Travessia Nº 04 - Notícias do São Francisco - Agosto/2017

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travessia Notícias do São Francisco

Comitê investe na revitalização do rio São Francisco CBHSF entrega projetos em Uruana de Minas (MG) e em Macaúbas (BA) Páginas 4 e 7

Circuito Penedo de Cinema acontecerá em Alagoas, em novembro Página 7

JORNAL DO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO / AGOSTO 2017 | Nº 04


Editorial SABENDO CAMINHAR!

a dinária SF

Já se completaram seis meses dos quatro anos de mandato do novo colegiado encarregado de definir e dirigir as ações do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o CBHSF. Foi um tempo de adaptação, de retomada do trabalho conjunto, mas, sobretudo, de definição das novas prioridades. Aqui se destaca, principalmente, a difícil, complexa e demorada tarefa de execução do novo Plano Diretor de Gestão dos Recursos Hídricos, que é um documento elaborado e aprovado pelo Comitê, porém de alcance que interessa a todos os atores institucionais, civis ou privados que interagem com a problemática da água no vasto território que compõe a bacia hidrográfica do rio São Francisco. Instrumento vital para imprimir ao crescimento econômico e social um forte viés de sustentabilidade e planejamento, o Plano precisa ser intensamente divulgado e transformado em objeto de ampla articulação institucional. Essa articulação é a única capaz de criar condições ideais para que os governos federal, estaduais e municipais, os agentes econômicos e a sociedade civil interajam fortemente com vistas à viabilização e aplicação racional e estreitamente coordenada dos 30 bilhões de reais que são necessários, até 2025, para salvar os rios e biomas do Brasil central e do grande semiárido brasileiro, assegurando água em quantidade e qualidade para sustentar o desenvolvimento presente e futuro em região decisiva para a integração geopolítica do Brasil. O Plano, pensado e elaborado ao cabo de 18 meses de estudos e efetiva participação de mais de seis mil pessoas em toda a bacia em audiências públicas, oficinas, reuniões setoriais e debates que envolveram todos os segmentos de usuários das águas do São Francisco e de seus afluentes, é um roteiro seguro para ações, medidas, investimentos e planos que se mostrem necessários à conquista dos objetivos comuns. Resta agora, portanto, tomar consciência desses fatos e casar o Plano com as ações a serem definidas no Conselho Gestor do Programa da Revitalização, com os planos estaduais de recursos hídricos e com as ações das principais agências de desenvolvimento para que, finalmente, possamos imprimir uma verdadeira essência participativa, compartilhada e eficaz à gestão das águas franciscanas.

a metodologia pelo Uso de ricos

Anivaldo Miranda Presidente do CBHSF

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Plenária extraordinária do CBHSF Atualização da metodologia de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) convida para a XX Plenária Extraordinária, intitulada “Atualização da metodologia de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos”, a ser realizada no dia 25 de agosto de 2017, no Hotel Allia - Setor Hoteleiro Norte - Quadra 5 - Bloco B - Asa Norte - Brasília (DF). Acompanhe as ações e os projetos do CBHSF por meio do nosso portal e redes sociais

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Realização


Cobrança da água e salinização da foz são debatidos pela Ctil em Maceió Câmara Técnica Institucional e Legal debate metodologia da cobrança da água e conflito pelo uso na foz do São Francisco Texto: Delane Barros e Fotos: Edson Oliveira Os membros da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) reuniram-se, no dia 13 de julho, em Maceió (AL), para discutir a atualização da metodologia da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos e o conflito pelo uso da água na foz do São Francisco causado pela salinização em Piaçabuçu. Para o diretor técnico da Agência Peixe Vivo, Alberto Simon Schvartzman, a nova metodologia da cobrança apresenta como inovação a definição de um coeficiente capaz de identificar a utilização da água retirada do São Francisco de maneira mais racional, que diferencia as necessidades de cada usuário, ou seja, aponta qual segmento mais retira água do rio, tornando possível que a cobrança seja realizada em valor proporcional à retirada respectiva de água bruta do Velho Chico. O diretor técnico da Peixe Vivo justificou, ainda, que a atualização de preços é necessária para atender aos investimentos programados para a bacia hidrográfica e que constam no Plano de Recursos Hídricos, elaborado pelo CBHSF para os próximos dez anos. A previsão é de um investimento de aproximadamente R$ 500 milhões na próxima década por parte do Comitê. Durante a reunião, o coordenador da CTIL, Luiz Roberto Porto Farias, conduziu a discussão referente ao processo de conflito pelo uso da água, apresentado pela Prefeitura de Piaçabuçu, município alagoano na foz do São Francisco, junto ao Comitê. De acordo com Farias, como forma de resolver os impactos da salinização, a Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal) apresentou dois projetos para execução em parceria com o Comitê. O primeiro prevê a construção de dois reservatórios-pulmão em Piaçabuçu, que consiste no armazenamento de água já tratada. O segundo é relativo à ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETA) na região. Também deverá ser executado outro projeto no lado sergipano, a ser apresentado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Honey Gama, coordenador da CCR Baixo, Ana Cristina da Silveira, diretora de Integração da Agência Peixe Vivo, e o vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira

Direc se reúne em Maceió Diretoria do Comitê aprova projeto emergencial para minimizar efeitos da salinização da foz do São Francisco Texto: Delane Barros e Fotos: Edson Oliveira A Diretoria Colegiada (DIREC) do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou, nos dias 13 e 14 de julho, em Maceió (AL), reunião de trabalho. O vice-presidente no exercício da presidência, José Maciel Nunes Oliveira, apresentou dois projetos emergenciais com vistas a minimizar os efeitos da salinização na foz do São Francisco. A iniciativa representa uma alternativa de solução para o conflito de uso que envolve a região estuarina do Velho Chico e o problema da salinização na foz. A diretoria aprovou em votação a execução do projeto apresentado pela Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), para a construção de um reservatório-pulmão, ou seja, reservatório de água bruta, no município de Piaçabuçu, em Alagoas e a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no município. O outro projeto aprovado foi na cidade de Brejo Grande, em Sergipe, apresentado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para a construção de um pequeno trecho de estrada para garantir o abastecimento da população do município por meio de carropipa. Ainda na condução dos trabalhos, o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Melchior Carlos do Nascimento, apresentou um estudo que poderá contribuir com a iniciativa do CBHSF para identificar os pontos de captação da água do São Francisco. O trabalho deverá ser realizado com a utilização de drones. “Serão utilizados equipamentos com imensa capacidade de aproximação visual e de análise de imagens, que permite o levantamento de dados importantes, como identificação de pontos de captação, a geolocalização exata, entre outras informações”, informou Melchior. A diretoria do Comitê deverá definir quando o trabalho será iniciado. Em outro ponto da pauta, houve discussão quanto ao andamento dos projetos de recuperação hidroambiental a serem executados pelo CBHSF. O presidente do colegiado, Anivaldo Miranda, mesmo em

licença médica, participou do encontro e fez um relato dos projetos executados pelo Comitê nas quatro regiões fisiográficas da bacia hidrográfica. “Os projetos devem nascer nas CCRs”, destacou Miranda. Ele anunciou que na próxima reunião da Direc será aberto o prazo para a inscrição de novos projetos para execução pelo colegiado. Anivaldo Miranda acrescentou, ainda, que cada projeto só começa a ser executado conforme lastro financeiro, bem como vários critérios técnicos. O secretário da CCR do Submédio, Almacks Luiz, sugeriu a instituição de um mecanismo eletrônico para o recebimento e a tramitação de propostas de projetos. A coordenadora da CCR do Alto São Francisco, Silvia Freedman, fez um relato de reunião realizada há aproximadamente 60 dias, na qual foram definidas questões como a abertura de nova fase de projetos.

Secretário da CCR Submédio, Almacks Luiz e Coordenador da CCR Médio, Ednaldo Campos

Presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda e o coordenador da CTIL, Roberto Farias

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CBHSF inaugura obra em Uruana de Minas Projeto de recuperação hidroambiental do córrego Pasto dos Bois reestabelece o potencial de recarga hídrica dos aquíferos Texto: Mariana Martins e Fotos: Bianca Aun “A quantidade de água que corre no leito do córrego Pasto dos Bois aumentou visivelmente após a implantação das obras de recuperação hidroambiental do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF)”. É o que afirma o engenheiro agrônomo e coordenador técnico do Comitê da Sub-Bacia Mineira do Rio Urucuia, Júlio Ayala. Foram dois anos de trabalho que teve como meta diminuir o processo erosivo causado pela degradação ambiental. A obra teve um investimento de R$ 503.395,15 e foi entregue no dia 13 de julho com um seminário de encerramento que contou com autoridades locais e comunidade. O córrego Pasto dos Bois está inserido na bacia hidrográfica do rio Urucuia, um dos principais afluentes do São Francisco, e possui aproximadamente 60 km de extensão. Ao longo da bacia foram realizadas obras de cercamento de nascente, construção de terraços e cacimbas, recuperação de áreas degradadas, murundus margeando as encostas, além de demarcação e construção de terraços em nível, readequação de estradas rurais, e demarcação e construção de barrajões em grotas secas. “As obras visam às recargas dos aquíferos, com a produção de água. Calcula-se uma recarga de no mínimo 30% de toda a chuva que cai na bacia, fazendo-a infiltrar no solo para recarregar os aquíferos ou lençóis subterrâneos. Com esse processo, tem-se

uma resposta imediata na quantidade de água em todo o território da bacia, pois as nascentes, ou olhos d’água, soltam mais água do que se registrava antes da implantação do projeto”, explica Júlio Ayala. Ainda de acordo com Ayala, a participação maciça da população ribeirinha nas ações de treinamento e aulas de educação ambiental e o envolvimento integral do poder público municipal, tanto da Prefeitura quanto da Câmara Municipal, foram fundamentais para fortalecer a importância do projeto. “A comunidade se responsabiliza pela manutenção dos terraços, das cacimbas, e, durante todo o projeto participou de forma coletiva, formando mutirões para instalação de cercas, por exemplo”, conta. Córrego Pasto dos Bois, em Uruana de Minas

Construção de barraginhas no córrego Pasto dos Bois

Nascente do córrego Pasto dos Bois foi cercada para evitar a degradação

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Córrego Confusão é revitalizado em São Gotardo Projeto financiado pelo CBHSF tem custo de 700 mil reais e terá duração de 11 meses Texto: Luiza Baggio e Fotos: Bianca Aun Um projeto de proteção e revitalização da sub-bacia do córrego Confusão, um dos afluentes que abastece o São Francisco, está sendo executado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), no município de São Gotardo (MG). Iniciado em julho de 2016, o projeto é uma importante estratégia, tanto no âmbito macroambiental como para os moradores de São Gotardo, para o abastecimento de água potável na cidade. O córrego Confusão foi alvo de descaso e vítima de um processo de degradação, decorrente de sua exploração desenfreada para atender a interesses econômicos, bem como da criação de gado e do plantio de eucalipto próximo às suas margens. Empresas instaladas em seu entorno e alguns proprietários de terras que o margeiam não ajudavam na proteção do curso d’água. Diante dessa realidade, a Secretaria de Meio Ambiente de São Gotardo propôs ao CBHSF a execução do projeto que terá duração de 11 meses e serão investidos pelo Comitê cerca de 700 mil reais na revitalização do córrego.

Uma das ações do projeto foi a construção de 300 barraginhas na bacia do córrego Confusão

Getúlio Fidelis Campos, proprietário da Fazenda Valadares, foi um dos produtores beneficiados pelo projeto

Leidiane Gonçalves de Paula, secretária de Meio Ambiente e Agricultura do Município de São Gotardo

O projeto de recuperação hidroambiental está sendo executado em duas etapas. A primeira consistiu na instalação de aproximadamente 300 barragens de contenção de água pluvial (barraginhas) com objetivo de reter a água da chuva para melhor impermeabilização da água no solo. Já na segunda etapa a preocupação é a recuperação da área, principalmente, a região da nascente, que é uma área de preservação. Assim, com a instalação de canaletas e escadas hidráulicas evita-se o escoamento de sólidos resultando no aumento de água no reservatório. A secretária de Meio Ambiente e Agricultura do Município de São Gotardo, Leidiane Gonçalves de Paula, apresentou e esclareceu pontos importantes da obra, enaltecendo o grande benefício para a população e preservação da região da nascente. “As canaletas tem objetivo de impedir a erosão do solo, permitindo a entrada da água neste, quebrando a força da água para diminuir a erosão e aumentar o fluxo da água que é represada. É uma honra ver essa obra quase finalizada”. Leidiane acrescenta, ainda, que o grande desafio para a execução do projeto foi o de trabalhar com os produtores rurais. “A nossa intenção foi de levar aos produtores propostas que funcionavam na prática. Muitos não acreditavam que as barraginhas surtiriam tantos efeitos positivos”, afirma. Para o produtor rural Getúlio Fidelis Campos, proprietário da Fazenda Valadares, em São Gotardo, as barraginhas são um sucesso. “Fui contemplado com a

construção de barraginhas na minha propriedade. Quando me explicaram que as barraginhas têm a intenção de conservar a água que infiltra no solo não tive dúvidas em autorizar. Essa é uma ação muito importante, pois a natureza tem uma capacidade de regeneração muito grande e precisamos fazer a nossa parte para que ocorra a renovação”, esclarece. Tão importante quanto proteger as margens do córrego, a revitalização das nascentes representa, de fato, o grande desafio. “De nada adianta construir cercas margeando o rio se as nascentes que o abastecem não forem devidamente protegidas”, afirma Leidiane.

Canaletas e escadas hidráulicas foram construídas para evitar o escoamento de sólidos no balneário de São Gotardo

Saiba mais sobre São Gotardo • São Gotardo está situado na região do Triângulo Mineiro no Alto Paranaíba, a aproximadamente 261 km de Belo Horizonte. • São Gotardo apresenta uma extensa rede hidrográfica, cujos principais corpos d’água são o rio borrachudo, rio Abaeté e córrego Confusão. • A área de abrangência do projeto hidroambiental do córrego Confusão possui extensos terrenos planos onde são desenvolvidas atividades agropecuárias, de estocagem e de processamento de alimentos e outros insumos pecuários. • A bacia do córrego Confusão vem sofrendo considerável degradação ambiental, o que está comprometendo a disponibilidade e a qualidade dos seus recursos hídricos. 5


Bacia do ribeirão São Pedro será revitalizada em Minas Gerais CBHSF investirá cerca de R$ 1.500.000,00 no cercamento de nascentes e na construção de barraginhas em projeto no Alto São Francisco Texto: Luiza Baggio e Fotos: Bianca Aun

Lessandro Gabriel, secretário do CBHSF

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou, no dia 5 de junho, um seminário em São Sebastião do Oeste (MG) para iniciar o projeto de recuperação hidroambiental na bacia do ribeirão São Pedro. O encontro teve como objetivo apresentar à comunidade as intervenções propostas para a realização da recuperação hidroambiental. O secretário do CBHSF, Lessandro Gabriel da Costa, participou do seminário e explicou aos presentes a importância da execução de projetos como o de São Sebastião do Oeste para a bacia do rio São Francisco. Além disso, Lessandro apresentou o Comitê e suas ações. “Esse é um dos primeiros projetos financiados pelo CBH do Rio São Francisco na bacia do rio Pará. Contamos com a participação da população, pois para alcançarmos resultados precisamos da colaboração de todos”, afirma. O prefeito de São Sebastião do Oeste, Belarmino Luciano Leite, comemora a parceria com o CBHSF. “A escassez de água é hoje uma realidade. É com muito orgulho que iniciamos essa parceria com o CBH do

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Rio São Francisco, que será de grande valia para a nossa região”, diz. Os principais problemas identificados na região de São Sebastião do Oeste foram trechos de estradas vicinais sem manutenção adequada, bacias de contenção de água pluvial assoreadas e nascentes suscetíveis ao acesso de gado. Esses problemas acarretam no aumento do carreamento de solos, assoreamento de cursos dágua e redução na recarga subterrânea. Sendo assim, com recursos da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos e prevendo a melhoria da qualidade e quantidade das águas, o CBHSF investirá cerca de R$ 1.500.000,00 no cercamento de aproximadamente 100 nascentes e na construção de 583 bacias de contenção de água da chuva (barraginhas), bem como o trabalho de mobilização e educação ambiental junto às comunidades ribeirinhas. As obras terão a duração 9 meses. A presidente do CBH do Rio Pará, Regina Greco, explicou aos presentes que, para a execução do projeto na região, os produtores precisam permitir as obras em suas propriedades. “A população de São Sebastião do Oeste está sendo contemplada com um importante projeto. Ao cercar as nascentes, evitamos o pisoteio do gado e, assim, preservamos a área para que

produza água. Além disso, as barraginhas fazem a colheita da água para que a mesma infiltre no solo e abasteça o lençol freático. A prioridade é realizar as obras nas cabeceiras dos córregos e do ribeirão São Pedro”, afirma. O produtor Otaviano Teixeira de Morais será um dos beneficiados. “Acredito que com esse projeto cerca de 80% da água da chuva será devolvida ao subsolo com a construção das barraginhas. Pensando nas melhorias e no futuro, já autorizei a execução das obras na minha propriedade”, diz. O ribeirão São Pedro é afluente do Velho Chico e importante abastecedor de água de Divinópolis, São Sebastião do Oeste e Carmo da Mata, municípios da região do Alto São Francisco, em Minas Gerais.

O evento contou com a participação da comunidade beneficiada pelo projeto

Regina Greco, presidente do CBH do Rio Pará, alerta para a necessidade de sensibilizar os produtores para a importância da revitalização


Circuito Penedo de Cinema bate recorde de inscrições Evento é gratuito e fará parte das comemorações dos 200 anos de emancipação política de Alagoas Texto: Vitor Luz e Fotos: Jonathan Lins e Paulo Accioly A cidade de Penedo, há alguns anos, vem atraindo os holofotes do protagonismo do cinema brasileiro. Entre os dias 7 e 11 de novembro, acontece o tradicional “Circuito Penedo de Cinema”. No ano passado, o evento contou com 189 inscrições para as mostras competitivas. Em 2017, o festival teve o dobro de inscrições com 357 filmes inscritos. Este ano, o evento reunirá o 10º Festival do Cinema Brasileiro de Penedo; o 7º Festival de Cinema Universitário de Alagoas e a 4ª Mostra Velho Chico de Cinema Ambiental. A cada ano a organização inova na programação. O evento também conta com palestras, workshops e a Mostra de Cinema Infantil. Além disso, o Circuito reserva um espaço para apresentação de trabalhos acadêmicos desenvolvidos no segmento audiovisual.

O evento é promovido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em parceria com o Governo do Estado de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS), com patrocínio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

Onde fica: Localizado no sul de Alagoas, às margens do rio São Francisco, na divisa com o estado de Sergipe

Edição de 2016 foi sucesso de público

Quando: Entre os dias 07 e 11 de novembro Mais informações: http://cinema2017.iecps.com.br/ O festival conta com palestras, workshops e apresentação de trabalhos acadêmicos

Plano de Manejo e Uso do Solo do Açude de Macaúbas é finalizado Projeto do CBHSF tem como objetivo identificar os principais problemas nas bacias das nascentes formadoras do Açude de Macaúbas Texto e fotos: Fernanda Sodré Soares O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou, no dia 18 de julho, no município de Macaúbas (BA), o encontro de encerramento do Projeto de Elaboração do Plano de Ações para o Manejo e Uso do Solo na Bacia do Açude de Macaúbas, na comunidade de Açude. Com cerca de 47 mil habitantes e uma área territorial de 2.459,103 km², Macaúbas está localizado na região semiárida do estado da Bahia, que passa hoje por uma crise hídrica decorrente dos baixos índices pluviométricos. O coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) Médio São Francisco, Ednaldo Campos, responsável por acompanhar e monitorar as atividades do CBHSF nessa região, iniciou sua fala aos presentes afirmando: “o Comitê não trabalha com ilusão. Nossa ferramenta é a esperança. O plano de conservação de solo e água que

entregamos hoje ao município vai além de um simples diagnóstico, é um balizador das ações e medidas que deveremos adotar para que as futuras gerações não sofram com escassez de água. A responsabilidade de um futuro onde exista água em qualidade e quantidade é de todos nós”. O Plano de Ações para o Manejo e Uso do solo na Bacia do Açude tem como objetivo identificar os principais problemas nas bacias das nascentes formadoras do Açude de Macaúbas, ressaltando quais práticas devem ser adotadas pelos produtores rurais e demais usuários de forma sustentável, garantindo assim um melhor gerenciamento da bacia e, consequentemente, maior disponibilidade hídrica para todos.

O encontro de encerramento do projeto contou com a participação maciça da comunidade

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Dois

dedos de

prosa

Lessandro Gabriel da Costa Atuando há mais de 20 anos na área de preservação ambiental no Alto São Francisco, na região da Serra da Canastra, Lessandro Gabriel da Costa se destaca na luta pela preservação do meio ambiente. Atualmente, ele é secretario do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio são Francisco (CBHSF) e também secretário de Meio Ambiente de Lagoa da Prata (MG). Lessandro falou ao Travessia sobre sua motivação nessa trajetória.

Texto: Luiza Baggio e Fotos: Bianca Aun

as quartas-feiras, até o final do período seco, em novembro, é importante como um trabalho preventivo e de conscientização ambiental em toda a bacia. Em agosto, o CBHSF realizará uma Plenária Extraordinária para debater a atualização da metodologia da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na bacia do São Francisco. Qual é a sua opinião sobre essa atualização? Lessandro: A atualização da metodologia da cobrança vai ao encontro da atual situação que vivemos na bacia. Essa atualização vai nos ajudar na melhoria ambiental já que os recursos serão aplicados em ações de preservação e revitalização da bacia. O que te influenciou a lutar preservação do meio ambiente?

pela

Quais são os maiores desafios do CBHSF na defesa do São Francisco? Lessandro: Hoje, o maior desafio do São Francisco é a escassez hídrica por causa da falta de chuvas. As hidrelétricas estão praticamente paradas, não podendo gerar energia, a agropecuária tem sofrido e o abastecimento humano está de mal a pior. Estamos em um momento de crise nunca visto antes na história e o nosso maior desafio é tentar buscar a melhoria na quantidade e qualidade das águas do São Francisco. E quais os maiores avanços nessa luta? Lessandro: O CBHSF teve muitas conquistas! A parte de mobilização e conscientização ambiental, ao meu ver, foi o maior avanço.

Lessandro: Quando ingressei na área de meio ambiente, atuei em um projeto que elevou Lagoa da Prata a um reconhecimento internacional no Guinness Book (livro dos recordes) com o plantio recorde de 120 mil mudas de árvores para recuperação de matas ciliares das margens do Rio São Francisco, em Lagoa da Prata. A partir daí, me envolvi completamente com a área de meio ambiente e hoje um dos meus objetivos de vida é ver o rio São Francisco vivo. Desde que você começou a se dedicar ao meio ambiente, o que mudou em sua concepção a respeito do tema?

Qual sua opinião sobre a última resolução da Agência Nacional de Águas (ANA), que instituiu o “Dia do Rio”? Lessandro: É importante marcar um dia de defesa para que o rio São Francisco “descanse” das degradações ambientais. A instituição do “Dia do Rio”, que suspende a captação de água no Velho Chico todas

Lessandro: Vejo que hoje existe uma consciência ambiental nas pessoas; a área de reciclagem melhorou muito e os projetos hidroambientais executados pelo CBHSF estão contribuindo para recuperar e/ou revitalizar a bacia e para uma mobilização e educação ambiental.

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Presidente: Anivaldo de Miranda Pinto Vice-presidente: José Maciel Nunes Oliveira Secretário: Lessandro Gabriel da Costa Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBHSF - Tanto Expresso

imprensa@cbhsaofrancisco.org.br www.cbhsaofrancisco.org.br Coordenação Geral: Paulo Vilela, Pedro Vilela, Rodrigo de Angelis Edição: Karla Monteiro Textos: Luiza Baggio, Vitor Luz, Delane Barros, Fernanda Sodré e Mariana Martins Projeto Gráfico: Márcio Barbalho Assessoria de Imprensa: Mariana Martins Fotos: Acervo CBHSF / TantoExpresso : Bianca Aun, Edson Oliveira, Jonathan Lins e Paulo Accioly Foto capa: Edson Oliveira Impressão: Gráfica Atividade Tiragem: 5000 exemplares Direitos Reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte.

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Lessandro Gabriel da Costa, secretário do CBHSF e secretário de Meio Ambiente de Lagoa da Prata (MG)

Secretaria do Comitê: Rua Carijós, 166, 5º andar, Centro - Belo Horizonte - MG - CEP: 30120-060 (31) 3207-8500 - secretaria@cbhsaofrancisco.org.br - www.cbhsaofrancisco.org.br Atendimento aos usuários de recursos hídricos na Bacia do Rio São Francisco: 0800-031-1607 Assessoria de Comunicação: comunicacao@cbhsaofrancisco.org.br Comunicação

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