NÚMERO 36 EDIÇÃO TRIMESTRAL
36 MARKET REPORT DESTAQUES
SEMANA DE MOLDES 2021
DEZEMBRO 2021
CONTEÚDOS 4
Semana de Moldes 2021
FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE: CEFAMOL - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE MOLDES REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: AV. D. DINIS, 17 2430-263 MARINHA GRANDE - PORTUGAL TELEFONE: 244 575 150
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INDÚSTRIA DE MOLDES: OS DESAFIOS DA RETOMA Após um período de crescimento acentuado (2010 – 2018), marcado por uma duplicação das exportações e pelo elevado grau de investimento em tecnologia e competências, constata-se, nos dois últimos anos, uma tendência decrescente nestes indicadores. O impacto da pandemia agravou a situação, evidenciando os constrangimentos que já se faziam sentir ao nível da instabilidade económica, nomeadamente na indefinição dos novos conceitos de mobilidade, na concorrência, em quebras significativas de preços de venda ou na rigidez das exigências contratuais apresentadas pelos clientes. A globalização, a interação dos negócios e, principalmente, a dependência de recursos, produtos ou componentes oriundos de determinadas regiões do globo, tornaram-se ainda mais salientes, desafiando agentes económicos e políticos a identificar e debater alternativas credíveis aos modelos de desenvolvimento que até então eram seguidos. A indústria de moldes não ficou imune a este contexto, dado que o desenvolvimento de produtos para diferentes áreas industriais a expõe a tais movimentos, sofrendo, portanto, fortes impactos da desaceleração do mercado, o que torna muito mais desafiante a sua sustentabilidade e crescimento. O decréscimo significativo no lançamento de novos projetos – sobretudo, na indústria automóvel - ao longo dos últimos dois anos, e que, possivelmente, se estenderá por mais algum tempo, trouxe também uma significativa redução de encomendas e necessidades acrescidas de financiamento e capitalização para suportar o impacto nas organizações. Por outro lado, as limitações logísticas e as restrições de viagem, condicionaram a atividade normal do sector, ao nível da promoção e conquista de novos clientes ou mercados. Tal situação originou uma redução considerável dos preços de venda, ao mesmo tempo que a escassez da oferta e a escalada nos preços das matérias-primas, energia e transportes, gerou uma inflação dos custos de produção, situação esta que tem vindo a limitar a competitividade internacional do sector. Sendo este um desafio de dimensão global e cujos efeitos afetam também as indústrias clientes, reflete-se na interrupção de linhas de produção e, principalmente, no adiamento do investimento em novos projetos, quer pela necessidade de escoar stocks, quer pelas incógnitas que a situação económica e social vivida gera, refreando a procura de bens que não sejam de primeira necessidade.
A confiança na retoma, em simultâneo com medidas de estímulo ao consumo e ao desenvolvimento de novos produtos que os planos de recuperação e resiliência dos países europeus poderão proporcionar, serão elementos estruturantes neste processo. Em paralelo, é pertinente que a Europa, através dos fundos concedidos, garanta uma crescente incorporação de valor local, fomentando o encurtamento geográfico das cadeias de fornecimento, garantindo a substituição de importações e estimulando a criação de novas áreas de negócio. Neste período de lenta retoma, são grandes os desafios que o sector enfrenta e em que a angariação de encomendas é vital, pelo que deve existir a garantia de instrumentos para reforço da capacidade de financiamento e capitalização das empresas, domínio em que o apoio do Governo e instituições oficiais, incluindo o Banco de Fomento, serão fundamentais. Ao nível interno, as empresas continuam focadas na eficiência produtiva e na otimização dos seus recursos, incluindo a “gestão de pessoas” e das suas competências, não só para garantir a permanência do conhecimento e experiência, mas também para atrair talento e jovens qualificados para a indústria. São muitos os desafios que temos pela frente para que as empresas consigam ultrapassar este momento e relançar o seu futuro através de uma abordagem diferenciadora no mercado, assente na inovação, na produtividade, no valor acrescentado e no reforço de competências, mas será esse o caminho a seguir.
João Faustino (Presidente da CEFAMOL)
EMPRESAS DEBATEM DESAFIOS QUE INFLUENCIAM FUTURO DOS MOLDES Novos modelos de negócio. Diversificação de mercados. Novas tecnologias de fabrico. Sustentabilidade. Estes são alguns dos principais desafios que vão caracterizar o futuro do setor de moldes. Seis empresas integraram o painel de debate ‘Desafios do mundo digitalizado que vão influenciar a sustentabilidade das empresas de moldes’, que decorreu no dia 23 de novembro, integrando o programa da Semana de Moldes, mais concretamente no conjunto de seminários subordinados aos temas da investigação, desenvolvimento e inovação no Cluster ‘Engineering & Tooling’. Elsa Henriques, professora so Instituto Superior Técnico e membro da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), moderadora deste seminário, propôs aos oradores uma reflexão sobre o que será o futuro da indústria de moldes, tendo como ponto de partida o presente, marcado por questões como o impacto da pandemia nos negócios e o papel que terá a digitalização. Mas um dos pontos-chave da conversa centrou-se na forte dependência que o sector tem da indústria automóvel e que, segundo as empresas convidadas, dificilmente se conseguirá alterar nos próximos tempos. Júlio Grilo, da Simoldes, lembrou que o ramo automóvel tem tido um forte investimento de I&D, incorporando termoplásticos cada vez mais, o que ilustra a importância que os moldes continuarão a ter. E isto, salientou, “não mudará nos próximos anos”. Uma outra questão para a qual chamou a atenção é que “os construtores automóveis estão a garantir fabricação na Europa, em lugar de a levar para os países de mão de obra mais barata”. Por tudo isto, considerou que a dependência do automóvel é algo positivo, uma vez que, para ser fornecedor do automóvel “é preciso ter competência e inovação”. Luís Marrazes, da Tecnimoplás, salientou que ao contrário do que sucedia no passado, as inovações não são agora impostas pela indústria automóvel. “Esta segue-as de outros sectores, como as telecomunicações”, frisou, mostrando-se convicto de que, muito em breve, surgirão novos e inesperados players na indústria automóvel, o que será um desafio acrescido para os moldes.
Sustentabilidade João Faustino, da TJ Moldes prosseguiu, lembrando que há anos a indústria de moldes tinha atividades que suportavam a indústria, como os brinquedos, mas que foram para países com menor especialização e mão-de-obra mais barata. O sector nacional ficou, por isso, com a indústria automóvel. “A sua dinâmica tem feito a nossa in-
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dústria crescer muito. Contudo, com essa dependência, se o automóvel falha, temos um problema sério”, afirmou, adiantando que para ultrapassar isso, “temos ido a outros mercados e procurado alternativas, mas nenhuma outra área industrial tem o mesmo peso”. A mesma opinião foi partilhada por José Carlos Gomes, da GLN, para quem “a diversidade de peças da indústria automóvel dá capacidade e dimensão ao sector de moldes e isso não é fácil mudar”. Para este responsável, um dos principais desafios que as empresas terão pela frente prende-se com a necessidade de encontrar uma solução para o fim de ciclo do plástico. “O problema não é o plástico, que é um produto excelente, com vantagens em inúmeras situações”, enfatizou, considerando que o que é preciso é mudar o comportamento das pessoas na questão da reciclagem. Também Manuel Novo, da Erofio, se mostrou preocupado com a questão da sustentabilidade, considerando que a embalagem é o sector mais crítico. No seu entender, é preciso premiar as pessoas para que comecem a encarar a reciclagem de outra forma. Luís Febra, da Socem, concordou que a sustentabilidade está muito assente na comunicação e informação. “Diabolizou-se o plástico. Mas as alternativas que têm sido criadas são piores”, afirmou, defendendo que a indústria terá de conseguir passar essa mensagem. Em relação ao futuro, afirmou-se convencido de que as empresas estão hoje “capacitadas para avançar com novas formas, porventura mais virtuais, de negociação e venda”. João Faustino exemplificou com o caso das vendas de moldes em leilões. Algo que, considerou, “obrigou as empresas a capacitar-se”. No seu entender, esta prática está a desvirtuar o negócio dos moldes, colocando a questão, quase exclusivamente no preço e, em muitos casos, com “condições de concorrência muito desiguais e pouco justas”.
Tecnologias Para Luís Febra, os fabricantes de moldes terão de passar a habituar-se a trabalhar num “modelo misto” de negócio, que conjuga a proximidade entre cliente e fabricante, mas também o recurso a ferramentas digitais. Luís Marrazes enfatizou que as tecnologias estão ao dispor das empresas para facilitar, dando como exemplo a digitalização inteligente. “As tecnologias servem para gerar valor”, permitindo, até, “criar modelos de negócio diferentes”, afirmou, acentuando que “o nosso DNA é digital”. No que diz respeito a tecnologias, Manuel Novo exem-
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Da esquerda para a direita: António Baptista (CENTIMFE), João Faustino (Grupo TJ), José Carlos Gomes (Grupo GLN), Júlio Grilo (Grupo Simoldes), Elsa Henriques (IST), Luís Febra (Grupo Socem), Luís Marrazes (Tecnimoplás) e Manuel Novo (Grupo Erofio)
plificou com o fabrico aditivo que, no seu entender, “está cá para apoiar as empresas”. Explicou que olha para este sistema “como olhava, há 30 anos, para a erosão de fio. Poucos tinham, mas começaram a comprar e, algum tempo depois, estava disseminada pela indústria”. No caso da sua empresa, contou, “em 90% dos moldes temos aplicado o fabrico aditivo”. O processo de adoção dessa tecnologia, explicou, começou há uma década. “Fomos comprando, adquirindo conhecimento e experiência. Tem havido muita evolução destes processos. O fabrico aditivo é o futuro e é uma mais-valia”, salientou. Júlio Grilo considerou, por seu turno, que “temos de ter em conta que, muitas vezes, o high-tech não quer dizer
sinónimo de excelência”. As tecnologias, sublinhou, só servem se permitirem às empresas melhorar o seu processo e ganhar qualidade. E nisso as universidades e centros tecnológicos têm um papel primordial, desenvolvendo soluções que permitam ganhar competitividade, considerou. Os oradores concordaram ainda numa outra questão que, no seu entender, fará a diferença no futuro de todas as empresas: os recursos humanos. A competitividade das organizações, defenderam, está dependente do seu capital humano. Por isso, enfatizaram, é necessário apostar em formação e condições atrativas para as pessoas.
NOVOS MERCADOS COMO RESPOSTA AOS DESAFIOS DO SECTOR DE MOLDES A indústria de moldes “tem enormes desafios pela frente” que se prendem, por um lado, com questões como os novos paradigmas de mobilidade que influenciam a ação da indústria automóvel e, por outro, com situações como as oscilações nas economias mundiais, sobretudo na Europa, onde se concentram os principais clientes do sector.
plásticos”, contou, salientando que há, no entanto, grande possibilidade de crescimento. “É um mercado que está em desenvolvimento e que não tem a quantidade de fabricantes como tem, por exemplo, a Europa”, explicou, adiantando que “há necessidade de empresas de moldes e há apoios à instalação de negócios”. E a criação de uma empresa no local é, na sua opinião, a possibilidade mais vantajosa para as empresas portuguesas. “Podem começar com a reparação de moldes porque há muita necessidade, e depois ir conquistando clientes e crescendo”, defendeu.
Para colmatar alguns destes constrangimentos, José Camacho, da Business Innovation and Industrial Dynamics (BIID), considera que as empresas devem estar atentas a um conjunto de fatores: em primeiro lugar, que estão posicionadas num mercado muito competitivo no qual se verifica uma tendência para a homogeneidade dos preços, ao mesmo tempo que se assiste a uma diminuição do gap da qualidade das ofertas. A isto, junta-se o preço e prazos de entrega de algumas matérias-primas. Por isso, é necessário olhar para os processos e perceber onde se podem retirar ganhos para aumentar a competitividade, apostando na inovação ou em fatores-vantagem como a proximidade com os clientes. O responsável foi um dos oradores da Semana de Moldes, na qual apresentou o tema ‘Indústria de moldes mundial: evolução do comércio internacional’, no decorrer da Conferência Internacional Moldes Portugal 2021.
Christoph Dorr (Alabama Department of Commerce)
Na intervenção, apresentou uma comparação entre mercados (de dentro e fora da Europa), com análises de evolução e tendências a médio prazo, para concluir que o futuro se apresenta “desafiante”, mas que deve ser encarado com otimismo.
Um outro mercado cujas vantagens foram enunciadas foi Marrocos. E este tem sido, seja pela proximidade, seja pela crescente aposta da indústria automóvel, um país para o qual os fabricantes de moldes portugueses têm olhado com particular atenção.
Para ganhar eficiência, considerou, as organizações necessitam de dar passos no sentido da automação, mas também na cooperação e diversificação de mercados, sejam geográficos, sejam sectoriais.
Coube a Rachid Machou, da Associação Marroquina para a Indústria e Produção Automóvel (AMICA) fazer a apresentação do mercado que, salientou, “é atualmente o principal país de África na produção de automóveis”. E esta indústria, revelou, “é e vai continuar a ser estratégica para Marrocos”.
Alabama e Marrocos E as potencialidades de novos mercados constituíram um dos temas em destaque no decorrer da Conferência “Moldes Portugal 2021”. Christoph Dorr, do Alabama Department of Commerce, apresentou algumas das principais características da região sul dos EUA, mais concretamente do Estado do Alabama. No seu entender, trata-se de uma zona com forte tradição industrial na qual o sector automóvel tem vindo a crescer nos últimos anos. “Nos últimos 20 anos, várias marcas-automóvel instalaram-se lá e também cresceu a quantidade de fornecedores dessa indústria, como empresas de ferramentas e injeção de
Salientou ainda que ao contrário da quantidade de empresas montadoras de veículos ali instaladas, há pouca oferta a nível da indústria de moldes. “Temos necessidades nessa área, o que pode ser uma boa oportunidade para os fabricantes portugueses que são reconhecidos pela sua qualidade e rigor”, afirmou, frisando que “há também necessidade de formar mão-de-obra qualificada que, pela exigência e especificidades do sector dos moldes, hoje não existe”. No seu entender, a melhor forma de abordar o mercado é instalar-se lá, aproveitando os apoios que existem, ou encontrando um parceiro local.
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MÉXICO VISITOU PORTUGAL E APRESENTOU OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO O México apresenta sectores estratégicos nos quais a indústria de moldes portuguesa tem vantagens em investir. É um lugar de muitas oportunidades, com um grande potencial de crescimento. A indústria ligada aos moldes e ferramentas representa cerca de 12 mil milhões de dólares e, por ano, são produzidos mais de cinco mil moldes, uma grande parte dos quais são importados. O México é, atualmente, a 15.ª maior economia em termos de PIB e a segunda da América Latina.
O estudo, dividido em dois documentos distintos, foi elaborado por Pedro Neto, Partner Corporate da Moneris, e apresenta, por um lado, uma caracterização empresarial completa dos dois países (Portugal e México), elencando potencialidades e fragilidades; e, por outro, destaca-se como um Guia do Exportador e Boas Práticas, respondendo às mais frequentes questões sobre os negócios no México (como entrar no país, promover-se, encontrar clientes e parceiros, entre outros aspetos).
Estes foram alguns dos principais aspetos sublinhados pela comitiva mexicana que visitou a Semana de Moldes, evento que decorreu entre 22 e 26 de novembro, na Marinha Grande. Em Portugal, para além de divulgar as potencialidades daquele país, os visitantes procuraram, também, conhecer as capacidades e interesse das empresas portuguesas.
Nesta apresentação, Pedro Neto chamou ainda a atenção para uma particularidade do México: além de todas as suas potencialidades intrínsecas, “pode servir para catapultar a inserção noutros mercados daquela região”.
No âmbito desta deslocação, no dia 23 de novembro, a Câmara de Comércio e Indústria Luso Mexicana (CCILM), em conjunto com a organização da Semana de Moldes, promoveu o seminário ‘México Visita Portugal’, que juntou representantes das principais associações dos sectores de moldes e plásticos dos dois países.
Estudo e plataforma E precisamente pelas suas potencialidades, a CCILM acaba de disponibilizar duas importantes ferramentas para as empresas que equacionem apostar naquele país: um completo estudo económico do país e a criação de uma plataforma que liga compradores e vendedores dos dois países. Estas duas iniciativas foram apresentadas no decorrer do seminário.
Coube a Elsa Gomes, da Vortal, fazer a apresentação da nova plataforma digital, que está também dividida em duas. É, por um lado, uma ferramenta de promoção internacional e é, também, uma plataforma transnacional. De forma dinâmica, pretende servir de elo e desenvolvimento de negócios entre fornecedores e compradores dos dois países. Quer o estudo, quer a plataforma integram-se no projeto SIAC – Portugal Connect, a decorrer entre 2019 e 2022, explicou Miguel Gomes Costa, presidente da CCILM. O responsável lembrou ainda que, em 2022, aquele organismo vai organizar uma segunda missão de empresários mexicanos a Portugal, depois de a primeira, em 2019, se ter revelado “muito positiva”.
ENTREVISTA EDUARDO MEDRANO, PRESIDENTE DA ASOCIACIÓN MEXICANA DE MANUFACTURA DE MOLDES Y TROQUELES (AMMMT) “O México tem a capacidade, mas precisa de soluções para incrementar o crescimento”
E como pode a indústria portuguesa, sobretudo a de moldes, posicionar-se para entrar neste mercado mexicano? A cooperação entre os dois países é fundamental. E como alcançá-la? No México, há necessidade de moldes e ferramentas. De uma maneira geral, há necessidade de toda a manufatura, mas sobretudo de moldes. Um dos objetivos é fazer crescer esse sector. Mas é uma indústria especializada, que requer a introdução de tecnologia de ponta. Depois, é preciso formar pessoas especializadas nessa área, para criar postos de trabalho qualificados. Por isso, há um conjunto de oportunidades, não apenas para empresas, mas também para instituições académicas e técnicas. Países como Portugal, que detém essa especialização, são muito importantes para o México que, pela proximidade e acordos estabelecidos, tem respostas a posicionarem-se quer do Canadá, quer dos Estados Unidos.
Eduardo Medrano (AMMMT)
Que perspetivas têm os sectores mexicanos de moldes e automóvel para 2022?
Há a necessidade e, por isso, o México dá a possibilidade de alavancar financeiramente os projetos. As empresas recebem benefícios para poderem crescer na sua produção. Hoje, a perspetiva mexicana é procurar a colaboração de empresas portuguesas porque o seu valor é reconhecido.
A expectativa é de crescimento. Estima-se que a indústria no México mantenha a sua tendência de crescimento, nos próximos cinco anos. A indústria automóvel mexicana, por exemplo, tinha o plano de alcançar a produção de cinco milhões de unidades em 2021, mas com a pandemia não o conseguiu fazer. O objetivo é atingir os 4,5 milhões e ir crescendo, de forma sustentada, nos próximos anos. E se os automóveis aumentam, vão ser necessários mais componentes e, por isso, também será preciso fazer crescer a manufatura. É preciso salientar que o novo acordo entre México, Canadá e Estados Unidos permite um estreitar de relações muito importante entre as partes, que abre boas perspetivas de futuro.
E que conselhos daria às empresas portuguesas que estejam a pensar avançar para o México? Podem, por exemplo, constituir-se consórcios portugueses no México, para complementar a manufatura. Já há alguns exemplos. Mas as empresas podem, também, fazer joint ventures com empresas mexicanas. E esta solução tem vantagens porque, por vezes, quando tentam entrar noutro país, as empresas sentem dificuldades em questões como a legislação laboral ou fiscal, financeira ou administrativa. Entrar no país com um sócio local facilita muito o processo.
E esse crescimento de que fala restringe-se à indústria automóvel ou abrange outros sectores industriais? Abrange a indústria de plásticos, de uma maneira geral. Logo, terá implicações noutras áreas para além do automóvel, como a eletrónica, a indústria médica ou os utensílios domésticos. As expectativas são que exista uma continuidade, de cerca de 7 a 8% de crescimento, na capacidade de manufatura mexicana. Por isso, este é um mercado que se mantém atrativo. A nível industrial, o México vai continuar a afirmar-se como um país estratégico da América do Norte.
Em resumo, é preciso realçar que o México tem a capacidade, mas precisa de soluções para incrementar o crescimento: seja criando alianças comerciais, académicas ou de negócios, que permitam responder a todas as necessidades da indústria. Mas, insisto, tem grandes perspetivas de crescimento.
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Análise do Período Janeiro – Outubro 2021 e Período Homólogo de 2020
TOP 10 MERCADOS DE EXPORTAÇÃO
10 MARKET REPORT
MERCADOS 2022
Alemanha
EUA
México
República Checa
Espanha
França
Polónia
Roménia