Andréa Lingoist
REQUALIFICAÇÃO DE EDIFÍCIO TOMBADO EM ÁREA CENTRAL DE SÃO PAULO
Trabalho de conclusão de curso apresentado no Centro Universitário Senac, como exigência para obtenção do grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Professor Mestre Ralf Flores
São Paulo 2019
Agradeço toda minha família que sempre me apoiou e incentivou, ao meu professor orientador que muito me auxiliou neste caminho da pesquisa e do projeto, a todo corpo docente deste curso e em especial a minha filha, Carolina, pela paciência e compreensão.
RESUMO O objetivo desta monografia é propor a requalificação do antigo Hotel Columbia Palace, tombado e inserido no centro de São Paulo. O texto se inicia com o registro da história da cidade desde sua formação e o quanto os poderes públicos e privados são responsáveis por influenciarem este processo. Cita os principais documentos de salvaguarda do Patrimônio mundial. Analisa tombamentos e decretos que incidem sobre este bairro e bem, dados demográficos do distrito, legislação e projetos de Intervenção Urbana. O trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de intervenção no edifício da década de 20, propondo o uso misto, habitar e morar, compreendendo seu valor histórico, qualificando o meio de lote, considerando a importante incidência de luz solar em todos os ambientes, acrescendo áreas comuns para moradores e possibilitando trabalhar no mesmo edifício.
Palavras-chave: patrimônio, centro de São Paulo, requalificação, retrofit, uso misto
SUMÁRIO INTRODUÇÃO Formação área central de São Paulo [pg 8 ] O esvaziamento [pg 10] Retomada crescimento demográfico e a vidades [pg 10] MEMÓRIA A Arquitetura e a Memória [pg 13] Orientações, movimentos, Conselhos [pg 13] DIRETRIZES Para quem? Por que? Como? [pg 16] O EDIFÍCIO [pg 18] LEGISLAÇÃO E USO [pg 20] REFERÊNCIA 1 | REFERÊNCIA 2 [pg 21] PROJETO [pg 27 ]
REFERÊNCIAS [pg 51 ] 5
INTRODUÇÃO A cidade de São Paulo precisou passar por diversos processos até se tornar o que é atualmente. No século XIX, o crescimento econômico e demográfico dessa deu-se por conta do rico Ciclo do Café, enquanto no século XX, esse crescimento foi impulsionado pela industrialização. Esses acontecimentos fizeram a pacata vila São Paulo de Piratininga tornar se a cidade mais dinâmica do país, a maior economia da América Latina e a sexta maior metrópole do mundo.
Formação da área central de São Paulo
1 MONTEIRO, Ana Carla de Castro Alves. Ar go: Evolução e História dos hotéis na cidade de São Paulo.
FIGURA 1
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O município de São Paulo, na época da Independência do Brasil, já fazia parte de um conglomerado de cidades produtoras da cana de açúcar, juntamente com: Sorocaba, Campinas, Itu e Jundiaí. Esta atividade foi de relevância para a o Estado pois arregimentou mão-de-obra e desbravou o interior. Através das sesmarias, o capitãogeral, levou a ocupação do solo até a metade da área atual do Estado, que serviu de apoio para as atividades secundárias da produção. Assim, a urbe paulistana começou a se formar. A vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro, colocou o país num cenário mundial, mas São Paulo cresceu demográfica e economicamente a passos tímidos. Portanto o clima ameno, a privilegiada posição geográfica o custo de vida baixo, alguma mão-de-obra especializada, a abertura dos portos para países amigos, a iluminação a gás, a rede de transporte via tróleis, a construção de edifícios públicos e um grande contingente de trabalhadores em busca de emprego fizeram visitantes e moradores experimentarem uma outra maneira de viver que exigiu um esboço de planejamento urbano. O movimento da cultura cafeeira foi o divisor de águas para o crescimento e desenvolvimento da cidade. Em 1867, a Companhia São Paulo Railway, inaugura a única ligação entre Jundiaí e o porto de Santos, cidade de entrada para todo setor produtivo e porta de saída para as exportações,
respectivamente. A partir da cidade de São Paulo, novos ramais e troncos foram sendo construídos por todo território do Estado, contribuindo como importante fator de transformação histórica, geográfica e cultural, qualificando assim a cidade como um “centro” cada dia mais consolidado para o país. O processo de industrialização acelerou nos anos 30 com a crise do café, em função da quebra da Bolsa de Nova York em 1929, consolidando sua importância na economia paulista. As ferrovias passaram a ar cular uma rede de subúrbios operários cons tuídos no entorno de suas estações dando início a um processo preliminar de metropolização. Em 1930 São Paulo já possuía cerca de 900.000 habitantes, o que intensificou a produção de prédios novos entre 1920 e 1928. Segundo Nadia Somekh, a recessão econômica no início do período a ngiu a produção imobiliária até 1933, quando se registrou retomada e a mudança no padrão de crescimento da cidade. ¹
Todas as cidades vizinhas foram beneficiadas pelas estradas de ferro e formaram um conglomerado populoso. Eram consumidores diferenciados do restante do país, traziam matéria prima para indústrias, vendiam e compravam. Neste momento, a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a operar, a Academia de Direito se instalou no Largo São Francisco, duas Escolas de Engenharia, boas escolas secundárias, além de jornais, hotéis, restaurantes e serviços em geral que deram o caráter
da São Paulo de hoje. Dentre as mais importantes estações de embarque, desembarque e de conexões, estavam as Estações da Luz e Julio Prestes, ambas situadas no centro urbano da capital. Assim, as elites empreendedoras, compostas por fazendeiros de café, agenciadores nacionais e internacionais, comerciantes, viajantes, industriais e banqueiros, desembarcavam e procuravam alojar-se nesse centro econômico e administrativo. Nela está a maior parte dos edifícios que retratam a história da nossa cidade, onde situavam os escritórios governamentais municipais e estaduais, além de teatros, museus, praças, restaurantes e variado comércio. Naquele momento os hotéis mudaram de perfil construtivo e arquitetônico. Surgiram os luxuosos hotéis, próximos ao Teatro Municipal, destinados a abrigar os grandes barões do café e os emergentes industriais. O uso dos elevadores fez aumentar a altura das construções e o Ecletismo foi eleito como fonte de inspiração arquitetônica. E foi neste ambiente, neste momento e nesta localização que foi construído o edifício do Hotel Columbia Palace, o antigo Duque de Caxias, objeto de estudo desta pesquisa. A construção foi finalizada em 1927 e no ano seguinte foi inaugurado o luxuoso Hotel Columbia Palace. Localizado na Avenida São João, quase esquina com a Avenida Ipiranga, a 400 metros da Praça da República e do Theatro Municipal. FIGURA 1
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O esvaziamento O desenvolvimento da indústria automobilística e de energia (petróleo) deram o arranque no processo de industrialização do país a partir da década de 40. Em São Paulo este processo provocou enormes mudanças na dinâmica da cidade. O trânsito se intensificou nas áreas centrais, novas avenidas foram abertas ou alargadas, o Rio Tietê teve o seu trecho urbano ratificado e recebeu as vias expressas, as periferias cresceram muito neste processo migratório e novas centralidades foram formadas em direção ao vetor sudoeste. Nas décadas de 60 e 70, a área central da cidade foi totalmente transformada. Este crescimento desordenado provocado pela reestruturação produtiva, deixou áreas bem equipadas, acessíveis e com infraestrutura pronta, como o centro, vazias. As novas áreas de habitar, dilapidaram os recursos naturais da cidade, aumentaram o tempo de deslocamento, aumentou ainda mais as desigualdades sociais principalmente na habitação. Um levantamento de dados levantados pela SP Urbanismo, em 2017, aponta que a taxa de habitantes domiciliados no distrito da República caiu 28% entre 1980 e 2000, enquanto no periférico distrito de Anhanguera, por exemplo, cresceu 86%.
A retomada do crescimento demográfico e das a vidades
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A partir dos anos 90 e 2000, com o país já redemocratizado, os movimentos sociais reivindicaram seus direitos, principalmente pela moradia. Movimentos organizados por moradores das redondezas, exigiram o aproveitamento dos muitos imóveis abandonados, sem uso e deterioradíssimos. A maior parte dos edifícios eram de propriedade particular que deviam, ou não, impostos municipais, produto de disputas judiciais, funcionaram como hotéis e outros foram sede de grandes instituições financeiras. A vacância do patrimônio construído nos distritos da República e da Sé, a partir de 2005 diminuiu e lá se instalaram centros de atendimento ao consumidor, escolas superiores e instituições do setor público. Estão entre os dez distritos com maior número de vagas de emprego com mãode-obra de menor qualificação e remuneração. Entretanto a taxa de domicílios desocupados ainda é alta, conforme aponta o Censo 2010, 14.6% dos imóveis estão ociosos. Muitos programas foram direcionados, por muitos anos, para atender uma perspectiva de revitalizar o Centro. No âmbito privado, como ações de Associações, no Público, aplicando leis de incentivos (como exemplo: recuperação de cortiços e fachada), Operações Urbanas, financiamento da casa própria e mudanças na Lei de Uso de Ocupação do Solo. Todas as iniciativas, ainda que lentamente geraram novas dinâmicas do espaço e consolidaram demanda, conformando uma região de serviços e comércio popular.
Memória “A todos aqueles que nos dizem hoje 'Tomem uma arte nova que seja de nosso tempo', nós respondemos 'Façam que esqueçamos esse enorme acúmulo de conhecimento e de crí ca; dêem-nos instruções monolí cas, costumes e gostos que não se liguem ao passado (...) Façam que possamos esquecer tudo o que foi feito ante nós. Teremos, então, uma arte nova e faremos o que jamais se viu; porque se para o homem é di cil aprender, é muito mais di cil esquecer “. VIOLLET-LE-DUC, Eugène Emmanuel. Restauração. Série Artes & O cios. São Paulo, Ateliê Editorial, 2000, p.18
A arquitetura e a memória Em 1860, John Ruskin, inglês, crítico de arte e social, poeta e desenhista, alerta para a enormes transformações nos traçados das cidades. Vivenciando os desdobramentos da atividade, é um defensor incondicional das cidades ocidentais do período pré-industrial, tendo-as como nossa garantia de identidade, pessoal, local, nacional e humana. As acepções humanistas ruskinianas ainda pesam sobre as várias questões pertinentes no debate arquitetônico atual. Foi corajoso ao apontar questões mais prementes do que a arquitetura ao denunciar a supremacia do capital, da injustiça social, da hipocrisia como indício do estágio material e espiritual de uma sociedade em meio ao cenário mundial em que vivia. Em “Lâmpada da Memória” – aponta a importância da preservação da arquitetura “menor” às habitações, pois é com a passagem do tempo, com a historicidade desta arquitetura que vai se impregnando da vida e dos valores humanos, influenciando e transformando a vida cotidiana. Daí a importância de se preservar as edificações que chegaram até nós. Por sua experiência em obras e sua especialização em estilos arquitetônicos, Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814-1879), arquiteto e desenhista francês, formulou um processo baseado na unidade formal e estilística das edificações buscava criar um modelo idealizado na “pureza” de seu estilo. “Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado que pode não ter existido nunca em um dado momento”. Defendia que as partes de uma edificação danificada, deveriam ser reparadas ainda que o material não fosse o mesmo, com tanto que se mantivesse o mesmo desenho e proporções. Assim como
Ruskin, seus ideais refletem até os dias de hoje na defesa da reutilização funcional das edificações conferindo lhes usos úteis a sociedade.
Orientações, Movimentos e Conselhos A emissão das Cartas Patrimoniais a partir de 1931, foram marcados por encontros internacionais e que documentaram planos de preservação, planos de promoção do patrimônio histórico ou artístico, de conservação, manutenção e restauro e medidas administrativas. Este primeiro encontro foi promovido pelo Escritório Internacional de Museus da Sociedade das Nações. A Carta de Atenas, de 1933, é o resultado do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moder na, CIAM, recomendava a valorização do monumento, a não conservação do contexto urbano e a preservação das edificações comuns e acreditavam em começos absolutos. No Brasil, o Decreto-Lei nº 25/1937, cria o SPHAN com o objetivo de proteger, preservar, divulgar e gerir o patrimônio histórico e artístico do país. Responsável por organizar e catalogar bens de interesse histórico e cultural de todo país, os bens tombados foram os que simbolizavam o poder religioso, civil e econômico, marcados pela monumentalidade e grandiosidade, diferente do tinha proposto Mario de Andrade em projeto inicial. O movimento modernista no Brasil, composto por um grupo de jovens arquitetos, intelectuais notáveis e artistas, atribuíram às produções FIGURA 4
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materiais do período colonial, à da nossa identidade, numa época em que a burguesia era influenciada pelos gostos europeus. Lucio Costa foi figura central para a concepção da política de patrimônio e ao mesmo tempo, é o vencedor do concurso público nacional com o projeto modernista do Plano Piloto de Brasília, a nova capital do país. A criação do Partido Comunista em 1922, a Semana de Arte Moderna e a Revolução em 1924, são fatos que impulsionaram a ruptura com o passado colonial e republicano e cria o conceito de patrimônio no Brasil. Em 1964, a Carta de Veneza, documento elaborado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) amplia o conceito de monumento para edifícios e considera, também o sítio em que se encontra. O conceito de patrimônio ambiental urbano agrega dimensões sociais à ideia de patrimônio, inclui representações de identidades diversas, ratifica o direito a cidade e permite maior ação dos órgãos de preservação. Estas discussões provocam o IPHAN a repensarem suas práticas cristalizadas até aquele momento. [...] patrimônio ambiental urbano é um sistema de objetos, socialmente apropriados, percebidos como capazes de alimentar representações de um ambiente urbano. [...] trata-se de paisagens, espaços, construções, objetos móveis também, cujo sen do se manifesta não por si, mas pela ar culação que entre si estabelecem e que lhes dá suporte. ³
3 MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses. A Cidade como bem cultural. 1978, p. 45.
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Em São Paulo, O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico ou CONDEPHAAT é criado pela Lei Estadual 10.247 em 1968 e o Conselho
Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental, o CONPRESP foi criado em 1985, mas 10 anos antes técnicos trabalhavam no D e p a r t a m e n t o d e Pa t r i m ô n i o Histórico, o DPH. Pela primeira vez, o Brasil promoveu em 1970, um encontro em Brasília entre Governadores, Secretários Estaduais da área da Cultura, Prefeitos interessados e representantes de instituições da cultura, afim de debaterem assuntos relacionados a Patrimônio. Influenciados pelas Cartas internacionais, assinaram um Compromisso que recomendou a criação de órgãos municipais ou Estaduais, onde ainda não houvessem, de Preservação ligados aos Conselhos Estaduais e ao IPHAN. Discute se a falta de mão-deobra técnica, em nível superior, mas sobretudo consideravam que o ensino da história de arte no sistema de educação era primordial para a formação de uma consciência nacional. Lucio Costa que presidiu o Conselho do IPHAN de 1937 até 1972, anexou uma carta ao Compromisso de Brasília relatando as dificuldades encontradas no restauro e manutenção do Patrimônio, pois encontrava problemas de ordem técnica como a falta de documentos e a falta de recursos financeiros. O Ministério da Instrução Pública da Itália, divulgou um importante documento (Carta do Restauro, 1972) entre os diretores e chefes de institutos autônomos que aplicassem as instruções técnicas indicadas de conservação e restauro com toda a atenção e cuidado. A Carta ainda anexou instruções para a salvaguarda e a restauração dos objetos da história, para o patrimônio arqueológico sub-
marino, da obra pictórica ou escultória e no restauro arquitetônico, com importantes observações. Com muita cautela, ponderou e considerou a possibilidade de novos usos aos edifícios monumentais antigos, chamando a atenção para que se isto acontecesse, as formas externas deveriam ser minuciosamente estudadas e quase nada adaptadas e que fossem alterações sensíveis quanto a características tipológicas, da organização estrutural e da sequência dos espaços internos. Para apoiar qualquer intervenção, a pesquisa deveria ser exaustivamente elaborada em diversos pontos de vista; desde dados técnicos, como sistemas de construção, elevações, aspectos tipológicos, dados gráficos e fotográficos, traçados reguladores a sistemas proporcionais. Porém a exigência fundamental era respeitar e salvaguardar a autenticidade dos elementos construtivos, este princípio deveria guiar e fundamentar a escolha das operações. Em 1976, a Conferência Geral das Nações Unidas para a Educação, A Ciência e a Cultura, reunida em Nairóbi, adotou uma Recomendação relativa à proteção dos conjuntos históricos e tradicionais e ao seu papel na vida contemporânea, que continuava sendo a exposição de motivos e a argumentação mais complexa em favor de um tratamento não museal das malhas urbanas contemporâneas. (CHOAY, 2006, p.223). Ao mesmo tempo que as estruturas pré-industriais ainda estavam isoladas e intactas, passaram a serem vistas como frágeis e prestes a desaparecer. “Poderia efetivamente conservar e isolar fragmentos urbanos, a menos que fossem privados de seu uso e de
seus habitantes? Como protege las, isola las ou transforma las em museus? ” (CHOAY, 2006, P 193) A Carta de Burra, de 1980, elaborada pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, ICOMOS, reconheceu a necessidade de envolvimento da sociedade do processo de tomada de decisões, qualquer que seja sua tipologia ou origem e sugeriu alguns procedimentos que tornariam mais fáceis quaisquer tomadas de decisões. Ainda no início de década de 80, o Brasil iniciou um processo de redemocratização, trazendo um discurso de pertencimento. Os movimentos sociais ganharam força, principalmente no âmbito da moradia digna e pelo direito à cidade. No campo do patrimônio se ampliou a noção de patrimônio histórico e artístico para a de patrimônio cultural, intensificando assim o trabalho dos órgãos sobre razões tipológicas, geográficas e sociais do tombamento. O ICOMOS publicou a Carta de Washington, 1987, observou a urgência “face a situação dramática, que provoca perdas irreversíveis de caráter cultural, social e mesmo econômico das Cidades Histórias”. Chamou a atenção para as ameaças pela degradação, desestruturação ou destruição das cidades grandes, pequenas ou centros ou bairros históricos estavam sofrendo pelo tipo de urbanismo que a industrialização provocou e que atingiu o mundo todo. Reforçou como importante, os textos anteriormente publicados, como: Carta de Veneza, Carta de Nairóbi, e tantos outros diferentes instrumentos internacionais, as medidas necessárias para salvaguardar as “cidades históricas”, assim como ao seu desenvolvimento coerente e à sua adapta15
ção harmoniosa à vida contemporânea. Salvaguardar as cidades e bairros históricos deveriam fazer parte de um eficaz plano de ordenamento e urbanismo em todos os níveis e de uma política coerente de desenvolvimento social e econômico da cidade. Apontou a participação e o envolvimento dos habitantes da cidade eram imprescindíveis e que as intervenções fossem realizadas com prudência, método, rigor, evitando dogmatismos, mas tendo em conta os problemas específicos de cada caso. Métodos e planejamento precisavam incluir análise de dados multidisciplinares e que a melhoria das habitações fossem um dos objetivos fundamentais da salvaguarda. Enquanto os edifícios novos respeitassem a organização espacial existente e as novas funções, as redes de infraestrutura exigidas pela vida contemporânea deviam adaptar se às especificidades das cidades históricas. Propôs a implantação de um programa geral de informação, incluindo matérias escolares e informação ao público geral a fim de promover a participação e a responsabilização dos habitantes. As associações que trabalhavam em defesa do Patrimônio fossem favorecidas financeiramente pela necessidade de formação especializada para todos que trabalham com a proteção do patrimônio. A Carta São Paulo, de 1989, parabenizou os 25 anos da publicação da Carta de Veneza, associados do ICOMOS, propõe discussões específicas sobre preservação nos centros históricos e sugeriu a incorporação nos currículos de todos os níveis de ensino, cursos de reconhecimento e registro do Patrimônio Cultural, fundamento da preservação da identidade nacional, seja pela História escrita do país, seja 16
pela memória das populações de diver-sas origens, sobre-tudo as mais carentes. Elaborada pelo Comitê da Europa em 1995, a Recomendação Europa recomendou superar as fragmentações ainda praticadas no campo do patrimônio pelos instrumentos públicos e gestão, entre a ação do homem e a natureza e entre os patrimônios material e imaterial. Em 1997, a Carta de Mal del Plata, discutiu, dentre tantos outros itens, a promoção do registro documento e apoiar a pesquisa do patrimônio intangível das culturas indígenas da região. Em 1999, em Cartagena das Índias, o Conselho Andino, propõe políticas e normas comuns para a identificação, registro, proteção, conservação, vigilância e restituição, assim como o impedimento de importação, exportação e transferência ilícita dos bens culturais. Na cidade de Ouro Preto, e, 2009, o Fórum lançou o Sistema Nacional de Patrimônio Histórico que atua no desenvolvimento de uma política de preservação do patrimônio, especialmente na coordenação das ações entre municípios, estados e Governo Federal e na criação de um sistema de financiamento que fortaleça as instituições, estruture o sistema e consolide as execuções. A Organização das Nações Unidas promove desde 1976, encontros denominados HABITAT e o último aconteceu em 2016 em Quito. O Plano Diretor Estratégico (Lei 16.050 de 2014) nasceu alinhado a esta nova agenda urbana que entres tantas outras questões, destaca a preservação do patrimônio e estimula o aproveitamento dos imóveis subutilizados.
PARA QUEM? POR QUE? COMO? Como pudemos observar, por décadas e décadas as tantas teorias da Preservação, da Conservação, do Restauro, da Reabilitação, dos Instrumentos x Planejamento, das Normas Técnicas, das conjunturas sócio espaciais foram sendo analisadas, executadas, experimentadas, discutidas, ampliadas e atualizadas, incrementando e dando embasamento a esta discussão. Cabe aqui analisar para quem, porque e de que forma e propor um projeto de arquitetura para o Edifício Hotel Columbia Palace.
Passado o rápido e desordenado desenvolvimento, podemos afirmar que a maioria da população paulistana hoje mora em habitações mais precárias, servida de transporte deficiente e de serviços elitizados. Concordo com Lefebvre, quando na década de 60 já apontava: O tecido urbano não se limite à sua morfologia, e sim ao modo de vida, onde o espaço urbano induz a comportamentos e hábitos e gera também preocupações com a diversos outros aspectos da vida social. O isolamento das funções urbanas – morar, trabalhar, circular e lazer – é a an tese das relações socioespaciais que configuram a questão da moradia digna e o direito à cidade. Para o autor, a cidade é obra dos cidadãos, sendo configurada a par r de lutas e disputas entre as diferentes classes sociais, sendo que os conflitos entre os grupos reforçam o sen mento de pertencimento em relação ao meio urbano que habitam. ⁴
O déficit de habitação no país tem índices alarmantes, enquanto muitos imóveis estão desocupados e abandonados em áreas com farto transporte público integrado, provido de equipamentos como escolas, hospitais, rede de serviços e comércio e grande oferta de postos de trabalho.
4 LEFEBVRE, Henri
(1968). O direito à cidade. São Paulo, Centauro, 2011. 18
O Plano Diretor define ainda instrumentos urbanísticos para combater propriedades ociosas, que causam grande prejuízo à população, aumentando o custo por habitante dos equipamentos e serviços públicos oferecidos.
A região central da cidade, tem 33.149 imóveis vagos. Isto equivale a 14,6% dos domicílios daquela região, enquanto 60,05% das viagens feitas ao centro é por motivo de trabalho (pesquisa de mobilidade 2012). Ainda que a relação emprego/habitante seja 3,5 vezes maior que o munícipio, há muito o que fazer. Revisitar o patrimônio é incluir formas de recepção e usos de objetos, espaços e efeitos sobre aqueles que os classificam na vida cotidiana, afirma Miller (2005). Sabendo que nenhuma decisão adotada para salvaguardar o Edifício do Hotel Columbia Palace será inédita, unilateral ou universal, concordo que salvaguardar o patrimônio histórico na vida contemporânea se dará pela ação de revitalizar e conjugar o uso de moradia e trabalho. Se o antigo caráter era hospedagem temporária, agora a proposta é que seja permanente ou não, fluxos em diversos horários e diferentes usos no mesmo lote. A destinação é compatível com a morfologia e dimensões, conforme aconselhou Giovannoni (1873-1943). Porém, o reutilizar prédios desativados e reintegra los a um uso normal é necessária uma intervenção de extrema complexidade. Em todos os trabalhos é imprescindível a contratação de mão de obra de alta competência técnica gerando um custo muito elevado, as vezes proibitivo (CHOAY, 2011).
O Edi cio Prédio construido a cinquenta metros da esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, a sua volta, ainda estão edifícios e praças muito importantes marcados por épocas distintas, como: o Theatro Municipal, a Praça Ramos de Azevedo, a Agencia Central dos Correios, o antigo Hotel Central, o Cine Marrocos, o Edifício Martinelli, a Galeria Olido, a Galeria do Rock, a Praça das Artes, o Sesc 24 de Maio entre tantos outros. Pelos valores históricos e arquitetônicos da região, o Edifício Hotel Columbia Palace foi tombado pelo CONPRESP como Patrimônio Histórico da cidade em 1992 pertencente ao núcleo do entorno do Vale do Anhangabaú (RES 37/92), pelo CONDEPHAAT como área envoltória do Teatro Municipal de São Paulo (A.E. RES. SC 49/81) e também como área envoltória do bairro de Santa Efigênia em 1986 (PROC. SC 24.507/86).
Base cartográfica Geosampa Edição autora
ÁREA ENVOLTÓRIA TEATRO MUNICIPAL
ÁREA ENVOLTÓRIA SANTA CECÍLIA
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AV IP IRAN GA
N
AV SÃO JOÃO
O edifício está enquadrado pelo CONPRESP como Nível de Proteção 3, que corresponde a preservação de suas características externas, incluindo fachadas, cobertura e volumetria. De acordo com o relatório de Bens Protegidos pelo DPH; O imóvel consiste em dois volumes alinhados à via com um poço de ven lação e iluminação ente eles. A fachada principal é em es lo eclé co com influências neoclássicas. O ritmo é estabelecido pelo jogo de planos criado pelas pilastras salientes em frisos e pelo recuo do plano das esquadrias em forma de curva na parte superior. No primeiro pavimento, um balcão balaustrado abrangendo três vãos dão início à fachada dos pisos superiores, que são encimados por frontões triangulares e cimbrados. Acima do quarto piso, uma cimalha, ocupando toda largura da fachada, antecede o quinto e úl mo pavimentos, sendo então finalizada por tárcula e frontão no eixo central. O acesso é feito por chapas metálicas recente. Os vãos comerciais abrigam portas metálicas de enrolar e os demais pavimentos apresentam dois planos: externamente, duas folhas de madeira venezianas, ar culadas e de abrir; internamente duas folhas de madeira e vidraça de abrir e com bandeira fixa com vidro. Os balcões apresentam guarda corpo em serralheria ar s ca.
Implantado em quase todo lote, a fachada está alinhada à Avenida São João e as duas fachadas laterais são empenas cegas. Originalmente foram desenhadas 2 lojas térreas cada uma com 2 portas metálicas de enrolar e uma outra na lateral direita dando acesso exclusivo ao Hotel. Os acessos aos pavimentos eram 20
feitos por 2 elevadores ou ainda pelas escadas. Ainda no térreo, havia a recepção, a copa, um depósito de bagagens e acesso a uma pequena área externa aos fundos. Em cada pavimento haviam dormitórios com banheiros e outros que eram servidos por banheiros nos corredores, conforme planta arquivada no Arquivo Municipal de São Paulo.. Os atuais proprietários herdaram o edifício e desde então, pagaram todos os impostos pertinentes, mas não deram uso de 1987 até 2010 quando foi ocupado pelo Movimento de Luta por Moradia, o MLM. Ainda hoje moram mais de 150 pessoas entre elas; idosos, jovens e crianças. No mesmo tempo em que foi ocupado, os proprietários entraram com uma ação judicial pedindo a imediata desocupação. O processo se alongou por todos estes anos até que em 2016, o imóvel recebeu o Decreto de Interesse Social (DIS 57.573/2016), instrumento que pede a desapropriação do bem. Como defini o CONPRESP: revitalização é a ação promovida pelos órgãos competentes a fim de readequar o uso e ocupação do solo urbano. Reabilitação é “uma ação que preserva, o mais possível o ambiente construído existente [...] e dessa forma também respeita os usos e a população moradora. A reforma necessária na infraestrutura existente para adaptá-la a novas necessidades procura não descaracterizar o ambiente construído herdado”.
A legislação Desde 1974 até os dias de hoje, o Estado e a Prefeitura de São Paulo propõem planos para restruturação da área central de São Paulo, usando Instrumentos urbanísticos como programas de incentivo, Operações Urbanas, Movimentos Organizados e Associações como promotores das ações. Embora os programas tenham surtido algum resultado, ainda é lento considerando as necessidades da cidade. Em 2002 o PDE delimitou as áreas das Operações Urbanas Consorciadas que, em alguns casos, foram revistas em função dos estudos desenvolvidos para a regulamentação por meio lei específica. De acordo com o PDE, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, por meio da São Paulo Urbanismo, apresenta o Projeto de Intervenção Urbana – PIU do setor Central da cidade. A Operação Urbana Centro, de 1997, não estabelecia um projeto estruturante para a área central, apesar de incentivar a preservação de bens tombados através da transferência de potencial construtivo a novos imóveis e incentivar a construção de moradias, usos educacionais, lazer e hospedagem. O PIU apresentado em 2018, em andamento, trás entre tantas outras propostas; incentivar a oferta de emprego e serviços da região aumentando o interesse pela moradia nos distritos centrais. O Plano Diretor Estratégico de 2014 recepcionou as Operações Urbanas vigentes, definindo a Macroárea de Estruturação Metropolitana (MEM) como território estratégico de transformação, qualificação e preserva-
ção. O logradouro estudado é classificado como território de qualificação e o zoneamento como zona de Centralidade, ZC. . Territórios de qualificação: buscam a manutenção de usos não residenciais existentes, o fomento às atividades produtivas, a diversificação de usos ou o adensamento populacional moderado, a depender das diferentes localidades que constituem esses territórios. . Zona Centralidade (ZC): porções do ter ritório voltadas à promoção de atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, destinadas principalmente aos usos não residenciais, com densidades construtiva e demográfica médias, à manutenção das atividades comerciais e de ser viços existentes e à promoção da qualificação dos espaços públicos; O parâmetros de ocupação são estes: .Coeficiente de aproveitamento mínimo de 0,3 e máximo de 2 .Taxa de ocupação máxima de 70% do lote .Gabarito máximo: 48 metros .Recuo mínimo de 3m para laterais e fundo do lote* * Exceto quando o lote vizinho apresentar edificação encostada na divisa do lote, conforme análise caso a caso pelo órgão técnico competente (exceto em DEZ-2, ZPI-1 e 2), conforme Inciso II do Artigo 66 da Lei 16.402 de 22 de março de 2016.
Na categoria residencial, todos os usos são permitidos, com exceção do uso residencial R2v-4 (conjunto residencial com mais de 20.000m² de área construída computável) e proibidos todos de uso industrial.
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REFERÊNCIAS
ARQUITETURA LOCALIZAÇÃO ANO CONSTRUÇÃO ESCALA CARATER USO
Project Orange Sheffield, Inglaterra 2012 Vitoriana Patrimônio Industrial Reu lização Misto
Num entruncamento importante da cidade, o edifício vitoriano está em área de Conservação do Bairro das Indústrias Culturais de Sheffield. O projeto de reabilitação tinha como premissa fornecer uso misto, combinando um restaurante, um bar e habitações nos pavimentos superiores em estilo duplex. Estas unidades foram desenhadas como uma extensão do edifício existente substituindo o telhado. A nova estrutura é parasitária, interagindo com paredes e janelas existentes. O revestimento do novo volume faz uma alusão a textura dos telhados. Diferentes acessos foram traçados, setorizando os espaços e permitindo ou não a entrada de grupos de usuários. Projeto vencedor de muitos premios, guarda a memória e contribui para o futuro.
FIGURA 5
acesso público privado acesso público acesso público acesso público FIGURAS 6, 7, 8
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ARQUITETURA LOCALIZAÇÃO ANO CONSTRUÇÃO ESCALA CARATER USO
FIGURA 9
FIGURA 10
ven lação cruzada acesso por escadas acesso às unidades acesso por elevador
Jean Nouvel Nimes, França 1987 nome Habitação Social Novo Habitação
Construído no Sul da França, as duas lâminas alinhadas privilegiam a ventilação cruzada em todas as unidades. Em três pavimentos de habitações, totalizam 114 apartamentos com plantas tipo, duplex e triplex. A diversidade de materiais foi planejada para baixar os custos da cosntrução. Os balcões recebem as escadas que são estruturas independentes. O acesso as unidades acontecem por estes balcões/passarelas que percorre toda esta face. A face posterior também recebe este balcão no mesmo desenho, mas acrescidas de divisórias, formando varandas privadas de cada unidade. Estruturada por perfis metálicos e fechamentos em chapas perfuradas, tem ampla largura formando um banco nas bordas de toda extensão proporcionado uma agradável área de estar. Os elevadores estão instalados no corpo do edifício. Pensado nas muitas possibilidades de moradia é possível modificar os layouts , alterando divisórias e até a escadas. Os amplos banheiros tem janelas que em certas horas do dia, recebem o sol. As vagas de carros ficam sob pilotis e os acessos verticais são divididos em blocos.
balcão privado balcão/passarela de acessos
VAGAS CARROS FIGURA 11 FIGURA 12
25
26
PROJETO 1 . Proposta de projeto 2 . Estudos 3 . Planta tipo 4 . Plantas do edifício existente 5 . Demolição 6 . Novos Usos para edifício existente 7 . Intervenção na fachada do edifício existente 8 . Passarela em estrutura metálica
Proposta de Projeto
ELEVAÇÃO
29
Estudos
Para a proposta de intervenção e requa-lificação do edifício existente foram estudados os gabaritos, implantações dos edifícios vizinhos e das quadras adjacentes, analisadas as possibilidades de futuras construções nos lotes lindeiros, a posição do sol, a aplicação das leis municipais de usos e ocupações do solo e a definição do uso misto; habitação e trabalho.
Sols cio de Inverno
30
Novos Usos Comercial Lojas Habitação
Plantas Edi cio Hotel Columbia Palace
8
4,1
7
6
5
Planta po . 1 pavimento 1
32
2
3
5
4,1
O edifício de grande importância para a história da cidade, terá a fachada totalmente preservada, conforme indica a lei de tombamento. A maior proposta de intervenção ocorre dentro do edifício, onde há a indicação de demolição do segundo volume. O volume mantido, tem quartos e banheiros alinhados à via e terão seu uso alterado para comercial.. Cada um dos pavimentos receberá 4 salas com 2 banheiros em cada, totalizando 20 salas, 8 banheiros, sendo 1 acessível por andar e um depósito. No primeiro pavimento está previsto uma copa coletiva e um espaço de múltiplo uso. O acesso será mantido pela porta a direita do edifício de uso exclusivo das salas. O deslocamento vertical pode ser via escadas ou 2 elevadores. Uma nova escada enclausurada será construída atendendo as normas técnicas municipais e do Corpo de Bombeiros.
Av Ip irang a
N
Av São João
4
3 1 Lojas 2 Acesso aos pavimentos 3 Escadas 4 Elevadores 5 Restaurante 6 Cozinha 7 Depósito 8 Circulação 9 Poço iluminação e ven lação
1 2 3 4 5
1,2
1
0,0
2 0,18
Térreo
8 S
9
8
Planta po . 1 ao 6 pavimento 1 2 3
Cobertura
5
33
Demolição A
A
B
C
D
E
F
1
1
2
2
A
Demolir
3
3
4
4
5
5 A
B
C
D
E
F
Estrutura
Corte AA
34
Esta ala terá dois usos distintos, um comercial e outro residencial. A Ala alinhada a via é de uso comercial e a voltada para o centro do lote é residencial. São 5 apartamentos de 2 dormitórios com 56m2 de área útil. O acesso a estes apartamentos, acontecerá pela passarela na nova torre. Para facilitar as novas instalações hidráulicas e elétricas nas unidades de habitação, serão confeccionadas novas lajes sobre as existentes, formando uma laje tipo caixão perdido. O antigo reboco de algumas paredes e fachada serão removidos, deixando os tijolos aparentes. Estes receberão resina acrílica para proteção.
Novos usos para edi cio existente
3
4 5
1
1 A
USO RESIDENCIAL USO COMERCIAL
A
2
6
8
7
11
7
10 9
1
2
3
7
7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
PASSARELA APARTAMENTO ESCADA ENCLAUSURADA ELEVADORES ESCADA DEPÓSITO SALAS COMERCIAIS CIRCULAÇÃO BANHEIRO ACESSÍVEL BANHEIRO SHAFT
5
35
0,2
Alteração de fachada do edi cio existente
CORTE AA
CORTE AA REMOVER REBOCO / MANTER TIJOLOS
ESTRUTURA METÁLICA + LAJE PRÉ MOLDADA + EPS
REMOVER ESQUADRIAS LAJE EXISTENTE PROJEÇÃO ESTRUTURA EM CONCRETO
LAJE EXISTENTE ALVENARIA A CONSTRUIR
PLANTA BAIXA APARTAMENTOS
ESTRUTURA METÁLICA LAJE PrÉ MOLDADA + EPS
36
1
2
3
5
ELEVAÇÃO 1
Passarela em estrutura metálica
DIAGRAMA
ESTRUTURA APOIADA VIGAS METÁLICAS
PERFIL ACABAMENTO EM L
PAREDE EDIFÍCIO EXISTENTE
EMPENA CONCRETO EDIFÍCIO NOVO
GUARDA-CORPO EM TUBOS METÁLICOS
ESTRUTURA CHUMABADA/ PARAFUSADA
37
Laje pré moldada + EPS Estrutura metálica Laje existente
detalhe ampliado
38
ELEVAÇÃO 2
10
11 3
11
10
11
2 1
10
9 4
5 8 7
6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
ESCADA ELEVADORES ESCADA ENCLAUSURADA CIRCULAÇÃO ESPAÇO MULTIUSO BANHEIRO BANHEIRO ACESSÍVEL COPA APARTAMENTO 2 DORMITÓRIOS PASSARELA APARTAMENTO TIPO
9 8
10 11
3
11
7 2 1
8
7
4
5
5
5 6
7
5
1 ESCADA 2 ELEVADORES 3 ESCADA ENCLAUSURADA 4 CIRCULAÇÃO 5 SALAS COMERCIAIS 6 BANHEIRO ACESSÍVEL 7 APARTAMENTO 2 DORMITÓRIOS 8 PASSARELA 9 ELEVADORES 10 SHAFT 11 APARTAMENTO TIPO
1 2 4 4 3
3
4
1 2 3 4
ELEVADORES SHAFT PASSARELA APARTAMENTO TIPO
Planta po . 9o ao 7o pavimento
1
2
3
5
1
2
3
4
5
6
S
16
1
15 14
7
8
S 13
12
11
10
9
2 4 5
3
3
7
6
7
1 2 3 4 5 6 7
ELEVADORES SHAFT PASSARELA SALÃO DE FESTAS LAVANDERIA COLETIVA ESPAÇO MULTIUSO VARANDA
Planta po . 10o p vimento
1
2
3
5
1
2
3
4
5
6
S
7
8
2
1
16
15 14
S 13
12
11
10
2
9
3
4
3
4
1 2 3 4
TORRE ELEVADORES TORRE ESCADA PASSARELA VARANDA
Planta cobertura
1
2
3
5
8 10 9 12 11
8
7
4
3 8 2
6
5
1
1 ACESSO PRÉDIO COMERCIAL 2 ESCADA 3 ELEVADORES 4 ESCADA ENCLAUSURADA 5 LOJA 6 ACESSO TORRES RESIDENCIAIS 7 TÉRREO 8 JARDIM 9 ELEVADORES 10 ESCADA ENCLAUSURADA 11 BICICLETÁRIO 12 SHAFT
A
3 3
4
5
6
S
7
8
S
12
5
11
6
10
7
9
8
9
4
10
13
11
3
12
2
S 13
15 14
15 14
1
16
16
1
S
B
2
A
Corte AA 1
2
3
5
B
Elevação 1 1
2
3
5
Elevação 2 1
2
3
5
Corte BB 1
2
3
5
Elevação 3
REFERÊNCIAS
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Referências CHOAY, Françoise. Alegoria do Patrimônio. Lisboa, Edições 70, 2010. FRÚGOLI JUNIOR, Heitor. São Paulo: espaços públicos e interação social. São Paulo: Marco Zero, 1995 LEFEBVRE, Henri (1968). O direito à cidade. Tradução Rubens Eduardo Farias. São Paulo, Centauro, 2011. MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses. A Cidade como bem cultural. IPHAN. 1978, p. 45 MONTEIRO, Ana Carla de Castro. Os Hotéis da Metrópole . Evolução e Historia dos hotéis na cidade de São Paulo. h p://correiogourmand.com.br/turismo_03_turismo_01_evolucao_historica_hoteis_sao_paulo.htm RUSKIN, John. A lâmpada da Memória [The Lamp of Memory]. tradução de DOURADO, Odete. Salvador: Pretextos (V.2) /PPGAU-UFBA, 1996. RUSKIN, John. John Ruskin e as Sete Lâmpada da Arquitetura – Algumas Repercussões no Brasil. [The Lamp of Memory] Tradução de PINHEIRO, Maria Lucia Bressan. Co a, SP: Ateliê Editorial, 2008. KARA, Beatriz José. Tese Doutorado: A Polarização do centro de São Paulo: um estudo de transformações ocorridas nos úl mos 20 anos. São Paulo. 2010 MARICATO, Ermínia. Habitação e Urbanismo; reabilitação do centro, in revista Construção, no 2336, São Paulo, nov.1992, p. 23-24 IPHAN - Ins tuto de Patrimônio Histórico e Ar s co Nacional. Cartas Patrimoniais. 2018. Disponível em: h p://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/226 ______. Carta de Atenas. 1931. Disponível em: 29 nov 2018 h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Atenas%201931.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018 ______. Carta de Atenas II. 1933. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Atenas%201933.pdf>. Acesso em: 04 nov 2018. ______. Carta de Veneza. 1964. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Veneza%201964.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018. ______. Compromisso de Brasília. 1970. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Compromisso%20de%20Brasilia%201970.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018. ______. Carta do Restauro. 1972. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20do%20Restauro%201972.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018. ______. Recomendações de Nairóbi. 1976. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Recomendacao%20de%20Nairobi%201976.pdf >. Acesso em: 29 nov 2018. ______. Declaração de Nairóbi. 1982. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Declaracao%20de%20Nairobi%201982.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018. ______. Carta de Washington. 1986. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Washington%201986.pdf>. Acesso em: 29nov 2018 ______. Declaração São Paulo. 1989. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Declaracao%20de%20Sao%20Paulo%201989.p df>. Acesso em: 29 nov 2018 ______. Recomendação Europa. 1995. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Recomendacao%20Europa%201995.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018 ______. Carta de Mar Del Plata. 1997. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20de%20Mar%20del%20Plata%201997.p df>. Acesso em: 29 nov 2018 ______. Cartagenas de Índias, Colômbia. 1999. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Cartagenas%20de%20I%CC%81ndias%20%20Colombia%201999.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018 ______. I Fórum Nacional do Patrimônio Cultural. 2010. Disponível em: <h p://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/I_Forum%20Nac%20Patrimonio%20Cultural%20 2009%20_Sintese%20Preliminar.pdf>. Acesso em: 29 nov 2018 ______. Projeto Nemausus. Disponível em: h p://www.jeannouvel.com/projets/nemausus/ Acesso em 16 mai 2019 ______. PIU setor Centro. Disponível em: h ps://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/urbanismo/spurbanismo/OCE_processoPar cipa vo_CE_NRP_1.pdf. Acesso em 16 mai 2019 ______. PIU setor Centro. Disponível em: h ps://minuta.gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/piu-setor-central/#/diagnos co
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Imagens FIGURA 1 h p://diale cacultural.blogspot.com/2012/12/caminhos-an gos-xx.html. Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 2 h p://bellearc.blogspot.hu/2012/11/nemausus-jean-nouvel.html. Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 3 h ps://i.pinimg.com/originals/41/64/7b/41647b5d9099bd2cd56103612c7a31c3.jpg Acesso em 28 maio 20149 FIGURA 4 h p://www.cronologiadourbanismo.u a.br/apresentacao.php?idVerbete=1554 Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 5 h ps://decora onlovers.files.wordpress.com/2014/07/last-shorehamstreet-office-sheffield-award-winner-design-architectlondon-uk-project-orange_450x675.png Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 6 h ps://www.archdaily.com/214007/shoreham-street-project-orange/50178c9628ba0d4431000242-shoreham-streetproject-orange-eleva on-01 Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 7h ps://www.archdaily.com/214007/shoreham-street-project-orange/50178c9828ba0d4431000243-shoreham-streetproject-orange-eleva on-02 Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 8h ps://www.archdaily.com/214007/shoreham-street-project-orange/50178c9a28ba0d4431000244-shoreham-streetproject-orange-eleva on-03 Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 9 h p://www.flickr.com/photos/luis186104/5359136899/sizes/o/in/photostream/ Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 10 h p://bellearc.blogspot.hu/2012/11/nemausus-jean-nouvel.html Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 11 Hilary French: Key Urban Housing of the Twen eth Century, Lawrence King Publishing, London, 2008, 122. O Acesso em 28 maio 2019 FIGURA 12 h ps://www.atlasofplaces.com/architecture/nemausus/ Acesso em 28 maio 2019
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