URBANIZAÇÃO DA FAVELA FAZENDINHA I Gildene Alcantara de Matos Magalhães

Page 1

URBANIZAÇÃO DA FAVELA FAZENDINHA



GILDENE ALCANTARA DE MATOS MAGALHÃES

URBANIZAÇÃO DA FAVELA FAZENDINHA

Trabalho de de curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Senac, com requisito parcial para do de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

2019




AGRADECIMENTOS


A Jesus, Senhor da minha vida. Meu fundamento, meu maior tesouro, razão da minha existencia que me mantém firme. "Porque Dele e por Ele e para Ele são todas a coisas; glórias pois a Ele eternamente. Amém" Romanos 11:36. Aos meus pais e irmãos pelo incentivo e referência de amor, força e determinação. Aos tios e primos que me deram abrigo em suas casas para eu continuar os meus estudos. Ao esposo pelo apoio, companheirismo e compreenção durante todo este percurso. Aos mestres pelo conhecimento transmitido e pelo apoio em cada dificuldade enfrentada. Em especial a minha orientadora Beatriz Kara pela paciencia, carinho e dedicaçao com que me orientou e ensinou. A ONG Teto por disponibilizar material que auxilou no desenvolvimento deste trabalho. Ao Gabriel, a Ayla e ao Vicente que por diversas vezes me fizeram companhia até a comunidade. Aos moradores Miguel, Nancy e Marcílio, Adriana e a Mary por receber- me em suas casas. Aos meus amigos pelas orações e conselhos e aos colegas que fizeram companhia e que serviram de inspiração principalmente os que me acolheram em seus grupos de estudos como a Angela, Bianca, Eliane, Sterfany e Bruna. Aos membros da banca por aceitarem o convite e me presentearem com o seu tempo e atenção. E por fim a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para minha formação. Obrigada a todos.


O presente trabalho de conclusão tem como objetivo a urbanização da favela Fazendinha, localizada no município de

Osasco,

por

meio

de

intervenções

urbanísticas

e

ressignificação do espaço, uma vez que nossa Constituição Federal prevê em seu artigo 6° caput o direito social à moradia. A partir desse pressuposto, foram realizadas visitas ao local, identificado

as

necessidades

mais

relevantes

para

os

moradores, bem como a estrutura física do território. Entre essas necessidades foram identificadas questões de extrema

urgência envolvendo risco de vida aos moradores, saúde e

dignidade humana. Com o estudo da legislação aplicável, análises de mapas da região e o levantamento dos dados

realizados é observado a urgência da intervenção do poder público, uma vez que essas famílias não possuem condições financeiras para mudarem a sua atual situação. De acordo com as análises dos dados colhidos, a urbanização de favelas é possível por meio de práticas sustentáveis, como acesso

(pedestres e veículos), construção de habitações, tratamento do esgoto, recuperação do córrego e contenção da encosta do morro, respeitando as relações internas e a dinâmica socioespacial transformando favelas e loteamentos irregulares em bairros, com saneamento básico, áreas de lazer, iluminação e serviços públicos. Palavras-chave: urbanização de favelas, habitação digna, políticas públicas

RESUMO


The present work aims at the urbanization of the favela Fazendinha, located in the municipality of Osasco, through urban interventions and redetermination of space, since our Federal Constitution provides in its article 6 caput the social right to housing. Based on this assumption, visits were made to the site, identifying the most relevant needs for the residents, as well as the physical structure of the territory. Among these needs were identified issues of extreme urgency involving life risk to residents, health and human dignity. With the study of the applicable legislation, analyzes of maps of the region and the survey of the realized data, it is observed the urgency of the

ABSTRACT

intervention of the public power, since these families do not have the financial conditions to change their current situation. According to the analysis of the data collected, urbanization of favelas is possible through sustainable practices, such as access (pedestrians and vehicles), construction of housing, treatment of the sewage, recovery of the stream and containment of the slope of the hill, respecting the relations and the socio-spatial dynamics transforming shantytowns and irregular subdivisions into neighborhoods, with basic sanitation, leisure areas, lighting and public services.

Key words: urbanization of slums, decent housing, public policies


SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO………………………..................……..............7 2. OBJETIVO GERAL………………………………………..........8 3. JUSTIFICATIVA DO TEMA………………………………........9 4. A FORMAÇAO DO ESPAÇO URBANO DE OSACO.........19

4.1

O Surgimento das favelas em Osasco

5. ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO……….......25 5.1. 5.2. 5.3. 6. ANÁLISE DO TERRITÓRIO………………………………......32 6.1. 6.2. 6.3. 6.4. 6.5. 6.6. 6.7. 6.8. 7. REFERENCIAS PROJETUAIS……………………………….49 8. PROJETO..................................……………………………...54 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………...99 10. BIBLIOGRAFIA………………………………………………100


1 . INTRODUÇÃO


Favela Exaltasamba

Favela ô Favela que me viu nascer Só quem te conhece por dentro, pode te entender Favela ô Favela que me viu nascer Eu abro meu peito e canto o amor por você Favela ô Favela que me viu nascer Só quem te conhece por dentro, pode te entender



A razão pela falta de moradia para tantos cidadãos, além de tratar-se do resultado de um passado histórico, é fruto da inaplicabilidade das políticas públicas deixando de lado aqueles menos favorecidos, desconsiderando, assim, todos os tratados internacionais e os direitos sociais garantidos pela nossa Constituição Federal. Segundo Rubio, 2017[...], Com demanda cada vez maior por habitação fez surgir na cidade de Osasco, no ano de 1970 as

2(duas) primeiras favelas, sendo que no censo de 2010

esse número chega a 210 núcleos de favelas. Esses assentamentos surgem como alternativa moradia

de

para as famílias pobres que não conseguem pagar

aluguel, e nem se manter na cidade formal.

Não poderia deixar passar essa oportunidade de me debruçar sobre o assunto, assim, esse trabalho de conclusão de curso busca através de um exercício sobre a aplicabilidade da legislação já existente, tanto no âmbito federal, quanto municipal, refletir sobre como proporcionar uma qualidade de vida a essas famílias mediante um projeto de urbanização na comunidade

Fazendinha. Os dados e informações aqui

utilizadas, foram produzidas a partir de registro fotográfico no local, conversas informais com moradores e base de dados e cartografia fornecida pela ONG TETO e também leituras bibliográficas. Em posse desse material foi possível realizar uma

pesquisa

histórica,

bem

como

produzir

mapas

necessários à compreensão do território Na Justificativa do tema, procura-se por meio de registro

Diversos são os termos usados para caracterizar o espaço

fotográfico apresentar as condições atuais da comunidade

ocupado pelas famílias de baixa renda, são estes mais

como:

conhecidos:

conexão com o

cidade

informal,

favela,

comunidades

ou

aglomerados subnormais.

as tipologias habitacionais, as vielas, o esgoto, a córrego, a distribuição da água e energia, o

campo de futebol, bem como possíveis potenciais existentes,

Seja ele qual for eu não conhecia de perto, somente após

como a horta do Marcílio e o depósito de guarda de material

tornar voluntária da ONG TETO foi possível o primeiro contato

reciclável, Justificando assim a necessidade de intervenção no

com a favela no estado de São Paulo. A primeira visita foi impactante nesse universo pouco conhecido e as visitas seguintes passaram a ser com um olhar atento a diversas

território.

questões tratada nas bibliografias. 7


No tópico seguinte faz-se uma breve contextualizaçao sobre o surgimento das favelas. Na etapa seguinte, faz-se um estudo socioespacial procurando entender as relações existente entre o território e a

cidade, bem como a legislação aplicável. Após esse estudo delimita-se o problema e analisa criteriosamente a área de intervenção, entendendo o processo

histórico de formação, o perfil socioeconômico da população e as suas relações internas. E por meio da produção de mapas foi possível fazer uma leitura física do território. Após essa etapa buscou-se referencias projetuais que ajudou no desenvolvimento do projeto. E por fim, em posse desse levantamento e do estudo de caso fomentou em um projeto que inclui qualidade nas condições de

moradias,

nos

espaços

publicos,

incorporando

equipamentos e serviços de interesse comunitário que oferece inserção urbana a esta população.

8


2 . OBJETIVO GERAL


Tem-se como objetivo geral do trabalho de conclusão de curso: ● A finalidade de analisar a favela Fazendinha e suas formas de ocupação; ● Entender as dinâmicas com o entorno da favela

Fazendinha; ● Desenvolver projeto de urbanização que auxilie na melhora da qualidade de vidas dessas famílias residentes na favela.

9


3 . JUSTIFICATIVA DO TEMA


bem como os pontos de coleta de lixo. O último registro foi considerando as potencialidades do local e presenciando sobretudo os espaços vazios e falta de uso de alguns locais existentes de lazer.

Figura 1 - Mapa de localização

Fonte: Google Maps

TIPOLOGIA HABITACIONAL

A fazendinha localiza-se no Bairro São Pedro no município de Osasco-SP. Atualmente, a comunidade não apresenta logradouro, ocasionando a falta de Código de Endereçamento Postal - CEP para

recebimento de correspondências, bem como outras

necessidades que serão apresentadas por intermédio de um registro fotográfico. Os primeiros registros focam nas tipologias residenciais, procurando identificar os pontos críticos de inserção urbana com o olhar atento para a materialidade. Em seguida a atenção é voltada para as vias de circulações, observando sobretudo a proporção e o

piso. Percorrendo pelas vielas nota-se a

presença de uma nascente de um córrego, será apresentado a relação que os moradores

Figura 2 - Casa de Retalhos de Papelão

(Fonte: Própria)

possuem com o mesmo, bem

como o destino dado ao esgoto da comunidade. É percebido como é feito a distribuição da água e da energia,

Casa com fechamento de papelão nas laterais e as portas de cortina rendada. Esses materiais na maioria das vezes são recolhidos em de pontos de lixão 10


Figura 3 - Casa de retalhos de madeira(Fonte: Própria)

Figura 4 - Sobrado de madeira (Fonte: Própria)

Figura 5 - Casa de Alvenaria

Esta

Os "Pilares" que sustenta a parte

Na área mais antiga da ocupação

superior da residência

existem algumas

imagem

retrata

construída com retalhos

uma

casa

de madeira,

erguida por cima do córrego, exposta à

risco

de

alagamento

desmoronamento em período chuvas.

e de

no leito do córrego

encontra-se

O

processo

(Fonte: Própria)

casas de alvenaria. construtivo

casas demandam tempo, não há nenhum especialista na recursos

dessas

visto que

apoio de um

área e a provisão de

são um fato contribuinte.

11


Figura 6 - viela sem saída (Fonte: Teto)

As vielas estreitas e sem saída é comum dentro da comunidade.

Figura 7 - Viela

(Fonte: Própria)

Figura 8 - Travessia do córrego

(Fonte: Ayla)

Os espaços de circulação entre as

Em dias chuvosos quem mora na

moradias

sem

parte mais baixa do terreno vivencia

pavimentação,

essa situação em que a "lama" vindo

são

mínimos

qualquer ocasionando pedaços

a de

escorregadio,

e

circulação

sobre

madeira

chão

pois

torna-se

da parte mais alta se mistura aos esgotos e lixo compromentendo a circulação.

desafiador andar por essas vielas em dias de chuva. 12


Figura 9 - Travessia do córrego

Nessa

imagem

Figura 10 - Escada improvisada (Fonte: Própria)

(Fonte: Ayla)

encontra-se

a

Escadaria improvisada que da

travessia do córrego que só é

acesso a área superior da Torre e

possível transpor em período

da Nova conquista.

de

estiagem, pois segundo a moradora a

passagem

improvisada

é

insegura.

13


Figura 11 - Cano do esgoto (Fonte: Vicente)

A foto demonstra o cano do esgoto de uma residências as

márgens do

córrego. Figura 14 - Esgoto

Figura 13 - Esgoto (Fonte: Própria)

Essa tubulação foi improvisada pelos moradores pois a maior esgoto vem do Rafael,

parte desse

condomínio Willians

que está localizado na cota

mais alta do terreno, sentido leste. O esgoto do condomínio se mistura com o esgoto da

comunidade e ambos

deságuam no córrego.

(Fonte: Miguel)

Na área da Torre o esgoto são despejado para o terreno

da Tecnogem

Alambrados. Os moradores já foram alertado quanto a ação, que no momento estão procurando medidas para mitigar a situaçao.

Figura 12 - Esgoto a céu aberto condominio(Fonte: Própria)

14


Figura 17 - Rua Vila Nova Conceição

Figura 15 - Caixa d'gua compartilhada (Fonte: Própria)

Figura 16 - Poste improvisado (Fonte: Própria)

Outro ponto importante é a água

emaranhado

potável

misturam em alguns momentos com

não descobri ao certo a

origem

da

abastece existe

fonte a

um

de

água

comunidade,

que

porém,

compartilhamento

de

caixas d'água em alguns pontos. A caixa que aparece na foto

abastece

em torno de quatro a cinco barracos. No entanto esse

de

mangueira

os fios elétricos, o risco iminente de um

se

que torna um curto circuito

ou de um choque elétrico.

(Fonte: Própria)

A energia entra de forma clandestina dentro da postes

comunidade, sendo os

de concreto localizado na

Rua Vila Nova Conceição como ponto de possíveis interligações.

Observe o poste de madeira com a cruzeta também do mesmo material,

é por meio deste que a

energia é

distribuída dentro da comunidade. 15


Figura 18 - Foto do campinho (Fonte: Própria)

Figura 19 - Parque infantil Fonte: google maps

Figura 20 - Espaço de lazer improvisado Fonte: Gabriel

Em se tratando de lazer essa área livre

Esse espaço poderia ser um espaço

protegida pelos moradores é o

para recreaçao infantil,

porém por

forças

pais

espaço para jogar bola interação com a ultimamente

aonde há

vizinhança, porém

o

crescimento

comunidade se dar campo e por não proteção a bola é acidentalmente

único

para

da

maiores,

permitem

que

os as

Em alguns momentos esses espaços sao improvido pela crianças para o lazer.

não

crianças

frequentem o parquinho.

em volta do possuir rede de arremessada dentro

dos

barracos gerando desconforto. 16


LIXO/POTENCIALIDADES

Figura 21 - Contentores de lixo Fonte: Própria

Na

comunidade

contentores de lixo

existem

alguns

localizados nos

Figura 22 - Poste improvisado (Fonte: Própria)

Figura 23 - Rua Vila Nova Conceição

O lixo também produz fonte de renda

A horta do Marcílio foi uma iniciativa

para

moradores

da

do próprio morador com o apoio da

pontos de acesso ao assentamento,

fazendinha, embora o espaço

não

ONG do TETO o plantio é feito no

infelizmente o descarte não feito de

seja apropriado para esse

fim. A

forma correta.

foto mostra um ponto de

guarda

Existe alguns

alguns

(Fonte: Própria)

descartes jogado a beira do córrego,

desse material que é

em

vendido

pontos

vazios

dentro

da

acesso principal do seu barraco.

recolhido e

.

comunidade e às vezes a 40 metros dos contentores, colocando em risco a saúde da população. 17


Em decorrência da atual situação destas famílias e reconhecendo-se o direito fundamental à moradia, pautado em nossa Constituição Federal, esse cenário instiga a um estudo mais detalhado sobre o espaço, no intuito de propor uma medida

que apresente melhorias reais na qualidade de vida

.

dessas famílias

18


4 . FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE OSASCO


4.1 A DINAMICA DE FORMAĂ‡ĂƒO DO ESPAÇO URBANO DE OSASCO era vir para elas e desfrutar de fantasias como emprego pleno, social providenciada Desde o seu surgimento, Osasco cresceu principalmente

P152 As

havidas na com a

urbano

de do trabalho

da infraestrutura industrial, entre outras

de

e

com a qual esses incentivos

crescimento industriais nas grandes

homem

o

campo-cidade. o Brasil passava por um processo

Nesse de

medidas,

do campo para as

Paulo. O

o principalmente para

Nordestino sofria com as

da

seca motivo pela qual expulsava o povo das suas terras. [...]A

novas

aconteceu nada viraram

Maricato apud Santos, 1986, p.

2). Na

de 1930 a

restringia

urbanizada de Osasco se

ao entorno da linha

conhecida como a

ferrovia sorocabana. Somente na mancha de do Rio

Na

desconectados da malha a

de 1970 surgem os primeiros bairros

privilegiada,

devido

das ao

da

metropolitana, pois viver

Paulo era mais caro devido

terras. Osasco

planas

devido a topografia

existente. Vale ressaltar nesse

cidade de Osasco fruto da em

as

nesse

acidentada, alguns bairros eram urbana

de 1940 e 1960 a

cresce em

das

extensiva ao campo), incentivo

lazer,

claro, e, aos poucos, os sonhos

pesadelos

do

Brasil, principalmente do nordeste. Conforme relatou Maricato em seu texto e desigualdade

1930,

disso,

Paulo em busca de melhores

de vida, sendo a maioria vinda de

Estado,

oportunidades para os filhos...

no ramo industrial, com a qual foi um polo atrativo para muitas que migraram para

pelo

das suas uma

acesso

de

transporte Segundo

parecia estar nas cidades, onde o

19


....Quase

Bonduki e Ronilk 1979 afirma que “Osasco é um município

indústrias

periférico privilegiado quanto a localização do

emprego” e à rede de

duas

outros municípios da Grande

dos

trabalhadores

indústrias (área central e as

zonas

industriais

localizadas nos limites

São Paulo”. Em 1970 a 1990 segundo a Secretaria de habitação de

Dos trabalhadores que

diretamente no surgimento das favelas e o aumento destas. Lembrando que as políticas voltada para essas

capital: São Paulo.

acreditavam que era

possível acabar com as favelas. No

entanto os salário recebido

pelo chefe da família mal dava

para pagar aluguel e nem se enquadrava nos programas de habitação. No entanto os vazios deixados pela urbanização desconexa considerado como áreas frágeis era ocupado pela população de baixa renda. Osasco na década de 70 não possuía característica de

Osasco,

residiam nestas

áreas, 58% trabalhavam na em outros bairros e 24%

de

norte e sudeste).

Osasco houve uma desaleração da economia e um empobrecimento da população, fator que influenciou

comunidades até a década de 1980 era de erradicação, pois

da

local residiam nas imediações

das próprias

transporte público, especialmente o

ferroviário, “Se comparando a

80%

região, 18%

trabalhavam na

Nos anos de 1980 a 1990 foi um período de grande adensamento da cidade tanto pelo crescimento vegetativo quanto pela mão de obra que chegava até a região. Dos anos 1990 a 2000 a economia volta a crescer graças a construção do rodoanel pois devido a fácil ligação com o porto de

Santos muitas empresas começam a se instalar as

margens da

rodovia, fator que influencia na ocupação de

terrenos vazios nas

suas proximidades, como é o caso da

bairro dormitório, a maioria dos trabalhadores localizavam-se

fazendinha. O espaço Urbano de Osasco se desenvolveu de forma injusta

nas zonas industriais de Osasco segundos dados do SHDU

do

apud Cebrap(1972).

social

ponto de vista urbano e ambiental tendo a desigualdade evidente na sua forma de ocupação territorial,

valorizando as áreas com maior infraestrutura em detrimento das outras com menos infraestrutura e serviços Urbanos. 20


4.2 HISTÓRICO DO PROCESSO DE FAVELIZAÇAO DE OSASCO

Brasil surgiu no os

XIX

a guerra de Canudos. Em que

Soldados foram a batalha com a promessa de que ao

retornar receberiam a casa tiveram do Rio de

e como

aconteceu eles

de ocupar o morro da Janeiro. A

com uma planta

de

plano

da Caatinga chamada de Favela

de

de

e esgoto no

Os loteamentos da periferia passaram a ser ocupados sem o de infraestrutura com incentivos de empreendedores privados. Era comum a venda de lotes por grileiro, mesmo assim os

trabalhadores que ali chegavam

construir a suas O filme de a

da

Jardim de

a

do diretor Renato

funcionava a

com

Maricato traz uma

de como

nesse lotes

no bairro

em Osasco. Essas casas eram erguida aos fins

semana por seus moradores

materiais para

de

os

era comprado nas proximidades,

sem qualquer

Figura 24 - Planta favela Foto: Tito Jota

que teve

uma

na cidade

dos barracos era parecido

Em Osasco observa-se na de 1970 um processo das terras, Segundo a prefeitura isso se deve ao

sendo que tais

Embora tenha surgido no Rio de Janeiro, esse modelo de assentamento tomou conta das cidades brasileiras

demoravam muito

principalmente

financeiros. A luta por moradia na cidade de Osasco teve um forte

daquelas desenvolvidas economicamente. No

entanto cabe ressaltar que essas

acontecem sem

conhecimento dos donos do terrenos sejam eles

ou

particulares. Com a crise de 1970 a 1990 com os rebaixado um nova classe de pessoas estavam conseguindo se manter nas

tempo devido aos baixos recursos

apoio das

com o apoio do CDDH-O

(Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Osasco) que era mediador dos

conflitos entre os moradores e os

municipais principalmente

na

de 1980. Os principais

conflitos era sempre a moradia e o direito a cidade. 21


Ainda existiam situações de extrema pobreza aonde as famílias não conseguiam se manter no aluguel nos bairros formais

Conforme mapa a seguir algumas ocupaçoes não foram computadas nos dados do IBGE dentre elas a fazendinha.

e muito menos comprar lotes clandestinos e

ocupavam os espaços

vazios dando inicios as primeiras

favelas na cidade de Osasco. Conforme informado anteriormente

o

processo

de

favelização na cidade de Osasco tem o seu início na década de 70 segundo dados SHUDO

Figura 25 - Fonte SHUDO Adaptada pelo autor

Conforme

informação

da

prefeitura

municipal

de

Osasco(PMO) de 2005 essas comunidades tinha as seguintes caracterização. A maior parte está inserida em áreas públicas de loteamentos

Figura 26 - Aglomerado subnormais Fonte SHUDO

Identificando as favelas

e ou em loteamentos não regularizados, tendo inúmeras

O termo favela segundo Denald 2009 tem variações em todos

restrições e dificuldade para regularização tanto pela legislação

país e ainda diria que diferem umas das outras mesmo estando

municipal quanto pela estadual. São ocupações em áreas de

em um mesmo

risco, em terrenos aclives acentuados, ou às margens de

território, cada um com o seu histórico, com o seu arranjo urbano

córregos, com a inexistência de atendimento pelos serviços e

enfim a lista é grande de particularidades. Em Osasco a nível de PLHIS de Osasco ele considera a favela

equipamentos urbanos públicos.

munícipio, são característica peculiar de um

com as seguintes características fundamentais. 22


· Acesso à terra mediante invasão de áreas privadas ou públicas, nas quais atualmente os moradores conquistaram direitos de posse e/ou de uso das áreas ocupadas; · Ocupação frequente de áreas públicas, pouco adequadas à urbanização, como áreas públicas de loteamentos, margens de rios, morros e outras áreas “abandonadas pelo mercado”. e exíguo do sistema viário e dos “lotes”, distinguindo as favelas demais

apresentarem construídos

assentamentos

urbanos

em

função

de

morfologia específica, constituída por espaços quase

contínuos

residências justapostas e

formados

por

unidades

conectadas a estreitas vielas de

pedestres. Sendo o principal

acesso à terra por meio de

invasão.

A Hermínia Maricato em entrevista a melancolia da desigualdade

- a cidade dividida 16/08/2016 ela personifica

esses espaços como em que não possuem

relata ao Jornal BBC Brasil (08/08/2017) a

dificuldade de sobreviver com um salário mínimo. "Você compra remédio ou comida. Às vezes, você

deixa de cortar o cabelo para comer,

deixa de

· Processo de Ocupação espontânea definindo o caráter irregular dos

Paraisópolis

a localização da sobra, isto é, lugares valorização imobiliária. Portanto são

comprar um sabonete para comer.

Você deixa de tirar barba. Você sempre precisa cortar uma coisa para fazer a outra", conta ele. Além de sobreviverem com o mínimo existe questão da insegurança de perder os barracos a qualquer momento ficar no meio da rua. Outro fator

importante

assistencialismo

produzido dentro das comunidades pelo

que

cabe

levantar

é

o

poder paralelo, como festinha do dia das mães, brinquedos, compra de gás, transporte

para emergência médica, enfim

são benefícios produzidos por eles

afim de manter esses

pessoas submissa ao seu governo, mas essa é a realidade

ausentes de fornecimento de energia elétrica, abastecimento

das comunidades pela ineficiência e lentidão dos

de água, coleta de esgoto e lixo, pavimentação, de transporte

públicos em cumprir com a legislação. No documentário Falcão - meninos do tráfico produzido

público, equipamentos de saúde, educação e lazer. A grande porcentagem dos seus moradores são famílias de

órgãos

pelo MV Bill e Celso Athayde em 2006, mostra envolvimentos

baixa renda, que muitas das vezes escolhem qual a refeição

de adolescentes no mundo do tráfico que possuía dentro de

no dia vai ter para comer, a renda não é suficiente para suprir

si um sonho de poder ter condições financeira para construir

as necessidades básicas. Um morador da comunidade

uma moradia digna para a sua mãe. 23


O que se observa aqui é que antes

perecia apenas um

problema de acesso à terra de moradia humana se transforma em segurança pública. As mídias noticiários em torno das comunidades são de violência, confronto policial o que muitas da vezes por falta de conhecimento de caso, as pessoas começam a ter uma visão desses lugares como a escória da sociedade. Mas nem todas as pessoas que moram lá se envolvem com o poder paralelo, existe o pai de família que trabalha de

Figura 28 - Retiradas da pagína facebook conjunto Esperança

sol a sol, existem pessoas que acreditam na mudança do seu espaço e o que falta é a falta de informação.

Exemplo de atuação da ONG TETO na favela Vila Nova Esperança localizada na zona oeste de São Paulo. Esse espaço

A exemplo próximo a comunidade fazendinha foi a favela pinga pus que recebe esse nome pois os cadáveres mortos eram

feitos o descarte dentro dessa comunidade na qual

recebeu a Osasco. Os

na comunidade era usado como deposito de lixo e

entulho, sendo propício a contaminação do solo, focos de doenças e outros problemas que o lixo descartado de forma irregular pode causar. Através da conscientização dos

honraria de ser considerada a mais violenta de

moradores o local foi implantado uma horta no estilo mandala

moradores se reuniram com a liderança da

e a construção de uma cozinha solidária feita pelos próprios

associação no intuito de mudar as condições daquele espaço.

moradores. Essa cozinha hoje é usada como fonte de renda para essa comunidade sendo a sua administração feita pela a associação dos moradores.

Figura 27 - Retiradas da gravação de um vídeo Fonte: Romulo cesar 24


5 . ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO


A análise do entorno consiste em entender as relações entre a comunidade e a região, por meio do mapa de localização, zoneamento, uso e ocupação do solo e viário. Para a localização da comunidade no mapa foi usado a ferramenta google Maps sendo este o único recurso cartográfico

possível de identificar que ali existe uma

ocupação.

Figura 29 - Localização Fonte: Maps

No zoneamento foi realizado uma consulta da legislação da

5.1 ZONEAMENTO

cidade no site da prefeitura do município de Osasco. Na ocupação do solo procurou-se marcar os usos mais frequentados pelos moradores como escolas, creches e UBS. NaS questões viárias foi identificado os pontos de Ônibus usado

pelos moradores, bem como as principais vias que

interligam a comunidade.

Segundo o mapa do zoneamento do município de Osasco a área ocupada pela torre e nova conquista estão inseridas na ZI 14 (Zona de uso industrial). Já a área da fazendinha está inserida na ZR3 (zona de uso predominantemente residencial, de média a alta densidade demográfica. Este mapa caracteriza essa ZR3 como Zona Especiais de interesse social. A ZI 14 a leste da comunidade corresponde ao terreno vendido pela DERSA a empresa TECNOGEM ALAMBRADOS

A área de intervenção encontra-se no sudoeste na região metropolitana de São Paulo, no município de Osasco, no bairro referência

São Pedro, tendo como principal ponto de de

localização

Especializado de Assistência Rua Nova Conceição, n° 370.

o

Centro

de

Referência

Social (CRAS) Padroeira na

LTDA no ano de 2011.[1] Este terreno possui uma área de 1673,91(ha) na qual está registrada na prefeitura como Gleba B. No perímetro do rodoanel havia uma ocupação denominada comunidade Raio de Luz que devido a venda do terreno

foi

retirada

manifestações) por meio

do

local

(mesmo

após

várias

de reintegração de posse. Essa

gleba está atualmente sem uso. 25


A parte cinza localizada ao leste da figura acima predomina a zona Especial de interesse social, com o condomínio Williams

Rafael (de 6 andares) e ao lado estão

sendo construídas várias torres de condomínio com gabarito de 8 andares. Ao

Sul

está

o

conjunto

Vitória

(antiga

favela

denominada “pinga pus”) que recebeu conjuntos habitacionais de casas sobrepostas com zona especial de interesse social. Já ao norte é

possível identificar com casas térreas, casas

sobrepostas e

condomínios de 6 pavimentos classificadas

para o uso de ZEIS 2 e 3.

[1]Aviso de homologação por meio de pregão eletrônico nº020/2011 processo da Dersa: nº51323/2001. No qual o extrato de compromisso explica a legalidade da venda do terreno pelo artigo 24, inciso V da lei 8.666/93 pelo processo nº 43.641/06. Valor do terreno: 23.000.000,00 de agosto de 2011 prazo de pagamento de 60 meses e assinatura do contrato foi realizada na data 06/09/20014

26


Figura 30 - Mapa de zoneamento (produção própria)

27


Figura 31 - Mapa de infraestrutra viária e uso do solo (produção própria)

28


A comunidade encontra-se às margens de três vias locais quais sejam:

A Rodovia Presidente Castelo Branco liga o centro-oeste de São Paulo seguindo as margens do rio Tietê na cidade de

● Rua Nova Conceição,

Osasco com fluxo em direção ao interior do

● Rua da Alegria; e

Paulo.

● Avenida João Paulo II Todas as vias apresentam características de baixo fluxo de trânsito e são os principais pontos de acesso à ocupação. A rua Nova Conceição e a avenida João Paulo II são

O

A linha 086 Jardim veloso (Osasco) /São Paulo/Lapa e a

se

destaca

pela

circulação

intra-metropolitana até o porto de Santos, visto que nesse perímetro

da

cidade

de

Osasco

encontram-se

várias

indústrias. O que facilita ao transporte de mercadoria.

perpendiculares à via coletora do bairro. A avenida José Barbosa de Siqueira, possui pontos de ônibus de quatro linhas que atendem a comunidade.

Rodoanel

Estado de São

Quanto ao uso do solo esse mapa destaca as principais instituições e empresas que oferecem serviços à comunidade, tais como: ●

059 Osasco (Conj. dos metalúrgicos) /São Paulo (Metrô Butantã) dão acesso a estação Comandante Sampaio da

CPTM ao metrô Butantã e a Cidade de São Paulo. Essa avenida conecta-se com a via arterial Av. Leonil Crê Bartolosso que possui tráfego intenso dando acesso ao

município de Carapicuíba. Vale ressaltar sua conexão com a avenida dos Autonomistas que tem grande importância no contexto histórico e no desenvolvimento sócio econômico da cidade de Osasco. Ainda por intermédio da Avenida Leonil Crê

O CRAS está localizado na entrada da comunidade, onde oferece serviços de assistência social e psicológica no intuito de

atender as famílias em situações de vulnerabilidade. A

administração é municipal e as famílias que necessitam de programas de auxílio do governo federal realizam o cadastro neste centro de assistência social. Segundo relato dos moradores os serviços não são prestados de maneira satisfatória. A Unidade Básica de Saúde (UBS) Getulino José Dias está localizada à 600 metros da comunidade.

Bartolosso é possível acessar a rodovia Mário Covas e a

Rodovia Presidente Castelo Branco.

29


Não existe a possibilidade

de chegar ao local por meio do

transporte público sujeitando os

moradores a percorrer a pé

com o tempo de caminhada em torno de 8 min ou mediante transporte particular. Segundo informações dos moradores o atendimento é bom. ● As escolas do entorno são:

O terreno da Fazendinha possui territorialidade em parte pública e parte privada (pertencente a ENEL nas áreas da linha de transmissão). O terreno havia sido concedido por

meio de

desafetação a DERSA devido a construção do Rodoanel, porém

E.E Leonardo Vilas Boas oferece educação de jovens e adultos - supletivo, ensino fundamental e médio, ficando a

finalizado as obras a prefeitura recebeu novamente este terreno.

230m do CRAS; E.E Irmã Gabriela Maria Elisabeth Wienkem oferece

147/2006 No art. 3º parágrafo Único.

Segundo a lei complementar do município de Osasco nº

educação de jovens e adultos - supletivo, ensino fundamental e médio, ficando a 400m do CRAS; A creche e EMEI Alberto Santos Dumont localizada na rua Melquezedelque no conjunto Vitória, ficando a 160m do CRAS;

DERSA

o Poder Executivo Municipal autorizado a receber

do

-

de

Desenvolvimento

instrumento de

83.864,50 m2 (oitenta e

a Gleba B, com

metros quadrados e cinquenta

de Siqueira a 500m da Rua da Alegria.

C, com

É possível observar no entorno da região algumas indústrias, porém não há uma pesquisa aprofundada se algum dos moradores trabalham nessas indústrias.

de

mil e oitocentos e sessenta e quatro

e a EMEF deputado Alfredo Farhat na avenida José Barbosa

S.A.,

quadrados) e a Gleba

de 29.625,78 m2 ( vinte e nove mil e seiscentos e

vinte e cinco metros quadrados e setenta e oito quadrados), identificadas em planta constante do

memorial descritivo constante do Anexo IV, que

Anexo III e passam a ser

parte integrante desta Lei Complementar. As descritas no caput deste artigo ser destinadas de programas habitacionais de

30


de Osasco e ofertando a essas famílias o direito à cidade, a infraestrutura urbana e o melhoramento da qualidade de vida. Visto que a sub-região da torre e da nova conquista se encontram

na

ZI-14

propõe-se

a

sobreposição

desse

zoneamento. Quanto ao terreno particular pertence a concessionária ENEL atualmente. Quando pertencia a Eletropaulo foi enviado para moradores alguns avisos, porém nenhum veio com número de processo. Essa é a área em que os moradores se sentem mais temerosos de a qualquer momento serem removidos do local. Figura 32 - Lei Complementar Fonte: Prefeitura municipal de Osasco

Portanto a GLEBA C e B na qual está inserida a comunidade fica regido pelos parâmetros de aplicação das

No

entanto

segundo

relato

dos

moradores

eles

comentam que a Eletropaulo pretendia resolver de forma pacífica a situação deles.

ZEIS 1 Quanto a determinação da Zeis 1, a lei complementar 125/04 art.22 define como terrenos vazios ou subutilizados, privados ou públicos, que por suas características especiais sejam destinadas prioritariamente a promoção de habitação de interesse social. Esse instrumento quando aplicado permite atender a função social das famílias de baixa renda, sendo regido pelos parâmetros específicos da legislação aplicável do município 31


6 . ANÁLISE DO TERRITÓRIO


Consiste em uma escala de aproximação maior do local, através da coleta de informação e estudos de base cartográfica que ajuda a direcionar o partido do projeto. Foi colhido informações sobre o contexto histórico de formação da comunidade e os seus indicadores bem como as suas relações com: o poder paralelo e a segurança pública e entre a comunidade e a prefeitura. Através da base cartográfica foi verificado as manchas da ocupação e as áreas não ocupadas (cheios e vazios). Estudado o relevo através da confecção da maquete topográfica, procurando perceber os desníveis e quais os riscos envolventes. Foi identificado os pontos críticos de deslizamento do solo através do mapa de risco e quais as famílias estariam expostas a estes riscos. Foi observado a nascente de um córrego e a relação existente com os moradores e por fim entendido como funciona a circulação dentro da comunidade e quais os principais acessos.

32


6.1 HISTÓRICO DA FAZENDINHA A origem do nome da comunidade se deu pelas

E com o passar do

tempo novas famílias foram se

características iniciais do lugar, uma vez que anteriormente à

instalando, provenientes de outros municípios e até de outros

ocupação havia uma fazenda no local e como o dono não

estados.

possuía nenhum herdeiro, a prefeitura tornou-se proprietária

Nos dados

levantados pela ECO (Escutando

do terreno. Os primeiros ocupantes da Fazendinha são

comunidades no ano de 2016) é possível visualizar de quais

oriundos de um assentamento conhecido como favela “Pinga

estados e municípios provêm essa população. De acordo com

Pus”. Os moradores da Pinga Pus, no ano de 1998, tomaram

o mapa 71% vieram de São Paulo.

conhecimento de uma verba pública federal que seria destinada ao Município de Osasco-SP. Sabendo desta informação, por meio da líder da associação comunitária, a senhora Lurdes e os moradores solicitaram melhorias das condições de moradias para os habitantes da favela. As solicitações foram atendidas e a prefeitura construiu 504 unidades habitacionais com recursos provenientes do programa Habitar Brasil (BID). O projeto compõe de casas

Figura 33 - Com Alteração do Autor Fonte: TETO

sobrepostas e uma quadra de esporte. Hoje a favela Pinga Pus é conhecida como Conjunto Vitória após a construção das moradias.

Na pesquisa houve um período em que aumentou o número de moradores na Fazendinha, conforme imagem 22,

Porém vinte e sete famílias não foram contempladas com

foram cerca de 72% entre os anos de 2013 e 2016. Eles

as habitações, e por este motivo ocuparam a gleba C que fica do outro lado da Rua Nova Conceição.

associaram essa mudança a falta de recursos para se manterem em outro local. 33


De acordo com o período de ocupação foram surgindo as

Ainda no contexto social as pesquisas das características

sub-regiões, como a Nova Conquista, que veio logo após a

étnico raciais da população 51% se consideraram parda, 26%

Fazendinha Embora quando há reivindicação não exista essa

branca, 21% preta, indígena 1%, amarela 1% e 0,5% não

fragmentação, conforme a imagem 30.

souberam responder a pergunta. Ainda segundo levantamento a Fazendinha é uma comunidade em que a faixa etária é predominantemente composta por jovens e crianças

Figura 36 - Gráfico da faixa etária Fonte: TETO

Quanto a educação no que se refere a alfabetização 87%

Figura 34 - Mapa das sub-regiões da fazendinha (Produção Própria)

afirmaram saber ler e escrever, 3% de não alfabetizado, 5% assina seu próprio nome, 2% apenas escreve, 3% apenas ler. No

que tange à escolaridade 30% dos adultos completaram

até o ensino fundamental II, 39% disseram que a falta tempo devido

ao trabalho foi o motivo da evasão, das crianças e

adolescente (6 a 17 anos) 89% frequentam a escola. Figura 35 - Gráfico do período de ocupação Fonte TeTo

34


No que se diz respeito ao trabalho 51% dos homens e 54% das mulheres trabalham com carteira assinada. 48% dos homens e 45%

das mulheres trabalham sem carteira

assinada. Dos entrevistados

adultos 55% relataram estar

trabalhando e 54% não estão trabalhando e nem procurando

No que toca ao fornecimento de água apresentam

fornecimento

de

água

e energia, 95%

irregular

e

98%

apresentam energia irregular. No que concerne ao lixo 71% utilizam ponto de coleta de

lixo da prefeitura. Para as instalações sanitárias 76% usam como banheiro o

emprego. Em relação a mobilidade 45% usam transporte público gastam em média entre 10 a 30 minutos para chegar ao

descarte a céu aberto. Ainda na pesquisa foi perguntado quais as principais

trabalho.

Para o deslocamento até a escola 47% afirmaram

preocupações dos moradores, dentre as mais relevantes

levar menos de 10min sendo este percurso feito a pé ou de

foram: A sujeira e acúmulo de lixo, a falta de saneamento

bicicleta. Para ir ao local

básico, o tráfico de drogas e o desemprego[1].

de atendimento médico 63% dos

entrevistados levam entre 11 a 30 minutos e 70% afirmaram ir

Conforme os indicadores, a favela atualmente possui cerca de

de bicicleta ou a pé. Quanto a Saúde 53% afirmaram ter ido ao posto nos

936 famílias, numa área de 4,38 ha, cuja densidade (hab./ha):

últimos

possuindo uma renda de R$440,82 per capita/mensal.

meses, sendo as principais doenças encontradas

foram: Hipertensão

4%, Diabete 2%, 10% renite, 10%

bronquite. Dos casos de diarreia

60% acontecem com

crianças. Para o uso das drogas 80% relataram não apresentar vícios, 16%

é de 322 com 738 domicílios a Vulnerabilidade social IPVS 6,

fumam, 5% tem problema com alcoolismo e 4% usam

7.1.2 Relação entre a comunidade e o tráfico e a segurança pública Não se tem muita informação sobre essas relações no local, apenas que possuem duas “biqueiras” que auxiliam toda

drogas.

comunidade em caso de doença, transportam gestantes até os

Quanto a moradia 28% das construções são de blocos de alvenaria e 56% são barracos.

locais de atendimento mais próximo e pessoas enfermas para postos de saúde e hospitais.

35


Financiam eventos promovidos dentro da comunidade, como exemplo, entrega de brinquedos no natal e ovos de chocolates na páscoa. É recorrente a entrada da polícia dentro da comunidade para combater o tráfico, embora não haja relatos de confronto direto com o poder paralelo. Segundo moradores a Fazendinha é tranquila e todos vivem em segurança.

7.1.3 prefeitura/habitação e comunidade Um pequeno Grupo de lideranças da comunidade com o apoio do TETO mantém o contato com a Secretaria de Habitação

para

questionar

reivindicações quanto ao

projetos

de

moradias

direito à cidade. Já houve duas

visitas do prefeito na comunidade. A última reunião realizada no mês de outubro de 2018 entre as lideranças e a habitação foi informado que irão atuar na comunidade

para o ano de

2019.

36


6.2 CHEIOS E VAZIOS Por

meio

deste

mapa

é

possível

observar

a

irregularidade do traçado urbano bem característico das favelas. Na fazendinha diferente da maioria das ocupações existem bastante áreas vazias, os motivos são a acentuação do relevo e a fragilidade do solo que em época de chuvas contribui para o desabamento dos barracos. Ainda há duas áreas preservada pelos moradores na esperança de que seja construída unidades habitacionais uma é usada como campo de futebol a outra encontra-se sem utilidade. Quanto às vegetações existentes também foi preservada principalmente nas áreas próxima ao córrego.

37


Figura 37 - Mapa de cheios e vazios produção própria

38


6.3 TIPOLOGIA RESIDENCIAL Apesar de 20 anos de existência o nível de ocupação ainda é

pouco consolidado. As casas de alvenaria estão

localizadas nas áreas mais antiga da ocupação, a maioria sem recuo, sem ventilação, sem conforto com obras que parecem não ter fim.

Efetivamente, a 'cidade oculta', representada pelas moradias ilegais, tem um 'preço oculto', que vem sendo pago por toda

sociedade,

ainda que a tragédia do quotidiano de seus moradores ultrapassa qualquer limite de comparação com as demais faixas da população. Única alternativa para milhões de famílias desprezadas pelo poder público e ignoradas pela sociedade, a 'moradia indigna' avança sem

É facilmente constatável, mesmo para um observador desatento,

o aspecto das moradias inacabadas das

regiões periféricas a

paisagem urbana é um imenso e

semiparalisado canteiro de

obras. A clientela da

autoconstrução, por ser pouco afeita aos

processos

construtivos implanta erradamente suas casas nos lotes, usa materiais de qualidade razoável mais que, mal-empregados, chegam a comprometer a estruturalmente a 1976

moradia. (REPORTAGEM DE CAPA,

MARICATO

APUD

EMPLASA

METROPOLITANA DE PLANEJAMENTO

(EMPRESA DA GRANDE

de rios e córregos ou no fundo

de vales, contribuindo para o

agravamento de inundações e

enchentes em toda a cidade. Ou

também com a edificação em

encostas, abrindo caminho para a

erosão e deslocamentos de

terra, que entopem as galerias de

águas pluviais, córregos e rios,

com os mesmos efeitos

calamitosos. Ou com a explosão de

verdadeiros bairros, em

loteamentos ilegais, em regiões importantes para a preservação do meio ambiente, como as áreas

de mananciais ou reservas

florestais, contribuindo para a poluição das águas e da atmosfera.

Única alternativa para as famílias que precisam de um domicílio, a

SÃO PAULO S. A)

No miolo da Fazendinha as casas estão em cota negativa vivendo em contato direto com os esgotos a céu aberto principalmente dos que desaguam do condomínio. Os pontos mais críticos como a beira do córrego, a encosta do

limites na ocupação desordenada do solo, com a construção à beira

moradia indigna é, involuntariamente embora, um forte agressor do meio ambiente, com todas as suas

conseqüências desastrosas

para a qualidade de vida de toda a

população. (DENALDI 2003,

Pág 16 apud INSTITUTO CIDADANIA, 2000)

morro e abaixo da linha de alta tensão,

localizam-se os barracos de retalho de madeira e de papelão. São

barracos

precários

correndo

sério

risco

de

desmoronamento. 39


Figura 38 - Mapa tipologia residencial (produção própria)

40


6.4 TOPOGRAFIA É possível identificar que na Fazendinha a sub-região da nova conquista encontra-se na encosta do morro e a beira do córrego, somente na Rua nova conceição as casas encontram-se

no nível da rua e na parte superior da torre

próximo da Av. João Paulo II. O desnível do terreno possui uma cota de 25m no seu ponto mais alto. A maquete foi construída a cada 1 metro na escala de 1/750.

Figura 40 - Foto da maquete topográfica produção (Própria)

6.5 USO DO SOLO Após o levantamento do uso do solo identificou-se que o espaço é predominantemente residencial. Existem pequenos comércios, lanchonetes, uma pequena padaria, bares e igreja evangélica, e um ponto de ferro velho. Porém segundo relato de moradores [...] “quando eles têm dinheiro eles Figura 39 - Foto da maquete topográfica produção (Própria)

compram fora porque dentro da

comunidade o preço é elevado, só quando há emergência ou quando estão liso compra fiado aqui.” 41


Figura 41 - Foto da maquete topográfica produção (Própria)

42


6.6 INFRAESTRUTURA VIÁRIA

43


Considerando a circulação dentro da comunidade esse

· Risco 1 Baixa potencialidade

percurso é feito predominantemente a pé. A área de possível

· Risco 2 Média potencialidade

acesso por meio de veículos, como moto e carro, é somente na

· Risco 3 Alta potencialidade · Risco 4 Muito alto

entrada do CRAS até o comércio da “bolacha”. As vielas constituem-se de labirintos estreitos, escadarias

Improvisadas e íngremes para subir até o ponto mais alto. É

Quanto ao tipo de solo nas áreas que apresenta um grau de risco elevado, a escola politécnica da USP realizou um projeto

complicado andar nesses labirintos somente acompanhado por

de

alguém da comunidade, pois ora você está na via, ora você se

Granulometria, sedimentação e limites. Na qual chegaram aos

depara com um barraco, esses pontos cegos impedem de

seguintes resultados.

visualizar a saída Existe também uma barreira física (um muro) que impede

pesquisa em laboratório através de ensaios de

● ● Baixo

o fluxo para a rua dos Imigrantes Italianos e para a rua Mirassol.

6.7 MAPA DE RISCO Neste mapa é possível identificar as categorias dos riscos geotécnico, bem como, a presença da linha de transmissão que cruza a comunidade. Nas características Geotécnicas o grau de risco varia do 1 ao 4, sendo, portanto, definido, que quanto maior for a numeração mais altos serão os riscos de escorregamento

de plasticidade - o aumento da umidade pode

facilmente (Poli-2017 apud

estadual de planejamento e pesquisa de Pernambuco) Essa pesquisa tinha como objetivo a construção de um muro de

contenção nessas áreas de escorregamento, porém não

aconteceu por motivos financeiros.

Quanto aos riscos que envolvem as ocupações abaixo da linha de transmissão estão associados a corrosão e a descargas atmosférica.

erosão do solo.

44


6.8 MAPA DE RISCO

Figura 43 - Mapa de risco (produção própria) 45


● Devido ao efeito da corrosão quando exposta ao contato da ação do

homem pode comprometer a estrutura metálica na

parte próxima da

fundação ocasionando oxidação deste

material. No caso específico da Fazendinha algumas residências estão muito

próximas dessas estruturas, o que prejudica a

drenagem superficial levando a reter a umidade, um fator que predispõe a corrosão. ● Todas as torres possuem um sistema de proteção que é

Figura 44 - Distância segura da faixa de servidão

Fonte: Furnas

A imagem 34 demonstra como são distribuídas as áreas dentro da faixa de servidão, bem como as suas classificações.

conhecido como para-raios. Que consiste em um sistema de

A:

aterramento usado

movimentação de veículos e equipamentos nos trabalhos de

para mitigar os riscos ocasionado pela

ação natureza. Existem casos

em que raios podem

comprometer o sistema rompendo com o cabo e destruindo os para raios e isoladores. De acordo com as definições da norma NBR 5422/1985, é recomendado as concessionárias estabeleceram um espaçamento

mínimo para as construções de moradias

Fica ao redor da estrutura das torres. Usada para

manutenção. B: Corredor de localizado bem abaixo dos cabos, ao longo da

linha. Nessa área são permitidas algumas benfeitorias

conforme o quadro a seguir. C: Faixa que complementa a largura total da faixa de servidão

segundo as tensões de cada Linha de Transmissão. Esse distanciamento em áreas urbanas seria no mínimo de 30m,

sendo 15m de cada lado partindo do eixo central para

tensão de

138KV. Esse espaçamento de 30 metros e

denominado como faixa de servidão. Figura 45 - Faixa de Servidão

Fonte: Furnas

46


distâncias de segurança indicada, além de expor os

Algumas residências da Fazendinha estão dentro da classificação A da faixa, sendo o quintal da casa a própria torre.

moradores riscos de descargas elétricas e acidentes de queda

E

da torre.

outras obstruem a passagem de veículos para a

manutenção

periódica.

Segundos relatos dos moradores

existem seis anos que a concessionária não faz manutenção na rede. Conforme permitidas

Além dos riscos de solapamento a fazendinha possui a

imagem

35 algumas

benfeitorias

são

uma nascente de córrego dentro da comunidade, que serve

dentro da faixa de servidão como plantações

também como receptor dos esgotos provenientes da favela,

rasteira, irrigação é o deslocamento de pedestre.

do

condomínio, e grande parte do lixo, o que ocasiona a

contaminação do lençol freático. Essa desarmonia com a natureza causa impacto negativo para os dois lados. E aqui surge o conflito entre as agendas verde e marrom, não qual, a agenda

marrom quer mitigar os agentes poluidores e a

agenda verde

defende a preservação do meio ambiente.

Porém foi decidido

sentir o espaço, observar o significado

daquele local na vida das pessoas. É possível observar através do corte esquemático que algumas casas foram construídas às margens do córrego e acima deste, exposta totalmente as intempéries. No entanto Figura 46 - Faixa de Servidão

Fonte: Furnas

Com base na observação da NBR5422/1985 construir abaixo da linha de transmissão acarreta na diminuição das .

concorda-se com MARTINS,2006 quando afirma que [...] Os problemas presentes nos assentamentos irregulares nessas áreas não se explicam nem se devem a fatores isolados, mas a

somatória de questões econômicas e sociais mais

amplas...” 47


Após a análise geral dos riscos foi produzido um mapa mostrando as casas que estão expostas a esses riscos.

Figura 47 - Mapa do córrego (produção propria)

Figura 49 - Mapa de casas em área de risco (produção própria)

Concluiu-se que das 936 famílias 523 estão em áreas de risco e que os lotes fora dessas não atendem as áreas mínimas para construção de moradias. Figura 48 - Corte AA (produção própria)

Corte mostra a declividade do terreno e os barracos de madeira acima do córrego sendo que nenhum deles possuem saneamento. Em dias chuvosos quem mora na parte mais baixa do terreno recebe toda a sujeira dos barracos de cima. 48


7 . REFERÊNCIAS PROJETUAIS


Ficha técnica Projeto Bamburral: Brasil Arquitetura - Marcelo Ferraz, Francisco Fanucci. Área de intervenção: 39800 m² Local: São Paulo, 2008 Programa:

·

250 unidades habitacionais divididas em 5 blocos

·

canalização do córrego do bamburral

·

praças e parques

·

casa da conversa. Figura 50 - Mapa implantaçao - Fonte

Implantação 5 blocos implantados sobre pilotis liberando ao máximo o terreno para uso público coletivo deck suspenso sobre o córrego como também um eixo que conecta e articula. O desencontro das habitaçoes torna a visualizaçao da paisagem desempedida

Figura 51 - prefeitura.sp.gov.br/cidade 49


Estrutura

Corte da unidade

Fonte: brasilarquitetura.com (Adaptada)

Imagem 52 - Fonte: brasilarquitetura.com (Adaptada)

Iluminação direta Iluminação indireta Planta da unidade

·

A maior incidência de iluminação natural direta entra por meio da sacada da sala. Refletindo de forma indireta com maior ou menor intensidade dependendo das cores e textura do piso.

Fechamento

·

Uso de pilotis como elemento estrutural para manter a topografia natural do terreno. Lages, vigas e pilares como estrutura básica do edifício O uso do concreto armado e alvenaria estrutural como material de construção.

· · -

Imagem 55 - Fonte: brasilarquitetura.com (Adaptada)

Ponto usado como referencia no projeto a sacada -

Elemento estrutural e materialidade usada como referencia no projeto. 50


Acesso

Imagem 56 - Planta da unidade

Caminho de pedestre O fluxo indica apenas caminho de pedestre descartando a necessidade de uso de estacionamento.

Imagem 58 - Foto: Enlace arquitetura

Os parques e as praças secas como espaço publico de lazer Criação de uma nova conexão com o corrego, restituição da vegetação natural, como forma de proteger a encosta. - O reflorestamento foi usado como referência visualização do córrego.

no projeto, bem como a

51


REFERÊNCIA ESPAÇO DE LAZER

Foto 40 - Enlace arquitetura - Projeto

O morro localizado em uma colina no oeste da cidade de Arquitetos: Enlace Arquitectura Localização:

Caracas com uma pessoas

de aproximandamente 8mil

afetados por problemas ambientais, escassez de de saneamento e trabalho para

Arquiteto Responsável: Elisa Silva

Área Da Comunidade 15.2 hectares

jovens.

Ano do Projeto: 2011 Arte Visual: Enlace Arquitectura

O projeto tem como diretriz o desenvolvimento da da encosta do morro por meio do paisagismo, a coleta seletiva de lixo, e a

de

publico e de lazer, bem como

sala de treinamentos e uma cooperativa de reciclagem no

52


Foto 41: Fonte Enlace arquitetura

Foto 43: Enlace arquitetura

Foto 42 : Enlace arquitetura

Foto 44: Enlace arquitetura

53


PROPOSTA URBANĂ?STICA

Com base nesse

realizado por meio de visitas ao

Como diretrizes de projeto buscou

local, tanto em dias ensolarados, como em dias chuvosos,

novas unidades habitacionais como

bem como em

educacional

diferenciados no intuito de conhecer o

dia a dia e a rotina da comunidade. Foi

identificar

as necessidades qualquer

a

no atendimento

no que tange aos direitos de nas

mais

diversas

oferecendo

salas

ambiental

de uma

biblioteca

no intituito de oferecer aos moradores

para cuidadores de

enquanto as suas

trabalham, uma

Como alternativa para

e territoriais, partindo propor apenas

pontual, mas sim projeto dedicado a atender remover as

projeto

contempla

Normas

deles como

uma

horta

e

comunidade, o

cozinha

Dentre as premissas de desenho urbano vislumbrou-se a das

por meio de reflorestamento. A

de novas

entre ruas.

e de

Brasileira de

(ABNT) como a NBR 5422/1985 e a da ANEEL

de renda

importante

aproveitando um potencial existente.

para outros bairros, uma vez que residem no local

respeitar as normativas da

de

minicursos e

identificar as

muitos anos, perpetuando a

salas

ministrar

dentro da comunidade.

as necessidades daquele local, procurando

estudos,

para oficinas onde

que foram desenvolvidos ao longo do projeto, auxiliaram a

uma

a melhoria

como

Os mapa utilizados, disponibilizado pela ONG TETO e os

seria

de

treinamentos,

Foi pensado em um

assim do pressuposto que

de

a

669/2015) e normas

possvel

ressaltar

a

dos

problemas

da

acessibilidade de acordo com a ABNT norma 9050.

54


8 . PROJETO



DIRETRIZES DE PROJETO

Com base em toda a análise realizada algumas questões como a precariedade habitacional, as áreas de riscos, e a existência do córrego, e as barreiras físicas foram fatos que auxiliaram na tomada de decisão, nas proposições projetuais. Dentre as diretrizes escolhidas procurou-se agregar soluções sustentáveis, quebrar barreiras, criar conexões, criar vínculos, no intuito, de fortalecer o espírito de comunidade. As propostas foram separadas em tópicos nas quais serão discorridas nas páginas seguintes, sendo elas:

·

Acesso

·

Área de lazer e convivência

·

Contenção da encosta do morro

·

Horta Urbana

·

Recuperação do córrego

·

Cozinha comunitária

·

Provisão Habitacional

55


MAPA DE SETORIZAÇAO

Como Citado anteriormente o terreno esta localizado em

ZEIS 1 - Terrenos destinados

de

edificados ou sub-utilizados, privados ou de

de Interesse

Social - HIS

Coeficiente de aproveitamento (ca): 4,5

em topografia, a observando as

as necessidades do local como a dos ventos e o conforto termico, das de risco, tirando

56


A BOS BAR

RUA DA A

RU

L

NTES IT

IMIGRA

IRASSO

IA ALEGR

II

S RUA DO

PAULO

R UA M

O A JOÃ AVENID

ÃO

JO

ALIANO RUA

DE

4

5 0 8 9

1

RUA NOVA CONCEIÇÃO

FAVELA

AV P

AD R

OE

IR A

LEGENDA ÁREAS VERDES CÓRREGO HORTA

COZINHA COMUNITARIA MIRANTE PRAÇAS

VIÁRIO INSTITUCIONAL RESIDENCIAL

LINHA DE TRASMISSÃO

0

50

100

150

200

N


DIAGRAMA DE FLUXO O diagrama de fluxo indica a circulação dentro da comunidade, o acesso publico e de moradores. O projeto prevê a desobstruçao da passagem existente hoje que impede o acesso para as ruas Mirassol e dos Imigrantes Italianos. Para a rua da Alegria esse acesso hoje já é existente. Nas laterais da comunidade não é possivel desobstruir nenhuma passagem visto que são muros de terreno particulares.

57


Figura 45 - diagrama de circulação dentro da comunidade (produção própria)


A BOS BAR

RUA DA

77 5

A RU

IA

NTES IT

IMIGRA

L IRASSO

ALEGR

II

S RUA DO

PAULO

RUA M

O A JOÃ

AVENID

O

à JO

770

ALIANO RUA

DE

5 74 5 74

75

0

750

9

4 5 0 8 1

0

75

0

76

750

RUA NOVA CONCEIÇÃO

FAVELA

AV

PA D

RO

EIR

A

LEGENDA VIA PROJETADA VIÁRIO EXISTENTE VIA PEDESTRE

PASSEIO VEGETAÇAO AREAS VERDES

CÓRREGO LINHA DE TRASMISSÃO

0

50

100

150

200

N

Mapa acesso pedestre


ACESSOS

● PEDESTRE Como proposta de acesso ao pedestre é sugerido uma

entre seguir em direceçao a praça das flores ou ao mirante, sendo ambos os percursos por meio de rampas.

via principal de acesso, que se inicia na Rua Nova Conceição até a

Rua dos Imigrantes Italianos e a Rua Mirassol. Essa

proposição além de desobstruir a passagem existente entre a comunidade e as referidas Ruas, oferecem novos acessos e novas relações entre a comunidade e o entorno. Esse percurso que parte da Rua Nova Conceição conduz ao pedestre à entrada na Fazendinha em direção ao córrego,

a fim

de criar uma nova forma de convivência e harmonia

com a

natureza. Seguindo em direção ao mirante, sendo o

desnível vencido por meio de rampas com inclinação de 8%

e escadarias onde é possível ter contato com o plantio da Horta Urbana e area de reflorestamento que fazem margem com todo o perímetro da escadaria. Antes de seguir em direção ao mirante é possível acessar a Rua da Alegria através do térreo do conjunto 3, ou nas escadarias entre a cozinha e o conjunto 3.

A acessibilidade é oferecida por meio de rampas que vence um desnível de 6m até o subsolo do conjunto 3 que dá

acesso ao térreo do conjunto onde o cadeirante poderá optar Corte B - Escadaria 58


A BOS BAR

RUA DA A RU

NTES IT

IMIGRA

L IRASSO

IA ALEGR

II

S RUA DO

PAULO

R UA M

O A JOÃ

AVENID

ÃO JO

ALIANO RUA

DE

RU 0

AN

OV

4 8 5 1 9

AP

RO

JE

TA

DA

RUA NOVA CONCEIÇÃO

FAVELA

AV

PA

DR O

EIR

A

LEGENDA VIA PROJETADA VIÁRIO EXISTENTE CALÇADA

N

CÓRREGO LINHA DE TRASMISSÃO

0

50

100

150

200


11 A prospota de acesso a veículos não objetiva a valorização do

carro como meio de locomoção, mas surgiu

como uma demanda

necessária dentro da comunidade, no

intuito de:

·

Facilitar o acesso de ambulância em caso de

·

emergências; Facilitar a locomoção de pessoas com mobilidade

reduzida, idosos, gestantes e crianças; e

·

Atender

à

normativa

orientação

da

ANEEL

(resolução

nº669/2015), na qual sugere uma

periodicidade de 1 (um) ano para

execução de

inspeção de rotina nas linhas de transmissões existentes

nas

localidades.

Sendo

fazendo

necessário a entrada de veículos para manutenção

dessas torres. A via possuirá uma largura de 5m (cinco metros), que fará ligação entre a avenida João Paulo II e a Avenida Padroeira. O mapa da pagina ao lado mostra como seria a implantação desse novo viário. O corte A nos mostra a relação entre o pedestre, onde a vegetação funciona como proteção entre o pedestre e o automóvel. Sendo possivel a transposição desta via por meio de faixa de pedestre.

0

Corte A via nova projetada

5

10

15

20

25

59



7.6 MIRANTE Para as áreas de Lazer foram pensadas 3 praças, com

Tirando partido do relevo que por natureza lhe permite uma

temáticas diferenciada e um Mirante. O mapa abaixo mostra a

visão amplificada, a construção de uma escadaria mirante

sua localizaçao dentro da comunidade

surge com as premissas de contemplação da cidade. Esse espaço tem a finalidade de tornar-se um ponto de

Mirante

encontro dos moradores locais, do entorno e dos bairros

Praça 3

vizinhos. No intuito de articular um palco de convívio, rodas de conversas, e até expressões artísticas. O ponto de localização da escadaria mirante fica no final da Rua dos Imigrantes italiano e a Rua Mirassol.

A rampa contorna as escadarias sendo margeada em alguns momentos por areas verdes até chegar ao topo. Para as areas verdes do mirante devido a declividade do Praça 2

terreno sugere-se um tratamento por meio de estaca viva e a aplicaçao de fibra de coco. Um técnica naturalista que ajuda na

Praça 1

reconstituição do Solo. Conforme corte B

Figura 51 - Mapa de localizaçao das áreas de lazer (produção Própria)

61


C

ES GRANT

7.6 MIRANTE

O

ITALIAN N 0

10

20

30

40

50

62


0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Corte C - Mirante

63


D

Praรงa 1

4 5 0 8 1 9


PRAÇA 1

1 na qual possui 3 ambientes sendo eles a pista de Skate, a area de payground, a quadra poliesportiva e a area de

64


E

N

PLANTA BAIXA PRAÇA 2 0

10

20

30

40

50


Praça 2 se configura com característas de um bosque, onde o relevo é bastante Íngrime. Porém o terreno foi dividido em patamares que permite o uso da praça seja para uma conversa informal, reunioes ao ar livre e etc. O acesso se dar por meio de escadarias e também através do terraço do conjunto 2.

0

5

10

15

20

Corte E - Praça dos bosques

65


TAL NTES I MIGRA

7.6 PRAÇA 3

G

IANO N 0

10

20

30

40

50


Praça 3 será usada como espaço para comercializaçao de mudas de plantas de horta comunitária, tomando como referencia a praça das flores em Fortaleza Ce.

Corte C Praça das flores A praça Dr. Carlos Studart Gomes, localizaçda em FortalezaCe mais conhecida como a praça das flores, devido a comercilização de mudas de plantas diariamente no local. 0

10

20

30

40

50

Corte F Praça das flores

66



7.6 GERAÇAO DE RENDA E RECOMPOSIÇAO DA VEGETAÇAO E CÓRREGO

Cozinha comunitária Horta comunitária

Reflorestamento

67


HORTA COMUNITÁRIA

N 0

10

20

30

40

50


A horta terá um papel importante dentro da comunidade, como a geração de renda e melhoria da qualidade alimentar. Portanto para geração de renda, parte do plantio da horta estará

destinada ao fornecimento de hortaliças e legumes

para o projeto da cozinha comunitária. Para a melhoria da qualidade alimentar dos moradores, a área do Setor 1 da horta seria de uso público. Sendo gerida pela Associação dos

Moradores, porém, a manutenção seria

Figura 52 - Uso do Hiperadobe como talude - Foto: Facebook nova esperança

responsabilidade de todos. E outra forma de geraçao de renda seria a venda de mudas na praça das flores. Existe um morador com um grande potencial, inclusive já iniciou um plantio de hortaliças, mas a intenção é envolver o maior número de pessoas, criar laços de cooperação, trocar experiências e despertar o sentido de comunidade. Para a tecnica de plantio sugere-se mesclar o plantio de hortaliças com arvores de medio e grande porte de maneira que em não haja sombremento nas áreas que necessitam de sol. Para evitar movimentaçao de terra sera usado o talude de Hiperadobe que consiste em sacos de terras que pode ser retirada no proprio local. Segue a referencia do usos desse talude e o detalhe do plantio

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Horta Urbana detalhe do plantio 68


Ă rea de reflorestamento

0

10

20

30

40

50

60

70

Mapa das area de reflorestamento 69


Reflorestamento Devido a fragilidade do solo optou-se por uma técnica de contenção de grade de vegetação em madeira onde a aplicação

é indicada para áreas em declive não sendo

necessário o nivelamento do solo. Com esse método permite o replantio e reflorestamento das areas degradadas

.

Quanto ao plantio recomenda-se iniciar com a forração e depois com as arvores nativas.

Figura 48 - Técnica de contenção do solo naturalista Fonte Vertical geen do Brasil 69


A nascente do córrego da fazendinha é do tipo perene se

Depois de todas as obras concluída a recuperação do córrego será a etapa final do projeto. Porém será considerado

manifestando ao longo do ano e aumentando

o que informa a legislação

período de chuva.

Art

Constitui

largura

de em

Conama Permanente a

302/2002 com

horizontal, no entorno dos

artificiais, medida a partir do normal de: I - trinta situados em

metros para os

a vazão em

Primeiramente é necessário retirar todo o lixo, matéria orgânica, enfim deixar livre o curso

objetos,

d'água. Em

seguida construir um muro de contenção em todo o curso do artificiais

urbanas consolidadas e cem metros para

córrego para prevenir a erosão e melhorar o escoamento das águas.

Figura 60 - Nascente do córrego (produção própria)

70


Para o tratamento da nascente será feito através da técnica do solo cimento que consiste em: 1. Delimitar a área 2. Realizar a limpeza do local 3. Peneirar o solo com a retirada das impureza maiores

A exemplo da comunidade Vila Nova Esperança localizada na zona oeste de são Paulo será comunitária.

desenvolvida a construção de uma cozinha

Essa cozinha comunitária tem como objetivo ao

alimentação com preços acessíveis

4. Mistura - Prática solo cimento 5. Montar a estrutura em volta do local da nascente, em seguida usa canos de PVC com diferentes diâmetros na diagonal, no cano com o diâmetro ¾'' é usado um produto

de limpeza para desinfecção da nascente,

recomenda-se

realizar a manutenção a cada 6(seis)

meses

fornecimento de

oferecendo esse serviço aos

moradores da comunidade e do entorno, além da geração de renda para esses moradores. Como citado anteriormente o cultivo das hortaliças e legumes servirá para abastecimento da cozinha comunitária. O Programa é composto por salas de treinamentos e oficinas no intuito de capacitar os envolvidos nos projetos, tanto da cozinha quanto da horta. Ficando esta no primeiro pavimento térreo na cota 762 e cozinha fica no primeiro pavimento

6. Por fim forra com pedra e cobre com uma lona e coloca terra em cima para proteger a lona.1 A foto a seguir mostra passo a passo o processo

Figura 61 - Imagem ilustrativa passo a passo (produção própria)

71


G

0

5

10

15

20

25

Cozinha comunitária - Térreo

0

N 0

5

10

15

20

10

20

30

40

50

Corte G - Cozinha comunitária

25

Cozinha comunitária - 1º Pavimento 72


PRARTIDO ARQUITETONICO DAS UNIDADES HABITACIONAIS Considerando a área do lote escolhido dentro da área, tomando como referência os projetos já estudados, optou-se pela verticalizaçao das unidades sendo necessário o uso de elevador em razão das condiçoes topograficas e restrita do

Conjunto 3

Conjunto 2

terreno. Optou-se como ja mensionado anteriormente a remoção e e realocaçao dessas famílias para as novas unidades habitacionais dentro do perímetro da comunidade atendendo a demanda de 936 famílias. Ao que chamou-se as novas unidades de conjunto 1 conjunto 2 e conjunto 3.

Conjunto 1

73


PLANTA TIPO DAS UNIDADES As unidades habitacionais foram desenvolvidas pensando nos diversos núcleos familiares como: Solteiro, casais com um filho, casais de

idosos, casais com 2 ou mais filhos e etc.

Procurou-se criar um módulo

estrutural que visa o melhor

aproveitamento hidraúlico, sendo as

sobreposiçoes das

unidades de igual modo afim diminuir os custos.

· Esta tipologia PNE contém uma área de 48,76m², que está dividida entre quarto, banheiro, cozinha, área de serviço e sala que permite a sobreposição da unidade de 2 quartos não adaptada diferenciando apenas o Layout do banheiro. O terraço favorece a entrada de iluminação e ventilaçao natural, além de permitir a contemplaçao da paisagem

· Esta tipologia contém uma área de 34,15m², que está dividida entre quarto, banheiro, cozinha, área de serviço, sala e terraço que permite

contemplaçao da paisagem a entrada de

iluminaçao natural e ventilação. Modulo 48.76m²

Modulo 34.15m²

Modulo 48.76m²

74


EDIFICIOS

¡

03 dormitĂłrios

definir as tipologias das plantas foi projetado 3 conjuntos contendo 15 pavimentos apartir do

Esta tipologia

uma

entre quarto, banheiro, cozinha,

de

que de

dividida e sala,

havendo

um valor de 1.203 unidades Habitacional. A

de acesso as unidades

varandas voltada para interna dessas varanda

afim de favorece as familias com maior numero de filhos

ao que somam

parte superior da

feita por meio de

o interior do edificio. A feitas por meio de aberturas na sendo ainda possivel contemplar

a paisagem por meio de varandas localizadas na extremidade das

a

vertical

feita

de

Elevador e escadas de emergencia conforme NBR 9077. Modulo 55m²

75


CONJUNTO 1

O conjunto 1 pode ser acessado através da rua nova projetada na cota 745 do nível mais baixo do terreno e também pela Rua Nova conceição na cota 750. Nesse nível da rua nova projetada encontra-se tres pontos comerciais, levando antigos comércios já como o

em consideração os

existente na viela da Alegria,

comercio do "bolacha", a barbearia e o

ponto do salgado.

·

0

10

20

30

40

50

60

70

N

Diagrama de uso

Comércio Circulação vertical 76


CONJUNTO 1

75 0

No nível 747.88 temos 6 unidades

4 5 0 8 1 9

habitacionais com fachada voltada para a Rua nova projetada

·

N 0

10

20

30

40

50

Diagrama de uso

Unidade PNE 1 dormitório 3 dormitórios

77


CONJUNTO 1

750

No nível da cota 749.88 temos 10 4 5 0 8 1 9

unidades

habitacionais

com

fachada

voltada para rua nova projetada

·

0

10

20

30

40

50

60

70

N

Diagrama de Uso

Unidade PNE 1 dormitório 3 dormitórios 78


CONJUNTO 1

750

4 5 0 8 1 9

RUA NOVA CONCEIÇÃO 0

10

20

30

40

50

60

70

N

79


CONJUNTO 1

No nível da cota 751.81 temos 11 unidades habitacionais um comércio, um

salão de festa e uma biblioteca no qual

foi

considerado o pavimento térreo, sendo possivel acessar ao conjunto pela Rua nova conceição. O acesso se dar nas extremidades do edificio.

·

Diagrama de Uso

Nesse Nível da rua nova conceiçao surge um outro bloco do conjunto 1 que conta com 2 salas comerciais, um salão de festa um espaço para cuidadora de Criança afim de atender uma demanda da comunidade.

Unidade PNE 1 dormitório Biblioteca e sala de estudos Salão de Festa Comércio Espaço de Cuidadora de Crianças Circulaçao vertical 80


CONJUNTO 1

750

RUA NOVA CONCEIÇÃO 0

10

20

30

40

50

60

70

N

81


CONJUNTO 1

No nível da cota 754,56 temos o pavimento tipo do 1º ao 5º, sendo apartir

do 5º a sobreposiçao do apartamento de dois

dormitório acima da unidade PNE

·

Diagrama de Uso

Circulaçao vertical 1 dormitório PNE 3 dormitórios

82


CONJUNTO 1

750

Para a planta de coberta optou-se por telha ondulada de fibrocimento com inclinação de 10%. Os espaços aonde não ha cobertura com telha e sugerido uma lage impermeável com inclinaçao de 1%. A calha também é impermeabilizada com i=1%

RUA NOVA CONCEIÇÃO

0

10

20

30

40

50

60

70

N

83


CONJUNTO 1

0

10

20

30

40

50

Corte L - Transversal 84


CONJUNTO 1

0

10

20

30

40

50

Fachada F1

85


Conjunto 2

O conjunto 2 consiste em duas torres ambas interligadas fomando um "L", o seu acesso se dar no nível mais baixo do terreno na cota 745 no mesmo nível da rua nova projetada. Nesse nível foi possivel desenvolver dois espaços

comerciais,

levando

em

consideração

os

comercios já existentes na viela da alegria.

·

Diagrama de uso

Comércio

N 0

10

20

30

40

50

60

70

Corte L- Detalhe do acesso

86


Conjunto 2

No segundo nível na cota 750 acima dos comercios começam

a

surgir

as

primeiras

unidades

habitacionais com um dormitório e duas de 3 dormitórios

.

Logo

em

seguida

um

vão

completamente livre que permite a circulaçao tanto dos moradores quanto do publico em geral. É possível atraves desse vao livre ter acesso ao edificio.

·

Diagrama de Uso

1 dormitório 3 dormitórios Circulação vertical N 0

10

20

30

40

50

60

70 87


CONJUNTO 2

No terceiro pavimento existem alem das unidades de PNE, uma sala de estudos e dois salões para festas.

·

Diagrama de Uso

Unidade PNE Sala de Estudos Salão de Festa Circulação vertical N 0

10

20

30

40

50

60

70

88


CONJUNTO 2

Apartir do quarto pavimento até o 15º temos as seguintes tipologias conforme desenho ao lado.

·

Diagrama de Uso

1 dormitório PNE

2 dormitórios 3 dormitórios Circulação vertical

N 0

10

20

30

40

50

60

70

89


CONJUNTO 2

Para a planta de coberta optou-se por telha ondulada de fibrocimento com inclinação de 10%. Os espaços aonde não ha cobertura com telha e sugerido uma lage impermeável com inclinaçao de 1%. A calha também é impermeabilizada com i=1%

N 0

10

20

30

40

50

60

70

90


CONJUNTO 2

N 0

10

20

30

40

50

60

70

Corte L - Longitudinal

91


CONJUNTO 2

0

10

20

30

40

50

60

70

Fachada F1

92


CONJUNTO 3

O Conjunto 3 fica localizado na área da Nova conquista, próximo da Rua da Alegria. O Acesso a esse conjunto é feito por meio de escadaria e rampas que direciona até a area do Elevador na extremidade da edificação, ficando um acesso na area mais elevada do terreno e outra na parte mais baixa, esta área é publica apenas para o monta carga do portador de necessidades especiais.

0

10

20

30

40

50

60

70

N

Corte J - Detalhe do acesso

93


CONJUNTO 3

Na cota 763,43 está localizado dois pontos comerciais e um vao livre que permite o uso publico e de passagem para a Horta, a praça das flores e a rua da alegria como também o segundo acesso para as unidades habitacionais Diagrama de Uso

0

10

20

30

40

50

60

70

N

·

Planta Térreo Comércio

93


CONJUNTO 3

·

Planta 1º Pavimento 1 dormitório PNE 3 dormitórios Salão de Festa

No primeiro pavimento está localizado o salão de festa, bem como as unidades habitacionais conforme Layout.

0

10

20

30

40

50

60

70

N 94


CONJUNTO 3

Apartir do quarto pavimento até o 6º se mantém esse layout, no 7º ao 15º sobrepoe-se a tipologia de de 2 dormitórios a do PNE.

0

10

20

30

40

50

60

70

·

Planta 4º ao 6º Pavimento 1 dormitório PNE 3 dormitórios

·

Planta 7º ao 15º Pavimento 1 dormitório 2 dormitórios 3 dormitórios

N 95


CONJUNTO 3

Para a planta de coberta optou-se por telha ondulada de fibrocimento com inclinação de 10%. Os espaços aonde não ha cobertura com telha e sugerido uma lage impermeável com inclinaçao de 1%. A calha também é impermeabilizada com i=1%

0

10

20

30

40

50

60

70

N 96


CONJUNTO 3

0

Corte J - Longitudinal

10

20

30

40

50

60

70


CONJUNTO 3

0

Fachada F1

10

20

30

40

50

60

70


9 . CONSIDERAÇÕES FINAIS

Favela Rap Brasil

Eu só quero é ser feliz Andar tranqüilamente na favela onde eu nasci, é E poder me orgulhar E ter a consciência que o pobre tem o seu lugar Mas eu só quero é ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz onde eu nasci e poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem o seu lugar


A urbanização da favela fazendinha se faz necessário devido às condições de precariedade na qual essas famílias estão inseridas. Contudo esse trabalho possibilitou entender as relações existente entre a comunidade e o entorno, como os locais de acesso ao transporte público, os principais serviços utilizados pelos moradores com escolas, creches etc, bem como, os entraves e os enfrentamentos no processo de urbanização. A leitura física da ocupação permitiu compreender a dinâmica socioespacial, suas configurações históricas e atentando não só para os embates, como também para as potencialidades existentes. E partindo disso propõem-se soluções sustentáveis de caráter não só teórico, mas que alimente um estudo mais detalhado de cunho arquitetônico e urbanístico.

99


BIBLIOGRAFIA 1.

Autoconstrução: a arquitetura possível.

2.

Verticalgreen.com.br/tecnologias/tecnicas-de-engenharia-naturalistica/grade-viva/. vertical Green do Brasil. [Online] 02 de

Novembro de 2018. http://verticalgreen.com.br/tecnologias/tecnicas-de-engenharia-naturalistica/grade-viva/. 3.

RUBIO, M.

e descompasso de uma

em Osasco-SP. Tese(Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) -

Universidade Presbiteriana Mackenzie. 200-2016. 2017, p. 483. 4.

MARTINS, Refinetti. Moradia e Mananciais: Tensão e diálogo na metrópole. .

5.

http://pmo.osasco.sp.gov.br/portal/conteudo/leis-municipais.xhtml.

Leis

Municipais

de

Osascos.

[Online]

2016.

http://leismunicipa.is/smtib. 6.

https://www.jusbrasil.com.br/diarios/30569213/pg-31-empresarial-diario-oficial-do-estado-de-sao-paulo-dosp-de-15-09-2011.

empresarial-diário-oficial-do-estado-de-são-paulo. [Online] 28 de 08 de 2018. 7.

www.furnas.com.br. furnas. [Online] 15 de 09 de 2018. http://www.furnas.com.br/.

8.http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2014/022/resultado/ren201566 9.pdf. www.aneel.gov.br. [Online] 15 de 11 de 2018. 9.https://www.pjf.mg.gov.br/secretarias/sma/app/arquivos/conama302_02.pdf. www.pjf.mg.gov.br. [Online] 08 de 11 de 2018. 10.

http://iepec.com/como-preservar-proteger-e-recuperar-nascentes/. iepec.com. [Online] 13 de 10 de 2018.

11.

http://rioonwatch.org.br/?p=16751. Favelas sustentáveis. [Online] 20 de 10 de 2018.

12.

https://concursosdeprojeto.org/2010/11/07/habitacao-para-todos-edf-03-pav-mh08/. concursosdeprojeto.org/2010. [Online] 10

de 10 de 2018. https://www.archdaily.com.br/br/01-176595/acupuntura-urbana-busca-requalificar-o-bairro-la-moran-em-caracas-venezuela. www.archdaily.com.br. [Online] 5 de 10 de 2018. 13.

https://www.techo.org/brasil/.10 de 2018

14. 100


ES

BO BAR

Q.E.

RO

IGU DR

SA

RUA DA

RUA DO

77

IA ALEGR

II

5

S IMIGR

IRASSO RUA M

ULO ÃO PA O J A D AVENI

ÃO

JO

A RU

A RU

O ITALIAN ANTES

L

770

RUA

DE 5

77

RUA

5

74

5 74

75

0

750

4 5 0 8 1 9

0

75 0 76

5

76

750

RUA NOVA CONCEIÇÃO

FAVELA

AV

PA

DR

VIA PEDESTRE

PASSEIO VEGETAÇAO AREAS VERDES

CÓRREGO LINHA DE TRASMISSÃO

A

N

LEGENDA VIA PROJETADA VIÁRIO EXISTENTE

OE IR

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.