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7.3.2 Bacia do Rio Corrente

Figura 7.21 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 46902000, na bacia do rio Grande.

7.3.2 Bacia do Rio Corrente

Para a calibração da bacia do rio Corrente, a região foi discretizada em 9 sub-bacias, cada uma sendo calibrada pela estação fluviométrica mais a jusante, utilizando a propagação pelo método de Muskingum-Cunge. Devido à carência de estações nas cabeceiras das sub-bacias, as sub-bacias 8 e 9 foram delimitadas englobando outros rios próximos a elas, conforme apresentado na Figura 7.22.

Figura 7.22 – Divisão das sub-bacias adotada para a calibração dos parâmetros do modelo MGB para a bacia hidrográfica do rio Corrente.

A seguir são apresentados os resultados da calibração das estações localizadas mais a jusante dos rios principais, tendo em vista que as mesmas agregam nos resultados: 45700000, 45710000, 45600000, 45770000, 45840000 e 45960001. As análises de cada uma das estações estão apresentadas no relatório supracitado.

Estação 45700000:

A Figura 7.23 apresenta os hidrogramas observados e simulados na localização da estação 45700000, de nome “Cera” e que fica localizada no rio Guará. Essa possui uma área de drenagem a montante de 2.120 km². Já a Figura 7.24 apresenta as curvas de permanência observadas e simuladas na localidade dessa estação.

Nesse caso, embora a calibração não tenha dado resultado em métricas excelentes, a comparação entre as curvas de permanência permite verificar que a simulada ficou extremamente parecida com a observada. A vazão Q50 observada foi de 8,97 m³/s e a simulada foi de 8,74 m³/s. Na Q90, obtiveramse valores de 6,19 e 5,93 m³/s, enquanto para a Q95 foram obtidos valores de 5,91 e 5,41 m³/s.

Tal qual observado em algumas estações do rio Grande, percebe-se que nos anos na volta de 2010 e nos dois últimos anos há vazões observadas mais baixas que as simuladas nos períodos de seca, ainda que a simulação tenha ficado muito parecida com a observação no início da série. Isso é um indicativo que aqui também pode estar sendo observada a influência antrópica na série de vazões observadas.

Figura 7.23 – Hidrogramas observado (azul) e simulado (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45700000, na bacia do rio Corrente.

Figura 7.24 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45700000, na bacia do rio Corrente.

Estação 45710000:

A Figura 7.25 apresenta os hidrogramas observados e simulados na localização da estação 45710000, de nome “Sítio Januário” e que fica localizada no Rio do Meio. Essa possui uma área de drenagem a montante de 2.660 km². Já a Figura 7.26 apresenta as curvas de permanência observadas e simuladas na localidade dessa estação.

Nessa estação também se observam as quedas abruptas nas vazões observadas nos períodos de seca, às quais foram chamadas por vezes de “picos negativos” na apresentação dos resultados do Grande. Esse tipo de efeito pode ser claramente observado na ao fim de 2017 e 2019 e podem estar refletindo as retiradas para irrigação, que não ocorrem a mesma intensidade no início da série.

Com relação à calibração, foram obtidos coeficientes de Nash e Nash-log de 0,654 e 0,688, além de um erro volumétrico de -6,4%. A vazão de referência Q50 observada foi de 13,69 m³/s e a simulada foi de 13,31 m³/s. Na Q90, obtiveramse valores de 9,02 e 9,51 m³/s, enquanto para a Q95 foram obtidos valores de 7,84 e 9,0 m³/s. Esse erro maior com relação à Q95 pode estar relacionado às retiradas de água que ocorrem nas cabeceiras da região.

Figura 7.25 – Hidrogramas observado (azul) e simulado (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45710000, na bacia do rio Corrente.

Figura 7.26 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45710000, na bacia do rio Corrente.

Estação 45600000:

A Figura 7.27 apresenta os hidrogramas observados e simulados na localização da estação 45600000, de nome “PCH Correntina Jusante”, localizada no Rio das Éguas, e que possui uma área de drenagem a montante de 3.885 km². Já a Figura 7.28 apresenta as curvas de permanência observadas e simuladas na localidade dessa estação.

Apesar da série curta de dados observados e da presença de muito ruído e erros no início da observação, foram obtidas boas medidas de desempenho na calibração dessa estação. O coeficiente de Nash e Nash-log foram 0,567 e 0,622, e o erro volumétrico foi de apenas -0,692%.

Quanto a comparação das curvas de permanência, a vazão de referência Q50 observada foi de 20,88 m³/s e a simulada foi de 21,23 m³/s. Na Q90, obtiveramse valores de 16,26 e 17,04 m³/s, enquanto para a Q95 foram obtidos valores de 15,87 e 16,4 m³/s.

Figura 7.27 – Hidrogramas observado (azul) e simulado (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45600000, na bacia do rio Corrente.

Figura 7.28 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45600000, na bacia do rio Corrente.

Estação 45770000:

A Figura 7.29 apresenta os hidrogramas observados e simulados na localização da estação 45770000, de nome “Arrojado”, localizada no Rio Arrojado, e que possui uma área de drenagem a montante de 5.540 km². Já a Figura 7.30 apresenta as curvas de permanência observadas e simuladas na localidade dessa estação.

Nessa estação também é possível observar que nos últimos anos há a separação no período seco da vazão simulada da observada, mas, com exceção desse período, observa-se uma boa representação por parte do modelo da série observada. Isso fica ainda mais evidente ao observar a proximidade entre as curvas de permanência. Através delas foram obtidas a vazão de referência Q50 observada foi de 41,94 m³/s e a simulada foi de 42,14 m³/s. Na Q90, obtiveramse valores de 32,76 e 33,96 m³/s, enquanto para a Q95 foram obtidos valores de 30,27 e 31,98 m³/s.

Figura 7.29 – Hidrogramas observado (azul) e simulado (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45770000, na bacia do rio Corrente.

Figura 7.30 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45770000, na bacia do rio Corrente.

Estação 45840000:

A Figura 7.31 apresenta os hidrogramas observados e simulados na localização da estação 45840000, de nome “Gatos”, localizada no Rio Formoso, e que possui uma área de drenagem a montante de 7.130 km². Já a Figura 7.32 apresenta as curvas de permanência observadas e simuladas na localidade dessa estação.

Para essa estação optou-se por mostrar todo o período simulado, desde 1990, para demonstrar uma das necessidades da avaliação da simulação apenas a partir de 2004. Percebe-se claramente pelos resultados do modelo que existe um “salto” na série simulada a partir de 2004. Isso ocorre pela descontinuidade das estações pluviométricas mostrada anteriormente na disponibilidade de dados. Essa quebra na disponibilidade provoca uma mudança espacial nas estações adotadas pelo modelo para a interpolação e geração de chuva para cada minibacia. O resultado, como pode ser visto, são duas tendências distintas entre as vazões médias pré e pós 2004. Isso acontece não só nessa estação, mas em várias outras nas bacias dos rios Corrente e Grande.

Com relação á calibração dessa estação, nota-se que apesar das medidas de desempenho não terem sido tão boas as curvas de permanência ficaram bem próximas. Novamente observa-se que nos últimos anos estão as diferenças maiores entre simulado e observado com relação às vazões mais baixas. A vazão de referência Q50 observada foi de 55,62 m³/s e a simulada foi de 53,34 m³/s. Na Q90, obtiveram-se valores de 39,05 e 42,75 m³/s, enquanto para a Q95 foram obtidos valores de 37,08 e 40,37 m³/s.

Figura 7.31 – Hidrogramas observado (azul) e simulado (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45840000, na bacia do rio Corrente.

Figura 7.32 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45840000, na bacia do rio Corrente.

Estação 45960001:

Para essa estação também foram obtidas bons resultados para os primeiros anos da simulação e boas medidas de desempenho, com um Nash-log chegando a 0,713. As diferenças maiores com relação à observação começam a aparecer para as vazões de base a partir do ano de 2010. Como essa estação fica bem a jusante na bacia, é possível que essa diferença seja resultado da soma das demandas a montante sobre as vazões de base no período seco.

Os resultados dessa estação podem ser observados na Figura 7.33 e Figura 7.34. Nessa, para o período analisado a Q50 observada foi de 144,99 m³/s e a simulada de 159,72 m³/s. Na Q90, obtiveram-se valores de 110,73 e 124,86 m³/s, enquanto para a Q95 foram obtidos valores de 103,44 e 117,54 m³/s. A montante dessa, a demanda superficial total estimada pelo ATLAS ÁGUAS é de aproximadamente 13 m³/s.

Figura 7.33 – Hidrogramas observado (azul) e simulado (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45960001, na bacia do rio Corrente.

Figura 7.34 – Curvas de permanência observada (azul) e simulada (vermelho) na minibacia da estação fluviométrica 45960001, na bacia do rio Corrente.

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