|RE|APROPRIAR: Igreja e Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém | Erika Petruk

Page 1

|RE|APROPRIAR

IGREJA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE ITANHAÉM

1




POEMA À VIRGEM [...]

Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança, Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança! Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo, Jorrando água para a vida eterna!

Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua, Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar. Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança, Para que possa viver no Coração do meu Senhor! Entrando no âmago amoroso da piedade Divina, Este será meu repouso, a minha casa preferida. No sangue jorrado redimi meus delitos, E purifiquei com água a sujeira espiritual!

Embaixo deste teto que é morada de todos, Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo. São José de Anchieta (1553 - 1597)



CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ERIKA GOES PETRUK

|RE|APROPRIAR Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém

SÃO PAULO – SP 2019



ERIKA GOES PETRUK

|RE|APROPRIAR Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac, São Paulo como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Me Ralf José Castanheira Flôres

SÃO PAULO – SP 2019



ERIKA GOES PETRUK

|RE|APROPRIAR Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém

TERMO DE APROVAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito à obtenção do título de

Arquiteta e Urbanista pelo Centro Universitário Senac, avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientador: _________________________________________ Prof. Me Ralf José Castanheira Flôres

Membros: ___________________________________________

___________________________________________

SÃO PAULO – SP 2019



AGRADECIMENTOS Agradeço a princípio à quem viabilizou a estrutura para iniciar e concluir essa peregrinação, minha família. A todo o corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac - São Paulo, que a partir de seus conhecimentos propuseram uma desconstrução de padrões específicos para que eu pudesse reconstruí-los com minhas próprias facetas. Em foco no orientador Ralf Flôres que me direcionou neste trabalho. Aos amigos que me acompanharam e me fizeram evoluir durante esses cinco anos. Também as experiências externas que me agregaram tanto valor, em especial à vivência europeia que acrescentou drasticamente à minha essência como pessoa. Não gosto de planejar futuros pelo simples motivo de ser algo imprevisível, contudo sou grata por esse caminho até aqui que fez ser quem sou atualmente.



Ser moderno é viver uma vida de paradoxo e contradição [...] É ser ao mesmo tempo revolucionário e conservador: aberto a novas possibilidades de experiência e aventura, aterrorizado pelo abismo niilista ao qual tantas das aventuras modernas conduzem, na expectativa de criar e conservar algo real, ainda quando tudo em volta se desfaz. (MARSHALL BERMAN, 1986)



RESUMO Este trabalho exige uma reflexão do que é o patrimônio material religioso, seu papel constituído no passado e o que se constitui no presente e futuro. Consiste na ideia de persistir na adaptação do monumento de maneira temporal, com a preservação de seu significado e evidência do valor histórico com caráter politico, econômico, social e cultural que representa ao país. O patrimônio em questão tem sua herança desde o princípio da nossa cultura nacional. O objeto de estudo é o Convento e Igreja de Nossa Senhora da Conceição, situado na Praça Carlos Botelho, no alto do Morro Itaguassú - centro de Itanhaém/SP. Sua proposta implica em um projeto que incorpore o novo de tal forma cujo qual não interrompa o processo de registro na passagem do tempo em cada marca. Onde possa trazer um uso adequado as suas práticas sociais, pois hoje se encontra em estado de ruína sem preservação apropriada. De maneira que possibilite a permeação à estrutura da igreja, assim valorizando e conservando suas tradições religiosas sem perder o valor cultural do imóvel para a região e sim valorizando a memória associada ao lugar. O principio é a luta contra a deterioração por meio da cristalização e isolamento do patrimônio, separado do contexto no qual se insere hoje – a causa que provocará sua morte. Sua integração na vida contemporânea consiste em qualificar a construção histórica e criar uso que possa resultar em mais valor e incentivo a ela, possibilitando uma nova destinação de tarefa complexa que não deve se basear apenas em sua original. Implica em uma requalificação do local para a cidade e também produto de consumo turístico, onde seu fim econômico se beneficia simbolicamente de seu status histórico e patrimonial, mas ao qual não se subordina, contudo carece desse meio para sobreviver. PALAVRAS-CHAVE Itanhaém; Memória; Patrimônio Material Religioso; Cultura; Qualificar.


ABSTRACT This work demands a reflection of what is the material heritage; its role constituted in the past represented in the present and future. It consists in the idea of persisting in the adaptation of the monument temporarily, with the preservation of its meaning and evidence of its historical value with a political, economic, social and cultural character that represents the country. The heritage in question has its heritage from the beginning of our culture. The object of study is the Convent and Church of Our Lady of Conception, located in the Carlos Botelho Square, on the top of ItaguassĂş Hill - the center of ItanhaĂŠm / SP. The proposal implies a project that incorporates the contemporary in a way that does not interrupt or damages the history behind the monument. Currently, the monument appears in a state of ruin without adequate preservation or maintenance. In a way that allows the permeation of the church structure, thus valuing and preserving its religious practices without losing the cultural value of the property for the region, but valuing the memory associated with the place. The principle is the fight against deterioration through the crystallization and isolation of the inheritance, separated from the context in which it is inserted today - the cause that will cause its death. Its integration in contemporary life consists in qualifying the historical construction and creates a habit that can result in more value and incentive to it, allowing a new destination of a complex task that should not be based only on its original. It implies a requalification of the place for the city and also a product of tourist consumption, where its economic end benefits symbolically of its historical and patrimonial status, but in which it does not subordinate, however, it lacks this means to survive. KEY-WORDS ItanhaĂŠm; Memory; Patrimony Religious Material; Culture; Qualify.


SUMÁRIO Introdução..........................................................19 Conteúdo............................................................21 - Memória | Composição de Signos...............................21

- Monumento....................................................23

- Patrimônio Histórico.........................................25

- Conservar | Restaurar........................................29

- Turismo | Sobrevivência......................................31

- Igreja e Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém.....33

Proposição..........................................................39

- Diagnóstico do Local.........................................39

- Projeto de Reapropriação.....................................49

Estudos de Caso.....................................................77

- Convento de São Francisco....................................77

- Igreja de Santa Maria........................................79

- Memorial Minas Gerais Vale...................................81

- Pinacoteca...................................................83

- Sesc Pompeia.................................................85

Considerações Finais................................................87 Referências Bibliográficas...........................................89 Anexo...............................................................91



INTRODUÇÃO Refletindo inicialmente um processo sociocultural em que estamos inseridos, onde nossas experiências vividas projetam os caminhos que devemos percorrer, podemos concordar que o desenvolvimento de cada cidade esta estritamente ligado aos seus comportamentos sociais, havendo assim, sempre mutações de significados atribuídos, e consequentemente alterações de usos. Em resultado, edificações construídas no passado hoje podem não ter o mesmo valor social, e assim cair no desuso ou até mesmo à ruína. Diversos monumentos que um dia tiveram grande destaque histórico, político ou religioso, se encontram congelados no tempo. Onde preservar o bem é o mesmo que engessa-lo ou conservar de uma maneira avulsa dentro de uma cidade que não comporta mais seu antigo uso e aliena seus habitantes e usuários. Todavia devemos entender que a consequência desse fato é a morte do monumento. Então, o objetivo é lidar com o patrimônio material de uma forma em que podemos conservar sua grande bagagem histórica e ao mesmo tempo trazer a oportunidade a novos sentidos, apresentando-o a nossa realidade atual. De forma a encarar o passado como instrumento para a nova constituição do objeto, permitir sua adaptação às mudanças da sociedade. Conservar o existente e abrir o olhar para novos usos que se enquadrem nos dias atuais, modificar sem danificar sua história. A cidade deve permanecer em constante transformação, de modo que seja ao mesmo tempo histórica e contemporânea. Devemos conservar tendo em vista não só o passado, mas especialmente o futuro. “Portanto devese substituir o conceito de ‘não modificação’ pelo de ‘adequação’ ou ‘compatibilidade’, para assegurar a preservação daquilo que o poder público considerou digno de ser protegido.” (ULPIANO BEZERRA TOLEDO DE MENESES, 2006, p. 44)

19


20


CONTEÚDO - Memória | Composição de Signos Memória é a capacidade humana de reter fatos e experiências para um dia poder retransmiti-los ao futuro, através de diferentes signos empíricos. Os signos nos possibilitam identificar determinadas expressões e valores que constroem uma história. A simbologia dos signos acompanha o desenvolvimento das civilizações por todo o mundo, é a ciência que estuda a origem, a interpretação e a arte de criar símbolos. Todas as sociedades humanas possuem símbolos que expressam mitos, crenças, fatos, situações ou ideias, sendo umas das formas de representação da realidade. Os símbolos existem desde o inicio da humanidade, sendo importantíssimo no processo de comunicação, difundido pelo cotidiano e pelas mais variadas vertentes da nossa memória, através da representação simbólica que nos apropriamos do mundo. Existe uma memória individual que é aquela guardada por um indivíduo e se refere as suas próprias vivências e experiências, mas que contém também aspectos da memória do grupo social onde ele se formou, isto é, onde esse indivíduo foi socializado. E com base nisso desenvolverá ideias, conceitos e maneiras de lidar com situações específicas. Há também aquela que denominamos de memória coletiva que é formada pelos fatos e aspectos julgados relevantes e que são guardados como memória oficial da sociedade mais ampla. Ela geralmente se expressa naquilo que chamamos de lugares da memória que são os monumentos, hinos oficiais, quadros e obras literárias e artísticas que expressam a versão consolidada de um passado coletivo de uma dada sociedade. Portanto, a memória e sua relação com o tempo é vital ao ser humano. Ela é essencial para a sua identidade, tornando-o capaz de gerar sentidos, de criar organizações sociais e unificação de um grupo, sempre mantendo uma coesão em referenciais simbólicas. Para termos a possiblidade de exercer o poder de seleção, onde escolhas que determinam o que será descartado e o que precisa ser guardado pela memória, pois poderá servir como informação importante para decisões futuras.

21


22


- Monumento A palavra latina monumentum, derivada do verbo monere, significa ‘fazer recordar’. Portanto monumento representa uma memória viva, que invoca um sentimento afetivo, de tal forma que represente a herança do passado fazendo-a vibrar como se fosse o presente. Ao qual tem o poder de contribuir para manter e preservar a identidade de uma comunidade, sendo ela de caráter étnico, religioso, nacional ou familiar. Com palavras de Françoise Choay: “Para aqueles que edificam, assim como para os destinatários das lembranças que veiculam, o monumento é uma defesa contra o traumatismo da existência, um dispositivo de segurança. O monumento assegura, acalma, tranquiliza, conjurando o ser do tempo. Ele constitui uma garantia das origens e dissipa a inquietação gerada pela incerteza dos começos. Desafio à entropia, à ação dissolvente que o tempo exerce sobre todas as coisas naturais e artificiais, ele tenta combater a angústia da morte e do aniquilamento”. Como legado à memória afetiva, monumento é toda edificação feita por indivíduos onde podemos rememorar acontecimentos, sacrifícios, ritos ou crenças. Constitui uma função antropológica com o tempo vivido, isso é a essência do monumento – ressuscitar um passado morto.

23


24


- Patrimônio Histórico Panorama Europeu: Patrimônio a partir do significado mais puro da palavra, diz que é um bem de herança, transmitido por gerações. Com isso definimos que um monumento é um patrimônio histórico destinado ao usufruto de uma comunidade. Abordando especificamente o Patrimônio Histórico Material, representado pelas edificações – aquele que se relaciona mais diretamente com a composição da estrutura de uma cidade. A noção de patrimônio histórico como testemunho do passado se inicia na Europa, precisamente em Roma a partir da herança da Antiguidade grecoromana. Sua ideologia é feita a partir da reutilização dos monumentos do passado com finalidade as praticas cristãs – onde existe uma apropriação desses bens combinada com reformas fragmentadas, utilizadas em lugares diversos. Então os desastres desse século são marcados pela conversão dos edifícios seculares em igrejas, ao qual os Papas assumem o papel de herdeiros da cidade.

Os monumentos antigos não são, contudo, apenas ”reciclados”; eles também são, com a mesma simplicidade e desenvoltura, cortados em partes e pedaços, incorporados em seguida a construções novas, para embelezá-las e decorá-las. (CHOAY, 1992, p. 40)

Já no século XIV restabelece a sede do papado na Cidade devastada, onde a estrutura imperial fora apagada pelo traçado de uma cidade de peregrinação. Recuperando seu prestigio e situando o nascimento do monumento histórico. Entusiasmo humanista marca a época com uma vinculação ao mundo da escrita, interessados em testemunhos de textos sobre o passado e não por monumentos em si. Por outro lado essa abordagem literária se opõe mais tarde por uma abordagem mais sensível feita pelos homens da arte, interessados, especialmente nas formas. Tais campos operariam conjuntamente em favor da arte antiga, com abordagens, artística e letrada. Humanistas e artistas percorreriam o território da arte, articulando-o com o da história para instalar o processo de monumento histórico. Esse amor à arte que, a partir do Renascimento, exige, para a sua satisfação, a presença real de seu objeto, iria enfim mobilizar forças sociais poderosas o bastante para institucionalizar uma conservação material sistemática das antiguidades? Parecia ter chegado essa hora. (CHOAY, 1992, p. 89) 25


Mesmo após a chegada dos antiquários e de muito estudo dedicado ao assunto, a forma concreta da conservação do monumento ainda esta em sua abstração. E esse cenário se modifica a partir do momento em que Inglaterra e França não se limitam apenas na observação de seus monumentos e desperta um espirito de nacionalismo, e os danos causados aos monumentos são sentidos como um atentado à obras de suas nações. Esse processo destruidor suscita uma reação de defesa imediata, comparável à que foi provocada pelo vandalismo dos reformados na Inglaterra. Contudo, na França em revolução, a postura da reação assume outra dimensão e outro significado, político, Ela agora não visa apenas à conservação das igrejas medievais, mas, em sua riqueza e diversidade, à totalidade do patrimônio nacional. (CHOAY, 1992, p. 97)

Com esse passo surgem as regras de gestão, com o processo de tombamento das diferentes categorias de bens da Nação e preparação de seus inventários, estabelecendo o estado em que se encontra cada um dos bens que a compõem. Assim nasce a conscientização para conservar e manter o patrimônio histórico, fazendo surgir vários movimentos para a preservação e restauração de monumentos e bens históricos, resultando na publicação de leis para coibir os abusos praticados e reconhecer os edifícios antigos como bens de interesse público. Essas medidas contribuíram para a mudança de atitude em relação ao passado, resultando no inventário e na guarda em depósitos dos bens recuperados ou no caso das edificações, sua identificação, informando sobre sua condição de patrimônio nacional. Essa conservação reacional contra a ideologia primária de destruição do monumento, surgida na Revolução, veio de uma iniciativa de opinião publica para uma reforma em conquista de uma cultura igualitária e assim, um discurso contra a proteção desses bens. Por mais que esse pensamento seja racional, nos devemos reconhecer que indivíduos e sociedades só podem desenvolver sua identidade a partir de sua memória, por isso não podemos romper laços com o nosso passado, pois ele é o caminho para nosso futuro também. A Carta de Atenas, ou Carta de Restauro em 1931, foi um grande passo que definiu pela primeira vez os princípios básicos para a preservação e restauro de edifícios antigos e contribuiu para o desenvolvimento de um grande movimento internacional que levou ao surgimento de organizações internacionais nessa área. Posteriormente a criação da Organização Cultural, Científica e Educacional das Nações Unidas (UNESCO) em 1945, responsável pela sensibilização a nível mundial no que diz respeito ao património cultural. Na sua constituição foi encarregada de assegurar a preservação e a proteção do património mundial de obras de arte e monumentos de valor histórico ou de interesse científico. 26


Panorama Brasileiro: O espaço urbano e suas formas são meios de expressões do âmbito econômico e social da nossa nação. No cenário brasileiro, século XIX inicia a conscientização da preservação de sítios e monumentos urbanos descoberta de uma já existência histórica desprezada, em um país jovem, empenhado em fixar alguma identidade e busca pelo nacionalismo. O termo tombamento passou a ser conhecido no Brasil na década de 1930, a partir da utilização em uma das propostas de norma de proteção ao patrimônio histórico e artístico do país, conhecida como anteprojeto de Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura de São Paulo, e o termo passou a ser reconhecido como a ação do Estado ao colocar, sob sua tutela, bens cuja conservação fosse de interesse público - por seu valor histórico, artístico, arqueológico, etnográfico, paisagístico e bibliográfico. No anteprojeto estava prevista a criação de um órgão – o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), que atuaria em âmbito nacional e ficaria responsável por determinar e organizar o tombamento geral do patrimônio artístico nacional. Essas condições tornaram possível a introdução de uma nova abordagem na seleção e proteção do patrimônio do país, ao considerar a atribuição de valor aos bens a serem protegidos. Sem existir ainda uma experiência sólida no campo da preservação do patrimônio até então, e pelo fato dos membros do grupo inicialmente responsável pelas ações do recém-criado órgão ser formado predominantemente por arquitetos modernistas, segundo o arquiteto Lucio Costa, os trabalhos iniciais de preservação do patrimônio cultural realizados pelo IPHAN, tinham a ideia da construção de uma nação moderna, segundo o projeto do Estado Novo, e na seleção das edificações do período colonial como referência de uma única identidade para a nação, baseados na crença de que aquela arquitetura representava a primeira expressão autenticamente brasileira - o abrasileiramento das construções portuguesas. Atualmente incluindo também novos instrumentos jurídicos a serem aplicados nessa esfera de atuação no país, porém o que existe, é uma nação que não tem uma politica de preservação e conscientização do patrimônio histórico. Onde carece de uma infraestrutura consolidada, que dialoga com as diversas estâncias de politicas urbanas e o resultado é um bem negligenciado – havendo essa desfragmentação em defender o patrimônio. Querer e saber “tombar” monumentos é um assunto, porém saber conservá-los e restaurá-los fisicamente é algo que se baseia em outros tipos de conhecimento. Existe uma necessidade de entendimento sobre o que se encontra tombado, onde possa ter uma organização de inventários, 27


e pensamento nesse pós-tombamento, para avaliar como se encontra atualmente esses bens. Patrimônios históricos se encontram em estado de congelamento no tempo, por essa falta de ação perante a nossa herança da memória. Em resultado, monumentos importantíssimos para a história de nosso país estão em processo de decomposição e abandono. Medidas educativas conscientizadas são fundamentais para permitir também a inserção à participação da sociedade civil nesse processo, para possibilitar um debate onde possa priorizar e dar urgência preservacionista à nossa herança histórica.

28


- Conservar | Restaurar Com o avanço do conhecimento, a industrialização contribuiu para generalizar e acelerar o estabelecimento de leis visando à proteção do monumento histórico e, por outro, para fazer da restauração uma disciplina integral, que acompanha os progressos da historia da arte. A década de 1820 marca uma mentalidade que rompe com a dos antiquários e com a política da Revolução Francesa – já na década de 1850 a maioria dos países europeus consagrou o monumento histórico. “A mutação que transforma ao mesmo tempo modos de vida e a organização espacial das sociedades urbanas europeias torna obsoletos os aglomerados urbanos antigos. Os monumentos que neles se encontram afiguram-se subitamente como obstáculos e entraves a serem eliminados ou destruídos para vagar lugar ao novo modo de urbanização, a seu sistema e suas escalas viárias e parcelares. Além disso, a manutenção dos edifícios antigos vai sendo cada vez mais negligenciada e sua restauração não obedece mais a técnicas normatizadas. Defrontam-nos, assim, com dois tipos de vandalismo, que na época foram designados, na França e na Inglaterra, com os mesmos qualificativos: destruidor e restaurador.” (CHOAY, 1992)

Em meio a uma divisão de opiniões à respeito do monumento histórico na Europa, encontramos dois pioneiros da época - na Inglaterra, o antiintervencionismo de John Ruskin (1819-1900) e na França, intervencionismo de Eugène Viollet-le-Duc (1814-1879). Diante as ideias de Ruskin “não se tinha o direito de tocar nos monumentos antigos, que pertenciam, em parte, àqueles que os edificaram e, também, às gerações futuras”. A “restauração é impossível e absurda”, pois equivaleria a “ressuscitar um morto”, além de romper com a autenticidade da obra. A ideia é de conservação do monumento e deixa-lo envelhecer em seu ritmo natural - todavia, não exclui a possibilidade da manutenção, desde que imperceptível (CHOAY, 1992, p. 154-156). Por outro lado, pelas ideias de Viollet-le-Duc, restaurar um edifício significa “restituí-lo a um estado completo, que pode nunca ter existido”. Sendo assim, se um edifício não continha todos os elementos necessários a compor um estilo, estes deveriam ser acrescentados no processo de restauração (CHOAY, 1992, p. 156-157). “Na Itália, assim como em outros lugares, os princípios de Viollet-leDuc inspiraram a maioria das grandes restaurações, sobretudo em Florença, Veneza e Nápoles, onde Ruskin os atacaram diretamente.” Encarando essas duas opiniões, Camillo Boito (1836-1914) “recolhe o melhor de cada uma, 29


extraindo delas, em seus escritos, uma síntese sutil, que aliás nem sempre haverá de aplicar em suas próprias restaurações” - foi levado a formular um conjunto de diretrizes para a conservação e a restauração dos monumentos históricos. (CHOAY, 1992, p. 164) Boito constrói sua própria doutrina com base nessa oposição, mas vai além. A Ruskin “ele deve sua concepção da conservação dos monumentos baseada na noção de autenticidade”, “onde não se deve preservar apenas a patina dos edifícios antigos, mas os sucessivos acréscimos devidos ao tempo”. Já com Viollet-le-Duc, “postula a prioridade do presente em relação ao passado e afirma a legitimidade da restauração”, onde só deve ser praticado em extremo “quando todos os outros meios de salvaguarda (manutenção, consolidação, consertos imperceptíveis) tiverem fracassado. Então, a restauração se revela o complemento indispensável e necessário de uma conservação”. (CHOAY, 1992, p. 165)ww Uma vez admitido o princípio da restauração, esta deve adquirir sua legitimidade. Para isso, é necessário e suficiente fazer que seja reconhecida como tal. O caráter pertinente, adventício, ortopédico do trabalho refeito deve ser marcado de forma ostensiva. Ele não deve, em nenhuma hipótese, poder passar por original. (BOITO. Os Restauradores, 1884 apud CHOAY. A Alegoria do Patrimônio, 1992, p. 166)

30


- Turismo | Sobrevivência Por vontade de conhecer novas terras, o homem sempre foi impulsionado a viajar - expressão de cultura presente em todas as sociedades e é isso que hoje faz girar um dos mais importantes setores da economia contemporânea que é o turismo. O incentivo ao turismo pode ser usado como instrumento para preservação do patrimônio cultural e sua valorização - desenvolvimento sustentável da própria atividade. A definição de cultura, nesta perspectiva abrangente, permite afirmar que o Brasil possui um patrimônio cultural diversificado e plural. Esses aspectos, da pluralidade e da diversidade cultural, representam para o turismo a oportunidade de estruturação de novos produtos turísticos, com o consequente aumento do fluxo de turistas; e converte o turismo em uma atividade capaz de promover e preservar a cultura brasileira. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2010)

A aproximação do valor do mercado aos valores históricos pode oferecer subsídios a gestores públicos e privados na perspectiva da diversificação e caracterização da oferta turística brasileira. Podendo incorporar o patrimônio histórico ao uso que comporta práticas atuais. A ideia é diversificar e interiorizar o turismo no Brasil, com o objetivo de promover o aumento do consumo dos produtos turísticos no mercado nacional e inseri-los no mercado internacional, contribuindo, para melhorar as condições de vida no País. Assim, a cidade culturalmente qualificada é boa para ser conhecida (pelo habitante, pelo turista, pelo que tem aí negócios a tratar, pelo técnico, etc.), boa para ser contemplada, esteticamente fruída, analisada, apropriada pela memória, consumida afetiva e identitariamente, mas também, e acima de tudo, é boa para ser praticada, na plenitude de seu potencial. (ULPIANO BEZERRA TOLEDO DE MENESES, 2006, p. 39)

31


32


- Igreja e Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém O conjunto Convento e Igreja de Nossa Senhora da Conceição tem seu valor cultural e arquitetônico reconhecido pelos órgãos de proteção do patrimônio histórico nacional, tendo sido tombado nas instâncias federal (IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sob a inscrição nº 159 no livro histórico e 298 no livro Belas Artes, através do Processo de Tombamento 0215-T-39 de 7 de março de 1941) e estadual (CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo, sob a inscrição nº 102 no livro do tombo histórico, através do Processo de Tombamento de nº 00350/73 de 26 de dezembro de 1974). A Irmandade ocupa a Cadeira do Patrimônio Histórico e Artístico no Conselho Municipal de Políticas Culturais em Itanhaém. Figura 1 – Convento de Itanhaém

Fonte: Página do Google01

No litoral sul do Estado de São Paulo, as margens do Rio Itanhaém fundou-se em 1553 a primeira ermida feita de taipa de pilão no alto do Morro Itaguassú, pela associação de fiéis denominada Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, responsável pela construção, na atual ordem dos Padres Jesuítas.

01 Óleo sobre papelão de Benedito Calixto, dimensão: 24x33 cm – acervo: Museu Paulista de São Paulo Disponível em: < http://www.novomilenio.inf.br/santos/calixt134.htm >. Acesso: 29.11.2018.

33


Foi também o primeiro templo dedicado a Nossa Senhora da Conceição erguido no País. Na época, o local se tornou um dos principais pontos de peregrinação do Brasil, recebendo romeiros de todas as vilas do litoral paulista, e também da capital, interior e de outros estados. Com sua localização estratégica, o aumento da população que se estabelecia no entorno do morro e a devoção crescente à virgem padroeira, possibilitaram a construção da igreja no lugar da antiga ermida de barro junto com a participação ativa da Irmandade na instalação da paróquia Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, em 1561. No mesmo ano o povoado foi elevado à categoria de Villa de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Após a expulsão dos Jesuítas da então Villa e posteriormente do Brasil, no dia 2 de janeiro de 1654 a Irmandade Nossa Senhora da Conceição fez um contrato cedendo a Igreja e Convento aos frades franciscanos do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro, para que estes se instalassem no alto do morro e junto à igreja construíssem o seu convento - sob a condição de se um dia esses religiosos abandonassem o mesmo, tudo reverteria de novo em favor da Irmandade e do povo. A construção do atual Convento e Igreja ocorreu no período entre 1701 e 1715 pelos franciscanos ao estilo barroco. Até 1752, subia-se por uma penosa escada com 83 degraus, posteriormente a essa época que se iniciou a atual ladeira e foi colocado ao pé do morro, ao lado do cruzeiro. Figura 2 – Morro Itaguassú

Fonte: Página do Google01

Em meados de 1830, os frades sentindo a decadência devido ao êxodo da maior parte da população da Vila para o interior, por atração da fama das descobertas de minas de ouro e de pedras preciosas, resultando na escassez por completo as rendas do Convento, o que levou os frades a irem à outros lugares. Logo depois, em 1833, grande parte da ala conventual foi destruída por um incêndio acidental e após essa data ele permaneceu praticamente abandonado, tendo seus bens preciosos sendo consumidos e vendidos pelos frades, sem nenhum tipo de reparo efeito por não residirem mais no local.

01 Acervo digital do IPHAN Disponível em: < http://www.ipatrimonio.org/?p=237#!/map=38329&loc=-24.18275215,-46.7907282,17 >. Acesso: 34 29.11.2018.


Então, atendendo a súplica dos devotos e pedido pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição houve o confisco dos bens, inclusive do edifício, porém outros freis franciscanos permaneceram no local até 1844 com recomendações de reconstruir o convento, mas nada fizeram - configurando o definitivo desamparo da construção. O estado de abandono parece ter perdurado até 1862, quando consta que os edifícios retornaram às mãos da Irmandade, então com a ajuda da população e contribuições que vieram de São Paulo, restaurando apenas a igreja. Por volta de 1913 foi construída também a linha férrea Sorocabana, situada no nível da rua. Ela foi de grande importância para o desenvolvimento econômico do litoral sul paulista por conectar os trechos separados pelo rio Itanhaém à Santos. Em 1921, Washington Luís, então presidente, realizou uma restauração parcial, renovando o madeiramento do telhado e o assoalho. E no ano de 1948, outro episódio ocorre na Igreja - parte do telhado e do forro ruiu por um raio, destruindo completamente a torre. O monumento histórico, a partir de 1952, foi objeto de restauração, executada então pelo órgão de preservação federal, porém foi optado por conservar parte dos edifícios conventuais arruinados. Figura 3 – Fotografias Igreja e Convento

Fonte: Página do Google01

Por falta de recursos suficientes, o bem foi se deteriorando resultando em seu fechamento no dia 10 de abril de 2011, com o seu acesso impedido, inclusive para os membros da Irmandade. Devido à situação estrutural estar em risco, por conta do telhado e da instalação elétrica, originou-se uma Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público Federal e mediante o acordo judicial entre a Mitra Diocesana e o IPHAN, onde ocorreu sua reabertura em 23 de novembro de 01 Acervo digital do IPHAN Disponível em: < http://www.ipatrimonio.org/?p=237#!/map=38329&loc=-24.18275215,-46.7907282,17 >. Acesso: 29.11.2018.

35


2013, e a partir de então começou a ser administrado pela Paróquia local Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. Os trabalhos de manutenção promovidos pela Paróquia não foram adequados às normas técnicas de preservação do patrimônio histórico e tão pouco suficientes para garantir o seu bom funcionamento, também a Irmandade foi impedida de participar do processo nesse período, configurando-se uma situação mais delicada. Atualmente, o conjunto arquitetônico do Convento é de propriedade da Mitra Diocesana de Santos-SP, que no dia 01 de outubro de 2016 firmou com a Irmandade um Contrato para Serviços Religiosos e Cessão de Direito de Uso, com vigência de 10 anos, renováveis por igual período de acordo com o ânimo dos contratantes. Figura 4 – Imagem Padroeira de Itanhaém

Fonte: Fotografia Autoral, 2018

A Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, fundada em 8 de dezembro de 1553, é uma associação de devotos (Ordem Terceira) organizada com fins não econômicos de acordo com a Lei 13.019/2014, sendo uma OSC inscrita sob o CNPJ 03.547.088/0001-54, com responsabilidade estatutária sobre a preservação do patrimônio artístico e cultural (art. 2) e totalmente apta a firmar convênios e parcerias com outras instituições públicas ou privadas a fim de cumprir suas finalidades.

36


Figura 5 – Imagem Padroeira de Itanhaém

Fonte: Conjunto de Fotografias Autorais, 2018 Figura 6 – Convento em Estado de Ruína

Fonte: Conjunto de Fotografias Autorais, 2018 37


38


PROPOSIÇÃO - Diagnóstico do Local

Figura 7 – Localização da Área

Fonte: Google Earth, 2019

Localizado no Estado de São Paulo, dentro do Município de Itanhaém (Baixada Santista), situa-se o patrimônio de influência portuguesa, onde teve sua construção erguida em pedra e cal conforme o costume do litoral paulista. O frontão da igreja, desenhado com forma triangular e galilé de três arcos plenos, como frequentemente podem ser encontrados em outras construções franciscanas. O convento, construído em dois pavimentos, possuía vitrais de Benedito Calixto e três altares em talha, o frontispício da igreja apresenta-se revestido de azulejos portugueses com arabescos pintados. Na fachada da igreja, podem ser observadas as três janelas à altura do coro, e a única portada, com vergas em arco abatido, bem como um frontão curvo com óculo quadrifoliar. A torre única possui linhas curvas e é encimada por sineira. De nave única, o templo conserva três retábulos de talha em estilo nacional português, originalmente dourados.

39


Figura 8 – Igreja e Convento

Fonte: Fotografia Autoral, 2018 Figura 9 – Resquícios Azulejos Portugueses e Estrutura de Pedra e Cal

Fonte: Conjunto de Fotografias Autorais, 2018

O conjunto passou por importantes restauros ainda no século passado, o primeiro em 1921 e um segundo em 1941. A partir de 1952, passou por outro restauro, tendo como opção, conservar parte do edifício conventual arruinado – na entrada da igreja, ao lado direito, encontra-se o corpo do antigo convento, sem cobertura, em estado de ruína. Através do contado com o atual provedor da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, Felipe dos Santos Moscatello e a arquiteta responsável, Cristiana de Sales Oliveira e Souza – foi confirmado que hoje, o conjunto está fechado à visitação pública, desde janeiro deste ano, por uma recomendação de interdição, onde existe risco estrutural em alguns trechos das estruturas de madeira. Com esse motivo o fluxo de visitantes e a agenda cultural que vinha sendo desenvolvida foram suspensos. 40


Figura 10 – Atual Ladeira

Fonte: Fotografia Autoral, 2018

Contudo, a demonstração em zelar e preservar o seu patrimônio religioso é nítida nos moradores locais de Itanhaém, que estão preocupados em manter essa memória viva em suas dimensões histórico-artísticas. A cultura da cidade continua preservando suas tradições religiosas por meio de procissões, novenas, missas, quermesse no centro histórico, apresentações culturais e até mesmo a realização da Feira de Artes e Artesanatos – Benedicto Calixto que acontece no pé do morro, ao lado do cruzeiro.

Por meio da Página no Facebook “Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém” e também um blog da própria Irmandade, é possível expor as atividades que são promovidas no local ressaltando a importância do bem patrimonial para a região e todo o empenho dos cidadãos em manter essa história preservada. Figura 11 – Feira de Artes e Artesanatos – Benedicto Calixto

Fonte: Página de Facebook 41


Figura 12 – Devoção

Fonte: Página de Facebook Figura 13 – Apresentações no Convento

Fonte: Página de Facebook 42


Figura 14 – Eventos Convento de Itanhaém 2016 - 2018

Fonte: Página de Facebook01

01 Página de Facebook - Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, com todas promoções de eventos incentivando a vida do patrimônio Disponível em: < https://www.facebook.com/conceicaodeitanhaem/>. 43 Acesso: 21.03.2019.


Figura 15 – Eventos Convento de Itanhaém 2016 - 2018

Fonte: Página de Facebook01

01 Página de Facebook - Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, com todas promoções de eventos incentivando a vida do patrimônio Disponível em: < https://www.facebook.com/conceicaodeitanhaem/>. 44 Acesso: 21.03.2019.


Hoje o local pede socorro para que sua identidade continue em vigor, com uma atitude desesperada para se sustentar de forma digna.

Figura 16 – Imagens do Local em Pedido de Ajuda

Fonte: Página do Google e Fotografias Autorais, 201801 Figura 17 – Imagens do Local em Pedido de Ajuda

Fonte: Fotografias Autorais, 201802

01 Na página de Facebook - Convento Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, existe essa imagem de pedido de socorro onde pedem arrecadações de aproximadamente 5 mil reais por mês para as despesas básicas Disponível em: < http://www.arrekade.com.br/visualizar/vivaconvento >. Acesso: 29.11.2018. União Estudantil realiza ação de preservação do Convento Nossa Senhora da Conceição Disponível em: < https://uniaoestudantil.com.br/uniao-estudantil-realiza-acao-de-preservacao-do-convento-nossa-senhora-da-conceicao >. Acesso: 29.11.2018. 02 Atualmente o local se encontra em estado de grande dificuldade de verba para se manter e com carência de 45 um bom planejamento estrutural.


O Convento na sua estrutura física encontra-se em estado precário, e a Irmandade busca manter um diálogo próximo com a Mitra Diocesana de Santos para empenhar-se na busca de alternativas para a recuperação do local, promovendo assim o crescimento do culto e devoção à padroeira de Itanhaém.

A estrutura da Irmandade se preocupa em entender a realidade atual do local e se esforça para apresentar a situação contábil, fiscal e financeira para a sociedade civil, através de convocações com o proposito de deliberar sobre a continuidade dos trabalhos a fim de uma reestruturação. Figura 18 – Dia do Patrimônio na Ruína do Convento

Fonte: Página de Facebook01

01 Disponível em: <https://www.facebook.com/conceicaodeitanhaem/photos/a.684385351725940/842821265882347/?>. Acesso: 20.03.2019.

46 type=3&theatertheater


No final do ano de 2017 existiu uma parceria da USP e Universidade de Firenzi, Itália onde houve um levantamento para trabalho científico e os dados servirão para a elaboração de um projeto de restauração e reutilização do patrimônio histórico.01

Figura 19 – Imagens de Alunos da Itália Estudando o Patrimônio Histórico

Fonte: Página de Facebook

Conclui o notável o interesse por parte da comunidade local em reestruturar esse patrimônio material abalado. No inicio do ano de 2019 criou-se um convênio entre a Irmandade e a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém com o objetivo desses profissionais poderem orientar, fiscalizar e realizar qualquer tipo de intervenção no Convento que se refere a sua reforma ou restauro.

01 Disponível em: < http://www2.itanhaem.sp.gov.br/2017/09/04/alunos-da-italia-estudam-patrimonio-historico-para-trabalho-cientifico/>. Acesso: 29.11.2018.

47


48


- Projeto de Reapropriação A proposta projetual de reapropriação do patrimônio religioso parte da premissa da valorização de memória associada ao lugar, de forma que possibilite a integração na vida contemporânea da sociedade, onde possibilite preservar sem engessar, trazendo vida e interesse aos seus usuários. Em consideração a toda pesquisa realizada abordando as mais diversas celebrações no local de estudo, o desenvolvimento da proposta é a partir de um diálogo com o contexto sociocultural local, preservando suas tradições com uma qualificação maior do espaço. A essência do projeto é trazer vida através de grandes praças públicas posicionadas em níveis diferentes, originando mirantes que possibilitam a vista para a cidade de Itanhaém e também a possibilidade de ambientes utilizados como palcos para organização de eventos culturais já existentes. Tudo isso se comunicando diretamente com o artefato histórico sagrado que terá usos diretamente integrados com essa dinâmica. Com uma área construída de 7.575 m² se inicia ao pé do Morro Itaguassú, como ponto de encontro o cruzeiro histórico e a linha férrea inativa que ligava Santos à Jundiaí, lá podemos encontrar um espaço de acolhimento e espera para os visitantes. Como circulação vertical tem a opção de uma grande escadaria que vence 28 m de altura e conta com grandes patamares de descanso durante seu percurso e também 2 grandes elevadores panorâmicos em aço e vidro. A escadaria representa um caminho de peregrinação, feita para subir lentamente com a possibilidade de apreciação da vista ao redor. No nível intermédio dela existe a primeira praça que tem como função o uso de apoio com banheiros e um espaço de convívio. Ao final desse percurso vertical, chegamos ao nível da fachada principal da igreja histórica que não estará aberta ao público e terá acesso controlado de usos para cultos excepcionais, a fim de não fragilizar ainda mais o bem histórico já abalado. Percorrendo seu perímetro no mesmo nível temos a maior praça do projeto de acesso livre para a população. No lado direito da ruína do convento histórico, a construção de pedra e cal permanece como “casca” espacial que será reutilizada por meio da integração com materiais contemporâneos, como o emprego da estrutura de aço corten e cobertura de vidro que não estará em contato com as paredes antigas afim de não prejudica-las, acentuando assim a relação entre o antigo e o atual para poder receber o serviço de um restaurante de comidas típicas locais (comida caiçara). Posteriormente haverá uma ultima praça como ponto de conexão dos ambientes e também mais um ponto de contemplação, descanso e uso cultural.

49


Por fim, no nível superior da estrutura da igreja que será conservada como esta atualmente, a ideia é trazer a memória do artista Benedito Calixto, responsável por uma grande bagagem artística da região. Através de atividades sociais coordenadas pela secretária da Igreja, como oficinas de arte e até mesmo a aproximação da comunidade com o patrimônio histórico. Na tentativa de resguardar sua identidade cultural visto de forma conjunta com o meio onde se encontra atualmente. Evidenciando a compatibilidade desta conservação com aplicação mais adequada de exploração econômica a aplicação correta potencializa a economia da cidade e faz compreender a importância da manutenção do bem cultural ali presente, elevando a prática do turismo como atividade viável.

Figura 20 – Imagens do Local

Fonte: Fotografias Autorais, 2018

Portando a ideia é de acabar com a ameaça de autodestruição desse bem importantíssimo para a história do país de forma que as intervenções sejam pontuais e sutis, para que possibilite ressaltar o valor do espaço, integrado com sua memória. A reestruturação do local pretende ser desenvolvida com o objetivo de diferenciar os novos elementos construídos - usando sistemas, materiais e linguagens da construção contemporânea, contrapondo os elementos originais desse bem. Visando preservar todos os aspectos do passado, sua intervenção não devera esconder traços, feridas e cicatrizes – evidenciando essa sútil transição entre o antigo e o novo. Os métodos utilizados precisam fortalecer a construção sem apagar os sinais de deterioração que o espaço sofreu, e sim adicionando novos significados a esse legado histórico. Destacar a ideia de um monumento vivo, em constante mutação – continuando seu processo de registro no tempo em cada marca. 50


RUA DOM. JOSÉ GÁSPAR A. DA SILVA

00

05

10

15

20

COBERTURA DE VIDRO E ESTRUTURA METÁLICA

25

4

A

RU

RU 3

A TV D

M

1

AR L

ONA A

HA

EC ÇA

ESC. 1: 750

CRUZEIRO

PRA

IMPLANTAÇÃO

LBE RTIN A

ON ND RO

N

LINHA FÉRREA DESATIVADA

2

LOS

CAR E

BOT



ACESSO

+02,16

+00,00

ACESSO

+00,00

PLANTA ACESSO MORRO ESC. 1: 500



PRAÇA 1

+16,6

W.C.

ACESSO

W.C.

+02,16

PLANTA PRAÇA 1 ESC. 1: 500



B

A

"CASCA" DA ESTRUTURA HISTÓRICA DE PEDRA E CAL

+28,00

+28,5

18

17

16

10

15

11 14

12 13

C

+25,00

C

PRAÇA 3

PALCO

+29,00

+28,00

SALÃO LATERAL

+28,00

ACESSO

+28,00 SACRISTIA

CAPELA MOR

NAVE

PRAÇA 1

+16,6

ESTRUTURA DA IGREJA HISTÓRICA CONSERVADA

PRAÇA 2

+28,00

+28,00

ACESSO

PLANTA PAVIMENTO TÉRREO ESC. 1: 500

B

A

+02,16



W.C.

OBJETO SACRAMENTAL HISTÓRICO DE PEDRA

7

6

8

5

9

4

10

3

11

2

12 1

FECHAMENTO DE AÇO CORTEN

PRAÇA 3

+25,00

PORTA DE AÇO CORTEN

FECHAMENTO DE AÇO CORTEN

RESTAURANTE

SALA FUNCIONÁRIOS

W.C.

DEPÓSITO

COZINHA

CIRCULAÇÃO

+25,00

ACESSO

+25,00

+25,00

BAR

W.C.

PRAÇA 1

+16,6

+02,16

PLANTA PAVIMENTO INFERIOR ESC. 1: 500



+28,00

PRAÇA 3

+25,00 PALCO

+29,00

SALA DE OFICINAS

SECRETARIA

+31,00 +31,00

W.C.

W.C.

PRAÇA 1

+16,6

PRAÇA 2

+28,00

+28,00

+02,16

PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR ESC. 1: 500



+28,00

VISTA 1

ESC. 1: 350

+25,00

+28,00

VISTA 2

ESC. 1: 350

+28,00

+25,00

VISTA 3

ESC. 1: 350

VISTA 4

ESC. 1: 350

+25,00



CORTE AA ESC. 1: 250

+28,00

+25,00

CORTE BB ESC. 1: 250

CORTE CC ESC. 1: 100













ESTUDOS DE CASO - Convento de São Francisco Santpedor, Espanha Construção Original: Padres Franciscanos, 1721-29 Intervenção: David Closes, 2003-11

Figura 21 – Fachada Frontal

Fonte: Página do Google

O convento foi saqueado em 1835, então por falta de cuidados sofreu um processo de deterioração progressiva, sendo finalmente demolido no ano de 2000. Como resultado, apenas a igreja permaneceu em pé. Esse é o projeto selecionado que mais se enquadra na linha de pensamento em que pretendo trazer para meu trabalho. Sua renovação permite ler feridas históricas, sem abrir mão do uso da linguagem contemporânea nos novos elementos introduzidos na intervenção.

77


Figura 22 – Conjunto de Fotografias

Fonte: Página do Google

O arquiteto trouxe um uso para até então ruína, através de um centro cultural com auditório incluso, sem danificar o seu passado. O projeto permitiu manter os valores espaciais interiores da igreja, com as entradas incomuns de luz produzidas pelas aberturas parciais sofridas pelo desgaste do material nos telhados, diferenciando claramente a construção original dos novos elementos executados. Seus novos volumes necessários para o funcionamento do equipamento, como salas de instalação ou acessos verticais - estão localizados entre o interior e o exterior do edifício, evidenciados pela mudança dos matérias com o objetivo de preservar o espaço unitário da nave da igreja. A intervenção procurou preservar o legado histórico do edifício, acrescentando novos valores que realçaram a construção com extremo respeito. Foi tomado proveito do estado natural de sua deterioração

78


- Igreja de Santa Maria Kastav, Croácia Construção Original: Padres Jesuítas, século XVIII Intervenção: Nenad Fabijanić, 2018

Figura 23 – Fachada Lateral

Fonte: Página do Google

O projeto de reconstrução das áreas internas e externas é iniciado pelos vestígios arqueológicos da igreja jesuíta de Santa Maria, a partir de fragmentos da parede nunca construída e concluída. Hoje é um planalto com um estacionamento e um mirante ao longo de sua fronteira leste, com os restos do santuário e a parede oeste da nave de cinco capelas. No verão funciona como palco para eventos e o restante do ano como uma praça de acesso livre.

79


Figura 24 – Conjunto de Fotografias

Fonte: Página do Google

A impressionante construção permanece como uma “casca”, possibilitando uma experiência espacial única durante a organização de eventos públicos e culturais. Funciona como um terraço, cuja disposição é definida pelo padrão tipológico da igreja e do mirante previstos que permitem a atração de uma visão contra um horizonte amplo. Este projeto visa provar a possibilidade de alcançar um nível mais alto, tanto funcional quanto esteticamente. O ponto de partida é determinado pelos vestígios arqueológicos existentes, onde a estrutura é preservada no nível das escavações originais, integrando-se a matérias adicionais. A estrutura recém-projetada em forma e material contrastantes está em todos os seus elementos com destaque das camadas originais de paredes e fundações.

80


- Memorial Minas Gerais Vale Minas Gerais, Brasil Construção Original: José de Magalhães, 1897 Intervenção: Estudio Arquitetura e Tetro Arquitetura, 2010

Figura 25 – Fachada Frontal

Fonte: Página do Google

Este projeto tem como principal função adaptar a construção existente para receber as exposições concebidas pela museografia. A identificação das modificações sofridas pela edificação ao longo dos anos em função da necessidade de atendimento às distintas demandas da época norteou o projeto, e permitiu evidenciar a frutífera relação entre o antigo e o contemporâneo.

81


Figura 26 – Conjunto de Fotografias

Fonte: Página do Google

Foi desejável estrutura estrutura

fundamental que se concebesse a arquitetura mediada pela relação entre os espaços antigos, considerando inclusive a existente, e a intervenção proposta. Com um novo conjunto de metálica e cobertura de vidro.

O encontro entre o antigo e o contemporâneo em locais com alto valor de patrimônio histórico para o atendimento a novos usos e, consequentemente, renovação dos espaços propostos.

82


- Pinacoteca São Paulo, Brasil Construção Original: Ramos de Azevedo, 1905 Intervenção: Paulo Mendes da Rocha, 1998

Figura 27 – Passarela e Elevador de Aço

Fonte: Página do Google

Obra para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios nunca foi totalmente concluída, em 1905 foram executadas as primeiras obras de adaptação para receber a primeira coleção de quadros para o museu de arte, pertencentes ao Estado. O edifício sofreu estragos, consequência das águas, do estado dos telhados, goteiras e entupimentos das prumadas de águas pluviais, principalmente. Na esperança da transformação promovidas pela modernidade, o prédio passa por sua transformação, iniciada pela transferência da entrada para a frente da Praça da Luz, devido ao fato de estar o prédio numa esquina - modificando a sua implantação com relação à cidade. Avançando, o eixo de circulação foi rotacionado a partir de passarelas metálicas, contrapondo com o material original, junto com seus pátios internos de espaços vazios, cobertos por claraboias planas confeccionadas em perfis de aço e vidros laminados. No vazio central, foi construído o auditório, 83


cuja cobertura, no primeiro pavimento, transformou-se no saguão que articula com as passarelas. E a partir de um pátio lateral foi instalado um grande elevador para o público e montagens. As esquadrias das janelas das fachadas internas puderam ser retiradas e mantidos seus vãos abertos, gerando uma grande transparência e destacando as grossas paredes autoportantes de alvenaria de tijolos.

Figura 28 – Conjunto de Fotografias

Fonte: Fotografias Autorais, 2018

A construção original foi mantida como encontrada e conservada, até mesmo as marcas dos antigos andaimes e as das ocupações e intervenções anteriores. Todas as intervenções propostas pelo projeto foram justapostas e tornadas evidentes.

84


- Sesc Pompeia São Paulo, Brasil Construção Original: François Hennebique, 1930 Intervenção: Lina Bo Bardi, 1977-82

Figura 29 – Contrastes

Fonte: Fotografia Autoral, 2018

Antiga fabrica de tambores moldada por espaços industriais para constituir o complexo arquitetônico que conhecemos atualmente. A arquiteta soube preservar os elementos originais do local - os galpões da fábrica e até um córrego com a imponência das três torres principais, moldadas em concreto e destinadas a abrigar atividades esportivas e culturais. Também um deck de madeira permitiu deixar o local transitável, sem interferir demais no fluxo das águas ou na topografia do terreno.

85


Figura 30 – Conjunto de Fotografias

Fonte: Página do Google

A partir de três volumes prismáticos de concreto aparente, contrapõemse ao lado dos antigos galpões - um prisma mais estreito, outro mais largo e também um cilindro estreito. O prisma mais largo tem cinco pavimentos com o pé direito mais alto (8,60m), para que as atividades esportivas se desenrolem sem empecilhos em relação a altura do teto. O prisma mais estreito, que abriga outras atividades, tem 12 pavimentos, de forma que a cada dois andares é possível conectar os prédios por passarelas de concreto propendido, desencontradas entre si e com o formato da letra “V”, hora desenhada com um ângulo mais aberto, hora mais fechado, e até uma delas que se parece mais com um Y. O cilindro foi feito com formas de anéis de uma leve inclinação para o centro na parte superior o que fazia que o limite interno do anel superior se encaixasse sobre o limite externo do anel de baixo, facilitando muito a construção e também criando uma linha de contorno anelada de concreto que se transformou em um adorno irregular e granuloso ao longo de toda a torre.

86


CONSIDERAÇÕES FINAIS Em palavras de Aloísio Magalhães “não se trata de preservar as marcas do passado, mas de garantir o que deve fazer parte do futuro das novas gerações”. Modernizar não é, nesse caso, dar a impressão de novo, mas colocar no corpo dos velhos edifícios um implante regenerador. Dessa simbiose imposta, espera-se que o interesse suscitado pela obra do presente se reflita na obra antiga, dando origem, assim, a uma dialética. (CHOAY, 1992, p. 217)

Figura 31 – Conjunto de Fotografias

Fonte: Fotografias Autorais, 2018

A arquitetura é a única, entre as artes maiores, cujo uso faz parte de sua essência e mantém uma relação complexa com suas finalidades estética e simbólica, mas difícil de apreender no caso dos edifícios históricos que se tornaram órfãos da destinação prática que lhes deu origem. W(CHOAY, 1992, p. 230 - 231)

87


Em matéria de controle, o fechamento ao público é uma solução radical que foi aplicada muitas vezes no caso de monumentos e sítios excepcionais ameaçados de destruição. Mas existem também muitas formas que permitem regular o acesso aos bens patrimoniais: redução dos dias e horas de visitas, como é frequentemente o caso dos edifícios de culto, em que acontece de algumas partes não estar abertas ao público; limitação do número de entradas por dia; imposição de um trajeto a pé.(CHOAY, 1992, p. 232)

Consiste em elaborar um projeto de reapropriação do patrimônio religioso, onde exista uma integração de materiais atuais junto com a história existente – mostrando esse ciclo de tempo e espaço. Sua reabilitação é o enfoco, mantendo suas características originas da obra quinhentista, junto com toda sua memória. Dessa maneira sua implicação é acarretar o aumento de sua vida útil com salubridade e segurança aos usuários e também o incentivo ao turismo-cultural, como consequência trazer a evolução da economia local e nacional.

88


REFERÊNCIAS ARANTES, Otília Beatriz Fiori. O Lugar da Arquitetura Depois dos Modernos. Editora da Universidade de São Paulo. 1993. BOITO, Camillo. Os Restauradores. 1884. Tradução e Apresentação Beatriz Mugayar Kühl. Editora Ateliê Editorial. Ensaio & Pesquisa. BYE BYE Barcelona. Direção: Eduardo Chibás. Barcelona, Espanha. 2014. CALDAS, André. Itanhaém Histórica. Um Resumo da Trajetória da Segunda Cidade do Brasil. São Paulo: Daikoku, 2011. CHOAY, Françoise. A Alegoria do Patrimônio. 1992. Tradução Luciano Vieira Machado. São Paulo. IPHAN. Cartas Patrimoniais. LE GOFF, Jacques. História e Memória. Cap. Documento/Monumento. 1924. Tradução Suzana Ferreira Borges. MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. A Cidade Como Bem Cultural: áreas envoltórias e outros dilemas, equívocos e alcance da preservação do patrimônio ambiental urbano. São Paulo: IPHAN. 2006. PEREIRA, Meire Aparecida de Souza. Projeto de Preservação do Acervo Museológico do Convento de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém. 2018. Processo de Tombamento, CONDEPHAAT. Disponivel em: < http://www. ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2018/02/COND_000350_1973.pdf> RUSKIN, John. As Sete Lâmpadas da Arquitetura. Cap. A Lâmpada da Memória. 1849. Tradução e Apresentação Maria Lucia Bressan Pinheiro. Editora Ateliê Editorial. Ensaio & Pesquisa. SANTOS, Carlos Nelson F. dos. Preservar Não é Tombar, Renovar Não é Pôr Tudo Abaixo. Ensaio & Pesquisa. Turismo Cultural. Ministério do Turismo. Brasília. 2010. VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. Tradução e Apresentação Beatriz Mugayar Kühl. Editora Ateliê Editorial. Ensaio & Pesquisa.

89


90


ANEXO

91


92




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.