CENTRO TÉCNICO E SOCIAL DO GRAJAÚ THAIS VIEIRA CAMPOS
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC THAIS VIEIRA CAMPOS
CENTRO TÉCNICO E SOCIAL DO GRAJAÚ
SÃO PAULO 2019
[01] Vista do terreno, Rua Elísia Gonçalves
THAIS VIEIRA CAMPOS ORIENTADORA: BEATRIZ KARA JOSÉ
THAIS VIEIRA CAMPOS
CENTRO TÉCNICO E SOCIAL DO GRAJAÚ Trabalho de conclusão de curso, apresentado como parte dos requisitos necessário à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Senac.
SÃO PAULO 2019
AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, sem ele, nada disso seria possível. Obrigada senhor por colocar pessoas maravilhosas no meu caminho. A fé que tenho em ti alimentou meu foco, minha força e minha disciplina. Minha família foi um instrumento que você colocou em meu caminho para me ajudar e me incentivar, obrigada minha mãe (Cidnéia), a minha irmã (Laís) e ao pai (José Carlos), que me deram total apoio e amor para chegar até aqui, amo vocês. Agradeço também meu noivo Ronaldo por me dar carinho e amor, você é a minha inspiração e o meu norte. Aos demais envolvidos Caroline Pimenta, Camila Alves, Gabriela Gomes, Natália Paixão e Renan Santos, chegamos ao final desses 5 anos, nós somos exemplos que podemos alcançar nossos objetivos mesmo com as dificuldades que a vida nos impõem, obrigada pela parceria e o carinho de vocês.
[02] Terreno, vista da residĂŞncia da autora.
[03] Vista da Escola Estadual Carlos Morais de Andrade
RESUMO Este trabalho de conclusão de curso propõem um projeto arquitetônico preliminar de um centro técnico e social no distrito do Grajaú. As premissas que me levaram escolher este tema partiram da inquietação de muitos moradores- que precisam se deslocar cerca de 2 horas para terem acesso ao ensino técnico e aos serviços do Poupatempo. Para o desenvolvimento deste trabalho foi necessário a análise do município de São Paulo, com foco na Subprefeitura da Capela do Socorro- que auxiliou na definição dos usos do edifício. Após a análise geral o projeto foi guiado com base nos estudos do terreno, recebendo diretrizes como, permitir a fruição pública, estabelecer uma relação com o entorno e romper a topografia.
Palavras chaves: Projeto, uso misto | Centro técnico e social | Grajaú| fruição pública.
ABSTRACT This course completion work is a preliminary architectural project of a technical and social center in the Grajaú district. The premises that led to the elimination of the data on the restlessness of many places of residence to travel in about 2 hours for people traveling to Poupatempo teaching and services. The student’s work program was necessary for the analysis of the municipality of São Paulo, with emphasis on the Sub-Prefecture of the Auxiliary Relief Chapel in the Building Use Definition. After a general analysis of the project was guided based on the studies of the terrain, receiving the guidelines as, enabling a public enjoyment, establishing a relationship with the surroundings and a topography.w
Key words: Design | mixed use | Technical and social center | Grajaú | public fruition.
[04] Vista do terreno, Rua ElĂsia Gonçalves Barcelos
SUMÁRIO INTRODUÇÃO
13
1 ANÁLISE DO MUNICÍPIO 1.1 FORMAÇÃO DO GRAJAÚ 1.2 CARACTERÍSTICA DO DISTRITO 1.3 SISTEMA VIÁRIO 1.4 TRANSPORTE 1.5 FAVELA E LOTEAMENTO IRREGULAR 1.6 HABITAÇÃO POPULAR 1.7 EQUIPAMENTO SOCIAL
17 18 18 20 21 22 23 24
2 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 2.1 PRAÇA DAS ARTES 2.2 8° CHINA FLOWER EXPO INFORMATION CENTER 2.3 REHOVOT COMMUNTY CENTER 2.4 MAISON STÉPHANE HESSEL 2.5 PROJETO URBANO: CITY DUNE, A PRAÇA PRIVADA 2.6 SAN MARTIN DE LA SQUARE
29 30 30 30 31 31 31
3 ÁNALISE DO TERRENO 3.1 LOCALIZAÇÃO 3.2 ACESSO AO TERRENO 3.3 TOPOGRAFIA E HIDROGRAFIA 3.4 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 3.5 EQUIPAMENTOS 3.6 DENSIDADE CONSTRUTIVA 3.7 GABARITO DE ALTURA 3.8 SISTEMA VIÁRIO 3.9 DADOS TÉCNICOS E LEGISLATIVO DA ZEUPa
33 34 35 36 37 38 39 40 41 42
4 PROJETO 4.1 MEMORIAL DESCRITIVO 4.2 PROGRAMA 4.3 SETORIZAÇÃO 4.4 PARTIDO 4.5 IMPLANTAÇÃO 4.6 PLANTAS 4.6.1 PLANTA TÉRREO 4.6.2 PLANTA 1° PAVIMENTO 4.6.3 PLANTA 2° PAVIMENTO 4.6.4 PLANTA 3° PAVIMENTO 4.6.5 PLANTA 4° PAVIMENTO 4.6.6 PLANTA COBERTURA 4.7 CORTE 4.7.1 CORTE A 4.7.2 CORTE B 4.7.3 CORTE C 4.7.4 CORTE D 4.8 FACHADA 4.8.1 FACHADA PRAÇA DO ENCONTRO 4.8.2 FACHADA PRAÇA DA CIDADE 4.8.3 FACHADA SOCIAL, AVENIDA DO BELMIRA MARIN. 4.8.4 FACHADA BIBLIOTECA, RUA ELÍSIA GONÇALVES BARCELOS
48 50 51 52 53 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 72 72 72 74 74 74 74
5 CONSIDERAÇÕES
79
BIBLIOGRAFIA LISTA DE IMAGENS PLANTAS ÁNEXO
82 87
74 74
[05] Entrada da empresa Viação Cidade Dutra
INTRODUÇÃO
[06] Vista aĂŠrea das proximidades do terreno- Google Earth, 2019.
14
INTRODUÇÃO Localizado no extremo sul de São Paulo, o terreno escolhido está junto à um dos braços da represa Billings e resistiu até o momento ao processo de ocupação e adensamento da região - com áreas não edificadas - mantendo um cenário incomum em comparação à paisagem árida e espessa de seu entorno. Todavia, a grande extensão dos lotes, a falta de transporte público, e a ausência de vigilância geram problemas relacionados à insegurança e ao deslocamento nas proximidades. O interesse em romper a barreira urbana que há entre o terreno e seu entorno surgiu do fato de ser moradora da região, e por estar em constante contato com as problemáticas locais. A proposta visa trazer a esse espaço uma outra forma de uso e ocupação de solo – aplicando ao mesmo uma função social que anule o caráter de periculosidade existente e que qualifique o ambiente urbano; para que a população desfrute do terreno - que hoje está fechado para a sociedade. Tendo como base as dificuldades existentes, iniciei a análise do território procurando identificar uma vocação para o terreno através dos registros da memória social, e por características físicas ainda presentes; considerando não só as pessoas que moram no local, como também
as que circulam e impactam de alguma forma a área em questão - por exemplo, a garagem da empresa de ônibus Viação Cidade Dutra (antiga Bola Branca), que é uma importante geradora de empregos, abrangendo diversos setores do mercado. Com a expansão da mancha urbana, os bairros periféricos estão ficando cada vez mais amontoados de moradias irregulares; favelas; e habitações populares. No entanto, as necessidades locais vão além da solução habitacional. Os moradores necessitam de infraestruturas - que estão em déficit no distrito, e nas subprefeituras vizinhas – que amenizem, desta forma, uma série de impasses oriundos deste adensamento; como, por exemplo, a sobrecarga do sistema viário e do transporte coletivo. Durante o estudo, notei que os deslocamentos e equipamentos públicos se distribuem por um território maior, requerendo uma análise territorial e socioeconômica do Município de São Paulo, com foco na Subprefeitura da Capela do Socorro –as carências do distrito do Grajaú permeiam todos os setores das políticas públicas (educação; saúde; lazer; esporte; transporte e
A partir dos problemas do distrito busquei me aprofundar em intervenções que possam qualificar a região- implantando no terreno um equipamento de múltiplas funções que auxilie no: combate a terra ociosa - que não cumpre sua função social; na valorização do meio ambiente; na oferta de espaços públicos de qualidade respeitando as leis dos mananciais; na orientação do crescimento da cidade nas proximidades do transporte público; na qualificação da vida urbana em escala de bairro; e que promova o desenvolvimento econômico do distrito - tudo isso através de um equipamento público que fornecerá à população jovem: cursos técnicos e inserções no mercado de trabalho local; e para o restante da população: serviços públicos e de acesso à informação, em meio aos espaços de permanência. A intenção é requalificar a regiãotrazendo à população melhorias na qualidade de vida ao romper as barreiras que existem na procura de qualificação profissional gratuita e de serviços públicos.
segurança), e vão desde a falta e/ou precariedade de equipamentos públicos - quando comparados às outras regiões de São Paulo. 15
[07] Vista do terreno, Avenida Dona Belmira Marin.
1.ANÁLISE DO MUNICÍPIO
1.1 FORMAÇÃO DO GRAJAÚ O terreno, objeto desta intervenção, está localizado na subprefeitura da Capela do Socorro, que corresponde ao setor sul do município de São Paulo. Cerca de 90% do território da Capela está inserido em área de proteção aos mananciais, se dividindo em três distritos: Cidade Dutra, Grajaú e Socorro.
A primeira população que se fixou na região foram os colonos alemães no século XIX. Anteriormente o território serviu de rota para os indígenas e viajantes - portugueses e paulistas. Logo após esse período, no século XX, a construção das represas Billings e Guarapiranga movimentaram a regiãoformando áreas de lazer em parte de suas margens; voltadas às classes de alto poder aquisitivo.
Com a intensa industrialização nos anos 60 em São Paulo, a especulação imobiliária no centro da cidade, e o preço baixo dos terrenos nas franjas do município (cujo valor diminuiu com a aprovação da Lei de Proteção aos Mananciais), resultaram na migração de milhares de moradores para as zonas periféricas. Dos 19 mil habitantes em 1960, a sub-prefeitura da Capela do Socorro passou aos 281 mil em 1980, e mais de 594 mil atualmente.
1.2 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO
[09] Barragem Guarapiranga, 1097
Terreno Represa Guarapiranga Represa Billings Distrito do Socorro Distrito da Cidade Dutra Distrito do Grajaú [08] Mapa do município de São Paulo
18
[10] Fila de embarque em um barco de recreio, Represa Guarapiranga, 1948- Peter Scheier.
A população do Grajaú atinge a marca de 360 mil moradores no ano de 2010, correspondendo por 61% da população da região, seguido por 33% do distrito da Cidade Dutra e apenas 6% da população corresponde ao distrito do Socorro. Estima-se que o distrito do Grajaú possui atualmente 372.079 mil moradores, segundo o IBGE. Dos 360 mil moradores do distrito do Grajaú, 51% é composto por mulheres e 49% por homens, que apresentam uma renda média de 1,5 salários mínimos por família. Sendo a maior faixa etária formada por jovens de 15 a 24 anos de ambos sexos. Essa faixa etária corresponde à aproximadamente 10% da população do distrito.
1. ANÁLISE DO MUNICÍPIO Área total - 134,20 km²
População total - 594.930 habitantes Socorro 37783 6%
Socorro 12,90 10%
Habitante/ km² Cidade dutra 29,30 22%
Cidade dutra 196360 33%
Socorro 2,93 22%
Cidade dutra 3,92 49%
Grajau 360787 61%
Grajau 92,00 68%
[11] Porcentagem de habitantes por distrito.
Grajau 6,70 29%
[12] Porcentagem de território por distrito.
[13] Densidade demográfica por distrito.
Faixa etária
Faixa etária (em anos)
95 ... 90 á 94 85 á 89 80 á 84 75 á 79 70 á 74 65 á 69 60 á 64 55 á 59 50 á 54 45 á 49 40 á 44 35 á 39 30 á 34 25 á 29 20 á 24 15 á 19 10 á 14 5á9 0á4 6%
4,5%
3%
1,5%
Homens (Percentual da população) [14] Faixa etária distrito do Grajau
0%
49% da população é Homem
51% da população è Mulher [15] Porcentagem da população por sexo no distrito do Grajaú.
0%
1,5%
3%
4,5%
Mulheres (Percentual da população)
6%
O rápido adensamento do Grajaú desacompanhado de um planejamento urbano trouxe uma série de problemas que se estendem até os dias atuais, interferindo na mobilidade, na oferta de equipamentos, na geração de renda e outros; como descrevem os tópicos seguintes. 19
1.3 SISTEMA VIÁRIO
O sistema viário da Capela do Socorro encontra-se bastante ineficaz, e com um péssimo estado de conservação. A forma como está estruturado não supre a demanda em escala regional - gerando grandes congestionamentos nos três distritos - devido à tentativa de ligação com outras regiões da cidade e municípios vizinhos. Fica evidente, ao ver os mapas das proximidades do terreno, as poucas opções dos moradores para seguirem em direção ao centro, tendo que acessar vias de fluxo intenso como a Dona Belmira Marin, e a Senador Teotônio Vilela - que são importantes avenidas que cruzam a região; coletando moradores nos extremos do município.
Município de São Paulo Subprefeitura da Capela do socorro Represa Guarapiranga e Billings Via estrutural Nível 01 Via estrutural Nível 02 Via estrutural Nível 03 Terminal Grajaú Localização do terreno N1 - são aquelas que estabelecem a ligação da Capital com os demais municípios do Estado de São Paulo e Estados da Federação; N2 - utilizadas como ligação com os municípios da Região Metropolitana e com as vias do 1º nível; N3 - aquelas não incluídas nos níveis anteriores, utilizada como ligações internas no Município. [16] Mapa rodoviário do Município de São Paulo
20
1. ANÁLISE DO MUNICÍPIO
1.4 TRANSPORTE
Atualmente o principal meio de deslocamento no Grajaú é o micro-ônibus.Entretanto, o mesmo não atende a região de uma forma homogênea - em virtude da composição territorial. Onde há declives acentuados e um sistema viário inadequado, os moradores são obrigados a um deslocamento pedonal maior, isso, para chegar aos pontos de ônibus que levam a população ao principal nó de transporte coletivo da região, o Terminal Grajaú. O terminal intermodal do Grajaú oferece transporte para vários bairros da região, e faz a ligação centro-periferia através da linha 9-Esmeralda. Após a reativação do terminal em 2008, ele chega a atender meio milhão de pessoas diariamente, realizando baldeações entre ônibus e os trens da CPTM. Apesar da grande quantidade de ônibus que o terminal oferece para o transporte das pessoas, eles não suprem a demanda da região; onde em horários de picos os ônibus saem e chegam lotados, formando grandes filas para se conseguir chegar ao destino pretendido. Subprefeitura da Capela do socorro Represa Guarapiranga e Billings Linha 9- Esmeralda Extensão Linha 9- Esmeralda Faixa de ônibus Corredor de ônibus Terminal Grajau Localização do terreno [17] Mapa da Capela do Socorro- Transporte
21
1.5
FAVELA E LOTEAMENTO IRREGULAR
A prefeitura de São Paulo, no ano de 2008, estimou que a subprefeitura da Capela do Socorro possuía um número aproximado de 220 favelas, e 200 bairros irregulares -sendo que boa parte das favelas ainda mantém as características de precariedade, como: autoconstruções em áreas públicas ou particulares, constituídas por famílias de baixa renda em situação de vulnerabilidade, geralmente instaladas em morros e/ ou cursos d’agua, com alto declive - sujeitos ao desmoronamento. Os loteamentos irregulares também ganham destaque no mapa, e assim como as favelas possuem alguns problemas que ocorrem pela falta de planejamento e fiscalização; formando altas densidades construtivas, carentes de arborização, de espaços livres e de uso comum à população - resultando em uma paisagem árida.
Subprefeitura da Capela do socorro Represa Guarapiranga e Billings Favelas Loteamentos irregulares Terminal Grajau Localização do terreno [18] Mapa da Capela do Socorro- Favelas e loteamentos irregulares
22
1. ANÁLISE DO MUNICÍPIO
1.6 HABITAÇÃO POPULAR
Existem, num raio de três quilômetros do terreno, três projetos de habitação- sendo um deles concedido pelo BNH, e outros pelo Minha Casa Minha Vida: O Conjunto Habitacional Brigadeiro Faria Lima, conhecido como Cohab Bororé I, foi fundado entre 1973-1975. Foi o primeiro conjunto instalado na região, onde cerca de 13 mil moradores ocuparam o local ainda sem luz, sem água, ou esgoto definido – permanecendo um período considerável nessa situação - até a sua posterior regularização. O Cohab 3 Lagos oferece 1.188 unidades habitacionais, entregues em 2017, financiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida, assim como o projeto Chácara do Conde, que está em processo de construção, e prevê mais 1.740 moradias e 60 pontos comerciais; com previsão pra entrega para 2022.
[20] BNH Faria Lima, 1977
Conjunto Habitacional Brigadeiro Faria Lima.
Conjunto Habitacional Chacara do Conde
Conjunto Habitacional 3 lagos
[19] Mapa do entorno do terreno- Conjunto Habitacionais
[21] BNH Faria Lima, 2017
[22] Conjunto habitacional 3 lagos, 2017
[23] Ilustração -Chácara do Conde
23
1.7 EQUIPAMENTO SOCIAL
Considerado o entorno dessas moradias, a precariedade também se manifesta na oferta de serviços públicos voltados à saúde, educação, cultura, lazer, esporte e segurança. Os equipamentos existentes, além de serem insuficientes para atender a demanda da população, são pouco qualificados devido à falta de recursos técnicos e financeiros. Embora o Grajaú sofra com a escassez de investimento público em equipamentos existentes, é perceptível a falta de duas infraestruturas no limite da Capela do Socorro - uma é um programa do governo chamado Poupatempo, e a outra são escolas técnicas públicas – ambas encontradas cerca de 2 horas de transporte coletivo para fora da Capela do Socorro; mais especificamente, partindo do terreno escolhido.
Município de São Paulo Subprefeitura da Capela do socorro Represa Guarapiranga e Billings Ensino Técnico- Gratuito Unidades Popupatempo Localização do terreno
[24] Mapa de equipamentos do município de São Paulo
24
1. ANÁLISE DO MUNICÍPIO
"Aqui é gostoso de morar, um lugar tranquilo para descansar. O lado ruim é a balsa, e os ônibus também, que demoram. Só tem uma linha e passa a cada 30 minutos...Trabalho já é difícil [na ilha], só se você achar algum terreno para cuidar, limpar. Muita coisa não tem aqui, e aí tem que passar para o lado de lá. Só tem umas vendinhas e, se você passar mal, é obrigado a ir para o outro lado” Wesley Silvestre a uma entrevista à jornalista Gabriela Fugita, da UOL.
Subprefeitura da Capela do socorro Represa Guarapiranga e Billings Transpote coletivo Hospital CEU Terminal Grajaú Localização do terreno
[25] Mapa dos principais equipamentos da Capela do Socorro
25
[26] Vista do terreno, Avenida Dona Belmira Marin.
26
1. ANÁLISE DO MUNICÍPIO
Referênciais
O Distrito do Grajaú é formado por bairros e residenciais superpopulosos. Seu território é cortado pela avenida Dona Belmira Marin, considerada hoje, o principal eixo da região. A avenida possui uma série de comércios, serviços e linhas de ônibus que se ramificam bairros adentro. Os equipamentos públicos existentes na região encontram-se saturados e, não possuem qualquer tipo de reforma ou ampliação - sendo ainda agravados pelos projetos de habitação social, que adensa a região e reforça o aspecto residencial do distrito; assim como as favelas e áreas de loteamentos irregulares. Existem apenas escolas de nível médio na Capela do Socorro, e essa inexistência de equipamentos destinados à formação
profissional e geração de renda faz com que jovens de 10 a 24 anos, que compõem a maior faixa etária do distrito, precisem se deslocar para outras regiões da cidade na busca de empregos ou de algum tipo de capacitação profissional - em sua maioria, realizados em instituições particulares. Na comparação, os equipamentos do Distrito do Grajaú, em relação às outras regiões, evidencia-se o sentido de vulnerabilidade social, presente nas histórias das pessoas que ali vivem - frequentemente expostas à situações de violência e risco. São áreas periféricas, deixadas de lado pelo restante da cidade, localizadas na borda da mancha urbana - ao lado de conjuntos habitacionais
Jovens 15 á 24 anos
Capacitação profissional
Concentração de pessoas
agravados pela falta de equipamentos e serviços próximos de suas residências. São áreas periféricas, deixadas de lado pelo restante da cidade, localizadas na borda da mancha urbana - ao lado de conjuntos habitacionais agravados pela falta de equipamentos e serviços próximos de suas residências. Identificados os problemas e as respectivas potencialidades do distrito, o objetivo deste estudo se tornou o de atribuir uma função social ao terreno escolhido - cercado de habitações; muitas delas à margem da legalidade – para que ele não se tornasse mais um conjunto habitacional, e sim uma centralidade auxiliadora no desenvolvimento econômico e social locais.
Assitência social “Poupatempo”
Mercado de trabalho local
27
[27] Entorno do terreno, Rua ElĂsia Gonçalves Barcelos
2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
2.1 Praça das artes
2.2 8th China Flower Expo Information Center
2.3 Rehovot Community Center
Localização: Av. São João, São Paulo, Brasil Ano do projeto: 2012 Equipe: Brasil Arquitetura.
Localização: Wujin, Changzhou, China Ano do projeto: 2010-2013 Equipe: Lab Architecture Studio.
Localização: Rehovot, Israel Ano do projeto: 2016 Equipe: Kimmel Eshkolot Architects.
[28] Croqui do edifício.
[30] Ilustração- Vista superior do edifício.
[32] Vista do edifício
[29] Vista do pedestre
[31] Ilustração- vista do pedestre
[33] Vista da fachada
Fruição publíca; Espaço publíco integrado com o edifício; Espaço para permanência; Materialidade- uso do concreto; Adaptação do acesso á topografia. 30
Fruição publíca; Espaço publíco integrado com o edifício; Espaço para permanência; Materialidade- uso da madeira; Permeabilidade visual interna e externa.
Fachada ativa; Espaço para permanência; Uso misto; Materialidade- uso da madeira e do concreto; Permeabilidade visual interna e externa.
2. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
2.4 Maison Stéphane Hessel
2.5 Projeto Urbano: City Dune, a praça privada
2.6 San Martín de la Mar Square
Localização: Lille, França Ano do projeto: 2016 Equipe: JDS Architects.
Localização: Copenhague, Dinamarca Ano do projeto: 2010 Equipe: SLA
Localização: Ayuntamiento de Santander, Espanha Ano do projeto: 2014 Equipe: Zigzag Arquitectura.
[34] Vista da fachada do edifício.
[36] Vista superior da praça.
[38] Vista da praça
[35] Diagrama de uso e acesso do edifício.
[37] Vista do pedestre
[39] Vista do pedestre
Materialidade- uso do concreto; Permeabilidade visual entre os usos; Acessos destintos para cada uso.
Fruição publíca; Espaço publíco integrado com o edifício; Espaço para permanência; Vence o desnível do terreno;
Vence o desnível do terreno; Espaço para permanência; Uso misto; Área permeável.
31
[40] Muro da empresa Viação Cidade Dutra
3. ANÁLISE DO TERRENO
3.1 LOCALIZAÇÃO
O terreno destacado em vermelho está localizado próximo à um dos braços da Represa Billings - cerca de 2 quilômetros do Terminal Intermodal do Grajaú. Seu principal acesso se dá pela Avenida Dona Belmira Marin - considerada a via mais importante da região – que oferece ligação com os demais bairros e acesso à uma grande quantidade de linhas de ônibus.
2
1
Localização do terreno Terminal Grajaú
1 2
Acesso ao terreno- Avenida Dona Belmira Marin
[41] Mapa de localização do terreno no meio urbano
34
3. ANÁLISE DO TERRENO
3.2 ACESSO TERRENO
O terreno possui dois ingressos principais: um pela Avenida Dona Belmira Marin, e outro pela Rua Elísia Gonçalves Barcelos. Os demais acessos são pelo terreno com provisão de habitação, e pelas ruas sem saída: Filino Pereira da Silva; Bento de Assis Marques; e Gérson Gerino da Silva.
Acesso principal Acesso rua sem saída Terreno escolhido Terreno vizinho com provisão habitacional 0
50
100
200
[42] Mapa de acesso ao terreno
35
3.3 TOPOGRAFIA E HIDROGRAFIA O Distrito do Grajaú é conhecido por possuir um território bastante irregular. Nas proximidades do terreno, a realidade não é diferente. A partir da cota mais alta do terreno,770, ele desce cerca de 15 a 18 metros em direção aos principais acessos (Avenida Dona Belmira Marin e Rua Elísia Gonçalves Barcelos). Esta área do mapa mostra alguns córregos canalizados que desaguam no braço da represa Billings - marcados na cor azul.
Localização do terreno Hifrográfia
0
50
100
200
[43] Mapa hidrográfico e topográfico
36
3. ANÁLISE DO TERRENO
3.4 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
O terreno onde o projeto será implantado era, há muitos anos, uma fábrica de blocos. Atualmente, o mesmo encontra-se sem uso e cercado por muros - assim como os terrenos ao lado. Ao olhar o mapa percebe-se que o uso residencial é predominante; típico de uma “cidade-dormitório”. As áreas mistas e institucionais se concentram nos eixos de transporte e de oferta de emprego, como a Avenida Dona Belmira Marin e a garagem de ônibus da Viação Cidade Dutra - importantes geradores de renda locais. Outro importante ponto da região é o braço da represa Billings - a área destacada em azul é onde ainda possui algum tipo de mata ciliar e córregos que desaguam na represa - mas esta área está constantemente sujeita a invasão. Residencial Misto Institucional Praças Área de mata fechada Serviço (Garagem de ônibus) Terreno sem uso Área de hidrografia (margem) Terreno escolhido
0
50
100
200
[44] Mapa de uso e ocupação do solo
37
3.5 EQUIPAMENTOS
Os principais equipamentos próximos ao terreno são da área educacional. Existem escolas de 0 a 17 anos, além de alguns programas da prefeitura destinados às atividades com crianças e idosos - como por exemplo, o circo escola do Grajaú, que propõe atividades para jovens até 17 anos. Além disso, a área abrange o Pronto Socorro de Urgência Maria Antonieta - um importante ponto de referência local.
Terreno escolhido Ensino médio e fundamental: 6 á 17 anos Pré escola: 4 á 5 anos Educação infantil: 0 á 3 anos CJ- Centro para juventude CDC- Centro da Comunidade Circo Escola Pronto socorro Maria Antonieta Posto Policial 0
50
100
200
[45] Mapa de equipamentos próximos a área
38
3. ANÁLISE DO TERRENO
3.6 DENSIDADE CONSTRUTIVA Ao olhar a massa construída, é perceptível a raridade deste miolo em meio à cidade que cresce cada vez mais. Trazer uma função ao que está “parado” no tempo foi um dos motivos que me motivaram escolher o local para intervenção.
Vazio Cheio Terreno escolhido
0
50
100
200
[46] Mapa de cheios e vazios
39
3.7 GABARITO DE ALTURA
A zona residencial ao redor do terreno é composta por casas de alvenaria que ocupam quase 100% dos terrenos - possuindo um gabarito entre 1 e 3 pavimentos. Devido à irregularidade do solo e as áreas com bastante declive, algumas residências possuem cotas negativas.
Terreno escolhido 5 á 8 pavimentos 1 á 4 pavimentos Nenhum pavimento
0
50
100
200
[47] Mapa de gabarito de altura
40
3. ANÁLISE DO TERRENO
3.8 SISTEMA VIÁRIO
Como citado anteriormente, a Belmira Marin é a principal via da região. Nela se concentra uma grande quantidade de linhas de ônibus, e também se transita o maior número de carros. Além dessa avenida, o mapa mostra que na via local existe apenas uma linha de ônibus - a 6069 - que leva a população ao terminal Santo Amaro.
Terreno escolhido Via Principal ( Avenida dona Belmira Marin) Via Local Linha de ônibus Ponto de ônibus Escadões e /ou vielas 0
50
100
200
[48] Mapa do sistema viário
41
3.9 DADOS LEGISLATIVOS E TÉCNICOS DA ZEUPa
ZONEAMENTO O território - objeto de estudo deste trabalho -
Área do terreno 28571,12
Coeficiente de aproveitamento 1 vez = 28571,12
Taxa de ocupação 0,50 = 14.285,56
Gabarito de Altura Máxima 28m
Recuos Não se aplica
Taxa de permeabilidade 0,20 = 5.714,22
42
está enquadrado em uma Macroárea de redução à vulnerabilidade urbana e recuperação ambiental; que se compreende por existência de elevados índices de vulnerabilidade social, e baixos índices de desenvolvimento humano, e é ocupada por população predominantemente de baixa renda, que apresenta: precariedades territoriais, irregularidades fundiárias, riscos geológicos e de inundação, e déficits nas ofertas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas. Sendo um território ambientalmente frágil, devido à presença de mananciais de abastecimento hídrico e à significativa biodiversidade, demanda cuidados especiais para sua conservação. O terreno escolhido está enquadrado em uma ZEUPa (Zona de Estruturação da Transformação Urbana Prevista Ambiental). Esta zona esta inserida em uma Macrozona de proteção e recuperação ambiental, que segundo o plano diretor, é uma porção do território passível de abrigar usos residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva altas, e promover a qualificação paisagística dos espaços livres de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo.
3. ANÁLISE DO TERRENO
Terreno escolhido ZEUPa- Zona de estruturação e transformação urbana ZEIS 1- Zona de interresse social 1 ZEIS 4- Zona de interresse social 4 ZMa- Zona mista ZOE- Zona de ocupação especial ZEP- Zona especial de preservação ZM-Zona mista ZEPAM- Zonas especiais de proteção ambiental Praças e Canteiros
0
50
100
200
[49] Mapa de Zoneamento, Lei 16.402/16
43
[50] Muro, Rua Pedro Nunes Tinoco
[53] Vista do entorno, Rua Olímpio Soares de Carvalho.
1 [51] Entrada do terreno
4 [54] Vista do terreno, Rua Elísia Gonçalves Barcelos
2 [52] Vista do entorno, Avenida Belmira Marin.
3 44
5
3. ANÁLISE DO TERRENO [55] Vista do BNH, Avenida Belmira Marin.
[58] Terreno, vista terreno vizinho
6 [56] Terreno, vista Represa Billings
9
3 1 9
7
4
2
7
8
[57] Terreno, vista da Garagem da Viação Cidade Dutra
5
6
8 45
[59] Terreno, vista para a Rua ElĂsia Gonçalves Barcelos.
46
3. ANÁLISE DO TERRENO O entorno imediato do terreno é caracterizado por um fluxo médio de pedestres.Considerando as escolas, os comércios e os pontos de ônibus da região, mais a falta de atrativos e espaços para permanência, faz com que as pessoas não se apropriem do espaço já existente; como por exemplo, as praças que ligam as escolas e comércios.
A análise dos mapas mostra que os muros e a topografia íngreme são barreiras físicas que
O zoneamento atribuído à área incentiva o desenvolvimento na região por estar orientado
separam o terreno de seu entorno - sendo difícil
sob o eixo do transporte público, permitindo
o acesso e transposição por qualquer um dos lados. No entanto, a cota alta, considerada a parte plana do terreno, pode ser vista de muitos
também usos não residenciais - usos que reforçarão a ideia de novas propostas de utilização, que busquem servir à população.
lugares da região – tornando-se um marco paisagístico.
Terreno habitacional
Ponto de encontro (Praça dos estudantes)
Estacionamento
Principal eixo viário
Represa Billings
Topografia acentuada
Muros
Garagem de ônibus [60] Diagrama de potencialidades
47
[61] Vista da CEI Indir Paulo Francisco Seckler Pucca e ao fundo vista do Conjunto Habitacional Brigadeiro Faria Lima.
4. PROJETO
4.1 MEMORIAL DESCRITIVO
A proposta do Centro Técnico e Social do Grajaú parte da premissa de que a região onde o projeto será inserido é uma área residencial com topografia irregular. Apesar desta característica marcante do distrito, usos diversos acontecem nas proximidades do terreno. São usos importantes que incentivam a geração de renda local - como a garagem de ônibus; os pequenos comércios; o eixo de transporte; e as escolas próximas - que também contribuíram para a definição dos usos do edifício, sendo que os alunos, os funcionários, e a população serão possíveis frequentadores do Centro Técnico e Social do Grajaú. O edifício é um equipamento público de uso misto, que tem como base o uso Educacionalque visa a qualificação profissional dos jovens, ou seja, prepará-los para o mercado de trabalho e empregá-los nas empresas próximas e o social- que prevê a assistência social - hoje
[62] Ilustração Praça da Cidade
50
oferecida pelo programa do governo chamado Poupatempo. Estes usos chaves do projeto só são encontrados atualmente fora da Capela do Socorro. Outros usos compõem o projeto e servem de ligação e/ou auxilio - como a biblioteca que ampara o uso educacional; a praça de alimentação que serve aos frequentadores do técnico e as pessoas que residem, passam ou frequentam a região; e as praças que interligam os espaços e promovem a permanência das pessoas. O fluxo é um elemento importante, principalmente nos espaços livres onde os usuários podem romper a extensão da quadra; pois o projeto permite a fruição em seu interior, levando as pessoas às ruas antes fechadas por muros. Além de romper a barreira física, o projeto permite a permeabilidade visual entre o terreno e seu entorno; se tornando um marco paisagístico para a região.
A praça dos estudantes foi uma área somada ao terreno; sendo remodelada e convertida num novo espaço que funciona como recepção para as pessoas que vêm da Avenida Dona Belmira Marin. Mantida a arborização, o desenho de piso e o mobiliário foram alterados para cumprirem sua nova função - considerando os caminhos que as pessoas deixam impressos no local. A fachada se comporta de acordo com os usos do edifício. Cada parte do projeto é independente visualmente; sendo possível identificar o uso pela materialidade. O uso social apresenta uma fachada mais fechada - contando com pequenas aberturas, representado pelo concreto. O setor educacional tem a madeira na forma de brise e os espaços livres - de fruição - conta com grandes aberturas; tendo o mínimo possível de fechamento. Apesar da independência de cada uso, o projeto permite a ligação interna e externa entre eles.
4. PROJETO
4.2 PROGRAMA
Educacional Educativo: Sala de aula Administração Salas de aula Mecânica e elétrica Laboratório de Mecânica Laboratório de Elétrica Depósito de material- laboratório Ala dos Computadores Depósito geral Banheiros alunos Administração: Sala dos professores Copa Diretoria Banheiro professores e diretoria Recepção Arquivo Banheiro publíco Depósito de limpeza
Social 9 salas- 123 m² 2 salas- 60 m² 1 sala- 618 m² 1 sala- 546 m² 1 sala- 33,08 m² 1 sala- 13 m² 4 sala- 3,5 m² 2 un.- 47,36 m² 1 un.- 35,06 m² 186 m² 44 m² 105 m² 30,84 m² 103 m² 18,07 m² 26,80 m² 6,98 m²
Setores de funcionários:
Sala de convivência Copa Banheiro Depósito Sala de monitoramento
494 m² 625 m² 625 m² 625 m² 3 sala- 22 m² 86 m² 3 un. -29m² 40,48 m² 26 m² 37 m² 25,10 m² 17 m²
Praça de alimentação: Praça de alimentação: Restaurantes Área de Alimentação para 342 pessoas
Biblioteca Recepção Área de estudo Área expositiva (livros, revista, periódicos e etc...) Salas de estudo coletivo Multimídia Apoio técnico Banheiros Depósito geral (2 por piso)
Setores de atendimento: Água, luz e esgoto Documentos pessoais Direito dos cidadões Emprego e trabalho Sala de apoio (1 para cada setor) Recepção Banheiros publícos (1 por piso)
8 un. - 50 m² 1500 m²
110 m² 450 m² 1500 m² 6 un.- 36m² 330 m² 90 m² 4 un. -32 m² 4 un.- 4 m²
Espaço livre: Estacionamento: 62 vagas Praças Praça dos estudantes (existente) Praça da Cidade Praça do encontro
1600 m² 2314m² 12000 m² 2900 m²
51
4.3 SETORIZAÇÃO
Praça de alimentação 6% Social 9% Biblioteca 10%
Educacional 11%
[63] Diagrama de uso
52
Área livre 64%
4. PROJETO
4.4 PARTIDO
Para elaboração do partido foram levadas em consideração as características da região como o gabarito baixo, a falta de fachada ativa, a provisão habitacional para os terrenos vizinhos, a topografia acentuada, a quadra extensa, e a carência de espaço para permanência – atrelada à falta de áreas verdes. Diante destas características foram estabelecidas as diretrizes do projeto. Em relação ao gabarito, o entorno é caracterizado pela predominância de edificações baixas - possuindo entre 1 e 4 pavimentos – portanto, o projeto visa respeitar esta característica, ou seja, o edifício não ultrapassará a altura das demais edificações já existentes. No que diz respeito à fachada ativa, os usos do programa com caráter mais públicos serão localizados próximos aos acessos e/ou através
das praças externas - que servirão como ligação entre as duas pontas da quadra. Por se tratar de um edifício que possui públicos distintos (estudantes, funcionários, moradores e visitantes), os acessos serão divididos - evitando o conflito entre eles. Buscando não evidenciar a característica residencial do distrito, os usos do projeto foram pensados para servirem de auxílio aos moradores existentes e aos futuros - que ocuparão os terrenos vizinhos - por isso, não colocarei usos residenciais no terreno. Considerando que a topografia é a uma barreira física, assim como os muros nas ruas sem saída, a proposta tenciona permitir a permeabilidade da quadra através de escadões – rompendo a topografia, e tambem eliminando os muros
existentes– transformando ruas, hoje sem acesso, em ruas abertas ao trânsito dos pedestres. A integração visual é outro ponto a ser considerado. Tendo como diretriz que o terreno é visto de muitos locais da região, o intuito foi deixar alguns pontos do edifício como mirantes - permitindo assim, uma relação entre o edifício e sua vizinhança. O entorno carece de locais de permanência; principalmente na praça existente, onde as pessoas esperam o horário da escola em pé, por não existirem bancos apropriados. Analisando esta situação, a praça será remodelada e estendida para o interior do terreno; incentivando o pedestre a atravessar a quadra e apropriar-se do espaço.
[65] Diagrama da trajetória do sol ao nascer
[64] Diagrama acessos
[66] Diagrama da trajetória do sol ao se por
53
4.5 IMPLANTAÇÃO
A implantação do edifício foi determinada de acordo com a topografia terreno. O desnível de aproximadamente 17 metros foi dividido em 4 patamares. Cada patamar se abrirá para um uso. As cotas mais baixas do terreno serão voltadas para a Belmira Marin (praça dos estudantes), onde se permitirá o acesso ao setor social, e no outro lado, o acesso se voltará para a Biblioteca; localizada na Rua Elísia Barcelos Gonçalves. Os outros dois patamares serão continuação dos setores mencionados acima. Na cota mais alta, onde localiza o ultimo patamar, é onde será desenvolvido o uso educacional e a praça de alimentação. O acesso para o estacionamento estará localizado na Avenida Belmira Marin; onde foi pensado um recuo para que as pessoas possam embarcar e desembarcar caso não queiram permanecer no local.
Área do terreno: Coeficiente de aproveitamento: Taxa de ocupação: Gabarito maximo de altura: Taxa de permeabilidade: 54
A estrutura se apresentará de duas formas. Nas partes térreas que necessitam de contenções da terra, o concreto será utilizado. As paredes serão de concreto armado e a laje nervurada - para a biblioteca e para o setor social. Contrapondo a brutalidade do concreto, a madeira será utilizada no pavimento superior, e servirá para trazer leveza ao edifício. Ela se aplicará tanto na fachada através dos brises, quanto nos pilares e vigas - sendo a cobertura de um material leve, evitará sobrecarga na estrutura de madeira.
28571,12 m² 17222,67 m² 14.285,56 m² 20 m 7967,78 m²
0
50
Edifício
1
Praça do encontro
2
Praça da Cidade
3
Estacionamento
4
Praça dos estudantes
5
100
[67] Implantação
4. PROJETO
2
1
3
5
4
55
4.6 PLANTAS
[68] Imagem ilustrativa - fachada
56
4. PROJETO
57
4.6.1 PLANTA TÉRREO Cota 756
Praça dos estudantes
1
Social- Recepção e setor de água, luz e esgoto
2
Estacionamento
3
Biblioteca
4
Acessos 0
50
100
[69] Planta térreo
58
4. PROJETO
C
D
A
A
2
4
B
1
B
3
C
D
59
4.6.2 PLANTA 1° PAVIMENTO Cota 760
Social- Documentos pessoais
2
Estacionamemto
3
Biblioteca
4
Acesso 0
50
100
[70] Planta 1'° pavimento
60
4. PROJETO
C
D
A
A
2
B
3
4
C
B
D
61
4.6.3 PLANTA 2° PAVIMENTO Cota 764
Social- Direitos do cidadão e trabalho
2
Biblioteca
4
Acesso
0
50
100
[71] Planta 2° pavimento
62
4. PROJETO
C
D
A
A
2
2
B
B
4
C
D
63
4.6.4 PLANTA 3° PAVIMENTO Cota 768
Soacial- Funcionários
2
Biblioteca- Multimídia
4
Acesso 0
50
100
[72] Planta 3° pavimento
64
4. PROJETO
C
D
A
A
2
4
B
C
B
D
65
4.6.5 PLANTA 4° PAVIMENTO Cota 771
Praça de alimentação
1
Praça do encontro
2
Praça da cidade
3
Educacional
4
Acesso
0
50
100
[73] Planta 4° pavimento
66
4. PROJETO
C
D
A
A
4
2
1
B
C
3 B
D
67
4.6.7 PLANTA COBERTURA
0
50
Edifício
1
Praça do encontro
2
Praça da Cidade
3
Estacionamento
4
Praça dos estudantes
5
100
[74] Planta cobertura
68
4. PROJETO
C
D
A
A
B
B
C
D
69
4.7 CORTES
[75] Imagem ilustrativa- fachada biblioteca
70
4. PROJETO
71
4.7.1 CORTE A
[76]
4.7.2 CORTE B
[77]
72
4.7.3 CORTE C
4.7.4 CORTE D
[78]
[79]
4. PROJETO
[80] Ilustração- fachada Belmira
73
4.8 FACHADAS
[81] Ilustração- Estacionamento
74
4. PROJETO
75
4.8.1 FACHADA PRAÇA DO ENCONTRO
[82]
4.8.2 FACHADA PRAÇA DA CIDADE
[83]
4.8.3 FACHADA SOCIAL, AVENIDA DONA BELMIRA MARIN
[84]
76
4.8.4 FACHADA BIBLIOTECA, RUA ELÍSIA GONÇALVES BARCELOS
[85]
4. PROJETO
[86] Ilustração do projeto
77
[87] Vista do terreno
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
[88] Vista 180 graus do terreno
80
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A motivação para este projeto nasceu da atual dificuldade de inúmeros moradores que precisam se deslocar diariamente para outras regiões em busca de qualificação profissional, ou serviços oferecidos pelo estado. O Centro Técnico e Social do Grajau surgiu da necessidade de trazer infraestruturas para as regiões mais afastadas do centro; pois são nessas regiões que se concentra a maior porcentagem de jovens que carecem de politicas publicas. É nessa faixa etária que eles não tem nenhuma ocupação que os livrem das tentações do
mundo fácil do crime – infelizmente presentes nessas regiões. Durante o processo de desenvolvimento deste projeto, uma das dificuldades enfrentadas foi a definição dos usos; devido a tamanha necessidade de equipamentos da região. No entanto, esta mesma dificuldade foi logo resolvida olhando para a faixa etária em que também estou inserida - percebi que muitos jovens desistem no meio do caminho devido ao transporte precário e também aos altos custos de muitos cursos. Estes são fatores que desmotivam os jovens logo
que concluem do ensino médio. O projeto revelou-se um verdadeiro desafio. A área pública, além de ser muito interessante de se atuar, mostra que as pessoas necessitam de muito mais do que apenas habitação. Este é o lugar onde vivo. Talvez, algum dia, esse projeto possa sair dos papéis- não como o desenhei, ou com os usos que pensei; mas assim mesmo será uma conquista muito grande; afinal de contas, eles estarão olhando para a periferia de outra forma –forma essa que, hoje, não lhes atrai os olhares.
81
BIBLIOGRAFIA
ANTP. (2013). A rede de transporte e a ordenação do espaço urbano. ANTP - Planejamento e Gestão Urbana, 101-122. Fritzen, N. (24 de Maio de 2018). Para entender a importância das políticas públicas. Fonte: Medium.com: https://medium.com/betaredacao/para-entender-a-import%C3%A2ncia-das-pol%C3%ADticas-p%C3%BAblicas-e54810540669 G1. (17 de Agosto de 2013). Moradores reclamam de vias congestionadas na periferia de SP. Fonte: G1.com: http://g1.globo.com/sao-paulo/parceiro-sp/noticia/2013/08/moradores-reclamam-de-vias-congestionadas-na-periferia-de-sp.html Martins, M. L. (2006). Moradia e Mananciais- Tensões e diálogo na matrópole. Em M. L. Martins, Moradia e Mananciais- Tensões e diálogo na matrópole (p. 57). São Paulo: Fapesp, FauUsp Meca, P. S. (30 de 03 de 2018). CPTM e Metrô: novas estações e 7,8 milhões de usuários por dia. Fonte: saopaulo.sp.gov.br: http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/cptm-e-metro-novas-estacoes-e-transporte-de-78-milhoes-de-pessoas-por-dia/ede Nossa São Paulo. (19 de Setembro de 2018). Rede Nossa São Paulo lança 12ª edição da Pesquisa de Mobilidade Urbana. Fonte: Mobilidade Sampa: https://mobilidadesampa.com.br/2018/09/rede-nossa-sao-paulo-lanca-12a-edicao-da-pesquisa-de-mobilidade-urbana/ Projeto Gepam. (2004). Moradia social em área de mananciais. São Paulo: Annablume. Silva, M. O. (1989). Política Habitacional Brasileira / Verso e Reverso. Em M. O. Silva, Política Habitacional Brasileira / Verso e Reverso (p. 184). São Paulo: Cortez.
82
LISTA DE IMAGENS
01 Vista do terreno, Rua Elísia Gonçalves Barcelos- Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 02 Terreno, vista da residência da autora- Thais Vieira Campos (abril de 2019) 03 Vista da Escola Estadual Carlos Morais de Andrade- Thais Vieira Campos (maio de 2019) 04 Vista do terreno, Rua Elísia Gonçalves Barcelos- Thais Vieira Campos (maio de 2019) 05 Entrada da empresa Viação Cidade Dutra- Thais Vieira Campos (maio de 2019) 06 Vista aérea das proximidades do terreno- Google Earth, 21/12/2009, acesso em 01/05/2019 07 Vista do terreno, Avenida Dona Belmira Marin- Thais Vieira Campos (maio de 2019) 08 Mapa do município de São Paulo- Thais Vieira Campos (maio de 2019) 09 Barragem Guarapiranga, 1097- Fonte: Revista Turismo, site: https://www.revistaturismo.com.br/ passeios/guarapiranga.htm, extraído em (abril de 2019) 10 Fila de embarque em um barco de recreio, Represa Guarapiranga, 1948- Peter Scheier, Acervo do Instituto Moreira Sales e Alô São Paulo, site https://alosaopaulo.com.br/guarapiranga-100-anos-resgata-memoria-da-antiga-represa-de-santo-amaro/) extraído em (abril de 2019) 11 Porcentagem de habitantes por distrito, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 12 Porcentagem de território por distrito, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 13 Densidade demográfica por distrito, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 14 Faixa etária distrito do Grajau, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 15 Porcentagem da população por sexo no distrito do Grajaú, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 16 Mapa rodoviário do Município de São Paulo, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 17 Mapa da Capela do Socorro- Transporte, Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 18 Mapa da Capela do Socorro- Favelas e loteamentos Irregulares- Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 19 Mapa do entorno do terreno- Conjunto Habitacionais- Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 20 BNH Faria Lima, 1977, Fonte: Portfólio da associação do Grajaú 21 BNH Faria Lima, 2017, extraído do Google Earth 22 Conjunto habitacional 3 lagos- Thais Vieira Campos (2017) 23 Ilustração -Chácara do Conde, Fonte Escritório JAA Arquitetos 24 Mapa de equipamentos do município de São Paulo- Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 25 Mapa dos principais equipamentos da Capela do Socorro- Thais Vieira Campos (setembro de 2018) 26 Vista do terreno, Avenida Dona Belmira Marin- Thais Vieira Campos (abril de 2019) 83
27 Entorno do terreno, Rua Elísia Gonçalves Barcelos- Thais Vieira Campos (abril de 2019) 28 Croqui do edifício- Site: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura, extraído em 28/05/2019. 29 Vista do pedestre, Nelson Kon - Site: https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura, extraído em 28/05/2019. 30 Ilustração- Vista superior do edifício, site: https://www.archdaily.com/297247/8th-china-flower-expo-information-center-lab-architecture-studio, extraído em 28/05/2019. 31 Ilustração- Vista do pedestre, site: https://www.archdaily.com/297247/8th-china-flower-expo-information-center-lab-architecture-studio, extraído em 28/05/2019. 32 Vista do edifício, Amit Geron, site: https://www.archdaily.com/803544/rehovot-community-center-kimmel-eshkolot-architects, extraído em 28/05/2019. 33 Vista da fachada, Amit Geron, site: https://www.archdaily.com/803544/rehovot-community-center-kimmel-eshkolot-architects, extraído em 28/05/2019. 34 Vista da fachada do edifício, Julien Lanoo, site: https://www.archdaily.com.br/br/806566/maison-stephane-hessel-jds-architects, extraído em 28/05/2019. 35 Diagrama de uso e acesso, site: https://www.archdaily.com.br/br/806566/maison-stephane-hessel-jds-architects, extraído em 28/05/2019. 36 Vista superior da praça, sla.dk, site: https://www.archdaily.com.br/br/01-169717/projeto-urbano-city-dune-a-praca-privada, extraído em 28/05/2019. 37 Vista do pedestre, sla.dk, site: https://www.archdaily.com.br/br/01-169717/projeto-urbano-city-dune-a-praca-privada, extraído em 28/05/2019. 38 Vista da praça, Roland Halbe, Site: https://www.archdaily.com/780583/san-martin-de-la-mar-square-zigzag-arquitectura, extraído em 28/05/2019. 39 Vista do pedestre, Roland Halbe, Site: https://www.archdaily.com/780583/san-martin-de-la-mar-square-zigzag-arquitectura, extraído em 28/05/2019. 40 Muro da empresa viação Cidade Dutra- Thais Vieira Campos (abril de 2019) 41 Mapa de localização do terreno no meio urbano- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 42 Mapa de acesso ao terreno- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 43 Mapa hidrográfico e topográfico- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 44 Mapa de uso e ocupação do solo- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 45 Mapa de equipamentos próximos a área- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 46 Mapa de cheios e vazios- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 47 Mapa de gabarito de altura- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 84
48 Mapa do sistema viário- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 49 Mapa de Zoneamento, Lei 16.402/16- Thais Vieira Campos (outubro de 2018) 50 Muro, Rua Pedro Nunes Tinoco-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 51 Entrada do terreno-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 52 Vista do entorno, Avenida Belmira Marim. -Thais Vieira Campos (abril de 2019) 53Vista do entorno, Rua Olímpio Soares de Carvalho. -Thais Vieira Campos (abril de 2019) 54 Vista do terreno, Rua Elísia Gonçalves Barcelos-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 55 Vista do BNH, Avenida Belmira Marin- Thais Vieira Campos (abril de 2019) 56 Terreno, vista Represa Billings-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 57 Terreno, vista da Garagem da Viação Cidade Dutra-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 58 Terreno, vista terreno vizinho-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 59 Terreno, vista para a Rua Elísia Gonçalves Barcelos-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 60 Diagrama de potencialidades-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 61 Vista da CEI Indir Paulo Francisco Seckler Pucca e ao fundo vista do Conjunto Habitacional Brigadeiro Faria Lima-Thais Vieira Campos (abril de 2019) 62 Ilustração Praça da Cidade- Thais Vieira Campos 63 Diagrama de uso- Thais Vieira Campos 64 Diagrama acessos- Thais Vieira Campos 65 Diagrama da trajetória do sol ao nascer- Thais Vieira Campos 66 Diagrama da trajetória do sol ao se por- Thais Vieira Campos 67 Implantação- Thais Vieira Campos 68 Ilustração- Fachada- Thais Vieira Campos 69 Planta térreo- Thais Vieira Campos 70 Planta 1° pavimento- Thais Vieira Campos 71 Planta 2° pavimento- Thais Vieira Campos 72 Planta 3° pavimento- Thais Vieira Campos 73 Planta 4° pavimento- Thais Vieira Campos 74 Planta cobertura- Thais Vieira Campos 75 Imagem ilustrativa- fachada biblioteca- Thais Vieira Campos 76 Corte A- Thais Vieira Campos 77 Corte B- Thais Vieira Campos 78 Corte C- Thais Vieira Campos 79 Corte D- Thais Vieira Campos 85
80 Ilustração fachada Belmira- Thais Vieira Campos 81 Ilustração, Estacionamento- Thais Vieira Campos 82 Fachada Praça do encontro- Thais Vieira Campos 83 Fachada Praça da cidade- Thais Vieira Campos 84 Fachada Social, Avenida Belmira Marin- Thais Vieira Campos 85 Fachada Biblioteca, Rua Elísia Gonçalves Barcelos- Thais Vieira Campos 86 Ilustração do projeto- Thais Vieira Campos 87 Vista do terreno- Thais Vieira Campos 88 Vista 180 Graus do terreno- Thais Vieira Campos
86
AD O
F OL WERNECK
D
C
I RO DE CU ES
770,66
A
14 6
6
14 6
6 7
6
14
14
A
14
14
7
12
15
771,06
771,06
11
3
771,06
771,06
13
14
771,06
14
14
14
14
6
7
6 8
9
6
7
5 4
8 6
6
6
6 6 7
M AR IN
1 2 16 2
771,06
771,06
2
B
2
2
2
2
B
2
1
1
RU
S UE Q AR
JÚL
M
IO
A RU
O JOÃ
NO
ESCALA 1:750
N SO R GE
NO
A
A
I FIL
RU
PLANTA 4° PISO- COTA 771,06
RI E G
D RU
A
DA
A LV SI
LM IR A
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BE
771,06
D
A
A
23
6 7
6 6
9
24
766,56 FUNCIONARIOS
D
C
MULTIMIDIA
768
B
B
17
7
6
7
6
D
6
A
A
C
6 6
EMPREGO 27 E TRABALHO
DIREITOS DO 26 CIDADÃO
6
PLANTA 3° PISO- COTA 768
25
762,46
762,46
ESCALA 1:750
D
C
19
19
B 764,04
18
B
19
7
6
7
6
D
6
A
A
C
DOC. PESSOAIS 6 6
28
6
PLANTA 2° PISO- COTA 764
25
757,96
ESCALA 1:750
D
C
19
19
B
19
B
760,08 18 7
6
7
6
D
6
A
A
C
AGUA, LUZ E ESGOTO 6 6 6
PLANTA 1° PISO- COTA 760
29 22
25
753,96
ESCALA 1:750
D
C
22
BIBLIOTECA 20
B
B
21
18
756,12 7
6
7
6
6
RECEPÇÃO
1. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 2. RESTAURANTES 3. PRAÇA DO ENCONTRO 4. CENTRAL DE ATENDIMENTO 5. ARQUIVO 6. BANHEIROS 7. DEPÓSITOS 8. DIRETORIA 9. COPA 10. SALA DOS PROFESSORES 11. LABORATÓRIO DE ELÉTRICA 12. LABORATÓRIO DE MECÂNICA 13. DEPÓSITO DO LABORATÓRIO 14. SALAS DE AULA 15. ÁREA DE CONVÍVIO 16. PRAÇA DA CIDADE 17. SALA MULTIMÍDIA 18. BIBLIOTECA- LIVROS 19. SALA DE ESTUDOS 20. ACERVO 21. SALA DE ESPERA 22. RECEPÇÃO 23. CONVIVÊNCIA FUNCIONÁRIOS 24. SALA DE MONITORAMENTO 25. SALA DE ÁPOIO 26. DIREITO DOS CIDADÕES 27. EMPREGO E TRABALHO 28. DOCUMENTOS PESSOAIS 29. ÁGUA, LUZ E ESGOTO
C
PLANTA TÉRREO- COTA 756 ESCALA 1:750
PLANTAS AMPLIADAS | THAIS VIEIRA CAMPOS | PROJETO DO CENTRO TÉCNICO E SOCIAL DO GRAJAÚ | FOLHA 87
771,06
771,06
762,46
771,06
762,46
757,96
753,96
CORTE A ESCALA 1:750
771,06
771,06
771,06
768
764,04
760,08
756,12
CORTE B ESCALA 1:750
771,06
771,06
764,04
760,08 762,46 756,12
CORTE C
CORTE D
ESCALA 1:750
ESCALA 1:750
FACHADA PRAÇA DO ENCONTRO ESCALA 1:750
FACHADA PRAÇA DA CIDADE ESCALA 1:750
FACHADA BIBLIOTECA- RUA ELÍSIA GONÇALVES BARCELOS
FACHADA SOCIAL- AVENIDA DONA BELMIRA MARIN
ESCALA 1:750
ESCALA 1:750
CORTES | THAIS VIEIRA CAMPOS | PROJETO DO CENTRO TÉCNICO E SOCIAL DO GRAJAÚ | FOLHA 88