REVISTA MOLDE CEFAMOL
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EDITORIAL Manuel Oliveira Secretário-geral da CEFAMOL
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INDÚSTRIA NO FEMININO
O sexo feminino tem vindo a conquistar um papel cada vez mais importante na estrutura organizacional das empresas, seja na indústria, nos serviços ou outras atividades económicas que fundamentam e constituem a nossa sociedade. A indústria de moldes não é uma exceção a esta tendência e é com orgulho e satisfação que vemos um sector, ainda que maioritariamente masculino, a integrar cada vez mais mulheres nos seus quadros e em diferentes áreas funcionais, desde a produção à engenharia, da qualidade à área comercial, não esquecendo a gestão e administração das empresas. Os dados estatísticos mais recentes demonstram que apesar deste movimento, o equilíbrio de género está ainda distante, uma vez que o sexo feminino apenas representa 15% (dados de 2019) do total dos colaboradores do sector. Apesar de ser difícil encontrar uma tarefa ou uma área de intervenção que não tenha a participação, direta ou indireta, das mulheres, há ainda um longo caminho a percorrer nesta matéria. Numa época em que o número de estudantes do sexo feminino é superior ao masculino em diversas áreas do ensino, em que o conhecimento é disseminado de forma igualitária, em que as oportunidades de emprego e carreira estão ao alcance dos interessados, independentemente do seu género, continua a ser difícil a mobilização ou contratação de mulheres para diversas áreas das empresas, nomeadamente, as mais ligadas aos processos de produção. É certo que a tradição de uma indústria masculina, conotada com esforço físico, não se altera de um dia para o outro, mas a verdade é que as empresas são hoje em dia detentoras de tecnologia de última geração, que facilita a operacionalização e realização de tarefas, onde
a importância da engenharia, da organização, do pensamento critico, assume uma importância estratégica e determinante para conseguir valor acrescentado e tal está ao dispor e ao alcance, tanto de homens como mulheres. Há que demonstrar estas oportunidades ao mercado, aos jovens que estudam no ensino secundário, profissional e superior. Há que dar a conhecer que a digitalização, a robótica e automação geram novos postos de trabalho, onde o papel das mulheres poderá ser determinante para a competitividade internacional que o sector busca como foco para a sua sustentabilidade. As empresas terão que desmistificar (pre)conceitos existentes e transmitir esta perspetiva inclusiva no sentido de apresentar a sua modernidade (tecnológica e organizacional), demonstrando às nossas jovens, que esta é também uma indústria para elas. A indústria de moldes, quer pelo seu posicionamento atual, quer pelas suas perspetivas de desenvolvimento, apresenta condições para se poder tornar um excelente exemplo da igualdade de oportunidades e da relevância da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho. O número crescente de empresas que integram mulheres na produção, nos seus quadros intermédios, e nas suas lideranças é disto exemplo. Sendo este um sector que se relaciona e interage com cadeias de fornecimento globais e de alto valor acrescentado, contribuindo para o incremento e valorização da imagem de Portugal a nível internacional, é fundamental que a sua atividade se alicerce numa coexistência equilibrada entre os dois géneros. É este o caminho a seguir para contribuirmos para uma sociedade moderna e inclusiva que compete em áreas e mercados cada vez mais desafiantes e competitivos.