Edição 3 - Novembro/2014
____ ____ ____ Economia
Saúde
Crowdfunding ajuda O drama diário dos artistas curitibanos acumuladores de lixo
P. 16
P. 29
Moda
Editorial: inspiração da década de 60
P.23
SUMÁRIO
A TAILANDESA QUE GANHOU PRESTÍGIO ENTRE ELAS
P. 08
O PESO DE UMA COMUNIDADE
CONDICIONAMENTO FÍSICO NO PICADEIRO
P. 12
P. 05
UM POR TODOS E TODOS POR UM
P. 16 CONFIRA TAMBÉM: O Charme das Mãos Um Lipstick Diferente Bomba de Efeito
AUTÊNTICOS ANOS 60
P. 44 P. 46 P. 47
P. 23
COMPRAS ONLINE: RÁPIDO E PERIGOSO
O MAL DA QUINQUILHARIA
P. 29
P. 40
ALEGRIA QUE ACABA QUANDO AS CORTINAS SE FECHAM
P. 35
EXPEDIENTE: Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil Presidente: Clèmerson Merlin Clève. Diretor Geral: Jairo Marçal. Diretora Acadêmica: Lilian Pereira Ferrari. Coordenadora do Curso: Maura Martins.
Site: www.comunicaqui.blogspot.com.br Telefone: (41) 3361-4259 A revista Comunicaqui é um produto laboratorial do curso de Jornalismo da UniBrasil. A publicação digital faz parte da disciplina Redação Jornalística VI, que integra o sexto período.
Repórteres: Ana Paula Saraiva, Camila Nichetti, Camile Kogus, Jean Foss, Julmara Mendes, Katheryne Louise e Natalia Brückner. Editora Chefe: Camile Kogus. Editora de Imagens: Julmara Mendes. Editora de Opinião: Natalia Brückner. Diretor de Produção: Jean Foss. Diretora de Fotografia: Camila Nichetti. Projeto Gráfico e Diagramação: Camila Nichetti, Camile Kogus e Katheryne Louise. Professor Responsável: Rodolfo Stancki.
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Editorial
Um caquizeiro jornalístico Por Camile Kogus A Comunicaqui é uma revista diferente por natureza, ou talvez por linha editorial. A começar pela logo, que se aproveita de um trocadilho safado. Só quem já passou pelas Faculdades Integradas do Brasil e encarou um dos amargos caquis espalhados pelas árvores do pátio da instituição entende a importância da fruta para o curso de Jornalismo. Mas não ficamos com o incomum só no título. Nossas reportagens também apostam em uma abordagem divertida, instigante e inusitada.
Nessa mesma onda, apresentamos a novidade do verão: a arte cirsense dentro do mundo fitness. Quem curte estar na moda, também pode aproveitar nosso editorial com tendências atemporais da década de 1960. E olha o glamour: a produção tem alguns de nossos repórteres como modelos.
Você ainda pode dar uma olhada na nossa seção de economia e conhecer duas novas tendências de mercado que vem se espalhando mais rápido do que folha de caquizeiro em ventania. O e-commerce e os fiDigo isso porque nesta edição, você, caro leitor, vai nanciamentos coletivos já provaram que vieram para encontrar criatividade e paixão jornalística de uma ficar. Mas como são os bastidores dessas plataformas turma indo para a reta final de uma graduação. A de sucesso? A gente mostra. emoção está na história das pessoas que sofrem com a Síndrome de Diógenes. De bugiganga em bugigan- Por fim, aproveite para ver um raio-x da cenas harga, esses acumuladores vivem o drama de coletarem dcore de Curitiba (sim, ela existe). Jean Carlos Foss quinquilharias em suas casas. A própria avó de Natá- ficou tão intrigado com o trabalho das bandas inlia Brückner, autora da reportagem, sofria com a do- dependentes da cidade que resolveu escrever um ença – para mostrar tamanho comprometimento da relato em primeira pessoa. De longe, o cenário Comunicaqui com o amor durante nossa apuração. parece belo e agradável, mas de perto, esse amOutro tema sério que toma conta das nossas páginas biente é amargo. Como os caquis que se espalham é a depressão entre pessoas famosas. A matéria de pelo pátio das Faculdades Integradas do Brasil. Julmara Mendes pega como gancho o suicídio de Robin Willians para descobrir como o sucesso influen- Boa leitura! cia no humor das pessoas e pode levá-las à situações Camile Kogus extremas. editora-chefe da terceira edição da Além disso, imagino que o texto “A tailandesa que Comunicaqui ganhou prestígio entre elas” vai aguçar sua curiosidade para investigar uma prática que vem sendo Outubro de 2014. recorrente entre as mulheres. Não vou dar spoilers, mas garanto que a reportagem de Ana Saraiva (cheia de trocadilhos, claro) vai deixá-las com vontade de “suar” um pouco ao estilo oriental.
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SAÚDE
REPORTAGEM: JHENYFFER BORGES
Condicionamento físico no picadeiro
Fotos: Divulgação Circocan
Novas maneiras de praticar exercício físico vêm tomando conta do mundo fitness. Agora é a vez do circo, onde o picadeiro e as acrobacias ganham espaço nas academias locais
A
aderiu um novo método de ensino para essa magia circense deixou as tendas de lona prática, que hoje leva o nome de CircoFitness. e os picadeiros e está tomando conta das aca A modalidade consiste numa aula dedemias. Em Curitiba, quem busca manter ou senvolvida especialmente para quem procura melhorar sua forma física tem recorrido às auuma opção saudável de exercício para o corpo las de circo, que fogem do tradicional treino de e a mente. A aula dura cerca de uma hora e musculação. A opção mistura emoções lúdicas trabalha o condicionamento cardiorrespiratóa exercícios dinâmicos que prometem um conrio, flexibilidade, equilíbrio e a força por meio dicionamento completo. de exercícios e técnicas de circo e acrobacias. Para quem busca sair do sedentarismo Outra escola que oferece serviços semelhana opção leva vantagens sobre as atividades tes é a TripCirco, que traz a miscigenação de convencionais, pois trabalha a flexibilidade, o diversas expressões da arte como teatro, danequilíbrio, a postura, a concentração e a coça e música. ordenação motora. Segundo os A cada aula, alunos de nível iniespecialistas, a nova prática esticiantes, intermediários e avan“Por mais que seu mula quase todos os grupos musçados têm obstáculos físicos e culares e promove um alto gasto corpo fique exaus- mentais a serem superados, indecalórico. to no final de um pendente do tempo de prática. O A aluna Luana Santos, 23 fator lúdico, em que se aprende e anos, pratica aulas de circo há treino, a sensação ensina com diversão, se une com mais de dois anos e diz que o é muito boa. Isso as diferentes habilidades adquiriexercício é muito relaxante. “Por sem contar o resul- das nos treinos. Isso garante aos mais que seu corpo fique exausto praticantes maneiras de exercitar tado físico” no final de um treino, a sensação seu corpo intensamente, sem a é muito boa. Isso sem contar o reimpressão de estar numa acadesultado físico”. mia levantando pesos, anilhas e fazendo repe Essa vantagem também é vista com tições intermináveis de supino. outros olhos pelos empresários do ramo. Atualmente há mais de cinco escolas de circo em RISCOS Curitiba e todas oferecem um treinamento técnico-artístico e esse novo conceito de condicio No entanto, tais atividades não estão namento físico. Uma das pioneiras nessa práisentas de riscos ou de lesões musculares. tica é a escola Internacional de Circo Circocan, Isso porque a frequência, a modalidade e a fundada em 2003. Há dez anos, a instituição execução dos exercícios devem ser precisas
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para evitar contusões. Os praticantes podem contar ainda com sessões de alongamentos e relaxamentos antes e depois das aulas para evitar esse problema. A fisioterapeuta Alexandra Mainardi explica que o hábito de alongar é importante em nosso corpo, pois evitar essas temidas contusões. “Além disso, o alongamento também melhora o desempenho nos exercícios, pois um músculo alongado é um músculo mais forte. Já o relaxamento, é feito para evitar ou diminuir as dores após os exercícios.” Ela ainda diz que o acompanhamento de um profissional qualificado é essencial. “A atenção individualizada é importante, pois ajuda na execução correta dos exercícios.” É difícil se imaginar a seis metros de altura, usando trampolins ou lira (uma espécie de bambolê usado para as acrobacias) e outros equipamentos, sem pensar na segurança. Basta uma pequena pesquisa na web e descobrimos vários casos de acidente. Um deles é da acrobata Gabrielle Santos, 23, que escorregou e caiu de uma altura de dois metros e meio. Ela estava equilibrada em uma lira no Unicirco, em São Paulo. O fundador da Circocan, Pedro Mello, comenta que essas práticas mais perigosas não fazem parte das aulas de Circofitness. “Todas as acrobacias avançadas e que envolvem qualquer possibilidade de risco aos alunos não são exploradas e ensinadas aqui. A política da nossa escola não é criar alunos para que se tornem acrobatas profissionais. Quem deseja se aprofundar nisso, sugerimos uma matrí-
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Embora sejam bons exercícios para o condicionamento físico, acrobacias arriscadas não são recomendadas em academias convencionais.
cula em turmas específicas de acrobacias e circo, para buscarem seu aperfeiçoamento técnico-artístico.” A recomendação dessas práticas circenses é bem vista por profissionais da área da saúde. O mestre em educação física Bruno Tucunduva revela que o método conduz a pessoa a ampliar seus conceitos sobre atividade física. “Além disso, ele renova a percepção das experiências que o corpo e o movimento podem proporcionar.” Outro ponto interessante para os praticantes é o tempo em que se nota o resultado. Para o personal trainer Daniel Souza, o efeito pode ser relativo, pois depende do organismo de cada pessoa. “Mas, já nos primeiros meses é possível perceber uma melhora significativa. Em média, para homens, os resultados aparecem no primeiro mês e, para mulheres, no segundo mês.” Portanto, ao iniciar uma atividade circense ou qualquer outra atividade física, procure um local confiável e um profissional da área. Assim, além de melhorar sua saúde e qualidade de vida, você vai prevenir lesões e ainda aproveita melhor os resultados Aula de circo fitness de 1 hora inclui: • • • • • •
Aquecimento geral (5 minutos); Condicionamento físico (20 a 25 minutos); Pausa para água; Trabalho específico (15 a 20 minutos); Pausa para água e recuperação; Alongamento (5 a 10 minutos);
*dependendo da intensidade trabalhada anteriormente e a resposta dos alunos, alternam-se exercícios moderados com recuperação ativa em elementos técnicos.
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FITNESS
REPORTAGEM: ANA PAULA Fotos: Reprodução/Google.
A tailandesa que ganhou prestígio entre elas
Arte marcial vira febre entre as mulheres que declaram luta contra a balança e desejam melhorar o condicionamento físico
A
liando sua força de vontade com um objetivo de vida saudável, Gislaine Artigas mostra a muitas pessoas como sua feminilidade pode ser ainda mais agraciada quando está vestida com luvas, caneleiras e short thai. Em seu primeiro mês de aulas de muay thai, a analista financeira percebeu como a atividade influencia diretamente em seu bem estar, na perda de medidas, na tonificação dos músculos e no combate à temida celulite. Essa gordura localizada, aliás, tem abandonado seu corpo aos poucos. O objetivo de Gislaine nunca foi participar de campeonatos, mas melhorar o condicionamento físico. Afinal, trata-se de uma luta que mais possui gasto calórico, flexibilidade, força e habilidade. O muay thai ou o boxe tailandês é uma arte marcial originada na Tailândia há mais de mil anos. Supostamente, a luta ganhou popularidade com o apoio de um rei antigo da região, conhecido como Tigre, o melhor lutador da história. No Brasil, a luta chegou em 1979. Os biótipos de quem luta são diversos: magras, fortes, altas e baixas. Porém, uma característica evidente nas alunas que praticam o esporte é a fragilidade, que não é vista como
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algo pejorativo ou desqualificador por causa do gênero. Mas, como um diferencial que levam para o tatame. Marcelo Padrão, professor de Muay Thai há quinze anos, demonstra seu envolvimento de imediato. Antes mesmo de expressar sua opinião, os braços e as mãos fortes não escondem a admiração que sente ao falar das mulheres que lutam e, ainda assim, não perdem sua delicadeza. Conhecido como psicólogo e carrasco durante o treino, Padrão conhece as alunas a ponto de saber interpretar o porte e os movimentos. O afeto vem em um sorriso nos intervalos entre socos e chutes. O lado cruel surge na hora de exigir habilidade e movimentos precisos de suas pupilas.
Motivação Um dos principais motivos para que as mulheres transformem o muay thai em um hobby é a mudança que ocorre no corpo. Com duas aulas por semana, que duram geralmente uma hora, e um bom hábito alimentar, elas podem alcançar os benefícios da prática em três meses.
Gislaine sofria com problemas de hérnia de disco, o que a deixava com medo de arriscar e agravar ainda mais a sua coluna. Com o passar do tempo, ela foi se adaptando ao treino. “Hoje, pratico a luta quatro ve-zes na semana. Não sinto mais as terríveis dores, que chegavam a me deixar de cama por uma semana.” Embora seja um efeito colateral ao que pretendia inicialmente, o emagrecimento também veio. “Minha família reparou”, se orgulha.
Alimentação
A nutricionista Giovanna Delponte explica que para o treino ter efeito no corpo, é necessário consumir alimentos que favorecem essa mudança corporal. Especialmente para quem pratica muay thai. Laticínios são fontes de proteína e cálcio para a contração muscular. Carnes brancas e clara de ovo possuem fácil digestão. Pão integral e batata doce possuem baixo índice glicêmico e, portanto, são ótimas fontes de energia para atividades de longa duração. Além disso, são ricos em fibras, o que melhora o funcionamento intestinal. A aveia, um carboidrato que demora a
Como em outras lutas marciais, treinamento para homens e mulheres é diferente no Muay Thai.
virar glicose no sangue, evita o acúmulo de gordura. Rica em energia, fibras, vitaminas e minerais, a aveia consegue enriquecer qualquer preparação e torna-la saudável. Oleaginosas e azeite de oliva são ricos em gorduras monoinsaturadas, que não se acumulam nas artérias, fornecendo energia e auxiliando na produção hormonal. Além disso, esse alimento também regulariza o perfil lipídico sanguíneo, diminuindo o colesterol ruim e aumentando o colesterol bom. A nutricionista ainda diz que a diferença entre homens é mulheres é pouca. “O que muda é a quantidade de macro e micronutrientes exigido pela demanda metabólica individual”.
Treino
Nas aulas, a diferença entre os sexos está na série de treinamentos. “Mulheres são mais frágeis em vários sentidos, mas na luta elas não arregram. Acho isso espetacular. A maioria dos meus alunos são mulheres”, diz Padrão.
Para homens, o treinamento é mais
severo e forte. Entre elas, o ritmo é mais leve, sem contato físico, exceto as que pedem para ser mais forte ou até mesmo para treinarem com homens. Gislaine é uma das que não se sentem intimidadas em lutar com o sexo oposto, mostrando preferência em alguns dias específicos. “Quando estou na TPM é ótimo treinar com um homem, posso descarregar toda a tensão, a sensação é ótima”, brinca entre risos. A luta também pode alterar no estado mental das alunas. Para Padrão, o momen-
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to é envolto por tanta concentração que os problemas, sejam eles quais forem, desaparecem. A mente fica voltada aos exercícios, sem espaço para pensamentos problemáticos. Gislaine nos conta que antes do treino, normalmente está tensa e preocupada com o dia a dia. Porém, após o treinamento, sente-se muito feliz e renovada, apesar do cansaço. “Saio da minha série com as pernas tremendo, mas com energia a mil”. Para que o treino tenha uma eficácia melhor, outro fator deve ser levado em consideração: o sono. Uma noite bem dormida é indispensável para uma rotina de muay thai, pois é nesse momento que ocorre a recuperação muscular. O uso de energéticos deve ser evitado a todo o custo, pois eleva os batimentos cardíacos resultando em um cansaço excessivo. Na luta, como em vários aspectos da vida profissional e social, as mulheres vêm ganhando espaço. Algumas pessoas ainda reagem com estranheza ao saber que uma mulher domina o tatame, pois a prática está associada às cenas sangrentas e geralmente serve como sinônimo de violência. Padrão descreve as mulheres praticantes dessa luta como maravilhosas, e concorda que todos deveriam conhecer melhor a tailandesa que com o tempo ganhou espaço e prestígio
EQUIPAMENTOS DO MUAY THAI LUVAS DE BOXE
TORNOZELEIRA
PROTETOR BUCAL
BANDAGEM
SHORTS
PROTETOR SEIOS
ONDE PRATICAR Academia Thai boxe - Fone (41) 30293291 Rua Almirante Gonçalves, 1409 - Rebouças. Muay thai feminino - aulas terças e quintas, às 18h30. R$ 99,90, a mensalidade. Academia Fire Gym - (41) 32869359 Rua Maestro Carlos Frank, 1984 - Boqueirão. Muay thai feminino - Segunda, quarta e sexta, às 19h. R$ 89,90, a mensalidade. Academia Liv! (41) 30795422 Rua João Negrão, 45 - Centro. Muay thai feminino - Terças e quintas, das 11h às 12h ou das 17h às 18h. R$ 79,90 a mensalidade.
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UNDERGROUND
REPORTAGEM: JEAN FOSS
Fotos: Renata Kalkmann
O peso de uma comunidade O metal é um gênero de música controverso, mas capaz de aproximar um grupo de pessoas com histórias, por vezes, mais interessantes do que muitas bandas mainstream
E
u cheguei ao Hangar, casa de shows localizada no Largo da Ordem, em Curitiba, por volta das 14h de um domingo. O horário foi estipulado para o início de uma celebração que se estenderia até o começo da madrugada. Era o meu primeiro festival de heavy metal com artistas da capital paranaense. De acordo com o flyer do evento, seis grupos iriam se apresentar. O número não me impressionou, pois os festivais de metal da cidade geralmente abrigam de quatro a seis bandas até os dias atuais. E, apesar de eu já conhecer superficialmente algumas delas via internet, minha ansiedade para finalmente vê-las ao vivo pela primeira vez era inegável. A curiosidade de saber o que a cidade na qual vivo tinha a oferecer para a cena do metal era tremenda. Isso ocorreu em 2013. Mas o que eu vi naquela tarde de março ficou comigo durante todo o último ano. A ponto de me inspirar a escrever esta matéria. Tudo começou com o lugar. Pois, além de ter sido a primeira vez que eu prestigiei uma apresentação regional do estilo, também foi a
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primeira vez que eu visitei o Hangar, uma das principais casas de shows do Largo da Ordem e uma das poucas que recebe o heavy metal. Também conhecido como o “Templo do Rock” (em Curitiba), o local suporta 500 pessoas e conta com mais de 20 anos de atividades relacionadas à música. O que conferiu a ele o título de tradicional entre os fãs do estilo musical pesado. E, em Curitiba, apenas 13 casas de shows englobam o ritmo em suas programações. As principais delas, além do Hangar, são o Blood Rock Bar, o Espaço Cult e o Music Hall. Se considerarmos que a capital paranaense apresenta de 100 a 150 casas de shows/casas noturnas, é um número relativamente pequeno. Logo ao chegar, era possível notar uma concentração mediana de pessoas bem na frente do Hangar. Pequenas rodinhas de indivíduos que papeavam e riam. Eu estava com dois amigos. Estacionamos o carro e, depois de observarmos as redondezas rapidamente, nos direcionamos à bilheteria. Depois de observarmos as redondezas rapidamente, nos direcionamos à bilheteria. Em shows underground, os preços dos ingressos vão de R$10 a R$20. O valor muda
de acordo com a quantidade e a fama de bandas, além do espaço. Naquela tarde, pagamos apenas R$10. Mas o que realmente me intrigou foi notar que dois integrantes de uma das bandas que iriam participar do festival eram os responsáveis pela “bilheteria”, que, na verdade, não passava de uma pequena bancada de madeira montada logo na entrada do Hangar. Neste ponto, comecei a perceber certa cooperação entre os grupos. Afinal, por que membros de bandas deveriam estar naquela posição? Eles eram os artistas. Mas o underground não funciona desta maneira. Subterrâneo. Na tradução literal da palavra, é isso o que significa underground. Aquilo que está escondido. Que não é visto. Portanto, associando a palavra à música, podemos concluir que a cena musical underground é aquela que está “coberta” por algo que a impede de ser mais divulgada e, por consequência, amplamente notada. E esse algo, para muitos artistas e apaixonados por música, atende pelo nome de mainstream, que, ao
Casas de shows mostram a proximidade entre os fãs e os artistas undergrounds.
contrário do undeground, consiste em produtos ou atividades que estejam em destaque na mídia ou quaisquer outros grandes meios de alcance comercial. Isso não significa, entretanto, que e o que é underground não possa se tornar mainstream. Mas, na essência, o underground foge dos padrões comerciais, modismos ou qualquer forma de expressão com características pré-definidas por grandes veículos de comunicação ou pessoas influentes em tais meios. Mas o tópico “underground vs maisntream” é assunto para outra publicação. Quando entrei no Hangar, senti-me em uma taberna contemporânea. Tudo era escuro e um tanto quanto medieval, devido à sujeira que se estendia das paredes até o chão. Porém, quando as luzes finalmente apareciam com mais longevidade, era possível notar os traços da modernidade. Logo avistei um bar minúsculo que ficava à direita da porta, uma estrutura de metal à esquerda onde as pessoas se sentavam e uma escada ao lado do palco que levava aos camarotes, no segundo andar. E foi para lá que fui para poder avaliar tudo
de forma mais ampla. E o que pude constatar, lá de cima, é que havia uma camaradagem entre as bandas, que se cumprimentavam constantemente quando se cruzavam. Além disso, enquanto uma delas estava no palco, boa parte das outras estava no meio do público, cantando e pulando como se fossem meros espectadores. Sem mencionar a ajuda no momento de montar a aparelhagem e os instrumentos. Era gente carregando guitarras para lá, outras levando pratos de bateria para cá. O que poderia parecer desorganização para alguns, funcionava bem no universo underground. E ao notar isso, decidi explorar melhor o assunto e entender como essa comunidade funciona e como esse auxílio mútuo mantinha a cena do metal viva em Curitiba. Com tudo isso na cabeça, sentei-me com o baterista da banda Clamore, Cristia-
no Freitas. E o que ele me contou foi que os festivais de metal underground são criados e administrados pelas próprias bandas. Ou seja, todo o trabalho de divulgação e a parte burocrática ficam a cargo dos músicos da banda responsável por criar o evento. “A Clamore, por exemplo, criou o Brutal Breakdown e a Storm Festival”, explica Cris, que revela que os gastos para se movimentar os festivais podem ser salgados. “O Hangar cobra R$700 de locação. Além disso, temos os gastos com água para as demais bandas. E quem tem que pagar tudo, quase sempre, é a banda que está organizando o evento”. O que prova que a tal cooperação que avistei fica de lado quando o assunto é dinheiro. Pelo menos, na maioria das vezes. “Além disso, quando queremos convidar bandas de fora para participarem, precisamos pagar o transporte e o cachê, caso peçam”, completa o baterista.
Por isso, é importante que o público compareça aos shows. E é tarefa das bandas atraírem amigos, conhecidos e quaisquer pessoas que possam curtir a ocasião. “Se colocamos o ingresso a R$10 e conseguimos reunir 140 pessoas, que é a média de público, tiramos R$ 1.400”. Dinheiro esse que, de acordo com Freitas, é investido na banda, por meio de gravações, mais festivais e criações de artes. “No último Storm Festival, entretanto, conseguimos atrair um pouco mais de 170 pessoas. Aí, a grana foi maior e resolvemos dividir com as bandas que convidamos. Cada uma recebeu R$70”. Agora, a Clamore criou a Los Pollos Produções, exatamente para administrar melhor os festivais e dividir corretamente as responsabilidades entre os integrantes. “Apesar de alguns contratempos, tem funcionado bem”, diz ele. Todavia, nem tudo no underground soa como um acorde limpo e bem executado. Segundo o guitarrista da Clamore, Pedro Farcondes, há o senso de comunidade entre as bandas. Porém, ele acontece apenas entre aquelas que já se conhecem. “A ajuda acontece basicamente com uma divulgando a outra e convidando para os shows”. O produtor musical Tiago Brandão, dono do estúdio Vox Dei e músico que já viveu o underground, concorda que há união entre bandas. Mas, na sua época, nem todas eram confiáveis. Isso tornava o auxílio entre os artistas um pouco complicado. “Quando eu tocava, há alguns anos, havia bandas interesseiras, que se agarravam à sombra das outras, e que falavam de mal de você e de sua música para alguns, e bem para outros”. Ele
completa dizendo que as coisas não mudaram muito no cenário atual. “Continuam existindo bandas boas, ruins, interesseiras, com talento, sem talento e por aí vai. O que pode se afirmar que mudou, contudo, é que, com a internet, é muito mais simples elas divulgarem os seus trabalhos e saírem do underground”. Além disso, os produtores e produtoras oportunistas também fazem parte do underground. Em Curitiba, especificamente no metal, há uma produtora entre essas em que não se pode confiar, revela Freitas. “Se você participasse dos eventos dela, você recebia 100 ingressos para vender. Cada um a R$10. No mínimo, você precisava vender 25, pois você tinha que retornar R$250 para a produtora. Daí para frente, você podia ficar com o dinheiro”. O problema, no entanto, é que a produtora organizava eventos com 10 bandas. O que tornava tudo mais complicado. “O underground não atrai tanto público assim. É quase impossível cada uma das bandas venderem 25 ingressos. Mas a produtora pressionava. E se eles não conseguissem, eram tratados mal e não conseguiam mais participar dos festivais”, conclui o baterista
A linguagem do metal underground Circle pit: todos corrrem de forma que se crie um grande círculo. Geralmente, é realizado em passagens mais rápidas das músicas. Wall of death: o público se divide em dois, deixando um grande corredor. Ao sinal da banda, os dois lados correm um em direção ao outro. Mosh: o famoso empurra-empurra. Stage dive: É quando alguém sobe no palco e se atira no público. Surf crowd: Se caracteriza quando alguém é carregado pela platéia.
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CROWDFUNDING
UM POR TODO$ E TODO$ POR UM Projetos culturais vem ganhando destaque nos sistemas de financiamento coletivo. Sejam por ideias inovadoras ou por uma turma de seguidores fiĂŠis, veja como alguns projetos ganharam o gosto do pĂşblico e a fama por meio do crowfunding.
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REPORTAGEM: CAMILE KOGUS
André Caliman autografa edições da HQ Revolta! na Gibicon 2014. Foto: Camile Kogus
T
udo começou em um blog. A cada mês, um novo capítulo de uma história sobre corrupção e revolta em Curitiba chegava aos internautas. Logo, o projeto cresceu e ganhou a simpatia de milhares de seguidores. Hoje, a HQ Revolta! possui versão impressa e uma adaptação ao teatro. Quando o quadrinista André Caliman começou a publicar os primeiros ca-
pítulos da série em preto e branco – com traços semelhantes aos quadrinhos Tex –, ele já tinha em mente a ideia de publicar um livro impresso de Revolta!. Ainda no furor pós-manifestações 2013, era óbvio que a HQ sobre corrupção e revolta popular iria cair nas graças dos amantes de nona arte. Mas havia um pequeno problema: como viabilizar um projeto desses se nem finalizado
estava? A dúvida do ilustrador é uma questão que pipoca na mente de muitos escritores, artistas, cineastas e outros profissionais de cultura dentro e fora de Curitiba. Financiar projetos dessa área, ainda é uma tarefa difícil mesmo em uma cidade considerada polo cultural. Seja pela burocracia ou pela desvalorização por parte das editoras e produtoras, muitos
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autores têm partido para o sistema de crowdfunding para lançar seus projetos. Quando Caliman teve a ideia de colocar Revolta! no Catarse, o sistema de financiamento coletivo mais popular no Brasil, o livro ainda estava em fase de produção, com cerca de dez capítulos publicados. “Quando joguei o projeto no Catarse, tinha uma certa quantidade de leitores fiéis do blog. Isso foi um fator bem importante. Acho que se não tivesse feito o blog antes, se não tivesse instigado o pessoal pelo projeto, eu não teria conseguido financiá-lo”, explica o ilustrador. Assim que o projeto foi colocado no Catarse, a parte trabalhosa começou para o quadrinhista, que precisava de divulgação. Nessa hora, nada de textos chatos e panfletos feitos no paint. Ao divulgar um projeto de financiamento coletivo, a criatividade e a persistência são os principais fatores para que a proposta alcance o maior número de pessoas possíveis. No caso de Caliman, ele usou o caráter independente da produção a seu favor. Colou páginas em muros e paredes de diversos pontos da capital paranaense. Isso sem falar no sucesso que Revolta! gerava entre os internautas, que conheciam o trabalho
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por meio do blog. Depois de alguns meses, a obra estava publicada. Nessa mesma onda de produções independentes, o quadrinhista Thiago Itice também utilizou a plataforma para financiar seus títulos. Aliás, ele chegou a angariar recursos para publicar três HQs. Conhecido como Yoshi do Lobo Limão, o profissional aproveitou ao extremo o financiamento coletivo. Se depender dos outros para bancar um projeto parece difícil, imagine triplicar esse esforço. Foi o que ocorreu em Last RPG Fantasy – Livro Jogo (2012), Maki (2013) e Batsuman – Ano Um (e dois também) (2014). Em 2011, quando Yoshi teve a ideia de jogar o primeiro projeto no Catarse, a equipe do Lobo Limão ainda estava um pouco desconfiada do sistema e de como ele iria funcionar. Foi só quando os apoiadores começaram aparecer, que o grupo viu que o caminho era realmente aquele. Last RPG Fantasy – Livro Jogo ganhou tanto a simpatia do público que conseguiu arrecadar, para o alívio dos produtores que tinham se esquecido de calcular o preço de vários itens para extras, R$ 16.852, cerca de R$ 3 mil além da meta inicial. Dessa maneira, em
2012, o livro (que também é um RPG) chegou às mãos dos seus 196 apoiadores. O feito se repetiu nas publicações Maki e no encadernado das melhores tirinhas do Batsuman. “Nós ficamos admirados do sucesso que o segundo projeto fez. Na terceira vez, com o Batsuman, fiquei ainda mais surpreso porque todo o pessoal do site que curtia a tirinha e que já tinha ajudado nos outros projetos ajudou de novo. A gente não teve esforço nenhum pra divulgar”, explicou o quadrinhista. Foto: Reprodução/Lobo Limão.
Por que não ? Engana-se quem pensa que o financiamento coletivo é coisa para quem está lançando o primeiro projeto. Muitas propostas dentro da plataforma são de pessoas reconhecidas no meio cultural e que querem simplesmente “ver qual é a dessa parada”. É o caso do ilustrador do projeto Quadrinhofilia, José Aguiar. O quadrinhista, conhecido pelas HQs Folheteen - Direto ao Ponto e Vigor Mortis Comics, lançou
recentemente no Catarse o projeto Nada Com Coisa Alguma. O encadernado reunirá as melhores tirinhas da série publicada no jornal Gazeta do Povo. Apesar de ter lançado diversas obras por meio de editoras e de incentivo cultural, Aguiar se interessou pela dinâmica da plataforma e resolveu ver como seu público aceitava a proposta. “Quero sentir como reage o meu público e, ao mesmo tempo, expandi-lo. Creio que o engajamento direto dos leitores do li-
vro na sua produção é um conceito muito interessante. Essa compra do livro em 'pré-venda' por quem acredita na proposta é uma quebra de paradigma muito especial para mim como autor”, explica. Aguiar está trabalhando duro na divulgação. Além de promover o projeto por meio das redes sociais, mailing e imprensa, o ilustrador também está investindo no velho “corpo a corpo”. Ou seja, indo até os eventos de HQ e apresentando pessoalmente a
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colegas e fãs do gênero. Cinema em Cena É claro que não é só de quadrinhos que vive a cena cultural de Curitiba. Os aficionados em filmes de terror independentes com certeza conhecem o diretor Paulo Biscaia Filho, figurinha carimbada nos telões da capital paranaense.
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O cineasta é conhecido por suas superproduções realizadas com orçamentos apertados. Abusando dos bons e velhos efeitos de cinema caseiros, Biscaia consegue cativar o público sanguinolento. Foi assim que o DVD do filme Nervo Craniano Zero, um dos mais adorados pelos fãs do diretor, fez sucesso Catarse.
O filme já havia sido exibido em diversos locais e festivais de cinema, incluindo a Virada Cultural de Curitiba, mas ainda não havia previsão do lançamento de um possível DVD. “Muita gente estava cobrando a distribuição em home vídeo do filme e eu também queria experimentar o formato de crowdfunding. Sabendo da de-
CURIOSIDADES Segundo uma pesquisa realizada pelo Catarse, cerca de 52% das pessoas que apoiam propostas da plataforma preferem projetos independentes e de cunho artístico e cultural, seguidos de propostas com viés social e/ou ambiental, que fortaleçam comunidades de forma responsável e solidária. Além disso, cerca de 22% dos realizadores de financiamento coletivo estão no ramo das artes, 11% na Produção Cultural e 7% de Comunicação & Jornalismo. Outros fatores que também influenciam na hora de um projeto dar ou não certo em um crowfunding são boa divulgação, apresentação do projeto e identificação do apoiador com a proposta, entre outros.
Ao lado, cena do filme Nervo Craniano Zero. Foto: Marco Novack manda, e mais seguro de um resultado de sucesso, resolvemos enfrentar a parada”, explica. Assim que o cineasta, juntamente com a equipe de atores e produção do Nervo Craniano Zero, decidiu tentar o financiamento coletivo uma verdadeira força tarefa de divulgação começou. Além do vídeo que explicava o que
era o projeto, exigido pelo Catarse, o grupo investiu em outros meios para divulgar o DVD. “Nós fizemos divulgação diária nas redes sociais e em outros mecanismos on-line. O importante era que fosse diário para não deixar a coisa esfriar. Temos mais de três mil fãs na página da Vigor Mortis. Tivemos um décimo
da quantidade apoiando. Poderia ser até mais”, ressalta. Foram meses de trabalho para que a proposta chegasse ao maior número de pessoas possível. E ao fim do prazo o DVD Nervo Craniano Zero conseguiu arrecadar R$ 18.770, mais de mil reais além da meta estabelecida
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MODA
AUTÊNTICOS ANOS 60 A década de 1960 foi repleta de mudanças e inovações no universo da moda. Para começar, a forma de se vestir começou a se relacionar diretamente com o comportamento expressado pelos jovens, que passou por uma transição dos anos 50 para os anos 60. Isso porque, enquanto a década anterior expressava uma rebeldia ingênua e inofensiva, a década seguinte trazia consigo a coisa real. O sentimento de liberdade e de revolta contra a sociedade de consumo tomava conta dos jovens. E esse sentimento que, até então, permanecia dentro dos bares e das rodinhas de conversa, começou a ganhar as ruas. Especialmente no final da década, quando o movimento hippie (movimento contracultural) nasceu.
Na moda, a forma única de se vestir foi deixada de lado. Os jovens não mais se apropriavam da moda dos mais velhos. Agora, eles possuíam a sua própria moda, com peças específicas que retratavam a atitude adotada por eles. No cenário feminino, destacam-se a minissaia, as roupas de linhas retas, as botas e os vestidos tubinho, por exemplo. Foi na década de 1960, também, que as mulheres investiram com peso no unissex, usando looks tradicionalmente masculinos, como os smokings. Por outro lado, em relação aos homens, a moda era basicamente ditada por quatro garotos ingleses, de Liverpool, conhecidos como The Beatles. Paletós sem colarinho, ternos, cabelos com franja, gravatas largas, sapatos, golas rolê e peças mais ajusta-
das davam o tom dos guarda-roupas masculinos durante a década de 1960. Em suma, esse período histórico, que foi centrado principalmente em Londres (Inglaterra) e depois em São Francisco (Estados Unidos), exerceu um papel importante, tanto no mundo da moda como em questões sociais, artísticas e políticas. E chegou ao fim com, talvez, o maior festival de música da história, o Woodstock Music & Art Fair, que fechou com chave de ouro a década também brilhante que foi a de 1960.
Editorial realizado:
Fotografia - Camila Nichetti. Modelos - Bruno Valentin, Jean Foss, Jhenyffer Borges e Natalia Brückner. Produção - Ana Saraiva, Camile Kogus, Julmara Mendes e Katheryne Louise. Agradecimento Especial - Raphael Mendes.
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COMPORTAMENTO
Foto: Natália Brückner
REPORTAGEM: NATÁLIA BRÜCKNER
O Mal da Quinquilharia Conhecida por provocar acúmulo doméstico de lixo e animais, a Síndrome de Diógenes começa a ser amplamente pesquisada em Curitiba
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unca entrei no quarto da minha avó. “É melhor não entrar, filha. Seu nariz vai ficar irritado e você vai espirrar a noite inteira por causa do pó”, aconselhava meu pai, referindo-se a minha rinite alérgica, das quais as crises podem ser desencadeadas em ambientes empoeirados. Depois de nos desejar boa noite (“Schlaf gut”), dona Emília Brückner se enfiava em seu quarto, de onde dava para ouvir os cícios das orações noturnas feitas em alemão. O único cômodo que não desbravei na pequena casa em Maranduba, no litoral norte de São Paulo, onde passávamos as férias uma vez por ano, era uma caverna platônica de papelão e sacos plásticos na qual nunca ousei entrar por temer dar de cara com uma barata. As baratas que eu flagrava, ora se digladiando com uma lagartixa, ora fugindo da nossa presença, tinham uma procedência exata. Vinham do quarto de dona Emília. Esses bichos não podiam me contar nada sobre aquele mundo coletado. Aliás, nada podiam fazer exceto provocar meus gritos histéricos seguidos de subidas desesperadas ao topo da mesa da cozinha e ordens de execução que podiam ser ouvidas até pelos vizinhos. “Mata, paaaaaaai!! Mata!”. Os insetos da ordem blattaria (ou blattodea) são as sombras vivas que se mostram
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de dentro para fora do mundo de uma senhora de 86 anos que nasceu na Hungria, passou fome na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e teve cinco filhos. Dois finados e três vivos. Meu pai me contou depois que na caverna de Platão da vovó constavam presentes de casamento que, ganhos repetidos, eram guar-
entre os anos de 412 e 323 a.C. Antes discípulo de Sócrates, passou a morar nas ruas de Atenas. Considerava uma virtude viver sem apegos, sem pudor e sem planos, exatamente como os cães. Daí a origem do adjetivo “cínico” - de kynikos-cão em grego. Diógenes, apesar de sua conhecida inteligência, era visto perambulando pelas ruas cercado de cães, com os quais se alimentava e “Duma caverna dormia dentro de um barril. Em platônica de pape- memória ao que pregava, um pilar com um cão em repouso lão e sacos plásti- foi esculpido em seu túmulo cos na qual nunca em Corinto. O estilo de vida de Diógenes batizou o comportaousei entrar por mento que faz seus portadores temer dar de cara acumularem objetos ou animais em suas casas. O que forma com uma barata” um paradoxo, pois Diógenes era irredutivelmente desapegado a tudo. A associação com o dados para serem passados transtorno, também conhecido adiante, sem a noção de que como acumulação compulsiva tais eletrodomésticos ficariam ou síndrome da miséria senil, defasados. Também havia sa- está na autonegligência invoquinhos de leite que, em perí- luntária, na situação de isolaodos de extrema necessidade, mento social, no desleixo com ela costurava até formar gran- si próprio e com tudo que o des sacos de lixo. A resiliência cerca. Não exatamente com o e a criatividade perante as di- colecionismo, o fator mais coficuldades acabaram se trans- nhecido deste comportamento formando em pilhas de objetos ou transtorno. inutilizados com o passar dos Não há um perfil definido anos. E o quarto da vovó virou do portador dessa síndrome. morada de outro famigerado Recentemente inclusa no Diciogrego. nário de Saúde Mental da Asso Diógenes de Sinope, co- ciação Americana de Psiquianhecido como “o cínico” viveu tria (DSM-5), esse transtorno é
Foto: Divulgação
caracterizado pelo acúmulo, ou fobia em descartar objetos ou animais. Patrícia Folly, psicóloga do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, afirma que a doença pode atuar em vários graus, como um simples amontoamento num cômodo até a ocupação completa da residência com pilhas e mais pilhas por toda a parte, até que a moradia se torne um local disfuncional. Folly ainda esclarece que a acumulação compulsiva pode estar tanto associada a fatores históricos do paciente - como a vivência ou medo da miséria, apego a situações do passado - quanto aos traços comportamentais que se desenvolvem desde cedo, como a obsessão em colecionar coisas, até mesmo temperamen-
tos excêntricos. Os casos de acumuladores chegam à Secretaria Municipal da Saúde já quando a situação do denunciado é grave, por meio das reclamações de vizinhos pelo mau cheiro e aparecimento de insetos e roedores, decorrentes do lixo ou da concentração de animais. Se o paciente tem família, o relato ocorre através do apelo dos parentes. Isso porque o acumulador dificilmente adquire noção da dimensão dos prejuízos que a autonegligência pode lhe causar, o que também dificulta o processo de tratamento. Por isso, a abordagem é sempre domiciliar, pela ação de agentes da Secretaria de Saúde ou da Secretaria de Meio Ambiente. Mapeamento e Diagnóstico
Desde março deste ano, uma parceria entre as secretarias municipais de Saúde e do Meio Ambiente, a Associação de Fundação Social (FAS), a Universidade Federal do Paraná, com o financiamento do Projeto Araucária uniu todos os dados e denúncias dos órgãos envolvidos para iniciar a articulação de um projeto que visa mapear, traçar o perfil e tratar os acumuladores em Curitiba. O trabalho do projeto foi dividido em duas fases: primeiro, o mapeamento e cadastro dos casos. O segundo passo é a filtragem e a avaliação dos pacientes para o encaminhamento aos tratamentos necessários. Cada situação é avaliada em reuniões conjuntas e colegiados entre as secretarias
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para definir os perfil, metas e métodos de intervenção e tratamento. O levantamento é custeado pela Fundação Araucária do Paraná com recursos de R$ 140 mil. E além de identificar e tratar os acumuladores, o projeto também tem o objetivo de prevenir zoonoses, incêndios e outros acidentes causados em focos de acúmulo de lixo e animais. Luiz Armando Erthal, diretor do Centro de Saúde Ambiental e um dos participantes do projeto, ressalta a importância deste tipo de trabalho que, por enquanto está em desenvolvimento apenas em Curitiba. “A questão dos acumuladores não pode ser resolvida só de um lado. É uma questão interdisciplinar e interinstitucional. Uma instituição sozinha não pode dar conta deste problema. Desde o ano passado, vínhamos discutindo sobre a necessidade de unir nossos esforços para atingir este problema de forma eficaz.” Sobre a metodologia para o tratamento dos acumuladores, Erthal afirma que outro procedimento deste trabalho é estudar as formas de abordagem. “Muitos são receptivos, porém têm os que sofrem de transtornos mentais. Por isso, há a necessidade de estudar as técnicas para cada caso. Esta parte ficará aos cuidados do Departamento de Saúde Mental da Secretaria de Saúde, com sua equipe de psicólogos, médicos e enfermeiros que dão suporte ao projeto.” Segundo Erthal, a vizinhança tanto pode colaborar na melhora do quadro nos hábitos do acumulador, quanto pode ajuda-lo a juntar mais lixo ou animais em sua casa. Com a intenção de satisfazer as carências do portador do trans-
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torno, quem está próximo dele pode indicar onde tem objetos que podem ser coletados. Quando perguntado sobre a possibilidade de remoção do paciente de sua casa, o diretor nega que este seja o procedimento apropriado para o paciente. Além de traumatizá-lo ao tirá-lo de casa e interná-lo num hospital psiquiátrico, por exemplo, há uma chance altíssima de reincidência do quadro compulsivo. “Ao voltar para casa, o acumulador pode retornar os hábitos dos quais sentiu falta fora do lar.” Porém, esse procedimento pode ser feito em situações mais graves e através de uma ação judicial, como
psicóloga no Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, a Síndrome de Diógenes pode atingir pessoas de várias classes sociais, regiões e idades, apesar de atingir em maior parte pessoas com mais de 50 anos de idade. Segundo a obra “Diógenes, população de rua, luta antimanicomial e cinismo” (Leonardo Caixeta, 2007), a Síndrome de Diógenes atinge anualmente no mundo, cinco a cada 10 mil pessoas acima de 60 anos que moram sozinhas, podendo atingir todas as classes sociais e prevalece igualmente entre homens e mulheres. Entre as doenças que atuam em conjunto com a acumulação compulA Síndrome de Di- siva, a demência abrange 44% casos, seguida pelo alcooógenes atinge anu- dos lismo, transtornos afetivos em almente no mundo, geral e parafrenia, um distúrbio caracterizado por mucinco a cada 10 mil mental danças na disposição e no capessoas acima de ráter. Casos mais raros podem em decorrência da es60 anos que moram suceder quizofrenia e após um acidente sozinhas vascular cerebral (AVC). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e aconteceu com Araci Minaif, o Estatística (IBGE), o número caso mais famoso da Síndrome de idosos (maiores de 60 anos) de Diógenes em Curitiba, que saltou de 11,4 para 24,8 miveremos adiante. lhões entre os anos de 1992 e 2012. Um aumento de 117%. E Perfil e Estatísticas o número de idosos que moram sozinhos triplicou neste mes O processo de mapea- mo período, ao passar de 1,17 mento e perfilamento dos acu- para 3,70 milhões. Um salto de muladores começa a dar seus 370%. Destes, 65% são muprimeiros passos. Segundo as lheres. Curitiba tem 154,5 mil coletas iniciais de dados di- idosos (8,4%) entre seus 1,84 vulgadas pela Secretaria de milhões de habitantes apuraSaúde no início de setembro, dos pelo IBGE em julho do ano Curitiba tem um acumulador a anterior. Dona Emília Brückner cada 10 mil habitantes. Na eta- mora sozinha há mais de 30 pa inicial do projeto, foram en- anos, e assim representa facilcontrados 195 acumuladores. mente o perfil do portador da Nas palavras de Patrícia Folly, Síndrome de Diógenes. Mas
Foto: Natália Brückner
agora me desloco da pequena casa em Maranduba, onde vovó deve estar rezando em alemão no momento em que escrevo essa reportagem, e vou para mais um mundo de entulhos. Apesar das horas vespertinas, quando me aproximo da porta desta outra caverna de Platão, ouço um canto de galos.
varanda, Araci fala brevemente sobre a época em que passou cerca de dois meses internada no asilo São Vicente em 2012 por meio de uma ação movida pela Promotoria do Idoso do Ministério Público. “Foi ruim, sabe. Eu era a melhor de lá. Só tinha velho gritando o tempo todo. Eu sei que tenho problema, mas não adianta tirar quem A matriarca do Alto da XV está doente de casa. A nossa casa é o melhor lugar do mun Perto do portão, esbar- do. Graças a Deus eu voltei rando em pequenas pilhas de para cá”. Araci foi tirada de sua lixo, ela se orgulha da antigui- casa à força e voltou graças a dade, tanto dela própria, quan- mobilização de seus vizinhos e to da sua casa. “É a mais antiga amigos que se prontificaram a do Alto da XV. Pode perguntar reformar a residência e se repara quem você quiser.” Araci vezarem nas visitas e cuidados Minaif nasceu cerca de um ano com a senhora. Formaram um depois que a construção mista grupo que atende pelo nome de madeira a alvenaria ficou de “Amigos da Araci”. pronta há 76 anos. Aposentada e sem pa A mesma casa que se rentes diretos, Araci vendia tornou famosa por conter cerca de 25 toneladas de lixo está “É a mais antiga do bem mais vazia agora, apenas com algumas pilhas de detritos Alto da XV. Pode de lados de fora, e mais algumas da porta para dentro. Além perguntar para quem de objetos, dona Araci também você quiser.” acumulava animais, chegando a ter 50 galinhas e dez gatos. Pegava-os na rua, ou cuidava ovos e latinhas para se manter dos bichos que eram abando- e hoje vive da coleta de matenadas no quintal da sua casa riais recicláveis, mas quando por passantes que conheciam se viu sem dinheiro apara sao seu hábito de acumular tudo. No momento, quatro galos – tisfazer as necessidades mais dois brancos, um preto e um básicas, começou a coletar e marrom - e três gatos – dois juntar lixo da vizinhança, que cocinza-tigrados ainda filhotes, e laborava oferecendo os objetos um preto com branco – fazem rejeitados. “Uma vez quiseram companhia para a senhora que comprar o meu terreno, mas eu passa as manhãs lavando rou- não vou sair daqui. Alguma coipas e cuidando da sua horta sa eu tinha que fazer para me com plantas, tijolos e detritos sustentar.” Dona Araci está enque junta em suas caminhadas pela rua. Enquanto afaga o gato tre as 10 mil pessoas que vivem bicolor que pula em seu colo da coleta de lixo em Curitiba. E quase no mesmo instante em além disso, integra as 8.239 mil que um galo salta do muro da pessoas que moram sozinhas
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na capital paranaense. Após a intensa reforma promovida pelos “Amigos da Araci”, a casa ainda tem lixo, mas está livre das toneladas de detritos que ocupavam cômodos inteiros e tornavam o local inabitável. Já é possível sentar no sofá e abrir as janelas para arejar a sala e os quartos da residência que foi construída na década de 1930. Na cozinha já tem espaço para cozinhar e se demorar numa refeição. Araci pode passar um café para ela e para Joana D’Arc Martins, piauiense, uma das amigas que se reveza para cuidar dela. Araci Minaif é uma mas 195 pessoas catalogadas pelo projeto que visa mapear e tratar as pessoas que sofrem da Síndrome de Diógenes, e na sua fama que já rendeu algumas reportagens, tais como esta. Ela é o rosto de quem junta lixo em seu lar para compensar a solidão e a ausência da família, ou para afirmar o apego pela sua história. Como ela mesma diz, interpelada pelo canto dos quatro galos, ela “vive do jeito que dá”. Dona Emília Brückner e dona Araci Minaif representam centenas de milhares de pessoas que vivem em seu mundo de plástico, papelão e metal. De animais e tralhas que preenchem o medo de não ter nada, a vontade de ter com quem conversar, nem que seja com um cão, um galo. Armaduras que ocupam cômodos inteiros e histórias que não podem ser contadas pelas baratas e pelos roedores. Em uma sociedade onde é visto apenas quem aparece, o lixo é a plumária de quem não encontra forma de achar reposta quando se perguntam se é impossível ser felizes sozinhos
COMPORTAMENTO
Alegria que acaba quando as cortinas se fecham REPORTAGEM: JULMARA MENDES
Morte de Robin Willians reacende discussão sobre artistas que atentaram contra a própria vida ou que se colocaram em situações de risco. Casos chamam a atenção para os problemas de depressão
As notícias de suicídios são sempre um choque. Ainda mais quando começam a acontecer com certa frequência e nos forçam a refletir sobre as causas que podem motivar um ato tão extremo. Há de se entender que o assunto envolve uma somatória de valores diferentes (religiosos, culturais, sociais e afetivos, entre outros), desencadeados por situações mal resolvidas. Desestruturada, a pessoa é levada a procurar soluções superficiais que acabam por agravar a situação e a faz entrar num círculo vicioso. Na opinião de Emerson Rodrigues Barbosa, médico psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Paraná, o suicídio é consequência de alguma disfunção grave na existência do indivíduo. “Sempre é uma tragédia. Desistir de viver vai contra os instintos mais primários de qualquer ser. Quem pensa em tirar a própria vida dá sinais
disso e, por isso, a ação pode ser prevenida”, observa. Para Ademar Wild Wachholz, clínico geral da cidade catarinense de Guaramirim, é difícil afirmar com certeza, mas os artistas podem estar mais vulneráveis à depressão. “Se analisarmos os índices de suicídio no globo veremos que há um aumento considerável nas estações cinza (outono e inverno). Então, como a rotina da vida artística geralmente é noturna, esses profissionais são privados do nascer do sol, do dia e da vida comum pela agenda de shows. Quando finalmente alcançam o sucesso e a glória, isso os leva ao isolamento. E, neste momento da visualização da realidade e do futuro que os cerca, eles procuram conforto em drogas lícitas (álcool), evoluindo para drogas não lícitas (drogas sintéticas)”, explica o médico, que também é especialista em Medicina do Trabalho.
Contudo, existem pessoas que conseguem vencer a depressão, sozinhas e sem remédios, apenas com a força de vontade. É o caso de Jucelena Aparecida de Oliveira. “Eu não sei precisamente quando começou meu quadro de depressão. Os médicos me receitavam remédios cada vez mais fortes (Rivotril, Depakene, Diasepam e Fluoxetina). Eu só sentia que estava piorando, até que fui internada por 15 dias em um hospital psiquiátrico. Saindo dali, a primeira coisa que fiz foi não brigar quando me perguntavam se eu tomava os remédios. Apenas respondia que sim e dava um jeito de jogar fora. No começo, a dependência não me deixava dormir, mas o meu corpo tinha outra disposição. Hoje, sei que devo isso só a mim e mais ninguém, pois para sair sozinha da depressão tive que mentir para os médicos e para a família”, revela Jucelena, que venceu
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a batalha com a depressão há cerca de três anos e que hoje trabalha com o marido, na Clínica Força Vital, em Jaraguá do Sul. Apesar de seu sucesso a recomendação geral é sempre seguir a orientação médica. Porém, os transtornos de humor, de ansiedade e de personalidade trazem vários comportamentos excêntricos e de intensa emoção, e não é nada fácil lidar com tudo isso. A presidente da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), Ângela Scippa, alerta que “de todas as doenças e de todos os transtornos, o bipolar é o que mais causa suicídios”. A entidade estima que entre 30% e 50% dos brasileiros portadores de transtorno bipolar tentem suicídio, dentre os quais, 20% conseguem. Suicídio mata uma pessoa a cada 40 segundos no mundo A estatística de que uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos em alguma região do planeta foi revelada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu primeiro relatório mundial sobre o assunto, em 2014. A pesquisa mostra que suicídios acontecem com frequência em todos os países, por diferentes razões e em várias áreas pro-
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fissionais. Somente no Paraná foram afastadas do trabalho mais de sete pessoas por dia, de agosto de 2013 a julho de 2014, com casos de depressão, segundo dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). A doença é um problema de saúde pública global que atinge todas as faixas etárias, pois para cada indivíduo que morre desta forma, houve mais de 20 tentativas. Para o sociólogo e professor de ioga Paulo Roberto Schlichta, é muito difícil determinar um fator condicionante e comum a todos os casos de suicídio. “Penso que o que mais colabora para a decisão de tirar a própria vida é o nível de insatisfatoriedade do ser humano. Alguns, mesmo depois de adquirir muito dinheiro e fama continuam a sentir falta de plenitude interior. O suicídio é a não aceitação dessa condição e a decisão definitiva vem após a conclusão de que não se pode controlar tudo e a todos”, afirma. O recorte da realidade
Casos recentes de comediantes, como o ator americano Robin Williams e o comediante brasileiro Fausto Fanti, são exemplos de artistas que nos fizeram rir muito ao longo das suas carreiras, mas que resolveram por fim à própria vida. Isso nos força a refletir, na tentativa de entender melhor o assunto. Como no site Papo de Homem, no qual Frederico Mattos faz conjecturas a respeito. “A arte e a tragédia da maioria desses artistas espelham em muita medida, a nossa própria loucura coletiva. Parece que a lente de aumento que os holofotes colocam sobre eles nos tranquiliza sobre os nossos próprios desequilíbrios, como se fossem bodes expiatórios que aplaudimos do lado de fora das grades”, escreve. Em outro momento, Mattos afirma que “o artista, em essência, é aquele capaz de sair de si mesmo e traduzir o intraduzível, o incompreensível da vida. E, do ponto de vista pessoal, ser um mediador da contradição humana pode custar um preço muito alto” Foto: Divulgação
Veja o caso de astros que nos fizeram sorrir e pensar, mas que por dentro, sofriam de solidão, ansiedade e tristeza: Robin McLaurin Williams (21/07/51 – 11/08/14) Ator e comediante americano. Viciado em cocaína. Williams estava “lutando contra uma depressão severa”. Causa de morte: asfixia devido a enforcamento. Whitney Elizabeth Houston (09/08/63 – 11/02/2012) Cantora norte-americana de R&B, pop, gospel, além de atriz e modelo. Causa da morte: a cantora se afogou na banheira, mas, segundo os peritos, outros dois fatores contribuíram para a morte dela: uma doença nas artérias do coração e traços de cocaína foram encontrados durante a autópsia.
Amy Jade Winehouse (14/09/83 – 23/07/11) Cantora e compositora britânica de soul, jazz e R&B. Causa da morte: intoxicação alcoólica.
Alexandre Magno Abrão (09/04/70 – 06/03/13) Chorão foi um cantor, compositor, cineasta, poeta, roteirista e empresário brasileiro, além de ser o vocalista, principal letrista e co-fundador da banda santista Charlie Brown Jr. Causa da morte: overdose de cocaína. Luiz Carlos Leão Duarte Junior (16/06/78 – 09/09/13) [Champignon] baixista e vocalista brasileiro, da banda paulista Charlie Brown Jr. Causa da morte: supostamente cometeu suicídio com uma arma de fogo.
Philip Seymour Hoffman (23/07/67 – 02/02/14) Ator e diretor teatral norte-americano. Hoffman morreu devido ao consumo excessivo de heroína, cocaína, anfetaminas e tranquilizantes. Fausto Fanti (20/10/78 - 30/07/2014) O ator, 35 anos (integrante do grupo de humor “Hermes e Renato” que fez sucesso na MTV, no dia 30 de julho de 2014), foi encontrado morto em seu apartamento na zona oeste de São Paulo, com um cinto enrolado em seu pescoço.
Vincent Willem Van Gogh (30/03/1853 – 29/07/1890) Pintor pós-impressionista neerlandês, aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental e cometeu suicídio.
Marylin Monroe (01/06/1926 – 05/08/1962) Modelo e atriz americana. Causa da morte: uma overdose de barbitúricos.
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Michael Joseph Jackson (29/08/58 – 25/06/09) Cantor, compositor, dançarino, produtor, empresário, arranjador vocal, filantropo, pacifista e ativista americano. Causa da morte: parada cardíaca, atribuída a uma overdose de fármacos que Michael tinha tomado nas horas anteriores para dormir. Ernest Miller Hemingway (21/07/1899 – 02/07/1961) Escritor norte-americano. Aos 61 anos e enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, depressão e perda de memória, Hemingway tomou um fuzil de caça e disparou contra si mesmo. Virginia Woolf (25/01/1882 – 28/03/1941) Escritora, ensaísta e editora britânica conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo. Sofria de depressão e em março de 1941, Woolf colocou seu casaco, encheu os seus bolsos com pedras, caminhou em direção ao Rio Ouse, perto de sua casa, e se afogou. Kurt Donald Cobain (20/02/67 – 05/04/94) Cantor, compositor e músico estadunidense famoso por ter sido o fundador, vocalista e guitarrista da banda Nirvana. Causa da morte: um disparo de espingarda no queixo. Uma alta concentração de heroína e vestígios de Valium também foram encontrados em seu corpo. Elvis Aaron Presley (08/01/1935 – 16/08/77) famoso músico e ator norte-americano, mundialmente denominado como o Rei do Rock. Causa da morte: colapso fulminante associado à disfunção cardíaca. Heath Andrew Ledger (04/04/79 – 22/01/08) Ator australiano. Causa da morte: “intoxicação acidental por remédios prescritos”.
Ariclê Perez (07/09/1943 – 26/03/2006) Atriz brasileira, suicidou-se, pulando da janela de seu apartamento (10º andar), no bairro de Higienópolis, em São Paulo, onde vivia sozinha.
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1º
O MELHOR CURSO DE JORNALISMO DE CURITIBA No último ENADE 2012 o curso de jornalismo das Faculdades Integradas do Brasil obteve a melhor nota entre as instituições de Curitiba, conceito 4.
E-COMMERCE
Compras online: ráp
Você já viu promoções po página e povoam as rede que você precisa saber so
Foto: Reprodução/Google.
Estamos ligados na internet 24 horas por dia. Utilizamos dela para nos informar, conversar com amigos, aprender e fazer compras. O crescimento constante do e-commerce mostra como as pessoas usam o ambiente virtual como um novo shopping. Ali, poupam o tempo que gastariam indo a uma loja e ganham o conforto de poder comprar a qualquer hora do dia, sem depender do horário comercial. Uma pesquisa da E-Bit, empresa que faz levantamento sobre o e-commerce nacional, divulgada em julho deste ano mostrou que o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 16,06 bilhões no
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primeiro semestre de 2014. O valor supera o que foi obtido no mesmo período do ano passado. Os artigos de moda e acessórios são os mais vendidos (18%), seguido pelo setor de perfumaria e cosméticos (16%). Por consequência, do total de consumidores online, mais da metade (54%) são mulheres. Cerca de 39% delas, na faixa entre dos 35 aos 49 anos.
que em lojas físicas. “Quando meu filho nasceu, procurei roupas infantis para meninos e percebi que as lojas eram péssimas em ofertas. Então, comecei a buscar em sites. Descobri que existiam outras mães na mesma situação que eu”. A demanda de Ana Paula se tornou uma oportunidade de negócio. A loja existe há três anos e todos os dias ganha novos clientes.
Um exemplo do sucesso das vendas virtuais é a loja Angel Import. A proprietária Ana Paula Soares Pires, 35 anos, é compradora online há mais de três anos e diz que encontra descontos e valores mais em conta do
Novos negócios A pesquisa da E-Bit mostra também que o crescimento no número de novos consumidores é resultado do aumento no número de
REPORTAGEM: KATHERYNE LOUISE
pido e perigoso
or tempo limitado em sites on-line. Elas estão nos cantos de es sociais. Nem todas são seguras. Fique por dentro de tudo obre os gastos virtuais.
lojas. O economista Glauco Vinicius de França Furstenberger, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), diz que o crescimento cada vez maior no e-commerce é por causa do fascínio natural do ser humano pela tecnologia. O acesso às lojas por smartphones, por exemplo, permite a compra de um livro e de um par de botas às 3 horas da manhã de um domingo.
Riscos O acadêmico também comenta sobre os riscos desse tipo de transição. Segundo Glauco, as pessoas não gastam tanto tempo pesqui-
sando se a empresa ou vendedor é confiável, e acabam tendo prejuízos. “Muita gente recebe produtos incorretos e chegam a ter os dados roubados. Boa parte das vítimas desse tipo de golpe faz parte de uma nova geração, que nasceu no boom da tecnologia e não tem medo da internet”, diz. A estudante de Publicidade e Propaganda Tanya Oliveira, 23 anos, compra pela internet há quatro anos. Ela investe em roupas e eletrônicos e teve uma experiência ruim recentemente. “Decidi comprar um adesivo de unhas. Era lindo no site, mas quando chegou, ele não era nada do que eu espera-
va. Fiquei arrependida por ter comprado. Está encostado lá e não uso para nada”. Ana Paula, proprietária da Angel Import, também passou por alguns problemas ao adquirir itens de decoração e roupas. Ela conta que comprou um abajur de tartaruga uma vez, mas “enviaram uma blusa de lã horrorosa”. Para quem pretende começar a utilizar a internet para fazer suas compras é recomendável que pesquise os preços e a confiabilidade da empresa. Segundo Glauco, utilizar da pesquisa é uma ótima ferramenta para evitar problemas futuros. “Os
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brasileiros costumam colocar o interesse acima da segurança, acreditando que nada poderá acontecer com eles”, alerta. Os casos mais comuns acontecem com quem utiliza o cartão de crédito, pois ao passar o código de segurança, se informa parte da senha, que pode ser hackeada/ roubada e utilizada por outros. Muitas vezes, isso ocorre também sem que seja responsabilidade dos sites, pois a empresa contrata uma plataforma de pagamento mais barata, mas não tão segura.
Investimento Hoje, ter uma loja online pode ser mais barato do que ter uma loja física. Despesas como aluguel, fiador, alvará de funcionamento, móveis, equipamentos e
pessoal são substituídas por plataformas virtuais de pagamento e logísticas de entregas que deixam os preços dos produtos mais em conta. Porém, o consumidor deve ficar atento a todo valor que é baixo demais, pois muitos sites atraem com seus preços e não entregam aquilo que é prometido. Para quem quer abrir um negócio online, é necessário contratar uma plataforma de pagamento segura (para você e seus clientes) e consultar outras empresas consolidadas na rede. Além disso, é preciso fazer um trabalho diferenciado de atendimento, principalmente com pessoas que tiveram problemas. É muito mais fácil fidelizar um cliente que teve dificuldades na hora de comprar e a situação foi solucionada com rapidez e praticidade
SITES MAIS CONFIÁVEIS: Submarino: Muitos eletrônicos, livros e outros. Tem opção de fazer cartão de crédito do site. Dafiti: Rico em roupas e assessórios, tem promoções diárias e acessíveis para todos os gostos. Airu: Loja de artigos de design com grande variedade de produtos.
Busca de preços Buscapé: Uma ferramenta de busca por produtos mais baratos que traz opinião de outros compradores sobre a loja e o prazo de entrega, ajudando na escolha.
Personagens da animação Peppa Pig são produtos à venda pelo e-commerce.
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O CHARME DAS MÃOS A primavera chegou e outubro floresceu. Em todo o mundo comemoramos nesse mês a campanha “Outubro Rosa”, movimento criado para marcar a luta contra o câncer de mama, estimulando a participação da população, empresas e entidades. Várias ações são realizadas por todo o mundo, como iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes e teatros. A campanha vem ganhando notoriedade a cada ano, alcançando o mundo de forma bonita, elegante e feminina. Para participar de uma causa tão nobre, a revista Comunicaqui irá mostrar sete tons de rosas em esmaltes, o que deve realçar ainda mais a beleza das mulheres que prestigiam e participam dessa campanha. Os esmaltes podem ser encontrados nas mais diversas casas de cosméticos e esmalterias. Agora cabe a você leitora escolher qual das opções mais representa seu gosto e estilo.
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Matéria: Ana Paula Viana Saraiva. Foto: Camila Nichetti.
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1 - Colorama, R$ 3,32.
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2 - Ana Hickman, R$ 3,70.
5 - Dote, R$ 2,49 6 - O.P. I, R$ 34,90
3 - Quem disse berenice?, R$ 12,90.
7 - Top Beauty, R$ 1,99
4- Hits (coleção Giovanna Antonelli), R$ 4,95.
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Foto: Camila Nichetti.
BELEZA
UM LIPSTICK DIFERENTE Dizem por aí que sair de casa sem maquiagem é aceitável. Agora sem batom?! Aí não dá! Eu, particularmente, achei um método muito diferente de estar sempre com uma cor nos lábios, pois uso lápis de boca como batom! Quem me conhece, sabe que tenho os lábios bem grandes. Às vezes, isso me incomoda. Por isso, resolvi adotar essa prática e garanto que não fica feio. Essa dica também serve para quem não é muito fã de batom, para quem vive com pressa ou para quem, simplesmente, quer inovar um pouco na make. O lápis de boca nos lábios deixa o visual mais clean e natural, pois o efeito matte que ele proporciona é bem legal! E sem falar que é possível diminuir e aumentar os lábios, variando com o contorno que é feito. E olha que não é sou eu que uso esse truque. Nas passarelas e em novelas a tendência já é muito usada. Bocas de várias cores, do discreto tom de pele ao vermelho, tudo pintado apenas com lápis. É muito prático e fácil, além de ter mais uma vantagem indiscutível: lápis de boca dura mais nos lábios que batom. Basta uma boca bem hidratada que o lápis dura por muitas horas sem retoques. Os preços dos lápis de boca são bem variados. Um exemplar da marca MAC custa R$ 130, em média. Há marcas brasileiras mais em conta, como a Vult (R$ 11), a Natura Aquarela (R$ 17,90), a Avon (R$ 13,90), o Boticário - Make B.(a partir de R$ 29,99), NYX (R$29), Artdeco (R$39) e Revlon Colorstay (R$46,50)
Aproveitem a dica! Grande abraço! JHENYFFER BORGES
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BOMBA DE EFEITO
Como a Segunda Guerra Mundial resultou no avant garde da fotografia no Japão POR: NATÁLIA BRÜCKNER
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s exatas 8h15 do dia 6 de agosto de 1945, o B-29 Enola Gay soltava seu garoto em direção ao solo de Hiroshima. “Little Boy” plantou a rosa dos horrores no primeiro dos dois flagelos norte-americanos que arrasaram o Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Três dias depois, “Fat Man” cairia sobre Nagasaki. Um pequeno garoto e um homem gordo, com capacidade explosiva de 18 quilotons cada uma, dizimaram mais 230 mil pessoas em cinco anos e seus efeitos se arrastaram por décadas, resultando severas mudanças no comportamento dos japoneses e na gestão do país. Criada em 1968, pelos fotógrafos Takuma Nakahira, ShomeiTomatsu e YutakaTakanashi, pelo poeta Takahiko Okada, e pelo crítico de arte KojiTakia, a revis-
ta Provoke foi a expressão de vanguarda de uma nação que se recuperava superficialmente da Segunda Guerra Mundial, com um avanço econômico gigantesco, mas que ainda caminhava perdida perante a invasão da cultura ocidental e transformada por uma reforma em toda o estilo de vida japonês. O impacto das bombas de Hiroshima e Nagasaki repercutia no olhar de uma geração de fotógrafos que eram crianças quando presenciaram o maior ataque ocorrido contra o Japão. Estas crianças do pós-guerra cresceram com câmeras em mãos para, por meio delas, expressarem os olhares e externarem os monstros que habitavam na confusa juventude japonesa. Estes olhares em preto e branco, equilibrados, perturbadores e desfocados. Uma estética transgresso-
ra que se introduzia em forma de documento subjetivo e desafiava todas as definições clássicas de desenho e fotografia que vigoravam a época. Na turma de fotógrafos revelados pela Provoke, constavam nomes como EikohHosoe, ShomeiTomatsu, o DaidoMoriyama e também o icônico NuboyushiAraki. A vida da Provoke foi curta, durando apenas três edições, e resultando num livro intitulado “FirstAbandonthe World of Pseudo-Certainty”. Mesmo tendo uma existência breve, a Provoke conseguiu confirmar o que se dizia em sua primeira edição: “As fotografias são a expressão inversa da imagem. Os olho do fotógrafo pode capturar fragmentos da realidade que não podem ser expressadas pela linguagem”
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