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Análise de Filmes do Séc. XXI – “O Rapaz do Pijama Às Riscas”, “A Rapariga que Roubava Livros” e “The Monuments Man”
Elaborado por: Catarina Costa N.º 216326 Docente: Professora Célia Belim Unidade Curricular: Semiologia Ciências da Comunicação, 1.º ano
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Índice 1.
Introdução ............................................................................................................................. 3
2.
Análise do filme “O Rapaz do Pijama às Riscas” ................................................................... 4
3.
4.
2.1.
Sinopse .......................................................................................................................... 4
2.2.
Análise ........................................................................................................................... 4
Análise do filme “A Rapariga que Roubava Livros” ............................................................... 6 3.1.
Sinopse .......................................................................................................................... 6
3.2.
Análise ........................................................................................................................... 6
Análise do filme “The Monuments Men” ............................................................................. 9 4.1.
Sinopse .......................................................................................................................... 9
4.2.
Análise ........................................................................................................................... 9
5.
Conclusão ............................................................................................................................ 11
6.
Bibliografia .......................................................................................................................... 12
7.
Anexos ................................................................................................................................. 13
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1. Introdução Com o presente trabalho pretende-se analisar os filmes O Rapaz do Pijama Às Riscas, A Rapariga que Roubava Livros e The Monuments Man. A escolha do tema prende-se com o gosto que apresento por filmes de drama que retractam a realidade vivida durante a II Guerra Mundial, para que se tente compreender o porquê destes ideais. Para além disso, O Rapaz do Pijama às Riscas e A Rapariga que Roubava Livros, sofreram várias nomeações, das quais arrecadaram alguns prémios, sendo que A Rapariga que Roubava Livros se encontra, actualmente, nomeado para os globos de ouro. Por outro lado, a escolha dos filmes prende-se com o critério da actualidade, uma vez que todos filmes são do séc. XXI (2008,2013 e 2014, respectivamente). Por fim, a decisão de analisar filmes prende-se com o facto de o cinema tender a evoluir, uma vez que as críticas são inúmeras e a tecnologia tem-se desenvolvido em prol do mesmo, mas também dos outros géneros de arte. O cinema é ainda um veículo de informação, uma forma de desmistificar tabus e transmitir valores, se se considerar a base de moral que está por detrás do mesmo. Com este trabalho pretende-se analisar os filmes, tendo em conta as respectivas críticas e sinopses, sendo que os principais objectivos são: compreender quais as características que fazem dos referidos filmes um drama, através de uma análise de conteúdo; compreender se os filmes são realizados numa perspectiva Nazi, judia ou se este factor não apresenta relevância, através da chave hermenêutica; compreender o significado dos títulos dos filmes. A análise fílmica não tem como objectivo definir as condições e os meios de realização do filme nem de tecer juízos de valor. Pelo contrário, é apenas a forma de explicar os acontecimentos observados. Esta análise não possuir somente um método, mas sim inúmeros métodos, que são relativamente independentes uns dos outros. Por fim, a análise fílmica pode ser realizada independentemente do tempo após o lançamento do mesmo, uma vez que há sempre pormenores a serem analisados.
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2. Análise do filme “O Rapaz do Pijama às Riscas” 2.1.
Sinopse
O Rapaz do Pijama às Riscas é uma adaptação do livro de John Boyne com realização de Mark Herman e divulgado em 2008. Este filme retracta a perseguição dos judeus, por parte dos alemães, durante a II Guerra Mundial. Como protagonistas encontram-se Bruno (Asa Butterfield), filho de um militar nazi e Shmuel (Jack Scanlon), um judeu que vive no campo de concentração. Bruno vê-se obrigado a sair de Berlim e a ir com a sua família para uma região despovoada, em virtude do trabalho do pai. Devido à sua curiosidade, Bruno começa a explorar a parte de trás da casa, acabando por encontrar uma vedação, onde se encontra Shmuel. Após várias visitas a esse mesmo local, os dois criam uma grande amizade que leva a consequência inalteráveis, devido a toda a sua inocência.
2.2.
Análise
Como referido na sinopse, o jovem Bruno vê-se obrigado a partir, com a família para uma região despovoada, onde se encontra um campo de concentração, apesar de para este jovem ser apenas uma “quinta”. No decorrer do filme, muitas são as intervenções de Bruno que demonstram a inocência e o desconhecimento pela situação vigente – holocausto (perseguição e genocídio dos judeus). Para Bruno, as pessoas que moram na quinta não passam de lavradores, que ele considera “estranhos porque vestem pijamas”. Para além de Bruno, o jovem Shmuel também não tem bem ciente o local onde está a viver, nem o porquê da situação, apenas sabe que lá está por ser judeu – “Bruno: Não te deixam sair porquê? O que é que fizeste? // Shmuel: Sou judeu”. Por outro lado, quando questionado, por Bruno, sobre o que se queima nas chaminés, Shmuel responde: “Não sei, a mamã diz que são roupas velhas”. Ou seja, para estes dois jovens, a realidade que se vive está aquém dos seus conhecimentos. Os factos só lhes são contados superficialmente. Pode-se considerar que o filme é realizado numa perspectiva Nazi, uma vez que a personagem principal, Bruno, se encontra no seio de uma família cujo pai é militar,
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muito próximo de Hitler ("Fúria”). Assim sendo, os elementos que remetem para uma perspectiva Nazi estão sempre presentes, como por exemplo, a cruz suástica nos uniformes de todos os militares e nos carros dos mesmos. Para além disso, é evidente a influência que esta situação tem no desenvolvimento da irmã de Bruno, Gretel, que tende a concordar que os judeus não são boas pessoas e que foram eles que levaram à ruptura da Alemanha. Estes factos são-lhes transmitidos, não só pelo pai, mas também pelo professor que é contratado para lhes dar aulas. É constantemente mencionado o facto de os judeus serem inferiores a qualquer outra raça – “aquela gente não é propriamente gente”. Contudo, apesar de muitos serem os factores que poderiam levar Bruno a desprezar os judeus, este não se importa com as diferenças e encontra sempre questões que tenta colocar a Shmuel ou a Pavel. Apesar de nunca receber respostas concretas e que o esclareçam, Bruno continua a gostar dos judeus e não encontra mal neles, tanto que chega a indagar se existem “judeus bons”. Embora este considere Shmuel um bom amigo, quando o soldado o vê falar com Shmuel, em sua casa, Bruno, ao sentir-se intimidado, responde que não o conhece. Porém, após esta situação, derivado às consequências que teve para o amigo, ele sente que lhe deve um pedido de desculpas e os dois continuam a ser “os melhores amigos”. Este filme considera-se um drama (durante a guerra), uma vez que são evidenciadas situações de extrema emoção e muita tristeza. O aspecto e descontentamento dos judeus está presente durante todo o filme, sendo que em certos momentos se mostra a agressividade com que estes são tratados. Exemplo dessas situações é quando um dos soldados agride Pavel (o judeu que serve em casa de Bruno) por este ter entornado, não propositadamente, o vinho. Após esta situação, Bruno chora e não compreende o porquê do pai ter ficado impávido e não ter reagido. O auge do drama começa quando Shmuel não encontra o pai. De acordo com o jovem, o pai tinha desaparecido no dia anterior e ninguém sabia dele, sendo que, uma vez mais, esta situação demonstra a inocência das crianças. Bruno propõe-se a ajudálo, encontrando um plano para entrar dentro do campo de concentração. Quando entram no campo, dirigem-se a um dos locais onde estão muitos homens, porém nesse momento um grupo de soldados começa a fazê-los dirigir-se para a câmara de gás. É possível encontrar mais um índice de que os jovens não compreendem o que está a Catarina Costa
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ocorrer, uma vez que Shmuel afirma: “às vezes fazem-se marchas”. A mãe de Bruno apercebe-se de que o filho está desaparecido há algum tempo e decidem procurá-lo. Quando se apercebem de que Bruno entrou no campo de concentração temem o pior, sendo que isso se vem a confirmar instantes depois. A reacção da mãe, toda a sua angústia e desespero, são os melhores indicadores para considerar o referido filme num drama (ver img. 1). Por fim, o título do filme deve-se ao facto de o jovem Bruno considerar que os uniformes dos judeus são pijamas e de este ter encontrado um amigo que vestia exactamente esses “pijamas” e que tinha uma história por detrás do mesmo – “O Rapaz”.
3. Análise do filme “A Rapariga que Roubava Livros” 3.1.
Sinopse
Este filme decorre durante a II Guerra Mundial, na Alemanha, em Munique. Conta a história de uma rapariga adoptada, Liesel Meminger que encontra um sentido para a sua vida ao roubar livros. Esta aprende a ler com a ajuda do seu pai adoptivo e, durante os bombardeamentos, partilha as histórias dos livros que lê com a comunidade, de forma a confortá-los, mas também com o judeu que se encontra escondido na sua cave.
3.2.
Análise
À semelhança d’O Rapaz do Pijama às Riscas, A Rapariga que Roubava Livros decorre durante a II Guerra Mundial e demonstra a inocência das crianças. Embora, neste filme, a noção dos acontecimentos por parte das crianças, já atingir maiores proporções, existem questões às quais eles não têm resposta. Contudo, ao contrário deste filme, Liesel e outras personagens afirmam “odiar Hitler”, devido a todas as atrocidades a que este incentiva. Catarina Costa
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Tal como no filme anteriormente analisado, este também é realizado numa perspectiva Nazi, uma vez que as personagens principais são alemães e seguem todas as regras e ideais da política vigente. Este aspecto é comprovado pela presença da cruz suástica em todas as casas, pelo hino cantado pelas crianças, em que se afirma que “não se aliarão a judeus e não-alemães” e, também, pelos uniformes que todas as crianças são obrigadas a utilizar, em que se encontra, igualmente, a cruz suástica. “Por mais que a história não se passe em lugares muitos diferentes, é notável a influência do nazismo no cenário local: temos bandeiras nazistas espalhadas por todos os lugares, nos prédios, nas escolas, tudo retratado detalhadamente como era a Alemanha da época.” (Oliveira, 2014). No decorrer do filme, surge um momento em que se dá um discurso, proferido por um militar Nazi, de incentivo à queima de todos os livros escritos por judeus, em que se vê um grande apoio por parte da população, apesar de serem evidenciados alguns rostos reticentes, como é caso do pai adoptivo de Liesel. Por outro lado, encontra-se Liesel que começa a ficar apreensiva, uma vez que, para além dos judeus, são também mencionados os comunistas. Esta fica preocupada, uma vez que tudo indicia que a sua mãe biológica era comunista e daí o seu desaparecimento – morte. Para comprovar esta perspectiva surge ainda um momento em que vários militares destroem as lojas e casas de judeus, para além de os violentarem. Contudo, este filme mostra que, apesar de os militares seguirem as normas proclamadas por Hitler, muitos deles não concordam com elas. Este facto é provado quando um militar tenta salvar uma personagem de ser violentado e levado à força pelos militares – Max. Igualmente como O Rapaz do Pijama às Riscas, este filme considera-se um drama (durante a II Guerra Mundial), uma vez que são evidenciados os ideais nazis que culminam numa enorme atrocidade para os judeus (e comunistas, como é proferido neste filme). Max, é um judeu, que é obrigado a fugir e a esconder-se dos militares para não ter o mesmo destino que os outros judeus, colocando em perigo a família de Liesel, uma vez que é esta que o esconde na sua cave. Porém, após alguns acontecimentos que deixam a família mais propícia a ser descoberta este decide partir e esconder-se sozinho, sem pôr em perigo quem o acolheu. Depois desta decisão, Liesel fica preocupada e insegura em relação ao futuro de Max, julgando até que o vê num grupo de judeus que está a ser escoltado pelos militares (ver img.2). Catarina Costa
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Para além disto, o filme é, também, considerado um drama uma vez que se vê a angústia e tristeza de Liesel ao ser adoptada sem saber o que de facto aconteceu à sua mãe, vindo, mais tarde, a aperceber-se que esta havia sido morta por ser comunista. O auge do drama dá-se no final, após um bombardeamento sem alerta, no local errado, que leva à morte de centenas de pessoas inocentes, que sempre haviam seguido as normas impostas pelos militares, inclusive os pais de Liesel e o seu melhor amigo Rudy (ver img. 3 e 4). Assim sendo, Liesel vê-se uma vez mais sozinha e frustrada perante as atrocidades de Hitler. Por fim, no que diz respeito ao título do filme – A Rapariga que Roubava Livros , este não apresenta uma relação directa com a história, visto que o facto de Liesel roubar livros não apresenta uma relação com o desfecho da história. Esta começa por apresentar um certo fascínio pelos livros e pela leitura, sendo incentivada pelo pai. O primeiro momento em que Liesel rouba um livro, sucede-se após o discurso, quando a praça já se encontra despovoada. Liesel dirige-se ao monte de livros que estão a ser queimados e consegue retirar um que só tem algumas fagulhas. A jovem não se apercebe que estava a ser vista, no entanto, a pessoa que a viu – mulher de um militar -, acaba por ser sua aliada nas leituras, uma vez que a convida a entrar na sua biblioteca quando esta lá vai entregar as roupas pelas quais a sua mãe tinha ficado responsável por tratar. Quando o seu marido se apercebe, Liesel fica proibida de lá voltar. Contudo, o seu fascínio por livros é tanto que esta volta lá às escondidas, várias vezes, para roubar livros, que posteriormente devolve. O facto de esta roubar livros e desenvolver a sua criatividade torna-se útil durante as noites em que a comunidade é obrigada a dirigir-se para o refúgio devido aos bombardeamentos. A jovem, para se acalmar e acalmar a comunidade, começa por contar histórias que já leu, envolvendose num mundo à parte e distraindo a vizinhança do ambiente hostil que se vive.
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4. Análise do filme “The Monuments Men” 4.1.
Sinopse
The Monuments Men é um filme baseado na maior caça ao tesouro que há registo. Este filme centra-se num improvável grupo de homens, durante a II Guerra Mundial que foram enviados para a Alemanha com o fim de reaver grandes obras de arte, que foram roubadas por ladrões nazis, com o objectivo de as devolver aos seus proprietários. É uma história cuja missão parece impossível, uma vez que estes homens se encontram numa luta contra o tempo, sem os melhores meios de defesa, com o objectivo de evitar a destruição de mil anos de cultura, arriscando assim as suas vidas em prol de todas estas obras de arte criadas pelo Homem.
4.2.
Análise
À semelhança dos filmes anteriormente analisados, The Monumets Men decorre durante a II Guerra Mundial, contudo, neste caso, os protagonistas não são crianças, inocentes, que não sabem os verdadeiros ideais dos Nazis e, muito menos, o verdadeiro propósito desta guerra. Pelo contrário, os protagonistas são um grupo de homens, que está contra os ideais de Hitler, bem como contra todas as suas atrocidades, no entanto, centram-se nas consequências culturais que irão provir desta guerra, nomeadamente o roubo de obras de arte, de vários museus da Europa – como Paris, Gent, Roma e Berlim. Assim sendo, ao contrário da maioria dos filmes que incidem sobre esta temática, este filme é realizado numa perspectiva não-nazi, numa “perspectiva do genocídio cultural” (Costa, 2014). É possível ter esta percepção uma vez que todo o filme é realizado de modo a combater aquilo que Hitler profere e a tentar decifrar enigmas de modo a saber-se onde estarão escondidas determinadas obras de arte e quais as que serão posteriormente roubadas, para que se possa protegê-las e devolvê-las aos respectivos museus. Para além disso, é notório o seu interesse pela preservação da cultura ao longo de todo o filme, sendo que esse aspecto se verifica, sobretudo, no final do filme, quando um dos militares que recuperou uma peça valiosa volta a
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observá-la, num museu, passados alguns anos, com um sentimento de orgulho e realização implícitos no seu olhar (ver img. 5). Com isto, verifica-se que os ideais nazis nunca são seguidos pelos protagonistas, nem mesmo por uma das personagens (Claire) que está próxima dos militares alemães, ao comando de Hitler, uma vez que esta ajuda o pelotão na descoberta e no esconderijo de determinadas peças, mesmo que com isso sofra consequências. Ou seja, a defesa do património e da cultura tornase mais importante que a sua segurança. Tal como referido por Rui Madureira: “Fica a pertinente chamada de atenção para a importância da cultura enquanto legado que define a nossa identidade e, também, a homenagem prestada a um bravo grupo de homens que se juntou em tempos terríveis para impedir que o fascismo obliterasse por completo aquilo que nos define enquanto seres humanos” (Madureira, 2014). Não obstante a diferença entre os filmes anteriormente analisados, relativamente à sua perspectiva de realização, este filme é também um drama, embora sejam evidentes alguns momentos de possível comédia. Este filme é considerado um drama devido à morte de algumas personagens (ver img. 7) durante a procura e o resgate de determinadas obras, bem como pelo facto de se mencionar a saudade que todos os familiares dos militares sentem, visto que chegam a estar mais de um ano sem receber notícias, sem saber se estes estão vivos ou não. Por fim, relativamente ao título do filme – The Monuments Men – traduzido literalmente teríamos: “Os homens dos monumentos”, contudo a adaptação do título original para português designa-se: Os caçadores de tesouros. Tendo em conta que o relevo do filme se prende com a busca incessante pelas obras roubadas de vários museus da Europa, que serão, posteriormente, recuperadas pelo um grupo de homens empenhados na defesa da cultura, entende-se a tradução do título do filme, devido ao facto de estes tentarem recuperar (caçadores) os tesouros roubados.
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5. Conclusão Apesar dos anos que já passaram após a II Guerra Mundial, esta temática continua a ser explorada, quer em perspectivas Nazis, quer em perspectivas judias. Esta situação poder-se-á dever ao facto de ser uma temática que comove sempre o público, uma vez que são evidenciados factos relativos ao holocausto (e não só). O holocausto, defendido pelos apoiantes nazis e abominado pelos restantes leva a audiência a confrontar-se sobre os valores e a questionar-se sobre a moral e a ética, sendo que é esse o principal objectivo de um filme – fazer com que o espectador se questione, tente encontrar respostas para estas atrocidades e tente compreender o que levou estas pessoas a cometerem estes crimes, justificando assim o facto de esta temática continuar a ser explorada e debatida, uma vez que as opiniões, à medida que o tempo passa, se vão clarificando. Relativamente aos filmes analisados, é possível dizer que existem semelhanças e diferenças. A semelhança mais evidente prende-se com o facto de serem dramas que decorrerem durante a II Guerra Mundial, porém apenas dois dos filmes demonstram a inocência das crianças e a sua atitude perante o desconhecido – “A infância é medida em termos de sons, cheiros, imagens, antes que emirja a sombria hora da razão” (Betjeman, 2009). Para além disso, a relação nazi vs judia também só é contemplada nestes filmes, uma vez que no filme The Monuments Men os judeus não são mencionados, visto que o tema principal deste filme é a cultura e a sua preservação. Outra semelhança evidente entre O Rapaz do Pijama às Ricas e A Rapariga que Roubava Livros é o facto de algumas personagens serem obrigadas a seguir e a viver de acordo com os ideais nazis, mesmo que não concordem com eles, como é o caso da mãe de Bruno em O Rapaz do Pijama às Riscas e do pai adoptivo de Liesel em A Rapariga que Roubava Livros. Para finalizar, é de valorizar o facto de existir um filme que nos faça questionar sobre a importância da cultura sem a qual não nos seria permitido possuir uma identidade tão vincada, como é explorado no filme The Monuments Men.
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6. Bibliografia Costa, J. M. (2014). The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros. Disponível em: http://cinecartaz.publico.pt/Critica/329184_1-estrela?cid=18750
IMDb. (2008). O Rapaz do Pijama às Riscas. Disponível em: http://www.imdb. com/title/tt0914798/
IMDb. (2013). A Rapariga que Roubava Livros. Disponível em: http://www .imdb.com/title/tt0816442/
IMDb. (2014). The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros. Disponível em: http://www.imdb.com/title/tt2177771/
Madureira, R. (2014). Crítica – The Monuments Men (2014). Disponível em: http://www.portal-cinema.com/2014/02/critica-monuments-men-2014.html
Oliveira, M. (2014). Crítica: A menina que roubava livros. Disponível em: http://sobresagas.com/critica-a-menina-que-roubava-livros/
Penafria, M. (2009). Análise de filmes: conceitos e metodologia(s). Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-penafria-analise.pdf
(2013). The Monuments Men – Os Caçadores de Tesouros. Disponível em: http://cinema.sapo.pt/filme/the-monuments-men
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7. Anexos
Imagem 1 – “O Rapaz do Pijama às Riscas” – Cena Final
Imagem 2 – “A Rapariga que Roubava Livros” – Grupo de judeus
Imagem 3 – “A Rapariga que Roubava Livros” – Morte do pai
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Imagem 4 – “A Rapariga que Roubava Livros” – Morte da mãe
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Imagem 5 – “The Monuments Men” – 30 anos depois, um militar volta para observar “Madona de Bruges”
Imagem 6 – “The Monuments Men” – Roubo de obras-primas
Imagem 7 – “The Monuments Men” – Morte de alguns militares
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