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Maternidade em Bangu

IdealIzado a partIr de um programa de necessIdades da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro foi construído em Bangu, na zona oeste da cidade, em uma área de 13.251 m2, antes ocupada por uma antiga praça. O projeto arquitetônico, de autoria da Arqhos Consultoria e Projetos, previu um edifício monobloco com três pavimentos. Com o objetivo de reduzir o tempo da obra, optou-se por uma estrutura em aço modular com poucas vigas de transição. Já a cobertura do prédio foi executada com laje pré-moldada sob telhas metálicas trapezoidais, aplicadas em estrutura convencional de madeira.

Inicialmente, a obra havia sido concebida pela construtora Andrade Gutierrez com estrutura de concreto convencional, com prazo de finalização de dois anos. Contudo, devido à demanda por vagas hospitalares naquela região e a preocupação por parte do cliente, a equipe de engenharia estudou soluções que pudessem acelerar o processo construtivo, visto que a unidade deveria ser entregue em apenas um ano. Assim, com o auxílio do escritório de arquitetura, que é especializado em projetos hospitalares, e um calculista de estruturas, o projeto inicial deu lugar a outro, que contemplou tecnologias mais modernas, como estrutura em aço, steel frame e drywall. Os ganhos com a mudança foram velocidade construtiva e baixa quantidade de resíduo gerado.

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Execução

Para não causar transtornos à comunidade vizinha durante o período de obras, além de evitar riscos de abalo a um antigo viaduto que faceia a praça, utilizaram-se estacas tipo hélice contínua para a execução das fundações. Com exceção das lajes, a estrutura é totalmente em aço, com ligações soldadas e não aparafusadas. A fim de garantir agilidade nesta etapa da obra, utilizou-se, ainda, um projeto em pré-laje treliçada com armação superior em tela soldada.

Segundo dados da construtora

Andrade Gutierrez, o principal componente do projeto é a estrutura em aço modular com pouquíssimas vigas de transição. Para atender aos prazos e exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fechamentos externos previstos no projeto inicial também tiveram de ser substituídos por steel frame, com o uso de placas cimentícias. Já os internos são em drywall, exceto as escadas e o poço do elevador, que foram executados em alvenaria. Nos ambientes secos, o drywall é pintado. Enquanto nas áreas molhadas, utilizou-se azulejo.

Ao todo, utilizaram-se mais de 40 mil m2 de chapas de drywall como divisórias internas e radiológicas, assim como também nos forros e balcões de atendimento. Entre os produtos utilizados estão os sistemas de forros modulados removíveis e de revestimento vinílico. Para a sala de radiologia, foram especificadas chapas que possuem aditivos especiais para a blindagem radiológica, além de terem resistência a impactos e isolamento acústico.

Todos os acabamentos empregados na implantação da unidade aliam a facilidade de assepsia assim como de manutenção. Foram utilizados também pisos de manta vinílica, aplicada sobre a argamassa de regularização, com rodapé do mesmo material. Para as áreas de atendimentos, a opção foi por piso cerâmico antiderrapante nas áreas molhadas e piso de alta resistência, com rodapé no mesmo material, nas áreas técnicas, de serviço e nas circulações.

Corte longitudinal

Conforto ambiental

Os ambientes voltados para as fachadas possuem ventilação e iluminação naturais, de modo a permitir maior conforto ambiental aos usuários. Já para as áreas que não possuem estes requisitos adotou-se um sistema de ventilação e exaustão mecânicas. As fachadas voltadas para norte e oeste acomodam grandes painéis de proteção solar do tipo brise soleil em forma de réguas de alumínio.

Os ambientes de atendimento, internação e de média a longa permanências possuem sistema de condicionamento de ar, sendo que nas áreas críticas, do ponto de vista da assepsia, são previstos sistemas de filtragem do ar conforme legislação sanitária.

Divisão interna

O hospital conta com três pavimentos, sendo que o térreo é secionado por via interna de serviços e acesso ao estacionamento sob o viaduto existente, que se localiza junto ao terreno em sua fachada norte.

Ao todo, existem nove consultórios, duas salas de procedimento, uma sala de ultrassonografia, uma de cardiologia, uma de raios X e outra de mamografia. Além disso, três salas de cirurgia, seis de parto, 26 enfermarias, Unidade Intensiva Neonatal, Unidade Intermediária Neonatal, refeitório, alojamento de mães, hospital dia, entre outros espaços.

No pavimento de cobertura foram projetadas áreas técnicas: local para torres de resfriamento, sala para equipamentos de ar-condicionado, sala para equipamentos de vácuo clínico e ar comprimido medicinal, casa de bombas e barrilete, reservatório superior e casa de bombas de incêndio.

O objetivo desta unidade de saúde é oferecer atendimento exclusivo a gestantes e crianças recém-nascidas, com serviços como acompanhamento pré-natal, partos normais e cirúrgicos, internação pós-procedimentos e internação intensiva, assim como primeiros socorros. (m c s.) M

> Projeto arquitetônico: Arqhos Consultoria e Projetos - Arquiteto Celso Girafa

> Área construída: 9.300 m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR50 e ASTM A36

> Volume de aço: 702 t

> Projeto estrutural: Casagrande Engenharia

> Fornecimento da estrutura metálica: SLX Estruturas Metálicas

> Execução da obra: Construtora Andrade Gutierrez

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: março 2011

> Conclusão da obra: julho 2012

Abaixo, vista de uma das salas de procedimentos, cuja fachada possui entrada de iluminação e ventilação naturais

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