Ano 7 ı Número 24 ı Trimestral ı Janeiro 2019
Oportunidades para a Indústria de Moldes no Mercado Norte-Americano Estados Unidos otimistas em relação ao futuro dos moldes
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N OTÍCIAS SEMANA DE MOLDES 2018: RECORDE DE PRESENÇAS CONFIRMA EVENTO COMO “REFERÊNCIA” DO SECTOR
A Semana de Moldes 2018 afirmou-se como um palco de reflexão de excelência sobre o presente e o futuro e foi uma verdadeira montra do que de melhor se faz em Portugal no sector de moldes e plásticos. O evento decorreu entre 1 e 4 de outubro, em Portugal, nas cidades da Marinha Grande e Oliveira de Azeméis, atingindo um recorde de participações: contou, nas suas várias ações, com mais de 1.100 participantes nacionais e estrangeiros. “A Semana de Moldes é e tem sido, ao longo dos anos, um espaço primordial para análise da situação da nossa indústria e sua projeção junto da comunidade, no vasto conjunto de parceiros - quer empresariais, científicos ou tecnológicos - consubstanciados no cluster ‘Engineering & Tooling’, apresentando um carácter infraestrutural para o desenvolvimento económico do nosso país e contribuindo decisivamente para sustentabilidade e competitividade da indústria nacional, europeia e mundial”. Assim sintetizou João Faustino, o presidente da CEFAMOL, em jeito de balanço, o conjunto de iniciativas que reuniu os
principais players desta indústria, naquela que foi a 11ª edição do evento. “A nossa indústria atravessa hoje uma grande transformação, com um contexto internacional desafiante. Mas, no nosso entendimento, as empresas não terão grande dificuldade em ultrapassá-lo”, afirmou ainda o presidente da CEFAMOL, defendendo que “será fundamental cimentar um ambiente mais propício à inovação e competitividade que assegurem o crescimento do emprego qualificado, da economia, e do desenvolvimento tecnológico e organizacional das empresas”. Até porque, lembrou, “Portugal e a sua indústria de moldes são hoje uma referência”. “A nossa intenção é que a Semana de Moldes seja vista também como uma referência no sector, motivando a sensibilizando os participantes para os desafios que se vivem atualmente e para o trabalho conjunto a realizar por todos quantos nele competem”, considerou ainda, fazendo votos de que “este desejo encontre eco não apenas nas empresas e colaboradores mas também nas entidades públicas e privadas que acompanham e contribuem para o desenvolvimento da nossa atividade”.
PARTICIPAÇÃO RECORDE Esta edição, organizada conjuntamente pela CEFAMOL, Centimfe, Pool-Net e Open, bateu recordes no que toca a participações nas diferentes atividades realizadas. O Rapid Product Development (RPD) contou com 230 e 226 participantes, respetivamente, no primeiro e segundo dias; no Brokerage Event fizeram-se representar cin-
co países, num total de 97 participantes e 22 reuniões e nos seminários técnicos aderiram 364 participantes (em Oliveira de Azeméis) e 286 (na Marinha Grande). Um dos pontos altos do programa, a Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2018’ atraiu mais de 270 pessoas, enquanto os eventos sociais (como almoços, jantares e visitas a empresas) contaram com cerca de 223 participações. No total, estiveram representados 12 países: Alemanha, Bélgica, Espanha, Dinamarca, França, Grécia, Marrocos, Reino Unido, EUA, México, Japão e, naturalmente, Portugal.
do estes momentos”, sublinhou Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL.
Para além dos jornalistas nacionais, marcaram também presença representantes de quatro importantes publicações da Alemanha, Espanha, França e EUA. A par dos técnicos e responsáveis de várias empresas do sector, estiveram presentes diversas instituições de ensino, quer com formadores, quer com jovens alunos que se preparam para, no futuro, ingressar na indústria.
Referindo-se à Conferência ‘Moldes Portugal 2018’, evento organizado pela CEFAMOL, Manuel Oliveira considerou que “demonstrou ser um espaço de alinhamento e reflexão estratégica sobre tendências e evolução da indústria e da economia mundial”. Defendeu ainda que “no novo ciclo de desenvolvimento do cluster, a consolidação, a cooperação e uma maior integração estratégica são seguramente o mote para o nosso desenvolvimento coletivo da próxima década”, frisando que “assumimos, nos próximos anos, a aposta na visão do ‘Design for Manufacturing’ e da ‘Fabricação Zero-Defeitos’ como o mote do reforço e consolidação da excelência da nossa indústria
“Trata-se evidentemente de um sinal de capacidade de mobilização e de alinhamento da indústria, tal como tem sido salientado por vários convidados, oradores e jornalistas nacionais e internacionais que connosco têm partilha-
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O responsável salientou ainda que “a visibilidade e participação alcançadas na Semana de Moldes 2018 representou uma oportunidade para todos os stakeholders do cluster ‘Engineering & Tooling’ para atualização de conhecimentos, estabelecimento de novos contactos e parcerias, a integração da nossa rede de cooperação e promoção internacional da indústria alicerçada na nossa marca coletiva”.
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no mercado internacional”.
RECONHECIMENTO A excelência do sector foi destacada pelas figuras de Estado presentes na Semana de Moldes. Manuel Caldeira Cabral, então ministro da Economia (substituído na última remodelação governamental) considerou, na inauguração do certame, que a indústria de moldes “tem demonstrado enorme capacidade de crescer nas exportações - praticamente duplicou nos últimos dez anos - e tem conseguido, com isso, criar mais emprego e crescer de forma notável”. Sublinhou ainda que o sector “tem conseguido, através da ligação das empresas com o Centimfe e as universidades e politécnicos, fazer um trabalho muito interessante a nível tecnológico na melhoria de produtos e processos de produção e isso é o que o tem mantido sempre na vanguarda da inovação. Prova disso é que trabalha com as empresas mais exigentes do mundo”. Já a então Secretária de Estado da Indústria, Ana Lehman (entretanto também substituída), considerou que se trata de um sector que “é uma referência internacional e que muito orgulha o país.
DESAFIOS Os “momentos desafiadores” por que passa, atualmente, a indústria de moldes foram enumerados, logo na sessão de abertura do evento pelo presidente do Centimfe, Nuno Silva. De entre as mudanças que, no seu entender, exigem uma estratégia por parte das empresas, o responsável destacou “a sofisticação do negócio e a deslocalização dos principais decisores da Europa para outras regiões, nomeadamente a Ásia; a aceleração do processo Capital-Intensivo (associado à Indústria 4.0); a redução demográfica em Portugal e na Europa e as dificuldades para atrair, integrar e fixar pessoas na indústria; a insta-
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bilidade política global e a evolução dos modelos dos automóveis dos combustíveis fósseis para outras energias, como a elétrica”. Nuno Silva mostrou-se, no entanto, convicto de que os empresários portugueses são “empreendedores” e “ousamos para saber como e quando correr riscos”, considerando que a indústria de moldes nacional é, hoje em dia, “um cluster utilizado para competir e colaborar, para conquistar posição, dimensão e eficiência e aproveitar as oportunidades globais no mercado”. A título de exemplo, destacou que se tem verificado “uma redução consistente da dependência para mercados tradicionais, como a Alemanha, Espanha, França ou Reino Unido; e a entrada em novos mercados como o México, a Europa Central, Brasil ou Marrocos”.
SECTOR EM NÚMEROS Portugal é o oitavo maior produtor mundial de moldes e o terceiro a nível da Europa. O valor das exportações deste sector tem-se pautado por um crescimento assinalável nos últimos anos: desde 2010, registou um crescimento na ordem dos 103%. Em 2017, as exportações atingiram um valor recorde de mais de 675 milhões de euros. Os principais mercados dos moldes portugueses foram Espanha (22%), Alemanha (21%), França (12%), República Checa (6%) e Polónia (5%). Este grupo foi seguido pelos Estados Unidos, México e Reino Unido. O “top ten” dos ‘mercados destino’ ficou completo com a Eslováquia e Hungria. Mas estes não foram os únicos destinos: os produtores nacionais de moldes exportaram a sua produção para 93 mercados (países) distintos, o que demonstra a dimensão internacional e global desta indústria. O sector é hoje composto por cerca de cinco centenas de empresas, maioritariamente localizadas em duas regiões (Marinha Grande e Oliveira de Azeméis) e que integram aproximadamente 10.500 trabalhadores.
22 EMPRESAS COM A CEFAMOL NA FAKUMA Foram 22 as empresas de moldes que acompanharam, no âmbito do projeto de promoção “Engineering & Tooling from Portugal”, a CEFAMOL na feira Fakuma, que decorreu de 16 a 20 de outubro, no Centro de Exposições de Friedrichshafen, na Alemanha. De acordo com Patrício Tavares, da CEFAMOL, a participação nacional saldou-se pela positiva. “As 22 empresas integrantes do projeto ficaram localizadas nos halls A1, B1, B5 e FW, mas na sua grande maioria, 18 para ser mais exato, ficaram no hall A1, o espaço destinado aos fornecedores e moldes e componentes. Tratando-se de espaços individuais, isso permitiu ter uma presença alargada e constante ao longo de todo o pavilhão, não passando indiferentes aos visitantes que por ali circularam, com o objetivo de alargar a sua rede de fornecedores e discutir novos projetos”, conta.
O barómetro Alemanha Patrício Tavares relata ainda que apesar do menor número de visitantes (que foi notório nesta edição da feira), as empresas portuguesas se mostraram satisfeitas no final. “Percebeu-se que apesar do impasse (visível na indústria automóvel), há diversos projetos para sair, prevendo-se um pico de trabalho nos próximos tempos”, explica. É por isso que conclui que para as empresas portuguesas “o mercado alemão continua a ser de importância estratégica elevada para o sector, não só pelo seu peso nas exportações nacionais (principal mercado), mas também por se tratar de um barómetro do negócio e das principais tendências, não só a nível da Europa, mas também dos principais mercados mundiais onde estão presentes as OEM clientes com sede no mercado comunitário, e onde muitas vezes é tomada a decisão de compra”. As 22 empresas que acompanharam a CEFAMOL foram a AES Moldes, Bormat, Cheto, CR Moulds, E&T, Fozmoldes, Frumolde, Geco, Microplasticos, Moldata, Moldes Catarino, Moldoeste, Moldoplastico, Moliporex, Planimolde, PMM, Ribermold, Steelplus, Tecnifreza, Tecnimoplas, TJ Moldes e UEpro. Patrício Tavares destaca que, sendo a Alemanha o principal destino das exportações de moldes nacionais e, por isso, estarem já referenciados os principais clientes e potenciais clientes das empresas portuguesas, “a participação na Fakuma tem como objetivo principal da indústria promover uma presença assídua no mercado, aumentando a sua notoriedade junto dos atuais e futuros clientes, potenciando as relações comerciais e ganhando pontos para novos projetos que estejam “na calha”. Serve também para sentir o pulso da indústria, aproveitando o contacto com os clientes para identificar os futuros desafios e oportunidade para o sector, assim como os ‘guidelines’ para a definição estratégica para os próximos anos”.
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A Feira A Fakuma é uma feira internacional que abrange os principais mercados comunitários, com especial foco na Europa Central (Alemanha, Suíça e Áustria), que realizou este ano a sua 26ª edição. Esta feira é dedicada a toda a cadeia de valor da indústria do plástico, desde o conceito até à produção. passando por todos os fornecedores, clientes ou entidades de investigação. Pela sua dimensão e localização, é de importância estratégica para as principais marcas fornecedoras da indústria de plástico, o que motiva grandes investimentos para potenciar a exposição durante todo o evento, chamando a si o grosso da indústria. Isto faz da Fakuma a segunda maior feira, logo a seguir à gigante “K” (a maior feira mundial do sector). No entanto, pelo facto da “K” apenas se realizar a cada 3 anos, a Fakuma foi ganhando importância, pela necessidade dos fornecedores usarem canais que proporcionem um contacto mais constante com os clientes. Estrategicamente, a organização da Fakuma decidiu realizar o evento apenas nos anos em que não se realiza a feira “K”, assumindo-a como uma complementaridade ao invés de uma concorrência direta, o que beneficiou ambos os eventos em termos de expositores e visitantes.
Digitalização e automação Os principais temas abordados durante esta edição, no decorrer do certame, “centraram-se nos impactos da ‘revolução industrial’ que temos em curso, com foco especial na digitalização e automação de processos, que permitam queimar etapas e processos, aumentando eficiência e produtividade do Homem e da máquina. O tema da sustentabilidade e reutilização de materiais também foi muito falado, numa altura em que o plástico pode sofrer uma quebra em produtos de baixo valor acrescentado, devido às questões ambientais”, explicou Patrício Tavares, sublinhando ainda que “é também grande a expectativa relacionada com a indústria automóvel, notando-se um impasse de alguns clientes em iniciar novos projetos, tendo em conta as várias diretivas que têm vindo a ser aprovadas por toda a Europa relacionados com automóveis elétricos, híbridos e diesel, pensando no futuro sustentável da sociedade”.
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PARTICIPAÇÃO DA CEFAMOL NA GLASSTEC PAUTA-SE PELA POSITIVA
A CEFAMOL organizou a participação coletiva na 25ª edição da feira “Glasstec”, dedicada à indústria de vidro, e que decorreu de 23 a 26 de outubro, em Dusseldorf, Alemanha. Nesta presença no certame, que é considerado um dos principais para o sector do vidro a nível internacional, a CEFAMOL fez-se acompanhar por cinco empresas: Icebel, Intermolde, Neckmolde, Vidrimolde e Vidromecânica. Esta feira, segundo revela Patrício Tavares, da CEFAMOL, “caracteriza-se por ser um certame com forte projeção mundial. Este fator tem sido preponderante para o seu sucesso, considerando até a aglomeração dos principais clientes mundiais em grandes grupos, o que permite muitas vezes centralizar compras”. Ao contrário de outras feiras do género (muitas chegaram, até, a fechar portas), a Glasstec tem ganho força ao longo dos anos, conta ainda Patrício Tavares, considerando que isso se deve, por um lado, ao facto de ter “uma organização muito profissional”, e por outro, “por se realizar de dois em dois anos, não implicando um investimento excessivo e desnecessário às empresas”. “Tais motivos levam as empresas nacionais a escolher este certame para fazer abordagens periódicas à indústria, complementando as mesmas com outras ferramentas de marketing. Podemos afirmar que o principal objetivo das empresas participantes é fortalecer laços comerciais com clientes e abrir portas a eventuais novas oportunidades com empresas, que por defeito, escolhem o certame para selecionar fornecedores”, diz ainda.
Em jeito de balanço, no final da participação, o responsável da CEFAMOL, conclui que por aquilo que foi possível observar, “a indústria do vidro está saudável e recomenda-se, como se pode apurar pelos números apresentados pela organização da feira”. A opinião é partilhada pelas empresas portuguesas que participaram e que, relata Patrício Tavares, se apresentaram “altamente motivadas, revelando satisfação pela afluência de visitantes nos seus stands, apesar de nos primeiros dias de feira, considerarem haver menos que na edição anterior”. De acordo com a organização, a cargo da Messe Dusseldorf, esta edição da Glasstec acolheu, nos quatro dias, “mais de 42.000 visitantes de mais de 120 países”. No certame, estiveram 1.280 expositores de 50 países, que apresentaram as suas novidades num total de nove pavilhões. Diz ainda a organização que os expositores “reportaram novos contactos promissores e concluíram excelentes negócios” e que “a situação favorável na indústria também foi refletida pela atmosfera positiva nos corredores”. Adianta ainda que “a alta proporção de executivos de altos cargos (mais de 70% dos visitantes vêm desse nível de tomada de decisão) enfatiza a excelente qualidade desta feira”.
ESTREIA NA ‘EXPO PLASTICOS GUADALAJARA’ SATISFAZ EMPRESAS NACIONAIS
Saldou-se pela positiva a participação coletiva, liderada pela CEFAMOL, na feira ‘Expo Plasticos”, que decorreu entre 7 e 9 de novembro, na cidade de Guadalajara, no México. Foi a primeira vez que a Associação participou nesta que é considerada a segunda maior feira dedicada à indústria do plástico no mercado mexicano, fazendo-se acompanhar nesta deslocação por seis empresas: Batista Moldes, Frumolde, Mexportools, Portutecmo, Prifer e VL Moldes. No final, as empresas mostraram-se satisfeitas com a presença no evento, segundo conta Patrício Tavares, da CEFAMOL, que acompanhou esta participação: “As expectativas da delegação nacional não eram as mais elevadas, não só por ser uma feira de menor dimensão em relação à normalmente realizada na Cidade do México, mas também por ser a primeira vez em que promovíamos o certame no âmbito do projeto de internacionalização da Associação”, explica, não havendo por isso histórico de comparação para a maioria dos participantes. Apesar de um primeiro dia de certame com menor afluência, os dias seguintes foram bastante diferentes, tendo aumentado o número de visitas e a sua qualidade, sendo possível estabelecer contactos com potenciais clientes locais e internacionais, que apresentavam projetos de elevado nível técnico. Patrício Tavares revela ainda que a CEFAMOL tem participado na principal feira do sector no México, a ‘Plastimagen’ que, diz, “agrupa em si toda a cadeia de valor da indústria, tornando-se um polo comercial e de relações públicas para as empresas mexicanas, empresas oriundas de países limítrofes e potenciais investidores no mercado”. Só que esse certame faz uma pausa a cada três,
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tendo sido este o ano em que o mesmo não se realizou. Desta forma, a CEFAMOL decidiu apostar numa participação neste evento. “Entendemos ser necessário procurar alternativas de promoção no mercado, sendo esta feira uma das mais conceituadas, num mercado onde florescem anualmente várias iniciativas do género”. A presença no certame procurou “manter a abordagem contínua e coerente ao mercado por parte da indústria nacional de moldes, alternando as abordagens em várias frentes, para manter e fortalecer relações comerciais já existentes, promover novos contatos e identificar oportunidades de negócios”. Finda a feira, conclui-se que “não há sombra de dúvida que o mercado mexicano é dos mais apetecíveis no momento”, destacando-se como fatores principais “a proximidade com os EUA e o crescente número de investimentos no país por parte das principais OEMs e fornecedores de primeira linha da indústria automóvel”. A CEFAMOL considera ser este um mercado de aposta, mas com especificidades próprias, onde a distância geográfica e a necessidade regular de contacto com as empresas locais são fatores a ter em consideração, não esquecendo a sempre requisitada assistência pós-venda por parte das empresas com quem se trabalha. As empresas nacionais deverão ter estes elementos em conta na abordagem ao mercado, onde a realização regular de visitas e contactos ou a colaboração com parceiros locais pode assumir grande preponderância.
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POOL-NET: WORKSHOP DESTACA OS DESAFIOS DO MARKETING GLOBAL ‘Como gerir os desafios do marketing global’, foi o tema de um workshop que, organizado pela Pool-Net: Portuguese Tooling & Plastics Network, decorreu a 21 de novembro, nas instalações da Open, na Marinha Grande. A internacionalização das empresas e o marketing internacional foram os principais temas em destaque nesta ação. “No que diz respeito à internacionalização, a indústria de moldes ‘dá cartas’ pela experiência e pelo saber muito fortes que tem e que permitem atuar nos mercados”, defendeu Rui Tocha, diretor-geral da Pool-Net, na abertura da sessão. Lembrando que “o mundo dos negócios está cada vez mais sofisticado e cada vez mais difícil”, o responsável deu conta da estratégia de promoção levada a cabo e desenvolvida, de forma articulada, com a CEFAMOL - Associação Nacional da Indústria de Moldes. Em relação à indústria automóvel, o principal cliente do sector, considerou que “temos de estar atentos para nos alinharmos com os desafios” e “conseguir os projetos cada vez mais cedo”. Destacou ainda a importância das empresas se associarem. “Se nos juntarmos, somos mais fortes e quanto mais empresas usarem a marca (Engineering & Tooling from Portugal) mais longe conseguiremos chegar”, afirmou. Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, falou da estratégia de internacionalização, lembrando que em 20082009 foi feita uma reflexão sobre o futuro da indústria que previa um conjunto de metas a atingir a dez anos (prazo que termina este ano de 2018). Uma década volvida, Manuel Oliveira não tem dúvidas de que “o que temos hoje na indústria de moldes não são ‘apenas’ fabricantes de moldes mas empresas que representam uma cadeia de valor, com a integração de serviços e soluções integradas”. Sublinhou o papel importante que teve a criação da marca coletiva, afirmando que o sector conseguiu, em dez anos, aumentar para mais do dobro o valor das exportações. Na última década, a indústria cresceu, quer na quantidade de empresas, quer no emprego gerado, frisou ainda. Para além disso, a estratégia então delineada preconizava outras metas que foram sendo alcançadas como o reforço da competitividade nos mercados tradicionais (como o europeu), a reconquista de posição de destaque em alguns mercados como os Estados Unidos da América ou o Brasil e a aposta em novos mercados emergentes, como o México. Desde 2015, revelou, o investimento nesta área representou mais de 5,5 milhões de euros. O conjunto de ações realizadas, de entre as quais, 38 feiras internacionais e 17 missões empresariais em 19 mercados internacionais, contou com a adesão de cerca de quatro centenas de participações de empresas. Um outro esforço, sublinhou, “foi também no sentido de alcançar novas áreas de alto valor acrescentado, como as indústrias da aeronáutica e/ou dispositivos médicos”. Contudo, o sector mantém a sua dependência da
indústria automóvel em mais de 80%. Segundo os dados de exportação até setembro de 2018, o mercado alemão registou um crescimento enquanto o espanhol sofreu uma quebra de cerca de 30 milhões de euros. As exportações do sector, disse, registaram uma quebra de cerca de 4% face ao mesmo período do ano transato. “Temos muito para fazer: o mercado é grande e em mudança e a concorrência é forte e dinâmica”, afirmou, frisando que “acreditamos que o futuro nos traga um contínuo desenvolvimento”.
Indústria unida Luís Febra, administrador do grupo Socem, apresentou a estratégia de internacionalização da sua empresa, que completa em 2018 32 anos de atividade e tem 426 colaboradores.Com sede na Martingança, uma unidade no Brasil e uma outra no México e a desenvolver alguns trabalhos na China, este grupo empresarial tem crescido nos últimos anos, registando atualmente um volume de negócios consolidado de mais de 51 milhões de euros, revelou o responsável. “Em 1986, quando começámos, era difícil internacionalizar. Não havia tecnologia disponível como hoje e comunicávamos com os clientes por telex ou por carta”, contou Luís Febra, salientando o papel importante que tinham, então, os empresários mais experientes no apoio às recém-empresas. “Aprendi muito com os mais velhos”, admitiu, defendendo que, tal como no passado, os empresários do sector devem continuar unidos. Na sua intervenção, deu conta dos passos que a empresa deu, quer no Brasil, quer no México e em outros dos mercados onde opera, considerando que para ter sucesso na internacionalização “é preciso ser-se resiliente e aprender com os erros”. Em jeito de conselho, considerou ser fundamental, quando se inicia uma estratégia de internacionalização, “fazer-se um levantamento do que pode correr mal, de forma a que a empresa fique preparada, que tenha um plano B”. O workshop contou ainda com oradores da Market Access, consultora na área da internacionalização de empresas. Rui Sousa e João Sardo, defenderam, por um lado, que “o associativismo é muito importante porque as empresas portuguesas são de pequena dimensão para competir no mercado externo”; e, por outro, que “para internacionalizar não basta querer: é um investimento, que requer cultura de internacionalidade, recursos financeiros e humanos e espírito de adaptação aos mercados de destino”. A ação contou ainda com a presença de Daniel Fragoso, da Segula Technologies (grupo francês de serviços de engenharia para o sector automóvel e aeronáutico), instalada na Marinha Grande desde 2017 e que tem cerca de duas dezenas de colaboradores. O responsável deu conta, de forma sintética, do percurso da empresa em Portugal, destacando a dificuldade que tem tido em conseguir encontrar recursos humanos qualificados, dada a especificidade da sua área.
WORKSHOP ANALISA OPORTUNIDADES DO MERCADO RUSSO ‘Oportunidades e Desafios do Mercado Russo’ foi o tema de um workshop que decorreu no passado dia 24 de setembro, nas instalações da incubadora Open, com a finalidade de dar a conhecer as potencialidades daquele que já foi um importante mercado para os moldes portugueses. A ação, que contou com a presença de representantes de várias empresas de moldes, foi organizada pela Pool-Net (Portuguese Tooling & Plastics Network), responsável pela estratégia de internacionalização da indústria portuguesa de plásticos, moldes e ferramentas especiais e da promoção internacional da marca ‘Engineering & Tooling from Portugal’. João Faustino, presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL) e representando, na ação, a Pool-Net, explicou a pertinência do workshop: “a Rússia foi um mercado importante para a indústria de moldes, tendo representado uma quota expressiva no valor das exportações e é um dos mercados que se insere na ação que estamos a desenvolver, no sentido de ‘acordar’ e reforçar a nossa posição em mercados que foram importantes”. Nesse sentido, e para além deste workshop, vai decorrer, no próximo ano de 2019, entre 29 de janeiro e 1 de fevereiro, uma representação nacional dos produtores de moldes na feira ‘Interplastica’, que decorre em Moscovo. “Parece-nos que a Rússia é um mercado que importa voltar a explorar”, sublinhou o responsável.
preparar as apresentações em russo. Falar com os russos na sua língua fará toda a diferença”, afirmou, considerando que, para além disso, “as empresas devem apostar na qualidade e design como fatores diferenciadores, encontrar nichos de mercado valorizando a relação qualidade-preço, visitar feiras na Rússia (sobretudo em Moscovo, onde decorrem as mais importantes), procurar ter uma presença assídua nesse mercado, encontrando parceiros locais conhecedores da realidade e trazer os seus clientes a Portugal para aumentar a sua confiança”. A concorrência da China e a desvalorização do rublo (moeda russa), a par do embargo económico da Rússia a um conjunto de produtos foram, no entender desta responsável, as razões que levaram à queda deste mercado como um dos mais importantes para a indústria de moldes portuguesa. “Em 2013, antes do embargo, a Rússia era o nono mercado das exportações de moldes nacionais; em 2017, ocupava a 21ª posição”, explicou, lembrando que, do lado da Rússia, “Portugal já foi o quinto fornecedor de moldes”. Por isso, Maria José Rézio salienta que se trata de um mercado com “um potencial enorme”.
Partilha de experiências
Lembrou que Portugal e Rússia têm boas relações institucionais e que aquele país está, neste momento, “a apostar bastante no desenvolvimento industrial”, tendo a China como principal fornecedor num conjunto de produtos, entre os quais os moldes para plásticos.
No workshop, algumas empresas de vários setores partilharam com os presentes a sua experiência no mercado russo. No caso dos moldes, a empresa ‘Ideal Molde’ contou estar presente no mercado russo há mais de 25 anos. Os responsáveis da empresa constaram que muitos dos clientes russos não escolheram a China como parceiro, mantendo a sua opção por empresas europeias, entre as quais, algumas portuguesas. Outros, procuraram os chineses mas “estão a voltar a contactar-nos por causa da qualidade que encontram em Portugal e não encontraram na China”. E contaram ainda ter verificado também que algumas empresas nacionais “fizeram moldes para clientes russos mas depois não deram o suporte necessário”.
Disse ainda que, globalmente, em 2017, havia 567 empresas portuguesas a exportar para a Rússia, frisando existir um potencial enorme de mais empresas o virem a fazer.
Para além do setor dos moldes, foram convidados da organização e partilharam a sua experiência três empresas, dos ramos da iluminação, vinhos e telecomandos para operadoras do serviço de televisão.
Deu nota, no entanto, de algumas das dificuldades - sendo a língua a principal - e deixou alguns conselhos às empresas que pretendam vir a trabalhar com esse mercado.
De uma maneira geral, consideraram tratar-se de um mercado onde não é fácil entrar, mas com um potencial grande.
Coube a Maria José Rézio, delegada da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portuga (AICEP) fazer, por vídeo conferência a partir de Moscovo, uma apresentação daquele que é o maior país do mundo e que, considerou, “é um importante mercado de consumo”.
“As empresas devem obter o máximo de informação que conseguirem sobre o setor que lhes interessa e devem
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Oportunidades para a Indústria de Moldes no Mercado Norte-Americano Centro de Negócios de Nova Iorque da AICEP
ANÁLISE À ATUAL POSIÇÃO CONCORRENCIAL DO SECTOR Os Estados Unidos da América são a principal economia mundial, contando com 325 milhões de consumidores e com um produto per capita de cerca de $60 000 USD, de acordo com dados de 2017. Esta economia representa aproximadamente 22,2% da produção global e concentra cerca de 14,5% do total das importações à escala mundial, sendo que a sua balança comercial é tradicionalmente deficitária. Entre 2013 e 2017, a balança comercial de bens norte-americana registou défices entre os 563,9 e 763,7 mil milhões de euros. As relações económicas com Portugal são extremamente relevantes para a economia nacional, já que os EUA são o maior parceiro comercial português fora da União Europeia. Em 2017, as trocas comerciais bilaterais atingiram os 7,6 mil milhões de euros e o saldo da balança comercial abonou fortemente a favor de Portugal, que registou um superavit de 767M€. O sector dos moldes é um exemplo representativo desta dinâmica, visto que os EUA têm vindo a representar um dos principais clientes dos moldes portugueses, o que permitiu alcançar, em 2017, um superavit português na ordem dos 26,78M€. Também neste sector, a indústria norte-americana apresenta um forte cariz importador, sendo que é atualmente o maior importador mundial de moldes. Nos últimos 5 anos, as importações norte-ameri-
canas de moldes aumentaram, em média, cerca de 12,5% ao ano, tendo alcançado 2,4 mil milhões de euros em 2017, representando 14,3% das importações mundiais. Neste âmbito, os dois primeiros fornecedores de moldes aos EUA são atualmente o Canadá e a China que, em 2013, representavam cerca de 60% do mercado e, em 2017, arrecadaram uma quota aproximada de 63%. Durante este período, as importações norte-americanas de moldes ao Canadá, aumentaram de 597M€ para 952M€ e à China de 295M€ para 526,5M€. A par destes dois países, a Alemanha e ao Japão foram os principais fornecedores em 2017, registando vendas de 196,6M€ e 194,4M€ respetivamente, todavia, o comportamento das compras de moldes norte-americanas a estes dois últimos países foi muito diverso, durante o período em análise. No caso da Alemanha, as importações norte-americanas aumentaram a um ritmo médio anual de 12,7%, resultando num reforço de quota de 8,2% para 8,4%. Por sua vez, as importações ao Japão que, em 2017, se fixaram em 194,4M€, verificaram um comportamento irregular desde 2013, assinalando um crescimento médio anual de 7,4% e redução de quota de 10,1% para 8,3%. Por seu lado, a Coreia do Sul foi o 5º fornecedor de moldes norte-americano, que, durante o período em análise, ganhou quota de mercado, de 3,6% para 4,8% e aumentou as vendas de moldes aos EUA de 54M€ para 113M€, o que representou um crescimento médio anual de 29%.
Em 2017, Portugal foi o 10º fornecedor mundial de moldes aos EUA e 4º europeu. As importações de moldes norte-americanas subiram de 17,9M€ em 2013 para 19,7M€ em 2017, tendo-se registado um aumento de mais de 70% de 2016 para 2017. Todavia, tanto em 2015 quanto em 2016 sofreram quedas acentuadas, encerrando o período 2013-2017 com uma variação média anual de 8%. A quota portuguesa passou de 1,2% em 2013 para 0,84% no último ano.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO No que diz respeito à caracterização das importações norte-americanas, torna-se importante realçar que, em 2017, cerca de 75%, que corresponde a um montante de 1,76 mil milhões de euros do total das importações dos EUA deste sector, foram moldes para plástico ou borracha para moldagem por injeção ou compressão. As compras a Portugal focaram-se maioritariamente neste tipo de moldes concentrando 92% dos moldes portugueses adquiridos pelos EUA. Assim, torna-se importante referir que a indústria dos plásticos nos EUA, com grande expressão na Califórnia, no Indiana e no Michigan, é a terceira maior indústria transformadora da economia local. Nos últimos anos tem vindo a registar uma trajetória de crescimento, sendo que, em 2016, foi responsável por 965 mil postos de trabalho e movimentou cerca de 404 mil milhões de dólares. Destes, a produção de moldes para plástico representou apenas 1,6 % dos postos de trabalho e menos de 1% do volume de negócios, condição que remete para o carácter de importador deste tipo de produtos. No entanto, a procura por plástico moldado por parte de certas indústrias norte-americanas reúne condições muito favoráveis. A procura local por embalagens de plástico aponta para que a utilização deste material para embalagens possa atingir um crescimento acima dos 30% até 2025. Estas previsões assentam, essencialmente, na procura crescente dos produtores de refrigerantes e laticínios que valorizam as propriedades do plástico enquanto material mais leve e maleável comparativamente ao vidro e ao metal, consideradas as principais alternativas. Na perspetiva do consumidor, existe um gosto particular pela diversidade e criatividade, pelo que embalagens que apostem em formatos pouco convencionais, que sejam inovadoras, cómodas e de fácil transporte, poderão ser as que apresentam melhores oportunidades neste mercado. As garrafas PET para a comercialização de vinho são um exemplo ilustrativo desta dinâmica. O sector dos automóveis, no qual os EUA são o segundo maior produtor a nível mundial, é também uma indústria particularmente interessante para os moldes. Em 2017, foi responsável pela produção de 11,2 milhões de veículos e, em 2020, está prevista uma receita de 300 mil milhões de dólares. Uma das tendências do sector é a utilização crescente de plástico, para reduzir peso e melhorar
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a eficiência energética dos veículos, pelo que deverá existir uma tendência de crescimento no uso de plástico moldado nesta indústria, prevendo-se que uma percentagem cada vez maior do automóvel seja fabricada recorrente a este material. Neste sentido, alguns fabricantes estão a estudar a possibilidade de introduzir um chassis exclusivamente fabricado através de moldagem de plástico. Adicionalmente, um dos principais desafios estará no desenvolvimento de automóveis sustentáveis e autónomos em grande escala que ofereçam aos condutores melhores condições de segurança e utilização.
SUGESTÕES PARA AUMENTO DA NOTORIEDADE E INCREMENTO DAS EXPORTAÇÕES Portugal usufrui de uma posição privilegiada no comércio bilateral no sector dos moldes, sendo que registou, em 2017, um superavit comercial na ordem dos 26,78M€. Perspetivando-se o crescimento da indústria do plástico, tanto no mundo como nos EUA, o sector dos moldes necessitará de acompanhar esta tendência. Neste sentido, os produtores em Portugal terão oportunidade de reforçar a exportação de moldes para os EUA. Contudo, serão obrigados a responder a uma procura mais exigente que pretende a flexibilidade e otimização do processo produtivo, e de forma mais diversificada, para um leque mais alargado de indústrias (embalagens, automóvel, saúde, alimentar, bens de consumo, entre outras). A inovação aliada à sustentabilidade ambiental deverão ser os fatores-chave para a competitividade dos moldes portugueses neste mercado, diferenciando-os, deste modo, dos principais fornecedores locais – o Canadá e a China. Assim, as perspetivas do mercado justificam uma atenção permanente por parte das empresas portuguesas de moldes às oportunidades que os Estados Unidos da América oferecem ao sector. Neste âmbito a consulta frequente dos websites das principais organizações deste sector: American Mold Builders Association, da American National Standards Institute, da International Association of Plastic Distribution e da Society of Plastics Industry é muito relevante para os industriais portugueses que ambicionam exportar para este mercado. A presença em ações de promoção no mercado local, nas principais feiras e eventos sectoriais poderá constituir uma forma muito interessante de conquistar notoriedade neste mercado e consolidar o aumento das nossas exportações: 1. Amerimold - 12 e 13 de junho de 2019, em Rosemont, Illinois. 2. SAE World Congress - 09 a 11 de abril de 2019, em Detroit, Michigan. 3. NPE - 17 a 21 de maio de 2021, em Orlando, Flórida. 4. North American International Auto Show - 14 a 27 de janeiro de 2019, em Detroit, Michigan. 5. Plastec East - 11 a 13 de junho de 2019, em Nova Iorque. 6. Plastec West - 5 a 7 de fevereiro de 2019, em Anaheim, Califórnia.
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Estados Unidos otimistas em relação ao futuro dos moldes “Os novos modelos automóveis, com novas e tecnologicamente exigentes características, serão um desafio para os produtores de moldes para os próximos anos”. Assim o considerou Laurie Harbour, Presidente da Harbour Results (uma consultora americana para a indústria de moldes e plásticos), na sua intervenção na Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2018’, que decorreu no dia 4 de outubro, no âmbito da Semana de Moldes. Para esta responsável, os próximos tempos para o sector serão de alguma estagnação a nível de produção, mas considera que “não se falará de crise mas numa redução com retoma”. “Prevemos que haja novos lançamentos automóveis previstos em todo o mundo e também na América”, disse, estimando que, no futuro, a indústria de moldes “vá continuar a desenvolver-se”. Lembrando que, na América do Norte, nos últimos anos, “houve uma produção muito grande de novos modelos de automóveis” notória no designado ‘Detroit 3’ (termo que, nos Estados Unidos da América, se refere aos três maiores produtores automóveis: General Motors, Ford e Fiat Chrysler), sublinhou que essa produção intensa vai sofrer “uma redução em 2019 e 2020 mas que deverá voltar a crescer um pouco em 2021”. Ou seja, após um período de ‘boom’ na produção, segue-se uma fase “mais moderada”. Na origem desta situação, esclareceu também, têm estado períodos de “incerteza económica” a gerar instabilidade nos mercados. “Mas esperamos que aquilo que as empresas de moldes vão sentir em 2019 não vá prolongar-se por mais do que 2020 e não vai sequer aproximar-se do que foi a crise de 2009”, considerou.
nhos, melhorias e benefícios. Dedica ainda cerca de 40% dos seus negócios às empresas produtoras de plásticos. Acerca da manufatura na América do Norte, sobretudo na indústria automóvel, explicou que representa 80% do trabalho dos produtores de moldes, sublinhando que “a maior parte dos moldes para outras indústrias que não a automóvel tem sido oriunda da região asiática”. Contudo, destacou, as recentes restrições impostas aos produtos oriundos da China (cujas taxas chegam a ascender a 25%) podem vir a alterar esta realidade. “Os Estados Unidos estão determinados em colocar algum travão, com tarifas, a tudo o que vem da China, incluindo os moldes”, assegura. É por isso que afirma que “o que se está a passar nos Estados Unidos pode abrir portas a fornecedores como Portugal”.
O novo NAFTA Centrando parte da sua intervenção na realidade da indústria de moldes na América do Norte, esclareceu que, após “um crescimento muito significativo na indústria automóvel nos últimos anos, nos primeiros meses de 2018 começou a sentir-se um decréscimo”. O que, no seu entender, parecia vir, de alguma forma, a abrandar para uma fase de ‘normalidade’ o volume de trabalho anormal que as empresas de moldes sentiram em 2017. “Foi um ano muito atribulado para as empresas. Muitas, trabalharam muito acima da sua capacidade produtiva, recorrendo muito a ‘outsourcing’. Houve empresas que investiram muito em tecnologia e planeiam investir menos em 2018, antecipando essa redução do volume de trabalho”, explicou. O ano que passou foi, no seu entender, “um ano de exceção”.
O SECTOR DE MOLDES NA ARGENTINA
A Harbour Results é uma consultora americana especializada para a indústria de moldes e plásticos que, explicou a responsável, tem 60% do seu trabalho centrado na indústria de moldes, nos Estados Unidos, Canadá e México, onde procura apoiar o sector, apontando cami-
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“O ano passado, havia muita preocupação das empresas, a nível da qualidade do que forneciam, sobretudo devido à necessidade de terem de recorrer ao ‘outsourcing’ para
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satisfazer a pressão das OM que diziam ‘ou fornecem ou não servem mais para nós’. Foi uma altura complicada”, lembrou. Este ano, a produção diminuiu, mas as preocupações dos produtores da América do Norte não se limitaram a esse fator. A iminente abolição do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), que contemplava os Estados Unidos, o Canadá e o México, causou grande apreensão. O acordo foi revisto e uma nova versão aprovada no final de setembro, que contempla até uma mudança de nome para USMCA (acrónimo que junta os países Estados Unidos-México-Canadá). O documento, com um total de 34 capítulos, envolve mais de um bilião de euros em trocas comerciais durante os próximos 16 anos, sendo que está prevista uma primeira revisão a seis anos. A juntar a este novo acordo, as restrições impostas à China estão a tranquilizar os produtores dos três países que assinam o acordo, adiantou. “Estão a ver estas medidas com bons olhos porque perderam muitos negócios com a China nos últimos 10 a 20 anos e mostram-se empenhados em ver o regresso dos
MARKET REPORT
moldes para a América”, esclareceu, advertindo, contudo que “sabemos que o mercado chinês não tem intenção de desistir de fazer entrar os seus moldes, bem como outros produtos. Vamos ter de aguardar para ver”. Laurie Harbour explicou ainda que na América do Norte existem cerca de 500 produtores de moldes que fornecem a indústria automóvel. Para além da indústria automóvel, focou também a da aeronáutica e dos dispositivos médicos como importantes para o sector dos moldes. A maior parte dos produtores de moldes americanos são pequenas empresas e apenas uma pequena percentagem tem também a parte da produção de plásticos, contou ainda, referindo também que um grande número de empresas tem feito, nos últimos anos, um investimento avultado em novas tecnologias e equipamentos. Uma das carências que destacou foi a necessidade de mão-de-obra mais jovem, contando que a média etária dos profissionais do sector se situa nos 50 anos. “Há casos até de algumas grandes empresas a comprar outras mais pequenas para absorver trabalhadores”, disse.
“Os produtores americanos estão à procura de bons produtores de moldes, com capacidade e a um preço competitivo” - Nesse sentido que conselho daria aos produtores de moldes que pretendam iniciar-se no mercado norte americano? Primeiro, penso que devem sempre trabalhar em conjunto com a sua associação, a CEFAMOL, de forma a terem essa ajuda na ligação com o sector nos Estados Unidos. Essa ligação é muito importante, tal como também é a ligação com as empresas locais ou os fornecedores de primeira linha, as companhias que estão a fazer partes globais de um produto e que estão já a fazer moldes para os Estados Unidos.
Laurie Harbour
que oportunidades considera que existem atualmente para os produtores de moldes portugueses nos Estados Unidos? Considero que há boas oportunidades. Devido às novas tarifas e restrições comerciais que os Estados Unidos impuseram à China, os produtores americanos de automóveis estão à procura de bons produtores de moldes, com capacidade e a um preço competitivo. Por isso, entendo que há aqui uma oportunidade para Portugal: para conhecer as empresas automóveis que existem nos Estados Unidos e até para construir moldes que possam abastecer o mercado norte americano. Muitas empresas americanas faziam os moldes na China, mas com esta alteração poderão ter de procurar novos fornecedores e Portugal pode ser uma opção. O governo americano não quer comprar mais moldes na China. Esta é a questão principal que deve ser aproveitada.
- O fator preço não é o único a ter em conta neste processo…? Não. Portugal é reconhecido pela qualidade dos moldes que faz. Mas tem de ser competitivo para aproveitar esta oportunidade.
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- No seu entender, a idade dos produtores de moldes nos Estados Unidos, por ser elevada, é preocupante. Portugal enfrenta algumas dificuldades em conseguir recrutar mão de obra jovem para o sector. O que está o seu país a fazer para contrariar essa tendência? Na verdade, e infelizmente, não é uma questão que esteja a ser trabalhada ou pensada, seja pelo Governo ou pelos responsáveis pela Educação. Têm de ser, sobretudo, os próprios produtores de moldes a trabalhar nisso e a tentar encontrar soluções por si próprios. Esta é uma perceção que temos do mercado. A manufatura, a indústria, não é uma opção de emprego atraente aos olhos da sociedade. Por isso, e de uma maneira geral, todos nós incentivamos os nossos filhos a seguirem outros rumos nas universidades quando, na verdade, muitos deles nem sequer são talhados para determinadas formações académicas ou sequer para a Universidade. Acho que temos de mudar esta forma de pensar. Temos de dar aos jovens oportunidade de experimentar, quebrar esta tendência e fazer com que os jovens percebam que, para além da importância deste sector e desta atividade, estão perante um emprego bem pago. Mas penso que terão de ser, sobretudo, as empresas a ter de fazer este trabalho. O Governo não se preocupa tanto como deveria.
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ChemPlast Expo Plastec East
EVOLUÇÃO DOS MERCADOS
Análise Comparativa Quarto Trimestre 2018
MERCADOS TRADICIONAIS
PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS
MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE
MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL
MERCADOS AMERICANOS
OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS
Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar
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