainda não tem data para ser colocada em praticada Por Yasmin Silva
a estrutura já pronta para a prevenção dos próprios moradores”, afirmou o vice-presidente do Conseg do Tarumã, Antônio Miranda. A região vem apresentando um alto índice de roubos de veículos e de residências. Com a implantação das câmeras integradas, a população espera que o número de ocorrências diminua, já que a ação é uma tentativa de prevenir cada vez mais a ação dos criminosos. Técnicos estão visitando algumas casas e preparando os sistemas para conectar as câmeras já existentes com a rede do governo. O segundo passo é a instalação de câmeras inteligen-
CASTRAÇÃO GRATUITA A Prefeitura de Curitiba tem um projeto de castração gratuita em cães e gatos. Para participar, é necessário preencher um formulário que está disponível somente pela internet. Para quem não possui acesso a computador e internet, os profissionais das ruas da cidadania ajudam a realizar esse cadastro. E para fazer esse processo, os documentos necessários são RG e CPF. Site: www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br
tes em pontos estratégicos no bairro, que serão capazes de identificar placas de veículos e transmitir alertas caso eles tenham sido roubados. O presidente do Conselho de Segurança do Jardim Social, Arnoldo Jeferson, explica como o projeto já contribuiu para a melhoria da segurança do bairro e como isso foi implantado, “Já existiam muitas câmeras no bairro, o que é uma característica do Jardim Social. Por isso, resolvemos primeiro unir o sistema da Secretária de Segurança para melhor aproveitamento das imagens, da mesma forma será feito no Tarumã”, comentou o presidente. Se-
gundo Arnoldo, a onda de assaltos no bairro diminuiu consideravelmente desde a implantação do projeto. De acordo com o Conseg do Tarumã, no início de 2018 deve ser implantado 70 novas câmeras de alta tecnologia, que identificam as placas dos carros suspeitos e um software será instalado no sistema integrado para notificar ações suspeitas para moradores cadastrados. De acordo com a Sesp, o CICC já recebe imagens de mais de 2 mil câmeras de várias cidades. A orientação é que os Conselhos Comunitários de Segurança busquem auxilio dos Consegs, para que a possibilidade da implantação seja avaliada.
ONG PLAY FOR CHANGE Junto com a Associação dos moradores do cajuru, a ONG sem fins lucrativos Play For Change, tira crianças da rua e com envolvimento com o tráfico de drogas. Essas crianças precisam estar devidamente matriculadas em alguma escola para aproveitar esses programas como música, dança, canto e violão que ocorrem no contra turno. Esse projeto acontece em 14 escolas do mundo e é a primeira aqui da América Latina, localizado no bairro Cajuru.
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Um projeto já instalado no bairro Jardim Social em Curitiba está prestes a começar a funcionar também no Tarumã. O plano prevê uma rede de câmeras privadas conectadas com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp). A iniciativa de integrar os equipamentos que já existem nas casas com câmeras instaladas surgiu com apoio do governo do Estado. “Os Conselhos de Segurança têm dificuldade de assistência, pois são mantidos por voluntários, que acabam recorrendo a empresas privadas para apoiar seus projetos. A ideia é aproveitar
SANEAMENTO
Parte do Capão da Imbuia não tem destinação correta de esgoto Segundo o Portal Interativo do Estado, cerca de 15% do bairro não possui o serviço. Para Sanepar, apenas 3% dos moradores estão nessa condição. Por Felippe Salles Foto por: Felippe Salles
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O bairro Capão da Imbuia que faz divisa com a cidade de Pinhais através do Rio Atuba, não possui rede de esgoto em todas as moradias. Segundo dados do Governo do Paraná por meio do Portal Interativo do Estado, cerca de 15% do bairro não possui o serviço oferecido pela Sanepar. Algumas casas no entorno dessa região despejam a água usada no rio. A diarista Ana* (ela prefere não ser identificada), 30, conta que mora na região há seis anos e diz que a Sanepar já foi até o local para tentar resolver o problema.
“Só que eles cobram dois mil reais de cada morador para fazer a obra para o esgoto. Os outros vizinhos nem ligam, pois eles acham que não são prejudicados”, diz, referindo-se ao fato das pessoas que preferem não ter o serviço regularizado para não pagar as taxas cobradas pelo governo. Dona Maria Pereira, que mora em uma das casas que beiram o Atuba, diz que apenas a água da máquina de lavar é despejada no rio. “Meu cunhado, quando chegou aqui, fez todo o esgoto das nossas casas. Isso há 17 anos.” No terreno onde dona Maria reside, há pelo menos quatro casas que possuem esse sistema improvisado.
DIVERGÊNCIAS Consultada pela reportagem, a Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) divergiu dos dados do governo, afirmando que apenas 3% do Capão da Imbuia não possui tratamento de esgoto. Ana relata que, assim como a sua casa, os vizinhos também possuem esgoto clandestino. Um dos motivos que impedem a regularização é
Rio Atuba, divisa entre a cidade de Curitiba e Pinhais, no bairro Capão da Imbuia.
o de que as casas são mais baixas que a rua, não havendo “cota” para interligar na rede. Para Ana, a principal razão para não haver uma regularização é o custo cobrado. A Sanepar iria arcar com metade da obra e os moradores deveriam assumir a outra parte. Outra questão que impacta esses moradores são as mudanças no Código Florestal. Nas novas regras, rios de até dez metros de largura devem ter área preservada de 30 metros com árvores e mata ciliar. A distância entre o rio e as casas não chega a 20 metros. Procurada, a Prefeitura de Curitiba diz que não tem um levantamento sobre a regularidade das casas na beira do rio e também que não há previsão para realizá-lo. “Tal levantamento exi-
giria trabalho dos servidores, que teriam que paralisar suas atividades rotineiras, prejudicando o atendimento do nosso público”, alegou a administração via assessoria de imprensa. OUTROS PROBLEMAS O final da Rua Professora Antonia Reginato Vianna não sofre apenas com a falta de rede de esgoto. Muitas das casas não foram regularizadas. A COHAB regularizou até metade da rua. A falta de asfalto e iluminação pública são outras demandas da região. Por viver ali, Ana reclama que a região parece não existir para a administração da cidade.