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a serviço da saude Aço

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Projeto humanizado

Projeto humanizado

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O aço foi a solução arquitetônica encontrada para colocar em prática o plano de instalação das Clínicas da Família, no Rio de Janeiro. Isso porque o projeto exigia um sistema construtivo modular que se adaptasse a qualquer tipo de terreno. A idealização foi do arquiteto Jozé Candido Sampaio de Lacerda Júnior em parceria com Alexandre Pessoa, da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), órgão da Secretaria de Obras da Prefeitura do Rio.

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Segundo a Prefeitura, tratam-se de unidades de saúde que têm como objetivo principal ampliar a assistência dos programas de atenção básica a partir de uma estratégia de caráter preventivo, atuando principalmente nas regiões menos favorecidas da cidade, como a zona oeste.

“Apesar de mapeadas as áreas da cidade onde as 70 Clínicas da Família seriam implantadas, não se conheciam ainda os terrenos. Dentro desta variável, havia ainda a necessidade de uma construção rápida e de fácil manutenção, que oferecesse conforto aos usuários e aos profissionais de saúde”, explica Lacerda.

A estrutura de aço modulada e vedada em painéis de aço com isolamento termoacústico (pré-construídas e racionalizadas de acordo com as opções de transporte entre a fábrica e o canteiro de obras) permitiu rápida construção com baixo índice de desperdício, fato que ajudou no ganho em escala. O sistema modular foi construído sobre fundação em radier, revestido com piso industrial de alta densidade e elevada resistência à abrasão e a impactos,

Espécie de arcos (tubos de aço), cuja função é evitar a incidência direta da luz solar na edificação sendo o revestimento comum a todas as áreas das Clínicas. Para se ter ideia da rapidez, a construção de cada unidade pode ser executada em cerca de 40 dias.

Ainda de acordo com Lacerda, a vantagem é que o sistema permite a sua multiplicação em diversas configurações e áreas, conforme a peculiaridade de cada terreno. A unidade básica do projeto das Clínicas da Família é a sala de consultas de 7,5 m2, que agrupada duas a duas deu origem à modulação básica de 5 m2, posteriormente adaptada, devido à modulação das placas de vedação, para 4,90 x 4,80 m, com mais 2,90 m de circulação periférica, ficando finalmente o módulo final com 4,90 x 7,80 m. “Seu módulo básico tem, portanto, 390 m2, com 24 m2 de área construída”, diz o arquiteto.

Para o projeto, foram criadas duas variações: os módulos de consultórios, que são ainda adaptados para depósitos, áreas admi-

A base do sistema construtivo é o aço, empregado na estrutura, cobertura e fechamento nistrativas, exames, observação etc.; e o módulo de conexão, na forma de um quarto de círculo – que pode ser usado de forma convencional de conexão, ou de forma isolada, dando origem a um elemento semicircular individual – que abriga áreas administrativas, reuniões e auditórios. A área edificada de cada Clínica da Família varia entre 1.500 m2 e 3.500 m2

“Fiz os dimensionamentos, pré-dimensionamentos e outros detalhes para viabilizar a estrutura e minimizar os custos”, lembra Leonardo Perazzo, responsável pelo cálculo estrutural da obra.

Segundo ele, os módulos-padrão (de 4,90 m x 7,80 m) são estruturados com seis pilares, apoiando vigas perfis de chapas dobradas. As telhas, forros e os painéis de fechamentos laterais foram projetados em aço zincado pré-pintado, com isolamentos termoacústicos. Os tubos calandrados de apoio dos brises possuem diâmetro de 60 mm.

Ainda de acordo com Perazzo, como a estrutura é muito leve, com cargas nos pilares inferiores a 400 kgf, o projeto permitiu fundações do tipo radier, de espessura de 15 cm, sobre o solo preparado e nivelado. “Outra grande vantagem do sistema é que enquanto se concretam as fundações, os módulos já podem ser fabricados, reduzindo os prazos de entrega da construção”, afirma.

Soma-se à lista de benefícios do uso do aço no projeto a adaptação da edificação e reformas (desmontagem e remontagem de espaços) com o mínimo de interferência e transtornos na utilização normal do edifício.

Sustentabilidade

Todo o projeto foi concebido com princípios da arquitetura sustentável, incluindo sistemas de reuso de água e maior aproveitamento da iluminação natural. A implantação de jardins internos em todas as unidades, por exemplo, permite a ventilação cruzada natural em todos os compartimentos das Clínicas, bem como o aproveitamento da iluminação natural. “Mas não é só isso. Eles também garantem maior conforto aos usuários e profissionais, privilegiando a vista de uma

> Projeto arquitetônico: JC & S Arquitetos Associados – Jozé Candido Sampaio de Lacerda Júnior e Alexandre Pessoa, da RioUrbe (Empresa Municipal de Urbanização, órgão da Secretaria de Obras da Prefeitura do Rio)

> Área construída: 390 m²

> Aço empregado: aço zincado pré-pintado (nas telhas, forros e painéis de fechamentos laterais); vigas perfis de chapas dobradas; tubos calandrados (de apoio dos brises) de 60 mm

> Volume de aço: aproximadamente 11, 7 t para áreas de 390 x 30 m²

> Projeto estrutural: Leonardo Perazzo

> Fornecimento da estrutura metálica: Hunter Douglas (brises); Danica Corporation/ MBP Metalúrgica Barra do Pirai (painéis termoacústicos, cobertura e isolamento)

> Execução da obra: Volume e Engetécnica

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2011

1 - Telha termoacústica

2 - Colchão de ar

3 - Ventilação cruzada

4 - Brise soleil

5 - Estrutura em aço e vedação em placas de aço com isolante térmico área verde que articula as circulações internas e gera, ainda, um espaço de espera mais agradável com maior qualidade paisagística”, complementa o arquiteto Jozé Lacerda.

Para aumentar a eficiência do sistema de condicionamento de ar, foi idealizada uma espécie de colchão, resultado do afastamento do telhado em relação à cobertura das salas – estratégia que incentiva a circulação de ar e evita a incidência direta de raios solares.

A parede externa conta com um grande pano de vidro, dividido em duas partes: uma maior, com um pano fixo fosco para não comprometer a privacidade das consultas; e quatro menores, duas inferiores, também fixas, e duas superiores do tipo maxim-ar, as quais trabalham em conjunto com as maxim-ar instaladas na parede oposta (a de entrada dos consultórios) e forçam a circulação cruzada. Como proteção do grande pano de vidro fixo, foram instalados brises soleils, que variam conforme a orientação solar.

O caimento das águas dos telhados é feito para a parte externa das Clínicas, sendo a água captada nas calhas perimetrais e armazenada em compartimento separado no chamado castelo d'água. (C.E.) M

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