Market Report 27 - outubro 2019

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Ano 7 ı Número 27 ı Trimestral ı Outubro 2019

2019 e 2020 – Mercados em Mudança – Incerteza Marca Ambiente Competitivo Um olhar sobre Itália e a Indústria de Moldes



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MARKET REPORT

N OTÍCIAS PROGRAMA TALENTUM: APOIAR ORGANIZAÇÕES A GERIR PESSOAS E MELHORAR RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ‘Design Thinking: otimizar a experiência do trabalho’ foi o tema do mais recente seminário, integrado no ‘Programa Talentum 4.0’, e que, organizado pela CEFAMOL, decorreu no dia 18 de setembro, na sede da Associação.

Gerir para mudar

Artur Ferraz, da International Business Consulting (IBC) foi o orador do seminário, começando por considerar o ‘Design Thinking’ como “uma ferramenta multidisciplinar” que pode “potenciar uma cultura de inovação e criatividade”. Através da ligação entre as pessoas e a partilha das suas várias opiniões, consegue-se reunir um conjunto de ideias para abordar problemas, propor a sua solução e, ao mesmo tempo, fomentar a coesão entre as equipas.

“Num mundo em mudança, (é preciso) auxiliar as empresas a crescer através de sistemas pensados para as pessoas”. Esta frase de Peter Senge, reforçou a principal mensagem que tem marcado estas sessões: a importância das pessoas nas organizações.

Para que resulte, sublinhou, terá de passar por uma fase em que se compreenda a importância das pessoas dentro das organizações. Estas têm de conseguir falar umas com as outras, dar a sua opinião sem reservas e sem inibições, independentemente das áreas do processo produtivo em que estejam integradas. Uma fase primária, que classificou como “empatia”. Uma vez conseguida, o passo seguinte é selecionar, do conjunto de ideias proposto, o que pode gerar valor e ser motor da mudança necessária ao melhor desempenho da organização. Importa, depois, passar à prática, testando essas ideias, colocando-as em prática e, se for caso disso, melhorando-as. Esta sessão, na qual participaram cerca de duas dezenas de pessoas pertencentes a várias empresas, foi dividida em duas partes. Depois da primeira, mais teórica - apesar de interativa, com a colocação de questões e opiniões seguiu-se uma mais prática. O grupo foi dividido em equipas e cada um foi desafiado a ouvir algumas das dificuldades detetadas em empresas e propor soluções. No final, salientou-se que nenhum dos problemas elencados nesta parte prática da sessão foi de natureza técnica. “Foram questões inerentes às pessoas e ao seu papel nas organizações porque, frequentemente, os problemas técnicos têm resolução mais rápida. As questões associadas às pessoas necessitam de ser trabalhadas”, considerou, frisando que o processo de mudança de cada empresa “começa sempre com poucos elementos e vai avançando, gradualmente, até se tornar fiável. Porque, quando a questão são pessoas, a confiança é essencial”.

Esta sessão de setembro complementou a anterior, que teve lugar a 10 de julho, subordinada ao tema ‘Desafios 4.0: Gerir pessoas, gerir recursos, gerir a mudança’.

Numa era em que o processo produtivo está assente numa pirâmide que tem como vértices as Pessoas, a Tecnologia e o Trabalho, é imperioso preparar os colaboradores para o trabalho. E uma estratégia de Gestão de Pessoas tem de ter isso sempre presente. A tecnologia veio alterar a forma de funcionamento das empresas e é hoje o motor da transformação. Mas uma mudança não se faz sem pessoas. O trabalho complexo está reservado para as pessoas enquanto o rotineiro tenderá a ser feito pelas máquinas e “não há trabalho complexo sem autonomia, sem comunicação, sem que as pessoas falem umas com as outras”. Por isso, no seu entender, é preciso mudar a estrutura organizacional e só depois perceber quais as competências necessárias.


Importa, pois, conhecer a tecnologia de forma a que as empresas se posicionem num outro patamar de desenvolvimento e, depois, passar da tradicional forma hierárquica para uma outra mais comunitária, de cooperação, e com uma geometria variável. A plateia - composta por vários profissionais da indústria - foi muito participativa, colocando várias questões e trocando opiniões e experiências.

abordando várias temáticas e técnicas de Gestão de Pessoas; por outro, a criação de um grupo de trabalho constituído por elementos de várias empresas que está, já, a pensar em medidas que serão apresentadas no decorrer do Congresso da Indústria de Moldes, em novembro próximo; e, por último, o trabalho dentro de empresas que começaram já a aplicar algumas técnicas no sentido de mudar e melhorar a forma como olham para os seus recursos humanos.

No início de cada uma das sessões, Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, lembrou que o programa “Talentum”, em curso desde o início deste ano, está dividido em três áreas: por um lado, as sessões de sensibilização

A atração, gestão e retenção de talento nas empresas, num momento em que o sector se debate com escassez de mão de obra especializada, são as linhas essenciais deste programa, sublinhou.

I EDIÇÃO DO ‘LEIRIA-IN’: MEIA CENTENA DE JOVENS CONTACTOU COM EXCELÊNCIA DA INDÚSTRIA Na sua sexta edição, a iniciativa “Leiria-In” abriu, pela primeira vez, as portas à participação internacional, contando com a presença de seis estudantes do ensino secundário oriundos do Equador. Juntaram-se a outros 46 jovens, de várias zonas do país, que, durante uma semana, entre 8 e 13 de julho, tiveram oportunidade de contactar de perto com a excelência da indústria da região de Leiria, visitando cerca de duas dezenas de empresas de vários ramos de atividades. Para além disso, participaram em workshops, atividades culturais, desportivas e de conhecimento transversal da região. Organizado conjuntamente pelo Politécnico de Leiria e pela Fórum Estudante, e tendo como parceiros a Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL), a Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI) e a Associação de Desenvolvimento da Alta Estremadura (ADAE) e ainda as Câmaras de Leiria e da Marinha Grande, o evento tem como objetivo proporcionar aos jovens experiências, de forma a evidenciar a importância da indústria para a economia e desenvolvimento de Portugal, e despertar interesse, junto dos estudantes do ensino secundário e profissional, para as profissões ligadas à indústria.

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Neste grupo, 53% dos jovens eram alunos com o 10º ano, 18% de cursos profissionais e 82% de cursos científicos. 55% dos participantes eram do género masculino. No total, pertenciam a 40 escolas, quer de Portugal, quer do Equador.

Gonçalo Gil, diretor da Fórum Estudante, explicou que a presença do Equador surgiu na sequência do contacto já existente com o Politécnico de Leiria. Com efeito, o IPL acolhe, em vários dos seus cursos, jovens daquele país. Ao tomarem conhecimento do programa do “Leiria-In”, alguns estudantes mais jovens quiseram aproveitar a oportunidade para conhecer as escolas do Politécnico, bem como a região de Leiria e a sua dinâmica empresarial. “São jovens que, de alguma forma, têm Portugal como opção para os seus estudos futuros e consideraram esta, uma oportunidade de ouro para conhecer melhor a realidade”, contou.

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Dez empresas de moldes Na sessão de boas-vindas aos jovens, Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, congratulou-se com a decisão dos jovens - de passarem uma semana das suas férias a conhecer empresas - e aconselhou-os a, durante as visitas, colocarem muitas questões e tentarem perceber bem a realidade industrial de sectores, como o dos moldes, que geram oportunidades de futuro a nível profissional. E na prática foi o que aconteceu. Os jovens foram divididos em grupos e, apenas na indústria de moldes, tiveram oportunidade de visitar dez empresas: Aníbal Abrantes, DRT, Erofio, Fozmoldes, Moldoeste, Planimolde, Ribermold, Socem, Tecnimoplás e TJ Moldes. Foram curiosos, colocando muitas questões e demonstrando uma aguçada curiosidade em relação à atividade e aos negócios das empresas. Ainda no seio deste sector, realizaram uma visita à exposição “Esculpir o Aço”. Conduzidos por Eduardo Pedro e António Rato, tiveram oportunidade de conhecer a história da indústria de moldes e a sua evolução até aos dias de hoje. Também aí, muitos dos estudantes se mostraram curiosos e colocaram questões e dúvidas.

Um exemplo de vida Mas um dos momentos altos do programa, a exemplo do que tem acontecido nas anteriores edições, foi a apresentação, seguida de uma conversa com um empresário do sector. Coube, desta feita, a Telmo Ferraz, da Planimolde, fazer a apresentação do seu percurso de vida, numa sessão que decorreu no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande, liderada pela presidente da Câmara local, Cidália Ferreira.

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O empresário relatou o seu percurso de vida, desde a escolaridade, o início da atividade profissional (com apenas 15 anos), ao futebol e à política, e até à criação da empresa Planimolde, falando ainda dos desafios que se colocam, hoje em dia, ao sector. Deixou também alguns conselhos à jovem plateia. Que tenham sempre palavras motivadoras para quem está a iniciar em qualquer função e que não se esqueçam da importância dos pequenos detalhes (seja a nível profissional, seja na vida). Foi bastante questionado pelos alunos, quer sobre detalhes do seu percurso profissional, quer sobre a sua vida de desportista. Considerou que, atualmente, a nova geração é confrontada com uma pressão enorme, resultante das novas tecnologias e sobretudo das redes sociais e meios de comunicação, considerando ser algo que o preocupa. E aconselhou ainda os jovens a nunca desistirem dos seus projetos, a lutarem por eles e a interessarem-se pela indústria.

Mostrar o que a indústria tem de bom Gonçalo Gil, diretor da Fórum Estudante. considerou que, após esta semana, os participantes ficam com “um conhecimento que poucos jovens têm sobre o que de bom tem a indústria do nosso país”, para além de ficarem também a conhecer um pouco da região de Leiria e do seu Instituto Politécnico e da ligação que este tem com as empresas. Este ano, contou, o programa contemplou também a visita a algumas empresas de serviços (e não apenas da indústria, como nas anteriores edições). O responsável adiantou que, de uma maneira geral, os estudantes que passam por esta experiência (e o interesse tem sido crescente a cada ano que passa, atendendo ao número de inscrições que tem vindo a subir) mostram-se “bastante agradados, tecem críticas muito positivas sobre o que experienciaram” e, sublinha, “acabam por ser embaixadores desta atividade nas suas escolas e acabam por fazer nascer, nos seus colegas, o gosto em participar”. “Hoje em dia, os jovens têm muitas solicitações durante as férias de verão. O ‘Leiria-In’ é, apenas, mais uma. Mas queremos diferenciar-nos e criar programas atrativos que os levem a retirar desta experiência uma aprendizagem para o futuro, para além da vertente lúdica e de conhecimento da região”, adianta.


ro seguir Psicologia Forense. Mas esta experiência está a ser muito enriquecedora. Para além de conhecer esta realidade, tenho oportunidade de fazer novas amizades e viver um verão diferente”. Rui Pereira, 16 anos Oeiras “A precisão do trabalho nos moldes é impressionante”

Testemunhos Catarina Freitas, 17 anos Matosinhos “A indústria de moldes é muito inovadora” Sempre tive muita curiosidade em conhecer a indústria e a forma como funciona. Por isso, decidi participar no ‘Leiria-In’. Conheci uma empresa de moldes e fiquei impressionada. As máquinas são muito evoluídas, o trabalho é muito complexo, mas a intervenção humana continua a ser muito precisa. Acho isso muito interessante. Não penso seguir, a nível profissional, para a indústria. Que-

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“Estou num curso profissional de Eletrónica e Automação. Foi a primeira vez que visitei empresas de moldes. Tinha curiosidade em conhecer esta indústria. Achei interessante, mas não é área que me seduza porque é muito específica e especializada em determinados pormenores. Mas a precisão trabalho é impressionante, tal como a evolução das máquinas ao longo dos tempos. O ramo que eu quero é mais na eletrónica. O ‘Leiria-In’ é muito positivo porque me permitiu conhecer estas realidades e isso pode ajudar-me a tomar uma decisão no futuro”.

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EMPRESAS NACIONAIS DÃO NOTA POSITIVA AOS “AUTOMOTIVE MEETINGS” DE MADRID Foi “muito positivo” o balanço da participação nacional nos ‘Automotive & Manufacturing Meetings’ de Madrid, que decorreram nos dias 26 e 27 de junho, conta Patrício Tavares, da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL). Foram sete as empresas que acompanharam a CEFAMOL neste evento (AES Molds, Expomold, Itecmo, KLC, Pearlmaster, Planimolde e VL Moldes). Segundo Patrício Tavares, os resultados foram bastante apreciados pelos participantes pois, “por um lado, o número de contatos por empresa foi considerável e, por outro, a qualidade da maioria justificou a presença no certame”. O responsável adianta que “esta avaliação só é possível graças ao facto das empresas terem abordado o modelo desta iniciativa da forma mais correta, não ficando ‘presas’ à agenda de contatos confirmados, mas indo também à procura de potenciais clientes presentes no evento, nos horários em que não tinham reuniões agendadas”. Segundo o representante da CEFAMOL os ‘Automotive & Manufacturing Meetings’ de Madrid são “um modelo

híbrido que aglomera em si o que há de melhor nas feiras tradicionais e nos encontros bilaterais”. Ou seja, “por um lado as empresas têm um espaço físico onde podem reunir e ser contactadas, mas por outro, já têm uma agenda de contactos definida no início do evento”. Esta forma de organização, sublinha, “permite às empresas gerir melhor o seu tempo, não só com as empresas confirmadas na sua agenda, mas também com os potenciais contatos diretos que podem efetuar com outras empresas presentes no certame”. E nesta edição, marcaram presença empresas OEM´s, fornecedores de primeira e segunda linha, assim como fornecedores de serviços complementares. “Apesar de vermos muitas empresas espanholas, era grande a presença de empresas multinacionais, de forma direta e indireta (por intermédio de agentes)”, explica, contando que as empresas nacionais tiveram oportunidade de contactar com organizações que prestam serviços de injeção de plástico no mercado espanhol.


2019 e 2020 – Mercados em Mudança – Incerteza Marca Ambiente Competitivo

José Ferro Camacho IADE / Universidade Europeia

Comércio Internacional – Balança de Bens

1. Introdução O atual quadro competitivo apresenta um elevado grau de incerteza associado a três dimensões: 1) a guerra comercial, em particular neste período entre EUA e a China; 2) a redução da atividade económica, com hipótese de recessão em diversos países, incluindo a Alemanha; 3) o Brexit sem acordo. O antagonismo entre a China e os EUA, associado à disputa pelo domínio estratégico, expressa-se em várias dimensões e domínios. Na guerra comercial em curso, o recurso à imposição de tarifas alfandegárias ou o bloqueio a empresas como a Huawei são as componentes mais visíveis e imediatas do conflito. Um relatório1 do Banco Mundial analisa o impacto da disputa comercial no comércio global e no rendimento com base exclusiva no efeito das alterações tarifárias. Os cenários analisados evidenciam reduções importantes no comércio bilateral para os dois países que poderão atingir até cerca de 9% das exportações no pior cenário. Todavia, existem outras variáveis não integradas no modelo do World Bank, em particular a possibilidade de amplificação das consequências por via da dinâmica dos mercados financeiros e das decisões de política monetária. No princípio de Agosto de 2019, a moeda chinesa apresentava uma desvalorização robusta - 6,3% desde meados de Junho e -10% desde Abril – num movimento que resultava de uma mudança da política monetária chinesa. Esta dinâmica tem um impacto global em todos os países e fortalece no imediato a posição competitiva dos bens chineses transacionados. Contudo, são as características da interdependência, como os gráficos 1 a 4 expressam, que marcam a forma como as três dimensões da incerteza se integram. O défice comercial em USD correntes dos EUA (Figura 1) com a China foi, em 2018, 1,76 superior ao valor de 2008. O valor correspondente com a União Europeia (UE) foi de 1,57. Todavia, no conjunto da UE o défice comercial com a China em EUR correntes não evidencia a mesma tendência de crescimento (Figura 2). Contudo, a ventilação deste valor por país mostra uma realidade diversa. A Alemanha com um nível de comércio com a China, em 2018, duas vezes superior em EUR correntes ao realizado em 2008

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F1 – EUA – China e EU, USD bi-

F2 – UE – China e EUA, EUR mil milhões, 2008 – 18

Fonte: cálculos próprios - dados Census. gov; U.S. International Trade Data

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F3 – Alemanha – China e EUA, EUR mil milhões, 2008 – 18

F4 – Alemanha – Abertura ao Co-mércio, EUR mil milhões, 2008 – 18

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

lhões, 2008 – 18

(gráfico não mostrado), apresenta uma balança positiva com a China (Figura 3). Variações de comércio resultantes da imposição de novas tarifas e/ou da redução da atividade económica na China determinam agora efeitos amplificados na economia alemã, em particular se incidirem nos domínios de especialização destes fluxos, como por exemplo máquinas e equipamentos. A economia alemã evidencia agora um grau de abertura (medido como a soma das importações e das exportações) de cerca 1,33 vezes superior ao existente em 2008 (Figura 4). Em percentagem do PIB as exportações representaram em 2018 46,8% (43,5%, em 2008) e as importações 40,8% (37,5%, em 2008). O excedente da balança comercial em percentagem do PIB tem vindo a reduzir-se de um máximo de 8,01% em 2015 para 6,77% em 2018. Igualmente neste capítulo existem diferenças significativas com 2008. O excedente com os países da UE é agora menor (Figura 3) como resultado da melhoria da balança de transações não só com países como a Espanha e a Itália, mas também com a Polónia (gráficos não exibidos).

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A redução da atividade económica alemã tem vindo a acentuar-se2. O comércio de moldes e ferramentas pode ser entendido como um dos indicadores avançados de investimento em produtos de grande consumo. Os gráficos deste comércio apresentados mais à frente evidenciam esta tendência desde 2016. Para as empresas portuguesas do sector esta redução não foi demasiado evidente até agora nos valores transacionados uma vez que o contínuo crescimento das importações alemãs esteve em contraciclo com redução do consumo aparente. A crescente adesão à ideia de aplicação de um programa de estímulos à economia alemã leva em conta (1) o reconhecimento de que os instrumentos do Banco Central Europeu (BCE) se revelam insuficientes, (2) a degradação do quadro económico global e (3) o efeito amplificador para economia europeia, como a breve descrição anterior evidenciou. Contudo, os regularmente elevados rácios para o PIB das exportações (46,8%) e das importações (40,8%), umas excelentes estatísticas de emprego (que revelam um mercado doméstico ainda insensível às dificuldades externas) e um défice orçamental nulo como dogma podem constituir-se como desincentivos na aplicação de um pacote de estímulos domésticos da ordem dos 50 mil milhões de euros. Recorde-se que em 2008 e em 2009, as iniciativas políticas incluídas no pacote implementado e dirigidas à indústria automóvel possibilitaram ao sector suavizar as consequências da crise e iniciar um ciclo de crescimento que só agora exibe sinais de abrandamento. Os resultados da implementação de um potencial novo pacote dependerão do desenho dos estímulos, ainda pouco claro, e da resposta das empresas. O Brexit sem acordo insere-se num quadro de acentuada insegurança nas relações externas e na emergência de soluções políticas populistas e nacionalistas. Para além das dimensões simbólicas, estratégicas e políticas interessa quantificar as dimensões diretas e indiretas. No âmbito da UE, o excedente comercial da Alemanha com o Reino Unido é o mais elevado na ordem dos 41 mil milhões de euros. Os EUA exibem um excedente comercial em bens com o Reino Unido de 5,5 biliões de dólares3. Os próximos tempos apresentam fortes traços de incerteza que, contudo, podem vir acompanhados de oportunidades. Embora com causas fora do nosso controlo, a inteligência estratégica e a velocidade comercial serão determinantes para o resultado final.

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F5 – Portugal – Mercado de Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 a 2018

F6 – UE28 -Produção TDM Todas as Categorias e MPB, EUR mil milhões, 2008 a 2018

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Estes indicadores comparam com os valores agregados da UE28 (Figura 6). Entre 2010 e 2018, a produção TDM na UE28 de todas as categorias cresceu a uma taxa média anual composta de 5,3%, em Euros correntes, de EUR mil milhões 9,18 para 13,84. Entre 2017 e 2018, verificou-se uma redução de 0,4%. No mesmo período, e unicamente para a categoria Moldes para Plástico ou Borracha (MPB), a taxa média anual composta evidencia uma evolução positiva de 5,0%, em Euros correntes, de EUR mil milhões 4,54 para 6,70. Na produção da UE28, os MPB mantêm uma quota de produção próxima dos 50%, com um mínimo de 48,9% em 2011 e um máximo de 51,3% em 2016. Como sinal mais relevante, entre 2017 e 2018 a produção de MPB observa uma redução de 4,9%. Em Portugal, as importações e o consumo aparente ostentam crescimentos importantes. As primeiras são agora três vezes superiores aos valores de 2008 e o consumo seis vezes superior, exibindo o valor EUR milhões 315,6. De acordo com estas estatísticas, o mercado português é, em 2018, o primeiro destino isolado de vendas com um valor aparente de EUR milhões 153. Este resultado é naturalmente não só o reflexo das dinâmicas de exportação referenciadas mas também o resultado das transformações industriais e empresariais do país. Fica em aberto, porque não existem dados, uma avaliação das reexportações, se se vierem evidenciar como significativas.

2. Avaliação dos Mercados 2.1 Portugal 2.1.1 Mercado Doméstico, Primeiro Destino de Vendas Em Portugal, entre 2010 e 2018, a produção de MPB (Moldes para Plástico ou Borracha) cresceu a uma taxa média anual composta de 11,8%, em Euros correntes, para EUR milhões 774,4 e, ao contrário das exportações, não apresentaram uma estagnação 2018 (Figura 5).

F7 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Maiores Destinos, EUR mil milhões, 2008 – 18

F8 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Seguintes Destinos, EUR mil mi-

Fonte: cálculos próprios - dados de ITC –

Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap

Trademap

lhões, 2008 – 18


F9 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Maiores Destinos, %, 2008 – 18

F10 – Portugal, Exportações, Moldes para Plástico ou Borracha, 5 Seguintes Destinos, %, 2008 – 18

Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap

Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap

F13 – Portugal - Importações MPB, EUR milhões, 2008 – 18

F14 – Portugal - Importações MPB, %, 2008 – 18

Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha

Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha

2.2 Mercados da Alemanha, Espanha e França 2.2.1 Alemanha

F11 – Exportações MPB em Conjunto para Alemanha, Espanha e França, Rep. Checa, % do total, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha

F12 – Exportações Portuguesas MPB, Quota por País, %, 2018 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC – Trademap; Nota: MPB – Moldes para Plástico ou Borracha

2.1.2 Exportações Portuguesas Entre 2010 e 2017, as exportações portuguesas progrediram a uma taxa média anual composta de 8,2% para TDM (todas as categorias) e de 11,7 % para MBP. A transição entre 2017 e 2018 interrompeu esse ciclo. As exportações em 2018 mantiveram-se, no essencial, ao nível de 2017. As exportações portuguesas têm apresentado como destinos principais a Alemanha, a Espanha e a França. Embora de forma lenta, a quota conjunta dos três maiores mercados têm vindo a decair de 65% no início do intervalo para 52% em 2018. Contudo, se a esse valor adicionarmos a República Checa reencontramos uma quota superior a 60%. Neste ano, a República Checa (6,%), os EUA (5,8%), a Polónia (4,7%) e o Reino Unido (4,6%) constituem destinos com quotas imediatamente superiores e exibi8ndo uma tendência crescente. Em termos dinâmicos, interessa salientar o bom comportamento da tendência de crescimento da República Checa e dos EUA (nos últimos dois anos) e da Polónia e do Reino Unido com valores próximos do intervalo entre 30 e 40 milhões de euros em 2018. Recorda-se que a atual tendência de desvalorização da Libra, a manter-se, poderá introduzir uma barreira competitiva adicional.

Entre 2009 e 2018 (Figura 15) o mercado alemão de moldes para plástico ou borracha cresceu a uma taxa média anual composta de 4,4%. No mesmo período, as exportações cresceram 6,5% e as importações 5,6%. Contudo, evidencia uma redução do consumo aparente desde 2016 de 5,4%. Para os países exportadores para a Alemanha, esta redução é matizada por um crescimento (2017, +13,5%) e quase estagnação (2018, -1,5%) das importações. Os principais beneficiados do aumento das importações foram a China (EUR milhões 297, 24,7%, 2018) com um crescimento acentuado e a Itália (EUR milhões 268, 22,3%, 2018). Segue-se Portugal (EUR milhões 143, 11,9%), que multiplicou por 1,74 em euros correntes entre 2008 e 2018, mas mantem uma quota tendencialmente plana. A Suíça e, principalmente, a Áustria exibem uma redução de quota no período.

F15 – Alemanha, Mercado, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap

F16 – Alemanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados4 de ITC - Trademap

2.1.3 Importações Portuguesas Em 2018, a Espanha (26,9%) e a Alemanha (20,1%) constituem as principais origens das importações portuguesas em MPB. A China, a Itália e a França com cerca de 10% cada são as fontes seguintes em fluxos de entrada.

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F17 – Alemanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha,%, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap

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2.2.2 Espanha

Os principais beneficiados do aumento das importações foram Portugal (EUR milhões 101, 29%, 2018) e a China (EUR milhões 95, 27%, 2018) com um crescimento acentuado. Seguem-se a Alemanha, a Itália e a França com valores próximos de 10% em 2018.

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Contudo, evidencia uma redução do consumo aparente desde 2016 de 15,9%. Para os países exportadores para a Espanha, esta redução é matizada por um crescimento (2017, +5,8%) e uma redução, em 2018, de -5,5% das importações.

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Entre 2009 e 2018 (Figura 18) o mercado espanhol de moldes para plástico ou borracha cresceu a uma taxa média anual composta de 5,4%. No mesmo período, as exportações cresceram 4,2% e as importações 7,1%.

F21 – França, Mercado, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap

F22 – França, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados6 de ITC - Trademap

A quota máxima de Portugal teve lugar em 2013 com um valor de 40,5%.

F23 – França, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha,%, 2008 – 1 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap

F18 – Espanha, Mercado, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap

F19 – Espanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha, EUR milhões, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados5 de ITC - Trademap

3. Perspetivas para 2019 Neste capítulo, segue-se a metodologia utilizada em anos anteriores com bons resultados. O resultado do ano é perspetivado a partir da informação mensal já existente, até ao mês de Maio, e dos dados históricos de anos anteriores. A avaliação inclui três instrumentos: 1. A análise do volume acumulado de exportações dos meses com dados existentes de 2019, de Janeiro a Maio, comparados com o valor acumulado dos anos anteriores;

F20 – Espanha, Importações, Moldes para Plástico ou Borracha,%, 2008 – 18 Fonte: cálculos próprios - dados de ITC Trademap

2.2.3 França Entre 2009 e 2018 (Figura 21) o mercado francês de moldes para plástico ou borracha apresenta dois períodos distintos: até 2013 existe um crescimento importante de 28,5%; no período seguinte assiste-se a uma redução de 33,4%. Estes desenvolvimentos são acompanhados no domínio da produção. As exportações e as importações apresentam evoluções pouco significativas desde 2012. Os principais beneficiados da evolução das importações foram a China (EUR milhões 110, 28,5%, 2018) e Portugal (EUR milhões 80, 20,8%, 2018). Seguem-se a Itália (12,9%), a Alemanha (11,2%) e a Polónia (4,5%) com valores próximos de 10% em 2018. Portugal foi ultrapassado pela China em valor e em quota em 2018.

2. A análise do volume acumulado dos 12 meses anteriores, isto é, de Junho de 2018 a Maio de 2019, quando comparado com períodos idênticos de anos anteriores; 3. A comparação de meses homólogos nos 12 meses prévios.

3.1 Principais Mercados Alemanha As exportações para a Alemanha exibem um comportamento negativo, qualquer que seja o instrumento de análise. O valor acumulado nos primeiros cinco meses é inferior aos anos anteriores. Da mesma forma, a avaliação do valor acumulado nos últimos doze meses – Junho de 2018 a Maio de 2019 – é inferior a anos anteriores avaliados da mesma forma. Na comparação de meses homólogos, apenas Março de 2019 exibe um valor superior a Março de 2018. Todos os restantes meses exibem valores iguais ou inferiores.


Perspectiva: com os dados atuais, 76% a 83% do valor de 2018. A confirmar-se, este valor seria semelhante ou ligeiramente inferior ao obtido em 2016.

F29 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Ho-mólogo, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F24 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F25 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

França As exportações para a França apresentam um comportamento neutro, com uma relativa ambiguidade de resultados, em qualquer das vertentes em análise. O valor acumulado nos primeiros cinco meses é igual ou ligeiramente superior ao do ano de 2018. Da mesma forma, a avaliação do valor acumulado nos últimos doze meses – Junho de 2018 a Maio de 2019 – é ligeiramente superior ao de 2017_18. Na comparação de meses homólogos, todos os últimos 12 meses exibem valores oscilantes. Perspectiva: com os dados atuais, 1% a 7% superior ao valor de 2018.

F26 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Ho-mólogo, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Espanha As exportações para a Espanha exibem um comportamento positivo, qualquer que seja o instrumento de análise. O valor acumulado nos primeiros cinco meses é superior ao ano de 2016 e, consequentemente, superior ao de 2018, embora inferior a 2017. Da mesma forma, a avaliação do valor acumulado nos últimos doze meses – Junho de 2018 a Maio de 2019 – é apenas inferior ao ano de 2016_17, exibindo valores superiores aos restantes períodos. Na comparação de meses homólogos, os últimos 12 meses exibem valores mistos, embora os últimos meses, a partir de Dezembro emerjam como superiores a 17_18 e também, em alguns meses, superiores a 16_17.

F30 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou

Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F31 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Perspectiva: com os dados atuais, 122% a 149% do valor de 2018. F32 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Ho-mólogo, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F27 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019

F28 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2019

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

Uma avaliação em conjunto dos três principais mercados permite uma caracterização agregada. Enquanto a redução da procura por importações portuguesas na Alemanha está em linha com a contração do mercado e das importações (Figura 15), a evolução das compras espanholas confirma a tendência de crescimento das importações dos últimos anos, apesar da redução de mercado

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

e substituindo a produção doméstica (Figura 18). A neutralidade da evolução das importações francesas está de acordo com a tendência de manutenção das importações em valor, apesar da redução do mercado e da produção doméstica (Figura 21). A confirmarem-se estas expectativas, os três mercados em conjunto poderão evoluir no final de 2019 para um valor entre os 90% e os 107% do correspondente montante de 2018. F36 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Ho-mólogo, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

3.3 Mercados da América do Norte América do Norte EUA, México e Canadá F33 – Avaliação em Conjunto dos Três Principais Mercados, EUR milhões, 2008-2019 Fonte: cálculos próprios

3.2 Mercados do Leste Europeu Europa do Leste República Checa, Polónia, Eslováquia, Hungria, Roménia A análise conjunta das exportações para este grupo de países tem em conta que a maioria das encomendas é dirigida à indústria automóvel e de as indústrias destes países fazerem parte dos sistemas produtivos automóveis europeus. No conjunto, as análises apresentam valores semelhantes ou ligeiramente superiores aos de 2018, embora com valores inferiores a 2017.

A análise conjunta das exportações para este grupo de países tem em conta a integração industrial existente. Contudo, as exportações portuguesas para o Canadá são marginais. No conjunto, as análises apresentam um decrescimento relativamente a 2018 em todos os instrumentos de análise. Contudo, existem evoluções diferentes. Por um lado, as exportações para os EUA apresentam uma dinâmica decrescente em todas as análises, com a perspectiva de terminar 2019 com valores 54% a 77% dos valores de 2018. Por outro lado, a perspectiva para o México é difícil de estabelecer. Se a perspectiva a 12 meses é negativa (52% do valor de 2018), a realidade de curto prazo – Janeiro a Abril é a oposta com um aumento (167%) do

Contudo, existem evoluções diferentes. Enquanto a República Checa e a Eslováquia poderão finalizar o ano em linha com os valores de 2018, a Polónia apresenta uma evolução significativa, com valores próximos de 135% dos de 2018. A Roménia (-80%) e, em particular, a Hungria (-50%) apresentam valores inferiores. Perspectiva conjunta: com os dados atuais, entre 101% e 107% do valor de 2018.

F37 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2014 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F34 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, Início em Janeiro, EUR milhões, 2015 a 2019 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F35 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F38 – Exportações Mensais Acumuladas, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat

F39 – Comparação Exportações Mensais, Moldes para Plástico ou Borracha, 12 Meses, Mês Ho-mólogo, EUR milhões, 2015 a 2018 Fonte: cálculos próprios - dados Eurostat


volume do ano de 2018. Deste modo, a avaliação dos resultados finais para 2019 fica dependente das exportações para o México. Perspectiva conjunta: com os dados atuais, cerca de 66% do valor de 2018.

3.4 Outros Mercados Para completar a lista dos países apresentada, falta o Reino Unido e o conjunto representado pelo Resto do Mundo. O Reino Unido (gráficos não apresentados) apresenta em todas as análises uma perspetiva de crescimento efetivo para um valor de 118% a 154% do correspondente valor de 2018. A avaliação conjunta do Resto do Mundo exibe indicadores em linha com 2018.

4. Conclusões Será necessário recuar até 2008 para encontrar níveis de incerteza da mesma intensidade. Embora de natureza diferente, como explicado na introdução, o ano de 2020 apresenta-se impossível de definir, apenas viabilizando a discussão de hipóteses: não só o conjunto potencialmente interligado de recessão ou abrandamento significativo da atividade económica, da guerra comercial e Brexit introduz esta dimensão, como também a tipologia e o desenho das respostas são uma incógnita atual.

O sector português tem demostrado formas de resiliência, em particular substituindo produções domésticas por via de importações mesmo em mercados em contração. Em 2018, pela primeira vez do ponto vista estatístico, o mercado doméstico foi o primeiro destino isolado da produção. A confirmar-se, a recessão na Alemanha poderá ter consequências diretas e indiretas, por via da crescente interdependência. A dimensão e o desenho dos estímulos que eventualmente venham a ser implementados vão ser decisivos no impacto sobre a indústria portuguesa, em particular se existir uma componente direcionada à indústria automóvel. Neste caso, será com elevada probabilidade associada aos processos de transformação em curso. Com os dados atuais, a Figura 40 apresenta os resultados agregados das avaliações individuais realizadas. No primeiro caso, o limite superior poderá apresentar um ganho de 7%. Na segunda situação, o limite inferior representa cerca de 96% do valor final de 2018. Esta avaliação não inclui a componente doméstica das transações.

_________________ 1 - Freund, Ferrantino, Maliszewaska e Ruta (2018), Impacts on Global Trade and Income of Current Trade Disputes, Marcoeconomics, Trade & Investment, World Bank Group. 2 - A Destatis (agência oficial) anunciou que a economia alemã contraiu 0,1% no período de abril a junho (trimestre a trimestre) 3 - The Office of the U.S. Trade Representative (USTR) 4; 5; 6 - As importações obtidas em espelho, isto é, a partir das exportações declaradas por todos os países de origem, face aos erros grosseiros dos valores directos.

F40 – Perspetiva Integrada de Evolução para 2019, EUR milhões, 2008-2019 Fonte: cálculos próprios

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ENGINEERING & TOOLING


Um olhar sobre Itália e a Indústria de Moldes EDUARDO SOUTO MOURA Delegado do Centro de Negócios da AICEP em Milão


Depois da Alemanha, a Itália é o segundo maior País industrializado da Europa. Integra o grupo dos oito países mais industrializados do mundo (ocupando a sétima posição) e o seu PIB atingiu, no ano 2018, o valor de 1.955 mil milhões de dólares. O rendimento per capita, segundo os últimos dados 2017, é de 26.100€ (dados Eurostat), devendo, no entanto, ter-se em consideração que o rendimento do Centro-Norte do País é consideravelmente mais alto. O mercado interno italiano dispõe de um número de consumidores elevado, com uma capacidade de despesa alinhada com os países mais ricos da Europa.

Depois da crise de 2008, os fabricantes de moldes italianos reorganizaram-se e concentraram-se sobre nichos de produtos complexos e de alta tecnologia. As empresas de moldes de injeção de matérias plásticas, exportam cerca de 26% da produção (20% são as importações). Estes números evidenciam, naturalmente, uma forte procura interna pelos moldes fabricados em Itália.

Segundo a UCISAP, o segmento de estampagem encontra-se em rápido crescimento. Embora com um valor reduzido, 300 milhões de euros, começou a crescer nos últimos três anos, aumentando significativamente as suas exportações. Alemanha e Japão representam os países mais relevantes neste segmento, mas a Itália ocupa a As relações económicas com Portugal são bastante imsexta posição mundial com um aumento considerável das portantes para a nossa economia, já que a Itália reprevendas que em relação ao ano 2016 (últimos dados dissenta um dos nossos poníveis), tendo atingido principais parceiros co2015 2016 2017 % % % 15% das vendas mun2017 / Medias dos Media merciais. Em 2018, as diais deste segmento. 2016 últimos decénio trocas comerciais bilatetrês anos rais atingiram os 3.123 O setor de moldes para Produção 4.150 4.230 4.670 10,4 5,3 0,9 mil milhões de euros, fundição injetada após no que diz respeito a três anos de crescimento Export 2.920 2.970 3.310 11,4 7,2 1,9 exportações para Itália, lento até 2014, começou Import 755 850 970 14,1 14,9 4,3 e 4.259 mil milhões de novamente a crescer, euros de importações de tendo alcançando um vaMercado 1.985 2.110 2.330 10,4 6,0 0,9 Interno Itália. A balança comerlor global de produção de cial ainda é favorável a 850 milhões de euros, e Saldo 2.165 2.120 2.340 10,4 4,6 1,0 Comercial Itália (-1.387 mil milhões uma exportação de 59% de euros), sendo neste T1 – ITÁLIA - mercado das maquinas, equipamento e moldes para trabalhar do total produzido. momento o sexto cliente materias plasticas e borracha (Milhões de euros) Nos últimos dois anos, de Portugal, tendo, nos os fabricantes italianos dois últimos anos, subido de oitavo para esta posição. de moldes investiram muito em máquinas-ferramenta e No que se refere à indústria de moldes, a produção atual automação, graças à “super amortização” decidida por tem um valor, segundo a UCISAP (União Construtores Itauma lei do governo, a qual permite deduzir 250% (2,5 liana Moldes e Equipamentos de Precisão - www.ucisap. vezes o valor do equipamento) para projetos relacionados it) de cerca de 2,8 mil milhões de euros, dos quais 1,7 são com o conceito “Indústria 4.0”. O fenómeno interessanmoldes para trabalhar matérias plásticas e borracha. te é que as empresas, tendo a oportunidade de recolher muitos dados diretamente pelas máquinas-ferramentas Após a crise iniciada em 2008, a Itália encetou uma recuinterconectadas, iniciaram a introdução de softwares de peração em 2010, tendo atingido, em 2012, os valores gestão e planeamento da produção, aumentando a efide produção pré-crise, um valor que se tem acentuado, de ciência das suas organizações. Também a automação é forma mais estabilizada a partir de 2015. As empresas uma tendência, cada vez mais, presente nas empresas Italianas exportam cerca de 60% da produção total de com células de produção robotizadas e sistemas de palemoldes, importando cerca de 20,34% dos moldes necestização automatizada. sários a toda a indústria local.

IMPORTAÇÕES

EXPORTAÇÕES

2015

2016

% 16/15

2017

% 17/16

2015

2016

% 16/15

2017

% 17/16

Máquinas/ Equipamentos Total incluindo os moldes

755.544

848.740

12,3

968.748

14,1

2.918.112

2.961.558

1,5

3.309.591

11,8

MOLDES

292.146

309.247

5,9

388.187

25,5

785.208

819.233

4,3

960.308

7,2

T2 – ITÁLIA - import/export maquinas, equipamento e moldes para trabalhar materias plasticas e borracha (Milhares de euros)

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

Analisemos a evolução da indústria italiana de máquinas, equipamentos e moldes, de acordo com os dados de 2017 da AMAPLAST - Associação Nacional Construtores de Máquinas e Moldes para Matérias Plásticas e Borracha:

Em queda, regista-se o Médio-Oriente (-11,5%), com uma quota de mercado de 3%. Tal diminuição foi causada pela menor procura de países como o Irão e Arábia Saudita, parcialmente reequilibrada pelas exportações para os Emirados Árabes e Israel.

Durante o decénio 2008/2017, a faturação da indústria italiana neste sector, cujo segmento dedicado à indústria de moldes representa mais de 30%, cresceu em média 0,9% ao ano. As exportações cresceram 1,9%, as importações 4,3% e o mercado interno 0,9%.

O Extremo-Oriente (11,5% do total) cresceu cerca de 5% não obstante a diminuição das importações chinesas (-2,5%) e da India (-6%). Aumentou, no entanto, a procura por parte de Japão, Tailândia e Malásia.

A produção cresceu não somente graças a boa performance das exportações (cerca de 70% da faturação) mas sobretudo devido ao plano do Governo Indústria 4.0”, já anteriormente referido, o qual desencadeou um aumento dos investimentos na ordem dos 11%.

No que se refere em especial ao segmento dos moldes, os fornecimentos evidenciam um aumento, em relação ao ano 2016, de 17% (ver Tab. 2). Principais países clientes foram a Alemanha, os EUA e a República Checa. Feiras dedicadas ao Sector em Itália:

A União Europeia (UE) representa o principal mercado exportador com 51,7% do total, enquanto que os mercados europeus extra-UE representam 9% do total, devido sobretudo à retoma das exportações para a Rússia (+67,2%). A área NAFTA (13,7% do total) registou uma boa performance em virtude das exportações para os EUA (+20,4%). A nota negativa foi o México (-16,7%), apesar dos os resultados terem sido positivos nos anos 2015 e 2016.

- “PLAST” (Milão) – www.plastonline.org

No que se refere à América do Sul (4,7% do total), as exportações cresceram 13%, graças sobretudo ao resultado do Brasil (+37,8%). África confirmou a quota de mercado do ano 2016 (4,9%).

- AMAPLAST – www.amaplast.org

- “LAMIERA” (Milão) – www.lamiera.net/home - “MECSPE” (Parma) – www.mecspe.com - “SFORTEC” (Milão) – www.sfortec.it Associações sectoriais mais importantes: - UCISAP – www.ucisap.it Órgão oficial da associação é a revista “STAMPI”

Revistas técnicas especializadas: - COSTRUIRE STAMPI – http://costruire-stampi.it/


EVOLUÇÃO TRIMESTRAL DE MERCADOS

Análise Comparativa Terceiro Trimestre 2019

MERCADOS TRADICIONAIS

PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

MERCADOS AMERICANOS

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar

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