Ecovila - Moradia + Centro de educação ambiental e vivências | Giullia Aguiar Resende

Page 1

MORADIA + CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E VIVÊNCIAS



CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

Giullia Aguiar Resende

ECOVILA MORADIA + CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E VIVÊNCIAS

São Paulo 2019


Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Resende, Giullia Aguiar Ecovila Moradia + Centro de educação ambiental e vivências / Giullia Aguiar Resende - São Paulo (SP), 2019. 81 f.: il. color. Orientador(a): Ricardo Wagner Alves Martins Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019. 1. Ecovila 2. Bioconstrução 3. Permacultura 4. Projeto I. Martins, Ricardo Wagner Alves (Orient.) II. Título


GIULLIA AGUIAR RESENDE

ECOVILA MORADIA + CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E VIVÊNCIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel de Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins

São Paulo 2019


AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus pela dadiva da vida, aos meus avós, aos meus pais e as minhas irmãs pelo apoio, incentivo, amor, paciência, compreensão e por serem pessoas excepcionais. Aos meus amigos, pela amizade e pelo compartilhamento de conhecimento. A todos docentes que fizeram parte da minha formação, em especial ao professor Me. Fernando Claret Oliveira, a professora Draª Valéria Cássia dos Santos Fialho e ao meu professor orientador Me. Ricardo Wagner Alves Martins que me forneceram conhecimento e incentivo na minha formação acadêmica.


EPÍGRAFE “Há uma fartura no mundo para as necessidades do homem, mas não para a sua ganância.” Mahatma Gandhi


RESUMO

Este trabalho tem como proposta o desenvolvimento de um projeto de uma ecovila integrada a um centro de educação ambiental e vivências, inserida no meio urbano, que visa o máximo de autossuficiência utilizando materiais e recursos renováveis. A proposta deste trabalho se deu principalmente diante da crise ambiental que subsistimos. Os impactos ambientais gerados pela ação humana com o seu consumo inconsciente e descontrolado dos recursos naturais e a geração de altos níveis de poluição, afeta a capacidade regenerativa do planeta que não mais suporta o estilo de vida criado pela sociedade. Diante desse contexto instável surge a necessidade de um modelo positivo que demostre a viabilidade de um futuro sustentável, sendo assim as ecovilas surgem a partir do comprometimento com a busca de soluções práticas para promover a sustentabilidade. Como metodologia foi desenvolvida e utilizada base teórica, onde foi realizado o levantamento de dados para fundamentação. Dentro disso, foram utilizados estudos de referência, de caso e cursos práticos de bioconstrução e permacultura. Com base nos estudos e pesquisas, ao final é apresentado à proposta do projeto. Palavras chave: Ecovila; Bioconstrução; Permacultura; Projeto.


environmental education and experiences, inserted in the urban environment, which aims at maximum self-sufficiency using materials and renewable resources. The proposal of this work was mainly due to the environmental crisis that we have survived. The environmental impacts generated by human action with its unconscious and uncontrolled consumption of natural resources and the generation of high levels of pollution affect the regenerative capacity of the planet that no longer supports the lifestyle created by society. Faced with this unstable context, there is a need for a positive model that demonstrates the viability of a sustainable future, and ecovillages arise from the commitment to seek practical solutions to promote sustainability. As methodology was developed and used theoretical basis, where the data collection for the foundation was carried out. Within this, reference, case studies and practical courses of bioconstruction and permaculture were used. Based on the studies and research, the final is presented to the project proposal. Keywords: Ecovillage; Bioconstruction; Permaculture; Project.

ABSTRACT

This work proposes the development of a project of an ecovillage integrated to a center of


SUMÁRIO

1.

2. 1.1 Objetivo.................................

10

2.1 Histórico..............................

13

1.2 Justificativa..........................

10

2.2 Significado e definição.....

15

1.3 Metodologia.........................

12

2.3 Ecovilas no mundo..............

16

2.4 Diferença entre comunidades e condomínio ecológico..................................

17

6.1 IPEMA...................................

36

...............................................

75

5.

6. 5.1 Ecovila IPEC.........................

29

5.2 Ecovila Findhorn..................

32

5.3 The Sustainable City............

34

...................................................

74

9.


3.

4. 3.1 Origem.................................

18

4.1 Técnicas e materiais..........

22

3.2 Ética e princípios................

19

4.2 Água e esgoto..................

25

4.3 Gestão energética............

27

4.4 Compostagem..................

28

7.

8. 7.1 Localização do terreno........

39

8.1 Implantação.......................

48

7.2 Caracterização do entorno

40

8.2 Esquema de Infraestrutura

52

7.3 Caracterização o terreno...

41

8.3 Centro de educação

7.4 Levantamento fotográfico..

42

ambiental e vivências..............

60

7.5 Levantamento de dados.....

43

8.4 Moradias...........................

66

7.6 Público alvo.........................

44

7.7 Programa de necessidades

45

L ..................................................

78

................................................. 79


1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivo Proposta de um projeto de ecovila integrada a um centro de educação ambiental e vivências de forma a promover a conscientização e a capacitação nas áreas de permacultura, bioconstrução e atividades correlatas. Com a implantação da ecovila pretende-se: > Representar um modelo mais sustentável de assentamento humano para região onde será implantado o projeto; > Realizar ações na área de educação ambiental junto à comunidade local e visitantes, disseminando conhecimento, tendo como objetivo o crescimento sustentável da região como um todo; > Promover os vínculos de solidariedade e cooperação entre os moradores e visitantes; > Proporcionar aos moradores e visitantes um ambiente saudável, equilibrado em harmonia com a natureza local.

1.2 Justificativa A partir do crescimento da população mundial e de sua economia fundamentada no consumo dos recursos naturais, tratar do tema da sustentabilidade é fundamental, pois o modelo de cidade em que vivemos atualmente é um dos principais causadores da destruição ambiental,

o crescimento

urbano

desordenado gerou

áreas

urbanas

desconectadas e dependentes de energias não renováveis. Segundo a ONU, até 2027, aproximadamente 85% da população mundial habitarão as grandes cidades. É a demanda por produtos e serviços voltados a quem vive nas cidades que resulta na devastação do meio ambiente, na poluição em todos os níveis e na escassez de recursos naturais. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013, p.5)

10


Quando o assunto é sustentabilidade apesar da área da construção civil representar um dos setores mais importante na economia mundial, é o que mais causa impactos ambientais, pois consome 50% de todo recurso natural extraído da crosta terrestre, 40% da energia mundial, 40% de água (considerado todo ciclo produtivo), 25% de madeira das florestas e ainda é responsável por 50% das emissões de CO2 e enorme desperdício nos canteiros de obra que produz consequentemente entulho. (CAPELLO, 2013, p.97; GAUZIN-MÜLLER, 2011, p.14) Os recursos naturais são extraídos, utilizados e descartados muitas vezes de forma irresponsável, vivemos em uma sociedade do consumismo e do descarte, “enquanto os mais ricos exageram no consumo, os mais pobres sofrem de perto as consequências do desiquilíbrio ambiental” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013, p.13); isso reflete na sociedade com desigualdade social, no distanciamento entre as camadas sociais, na extrema valorização do consumo, no individualismo, desemprego e pobreza, que reforçam cada vez mais a atual crise socioambiental. Diante deste contexto instável existe a necessidade de modelos positivos que demostrem a possibilidade de uma alternativa sustentável, desta forma as ecovilas é uma escolha como organização comunitária que busca um estilo de vida de baixo impacto ambiental e que de acordo com Giuliana Capello: Em 1998, as ecovilas receberam um importante reconhecimento da Organização das Nações Unidas, que inclui oficialmente esse tipo de assentamento humano como uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável, consideradas, pela organização, modelos excelentes de vida sustentável. (CAPELLO, 2013, p.59)

As ecovilas estão ligadas também com a forma de conscientização ecológica sendo que o poder transformador ligado às atividades educacionais tem papel fundamental no processo de conscientização e consequentemente produção de mudança. Perante a necessidade de um modelo positivo de conscientização e pratica sustentável é que se insere este projeto.

11


1.3 Metodologia Em termos gerais, este trabalho classifica-se como exploratório, qualitativo, visando estudar e entender as ecovilas, as diversas técnicas de bioconstrução e os fundamentos da permacultura. O trabalho se fundamentou em pesquisas bibliográficas, sendo os principais autores consultados: Giuliana Capello, Gabriel De Mello Vianna Siqueira e Dominique Gauzin-Müller. Consequentemente foi realizado estudos de projetos de referências, estudos de caso e cursos práticos relacionados ao tema. As etapas para o desenvolvimento deste trabalho são: > Etapa 1: Pesquisas, revisão bibliográfica; > Etapa 2: Referências de projetos arquitetônicos; > Etapa 3: Realização de estudo de caso e cursos práticos de bioconstrução e permacultura; > Etapa 4: Definição do local a ser implantado o projeto, seguido de pesquisas de campo e levantamento de dados; > Etapa 5: Desenvolvimento do projeto de arquitetura; > Etapa 6: Conclusões – resultados e considerações finais.

12


2 ECOVILA

2.1 Histórico Com a Revolução industrial nos séculos XVIII e XIX houve o progresso e crescimento econômico, consequentemente o crescimento das cidades e da população, aumento do êxodo rural, aumento da desigualdade social, avanço dos impactos ambientais, entre outras consequências. Foi apenas a partir da década de 1960 que a questão ambiental chamou a atenção de cientistas e pesquisadores. (SIQUEIRA, 2012, p. 53, 55; site TodaMatéria, 2018) Conforme Giulianna Capello cita em seu livro o escritor Jonathan Dawson (DAWSON, 2006 apud CAPELLO, 2013, p. 47-48) “em meados dos anos 1970, a qualidade de vida no mundo industrializado passou a despencar em pesquisas que usavam as mais diversas metodologias”; como os governantes responderam de forma fraca a essa situação, abriu-se espaço para iniciativas informais da sociedade civil; e assim modelos de comunidades alternativas começaram a surgir, assim afirma Capello: As ecovilas são apenas um dos vários modelos modernos de comunidades “voluntárias” que surgiram, principalmente a partir da descrença ou desilusão nas promessas do mundo industrializado. (CAPELLO, 2013, p.46)

E conforme afirma ainda Giulianna Capello, a primeira “versão” de ecovilas teria surgido em 1970 na Europa. Uma primeira “versão” de ecovilas, batizada de cohousing, teria nascido ainda nos anos 1970, na Dinamarca, espalhando-se logo em seguida para a Suécia e para a Noruega e, tempos depois, para outros países europeus, chegando a atravessar oceanos em direção aos Estados Unidos, ao Canada e a Austrália. (CAPELLO, 2013, p.48)

Segundo Rebeca Roysen em sua dissertação, no mesmo ano de 1970 foi quando as primeiras comunidades intencionais começaram a surgir no Brasil. 13


As primeiras comunidades rurais alternativas criadas no Brasil surgiram a partir da década de 1970. Eram formadas por pessoas que acreditavam numa revolução cultural, isto é, [...] pela criação de novos valores e de uma nova cultura. Sua grande utopia era a construção de uma sociedade alternativa, de “paz e amor”. (ROYSEN, 2013, p.13)

Porém os motivos de criação de comunidades na Europa e na América do norte eram diferentes do Brasil, sendo os primeiros como uma tentativa de propor outro modelo de vida diante do desenvolvimento industrial, e como no Brasil a industrialização não tinha ocorrido por completo, o motivo estava mais ligado ao desejo de voltar ao meio rural e a vida comunitária, negando o estilo de vida urbano. (CAPELLO, 2013, p. 83) Sendo assim no final de 1960 e 1970 surgiram varias comunidades realizadas com propósitos distintos, sendo que não havia diretrizes para serem seguidas. Foi no inicio da década de 1990, que Ross e Hildur Jackson criadores da Gaia Trust (entidade de caridade fundada em 1987), decidiram apoiar pessoas e grupos que estavam vivendo de maneira sustentável. (SIQUEIRA, 2012, p.72, 75) E foi em 1991 a pedido de Ross e Hildur Jackson que os editores Robert e Diane Gilman publicaram o relatório

Ecovillages and Sustainable Communities, com a primeira definição de ecovila, e foi a partir disso que muitas comunidades se identificaram e começaram a se autodenominar ecovilas. (CAPELLO, 2013, p.55) Em 1995 ocorreu um encontro internacional chamado de Ecovilas e comunidades sustentáveis: modelos para o século XXI - realizado na Fundação Findhorn, comunidade localizada na Escócia, conforme afirma CAPELLO (2013, p.57) e ainda de acordo com a escritora: Um ano depois, na Conferencia do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN Habitat), em Istambul, foi lançada internacionalmente a rede Global de Ecovilas (Global Ecovillage Network, da sigla em inglês GEN), com três braços regionais: GEN-Europe, para atuar nos continentes europeu e africano; ENA (Rede de Ecovilas das Américas) e GENOA (Rede de Ecovilas para a Oceania e Ásia), cuja principal missão era ser uma confederação global de pessoas e comunidades que conhecem e compartilham suas ideias, realizam intercambio de tecnologias, desenvolvem trocas culturais e educacionais e se dedicam a restaurar a terra e a viver de maneira mais sustentável, procurando devolver ao meio ambiente mais do que elas retiram para manter suas atividades cotidianas. (CAPELLO, 2013, p.58)

14


E em 1998 as ecovilas receberam um significativo reconhecimento da ONU, conforme cita Siqueira (2012): Em 1998 a ecovila Lebensgarten, fundadora da GEN e sede administrativa da GEN – Europa, foi escolhida pelo Programa de Habitação das Nações Unidas (UN-HABITAT) uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável, por ter sido considerada um modelo de vida sustentável, enquanto a Ecovila Tlholego, da África do Sul, foi considerada uma boa prática pelos mesmos motivos (UN-HABITAT apud SIQUEIRA, 2012, p. 81).

Sendo assim, como é possível concluir, a iniciativa da criação de ecovilas surgiu em um período pósindustrial, em um contexto de crise global, sendo que as ecovilas não devem ser entendidas como um regresso ao tempo, e sim como uma possibilidade de reverter à separação das camadas sociais, culturais e as degradações ambientais, com uso de novas técnicas, tecnologias e novos níveis de consciência.

2.2 Significado e definição O significado da palavra eco-vila de acordo com Marina Silva no prefácio do livro Meio Ambiente & Ecovilas de Giuliana Capello, afirma ser: [...] ecologia é muito mais que o meio ambiente físico, significa a riqueza das relações sistêmicas da vida; vila é um agrupamento urbano que ainda se mantem na escala humana, comunitária. O nome é simples, como a proposta de vida que expressa. (CAPELLO, 2013, p.21)

A definição do que é uma ecovila, no guia de planejamentos de ecovilas, de Marcelo Bueno ([2013]): A Ecovila é um assentamento que busca a sustentabilidade em vários níveis, tanto energético como social, espiritual e cultural, é um planejamento de ocupação de uma área onde irão morar várias famílias com um mínimo de impacto ambiental possível e com convivência social e trabalhos comunitários. A ideia é criarmos vilas autossuficientes, gerando trabalho, conforto, vida social, saúde, educação, e com o mínimo impacto ambiental para isto. (BUENO, [2013?], p.6)

15


Em sua dissertação Gabriel Siqueira (2012), cita que em 1995 no encontro realizado na Fundação Findhorn, o termo ecovilas foi definido como: [...] comunidades urbanas ou rurais que se esforçam para integrar um ambiente social de apoio mútuo social com um estilo de vida de baixo impacto ambiental. Para alcançar isso, as ecovilas integram diversos aspectos de design ecológico, permacultura, bioconstrução, produção verde, energias alternativas e práticas de formação comunitária. (GEN apud SIQUEIRA, 2012, p. 80)

2.3 Ecovilas no mundo A Fellowship for Intentional Community (FIC) fundada em 1937, é uma organização sem fins lucrativos nos Estados Unidos, no seu site são cadastradas 677 ecovilas, sendo apenas 4 brasileiras. A Global Ecovillage Network (GEN), fundada em 1995, é uma instituição de caridade internacional na Escócia, composta por 5 redes regionais: CASA América Latina, GEN África, GEN Europa, GENNA América do Norte e GENOA Oceania + Ásia. No site estão registradas 168 ecovilas pelo mundo, sendo apenas 6 no Brasil. A ABRASCA - Associação Brasileira de Comunidades Autossustentáveis foi criada 1978, em 2010 estavam filiadas 50 comunidades, a associação é um meio que as comunidades têm de manter contato entre si, e anualmente é realizado o Encontro Nacional das Comunidades Alternativas (ENCA), a associação não possui presença institucional online. (CAPELLO, 2013, p.79; SIQUEIRA, 2015) De acordo com SIQUEIRA (2015), “é difícil estimar precisamente o número de ecovilas e comunidades existentes e ativas no mundo”, não são todas cadastradas nas associações e muitas delas não possuem presença online ativa. Porem no Brasil, segundo Capello (2013):

Estima-se que existam cerca de 80 ecovilas no país, sendo que parte delas são na verdade, centro de permacultura, pousadas de turismo ecológico, comunidades alternativas e projetos que desenvolvam atividades ligadas a educação ambiental, bioconstrução e agricultura familiar orgânica. (CAPELLO, 2013, p. 81-82)

16


2.4 Diferença entre ecovila, comunidades alternativas e condomínio ecológico Muitas vezes a palavra “ecovila” sofre colocações improprias de conceito no mercado imobiliário e na mídia para tirar proveito no marketing, muito se deve pelo prefixo “eco” que se tornou extremamente generalizado e utilizado muitas vezes de forma incorreta. E também ocorre o equivoco de comparação com outros tipos de comunidade e empreendimentos. As principais diferenças entre um condomínio ecológico e uma ecovila, é que enquanto um condomínio residencial apesar de ter boas intenções ecológicas, o empreendedor tem o intuito de obter lucro e a vizinhança é formada aleatoriamente com pessoas com estilos de vida diferentes; Já uma ecovila é desenvolvida a partir de iniciativa de um grupo de pessoas que participam do planejamento, do financiamento, muitas vezes das construções e vivem em comunidade com ideais semelhantes. (CAPELLO, 2013, p. 65) As comunidades alternativas são conhecidas por adotar uma visão de regresso ao passado e aversão às novas tecnologias, enquanto as ecovilas, que também são conhecidas como comunidades sustentáveis, têm uma concepção voltada para crise socioambiental atual e procura soluções praticas com técnicas e tecnologias atuais. (SIQUEIRA, 2015)

17


3 PERMACULTURA

3.1 Origem A atividade da Permacultura está normalmente presente nas ecovilas, por isso neste capitulo será abordado uma breve introdução sobre o tema. A Permacultura foi criada por Bill Mollison e David Holmgren, na década de 70 na Austrália, o termo é derivado das palavras “Permanent Agriculture” que significa agricultura permanente, visto que inicialmente a Permacultura tratava-se apenas da agricultura, pois os criadores acreditavam que sem uma base agrícola permanente que produz alimentos sem causar destruição e impacto nos ecossistemas, não seria possível haver uma sociedade permanente. Assim os idealizadores Mollison e David realizaram um primeiro livro semanal que se tratava de meios de planejamento para suprir necessidades humanas em harmonia com a paisagem, tornando um sucesso imediato entre simpatizantes e ativistas no mundo todo. (IPOEMA, 2016, p.13-14) O conceito da Permacultura logo evoluiu e foram agregadas novas vertentes para um modelo de ocupação completo mais eficiente, e assim incluiu formas conscientes de habitação, uso racional de recursos naturais, geração mínima de resíduos, modelos socioeconômicos

alternativos,

formas

de

educação

e

aprendizagem,

cultura,

espiritualidade, etc. Ou seja, todas as áreas que o ser humano tem atividade. (REIS; BRITTO; ANTUNES, 2018, p.5) E assim o termo passou a significar Cultura Permanente, a definição de Permacultura passou a ser inúmera, porem todas unidas entre si, entre elas estão: É uma filosofia, uma ética e uma pratica direcionada para criação de abundancia e qualidade de vida sem prejuízo ambiental nem exploração social. [...] É um sistema de planejamento, projeto e design de propriedades e de comunidades sustentáveis e produtivas. (IPOEMA, 2016, p.14-15)

18


3.2 Ética e princípios A flor da Permacultura foi criada em 2007 por Mollisson e Holmgren de forma a reunir o conhecimento da Permacultura, sendo assim, conforme a figura 1, no meio da flor é os três princípios éticos, as sete pétalas são as áreas de atuação e saberes do ser humano e em volta da flor são os doze princípios de design. Os três princípios éticos são: 1. Cuidado com

Significa

o planeta

conservar, potencializar e trabalhar a favor da natureza de forma responsável.

2. Cuidado com

Ter respeito,

as pessoas

cuidado e cultivar relações saudáveis com o próximo e consigo mesmo.

3. Distribuição

Partilhar os

de excedentes

excedentes com outros indivíduos, não acumular e não gerar

Figura 1 - Flor da Permacultura Fonte: FONTENELE, 2012

desperdício.

19


Os sete campos de atuação e saberes são: > 1. Espaço construído: aproveitamento de recursos naturais e autonomia para realização de construções. > 2. Ferramentas e tecnologia: reuso e reciclagem, utilização de ferramentas e habilidades tradicionais e tecnologias para construção e geração de eletricidade, combustível e calor. > 3. Cultura e educação: estudo em casa, aprendizado de arte, música e ecologia social. > 4. Saúde e bem-estar espiritual: cuidado com o corpo e mente através de exercícios, valores espirituais, culturais e medicina holística. > 5. Economia e finanças: uso de moeda local, conexão entre produtores e consumidores, trocas por trabalho voluntário, etc. > 6. Posse da terra e comunidade: vivência em comunidade, compartilhamento do uso da propriedade, compartilhamento de conhecimento e consenso de decisões. > 7. Manejo da terra e da natureza: uso consciente da terra para plantação e criação de animais. (IPOEMA, 2016, p.23-27; KYLSTRA; TELFORD, [200-?]) Os doze princípios de design são: 1. Observe e

Observar o que a

2. Capte e

Captar recursos

3. Obtenha

Ter certeza de

interaja

natureza do local

armazene

naturais em

rendimento

um rendimento

tem a oferecer e

energia

abundancia em

útil com o

usufruir de forma

determinados

resultado de

consciente.

períodos e

trabalho

armazenar para

realizado.

tempos de escassez.

20


4. Pratique a

Encorajar outras

5. Use e

Aproveitar a

6. Não

Valorizar e

auto regulação pessoas a praticar

valorize os

natureza de forma

produza

utilizar recursos

e obtenha

atividades corretas e

recursos

consciente e reduzir

desperdício

sem causar

feedback

receber retorno

renováveis

hábitos consumistas

positivo para todos.

desperdício.

e uso de recursos não renováveis

7. Design a

Observar os padrões

8. Integrar ao

Trabalhar em

9. Use

Realizar sistemas

partir dos

da natureza e

invés de

conjunto e unir

soluções

pequenos e

padrões para

assumir eles como

segregar

forças para o

pequenas e

lentos por serem

se chegar aos

norteadores de

trabalho ser mais

lentas

mais fáceis de

detalhes

design, sendo os

fácil e gratificante.

manter e ter

detalhes

melhor uso dos

preenchidos ao

recursos naturais

longo do tempo.

locais.

10. Use e

Utilizar diferentes

11. Use as

Utilizar as vantagens

12. Use

Realizar projetos

valorize a

fontes para obter

bordas e

das interfaces dos

criatividade

e ações

biodiversidade

resultados

valorize os

elementos, ou seja,

e responda

pensando no

semelhantes,

elementos

perceber a

as mudanças

futuro e se

reduzindo a

marginais

vantagem na junção

adequando

de elementos.

sempre as

possibilidade de escassez de uma

mudanças.

fonte. Tabela 1 – Princípios de design da Permacultura Fonte: Autoria própria, 2019

21


4 BIOCONSTRUÇÃO

Para as ecovilas alcançarem um estilo de vida ecológico a pratica da bioconstrução é essencial para a realização de suas construções. A bioconstrução também esta presente em um dos sete campos de atuação e saberes da Permacultura no espaço construído, conforme mencionado no capítulo anterior. A bioconstrução é um conjunto de técnicas e métodos de construção que busca o respeito pela natureza, à preocupação ecológica está ligada desde o planejamento a construção até a sua ocupação, consiste em reduzir ao máximo modificações na paisagem, levar em consideração o clima da região de implantação do projeto, o relevo, os materiais disponíveis ao redor, as técnicas de construção adequadas, o aproveitamento ao máximo de recursos naturais como o sol e o vento e o tratamento adequado dos resíduos naturais durante e após a ocupação, todas as etapas sempre procurando o baixo impacto ambiental. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p.9-10)

4.1 Técnicas e materiais COB COB que em inglês significa “maçaroca” é uma técnica muito antiga, utilizada bastante na Europa, consiste em uma massa feita de argila, areia, palha e água, onde após mistura são realizadas bolas que são empilhadas formando a parede. Apresenta grandes vantagens por instigar a imaginação e ser possível realizar casas com formato circular ou arredondado, assim como estruturas de moveis, lareira, escadas, etc. (CAPELLO, 2013, p.129)

22

Figura 2 - Casa de COB Fonte: ICasasEcologicas, 2012


Pau a pique A técnica de pau a pique ou como também é conhecida taipa de mão, é uma das técnicas mais difundida no Brasil e consiste na realização de uma estrutura de madeira para dar apoio a uma trama feita de bambu ou galhos finos, onde a trama recebe uma “massa” feita de barro e palha. Apresenta vantagem de instalação de garrafas para iluminação e a desvantagem que dependendo da trama a parede apresenta menor espessura resultando em menos conforto Figura 3 - Parede de pau a pique Fonte: ORegionalOnline, 2018

térmico, acústico e resistência. (REIS; BRITTO; ANTUNES, 2018, p.13-15) Cord Wood CordWood ou também conhecida como parede de toquinhos, é ótima como opção de aproveitamento de pedaços de madeira que sobram de construções. Para realização da parede as toras devem estar com o mesmo comprimento, a massa é feita com argila, cal, areia, serragem fermentada, água e 5% de cimento. A forma de aplicação é semelhante à técnica de COB, só que é

Figura 4 - Paredes de CordWood Fonte: DouradosNews, 2018

acrescentada às toras a montagem. Apresenta vantagens de estética e parede resistente. (CAPELLO, 2013, p.129-130) Bambu O bambu é um recurso natural, rapidamente renovável, abundante na terra e que apresenta infinitas utilidades na arquitetura como função estrutural, cobertura até realização de móveis por ele ser resistente e flexível. Para sua utilização é necessário que seja cortado no período e de forma correta, é necessário fazer a preparação e a secagem dos troncos logo após, e

Figura 5 – Yurt de bambu Fonte: Instituto Arca Verde, 2011

dependendo da aplicação na construção à proteção contra insetos e o apodrecimento através de líquido protetor. (LENGEN, 2014, p.334-339) 23


Adobe O tijolo de adobe é uma das técnicas construtiva mais antiga, e consiste na mistura de areia, argila, palha e água, essa mistura é colocada em uma forma, depois desformada e deixada secar naturalmente. Apresenta grandes vantagens por não utilizar cimento, não gastar combustível por não ser necessária a queima do tijolo, ser uma técnica autoportante, ter excelente conforto térmico e o assentamento dos tijolos podem ser feito com massa de pau a pique. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p.27)

Figura 6 - Produção de tijolos de adobe Fonte: Redação assim que faz, 2017

Tijolo de solo cimento O tijolo de solo cimento, também conhecido como bloco de terra comprimida, consiste na mistura de terra e cimento – traço de 1:10, umedecido com água e prensado. Não é necessário queima como os tijolos comuns, como o assentamento é por encaixe o rejunte pode ser dispensado e a técnica pode ser realizada no canteiro de obra com matéria prima local dispensando transporte, assim poupando o custo econômico e ambiental. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p.36)

Figura 7 - Tijolos de solo cimento Fonte: RevistaGeraçãoSustentável, 2014

Reboco natural O reboco natural é feito de terra peneirada hidratada com água, que fica com consistência de lama e sua aplicação é realizada com a palma da mão e com o auxilio de uma espátula. Para aumentar plasticidade da massa, melhorar trabalhabilidade e reduzir trincamentos pode-se agregar esterco de vaca ou de cavalo fermentadas, papa de farinha, aveia ou polvilho. Para aumentar impermeabilização pode-se usar mucilagem de cacto, terra de cupinzeiro ou óleo de linhaça aquecido. (REIS; BRITTO; ANTUNES, 2018, p.23) 24

Figura 8 - Reboco de terra Fonte: ArcaTerraBlog, 2016


Tinta com terra As tintas são realizadas com terra peneirada, sendo possível utilizar terras de diferentes tonalidades e cola de PVA. Para aumentar a variedade de cor pode ser acrescentado pigmentos a base de oxido de ferro. Diferente das tintas convencionais que em sua composição possuem insumos altamente poluentes, Figura 9 - Tinta de terra Fonte: Rodrigo Sargaço/EPTV, 2013

as tintas à base de terra são naturais. (REIS; BRITTO; ANTUNES, 2018, p.23)

Telhado verde O telhado verde é realizado sobre uma cobertura impermeabilizada, que recebe uma lona plástica grossa, uma manta de bidim para segurar as raízes das plantas, uma camada de terra adubada e plantas adequadas ao clima da região de implantação. Apresenta muitas vantagens por ter excelente conforto térmico e acústico, atrai a fauna e aumenta vegetação, ajuda no combate de Figura 10 - Telhado verde Fonte: ParquesSustentáveisBlog, 2010

ilhas de calor nas cidades, melhora a qualidade do ar e facilita a capitação de água de chuva. (CAPELLO, 2013, p.131-132)

4.2 Água e esgoto Living Machine A estação de tratamento ecológico de esgoto funciona com tanques agrupados que contem ecossistemas diversos como peixes, plantas, algas, bactérias e micróbios, além de biofiltros, que purificam a água que pode ser descartada ou reutilizada sem riscos as pessoas ou ao meio ambiente. Apresenta grande vantagem por não utilizar produtos químicos e tem custo relativamente barato. Figura 11 - Living Machine ecovila de Findhorn Fonte: VovoZenBlog, 2016

(CAPELLO, 2013, p.138) 25


Wetland O sistema Wetland purifica água e pode ser utilizado tanto para águas escuras como cinzas, porém é necessário que a água residual passe primeiro por uma caixa de gordura e pela fossa séptica. Depois a água residual passa por um tanque anaeróbico, em seguida pela zona de raízes com brita e no final é utilizada em um lago de macrófitas. Apresenta vantagem por ser extremamente eficiente na purificação da água, baixo custo e simples para ser implantado. (REIS; BRITTO; ANTUNES, 2018, p.32)

Figura 12 - Wetland construido Fonte: PlanetarerpBlog, 2016

Bacia de Evapotranspiração Sistema de tratamento de águas escuras, que faz o aproveitamento da água e dos nutrientes presentes no esgoto. Consiste na execução de uma “caixa” impermeabilizada enterrada, um compartimento central de pneus que recebem o esgoto inicial, camadas filtrantes e área de plantação de plantas adaptadas a condições de encharcamento, é mais comum utilizar bananeiras pela espécie evapotranspirar cerca de 110L de água por dia. (REIS; BRITTO; ANTUNES, 2018, p.32)

Figura 13 – Bacia de evatranspiração (BET) Fonte: OTSS, [2018?]

Captação de água da chuva A água de chuva pode ser aproveitada por meio de canais de infiltração, fazendo com que a terra absorva água durante mais tempo – ideal próximo de hortas. Também pode ser coleta através de calhas instaladas em telhados, essa água passa por um filtro para eliminar impurezas, é armazenada em reservatório e pode ser purificada através de cloração ou filtragem por carvão ativo, etc. A água de chuva pode ser utilizada para fins não potáveis. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p.51) 26

Figura 14 - Captação de água da chuva Fonte: Ufpa.br, 2014


Banheiro seco O banheiro seco como o próprio nome sugere, não utiliza água, existem vários modelos, mas basicamente são realizados dois reservatórios – enquanto um é utilizado o outro permanece fechado. No reservatório se acumula matéria fecal, urina e matéria seca como serragem e folhas que evita mau cheiro e acelera o processo de compostagem. Depois de cheio o reservatório é fechado e esperase entorno de seis meses até que o material vire adubo pela ação de Figura 15 - Banheiro seco Fonte: GaiaSustentável.net, 2015

organismos termofílicos. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2008, p.54)

4.3 Gestão energética Energia solar As placas fotovoltaicas possuem silício que é capaz de captar os fótons da radiação solar e a partir de uma reação é produzida energia elétrica, a energia pode ser usada diretamente ou armazenada em baterias. O tamanho da placa e a incidência de sol determina a quantidade de energia elétrica. A vantagem é que essa tecnologia fornece energia limpa e devido o crescimento no mercado Figura 16 - Placas fotovoltaicas Fonte: BlogCidadeJardim, 2016

fotovoltaico o custo tem caído cerca de 5% ao ano. (BUENO, [2013?], p.56-57) Aquecimento da água O aquecimento da água pode ser realizado por energia solar, por meio de placas coletoras solares que absorvem a radiação solar, esse calor é transmitido para água que circula no interior por tubulações de cobre e essa água é armazenada em um reservatório térmico (Boiler). (BUENO, [2013?], p.58-59)

Figura 17 - Aquecedor solar Fonte: Soletrol, 2018

27


Energia eólica residencial A energia eólica é um processo que transforma energia cinética em energia elétrica, pode ser optado por um sistema que armazena a energia em baterias ou que entrega a energia diretamente para rede elétrica. Sua aplicação é mais adequada para iluminação e equipamentos de baixo consumo de energia. Apresenta muitas vantagens por não gerar resíduo, ser uma fonte de energia inesgotável, além de ser uma fonte barata de energia considerado investimento a longo prazo. (EcoCasa, 2016)

Figura 18 - Energia eólica residencial Fonte: Mother Earth News, ([200?])

4.4 Compostagem Minhocário A compostagem pode ser realizada com resto de alimentos, folhas, serragem e esterco, misturados na terra. É um processo natural em que micro-organismos são responsáveis pela degradação da matéria e transformação em húmus, resultando um material muito rico em nutrientes e muito fértil podendo ser utilizado em hortas e jardins. Minhocas californianas podem ser utilizadas para acelerar a compostagem orgânica. (EQUIPE ECYCLE, [2014?])

28

Figura 19 - Minhocários IPEMA Fonte: Autoria própria, 2018


5 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

5.1 Ecovila IPEC Ecocentro IPEC – Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado Localização: Pirenópolis – Goiás Ano de fundação: 1998 Área: 25 hectares Número de moradores: 9 pessoas Subsistência: cursos, visitas, hospedagem, consultoria e loja física e virtual A ecovila IPEC é a maior do Brasil, é um centro de desenvolvimento de pesquisas e aprendizado de vida sustentável associada à permacultura, com algumas unidades de habitação e hospedagem. O Ecocentro é referencia nacional e internacional para o estudo e viabilização das práticas de permacultura e da bioconstrução. Construções As construção da ecovila foram construídas por alunos, colaboradores e moradores, entre as técnicas utilizadas estão o adobe, o COB, o tijolo armado e superadobe.

Figura 20 – Cozinha industrial no IPEC construída Fonte: ecocentro.org, [201-?]

Figura 21 – Centro Bill Mollison, construído com tijolos Fonte: ecocentro.org, [201-?]

29


01. Recepção e administração 02. Praça de ferrocimento 03. Sanitário com água 04. Galinheiro | 05.Agrofloresta 06. Museu da terra 07. Horta das borboletas 08. Biorremediação 09. Cozinha industrial e restaurante 10. Praça de alimentação 

11. Captação e armazenamento água da chuva

Acesso automóveis

12. Casa mãe - Hostel 13. Minhocário | 14. Sanitário compostável 15. Chuveiro e aquecedor solar 16. Casa de madeira | 17. Casa do mel 18. Anfiteatro da Mangueira | 19. Açude 20. Casa de COB 21. Casa de fardo de palha 22. Acomodações | 23. Horta do sol 24. Labirinto de ervas | 25. Ecobar 26. Aquaponia, viveiro e compostagem 27. Praça do amor | 28. Rouparia 29. Biblioteca e sala de vídeo 30. Hostel Ecoversitário

Acesso automóveis

31. Domo geodésico 32. Cozinha Ecoversitária 33. Centro Bill Mollison 

Acesso principal pedestre

34. Toca do Tatu 35. Centro Audiovisual 36. Atelier 37. Parquinho

Figura 22 – Mapa do Ecocentro IPEC Fonte: ecocentro.org, [201-?]

30

38. Centro de energias renováveis 39. Loja e café


Gestão energética A geração de energia elétrica é realizada por painéis solares e o aquecimento da água por aquecedores solar de baixo custo (ASBC), “o ASBC consiste em um conjunto de placas de pvc ou polipropileno pelas quais a água passa e é aquecida, ficando então armazenada numa caixa termicamente isolada.” (ECOCENTRO IPEC, [201-?]) Figura 23 – Aquecedor solar de baixo custo em chuveiros coletivos no IPEC Fonte: ecocentro.org, [201-?]

Água e esgoto As águas das chuvas são captadas pelos telhados das construções e direcionadas para cisternas. No IPEC são utilizadas cisternas de fibrocimento (gaiola de ferro formada por tela de armação, tela de viveiro de pássaros recoberta com camadas de massa de cimento) para armazenar água para os períodos de seca no cerrado. Além de drenagem por meio de valas de infiltração vegetadas que criam faixas de umidade importantes para agricultura.

Figura 24 – Cisterna de ferrocimento Fonte: ecocentro.org, [201-?]

O tratamento de esgoto de águas cinza é realizado por camas de tratamento biológico – consiste no tratamento por tanques com plantas filtrantes – e tratamento biolítico – que consiste no tratamento da água por meio de um filtro biológico. Além dos sanitários comportáveis cujos dejetos são tratados por compostagem e transformados em adubo. Produção de alimento Os alimentos como frutas, hortaliças, legumes, entre outros, são adquiridos de produtores locais para auxiliar na sustentabilidade local.

Figura 25 – Sanitário seco Fonte: ecocentro.org, [201-?]

31


5.2 Ecovila Findhorn

Geradores  energia eólica

Fundação Findhorn Localização: Baía de Findhorn, norte da Escócia

Residências

Ano de fundação: 1962 Número de moradores: cerca de 250 pessoas Subsistência: 60 tipos de negócios que vão de editora de livros a

Escola

hospedarias A ecovila Findhorn é pioneira no conceito de ecovilas e

Centro comunitário

possui o titulo de melhor prática de assentamento humano no mundo, dado pelas Nações Unidas. A ecovila caracteriza-se por ser uma comunidade espiritual, um centro de educação holística que

Entrada 

Parque 

busca trabalhar com outras organizações e indivíduos. Workshops e cursos são ministrados no local que recebe anualmente milhares de visitantes.

Figura 26 – Mapa da Ecovila Findhorn Fonte: Rohit Dabas, 2016

Construções A ecovila possui 61 construções ecológicas, feitas de materiais naturais e não tóxicos algumas com pneus reciclados. As construções aplicam a técnica de “parede que respira”, que controla a troca de ar e vapor do ambiente interno com o externo. Pela existência de cozinhas e lavanderias compartilhadas as residências eliminam a existência de muitas paredes. As estruturas são em madeira modulada, de fácil construção.

32

Figura 27 – Residências da Ecovila Findhorn Fonte: Irenicrhonda/Flickr, 2014

Máquina viva


Algumas residências são de materiais reutilizados como madeira de barris de whisky. Tintas naturais e conservantes orgânicos para as paredes são utilizados e nos telhados são utilizadas telhas naturais de argila. Nos pisos e rodapés são usadas pedras encontradas na região. Gestão energética Os edifícios são projetados para a correta orientação em relação a luz Figura 28 – Residências de barril da Ecovila Findhorn Fonte: Fundação Findhorn, [201-?]

solar e proteção térmica. São utilizados painéis solares para aquecimento da água domestica e um sistema distrital de aquecimento a gás complementa o sistema. Quatro turbinas eólicas com capacidade total de 750kW fornecem energia para a comunidade. Água e esgoto A

Findhorn

possui

uma

estação

de

tratamento

de

esgoto

ecologicamente projetada e desenvolvida por eles, sendo a máquina Figura 29 – Centro de artes da Ecovila Findhorn Fonte: Fundação Findhorn, [201-?]

viva, Biomatrix e sistemas de remediação. O esgoto é tratado em uma série de tanques com comunidades diversas de bactérias, algas, microrganismos, plantas, caracóis, peixes e biofiltros. Em todo o processo não se utiliza produtos químicos e o sistema é relativamente de baixo custo. Produção de alimento A produção é realizada em 25 acres com produtos orgânicos e

Figura 30 – Living Machine da Ecovila Findhorn Fonte: Fundação Findhorn, [201-?]

biodinâmicos, os produtos servem não apenas a comunidade, mas toda região.

33


5.3 The Sustainable City Localização: Dubai - Emirados Árabes Unidos Ano de fundação: 2015 Área: 5,000,000 m² Número de moradores: 2,700 pessoas – 500 residências 

Estacionamento

A cidade sustentável é um empreendimento mobiliário que

Parque verde central

inclui residências, apartamentos e áreas de uso misto com 

escritórios, lojas, estabelecimentos de saúde, creches e lojas de

Residências

alimentos. A segunda etapa do projeto que ainda esta sendo realizada conta com hotel, escola e centro de inovação. O objetivo da cidade é ter ‘net zero’, ou seja, tornar uma cidade

Zona arbórea

autossustentável energeticamente.

Vila – autismo

Escola

Construções A cidade sustentável contém 500 residências agrupadas em cinco aglomerados, são três tipos residenciais variando de 318 a 507 m² com opções de 3 a 4 quartos. A orientação das vilas é para o 

norte para receber muita sombra e evitar o sol, consequentemente não precisar do uso excessivo do aparelho de ar condicionado. As

Plaza

residências tem pintura refletiva uv que desvia a luz solar e reduz

Centro inovação

calor térmico. 

Entrada

Figura 31 – Implantação Sustainable City Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?]

34


Gestão energética Na cidade sustentável o estacionamento conta com placas solares fotovoltaicas que alimenta a iluminação pública, os espaços de serviços e os espaços mistos e abastece as estações de carregamento para carros elétricos. As coberturas das habitações também contam com painéis solares fotovoltaicos e de aquecimento de água.

Figura 32 – Residência na cidade sustentável Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?]

Água e esgoto A reciclagem de águas residuais é realizada com drenagem segregada para águas cinzentas e água negra, o tratamento é feito sob o solo, então é encaminhado para o lago onde possui papiro que age como biofiltro e então essa água é bombeada, a água reciclada é utilizada na irrigação do paisagismo ornamental e produtivo. Produção de alimento É realizado o cultivo de frutas e vegetais ao longo do parque central

Figura 33 – Estacionamento com placas solares Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?]

espinha verde e em 11 estufas que são ‘biodome’ com capacidade total de mais de 3.000 m² para a agricultura urbana.

Figura 34 – Biodomes no parque central Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?]

35


6 ESTUDO DE CASO

IPEMA - Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica Localização: Rua Beira Rio, nº 43, bairro do Corcovado, em Ubatuba/SP Ano de fundação: 1999 - começou a funcionar em 2003 Área: 60 hectares, sendo uma parte de Área de Preservação Permanente – APP Subsistência: cursos, visitas e consultoria O IPEMA é uma Organização não Governamental que tem como missão praticar e disseminar a permacultura e a agroecologia, contribuindo com a formação de pessoas e comunidades para a sustentabilidade da Mata Atlântica. A iniciativa da formação da comunidade surgiu com a união de oito amigos que tinham intenções semelhantes, as primeiras construções realizadas foram o refeitório que continha um alojamento no mezanino e a construção da sala de aula, em 2003 se deu inicio as atividades e em 2004 se institucionalizou como ONG. Atualmente a ecovila esta passando por mudanças de residentes e atividades, apenas uma família reside no local e cinco pessoas trabalham ativamente no centro educacional. O Instituto tem duas linhas de atuação, o Centro Experimental e Educacional de Permacultura – CEEP, que funciona na sede da ONG e oferece cursos, visitações monitoradas, programas especiais para grupos, imersões e vivências para a conscientização e capacitação de pessoas nas áreas de permacultura, ecovilas, bioconstrução e atividades correlatas, sendo que as atividades são realizadas de maneira a estimular a discussão e o debate, na busca de soluções criativas, originais e apropriadas aos problemas sociais, econômicos, ambientais e de políticas públicas. E a outra linha é o desenvolvimento de projetos e programas, como o Projeto Juçara, que eles trabalham junto às comunidades tradicionais quilombola, caiçara e indígena, com a proposta de consolidar os arranjos produtivos da sócio biodiversidade.

36


Localizado em meio à natureza, o IPEMA é uma estação de difusão das técnicas permaculturais, além de ser propício para a reflexão do modelo atual da sociedade. Nas

edificações

são

utilizadas

técnicas

de

bioconstrução e a produção de alimentos é baseada em agrofloresta e jardins comestíveis multifuncionais. Todos os resíduos produzidos no local são triados, reutilizados, reciclados e compostados em minhocários para a produção de adubo. Antes o sistema de geração de energia era independente da rede convencional por meio de um sistema de microturbina hidroelétrica, porém há dois anos foi ligada a rede convencional, pois houve a quebra do inversor. A água é tratada de forma ecológica, retornando para o ambiente pronta para o reuso e abastecimento do lençol freático – tratamento biológico, sem contaminantes; é feito a captação e reuso da água da chuva por meio de cisternas, o aquecimento da água do banho é realizado por serpentina – banheiro próximo da cozinha, e o aquecimento da água do alojamento é por queima de serragem - material descartado em larga escala pelas serrarias locais - em um forno. Figura 35 - Mapa de localização das edificações no IPEMA

Fonte: Autoria própria

Em relação à infraestrutura do Centro Experimental e Educacional de Permacultura, há três alojamentos, mas apenas um em uso atualmente, sendo os banheiros da parte térrea e os três quartos com beliches na parte superior, o escritório sem uso atualmente, o salão de eventos que é utilizado para aulas e a cozinha e refeitório. 37


Todos moradores da ecovila tem seu lote individual onde constroem suas casas com técnicas de bioconstrução, com ajuda de voluntários e estudantes dos cursos do CEEP.

Figura 36 - Salão de eventos realizado com estrutura de madeira, pau a pique, vidros, garrafas, etc Fonte: Autoria própria (2018)

Figura 38 - Alojamento 3 realizado com técnica de bioconstrução: estrutura de madeira, pau a pique, pedras, painel de serragem, etc Fonte: Autoria própria (2018)

38

Figura 37 – Alojamento 2 sem uso, realizado com estrutura de madeira, pau a pique, ripas de madeira, telha tretapak, etc Fonte: Autoria própria (2018)

Figura 39 - Cozinha e refeitório realizado com estrutura de madeira com telha tretapak, com cisterna de captação de água da chuva Fonte: Autoria própria (2018)

Figura 40 – Residência sendo realizada com técnica de bioconstrução: rolo de palha, pau a pique, garrafas, hiperadobe, etc Fonte: Autoria própria (2018)


7 ESTUDO DA PROPOSTA

7.1 Localização do terreno O terreno escolhido localiza-se no município de Mogi das Cruzes, a cerca de 50 km de São Paulo, na Rodovia Professor Alfredo Rolim de Moura, nº51 - Vila Partenio. No terreno na década de 90 funcionava o clube Armênia Tênis que exerceu suas atividades por um tempo, mas acabou decretando falência e encerrando suas atividades em 2011. Por isso atualmente ainda existe restos de construção em ruinas.

Figura 41 - Localização do terreno Fonte: Abreu (2006); Google Maps (2018); (imagem editada)

39


7.2 Caracterização do entorno O terreno localiza-se em uma área privilegiada na cidade de Mogi das Cruzes pela proximidade de serviços de transporte público e comércios. No entorno do terreno há uma predominância de área residencial, muitos comércios diversificados como shopping, supermercado, loja de material de construção, comércios alimentícios, entre outros; além disso, há instituições de ensino fundamental, médio, técnico e superior. A 1,6 km do terreno localiza-se a estação estudantes da linha 11 coral da CPTM, próximo da estação o terminal de ônibus estudantes e o terminal rodoviário Geraldo Scavone que conta com rotas estaduais e interestaduais de São Paulo. Além disso, no centro de Mogi das Cruzes localiza-se a estação Mogi das Cruzes e o terminal de ônibus Central. Sendo assim o terreno foi escolhido por estar em uma área urbana próxima de transporte público e do público alvo do projeto. 

Estação Estudantes 

Rio Tietê

Terreno

Estação Mogi das Cruzes

Centro

40

-

Linha Coral 11 CPTM Linha Férrea Prefeitura Hospital/Posto de saúde

-

Terminal de ônibus

Rodoviária

-

Universidade

-

Instituição de ensino

-

Supermercado

-

Shopping

Figura 42- Mapa de infraestrutura e uso do solo Fonte: Google Maps, 2018 (imagem editada)


7.3 Caracterização do terreno O terreno contem área total de 28.650,00m²² e tem topografia com declive de 5 metros. O lote está situado em um local movimentado, as principais fontes de ruído são da rodovia na frente do terreno que tem fluxo intenso nos dois sentidos, e ao fundo do terreno, que tem a linha férrea para trens de carga, pertencente à empresa MRS – Logística.

177,95

152,60 212,15

Vento predominante Leste Acumulo água da chuva Ruina antiga construção

Ponto de ônibus

Fonte de ruído

Figura 43 - Localização do terreno com estudos Fonte: Google Maps, 2018 (imagem editada)

41


7.4 Levantamento fotogrรกfico do terreno

Figura 44 - Vistas do terreno Fonte: Autoria prรณpria (2018)

42


7.5 Levantamento de dados zoneamento O terreno está localizado na zona de dinamização urbana – 1 (ZDU–1) permite usos diversificados de pequeno, médio e grande porte e induz diversidade de atividades. Sendo assim segundo tabela do zoneamento é permitido atividade multirresidencial, comercio de pequeno porte, e instituição de ensino de baixo fluxo conforme será realizado no projeto da ecovila. Segundo parâmetros legais devem ser respeitados: T.O: 60%; C.A mínimo de 2,5; C.A máxima de 3; Taxa de permeabilidade de 20%; Gabarito sem limite; e recuos de 5 de frente, 1,5 de laterais e 2 de fundo. Na parte de trás do terreno situa-se o Rio Tietê que corta o município de Mogi das Cruzes de leste a oeste, sendo assim é uma área de zona de área de proteção ambiental da várzea do Rio Tietê (ZUC-2).

Figura 45 - Mapa de zoneamento de Mogi das Cruzes e tabela de zoneamento Fonte: PMM, Secretária de Planejamento e Urbanismo, 2018 (imagem editada)

43


7.6 Público Alvo O público alvo caracteriza-se por três segmentos básicos de acordo com as atividades desenvolvidas. 1. Residências Habitações para os próprios residentes e seus núcleos familiares > Pessoas envolvidas em atividades ligadas a educação ambiental e preservação do meio ambiente; > Que estejam aptas a desenvolver ações de educação ambiental junto à comunidade local e visitantes - tais atividades serão desenvolvidas no centro de educação ambiental; > Que buscam viver de forma mais simples, em um ambiente mais harmônico com a natureza local, gerando menos impacto ambiental nas suas atividades do cotidiano. 2. Centro de educação ambiental e vivências Local onde serão ministrados cursos, oficinas, palestras, visitações monitoradas, imersões e vivencias de temática ambiental. > Estudantes e professores de instituições de ensino público e particular; > Comunidade do entorno; > Visitantes em geral que procuram por cursos, palestras e vivencias sobre a temática ambiental. 3. Comércio Área de troca e venda de produtos produzidos na ecovila, como artesanatos e alimentos. > Comunidade do entorno

44


7.7 Programa de necessidades CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E VIVÊNCIAS Espaço Qt. Descrição Recepção/ Administração 1 Acesso ao local, recepção de visitantes e informações sobre atividades desenvolvidas e área administrativa da ecovila Loja 1 Área de troca, venda e doação de produtos produzidos na ecovila, como artesanato e alimentos. Sala multiuso 1 Espaço destinado a palestras, aula teórica, oficinas e reunião entre moradores. Ateliê 1 Ambiente para desenvolvimento de oficinas de pintura, artesanato e escultura. Alojamento 1 Dormitório coletivo para voluntários, pessoas que realizarão cursos e vivencias. Sanitários 2 Sanitário coletivo masculino e feminino ÁREAS COMPARTILHADAS Espaço Refeitório

Qt. 1

Cozinha Despensa Sala de estudos e lazer Lavanderia comunitária

1 1 1 1

Banheiro seco

1

Descrição Realização de refeições em união para visitantes e moradores Preparo de refeições Armazenamento de mantimentos Área de descanso e estudos Local para lavar, secar e passar (uso dos moradores e alunos) Realização necessidades fisiológicas

Qt. máx. usuários 10

Área m² 20

15

40

100

110

15

40

18

60

10

20

Qt. máx. usuários 65

Área m² 80

5 2 10 10

20 7 40 30

1

2

45


ÁREAS DE APOIO Espaço Almoxarifado Composteira Depósito reciclados Tratamento ecológico esgoto ÁREAS ABERTAS Espaço Estacionamento Bicicletário Praça 1 entrada Praça 2 Lagoa de retenção Paisagismo produtivo horta Estufa Galinheiro

Qt. 1 3 1 1

Qt. 1 1 1 1 1 – -

Qt. máx. usuários 1 15

Área m² 30 8 10 150

Descrição Para público do centro de educação Para público geral e moradores Local para realização de feiras e eventos Local para lazer Lagoa de retenção de água de chuva Área de produção orgânica de alimentos

Qt. máx. usuários 14 7 100 30 -

Área m² 175 8 120 40 500 1000

10 -

30 15

15 8

200 10

Qt. máx. usuários 5 por residência

Área m² 63 a125

Camping Agro floresta Parquinho

1 1

Espaço para produção de mudas Abrigo de galinhas – fornecimento de ovos, esterco e limpeza de pequenas áreas. Espaço para acampamento Sistema de plantio e recuperação florestal Espaço para as crianças brincarem

HABITAÇÕES Espaço Residências

Qt. 30

Descrição Residências dos moradores da ecovila

46

1 1

Descrição Deposito de ferramentas e equipamentos Área para produção de composto orgânico Local para triagem e depósito de reciclável Tratamento ecológico de esgoto


47

8 PROJETO


8.1 Implantação Para implantação do projeto buscou-se aproveitar ao máximo o que o terreno oferece, o acesso de pedestres e veículos foi implantado na parte frontal do terreno onde as curvas de nível são mais sutis de modo a não modificar a topografia, aproveitando a topografia acidentada na parte frontal direita do terreno e a tendência de ter acúmulo de água da chuva foi implantada a lagoa de retenção para assim esta água ser aproveitada para plantação, devido fontes de ruídos na parte frontal e posterior do terreno foi pensado em intensa arborização como aliada para diminuir a poluição sonora, nos recuos laterais do terreno também foi pensado em arborização como defesa contra poluentes. Pelo Centro de educação ambiental ser uma área comunitária acessível ao publico sua implantação foi realizada na parte frontal do terreno onde o acesso é imediato. Na parte frontal do terreno também está localizado a área de paisagismo produtivo e sua respectiva área de apoio por ser parte do centro de educação e por estar junto com a lagoa de retenção. As habitações unifamiliares por ser uma área privada foram implantadas na metade para o fim do terreno. O sistema de tratamento ecológico de esgoto foi implantado na parte mais baixa do terreno para facilitar o escoamento devido à inclinação natural do terreno. Buscou-se preservar a vegetação de grande porte do terreno, assim como preservar o máximo possível da topografia, tendo algumas modificações para tornar viável a implantação das edificações. As ruínas de construções antigas que se encontram no terreno serão utilizadas como entulho para realizar fundações das edificações e como componente na infraestrutura de saneamento na bacia de evotranspiração do centro de educação ambiental e vivências. O projeto busca privilegiar bastantes áreas verdes para proporcionar melhor qualidade de vida para os moradores e visitantes da ecovila, já que tais áreas exercem funções ecológicas, estéticas e psicológicas.

48



O centro de educação ambiental e vivências terá atividades e ações

LEGENDA

socioambientais, a intenção é que seja ministrados cursos, oficinas, palestras,

01 – Acesso pedestres e veículos

visitações monitoradas, imersões e vivencias de temática ambiental, ou seja,

02 – Estacionamento escola

temas como bioconstrução, permacultura, sustentabilidade, etc. A intenção é que o projeto do centro possa beneficiar principalmente a comunidade local da região de implantação do projeto, com o objetivo de promover o

03 – Bicicletário 04 – Lixeira e reciclado 05 – Depósito reciclados 06 – Recepção / Administração

crescimento sustentável da região, para isso como sugestão o centro poderia

07 – Parquinho

promover e articular com a comunidade ações e estímulos para incorporação

08 – Loja

de valores, atitudes, ensinamentos e comportamentos ambientalmente

09 – Praça

corretos e viáveis, como por exemplo abordar assuntos como consumo e

10 – Sala de multiuso

descarte em geral, reciclagem, mas também promover fonte de renda com ensinamento com artesanatos ecológicos e profissionalização com o curso de bioconstrução por exemplo. Para atender tais atividades foram projetados espaços separados para cada área de atuação, conforme mais detalhado na pagina 60. O projeto conta com 30 lotes onde a intenção é que as residências a serem construídas sejam realizadas com ajuda de alunos (nas aulas práticas de bioconstrução do centro de educação), colaboração de voluntariado e pelos próprios moradores. Sendo essas moradias construídas de forma ecológica buscando ao máximo o baixo impacto ambiental no seu planejamento, execução até ao longo de sua ocupação.

11 – Ateliê 12 – Refeitório 13 – Sala de estudos e lazer 14 – Alojamento 15 – Lavanderia comunitária 16 – Área para Camping 17 – Lagoa de retenção 18 – Paisagismo produtivo 19 – Galinheiro 20 – Banheiro seco 21 – Almoxarifado 22 – Estufa 23 – Área de aula prática 24 – Composteira 25 – Agrofloresta 26 – Cultivo de bambu 27 – Tratamento ecológico de esgoto 28 – Terreno para residências

50



8.2 Esquema de infraestrutura Como na Permacultura é importante transformar resíduo em recurso e necessidades importantes devem ser supridas por mais de um elemento, buscou-se

implantar

diferentes

tipos

de

tratamento

ecológico

de

saneamento, mas também pelo projeto contemplar o centro de educação ambiental é interessante que os alunos tenham exemplos visuais na ecovila. Como primeiro modelo de saneamento implantado, no refeitório, alojamento e banheiro seco, foi aplicado o circulo de bananeira que faz o tratamento de águas cinzas proveniente das pias, o sistema consiste em uma vala de 2m de diâmetro por 1,5m de profundidade, a água residual passa por camadas filtrantes e esta água é absorvida pelo solo, bananeiras e plantas.

Figura 46 - Circulo de bananeira Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Reis; Britto; Antunes, 2018

52

LEGENDA 01 – Circulo de bananeira 02 – Bacia de evotranspiração 03 – Wetland 04 – Jardim filtrante 05 – Sanitário Bason 06 –Estação tratamento ecológico de esgoto 07 – Lagoa de retenção de água da chuva 08 -Irrigação por gotejamento e micro aspersão - água lagoa de retenção 09 - Reservatório de água da chuva de ferrocimento para irrigação agroflorestal A. Placas fotovoltaicas A.1. Depósito de inversores B. Aerogerador C. Aquecimento de água por fogão a lenha Fluxo água da companhia de saneamento Fluxo água de reuso tratada Fluxo esgoto Fluxo águas pluviais Fluxo esgoto centro de educação Fluxo água cisterna Cisterna Caixa d’água potável Caixa d’água reuso Reservatório térmico Poste solar



O sistema de bacia de evotranspiração foi inserido no alojamento para tratar as águas escuras, a medida do tanque é dimensionada pelo número de habitantes da edificação, sendo 1m de altura x 2m de largura x 1m de comprimento para cada habitante, pensando que o alojamento atende 18 pessoas, foi realizado 3 “caixas” de 6m cada. A água residual entra por um compartimento de pneus usados, depois passa pelas camadas filtrantes e é absorvida por plantas adaptadas a condições de encharcamento, no caso de excesso de água no sistema o ladrão direciona a água para o circulo de bananeira.

Figura 47 - Bacia de evotranspiração Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Fec.unicamp, [201-?]

O sistema de Wetland implantado na sala de multiuso trata águas escuras e cinzas, a água residual, passa por um tanque anaeróbico, em seguida para a zona de raízes, depois para o lago de peixes e macrofitas, e por fim a água de extravasamento é utilizada para irrigação.

54

Figura 48 – Wetland Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Reis; Britto; Antunes, 2018


O jardim filtrante de tratamento das águas cinzas implantado na lavanderia comunitária e no atelier – modelo em menor escala, consiste na primeira e na segunda etapa a água residual passar por duas caixas onde os resíduos sólidos e a gordura são retidos, logo após a água passa pelo jardim filtrante que fica em uma caixa no solo com 50cm de profundidade com o fundo impermeabilizado, ao final a água tratada pode ser utilizado para fins de irrigação.

Figura 49 - Esquema jardim filtrante Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Valentim Monzane, [200-?]

Como exemplo de banheiro seco no centro de educação foi implementado o

sanitário

Bason

onde

os

dejetos

humanos são convertidos lentamente em adubo. O recipiente que armazena os dejetos pode ser feito com placas de plasto – mistura de cimento, areia e saco plástico. A cobertura do banheiro é verde para filtrar a água da chuva para captação para o uso no lavatório, a água residual é direcionada para um circulo de Figura 50 - Sanitário Bason Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Lengen, 2014

bananeiras.

55


A estação de tratamento ecológico de esgoto implantada no projeto é conhecida como Máquina Viva um sistema patenteado de tratamento que funciona com tanques agrupados que contem ecossistemas diversos como plantas, algas, peixes, bactérias e micróbios, além de biofiltros, para o projeto foi dimensionado o sistema para atender as 30 residências e os vestiários do centro de educação. Foi realizado um calculo estimativo resultando em um valor aproximado da carga “media” conforme consultado na tabela 2.

Cálculo para fins de estimativa do sistema de tratamento ecológico: 30 (residências) x 5 (moradores máx. por residência) = 150 moradores 150 x 150L* (esgoto por dia por pessoa) = 22,500L/d Centro de educação: vestiários consumo médio por banho chuveiro com vazão média de 3,5L** por segundo, banho de 15 min 3,5L x 15=52,5L/d 52,5 x 25 (estimativa quant. máx. de alunos) = 1,312.5L/d 22,500L/d x 1,312.5L/d = 23,812.5 L/d *Fonte: NBR 7229 – ABNT **Fonte: Urbano, [201-?]

Figura 51 - Esquema tratamento ecológico de esgoto Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Grondzik e Kwok, 2013

Capacidade do sistema

Dimensões do tanque aeróbico

Dimensões do clarificador

Dimensões da Bacia de detenção

Média: 37.850 L/d

Use 6 tanques aeróbicos Diâmetro: 2,4m Altura 1,2m; Capacidade: 11.360 L

Diâmetro: 2,4m Altura: 1,2m

6,1 x 6,1 m Profundidade: 1,2m

Tabela 2 - Dimensões aproximadas dos componentes das Máquinas Vivas Fonte: Grondzik e Kwok, 2013. Tabela Modificada.

56

Profundidade 2,4m Capacidade: 11.360 L


Para atender a gestão energética do projeto foi implantado placas fotovoltaicas, aerogeradores, postes solares e aquecimento de água das chuveiros dos vestiários por serpentina em fogão a lenha. Foram previstas 105 placas solares na cobertura da garagem do centro de educação para atender as 30 residencias. Os três aerogeradores atenderão o centro de educação ambiental e as áreas de apoio da ecovila, para o recurso eolico funcionar de forma aceitavel a velocidade anual média do vento tem que ser pelo menos 4m/s, em Mogi das Cruzes a velocidade do vento anual a 10m é de 3,31m/s (dados pt.weatherpark.com) e a 50m 4,94m/s (dados cresesb,cepel.br), sendo assim o sistema pode ser implantado, as aerogeradores propostos para o projeto são com pás verticias por ser um sistema mais silencioso e por ser mais adequado em áreas urbanas pois capta diferentes fontes de ventos a partir do mesmo

Cálculo para fins de estimativa de quantidade de placas fotovoltaicas:

ponto. Tanto o sistema de aerogeradores como as Consumo mensal de energia por residência: 158 Kwh/mês placas fotovoltaicas são ligados a rede pública de Custo de disponibilidade ligação rede bifásico: 50 Kwh/mês

energia – on grid, assim não é necessário o uso de 158 Kwh/mês - 50 Kwh/mês = 108 Kwh/mês ÷ 30 (dias) = 3,6 Kwh/dia baterias para armazenamento de energia, já que tais

Irradiação solar horizontal de Mogi das Cruzes: 4,43 Kwh/dia* 3,6 Kwh/dia ÷ 4,43 Kwh/dia = 0,82 Kwp – potência pico do sistema

baterias contem residuos danosos ao meio ambiente, Painéis fotovoltaicos de 240W dimensão de 1mx1,65m sendo assim a energia gerada não consumida é Número de módulos no sistema 820W ÷ 240W = 3,42 módulos injetada na rede e quando necessário retirada de rede 3,42 módulos x 30 (residências) = 102,6 = 103 placas *Fonte: Cresesb.cepel.br, 2019

para uso. Figura explicativa abaixo:

Energia fornecida à distribuidora Medidor bidirecional

Inversor grid tie Energia consumida Placa fotovoltaica ou Aerogerador de eixo vertical

Rede da distribuidora Energia consumida da distribuidora

Quadro distribuição

Figura 52 - Esquema energia injetada na rede Fonte: Esquema autoria própria, 2019. Figuras - Placa: minhacasasolar.com.br. Eólica: eraenergie.com.br.

57


Como na permacultura é ideal que um elemento apresente mais de uma função o fogão a lenha do refeitório além de cozinhar refeições também ira aquecer a água do banho dos vestiários por meio de serpertina, onde de um lado a aguá fria entra na serpentina de cobre que fica dentro do fogão e a água quente sai e é armazenada em um reservatório termico até ser utilizada. Sendo assim será implantado no projeto o fogão ecologico que reduz 50% de consumo de lenha em relação a um fogão de lenha comum, além disso produz menos fumaça e fuligem. Figura 53 - Aquecimento de água por fogão a lenha Fonte: Desenho autoria própria, 2019

A captação de água da chuva no projeto é realizada de três formas, a lagoa de retenção capta água para irrigação do paisagismo produtivo, o reservatório de ferro cimento – concreto estruturado com tela de galinheiro fechada, armazena a água provinda das residencias para irrigação da agrofloresta e areas verdes da ecovila; e as cisternas armazenam água para usos diversos para consumo não potavel. No centro de educação as cisternas são enterradas para manter a água em uma temperatura mais baixa, o que diminui a proliferação de micoorganismos.

Figura 54 - Esquema captação água da chuva para cisterna Fonte: Desenho autoria própria, 2019

58


Cálculo para fins de estimativa tamanho cisternas: Edificio

Área do

Precipitação

0.131m x área

Tamanho

telhado (m²)

média anual

do telhado

cisterna (L)

Loja

77.80

Mogi das

10.19

10.000

Irrigação das áreas verdes do centro de educação

Sala multiuso

195.60

Cruzes 1582mm

25.62

1x10.000 1x15.000

Sanitários da sala de multiuso

188.80

(Dados pt.

24.73

1x10.000 1x15.000

Sanitários do alojamento

66.20

climate-

8.67

10.000

Pias do Ateliê e sanitários da sala de multiuso

8.60

10.000

Lavanderia

11.81

10.000

Sanitários do alojamento

7.04

7.000

Lavanderia

8.25

7.000

Tanques do almoxarifado

Refeitório Ateliê Sala estudos

65.80

Alojamento

90.20

Lavanderia

53.76

Almoxarifado

63.00

data.org) 1.582m x 12 mesês = 0.131m

Uso da água captada

A seguir o detalhe do perfil viário da ecovila:

Figura 55 - Detalhe perfil viário Fonte: Desenho autoria própria, 2019

59


8.3 Centro de educação ambiental e vivências Zenital em fibra de vidro

O centro de educação ambiental e vivências contempla sete edificações principais, a primeira que o

Tecido externo

público tem acesso é a recepção e administração sua construção é conhecida como yurt, uma construção vernacular que foi desenvolvida pelas comunidades

impermeável

Tecido interno isolamento térmico

Anel madeira laminada colada (sob compressão)

nômades da Ásia central, optou-se por realizar a estrutura com bambu por ser um material natural que apresenta alta

Bambu

resistência a compressão e tração. Esse tipo de construção tem rápida execução e por isso foi adotada para exercer a primeira atividade que a ecovila teria no processo da sua existência. As outras seis edificações têm o principio estrutural

Tecido externo Impermeável Tecido interno isolamento térmico

baseada na construção de yurt, onde a estrutura da

Cabo de aço (sob tensão)

cobertura é composta por um anel laminado colado mantido sob compressão e um cabo de aço mantido sob tensão (ver diagrama na página 63). As paredes são de

Estrutura de bambu

alvenaria autoportante, sendo utilizado o tijolo adobe, essa técnica foi escolhida pela quantidade de terra que a escavação da lagoa de retenção da água da chuva teria e pelo terreno ter grande quantidade de palha (tijolo adobe realizado com mistura de terra, palha e água).

Piso em cerâmica de reuso (mosaicos) Contra piso solocimento DIAGRAMA CONSTRUÇÃO: RECEPÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

60






65


8.4 Moradias O projeto conta com 30 lotes, sendo eles de 12m x17m com o total de 204,00m², recuos mínimos foram adotados para que as casas não façam sombra uma na outra e para que haja circulação de ventos, as casas podem ser térreas com 63m² ou assobradadas com 125m². O critério de implantação das residências é que sejam respeitados os recuos, a área construída e que sejam bioconstruidas, os critérios de quais materiais e técnicas utilizar e a estética das residências fica de gosto de cada morador. Todas as residências devem contemplar placa de aquecimento solar com reservatório térmico, cisterna, caixas de água para água potável e para água de reuso. O tratamento de toda água residual ira ser feito pela estação de tratamento ecológico da ecovila que retornara a água tratada de volta para as residências para uso não potável. Com relação aos resíduos gerados, os orgânicos serão compostados em composteiras distribuídas pela ecovila onde o adubo será utilizado na área de plantio, os reciclados serão direcionados para o depósito de reciclagem e o lixo comum descartado apropriadamente. Como exemplo na pagina ao lado, um projeto de residência térrea de 63m² que poderia ser implantado na ecovila, a estrutura de pilares e vigas é feita de bambu assim como o suporte de esquadrias. A fundação dos pilares é de cimento, o contrapiso de solocimento, a laje das caixas d’água de concreto e bambu, os pisos de cerâmica e madeira de demolição. O fechamento da casa é em pau-a-pique que é realizado com trama de bambu, onde é feito o envaramento vertical de bambu com distancia de 50cm no máximo e bambus verticais em tiras são tramados e então o barro é aplicado, garrafas de vidro para iluminação e estética podem ser aplicadas nas paredes. A cobertura é feita de bambus coberto com lona plástica, terra e grama.

Dimensões do lote, área de construção e recuos

66



68


Lagoa de retenção e paisagismo produtivo

69


Loja da Ecovila

70


Sala multiuso

71


Local de tratamento ecolรณgico de esgoto

72


Galeria de circulação – estrutura de bambu

73


9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 74

Este trabalho teve como proposta a criação de uma ecovila integrada com um centro de educação ambiental e vivências, o tema surgiu como uma solução alternativa diante do modelo de cidades em que vivemos atualmente, onde o alto consumo e demanda por recursos naturais, principalmente da área da construção civil, causa grande destruição ambiental e consequentemente a crise socioambiental de subsistimos. Sendo assim, para o embasamento do tema foi levantado o histórico de como as ecovilas surgiram e de como elas adquiriram significado e definição, também abordado o tema da Permacultura e da bioconstrução, dois princípios importantes inseridos no contexto das ecovilas. Consequentemente para melhor compreensão do tema foi realizado estudos de referencia e de caso buscando analisar projetos que são referencias no assunto. Complementando foram realizados cursos práticos de bioconstrução e permacultura que enriqueceu ainda mais conhecimento na área e possibilitou a melhor realização do projeto. Para realização da proposta do projeto foi escolhido um terreno em uma área urbana para facilitar acesso do público alvo, portanto foi efetuado o levantamento de dados do terreno, do seu entorno, assim como o possível publico alvo, gerando um programa de necessidades e por fim a proposta arquitetônica que consiste em uma ecovila com 30 lotes para moradias bioconstruidas, integrada com um centro de educação ambiental e vivências, todo projeto visa o máximo de autossuficiência utilizando materiais e recursos renováveis, onde no projeto foi pensado em toda sua infraestrutura de saneamento e gestão energética até as construções das edificações.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS

FIgura 1 - Flor da Permacultura Fonte: FONTENELE, 2012 P.19 Figura 2 - Casa de COB Fonte: ICasasEcologicas, 2012 P.22 Figura 3 - Parede de pau a pique Fonte: ORegionalOnline, 2018 P.23 Figura 4 - Paredes de CordWood Fonte: DouradosNews, 2018 P.23 Figura 5 – Yurt de bambu Fonte: Instituto Arca Verde, 2011 P.23 Figura 6 - Produção de tijolos de adobe Fonte: Redação assim que faz, 2017 P.24 Figura 7 - Tijolos de solo cimento Fonte: RevistaGeraçãoSustentável, 2014 P.24 Figura 8 - Reboco de terra Fonte: ArcaTerraBlog, 2016 P.24 Figura 9 - Tinta de terra Fonte: Rodrigo Sargaço/EPTV, 2013 P.25 Figura 10 - Telhado verde Fonte: ParquesSustentáveisBlog, 2010 P.25 Figura 11 - Living Machine ecovila de Findhorn Fonte: VovoZenBlog, 2016 P.25 Figura 12 - Wetland construido Fonte: PlanetarerpBlog, 2016 P.26 Figura 13 – Bacia de evatranspiração (BET) Fonte: OTSS, [2018?] P.26 Figura 14 - Captação de água da chuva Fonte: Ufpa.br, 2014 P.26 Figura 15 - Banheiro seco Fonte: GaiaSustentável.net, 2015 P.27 Figura 16 - Placas fotovoltaicas Fonte: BlogCidadeJardim, 2016 P.27 Figura 17 - Aquecedor solar Fonte: Soletrol, 2018 P.27 Figura 18 - Energia eólica residencial Fonte: Mother Earth News, ([200?]) P.28 Figura 19 - Minhocários IPEMA Fonte: Autoria própria, 2018 P.28 Figura 20 – Cozinha industrial no IPEC construída Fonte: ecocentro.org, [201-?] P.29 Figura 21 – Centro Bill Mollison, construído com tijolos Fonte: ecocentro.org, [201-?] P.29 Figura 22 – Mapa do Ecocentro Fonte: ecocentro.org, [201-?] IPEC P.30 Figura 23 – Aquecedor solar de baixo custo em chuveiros coletivos no IPEC Fonte: ecocentro.org, [201-?] P.31 Figura 24 – Cisterna de ferrocimento Fonte: ecocentro.org, [201-?] P.31 Figura 25 – Sanitário seco Fonte: ecocentro.org, [201-?] P.31 75


Figura 26 – Mapa da Ecovila Findhorn Fonte: Rohit Dabas, 2016 P.32 Figura 27 – Residências da Ecovila Findhorn Fonte: Irenicrhonda/Flickr, 2014 P.32 Figura 28 – Residências de barril da Ecovila Findhorn Fonte: Fundação Findhorn, [201-?] P.33 Figura 29 – Centro de artes da Ecovila Findhorn Fonte: Fundação Findhorn, [201-?] P.33 Figura 30 – Living Machine da Ecovila Findhorn Fonte: Fundação Findhorn, [201-?] P.33 Figura 31 – Implantação Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?] P.34 Figura 32 – Residência na cidade sustentável Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?] P.35 Figura 33 – Estacionamento com placas solares Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?] P.35 Figura 34 – Biodomes no parque central Fonte: Thesustainablecity.ae, [201-?] P.35 Figura 35 - Mapa de localização das edificações no IPEMA Fonte: Autoria própria, 2018 P.37 Figura 36 - Salão de eventos Fonte: Autoria própria, 2018 P.38 Figura 37 – Alojamento 2 Fonte: Autoria própria, 2018 P.38 Figura 38 - Alojamento 3 Fonte: Autoria própria, 2018 P.38 Figura 39 - Cozinha e refeitório Fonte: Autoria própria, 2018 P.38 Figura 40 – Residência Fonte: Autoria própria, 2018 P.38 Figura 41 - Localização do terreno Fonte: Abreu (2006); Google Maps (2018); (imagem editada) P.39 Figura 42- Mapa de infraestrutura e uso do solo Fonte: Google Maps, 2018 (imagem editada) P.40 Figura 43 - Localização do terreno com estudos Fonte: Google Maps, 2018 (imagem editada) P.41 Figura 44 - Vistas do terreno Fonte: Autoria própria, 2018 P.42 Figura 45 - Mapa de zoneamento de Mogi das Cruzes e tabela de zoneamento Fonte: PMM, Secretária de Planejamento e Urbanismo, 2018 (imagem editada) P.43 Figura 46 - Circulo de bananeira Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Reis; Britto; Antunes, 2018 P.52 Figura 47 - Bacia de evotranspiração Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Fec.unicamp, [201-?]P.54 Figura 48 – Wetland Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Reis; Britto; Antunes, 2018 P.54 Figura 49 - Esquema jardim filtrante Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Valentim Monzane, [200-?] P.55 76


Figura 50 - Sanitário Bason Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Lengen, 2014 P.55 Figura 51 - Esquema tratamento ecológico de esgoto Fonte: Desenho autoria própria, 2019. Referência Grondzik e Kwok, 2013 P.56 Figura 52 - Esquema energia injetada na rede Fonte: Esquema autoria própria, 2019. Figuras - Placa: minhacasasolar.com.br. Eólica: eraenergie.com.br. P.57 Figura 53 - Aquecimento de água por fogão a lenha Fonte: Desenho autoria própria, 2019 Fonte: Desenho autoria própria, 2019 P.58 Figura 54 - Esquema captação água da chuva para cisterna Fonte: Desenho autoria própria, 2019 P.58 Figura 55 - Detalhe perfil viário Fonte: Desenho autoria própria, 2019 P.59 Tabela 1 – Princípios de design da Permacultura Fonte: Autoria própria, 2019 P.21 Tabela 2 - Dimensões aproximadas dos componentes das Máquinas Vivas Fonte: Grondzik e Kwok, 2013. (Tabela editada) P.56

77


LISTA ABREVIATURAS SIGLAS 78

ABRASCA - Associação Brasileira de Comunidades Autossustentáveis CASA - Conselho de Assentamentos Sustentáveis da América Latina CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ENA - Ecovillage Network of the Americas ENA-BRASIL - Ecovillage Network of the Americas no Brasil ENCA - Encontro Nacional das Comunidades Autossustentáveis FIC - Fellowship for Intentional Community GEN - Global Ecovillage Network GENOA Global Ecovillage Network Oceania and Asia ONG - Organização não governamental ONU - Organização das Nações Unidas UN-HABITAT - Programa de Habitação das Nações Unidas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BUENO, Marcelo. Ecovila: Guia de planejamento de ecovilas. [2013]. Disponível em: <http://www.academia.edu/11383838/ECOVILA_Guia_de_planejamento_de_ecovilas>. Acesso em: 17 nov. 2018. CAPELLO, Giuliana (Autor); COIMBRA, Jose de Avila Aguiar (Organizador); SILVA, Marina (Prefácio). Meio ambiente & ecovilas. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2013. 200 p. CLIMATE-DATA.ORG. Clima Mogi das Cruzes. Disponível em: <https://pt.climatedata.org/america-do-sul/brasil/sao-paulo/mogi-das-cruzes-4112/>. Acesso 23 maio 2019. CRESESB. Centro de referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de S. Brito. Disponível em: < http://www.cresesb.cepel.br/>. Acesso 23 maio 2019. ECOCASA, Tecnologias Ambientais. Energia eólica residencial. 2016. Disponível em: <https://www.ecocasa.com.br/energia-eolica-residencial>. Acesso em: 28 nov. 2018. ECOCENTRO IPEC. Aquecedor solar de baixo custo. Disponível em: <https://www.ecocentro.org/o-ipec/tecnologias/agua/aquecedor-solar-de-baixo-custo>. Acesso em 07 jan. 2019. EQUIPE ECYCLE. O que é compostagem, para que serve e como fazer. [2014?]. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/2368-compostagem>. Acesso em: 26 nov. 2018. FIC, Fellowship For Intentional Community. About The Fellowship for Intentional Community. Disponível em: <https://www.ic.org/>. Acesso em: 17 nov. 2018. GAUZIN-MÜLLER, Dominique (Autor); FAVET, Nicolas (Colaborador); MAES, Pascale (Colaborador); SOUZA, Celina Olga de (Tradutor); FREITAS, Caroline Fretin de (Tradutor). Arquitetura ecológica. São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2011. 304 p.: il. fots. color. GEN, Global Ecovillage Network. About GEN. Disponível em: <https://ecovillage.org/>. Acesso em: 17 nov. 2018. GRONDZIK, Walter T.; KWOK, Alison G. Manual de arquitetura ecológica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 422 p 79


IPEMA. Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica. Disponível em: <http://ipemabrasil.org.br/sobre-oipema/>. Acesso em: 06 set. 2018. IPOEMA, Instituto de Permacultura. E-Book - Introdução a Permacultura. 2016. Disponível em: <http://ipoema.org.br/wp-content/uploads/2018/08/ebook-PC-web.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018. KYLSTRA, Jenneke; TELFORD, Richard. Os fundamentos da Permacultura. [200-?]. Disponível em: <https://permacultureprinciples.com/pt/index.php>. Acesso em: 28 nov. 2018. LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. Editora B4 Editores, São Paulo, 2014. MÃOS VERDES. O quê é uma Ecovila?!. [2011?]. Disponível em: <https://maosverdes.wordpress.com/o-que-e-umaecovila/>. Acesso em: 24 nov. 2018. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, MMA. Apostila - Curso de bioconstrução. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2008. 64 p. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_proecotur/_publicacao/140_publicacao15012009110921.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, MMA. Apostila - Estilos de vida sustentáveis. [S.l.]: Ministério do Meio Ambiente, 2013. 216 p. Disponível em: <http://ead.mma.gov.br/pluginfile.php/241725/mod_resource/content/11/Apostila%20%20Estilos%20de%20vida%20sustent%C3%A1veis.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2018. NBR 7229 – ABNT. Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Set. 1993. 15p. Disponível em: < acquasana.com.br/legislacao/nbr_7229.pdf>. Acesso 23 maio 2019. REIS, Daniela Cunha; BRITTO, Leonardo; ANTUNES, Renata Pinassi. Manual de iniciação em bioconstrução. Ubatuba: IPEMA - Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica, 2018. 35 p. ROYSEN, Rebeca. Ecovilas e a construção de uma cultura alternativa. 2013. 245 f. Dissertação (Pós-Graduação em Psicologia)- Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-31072013-114650/publico/roysen_me.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2018.

80


SIQUEIRA, Gabriel De Mello Vianna. Mapeamento de Ecovilas e Comunidades Alternativas do Brasil. 2015. Disponível em: <https://irradiandoluz.com.br/2015/10/ecovilas-e-comunidades-no-brasil.html>. Acesso em: 17 nov. 2018. SIQUEIRA, Gabriel De Mello Vianna. Tensão entre as racionalidades substantiva e instrumental na gestão de ecovilas: novas fronteiras do campo de estudos. 2012. 237 p. Dissertação (Pós-Graduação em Administração)Administração, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível em: <https://irradiandoluz.com.br/wp-content/uploads/2014/02/SIQUEIRA-Gabriel-Racionalidade-e-Ecoviladissertac%CC%A7a%CC%83o.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2018. Toda Matéria. Consequências da Revolução Industrial. 2018. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/consequencias-da-revolucao-industrial/>. Acesso em: 17 nov. 2018. WEATHERSPARK. Condições meteorológicas médias de Mogi das Cruzes. Disponível em: < https://pt.weatherspark.com/y/30281/Clima-caracter%C3%ADstico-em-Mogi-das-Cruzes-Brasil-durante-o-ano>. Acesso23 maio 2019.

81



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.