Market Report nº11 Outubro 2015

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Ano 3

Fabricação Aditiva – o Novo Paradigma da Produção As Empresas Familiares: o que são e como Preservar um dos grandes Pilares da Economia Europeia

Espanha - Nota Setorial de Moldes

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Número 11 ı

Trimestral

ı Outubro 2015



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vo o o Nução – iva Prod t i e Ada da ão es s o çã igm ue ilar ia a q c ri rad : odes prope b s a a e F P u r lia gran ia e i Famdosonom s sa r um ec e r a mperva d E ias c As pres í ot o N ial r m o t co Se a ot N ha es os n d a d a l Esp Mo erc M e d os d gal rtu o Po ã / nde luç Gra o a h arin Ev 3M 26

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MARKET REPORT

Fabricação Aditiva

O NOVO PARADIGMA DA PRODUÇÃO Pedro Saraiva – Isicom Tec

Introdução Crê-se que o início dos processos de fabricação ocorreram pelo método subtrativo, há cerca de 8000 anos. Estamos a referir-nos ao corte de pedra para produzir instrumentos básicos que auxiliavam nas atividades de subsistência. Um dos primeiros registos de processos aditivos pode ser encontrado na Ásia ocidental, usando diferentes tipos de materiais e juntando-os para criação de cestas. Até final do século XVIII, a maioria da produção era realizada por artesãos locais, com o propósito de servir as comunidades próximas. Nessa época, o transporte entre grandes distâncias era lento e, na maioria das vezes, perigoso. Depois veio a chamada Revolução Industrial. Foi uma época em que se inventou muita tecnologia, à medida que estavam disponíveis novas fontes de energia (vapor de água, eletricidade e combustíveis de origem fóssil). Desenvolveram-se processos químicos e de fabricação para permitir uma produção mais eficiente e em larga escala. Estávamos na era da massificação e do advento dos bens de consumo. Também se desenvolveram novos meios e vias de comunicação com o objetivo de facilitar a entrega de bens, a longas distâncias. O resultado foi uma extraordinária expansão da atividade económica, nomeadamente na maior parte do mundo ocidental, que se adaptou cultural e socialmente à chamada economia de mercado.

Fabricação aditiva ou fabricação digital: o conceito Fabricação aditiva (FA) é um termo genérico para um conjunto de tecnologias e processos que estão em desenvolvimento há cerca de 30 anos. Estas tecnologias atingiram um nível de maturidade que permite, cada vez mais, aplicações comerciais de valor acrescentado, havendo mesmo quem advogue que se está a assistir ao início de uma nova Revolução Industrial. A Sociedade Americana de Testes e Materiais (ASTM), uma organização mundialmente reconhecida e líder no desenvolvimento de normas internacionais, define fabricação aditiva como: "Um processo de unir materiais para fazer

objetos a partir de dados do modelo 3D, geralmente camada sobre camada, em oposição a metodologias de fabrico subtrativas ". Comummente, os termos "fabricação aditiva" e "impressão 3D" são utilizados com o mesmo significado.

Razões para adotar a fabricação aditiva Diversas razões existem para que a FA esteja em expansão e com previsões de crescimento muito forte na próxima década. No entanto, o principal fator e que está na base das outras razões, prende-se com a viabilidade económica de pequenas séries, por oposição às tecnologias de fabricação tradicionais, que devido ao elevado investimento necessário em engenharia, maquinaria e ferramentas faz com que os projetos só tenham viabilidade económica se forem produzidos em grande escala. Todos os produtos têm de passar a chamada escala mínima eficiente para que sejam economicamente viáveis. Partindo deste princípio, analisemos as oportunidades que a produção aditiva proporciona:

Personalização em massa / pequenas séries A FA tem impacto na economia de produção reduzindo a escala mínima eficiente. Em alguns casos, a FA pode permitir aos consumidores satisfazer as suas necessidades individuais. Vários estudos económicos mostram que a escala mínima


eficiente para a FA pode ser alcançada a baixos volumes de produção, muitas vezes para um único exemplar. Este desempenho contrasta com o custo dos métodos de fabrico tradicionais, nos quais, só após avultados investimentos em maquinaria e ferramentas, é possível iniciar a produção. A personalização em massa é definida como a produção em massa de bens que atendam aos anseios específicos de cada cliente, individualmente, a custos semelhantes aos dos produtos não customizados. Dessa forma, a personalização em massa oferece produtos únicos a baixo custo e com prazo de entrega relativamente curto. Para além dos produtos que, pela sua essência, são únicos, como por exemplo próteses, implantes cocleares ou ortodônticos, há, hoje em dia, uma tendência para personalizar a generalidade dos bens de consumo que temos ao nosso dispor. A FA tem um papel relevante neste movimento de personalização, pois é responsável pela viabilidade económica de produtos que embora sejam comercializados em larga escala, têm características únicas. Também na indústria de moldes para injeção plástica o fator de escala é importante quando necessitamos de protótipos ou pequenas séries de peças plásticas. Estas peças tanto podem ser obtidas diretamente por impressão 3D, ou recorrendo a moldes construídos através de FA que permitem injetar pequenas séries (até 200 peças). Neste caso, a principal vantagem é podermos, num curto espaço de tempo, ter amostras no material em que a produção vai ser feita.

Liberdade de formas geométricas / Fabricação de peças impossíveis de fabricar com tecnologias tradicionais

devido a questões de acessibilidade interna ou configurações de superfície impossíveis de maquinar. Um exemplo claro deste fenómeno é a incapacidade de maquinar furações que não sejam retilíneas, o que impõe uma limitação clara a projetistas de diversas áreas. Um dos grandes âmbitos de aplicação da FA é a produção de peças metálicas para a indústria de moldes para injeção plástica. Com recurso a tecnologias de Direct Metal é possível produzir postiços com canais de refrigeração conformados ao artigo plástico. Ao produzir canais de refrigeração sem limitações geométricas é exequível controlar, de forma mais eficiente, a temperatura do molde/artigo plástico. Se o projeto destes componentes de refrigeração for apoiado em resultados de simulação por elementos finitos (estudos de simulação de enchimento) é possível obter uma eficiência máxima no circuito de refrigeração, o que pode reduzir até 30% o tempo de ciclo do molde. Outra área de atividade onde a complexidade dos componentes tornam a FA uma realidade incontornável é a indústria aeroespacial. A utilização da FA para produzir injetores de combustível e câmaras de combustão em motores de aviões e satélites espaciais são bons exemplos da capacidade de produção deste tipo de tecnologias. Pela utilização da impressão 3D recorrendo à tecnologia de Direct Metal é possível fabricar numa única peça, um componente que anteriormente exigia a soldadura de 20 pequenas peças. A adoção da FA para a nova peça, conduziu à diminuição de não conformidades ao mesmo tempo que produz uma peça com menor peso, um atributo fundamental para a atividade aeroespacial, pois está diretamente relacionado com o consumo de combustível.

Conclusão

A FA pode também facilitar abordagens de produção que são impraticáveis ou impossíveis através de métodos de fabrico tradicionais. Por exemplo, as boas práticas no projeto de máquinas ou moldes defendem a utilização do menor número de componentes, para tornar os mecanismos tão simples quanto possível. No entanto, os processos de fabrico tradicionais, muitas vezes impõem limitações de design que podem elevar o número de peças necessárias para produzir um produto ou componente. Quando a complexidade geométrica de um componente aumenta, pode impedir que esse elemento seja produzido numa única peça,

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A FA vem romper com alguns dos pilares que sustentaram a Revolução Industrial e têm regido a economia dos países desenvolvidos. Com recurso à impressão 3D foi possível reduzir a escala mínima eficiente, o que introduz, nas organizações de hoje, um novo paradigma: conseguem um custo unitário baixo e constante desde a primeira peça, ao mesmo tempo que deixam de ter limitações geométricas que delimitam a atividade técnico-criativa dos engenheiros. Estes dois fatores combinados, abrem caminho a sistemas cada vez mais eficientes e adaptados à sua funcionalidade específica o que, sem dúvida, vai renovar a forma como desenhamos, projetamos e fabricamos os nossos produtos.•

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As Empresas Familiares:

O QUE SÃO E COMO PRESERVAR UM DOS GRANDES PILARES DA ECONOMIA EUROPEIA António Nogueira da Costa - Sócio fundador da efconsulting e docente do ensino superior

Síntese As Empresas Familiares são a base das economias de mercado e organizações com grande capacidade de resiliência, desempenhando um papel fundamental para a afirmação da Europa e, no caso de Portugal, para ultrapassar a monumental crise instalada na 2ª década do séc. XXI. O setor nacional dos moldes, composto na sua grande maioria por Empresas Familiares, é um dos melhores exemplos: cerca de 450 empresas, concentradas, essencialmente, na Marinha Grande e Oliveira de Azeméis, 8.000 empregos que, em 2014, foram responsáveis por um valor recorde de exportações superior a 560 milhões de euros: cerca de 50% mais que em 2011. 1 No entanto, as especificidades típicas destas sociedades, com relevo para a sua ligação a Famílias proprietárias, originam de forma recorrente alguns desafios que, se não forem devidamente encarados e ultrapassados, podem levar ao seu desaparecimento. Neste contexto, tudo o que puder ser dinamizado para auxiliar estas empresas a prevenir e a enfrentar esses obstáculos, também contribuirá para o desenvolvimento do país e um futuro europeu bem mais promissor - o Protocolo Familiar é a ferramenta ideal a utilizar nas Empresas Familiares. Dada a extensão do conteúdo a abordar, o tema vai ser dividido em três artigos complementares, a saber: • Caraterização e grandes desafios das Empresas Familiares; • O caso particular das Empresas Multifamiliares; • O Protocolo Familiar: uma ferramenta para prevenir e enfrentar os desafios das Empresas Familiares.

Caraterização e grandes desafios das Empresas Familiares (I/III) A Empresa Familiar é um agrupamento de interesses Uma economia de mercado é caraterizada por uma grande parte das entidades geradoras de riqueza serem de iniciativa privada e na qual o empresário desempenha um papel

essencial. “Se não existirem empresários, não há empresa, não há criação de postos de trabalho nem de riqueza.” 2 Neste contexto, facilmente se reconhece que, nos países com liberdade de iniciativa, o universo do mundo empresarial é assegurado, com forte expressividade, pelas Empresas Familiares. Estimando-se que sejam cerca de dois terços de todos os negócios a nível mundial3, que criam entre 50% e 80% do emprego4 e que representam mais de 60% das empresas na Europa5 e cerca de 75% das empresas portuguesas6 o que carateriza estas entidades, das quais não existem estatísticas precisas, mas cuja representatividade é reconhecidamente significativa? O último dado referido é já resultado da importância que a União Europeia está a atribuir a estas organizações, pois tem origem no estudo que teve o seu apoio e foi desenvolvido por um grupo de especialistas e entendidos na área, representativos de todos os seus estados membros, no sentido de analisar estas entidades no seio do espaço europeu. Este trabalho, que identificou mais de 90 (!) definições de Empresa Familiar, com diversas variantes dentro do mesmo país, adotou uma posição consensual para a Europa ao assumir que “uma empresa, qualquer que seja a sua dimensão, é uma Empresa Familiar se: 1. A maioria dos direitos de voto se encontrarem na posse da(s) pessoa(s) singular(es) que estabeleceu(eram) a empresa, na posse da(s) pessoa(s) singular(es) que tiver(erem) adquirido o capital social da empresa, ou na posse dos seus cônjuges, pais, filhos ou herdeiros diretos dos filhos. 2. A maioria dos direitos de votos pode ser direta ou indireta. 3. Pelo menos um representante da Família ou parente consanguíneo estiver envolvido na gestão ou administração da empresa. 4. As sociedades cotadas incluem-se na definição de Empresa Familiar se a pessoa que estabeleceu ou adquiriu a empresa (capital social) ou as famílias destes, ou seus descendentes, possuem 25% dos direitos de voto, correspondentes ao seu capital social."7 Uma representação bem mais sintética é apresentada em Portugal pela Associação das Empresas Familiares: "São Em-


F1 – Adaptação a partir de Tagiuri & Davis e Gersick, Kelin.

presas Familiares aquelas em que uma Família detém o controlo, em termos de nomear a gestão, e alguns dos seus membros participam e trabalham na empresa."8 Sendo que o conceito mais comum e “familiar” acaba por ser o de uma empresa fundada por nós, pelos nossos pais ou avós, que representa uma importante fonte de receitas e garantia patrimonial e com a qual nós, os membros da Família, possuímos um enorme vínculo emocional e pretendemos assegurar a continuidade deste legado no seio da nossa Família. Na década de 80, Tagiuri & Davis9 propuseram um modelo de caraterização da Empresa Familiar suportado em três círculos representativos da Empresa, da Propriedade e da Família. Considerado um modelo clássico pelos estudiosos desta realidade, na versão mais elaborada contempla não só o posicionamento de cada um dos círculos como também as especificidades inerentes a todas as suas interseções.10 A possível coexistência de sete subsistemas, em que cada um deles poderá expressar distintas expectativas e exigências, além das possíveis alianças que podem resultar de todas as suas combinações, implicam um contínuo envolvimento dos líderes da Empresa Familiar na busca de um equilíbrio estável, entre todos estes potenciais intervenientes, para assegurar a continuidade da empresa. Nesta conceptualização é possível identificar algumas das expectativas mais naturais das pessoas, que se encontram em cada uma das sete possíveis situações, e que se podem agrupar em três distintos blocos: a) Individualistas ou Egoístas • Empresa: obter rentabilidade e assegurar a continuidade futura,

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• Propriedade: manter a posse e controlo e usufruir de rendimentos contínuos, • Família: fortalecer a coesão com o crescimento natural. b) Dualistas ou Bipolares • Acionista a trabalhar na empresa: assegurar o rendimento do trabalho e dividendos, • Acionista da Família: obter dividendos e liquidez patrimonial e solidificar a união familiar, • Familiar a trabalhar na empresa: garantir o rendimento do trabalho e a Família coesa. c) Global ou Democrática • Familiar a trabalhar na empresa da qual é detentor de capital: garantir o rendimento do trabalho e patrimonial, assegurar a continuidade da empresa e a união familiar. Gerir todas estas expectativas, entre muitas outras que no concreto emergem, de múltiplas pessoas, muitas delas familiares, com distintas posições que variam ao longo do tempo, não é uma tarefa simples e certamente que é muito mais ampla e fraturante do que no caso de uma empresa não familiar que não possui este forte e poderoso stakeholder que é a Família.

A evolução da Empresa Familiar ao longo do tempo Com o decorrer do tempo uma Empresa Familiar passa por um conjunto variado de fases, das quais se podem salientar quatro caraterísticas:

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F2 – A Empresa Familiar: do nascimento à implosão.

1. Nascimento Tal como um bebé de qualquer mamífero, a Empresa Familiar normalmente nasce da vontade de uma pessoa ou casal, com uma dimensão reduzida e suportada com dinheiro da Família - 85% dos novos negócios na Europa começam com este tipo de capital11. Nesta fase, verifica-se uma grande, se não mesmo total, sobreposição dos três círculos: o fundador, além de trabalhador, também aglutina a propriedade e liderança da empresa. 2. Crescimento da Empresa Com o desenvolver da atividade assiste-se a um natural crescimento da empresa que implica contratar pessoas, fora do contexto familiar, para satisfazer as suas necessidades de mão de obra. 3. Crescimento da Família Se ainda não existia um núcleo familiar, não tardará muito a constituir-se e, muito mais rapidamente, a reproduzir-se. O destaque e ritmo de crescimento do círculo da Família refletem a chegada do cônjuge e o nascimento de filhos. 4. Implosão A evolução da atividade empresarial, o alcance da maioridade dos filhos e a natural dispersão de parte do capital, pela Família ou por outros acionistas, leva a uma autêntica implosão da Empresa Familiar que, para assegurar o seu controlo e sobrevivência, terá de assumir uma enorme preocupação na gestão das expectativas dos constituintes de cada um dos grupos de interesse anteriormente apresentados.

Os grandes desafios da Empresa Familiar Inerentes a uma evolução associam-se oportunidades que coexistem com desafios. No caso das Empresas Familiares identificam-se quatro grandes e típicos (porque são comuns à maioria delas) problemas: • Confundir a propriedade com a gestão, • Confundir os laços de afeto com os laços contratuais, • Retardar a sucessão, • Sentir “imunidade” a estas maleitas.

Confundir a Propriedade com a Gestão No surgimento, e primeira geração duma Empresa Familiar, é muito natural que exista uma grande ou total sobreposição entre a figura do detentor de capital e a gestão da empresa: o fundador e capitalista é a “gestão” da empresa, ou, bem mais expressivo e realista, “é a empresa”. Provavelmente este é o principal segredo do sucesso da Empresa Familiar: um rosto, um decisor, uma visão e capacidade de agilidade que torna esta entidade distinta de todas as outras.12 Esta fase “ditatorial” muito dificilmente terá reflexo na 2ª geração, a não ser em casos excecionais de um único sucessor que consegue implementar uma filosofia muito idêntica à do seu ascendente. Nesta envolvente existe a tendência de se associar a posse patrimonial ou, mais especificamente, a condição de descendência do fundador e naturais herdeiros, aos futuros líderes da empresa. Como as capacidades de gestão ou


F3 – O impacto da transmissão de empresas na União Europeia.

Retardar a sucessão

“[…] de cada 100 Empresas Familiares que chegam à segunda geração somente 30 sobrevivem e, de entre estas, só 15 continuam ativas na terceira geração.”

A liderança de uma empresa é a principal responsável pela sua continuidade futura, logo, dois dos maiores desafios que qualquer gestor enfrenta são o de preparar o seu sucessor e saber passar o testemunho no momento adequado.

No âmbito da Estratégia de Lisboa, uma comunicação da Comissão Europeia salienta que: • “Um terço dos empresários da UE, principalmente os responsáveis por Empresas Familiares, abandonará a atividade durante os próximos 10 anos.

A tendência para adiar o abandono das funções mais executivas, não só não permite ou limita a evolução e responsabilização dos sucessores, como muitas vezes é um fator de repulsa dos mais competentes que acabam por abandonar a empresa. Gerir este processo de continuidade tornase num dos desafios mais sensíveis duma Empresa Familiar.

• Segundo as estimativas, este abandono poderá afetar 690.000 PME e 2,8 milhões de empregos anualmente. • O processo de transmissão de empresas é complexo e, muitas vezes, não é bem-sucedido, não porque as empresas não sejam viáveis, mas simplesmente porque ocorrem problemas na fase de transmissão.”

Sentir “imunidade” a estas maleitas

liderança não se herdam, optar somente por esta caraterística para entregar a condução do negócio poderá ser um grande erro e colocar a viabilidade futura da empresa em causa. Por outro lado, ser descendente direto do líder da empresa, ou membro da Família por afinidade (cônjuge), também não é sinónimo de incompetência e fator exclusivo de candidato a cargos de responsabilidade diretiva. O que sobressai, e deve ser tido como crucial, é o processo de preparação da sucessão empresarial envolvendo os quatro dos seus grandes protagonistas: Sucedido, Sucessor, Empresa e Família - que vão, ou não, influenciar ou assumir funções de condução da empresa.

Confundir os laços de afeto com os laços contratuais

Os três desafios apresentados são de tal forma “evidentes” e do conhecimento dos envolvidos que, normalmente, assumem possuir total consciência e soluções para os mesmos, pelo que se encontram imunes a tais problemas de tal forma que eles “só acontecem aos outros”. A realidade, infelizmente, é bem distinta, pois de cada 100 Empresas Familiares criadas, o índice de sobrevivência, aquando da passagem geracional, é negativamente muito expressivo: 30% passam à 2ª geração, 10 a 15% à 3ª geração13 e somente cerca de 4% consegue ver a 4ª geração. Continua no próximo número da revista “O Molde” com o tema “As Empresas Familiares: o que são e como preservar um dos grandes pilares da economia europeia (II/III)”.

1 - A Indústria Portuguesa de Moldes – 2014, edição da CEFAMOL

Um dos principais focos geradores de instabilidade, e muitas vezes a gota que faz o copo transbordar, está ligado ao dilema da separação dos laços familiares - assentes em carinho, proteção e amor, dos vínculos empresariais - caraterizados por um conjunto de normas comuns estabelecidas entre a entidade e os seus colaboradores. A natural tendência protecionista familiar leva, muitas vezes, à criação de exceções para os empregados oriundos da Família detentora da empresa, normalmente baseadas num caráter menos exigente de requisitos: a nível de habilitações para exercer determinadas funções ou cumprimentos de normas; ou mais compensadores que o normal: nível remuneratóro e benefícios extra ou progressões extraordinárias. Estas diferenciações acabam por gerar justificáveis reações, passivas ou mesmo muito ativas, por parte dos outros funcionários, com reflexos no desempenho empresarial, nas pessoas em causa e nos restantes membros familiares. No caso especial destes últimos, ao detetarem tais comportamentos tendem a assumir que os seus genes são portadores e garantia do “direito” a tratamento igualitário (“em casa sempre foi assim”).

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2 - Gallo, Miguel Á., La sucesión en la empresa familiar, Colección Estudios e Informes, núm. 12, 1998, “la Caixa” 3 - Davis, John, Harvard Business School, entrevista em www.exed.hbs.edu/, visualizada em 2015/03/01 4 - Global Data Points, Family Firm Institute, www.ffi.org, consultado em 2015/03/01 5 - Overview of Family-Business-Relevant Issues: Research, Networks, Policy Measures and Existing Studies, European Commission, Promotion of SMEs Competitiveness, 2008 6 - www.empresasfamiliares.pt/, consultado em 2015/05/28 7 - Overview of Family-Business-Relevant Issues: Research, Networks, Policy Measures and Existing Studies, European Commission, Promotion of SMEs Competitiveness, 2008 8 - O que é uma EF? www.empresasfamiliares.pt, consultado em 2015/05/28 9 - Tagiuri, R., Davis, J.A. Bivalent attributes of the family firm. Working Paper, Harvard Business School, Cambridge, Massachusetts. 1982, reprinted 1996, Family Business Review IX (2) 199-208 10 - Gersick, Kelin E.; Davis, John A., Hampton, Marion M. Lansberg, Ivan, Generation to Generation: Lyfe Cycles of the Family Business, pág. 6, 1997 11 - Family Business Statistics, www.europeanfamilybusinesses.eu, june 2012 12 - Apresentação no Rotary Club Porto Douro subordinada à temática “Empresas há muitas. As familiares têm um Rosto”, 17 de maio de 2012. 13 - Applegate, J. Keep your firm in the family. Money, 23, 88-91 14 - Dyer, W. G. Cultural changes in family firms, Jossey-Bass, 1986 15 - Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões; Realizar o programa comunitário de Lisboa em prol do crescimento e do emprego; Transmissão de empresas – Continuidade pela renovação; 14/03/2006

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Organização da Missão Empresarial no Japão e Coreia do Sul

tunidades e desafios que o Setor enfrenta nesta região.

Promovida pela CEFAMOL, e inserida na Estratégia de dinamização do Cluster Engineering & Tooling, organizou-se uma Missão Empresarial ao Japão e Coreia do Sul, com o objetivo de possibilitar, aos participantes, uma visão clara sobre tendências de mercado, novas tecnologias e processos produtivos, que permitam posteriormente identificar oportunidades de colaboração para uma abordagem a empresas multinacionais destes países, espalhadas um pouco por todo o mundo, de forma mais dinâmica e consistente. Esta Missão, enquadrada no Projeto de Internacionalização ”Engineering & Tooling From Portugal 2015-16”, desenrolouse entre os dias 4 e 12 de setembro de 2015 nas regiões de Tóquio, Nagano e Osaka, no Japão, e Busan, na Coreia do Sul, contando a mesma com a participação das empresas Geocam, GLN Moldes, Iberomoldes, Iber-Oleff, Iberonorma, Moldit, Ribermold e TJ Moldes, para além de representantes da CEFAMOL, Pool-Net e Universidade do Minho. Na cidade de Tóquio, os participantes, para além do encontro com o Embaixador de Portugal no Japão, tiveram oportunidade de conhecer melhor a tradição e cultura de negócios japonesa num workshop dinamizado com o apoio da delegação local da AICEP e de reunir com a Associação Japonesa de Moldes e Ferramentas Especiais (JaDMA), o que permitiu um conhecimento mais profundo das opor-

Em Nagano e Osaka, para além de visitas a empresas de moldes e plásticos locais, foi possível à Delegação nacional ter contacto com vários fornecedores de tecnologia e equipamentos e, in loco, conhecer alguns dos mais recentes desenvolvimentos disponíveis no mercado. De destacar, a cooperação recentemente formalizada pelo Cluster Engineering & Tooling, representado pela Pool-Net, e a Universidade do Minho com a Região de Nagano, nomeadamente com a Nagano Techno Foundation e a Universidade de Shinshu, a qual permitiu a realização de uma sessão de apresentação da Indústria e dos membros da delegação nacional junto de diversas empresas e organizações locais. Salienta-se a boa recetividade das entidades japonesas à oferta nacional (existindo uma imagem muito positiva da nossa Indústria junto das mesmas), a qual certamente permitirá a criação de oportunidades de colaboração entre empresas dos dois países num futuro próximo. O Japão é um dos países tecnologicamente mais desenvolvidos a nível mundial, nação de inúmeras e grandes empresas que operam nas indústrias automóvel, eletrónica, médica, entre outras de alto valor acrescentado, e que todos os anos apresentam no mercado novidades e avanços tecnológicos que certamente permitem o desenvolvimento técnico de competências e entrada em novos projetos. Na Coreia do Sul, os participantes na Missão visitaram e conheceram um dos principais fornecedores de equipamentos e tecnologia para a produção de moldes, tendo sido possível acompanhar novos desenvolvimentos e inovações que certamente contribuirão para o aumento de competitividade da nossa Indústria no panorama internacional.


Workshop "Procedimentos Aduaneiros na Exportação" Esta sessão contou com a presença de João Miguel Gomes, Diretor da Alfândega de Peniche e de Elisabete Ferreira Cunha, Técnica do Setor de Exportação da Alfândega de Peniche, para a abordagem ao tema “Procedimentos Aduaneiros em Geral e na Exportação em Especial”. No final da sessão, contámos com o testemunho de Sílvio Cabecinhas, responsável pela Gestão da Exportação da Panicongelados, S.A.

Organizado e promovido conjuntamente com o IAPMEI e a Autoridade Tributária e Aduaneira, decorreu, no auditório da CEFAMOL, o workshop “Procedimentos Aduaneiros na Exportação”.

Este evento contou com a participação ativa e dinâmica de 40 pessoas, que colocaram questões, esclareceram dúvidas e partilharam experiências nesta sessão.

“Istma Statistical Year Book - Edition 2015” Está já disponível a edição de 2015 do “ISTMA Statistical Year Book”, publicado pela International Special Tooling and Machining Association (ISTMA), da qual a CEFAMOL é membro de pleno direito.

formações adicionais poderão entrar em contacto com a CEFAMOL através do e-mail: cefamol@cefamol.pt ou telefone: +351 244 575 150.

Esta publicação, editada anualmente, inclui a mais atualizada informação estatística de comércio internacional e produção na área dos Moldes e Ferramentas Especiais, servindo-se de uma vasta componente gráfica e numérica, com mais de 900 imagens, gráficos e tabelas em 410 páginas (formato A5), como suporte para uma descrição mais completa e pormenorizada da evolução das Indústrias de Tooling de diferentes países. O objetivo desta publicação é recolher, tratar, analisar e apresentar dados relativos à produção, exportações, importações e índices unitários (valor/quantidade) das mais importantes classes de produtos da indústria, nomeadamente: "Moldes de injeção e compressão" e "Cunhos, cortantes e matrizes". Os indicadores estatísticos que podem ser encontrados nesta edição incluem 29 países: Africa do Sul, Alemanha, Áustria, Brasil, Canadá, China, Coreia, Estónia, EUA, Eslovénia, Espanha, França, Hungria, India, Itália, Japão, México, Polónia, Portugal, Reino Unido, Republica Checa, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça, Taiwan, Tailândia e Turquia. Todos os interessados na aquisição do livro ou em obter in-

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Bolsas de Estudo IPL + Indústria Triplicam no Ano Letivo 2015/2016 Existem já 17 empresas da região de Leiria, associadas da NERLEI e da CEFAMOL, a oferecer 26 bolsas de estudo “IPL + Indústria”, no âmbito do protocolo estabelecido entre o Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), a CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes e a NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria, ultrapassando assim o triplo do número de bolsas para o próximo ano letivo. Estas bolsas são definidas anualmente e visam premiar o mérito escolar dos estudantes que se matriculam pela primeira vez nos cursos de licenciatura do IPLeiria. Bollinghaus Steel, Bourbon Automotive Plastics, Incentea, Martos & Cª, Moldes RP, TJ Moldes e Vipex constituem o grupo de empresas que atribuirão bolsas de estudo pela segunda vez. A estas empresas juntam-se no ano letivo de 2015/16: BPN, Caixa de Crédito Agrícola, Crisal Libbey, La Redoute, Moldoeste, Planimolde, P.M.M., Ribermold, Sodicor e Yudo Eu. As bolsas de estudo “IPL + Indústria” são concedidas aos estudantes que ingressam com melhor média nos cursos selecionados pelas empresas. Para o ano letivo de 2015/16, os cursos selecionados foram: Contabilidade e Finanças, Engenharia Automóvel, Engenharia da Energia e do Ambiente, Engenharia e Gestão Industrial, Engenharia Eletrotécnica, Engenharia Informática, Engenharia Mecânica, Gestão e Marketing. No III Encontro IPL – Indústria, realizado em junho, o presidente da NERLEI, Jorge Santos, destacou que «a academia tem de focar-se no que são as exigências das empresas, e acompanhar as mudanças constantes que estão a surgir no mercado de trabalho. Cada vez mais a indústria tem falta de mão de obra qualificada, principalmente

nas áreas da engenharia, e é este recurso que a Academia pode preparar e formar». João Faustino, presidente da CEFAMOL, salientou que o envolvimento da indústria com a academia «mostra de forma evidente que as empresas têm dinamismo, firmeza, atitude e que querem crescer, e assim o empresariado da região tende a evoluir». «O crescente interesse das empresas da região em apoiar os nossos melhores estudantes é um facto importante que nos enche de orgulho e que resulta, por um lado, da forte ligação que o Instituto tem fomentado com a Indústria, e por outro, da necessidade que as empresas têm nesta altura por diplomados nestas áreas. Em muitos dos nossos cursos a empregabilidade é próxima dos 100% e os nossos diplomados não chegam para as solicitações das empresas», afirmou Pedro Martinho, diretor da ESTG/IPLeiria. «Para além do apoio financeiro, as empresas associadas permitem o contacto dos nossos estudantes com o mercado de trabalho ao longo do curso, valorizando o seu curriculum e dando-lhes as qualificações essenciais para serem bem sucedidos». O protocolo entre o IPLeiria, a NERLEI e a CEFAMOL, assinado em julho de 2013, promove a formação em contexto empresarial, a disseminação do conhecimento e tecnologia, e ações de responsabilidade social conjuntas, no sentido de beneficiar estudantes, docentes e empresas, aproximando a academia à realidade industrial. A parceria entre as três entidades já resultou na realização de 191 visitas de estudo, e, ao nível da formação em contexto empresarial, destaca-se a concretização de 83 estágios extracurriculares de verão, 49 estágios curriculares de mestrado nas empresas, 40 trabalhos de projeto final de curso de licenciatura, 29 trabalhos de outras unidades curriculares de licenciatura, e 89 trabalhos de investigação e de projeto de mestrado. Durante os dois anos de cooperação foram organizados 218 seminários e aulas abertas no IPLeiria com o envolvimento de empresas ligadas às instituições protocoladas, cinco ações de formação para colaboradores de empresas, e 42 reuniões entre empresários e docentes do IPLeiria. No total, foram criados 20 postos de trabalho em regime de passaporte emprego, e 36 empregos que integram a bolsa de emprego da NERLEI. As primeiras bolsas, referentes ao ano letivo 2014/15, foram entregues a sete estudantes no III Encontro IPLeiria-Indústria, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), no passado dia 4 de junho.



ESPANHA NOTA SETORIAL DE MOLDES

AICEP Portugal Global


1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MERCADO Posição de Espanha no comércio mundial de moldes (NC 8480) em 2014: Importações: 18º importador mundial (1,70% do total em valor) Exportações: 16º exportador mundial (1,42% do total em valor)

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Principais aspetos a salientar: As importações espanholas de bens, segundo o International Trade Centre, cresceram abaixo da média mundial entre 2010 e 2014 (2,8% em média ao ano versus 5,3%), mas no último ano, o aumento das compras de Espanha ao exterior (5,6%) foi muito superior ao da média mundial (0,4%). Não obstante a perda de importância relativa no total das importações mundiais (de 2,1% para 1,9%), Espanha subiu do 23º lugar do ranking de importadores em 2010 para o 18º em 2014. Pelo contrário, no setor dos moldes, a evolução das importações de Espanha no mesmo período foi mais rápida do que a média mundial (17% versus 9,4%). Mas em 2014, as importações mundiais de moldes aumentaram 1,7%, enquanto as espanholas recuaram 0,4%, atingindo os 229,2M€ (mais 103 M€ do que em 2010). Mais de metade dos moldes importados por Espanha, são para injeção ou compressão de plástico ou borracha. Em 2010, estes respondiam por 51,5% de todos os moldes adquiridos ao exterior e, em 2014, representavam já 58,6%. As importações espanholas de moldes de injeção ou compressão para plástico ou borracha aumentaram, de 2010 a esta parte, a um ritmo médio anual de 21,1% (acima do crescimento mundial de 10,4%) apesar de, em 2014, terem recuado 0,4% face ao ano anterior, cifrando-se em 134,3M€ (ainda assim, um acréscimo de 69,3M€ face a 2010). Entre 2010 e 2014, Espanha reforçou a sua importância relativa enquanto comprador externo do setor, subindo do 23º para o 18º lugar no ranking mundial dos importadores de moldes (com quotas de 1,3% no início do período e de 1,7% no final) e de 19º para 17º no dos moldes de injeção ou compressão para plástico ou borracha (quotas de, respetivamente, 1,1% e 1,6%). Em 2014, os valores dos moldes adquiridos por Espanha aos principais dez fornecedores aumentaram em todos os casos, exceto em França. A tendência nestes cinco anos foi para o reforço das quotas dos fornecedores do oriente – China, Japão e Coreia do Sul - a par da erosão das parcelas de mercado detidas pela maioria dos países europeus (Portugal, Itália, Alemanha, França e Suíça), exceções feitas à Polónia e à Áustria. A China lidera o mercado com 80,3M€ e uma quota de 35% em 2014. As importações espanholas de moldes à China aumentaram em todos os anos desde 2010, com uma taxa média de crescimento anual de 37,7% o que se traduziu num acréscimo de 55,8M€ em, apenas, cinco anos (em 2010 a quota da China era de 19,4%). Em 2014, o Japão e a Coreia do Sul foram, apenas, o 6º e o 8º fornecedores de moldes a Espanha. Contudo, entre 2010 e 2014, as importações a estes mercados cresceram em média ao ano, respetivamente, 139,9% (de 4,2M€ para

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11,9M€) e 87,5% (de 3M€ para 8,1M€), traduzindo-se em aumentos de quota de 3,3% para 5,2% no caso do Japão e de 2,4% para 3,5% no da Coreia do Sul. No quadro europeu, destaca-se Portugal, o 2º fornecedor mundial de moldes a Espanha e primeiro na Europa, com uma quota de 11,1% em 2014, correspondente a 25,5M€ (17,4% em 2010). De 2010 a esta parte, as compras espanholas de moldes portugueses aumentaram abaixo da média do mercado (6,3% versus 17% em média, ao ano), em larga medida em resultado de um recuo de 29,3% das importações em 2014. Ainda assim, o valor importado no último ano superou, em 3,5M€, o registado em 2010. Mais de metade dos moldes portugueses importados por Espanha (58% em 2014), são de injeção ou compressão para plástico ou borracha. Itália, Alemanha e França, com vendas de 18,5M€, 17M€ e 16,1M€ em 2014 são, respetivamente, o 3º, 4º e 5º fornecedores de moldes a Espanha. As importações espanholas de moldes a Itália e à Alemanha aumentaram, respetivamente, 13,7% e 12,3% em termos médios anuais entre 2010 e 2014, o que se traduziu em acréscimos de 7,1M€ e de 5,5M€ entre o início e o final do período e em reduções de quotas de 9,1% para 8,1% no caso italiano e de 9,1% para 7,4% no alemão. Todavia, o comportamento das importações tem sido diverso, com recuos nas compras a Itália e crescimentos no caso da Alemanha de 2012 a esta parte. As compras de moldes de Espanha a França tem evoluído de forma mais desfavorável; embora as importações tenham aumentado substancialmente em 2011, estão em queda desde então, encerrando 2014 com um valor inferior ao de 2010 (menos 1,5M€) e uma quota de mercado de 7% (13,9% em 2010). O 7º lugar do ranking coube à Suíça, com 8,7M€ em 2014 (5,2M€ em 2010) e uma variação média anual de 44,8% no período 2010-2014, marcado pela irregularidade do comportamento das compras espanholas. A quota de mercado foi de 3,8% em 2014 (-0,3 p.p. do que em 2010). De destacar que a quase totalidade dos moldes que Espanha compra à Suíça são moldes de injeção ou compressão para plástico ou borracha. O 9º e o 10º lugares do ranking de fornecedores couberam, em 2014, à Polónia e à Áustria. As importações espanholas aumentaram, em termos médios anuais desde 2010, 28,3% no primeiro caso e 64% no segundo – assim, a quota da Polónia passou de 2,7% em 2010 para 3,5% em 2014 (8,1M€) e a da Áustria de 1% para 2% (4,6M€). De referir que, apenas uma parte pouco significativa dos moldes que Espanha compra à Polónia são moldes de injeção ou compressão para plástico ou borracha (cerca de 2%).


2. RELACIONAMENTO BILATERAL Posição de Espanha no comércio externo português de moldes em 2014: Exportações: 1º cliente (23,7% do total em valor) Importações: 1º fornecedor (41,8% do total em valor)

Principais aspetos a salientar: Segundo o INE, em 2014, Espanha foi o 1º cliente dos moldes portugueses e o destino de 23,7% das saídas destes produtos. No período 2010-2014, as exportações portuguesas de moldes para Espanha cresceram 26,1% em média ao ano, um ritmo muito superior aos 14,9% da média do setor. As expedições do setor para o mercado espanhol cresceram a bom ritmo entre 2010 e 2013: 29,6% em 2011, 40,1% em 2012 e 35,8% em 2013, atingindo 134,1M€, o valor mais elevado dos últimos cinco anos, mas recuaram ligeiramente em 2014 para 132,4M€ (-1,3% face ao ano anterior). No mesmo período, a evolução das vendas portuguesas de moldes de injeção ou compressão para plástico ou borracha a Espanha, foi ainda mais favorável, com 32,4% de variação média anual e aumentos sucessivos desde 2010. Em 2014 atingiram 113,6M€., representando 23,2% do total das saídas portuguesas destes bens.

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As importações portuguesas de moldes a Espanha, embora em patamares de valor muito inferiores, evoluíram a um ritmo mais rápido do que o das exportações. Com crescimentos em todos os anos entre 2010 e 2014, as entradas de moldes e as de moldes de injeção ou compressão para plástico e borracha aumentaram, respetivamente, 29,7% e 42,7% em média ao ano. Assim, em 2014, Espanha foi o primeiro fornecedor de moldes a Portugal, com uma quota de 41,8% (2º em 2010, com 20,8%), bem como de moldes para injeção ou compressão para plásticos e borracha com uma parcela de mercado de 45,7% em 2014 (2º em 2010, com 16,9%). O saldo da balança comercial bilateral tem sido favorável a Portugal, com excedentes comerciais crescentes até 2013, ano em que se cifrou em 84,7M€. Em 2014, em resultado de uma ligeira descida nas saídas e um assinalável crescimento nas entradas, o saldo comercial não ultrapassou os 67,4M€, ainda assim, o segundo valor mais elevado desde 2010.

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3. DESTAQUES DO MERCADO Caracterização do mercado e tendências O setor dos moldes em Espanha, muito atomizado e formado maioritariamente por PME familiares de reduzida dimensão (menos de 20 trabalhadores), antes da crise contava com um mercado interno que absorvia a maior parte da sua produção, não existindo necessidade de detetar novos mercados, setoriais ou geográficos. Atualmente, a procura de novos mercados é uma constante no setor de injeção de plásticos, sobretudo para as peças técnicas industriais. Os novos nichos de mercado encontram-se sobretudo nos moldes de alta produção para microinjeção de polímeros termoplásticos, devido ao auge das microtecnologias e a sua aplicação em diversos campos, como os sistemas micro-eletromecânicos (MEMS), os micromecanismos ou a biomedicina. Nas diversas indústrias utilizadoras de moldes, a necessidade de contar com uma tecnologia que permita modelar protótipos de baixo custo e com rapidez, deu lugar à criação das impressoras 3D e ao auge dos moldes de injeção impressos em 3D. Dentro dos tradicionais setores clientes que durante os piores anos da crise baixaram produção, o setor automóvel, historicamente ligado ao plástico, fortemente automatizado e buscando uma redução do peso dos veículos, continuará a liderar o negócio dos moldes e da injeção, graças à forte aposta dos grandes fabricantes pela produção em Espanha. Face às necessidades deste setor, obrigado a mudar continuamente o design, a ergonomia e as características das suas peças, forçando a modernização dos meios produtivos, as empresas renovaram e melhoraram as fábricas existentes em alguns casos, noutros apostaram em novos modelos ou incrementaram a produção de alguns já existentes (p.e. SEAT, Nissan, Renault ou PSA Peugeot Citroën). O setor da embalagem, que se pensou poderia ser tão representativo quanto o automóvel, sofreu uma contração em 2014, embora se espere consiga crescer nos próximos anos, já que a mudança dos hábitos alimentares leva à procura de embalagens descartáveis, com novos materiais ou ciclos de produção curtos. No entanto, este setor não é significativo para os moldistas portugueses, já que a maioria das empresas espanholas de embalagens plásticas utiliza como métodos de moldagem, sobre-

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tudo, o sopro, a extrusão ou a deformação térmica/termoformação (termoconformado), não sendo representativa a injeção de plásticos. Dado que as empresas espanholas de moldes são basicamente PME’s de reduzida dimensão, e trabalham sobretudo para o mercado interno, têm frequentemente problemas para vender em mercados internacionais. Desta forma, os fabricantes de moldes portugueses, com grande know-how e experiência exportadora, poderiam encontrar nos moldistas espanhóis, parceiros com quem colaborar, tanto a nível internacional como para o mercado espanhol.

Produção e consumo Os últimos dados divulgados pela FEAMM – Federación Española de Asociaciones Empresariales de Moldistas y Matriceros (fonte INE e ICEX) referem-se a 2014. Segundo esta Federação, o mercado de moldes inverteu, a partir de 2010, a tendência descendente que vinha registando, de forma acentuada, desde 2004. Entre 2010 e 2013, o aumento da produção (8,7% em média ao ano) não acompanhou o ritmo de expansão do consumo de moldes (16,6%), com consequência direta nas trocas externas. Neste período, as importações cresceram 26,1% em média ao ano, enquanto as exportações variaram 9,6%. Todavia, em 2014, o valor dos moldes consumidos baixou 17,5% face a 2013, fixando-se em 498M€ (ainda assim, o segundo valor mais alto desde 2009) mas a produção continuou a aumentar (6% face a 2013), atingindo os 653M€. Em 2014, o valor dos moldes exportados aumentou 31,3%, para 461M€ e as importações baixaram 9,7%, para 306M€.


meros indicam que o consumo teve uma recuperação até valores similares aos de antes da crise, mas que na produção não sucedeu o mesmo e as importações atingiram, em 2013 e 2014, os valores mais elevados desde 2001. O futuro do setor está nos moldes complexos de alto valor acrescentado e o mercado espanhol de plásticos ainda está muito abaixo da sua capacidade de produção.

A série dos últimos catorze anos mostra, em 2010, a inflexão da tendência, e regista até 2013, incrementos em todos os campos: produção, consumo, exportação e importação. Em 2014, a produção e as exportações mantêm a trajetória ascendente mas o consumo e as importações, sofreram uma contração. Entre 2001 e 2010, a produção espanhola de moldes apenas aumentou nos anos 2002 e 2004; ao longo deste período, recuou 6,6% em termos médios anuais, acompanhando a evolução negativa do consumo interno. Esta diminuição nos valores produzidos afetou, sobretudo os moldes de injeção para plástico e para alumínio e as matrizes.

4. ASPETOS REGULAMENTARES Regime de Importação Tributação aduaneira Direitos Aduaneiros: Não há lugar ao pagamento de direitos aduaneiros; está em funcionamento o mercado interno, onde as mercadorias circulam livremente sem haver lugar a qualquer controlo alfandegário. Outras Taxas: IVA: A União Europeia (UE) tem um Sistema Comum do IVA; no entanto, os países da UE beneficiam de uma certa flexibilidade, incluindo a determinação das taxas do IVA. Em Espanha, os moldes estão sujeitos à taxa normal de 21%. Fontes: Portal Europa – Taxation and Customs Union (VAT); VAT Rates (data de atualização – 01.01.2015); Impuesto sobre el Valor Añadido – IVA – (BOE)

Formalidades de Importação Não obstante a liberdade de circulação de mercadorias no território comunitário é necessário cumprir algumas exigências. De 2010 a 2014, a produção aumentou 8,1% em média ao ano, com crescimentos mais acentuados nos moldes de injeção para plástico e para alumínio e nas matrizes. Contudo, a produção de outros moldes para plástico baixou. No que respeita aos moldes de injeção para plástico, a produção cresceu 20,4% em média anual entre 2011 e 2013, para 182M€. Em 2014, o ritmo abrandou, com um aumento de 3,8% face ao ano anterior e um valor final de 189M€. No entanto, analisando os últimos catorze anos, estes nú-

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A Fatura Comercial assume uma importância vital no âmbito destas trocas, uma vez que foram suprimidos todos os documentos aduaneiros de controlo na Alfândega, servindo, assim, como único documento comercial onde se encontra a descrição completa das mercadorias transacionadas. Com a entrada em vigor do Mercado Único foi publicada legislação sobre o IVA intracomunitário sendo necessário que todos os Estados-membros atribuíssem um número de IVA aos respectivos sujeitos passivos (antecedido das iniciais de cada país). Assim, no contexto das trocas intracomunitárias as faturas comerciais devem sempre indicar os

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números de registo em IVA do vendedor e do adquirente, com indicação do país em causa e correspondente expressão codificada. Informação disponibilizada no Portal Europa – FAQ’S – pergunta n.º 11. Na página da Comissão Europeia podem ser consultados os números de identificação fiscal dos operadores de todos os Estados-membros da UE: Sistema de Intercâmbio de Informações sobre o IVA (VIES) – Validação n.º IVA / Perguntas Mais Frequentes sobre o VIES. Para mais esclarecimentos sobre esta matéria os interessados podem contactar: Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) / Direção de Serviços do Imposto sobre o Valor Acrescentado (DSIVA), Av. João XXI, 76 – 3.º, Apartado 8290, 1049-065 Lisboa, telefone: 217610351/354, fax: 217936508, e-mail: dsiva@at.gov.pt, CAT.: 707 206 707. Para além da fatura comercial, é também importante que o vendedor português apresente junto do Instituto Nacional de Estatística (INE) a Declaração Intrastat. O Sistema Intrastat é o método de recolha da informação estatística sobre as transações de bens entre os Estados-membros da UE e aplicase às mercadorias em livre circulação no território comunitário. Assim, todas as pessoas singulares ou colectivas que intervenham numa transação de bens intracomunitários que esteja abrangida pelo IVA e que ultrapasse os valores (anuais) dos limiares estatísticos de assimilação (para o ano de 2015: chegadas de €350 000 a 4 999 999€/ expedições de €250.000 até 6.499.999€) estão legalmente obrigadas a fornecer informação estatística ao INE, através do preenchimento da Declaração Intrastat. No que se refere aos requisitos legais para a comercialização do produto não existe regulamentação técnica a observar pelos moldes resultante da transposição de Diretivas comunitárias de aplicação obrigatória (Marcação CE / Lista das Diretivas Nova Abordagem).

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Relativamente ao Regulamento REACH são várias as autoridades competentes, atuando cada uma no âmbito das respetivas competências; o Helpdesk nacional funciona junto da Direção Geral das Atividades Económicas (DGAE) que presta informações, gratuitamente. Para mais informação sobre o quadro legal aplicável aos moldes na União Europeia (entre outra), os interessados podem consultar o folheto – Moulds for Plastic and Rubber in the EU (2014), do Centre for the Promotion of Imports from Developing Countries (CBI), do Ministry of Foreign Affairs Netherlands. Salientar, finalmente, que as empresas portuguesas devem inquirir junto dos seus clientes no mercado espanhol sobre a necessidade de cumprir eventuais normas/requisitos técnicos específicos nacionais e processos de certificação. No site da Asociación Española de Normalización y Certificación (AENOR) / Buscador de Normas os interessados podem consultar informação sobre normas técnicas. Por exemplo, efetuada uma pesquisa (em castelhano ou inglês) com as designações: moldes; plásticos. moldeo por inyección; máquinas de moldeo por inyección; molding machines; injection moulding, os utilizadores têm acesso a listagens de normas em vigor. No referido site está, também, disponível um Servicio de Información y Asistencia Técnica, para esclarecimento de dúvidas. Outro contacto importante é a Federación Española de Asociaciones Empresariales de Moldistas y Matriceros (FEAMM). Fontes: Autoridade Tributária e Aduaneira (AT); Instituto Nacional de Estatística (INE); Instituto Português da Qualidade (IPQ) / Marcação CE / Produtos que devem ter a designação “marcação CE” / O que é uma Diretiva “Nova Abordagem”; EUR-Lex (Acesso ao Direito da União Europeia); Material de Embalagem de Madeira, Direção-Geral de Alimentação e

Tratando-se de peças utilizadas em processos de fabrico (ex.: de plástico; borracha; metal), não há requisitos específicos aplicáveis; a única legislação comunitária relevante está relacionada com aspetos da embalagem (Diretiva n.º 2000/29/CE), nomeadamente materiais de embalagem de madeira utilizados para o transporte dos produtos (ex.: caixotes; caixas; paletes; esteiras). Também o Regulamento REACH n.º 1907/2006/CE é importante do ponto de vista dos óleos protetores e anti corrosão utilizados nas embalagens.

Veterinária (DGAV) / Divisão de Serviços de Sanidade Vegetal (DSDV) / Divisão de Inspeção Fitossanitária e Materiais de Propagação Vegetativa (DIFMPV); Portal REACH (Helpdesk Portugal) / Ministério da Economia; Direção Geral das Atividades Económicas (DGAV); Moulds for Plastic and Rubber in the EU, Centre for the Promotion from Developing Countries (CBI), Ministry of Foreign Affairs Netherlands; Asociación Española de Normalización y Certificación (AENOR) / Buscador de Normas;

No que respeita às embalagens de madeira os agentes económicos portugueses deverão contactar com a DireçãoGeral de Alimentação e Veterinária (DGAV) / Divisão de Serviços de Sanidade Vegetal (DSDV) / Divisão de Inspeção Fitossanitária e Materiais de Propagação Vegetativa (DIFMPV) para obtenção dos esclarecimentos necessários.

Federación Española de Asociaciones Empresariales de Moldistas y Matriceros (FEAMM)

Entraves Não são conhecidos entraves na venda de moldes para Espanha.


5. OUTRAS INFORMAÇÕES PRÁTICAS SOBRE O MERCADO

5.3.Principais entidades relacionadas com o setor: FEAMM-FEDERACION ESPAÑOLA DE ASOCIACIONES EMPRESARIALES DE MOLDISTAS Y MATRICIEROS

5.1. Principais empresas produtoras de moldes: Hispamoldes, S.A.

ASCAMM - Centro Tecnológico

Mecanoplástica, S.A.

ASAMM - Asociación Aragonesa de Empresas fabricantes de Moldes y Matrices

Tecmoplas, S.A.

AGMMA - Asociación Gallega de Moldistas Matriceros y Afines

Troqueles y Moldes de Galicia, S.A. Industrias Metálicas Ruiz, S.A.

AITIIP – Centro Tecnológico

Matrix, S.A.

AIMPLAS, El Instituto Tecnológico Del Plástico

Grupo Estampaciones Sabadell, S.L.

INTI Plásticos – Instituto Nacional de Tecnologia Industrial

Dicomol, S.L.

5.2. Principais empresas importadoras de moldes (setores automóvel, eletrodomésticos e embalagem): Aries Industrias del Plástico, S.A.

5.4.Principais feiras e eventos setoriais no mercado: SUBCONTRATACIÓN (bienal) – Bilbau – 23 a 26 de maio de 2017 EQUIPLAST (trienal) – Barcelona – 2 a 6 de Outubro de 2017 (em simultâneo com Expoquimia e Eurosurfas)

BSH Electrodomésticos España, S.A. Contenur, S.L. DAU Componentes, S.A.

Fontes complementares de informação:

Delphi Packard España, S.L.

Imprensa especializada: - MOLD Press (revista de los Moldes, Matrices y Troqueles en España)

Fico Mirrors, S.A. Francisco Alberó, S.A. Grupo Antolín Autotrim, S.A.

Revistas digitais: Interempresas com artigos dedicados a Metalmecâmica e a Plástico

Nissan Motor Ibérica, S.A. Reyde, S.A. Transformaciones Metalúrgicas Norma, S.A

Portais do setor: Moldes Y Matrices

Zanini Auto Grup, S.A.

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Análise Comparativa Terceiro Trimestre 2011-2015

MERCADOS TRADICIONAIS

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS AMERICANOS

PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar




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