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Petrolina (PE) E Juazeiro (BA) 5 a 9 de junho de 2016

Qualidade das águas na porção mineirada Bacia Hidrográfica do rio São Francisco Professora: Sílvia Corrêa Oliveira Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Características da bacia hidrográfica do rio São Francisco 2


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Rio São Francisco, o “rio da Integração Nacional”

Relevância da porção mineira: Nascentes e principais afluentes

Centros urbanos e econômicos 3


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v BHRSF: abrange sete Unidades da Federação: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Goiás e o Distrito Federal. v População total da Bacia (IBGE, 2010): 14,3 milhões de habitantes (7,5% da população do Brasil). v Minas Gerais: 70% da população urbana da Bacia (IBGE, 2010). v RMBH: concentra cerca de 30% de toda a população da Bacia em seus 26 municípios (ANA, 2004).

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I Simpรณsio da bacia hidrogrรกfica do rio Sรฃo Francisco

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v Principais Núcleos Urbanos: Ø Capitais: Belo Horizonte Ø Centros Polarizadores: BA: Bom Jesus da Lapa, Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães, Irecê, Juazeiro, Paulo Afonso; GO: Formosa; SE: Propriá; PE: Petrolina, Serra Talhada, Salgueiro, Arcoverde; MG: Pirapora, Montes Claros, Paracatu, Januária; AL: Arapiraca, Penedo, Pão de Açúcar.

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v Principais Atividades Econômicas: Ø Indústria, mineração, agropecuária, geração de energia v Produto Interno – PIB (2008): Ø Per capita R% 7.802 hab./ano (5,8% do PIB nacional) v Pontos estaduais de monitoramento de qualidade de água:

Ø 422: 58 na BA, 15 no DF, 288 em MG e 61 em PE. Fonte: Panorama da qualidade das águas superficiais do Brasil/

ANA, 2012.

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v % população urbana atendida por rede de abastecimento de água: 97% (Brasil: 91%)

v % população urbana atendida por rede de esgotamento sanitário: 57,4% (Brasil: 42,6%) v % de esgoto tratado em relação ao esgoto gerado: 21,6% (Brasil: 30,5%) v Carga orgânica doméstica remanescente(2008): 401 t DBO/dia (7,3% da carga remanescente em relação ao Brasil) Fonte: Panorama da qualidade das águas superficiais do Brasil/

ANA, 2012.

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Divisão fisiográfica da bacia do rio São Francisco

Fonte: Projeto ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2006

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Índice de Qualidade das Águas (IQA) – Bacia Hidrográfica do São Francisco

10 (MG); Fonte: ADASA (DF); CPRH (PR); IGAM INEMA (BA); SEMARH (GO), 2012


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Pontos de Monitoramento de Qualidade da Água em MG (2014)

Fonte: IGAM, 2015.

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v 51 parâmetros são monitorados e comuns ao conjunto de pontos de amostragem. v Em campanhas intermediárias, são analisados mais 19 parâmetros em todos os pontos.

v Em alguns pontos de monitoramento são analisados densidade de cianobactérias, cianotoxinas, ensaios de toxicidade crônica e macro invertebrados bentônicos. Fonte: IGAM, 2015.

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Localização da porção mineira

Fonte: LabTrans / UFSC, 2013

13


Localização da porção mineira

14 Fonte: /ANA/SPR, 2004


Porção mineira da BHRSF Unidades de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos – UPGRH (IGAM) Ø SF1 /

Alto rio São Francisco, das nascentes até a confluência com o

rio Pará (exclusive); Ø SF2 /

sub/ bacia do rio Pará;

Ø SF3 /

sub/ bacia do rio Paraopeba;

Ø SF4 /

região do entorno do reservatório de Três Marias;

Ø SF5 /

sub/ bacia do rio das Velhas;

Ø SF6 /

região dos rios Jequitaí e Pacuí;

Ø SF7 /

sub/ bacia do rio Paracatu;

Ø SF8 /

sub/ bacia do rio Urucuia e afluentes da margem esquerda do

rio São Francisco entre os rios Paracatu e Urucuia; Ø SF9 /

rio São Francisco, de jusante da confluência com o rio Urucuia

até montante da confluência com o rio Carinhanha e Ø SF10 /

sub/ bacia do rio Verde Grande.

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Principais problemas identificados nas pesquisas, considerando a porção mineira da bacia do rio São Francisco 16


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v Principais problemas identificados nas pesquisas

Ø Com relação à porção mineira da Bacia do rio São Francisco, alguns problemas preocupantes foram identificados: ü Presença alarmante de coliformes termotolerantes nas 10 UPGRH estudadas; ü elevado % de violação aos limites estabelecidos na legislação DN COPAM/CERH 01/08, para alguns parâmetros; 17


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Concentração de Coliformes termotolerantes (NMP/100mL) na porção mineira da Bacia

50000

5000

Classe 3: 4000

500

Classe 2: 1000

50

5 Coliformes termotolerantes(NMP/100mL) SF1

SF2

SF3

SF4

SF5

SF6

UP G R H

SF7

SF8

SF9 SF10

18

Fonte: IGAM), 2014


Tendências temporais das concentrações do parâmetro Coliformes termotolerantes

Trindade, 2013

19


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Volume de esgoto Tratado na Bacia do Rio das Velhas entre 1998 e 2010

Tratamento em nível secundário. Insuficiente para remoção de coliformes e nutrientes!!!

Fonte: IGAM), 2011

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v Principais problemas identificados nas pesquisas

ü tendência de elevação das concentrações de diversos parâmetros de qualidade das águas; ü contaminação orgânica e pelas atividades minerárias e agropecuárias; ü elevação das concentrações de coliformes e nitrato ao longo da porção mineira da bacia, relacionada, principalmente, ao lançamento de esgotos domésticos;

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I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v Principais problemas identificados nas pesquisas ü maior degradação da UPGRH SF5 (sub/ bacia do rio das Velhas), considerando os impactos antrópicos, seguida pelas SF2 (sub/ bacia do rio Pará) e SF3 (sub/ bacia do rio Paraopeba); ü degradação significativa das condições de qualidade da água no Baixo Velhas, apontada pela tendência de redução do parâmetro IQA em estações localizadas nessa região. 22


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Violações aos limites estabelecidos pela DN Conjunta COPAM/CERH nº01/08, por classe de enquadramento, para água doce na porção mineira da bacia do rio São Francisco 23


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Limites estabelecidos pela DN Conjunta COPAM/CERH nº01/08, por classe de enquadramento, para água doce VALORES MÁXIMOS PERMITIDOS PARÂMETRO

UNIDADE

CLASSE

CLASSE 1

CLASSE 2

CLASSE 3

Alumínio dissolvido mg/L Al

0,1

0,1

0,2

Arsênio total

mg/L As

0,01

0,01

0,033

Bário total

mg/L Ba

0,7

0,7

1,0

Chumbo total

mg/L Pb

0,01

0,01

0,033

Cianeto livre

mg/L CN

0,005

0,005

0,022

Cloreto total Clorofila a

mg/L Cl µg/L mg/L Cu

250 30

250 60

Cobre dissolvido

250 10

Coliformes termotolerantes Cor verdadeira DBO

0,009

0,009

0,013

NMP/100 ml

200

1000

4000

mg/L Pt mg/L O2

/ ¹ 3

75 5

75 10

4

24


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Limites estabelecidos pela DN Conjunta COPAM/CERH nº01/08, por classe de enquadramento, para água doce PARÂMETRO

UNIDADE

VALORES MÁXIMOS PERMITIDOS CLASSE 1

CLASSE 2

CLASSE 3

0,003

0,003

0,01

mg/L Fe

0,3

0,3

5,0

Fósforo total

mg/L P

0,1

0,1

0,15

Manganês total

mg/L Mn

0,1

0,1

0,5

Níquel total

mg/L Ni

0,025

0,025

0,025

Nitrato

mg/L N

10,0

10,0

10,0

Fenóis totais Ferro dissolvido

mg/L C6H5OH

Nitrogênio amoniacal total

mg/L N

Oxigênio dissolvido

3,7: pH ≤ 7,5 2,0: 7,5<pH≤8,0 1,0: 8,0<pH≤8,5 0,5: pH > 8,5

mg/L O2

6

CLASSE 4

0,5

3,7: pH ≤ 7,5 13,3: pH ≤ 7,5 2,0: 5,6: 7,5<pH≤8,0 7,5<pH≤8,0 1,0: 2,2: 8,0<pH≤8,5 8,0<pH≤8,5 0,5: pH > 8,5 1,0: pH > 8,5 5

4

2 25


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Limites estabelecidos pela DN Conjunta COPAM/CERH nº01/08, por classe de enquadramento, para água doce

PARÂMETRO

UNIDADE

VALORES MÁXIMOS PERMITIDOS CLASSE 1

CLASSE 2

CLASSE 3

CLASSE 4

6/

9

6/

9

6/

9

6/

9

pH in loco

SDT

mg/L

500

500

500

SST

mg/L

50

100

100

0,5

0,5

0,5

250

250

250

40

100

100

0,18

0,18

5

Subst tensoativas Sulfato total

âncias mg/L LAS mg/L SO4

Turbidez

UNT

Zinco total

mg/L Zn

26


Resumo dos principais resultados Sub/ bacia dos afluentes do Alto Sรฃo Francisco

Sub/ bacia do rio Parรก

27


Resumo dos principais resultados Sub/ bacia do rio Paraopeba

Sub/ bacia do Entorno da represa de TrĂŞs Marias

28


Sub/ bacia do rio das Velhas

29


Resumo dos principais resultados Sub/ bacia dos rios JequitaĂ­ e PacuĂ­

Sub/ bacia do rio Paracatu

30


Resumo dos principais resultados

Sub/ bacia dos rios Pandeiros e Calindรณ

Sub/ bacia do rio Urucuia

Sub/ bacia do rio Verde Grande

31


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Tendências temporais de violações aos limites estabelecidos pela DN Conjunta COPAM/CERH nº01/08, por classe de enquadramento, para água doce na porção mineira da bacia do rio São Francisco 32


Tendências temporais de violações ao parâmetro Coliformes termotolerantes

Costa, 2014

33


Tendências temporais de violações ao parâmetro Oxigênio Dissolvido

Costa, 2014

34


Tendências temporais de violações ao parâmetro Fósforo Total

Costa, 2014

35


Tendências temporais de violações ao parâmetro Manganês Total

Costa, 2014

36


Tendências temporais de violações ao parâmetro Ferro dissolvido

Costa, 2014

37


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Comparação da qualidade das águas superficiais para identificação da sub/ bacia mais impactada na bacia do rio São Francisco

38


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Dendograma da Análise de Cluster para o banco de dados de monitoramento das concentrações de 36 parâmetros T re e D i a g ra mT refoer 1D 0i a gVraa rima bfol er s1 0 V a ri a b l e s

110

50

100

45

90

40

80

o mg ep l e te L i n ka g e C o m p l e te L i nC ka u cnl ci dees a n d i sta n c e s E u c l i d e a n d iEsta

Grupo 4

35

70

30

60

Grupo 2

25

50

Grupo 3 Grupo 1

20 40 (Dlink/Dmax)*100 15 Distância de ligação 30 10

20 10

5

S F 1 0 S FS9F 1 0S FS8 F 9S F S7 F 8S F S6 F 7S F S5 F 6S F S3 F 5S F 2S F 3S F 4S F 2S F 1S F 4 S F 1

Trindade, 2013

39


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Possíveis fontes de poluição e o número de estações em cada uma das UPGRHs que pode estar sofrendo influência desses fatores de pressão. Fonte de poluição Atividade Minerária: Extração de areia, argila, cascalho, calcáreo, quartzo Garimpo, extração de pedras preciosas

SF1

SF2

2

Silvicultura Agricultura, plantações, hortifruticultura Pecuária Carga difusa Erosão, assoreamento Lançamento de esgoto doméstico/sanitário

7

11 5

Extração e beneficiamento de minerais metálicos (minério de ferro) Mineração e beneficiamento de ouro Não especificado

Número de estações, por UPGRH SF3 SF4 SF5 SF6 SF7 SF8 SF9 SF10

1

1

1

1

2 7 10

1

11

9

6 2

2 2

2

4 3

6

1

4

23

25

17

12

3

3

11

3

7

4 6

23 23 6

19 17 12

16 16 3

11 23 18

4 4 1

5 8 3

12 12 1

5 6 2

7 7

4

25

28

9

31

3

3

7

2 40

5

Fonte: Adaptado de IGAM, 2010a e IGAM, 2012


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Possíveis fontes de poluição e o número de estações em cada uma das UPGRHs que pode estar sofrendo influência desses fatores de pressão. Fonte de poluição Lançamento de efluente industrial: Indústria química Indústria farmacêutica Indústria de cerâmica Indústria têxtil Indústria de componentes automotivos Indústria siderúrgica Indústria metalúrgica (galvanoplastia) Indústria de adubos, fertilizantes, produtos orgânicos, ração Indústria de laticínios Indústria alimentícia Indústria de bebidas Indústria de borracha/plástico Suinocultura, Avicultura, Granja, Matadouro, Frigorífico Curtume Outras

SF1

1

SF2

2 2

Número de estações, por UPGRH SF3 SF4 SF5 SF6 SF7 SF8 SF9 SF10

1 5

1

8 2 12

1

1

1

7

7

14

2

13

4

1 1

1 1

1

4

1

12 4 7

3

1 5 1 2

1

1

1

1 4

1

10 5 10

Fonte: Adaptado de IGAM, 2010a e IGAM, 2012


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

v Comparação do Índice de Qualidade de Água /

IQA

Gráficos Box/ Whisker Bpara comparação dos valores de IQA de o x P lo t o f IQ A g ro u p e d b y U P G R H cada umas C o m p a ra c a o IQ A _ 2 0das 0 8 -2 0 1 1UPGRHs. .s ta 1 0 v *2 3 8 3 c 100 90 80 70 60 50

IQA

40 30 20 10 0

SF1

SF2

SF3

SF4

SF 5

SF6

SF7

SF8

SF9

SF10


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco Tendências temporais dos valores de IQA

Trindade, 2013


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Considerações finais vMaior degrada ç ã o da SF5 (sub/ bacia do rio das Velhas): impactos antrópicos diversos

vSF10 (sub/ bacia do rio Verde Grande): condi ç ões naturais, impacto de fontes antrópicas.

vGrande degradação da SF2 (sub/ bacia do rio Pará) e SF3 (sub/ bacia do rio Paraopeba): contamina ç ão orgânica e atividade minerária.


I Simpósio da bacia hidrográfica do rio São Francisco

Considerações finais v SF7 (sub/ bacia do rio Paracatu), SF8 (sub/ bacia do rio Urucuia) e SF9 (sub/ bacia do rios Pandeiros e Calind ó ); SF1 (Alto curso da bacia do rio S ão Francisco) e SF4 (entorno da represa de Três Marias): Unidades menos impactadas; v SF6 (sub/ bacia do rios Jequita í

e Pacu í ): m á

qualidade de á gua influenciada pelas sub/ bacias vizinhas.


v Agradecimentos Ø ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco Ø ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Ø à Agência Nacional de Águas (ANA) Ø ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),

Ø à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, principalmente,

Ø à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pelo apoio permanente.


Obrigada a todos pela atenção! silvia@desa.ufmg.br

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