Market Report 35

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NÚMERO 35 EDIÇÃO TRIMESTRAL

35 MARKET REPORT DESTAQUES

Entre o céu e o inferno (económico) Evolução dos Mercados de Exportação - Análise Comparativa Terceiro Trimestre 2021

ANO 2021



CONTEÚDOS 4

Notícias

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Entre o céu e o inferno (económico)

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Evolução dos Mercados de Exportação - Análise Comparativa Terceiro Trimestre 2021

FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE: CEFAMOL - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE MOLDES REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: AV. D. DINIS, 17 2430-263 MARINHA GRANDE - PORTUGAL TELEFONE: 244 575 150

WWW.CEFAMOL.PT


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MARKET REPORT

CEFAMOL VÊ APROVADO PROJETO “ENGINEERING & TOOLING FROM PORTUGAL 2021-2023” No âmbito do programa “Projetos Conjuntos de Internacionalização” do Portugal 2020, foi aprovado o Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal 2021-23”, promovido pela CEFAMOL, o qual se encontrará em vigor até junho de 2023. Com um montante total de investimento de 1.855.898€, tem como objetivo apoiar a internacionalização e o esforço promocional da indústria de moldes em mercados estratégicos para a sua consolidação e desenvolvimento, bem como para o alargamento da sua base exportadora para novos mercados e regiões. Com um foco na identificação de oportunidades de negócio e colaboração para as PME nacionais as ações propostas no plano de ação incluem a participação em feiras internacionais, missões empresariais, encontros bilaterais, missões inversas entre outras atividades promocionais coletivas. Será também reforçada a vertente do marketing digital do sector e das empresas, assim como a sua capacitação nestas áreas. Em termos geográficos, o projeto concentrará a maioria das suas atividades em duas regiões: Europa (Alemanha, Espanha, França, Polónia, República Checa, Eslováquia,

Roménia e Hungria) e na América do Norte (EUA e México), não esquecendo intervenções em outras latitudes como Marrocos ou África do Sul. Ao nível sectorial destacam-se ações junto da indústria automóvel e de dispositivos médicos.

As atividades promocionais terão como base o conceito e a marca coletiva “Engineering & Tooling from Portugal”, imagem que consubstancia a cadeia de valor da indústria e a integração de soluções que oferece ao mercado. O último trimestre de 2021 contemplou já um conjunto de iniciativas integradas neste projeto e onde se salientam as participações coletivas nas feiras internacionais Equiplast (Espanha), Fakuma (Alemanha), no certame de encontros bilaterais Plastic Meetings (França) e a missão virtual com a Eslováquia.


EQUIPLAST 2021: FABRICANTES NACIONAIS SATISFEITOS COM CERTAME EM BARCELONA para o sector. Este ano, a feira centrou-se em três questões essenciais: inovação tecnológica, economia circular e digitalização. Temas que, pela sua atualidade e relevância, estão na ordem do dia na indústria de moldes.

Foi para muitas das empresas de moldes nacionais o regresso ao modelo tradicional de feiras, com stands e visitantes presenciais. A edição de 2021 da Equiplast, em Barcelona, feira dedicada à indústria de plásticos e sua cadeia de valor, saldou-se pela positiva para o conjunto de fabricantes de moldes que, com a CEFAMOL, se fizeram representar no certame, entre os dias 14 e 17 de setembro. Patrício Tavares, da CEFAMOL, explicou que, tradicionalmente, esta feira tem um carácter mais regional, sendo muito direcionada para os sectores de moldes e plásticos espanhóis que, nos últimos anos, tem sido o principal mercado dos fabricantes nacionais. “Atendendo a questões como a dimensão da feira e o efeito da pandemia de Covid-19 nos últimos meses, as empresas tinham algumas incertezas sobre os resultados desta participação”, contou, adiantando que, no final, o certame acabou por “superar todas as expectativas”. Cinco empresas acompanharam a CEFAMOL nesta edição da Equiplast: AES Moldes, Erofio, Moldes 2000, Proaz e Steelplus. Patrício Tavares adianta que, dos quatro dias de exposição, dois deles foram “manifestamente muito positivos, com grande quantidade de visitantes que se traduziram em muitos e bons contactos e, consequentemente, oportunidades de negócio para as empresas nacionais”. A presença das empresas foi aproveitada para contactar presencialmente com alguns dos atuais clientes, mas também, e sobretudo, para abordar potenciais novos clientes. Com agrado, os produtores de moldes nacionais constataram também que “as grandes marcas estavam presentes, não apenas com os seus representantes regionais, mas, em muitos casos, com as ‘casa-mãe’, o que não acontece com muita frequência em feiras desta dimensão”, sublinhou. Mas isso, enfatiza, “acaba por confirmar a importância que esta feira tem vindo a conquistar ao longo das suas edições”. Por tudo isto, sintetiza, as empresas nacionais classificaram esta participação como “bastante positiva”. Realizando-se de três em três anos, a Equiplast procura, a cada edição, concentrar as mais relevantes novidades

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

FAKUMA – O REGRESSO AOS EVENTOS PRESENCIAIS

Foram 25 as empresas que integraram a presença dinamizada pela CEFAMOL no âmbito do projeto de promoção Engineering & Tooling from Portugal, na feira “Fakuma”, que decorreu entre os dias 12 e 16 de outubro, no Centro de Exposições de Friedrichshafen, na Alemanha. Foi um regresso aos eventos presenciais muito saudado pelos participantes, quer expositores, quer visitantes, permitindo o retomar de contactos pessoais após ano e meio de constrangimentos e limitações de deslocação gerados pela pandemia. Apesar do menor número de visitantes face a anteriores edições em virtude de ainda existir algum condicionamento na participação nestes certames em muitas das empresas clientes do sector, a representação nacional mostrou-se satisfeita com os contactos estabelecidos. Nas suas palavras foram menos contactos, mas mais direcionados e com interesse concreto para o desenvolvimento de novos projetos.

Para a Indústria Portuguesa de Moldes o mercado alemão continua a ser de importância estratégica, sendo atualmente, e apesar da quebra verificada, o principal destino das nossas exportações e um barómetro do negócio e das suas principais tendências, não só a nível da Europa, mas também dos principais mercados mundiais onde as suas empresas estão presentes e influenciam a decisão de compra. As 25 empresas que participaram com a CEFAMOL no evento foram: AES Moldes, Bormat, CR Moulds, Distrim 2, Ecotool, Fozmoldes, Frumolde, Itecmo, Jetmol, Microplasticos, Moldegama, Moldes 2000, Moldoeste, Moldoplastico, Moliporex, Planimolde, PMM, Socem, Steelplus, Ribermold, Tecnifreza, Tecnimoplas, TJ Moldes, UEpro e VSV Moldes. Realizada no sul da Alemanha e junto à fronteira com Suíça e Áustria, a Fakuma concentra nestes mercados a principal origem dos seus visitantes, registando-se, no entanto, edição após edição, uma maior abrangência geográfica, primordialmente concentrada na Europa. Com a presença de cerca de 1500 expositores, oriundos de 39 nacionalidades distintas, o evento, dedicado a toda a cadeia de valor da indústria do plástico, principalmente na vertente da injeção, celebrou em 2021 a sua 27ª edição, estando a próxima agendada para os dias 17 a 21 de outubro de 2023.


COOPERAR PARA INCREMENTAR NEGÓCIOS NO MERCADO NORTE-AMERICANO “O mercado dos Estados Unidos da América é enorme” e, por isso, um dos mais importantes e apetecíveis do mundo. É com esta premissa, atestada por José Camacho, da Universidade Europeia (IADE), que a Indústria Portuguesa de Moldes prepara uma estratégia para incrementar os negócios naquele que já foi o principal mercado do sector.

Aumento das exportações

Falando perante uma plateia virtual composta por cerca de meia centena de profissionais da indústria, no decorrer da sessão ‘EUA: Promoção em Cooperação’, José Camacho advertiu que “é preciso ter uma visão estruturada para progredir neste mercado: é necessário olhar a geografia e escolher os clientes-alvo”, referiu apresentando um documento de análise do mercado americano, muito centrado nas potencialidades da indústria automóvel que é, afinal, o principal cliente dos moldes nacionais.

Coube a Manuel Oliveira, secretário-geral da Associação, fazer a apresentação desse plano. Revelou que entre janeiro e junho deste ano, o valor das exportações de moldes para os EUA se situou acima dos dez milhões de euros, quando, o ano passado, no período homólogo, estas representaram cerca de seis milhões de euros. Tal traduz um aumento de 71%, salientou.

“Os Estados Unidos são os maiores importadores de moldes do mundo”, salientou. Apontando dados estatísticos, revelou que o mercado americano importou dois mil milhões de dólares em moldes. E só uma parcela muito pequena teve origem direta em Portugal, existindo, por isso, um enorme potencial de crescimento. Juntamente com o México, toda a América do Norte representa 25% da quota mundial de importação de moldes, sublinhou ainda. Centrando-se nos Estados Unidos, deu nota da localização das principais OEM da indústria automóvel: mais concentradas a norte do país, mas a alargar presença um pouco por todo o território. Já os fornecedores diretos dessa indústria, as empresas de componentes automóveis (Tier1), são cerca de 13 mil, dispersas por muitos estados. Na sua análise, José Camacho deu nota também dos principais países que concorrem com os moldes portugueses nesse mercado: Canadá (que representa cerca de 45%), China, México, Coreia e Japão. Só depois destes surge a Europa, com a Alemanha à cabeça e a Itália logo de seguida. Enfatizou ainda que, ao contrário do que aconteceu com o dólar no passado, cuja desvalorização levou o sector a escolher outros mercados, a moeda americana está mais estável. “As taxas de câmbio, comparando com o passado, estão melhores”, adiantou.

Com essa determinação, a CEFAMOL, no âmbito do projeto ‘Engineering & Tooling from Portugal’, definiu uma estratégia conjunta de promoção da Indústria Portuguesa de Moldes naquele mercado, para ser desenvolvida no período entre 2021-2023.

Explicou, de seguida, que a estratégia a desenvolver tem quatro objetivos principais: reconquistar uma posição de destaque no mercado norte-americano, aumentar as exportações de moldes, reforçar a imagem e notoriedade do sector e identificar oportunidades de negócio e colaboração. Nesse sentido, será, numa primeira fase, constituído um grupo de trabalho com empresas do sector que, reunindo regularmente, será responsável pela definição e acompanhamento das ações a realizar. Cada empresa participará naquelas que se revistam de maior interesse, de acordo com a sua estratégia individual. As participações coletivas, sublinhou, “serão integradas no projeto de promoção internacional da CEFAMOL”, que prevê comparticipação financeira ao investimento realizado. A cooperação empresarial na definição e estruturação de um plano de promoção do mercado, bem como a partilha de recursos e de experiências são alguns dos resultados esperados. De entre as ações já identificadas, destacam-se a participação em feiras especializadas, missões empresariais, campanhas de marketing digital e o possível estabelecimento de parcerias locais. Esta estratégia, adiantou ainda, começará a ser desenvolvida já a partir do próximo mês de outubro.

Após esta análise, que classificou como “um primeiro olhar” sobre o mercado norte-americano defendeu a “cooperação entre empresas” como uma das formas mais eficazes de abordagem e promoção.

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

Entre o céu e o inferno (económico) Vítor Ferreira Diretor Executivo Startup Leiria / Docente no Politécnico de Leiria Portugal atingiu os 70% da população vacinada antes do previsto. Este é um facto interessante e que pode ser celebrado como um ponto de viragem na situação de crise que vivemos. Boas notícias também do lado das exportações portuguesas, que aumentaram 21,4% em junho face ao mesmo mês de 2020 e ficaram mais de 8% acima de junho de 2019. No conjunto do segundo trimestre, as vendas de bens ao exterior ficaram acima do período pré-crise. Finalmente, as primeiras tranches da “bazuca” europeia começam a entrar no país, ativando o Plano de Recuperação e Resiliência. Numa outra notícia, igualmente relevante, em termos de capital humano, o país registou um número recorde de candidatos ao ensino superior. Em conjunto, todos estes dados poderiam auspiciar um futuro económico mais risonho. Mas Portugal tem desde sempre um problema de organização e outro de criação de valor. Note-se que o facto de celebrarmos a eficiência da nossa campanha de vacinação, mostra quão incomum é fazer “o esperado”. Numa sociedade eficiente seria a norma os projetos, programas e iniciativas, decorrerem de acordo com o planeado e a exceção seria faltar ao prometido. Contudo, em Portugal a ineficiência é muitas vezes a norma. Será possível alterar esta tendência? Se o “pool” de capital humano tem melhorado em Portugal, com a taxa de escolaridade do ensino superior da população residente entre os 30 e os 34 anos a atingir os 43% no 4º trimestre de 2020, superando pela primeira vez a meta europeia de 40%, assumida no âmbito da Estratégia Europa 2020, a verdade é que a quantidade de empresas que pode potenciar este capital humano é ainda curta. Não podemos esquecer que 99,7% das empresas portuguesas são PME (o que por si não é incomum face a outros países), mas 96% das empresas têm menos de 10 colaboradores e situam-se em sectores tradicionais, posicionadas na cadeia de valor a montante, com dificuldades em gerar valor acrescentado que possa justificar preços e margens elevadas (que permitam empregar, com salários razoáveis, a mão-de-obra mais qualificada que começa a abundar no país). Na indústria de moldes esta realidade tem-se feito sentir com uma crescente concentração empresarial (motivada ou por processos de sucessão, ou por dinâmicas de crescimento e fusão), uma maior relevância do conhecimento e da engenharia em todos os processos, que levou a uma necessidade de contratação de recursos humanos cada vez mais qualificados (algo que, entretanto, tem chegado ao “chão-de-fábrica”, com o advento da indústria 4.0). Uma fatia interessante das empresas deixou de ser um mero subcontratante de maquinação de moldes para se-

rem alavancas no desenho dos produtos finais, contribuindo para a inovação dos seus clientes. Existem, no entanto, algumas lacunas que terão de ser endereçadas nos próximos anos. A questão da dimensão e concentração continua sem estar completamente resolvida (necessitamos de mais empresas com dimensão global), que possam através dessa dimensão alavancar departamentos de I&D e inovação, que permitam enfrentar os desafios de uma Europa mais industrial e sustentável, mas também mais centrada no conhecimento. Por outro lado, há uma necessidade de ter mais argumentos comerciais, junto das empresas clientes, oferecendo experiências apuradas, desde a cocriação, ao desenvolvimento de gémeos digitais, à manutenção preditiva de moldes. Para muitos, o marketing industrial (B2B) continua a ser muito distinto do marketing de produtos finais, mas, na verdade, com o conhecimento a passar a ser o principal recurso das empresas (estima-se que 90% do valor das empresas venha dos intangíveis), as duas realidades aproximaram-se. Um produtor de moldes tem de pensar que entrega mais do que um molde com determinadas caraterísticas técnicas, preço e prazo de entrega. Esta é apenas uma parte do valor entregue. O resto do valor provém de uma experiência intangível, em que pode fazer parte a cocriação do desenho, a sua prototipagem, a avaliação do ciclo de vida desse produto. Também dessa experiência fazem parte as relações entre equipas de engenharia, a capacidade de um gestor de vendas responder a um gestor de compras, de alguém responder a um telefonema, de ser capaz de antever as necessidades do cliente. Tal como num qualquer produto final, o cliente industrial paga uma experiência, que se pretende que ultrapasse as suas expectativas. Este tipo de pensamento coloca as empresas de moldes, que hoje se diz serem empresas de engenharia, como empresas de tecnologia que desenvolvem experiências de valor acrescentado. Também aqui estamos ainda a meio caminho daquilo que será fundamental para o sucesso da nossa indústria. Quanto à realidade nacional, nenhum plano governamental parece endereçá-la. Este seria o momento ideal para uma política industrial mais assertiva, que tivesse como objetivo a matriz económica do país, mas no meio das boas notícias, de que tanto precisamos, parece que vamos mais uma vez falhar uma oportunidade, permanecendo como sempre, algures entre o céu e o inferno (económico). Quanto à realidade regional, alguns passos estão a ser dados na direção certa, mas precisamos de uma maior compreensão do futuro que nos espera.


MERCADOS 2022

Alemanha

EUA

México

República Checa

Espanha

França

Polónia

Roménia


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MARKET REPORT

EVOLUÇÃO DOS MERCADOS DE EXPORTAÇÃO Análise Comparativa Terceiro Trimestre 2021 MERCADOS TRADICIONAIS

PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS EUROPEUS


MERCADOS DA EUROPA CENTRAL

MERCADOS AMERICANOS

OUTROS MERCADOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar

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ENGINEERING & TOOLING



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