Market Report nº15 Outubro 2016

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Robots e Células de Fabrico na Indústria 4.0 de Moldes: Evolução ou Disrupção? Regras de Ouro para Captar e Reter os Melhores Recursos Humanos nas Empresas de Moldes Bélgica: O Centro da Europa e das Oportunidades

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Número 15 ı

Trimestral

ı Outubro 2016



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MARKET REPORT

Robots e Células de Fabrico na Indústria 4.0 de Moldes:

EVOLUÇÃO OU DISRUPÇÃO?

Paulo Guilherme Ferreira Sócio-gerente e Chefe da Equipa de Desenvolvimento na Isicom

A primeira revolução industrial foi a da água e da energia a vapor. Seguiu-se a produção em massa com recurso a energia elétrica. Veio depois a revolução digital, o uso de dispositivos eletrónicos e a tecnologia da informação para automatizar ainda mais a produção. A quarta revolução, conceito também conhecido como Indústria 4.0, criado pelo governo alemão, é a introdução em massa das tecnologias de informação, dos sistemas ciber-físicos, da virtualização do mundo físico, da Internet das Coisas e Computação em Nuvem. É neste novo paradigma que se insere o conceito Célula de Fabrico. A tipologia de produção varia de acordo com as quantidades de peças fabricadas, com o número de peças por série, com os elementos de processo, com a organização dos fluxos de produção e, ainda, com o relacionamento do canal de, a montante, fornecedores e, a jusante, clientes. Grosso Modo, podemos dividir a tipologia de produção em Produção Série ou Contínua (Ex: indústria de plásticos ou automóvel), em Produção ao Projeto (Ex: uma obra de construção civil) e em Produção Descontínua em que vários projetos partilham vários recursos, em tempos alternados. Este é o caso da Indústria de Moldes e em que este artigo se focaliza. É óbvio que a gestão de produção tem de ajustar-se à tipologia de produção de acordo com os métodos e tecnologias disponíveis num dado momento temporal. A complexidade da gestão de produção em fabrico de moldes, advém, então, intrinsecamente da sua tipologia (Produção Descontínua) mas também da variedade de trabalhos a efetuar, das inúmeras variáveis e do número elevado de imponderáveis nos processos. Esta complexidade torna difícil o estabelecimento de padrões que nos permitam estimar e cumprir uma sequência lógica predefinida de operações. O software de Gestão de Produção desempenha, por isso, um papel fulcral e decisivo na eficiência e eficácia de uma fábrica de moldes. A utilização de robots articulados numa célula de fabrico na Indústria de Moldes, difere em muito da sua aplicação na

manipulação de peças numa máquina de injeção ou em execução de soldaduras numa linha de montagem automóvel, para citar apenas dois exemplos. Nestes casos, os robots executam um trabalho que se repete no tempo. Inicialmente, eles são “ensinados” e, a partir daí, basta repetirem as operações de movimento, abertura e fecho de garras, início e paragem de soldadura, etc. Poderão ser atuados por autómatos os quais, por sua vez, recebem informação de sensores e atuadores do respetivo processo. Quando falamos de uma Célula de Fabrico Inteligente, o caso é diametralmente oposto. Digo isto, porque nunca uma sequência de movimentos se repete no tempo. Não se repete porque falamos de peças diferentes, onde diferem as gamas de operações de peça, diferem os programas por operação e também porque há uma quantidade de imponderáveis a acontecer num dado momento que altera a sequência lógica do processo. A Célula de Fabrico baseia-se na alimentação automática de várias máquinas da mesma tecnologia ou de tecnologias diferentes, mas de forma integrada. Esta alimentação (de peças e/ou ferramentas) pode ser feita de forma automática ou manual. Quando automática, a alimentação consegue-se através de magazines com braços lineares ou através de robots articulados com alcance circular ou montados em carril. Esta última topologia permite a alimentação de um número superior de máquinas. O carril terá de ser dimensionado ao espaço e ao número e tamanho de máquinas a alimentar. A par desta alimentação automática, temos de poder fazer intervir no processo operações ma-


nuais, que devem ser geridas centralmente pela mesma aplicação informática de forma que o processo decorra integrado. Dou como exemplo uma máquina de erosão de penetração (EDM) que é alimentada de elétrodos por um robot articulado e, a par disto, é alimentada manualmente de peças de aço, com recurso a uma ponte rolante. De todas as formas de alimentação automática, aquela que, a meu ver, irá ser preponderante no futuro, é esta última, ou seja, a que é conseguida por robot articulado, tipicamente de 6 eixos multifunção, pois permite uma ampla gama de utilização, tanto ao nível dos diferentes tipos de peça e ferramenta manipulados, como de pesos das mesmas, como ainda da amplitude de movimento que, como foi citado anteriormente, pode ser muito abrangente se montado em carril. É muito flexível pois permite, num futuro, redefinir a célula com integração de novas máquinas ou mudança da disposição das mesmas. Ora, o software que gere uma Célula de Fabrico tem de ser responsivo. Isto significa que tem de estar preparado para tomar decisões não só para comportamentos lineares normais como para os não lineares e/ou não normais. O sistema deve ser tolerante a falhas. O tempo médio entre falhas (MTBF- Mean Time Between Failures) será uma medida importante para avaliamos a fiabilidade da célula. As falhas só podem acontecer em caso de ocorrências externas, como poderá ser o caso de falha elétrica. Em caso de falha, o sistema deve poder restaurar-se de forma automática e em tempo recorde (5 min será o tempo máximo admissível). No caso da Indústria de Moldes, são exemplos de utilização deste conceito, células com tecnologias de fresagem, controlo dimensional, erosão de penetração, erosão de fio e até retificação. O software de célula tem de gerir a gama de operações por peça, o processo de fabricação delineado, mas também e não menos importante, tem de conhecer ao detalhe cada uma das tecnologias envolvidas. O que pretendo afirmar é que não basta uma aplicação de gestão de processo e operações mas é necessário que ela controle o mais ínfimo detalhe de fabrico para poder tomar decisões corretas e em tempo real. Por outro lado, aos utilizadores, deverão ser disponibilizadas ferramentas que lhes permitam interagir de forma fácil e ágil com o sistema. Todos os dados passíveis de entrar automaticamente na base de dados (BD) sem intervenção humana, devem sê-lo efetivamente. Por outro lado, nunca duas introduções do mesmo dado podem ocorrer. Os dados devem ter um único local onde constam na BD devidamente relacionados. Outra chave importante para a fiabilidade é a virtualização do sistema, tema sobre o qual não me irei debruçar neste artigo. Para os conhecedores do fabrico de moldes, dou como exemplo da inteligência que deve nortear uma aplicação deste tipo, as duas situações seguintes (muito comuns no dia-a-dia dos profissionais deste sector).

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Na primeira situação, imaginemos uma peça numa fresadora e um programa CAM que foi enviado para execução. O programa executou corretamente mas, quando a máquina foi verificar a ferramenta, esta apresentava um desgaste superior ao admitido. Neste caso, há que tomar uma decisão diferente da que se tomaria caso a ferramenta se continuasse a apresentar como “boa para trabalho”. Tipicamente, busca-se uma ferramenta com as mesmas caraterísticas da anterior (Gémea) e repete-se o programa. Mas há quem prefira retirar a peça da máquina para análise e tomar uma decisão posterior. Neste caso, o robot de célula tem de remover a peça e continuar a alimentar a fresadora com peças cujos programas não dependam da referida ferramenta invalidada. Outro exemplo é o elétrodo que, após ser fresado, entra no controlo dimensional. Poderá ser validado ou não, em função das cotas reais obtidas nos pontos controlados ou de desvios eventualmente medidos nas faces de referência (também conhecidas na gíria moldista como mestras). Se o elétrodo não for validado, o número de respostas que o sistema pode dar é variado. A aplicação pode simplesmente suspender o elétrodo, esperando definição posterior de um operador. Pode também dar entrada imediata em produção de um novo elétrodo com a mesma forma. Pode ainda repetir os programas no mesmo material numa cota Dz mm abaixo e compensar, de imediato, os pontos de erosão associados. Caso o elétrodo seja dado como válido mas com desvios lineares ou angulares, esses desvios devem ser automaticamente introduzidos pelo sistema nos pontos de erosão. Enfim, estas são apenas algumas das competências que um software integrado de Gestão e Automação deve possuir. A entrada dos robots na Indústria de Moldes demorou pela complexidade, imponderáveis de processo e não repetibilidade de operações. A Indústria 4.0 está aí a bater-nos à porta. Agora chegados, os robots não mais sairão e são, presentemente, apostas ganhas em várias empresas, em Portugal e no mundo. Dado o interesse cada vez maior dos gestores, estou certo de que este será um tema em foco na edição da EMAF, deste ano de 2016.

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Regras de Ouro

PARA CAPTAR E RETER OS MELHORES RECURSOS HUMANOS NAS EMPRESAS DE MOLDES Liliana Vitorino - Docente na ESTG-IPLeiria; doutorada pela Universidade do Minho Daniela Sousa – Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa

Nos últimos anos, apesar da expansão das indústrias do setor de moldes e do investimento que as empresas têm realizado nas suas unidades - nomeadamente na modernização de instalações e de equipamentos, permitindo aos colaboradores trabalhar num ambiente de conforto, com acesso a máquinas e processos que estimulam a aprendizagem constante e proporcionam a progressão na carreira profissional - os empresários e os centros de saber ligados ao setor apontam um dos maiores problemas com que se depara a indústria de moldes: a escassez de recursos humanos qualificados. O problema, salientam os empresários, é que este constrangimento tenderá a evidenciar-se cada vez mais à medida que os colaboradores mais experientes, hoje com 30 ou 40 anos de atividade, forem deixando de estar no ativo. Urge assim captar o interesse dos jovens pela indústria de moldes, antes que a escassez de determinados profissionais condicione a espiral de crescimento do setor. Para perceber o que está a afastar os recursos humanos do setor e formular recomendações a serem colocadas em prática pelos centros de saber e pelas empresas, procedeuse à realização de um estudo divido em várias fases: 1.ª – efetuou-se uma revisão da literatura para contextualizar a indústria e os centros de saber ligados ao setor; 2.ª - realizaram-se entrevistas de profundidade a empresários do setor; 3.ª - realizaram-se 66 inquéritos a formandos do Núcleo da Marinha Grande do Cenfim, a 22 estudantes de cursos TESP (Técnicos Superiores Profissionais) da ESTG/IPLeiria e a 53 estudantes de licenciatura da mesma escola (sendo que todos os formandos e estudantes frequentavam cursos ligados ao setor). Dos dados obtidos através das entrevistas de profundidade e dos inquéritos aplicados surgiram sugestões de maior destaque, que poderão ser a regra de ouro na retenção dos recursos humanos. Eis os principais resultados:

Como devem agir os empresários? Recomenda-se às empresas de moldes que divulguem os seus valores e necessidades junto dos centros de saber, para que estes consigam adaptar melhor os seus planos curriculares às expectativas/carências do mercado de trabalho. Consigam produzir, por exemplo, teses de mestrado ou de doutoramento que respondam a uma necessidade

concreta da empresa. As empresas devem alinhar/abrir-se aos estágios e às visitas realizadas pelos centros de saber, para que os alunos que nelas estagiem possam reconhecê-las como possíveis empregadoras pós-curso. De salientar que para muitos jovens alunos que frequentam cursos no Núcleo do Cenfim da Marinha Grande, as suas “empresas de sonho” estão nesta região e são aquelas onde tiveram boas experiências de estágio. Seguindo o exemplo do que já acontece com a Siemens, em Portugal, será útil criar eventos em contexto escolar capazes de envolver alunos e pais em torno de tecnologia/inovação criada pela indústria de moldes. Bolsas e prémios que motivem alunos a optar por cursos relacionados com o setor são outras das formas de captar alunos ou recém-licenciados para o cluster. Para que não se deparem com a necessidade imediata de integrar colaboradores qualificados, para a qual o mercado/centros de saber possam não ter capacidade de resposta, no imediato, recomenda-se que as empresas sejam capazes de implementar verdadeiros departamentos de recursos humanos nas suas unidades, para antecipar necessidades, para que não tenham de concorrer entre si e subtrair recursos humanos umas às outras ou pagar preços incomportáveis pela escassa mão de obra que encontrarem. Ou seja, sugere-se que procurem atempadamente os seus recursos humanos e consigam desta forma reter talentos. A indústria de moldes deve também apostar na comunicação de valores importantes para os recursos humanos que quer captar. Da sua mensagem deve constar a boa remuneração e a segurança oferecida pelo emprego, que foram muito valorizadas pelos estudantes inquiridos. Muitos jovens poderão estar a optar por sair do país por desconhecerem alternativas dentro de fronteiras, que oferecem remuneração e segurança de emprego, como é o caso da indústria de moldes. Logo, os cursos relacionados com moldes deverão ser promovidos também junto de jovens que habitem em zonas do interior do país, onde a oferta de emprego escasseia. Este desejo de boa remuneração e estabilidade leva a concluir também que a indústria de moldes deve comunicar não só com os mais jovens, mas também poderá fazê-lo com os recursos humanos mais velhos: desempregados ou ativos que desejem fazer uma reconversão da sua carreira


para garantir emprego/melhor remuneração. Acredita-se que pessoas com faixa etária mais elevada terão mais compromissos a honrar (empréstimos, educação dos filhos, etc.) do que os mais jovens, e estarão menos tentados a arriscar e a mudar sistematicamente de empresa, o que também é apontado como problema grave pelos empregadores desta indústria. Os horários longos e incertos são um dos pontos de afastamento dos recursos humanos em relação à indústria de moldes, uma carga horária/entrega que muitos empresários não terão capacidade de compensar devidamente, pelo menos logo no início das carreiras dos seus colaboradores. Tendo em conta que são grandes as expectativas de melhores salários, sobretudo por parte dos jovens engenheiros, os empregadores devem considerar a possibilidade de incrementar o vencimento, ou compensar a dedicação com outro tipo de benefícios (por exemplo: seguros de saúde, apoios na educação dos filhos, serviços domiciliários para trabalhadores com pais idosos, construção de ginásio ou creche nas empresas, programas de férias para filhos de funcionários, entre outros). Isto sob pena de as empresas de moldes perderem engenheiros para outras áreas que se lhes mostrem mais lucrativas desde o início. Como os alunos do curso profissional do Cenfim se mostraram mais interessados em executar e os alunos dos cursos TESP e de licenciatura (da ESTG-IPLeiria) se mostraram mais interessados em projetar, as empresas de moldes devem tentar captar alunos em ciclo de ensino mais baixo

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para suprir necessidades operacionais, ao passo que devem tentar captar os estudantes de ensino superior, de engenharia, para trabalhos mais conceptuais, de projeto, de liderança.

Como devem agir as escolas e os centros de formação? Os trabalhos que venham a ser desenvolvidos pelas instituições de ensino devem manter-se na linha da aproximação com a indústria, promovendo o cruzamento das escolas com as empresas. À imagem do que sucede já no ensino profissional – veja-se o caso do Núcleo do Cenfim da Marinha Grande - também os cursos superiores com algum tipo de relação/empregabilidade na indústria de moldes devem potenciar muito a sua vertente prática. Tal como no Cenfim, recomenda-se que os cursos TESP e de licenciatura relacionados com a indústria de moldes ofereçam estágio desde o início ao fim do curso, para esclarecer e familiarizar os alunos com esta indústria, para quando chegarem ao terreno serem conhecedores, rentáveis e reconhecidos pelas indústrias que os empregam. Para fomentar e consolidar esta ligação, são desejáveis cursos profissionais e superiores com disciplinas ministradas por empresários, quadros e técnicos experientes na indústria de moldes. Também as teses de mestrado e de doutoramento ou outros projetos enquadrados em cursos superiores devem ter preocupação de responder a problemas práticos/reais das indústrias.

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Será ainda desejável instituir no ensino superior uma licenciatura específica de Engenharia de Moldes ou, por exemplo, criar várias disciplinas/variantes sobre moldes no curso de Engenharia Mecânica. Serviria para prestigiar o setor e criar um curso orientado para a indústria, ou seja, capaz de responder a especificidades exigidas por estas empresas.

Que públicos captar? Embora as empresas de moldes se componham maioritariamente por colaboradores do sexo masculino, e os cursos relacionados com o setor sejam compostos, em todas as fases de ensino, sobretudo por rapazes, existem já mulheres interessadas em estudar em cursos relacionados com moldes e há, no seio dos empresários, reconhecimento de que a mão de obra feminina pode desempenhar um papel ainda maior nas empresas no contexto da produção, pelo que será interessante reforçar a comunicação de marketing dirigida ao público feminino. Por outro lado, muitos jovens que frequentam formação do Cenfim revelam ter tido dificuldade durante o ensino básico, tendo reprovado várias vezes até chegarem aos atuais cursos da área de moldes. São jovens que dão preferência às disciplinas práticas, oficinais, e que não se interessam tanto por disciplinas teóricas ou da área das línguas. Todos os alunos que até ao 3.º ciclo do ensino básico manifestem menos aptidão para teoria e melhores resultados em áreas práticas podem por isso ser vistos como público-alvo para indústria de moldes. A comunicação com os professores e os psicólogos pode permitir apurar quais os potenciais interessados em estudar/trabalhar no setor e orientá-los para esses cursos. Verifica-se ainda que nos diferentes níveis de ensino, além de muitos alunos serem naturais dos concelhos onde as escolas estão sediadas (Marinha Grande e Leiria), os cursos que se relacionam com moldes já têm capacidade para captar outros estudantes de concelhos limítrofes e até de zonas bastante distantes. Será fundamental amplificar a comunicação dos cursos e da indústria de moldes não apenas a toda a região de Leiria, mas a outros locais do país onde o interesse/conhecimento sobre este setor revela ainda grande margem para crescer. No caso das escolas que fiquem mais afastadas dos grandes clusters de moldes, sugere-se que a promoção/ensino de cursos sobre esta indústria possa ser auxiliada por novas tecnologias, capazes de replicar a realidade das empresas de moldes com as quais estes jovens poderão vir a trabalhar no futuro. É uma forma de ensino à distância que mantém os alunos ligados/conhecedores do setor e de forma lúdica. A mesma ferramenta tem utilidade nos cursos de ensino superior, a dar “experiência virtual” aos estudantes antes de avançarem para os períodos de estágio. Pode desconstruir a priori mitos, esclarecer dúvidas e permitir resolver problemas do quotidiano.

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Que meios usar para comunicar com cada um dos públicos? As mensagens de marketing devem ser diferenciadas para cada um dos públicos. Uma vez que as “empresas de sonho” dos alunos do curso profissional estão na região, mais próximas, consideramos que a mensagem de comunicação dirigida a estes estudantes deve ser no sentido de mostrar que através do setor encontrarão rapidamente emprego e uma imediata integração no mercado de trabalho. Não esqueçamos que muitos deles são estudantes que já repetiram vários anos letivos antes de chegar ao curso de moldes, precisamente por não se reverem nos estudos/teoria e preferirem partir logo para a prática. De referir ainda que os alunos que estão a frequentar cursos no Cenfim, começam logo a receber uma bolsa, o que leva a crer que algumas das suas famílias também carecem desta resposta rápida, para que os jovens deixem mais rapidamente de pesar no orçamento familiar. Já atendendo as respostas dos jovens que frequentam engenharia no ensino superior, as mensagens de comunicação deverão associar-se ao prestígio, remuneração e possibilidade de ascensão social, mensagens que podem falar sobre o trabalho que é desenvolvido nas empresas da região, lado a lado, com os seus grandes nomes de referência: desde as mais prestigiadas marcas de automóveis até à NASA. Por fim, os meios a usar para captar cada um dos alvos devem ser distintos. Nas faixas etárias mais jovens, uma vez que os alunos afirmaram ter tido conhecimento do curso e da indústria de moldes sobretudo através dos pais, as mensagens devem ser dirigidas não só aos alunos, mas, muito importante, também às suas famílias. Isso pode passar pela criação de folhetos informativos, a deixar nas escolas – acredita-se que professores e psicólogos escolares percebem quais os alunos mais adeptos de cursos práticos – ou nas empresas, para que os próprios empresários possam distribuir pelos seus colaboradores que tenham filhos em idade escolar. Isto porque percebe-se também que muitos estudantes na área de moldes no curso profissional vêm de famílias que trabalham ou já trabalharam no setor. Através da imprensa escrita local, ou rádios locais, também será possível atingir a população que não reside na região, mas um pouco por todo o país. São meios importantes de divulgação dos moldes junto das famílias e, por essa via, junto dos seus filhos em idade escolar. Acrescentamos que os eventos sobre oferta formativa/moldes descentralizados, em escolas, centros de negócios noutras regiões do país, que não apenas Marinha Grande e Oliveira de Azeméis, podem ter muita relevância na captação de estudantes/recursos humanos. Não só para ciclos de ensino mais baixos (9.º ano), antes de iniciarem o secundário, como para finalistas do ensino secundário que têm de escolher um curso superior, e até na perspetiva de reconversão profissional de ativos/desempregados no interior do país. Como os estudantes de TESP e de licenciatura tomaram co-


nhecimento sobre cursos de moldes sobretudo através da internet, para esta faixa etária será importante acionar campanhas de comunicação digitais, que passem pelos diferentes veículos. Ou seja, seria vantajoso, em futuras investigações, e envolvendo jovens estudantes destas faixas etárias, apurar que tipo de rede social da internet se adequa melhor à captação de recursos humanos para a indústria de moldes.

Conclusão: Travar o problema da escassez de recursos humanos qualificados na indústria de moldes exige a tomada de inúmeras medidas, concertadas e multidisciplinares, que devem ser levadas a cabo por diferentes agentes sociais: desde escolas e centros de formação e de investigação de vários graus de ensino, passando pelas empresas e até pelos municípios onde se inserem os estabelecimentos de ensino e as empresas com ligação ao setor. Da parte da escola espera-se cada vez maior ligação às empresas de moldes, com a adaptação crescente dos programas às necessidades reais das indústrias, com mais estágios, mais trabalhos de licenciatura, mestrado e outras pesquisas que deem resposta aos anseios concretos das empresas. Mas as empresas também não devem cingir o seu trabalho à engenharia, à execução dos moldes e à procura de mercados para exportar os seus produtos. Não se podem esquecer de tecer estratégias a longo prazo, para si mesmas e para o setor, que passem por captar e reter recur-

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sos humanos qualificados, sob pena de comprometerem o seu crescimento desta indústria. Esse trabalho passa por comunicar mais com as escolas, encarar os estágios dos alunos não como perda de tempo mas como um ganho a longo prazo, chamar a si as escolas e os centros de investigação para resolver problemas concretos da empresa, e deixar de pensar que a falta de um colaborador se resolve no imediato. É para perceber que tipo de colaboradores uma empresa vai precisar, e quando, e idealizar iniciativas para reter os melhores profissionais, que servem os departamentos de recursos humanos, cada vez mais uma peça-chave nestas indústrias. E com a colaboração de todos os parceiros (escolas, empresas e municípios, etc.) é preciso pensar em novas formas de informar os jovens para a empregabilidade do setor, uma informação que ainda é desconhecida por grande parte do público, sobretudo à medida que nos afastamos do litoral e do eixo Marinha Grande – Leiria – Oliveira de Azeméis. Encontrar trabalhadores para a indústria de moldes pode passar por conquistar jovens, reconverter carreiras de adultos, abrir o foco de abordagem ao público feminino, e todos esses recursos tanto podem estar perto como noutras regiões do país. É atendendo a todas estas premissas, que quer a CEFAMOL quer a ESTG/IPLeiria têm vindo a acompanhar e a colaborar com esta investigação, com o objetivo de desenvolver conjuntamente um plano integrado de ações que ajudem a colmatar/minimizar algumas das necessidades identificadas.

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21 empresas associadas visitam a Volkswagen Autoeuropa Portugal, apresentando requisitos e processos de validação e de qualidade inerentes à incorporação das peças e componentes gerados por moldes e ferramentas especiais. A visita foi conduzida pelos responsáveis da relação com fornecedores, sendo as diferentes áreas visitadas (prensas, centro de medições, montagem e qualidade) apresentadas pelos diferentes responsáveis destas unidades.

No âmbito da colaboração que tem vindo a ser desenvolvida, ao longo dos últimos, anos com a Volkswagen Autoeuropa, a CEFAMOL organizou no passado dia 20 de setembro, uma visita formativa à unidade industrial localizada em Palmela. Esta iniciativa permitiu dar a conhecer o processo produtivo da maior empresa do sector automóvel localizada em

Contando com a participação de 21 empresas associadas da CEFAMOL, esta foi uma excelente oportunidade para conhecer, mais em pormenor, a atividade do segundo maior exportador nacional, os seus projetos desenvolvimento, gerando conhecimento e uma interação que permita que os novos modelos desenvolvidos em Portugal possam, cada vez mais, integrar e incorporar produtos e componentes nacionais, principalmente os originados pela atividade da Indústria Portuguesa de Moldes.

Missão Empresarial na Roménia tiva teve uma primeira sessão nas instalações da DACIA-RENAULT, onde, para além das equipas de engenharia, desenvolvimento e compras desta empresa, estiveram presentes vários dos seus fornecedores de primeira linha. A sessão contou ainda com o apoio da ACAROM – Associação Romena da Indústria Automóvel, que mobilizou alguns dos seus associados para a mesma.

A CEFAMOL organizou e promoveu entre os dias 4 e 6 de julho uma Missão Empresarial na Roménia, a qual permitiu a dinamização de apresentações do sector e das empresas participantes, seguidas de contactos bilaterais com potenciais clientes locais, com especial incidência em fornecedores da indústria automóvel. Sob a referência “Portuguese Toolmaking Day”, esta inicia-

A segunda sessão foi realizada com o apoio da ASPAPLAST – Associação Romena da Indústria de Plásticos, tendo sido registada a presença de algumas empresas suas associadas com as quais os participantes nacionais interagiram e apresentaram as suas capacidades e competências. A Missão, que contou com apoio da delegação local da AICEP, integrou as empresas E&T, Geco, GLN Molds, Moldit, Moldoeste, Simoldes e TJ Moldes.


CEFAMOL organiza Missão Empresarial na China Promovida pela CEFAMOL, foi organizada uma Missão Empresarial à China com o objetivo de possibilitar aos participantes uma análise do mercado, as suas tendências de desenvolvimento, o contacto e reuniões com empresas de moldes locais, assim como alguns dos construtores automóveis com unidades localizadas nas regiões visitadas. Esta Missão, enquadrada no projeto de promoção internacional ”Engineering & Tooling from Portugal 2015-16”, desenrolou-se entre os dias 4 e 9 de setembro de 2016 nas regiões de Pequim, Tianjin, Shenyang e Qingdao, contando a mesma com a participação das empresas Iberomoldes, Moldegama, Moldit, Moldworld e TJ Moldes. Na cidade de Pequim (Beijing), os participantes, para além do encontro com a Delegada da AICEP no país, tiveram oportunidade de reunir com a Associação Chinesa da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais (CDMIA), o que permitiu um conhecimento mais profundo do desenvolvimento do sector no país e o seu posicionamento no mercado internacional. Na capital do país mais populoso do mundo, assim como nas cidades de Tianjin, Shenyang e Qingdao, para além de visitas a empresas de moldes e plásticos locais, foi possível à Delegação nacional ter contacto com fornecedores de tecnologia e equipamentos e, in loco, conhecer alguns dos mais recentes desenvolvimentos da indústria automóvel local. Destacam-se, neste ponto, as visitas efetuadas às unidades produtivas e de montagem das empresas Beijing Benz Automotive, FAW Toyota e Brilliance BMW.

Salienta-se o reconhecimento das empresas chinesas sobre a oferta nacional (existindo uma imagem muito positiva do nosso sector junto das mesmas), a qual certamente deriva do posicionamento que tem sido atingido pela Indústria Portuguesa de Moldes ao longo das últimas décadas, não esquecendo os resultados da campanha de imagem que tem vindo a ser dinamizada no mercado internacional. A China é, atualmente, o maior mercado mundial de moldes e ferramentas especiais em termos de produção, consumo e exportação, acolhendo cada vez mais empresas multinacionais que operam nas indústrias automóvel, eletrónica, eletrodomésticos ou comunicações, entre outras de alto valor acrescentado, e que, todos os anos, tem apresentado um crescimento assinalável e uma representatividade crescente no mercado internacional que, obviamente, permitem o desenvolvimento técnico de competências e entrada em novos projetos. Esta visita permitiu às empresas nacionais conhecer algumas das oportunidades e desafios que o sector enfrenta nesta região, observar projetos de investimento e colaboração que estão a ser dinamizados em novos parques industriais e que no âmbito da estratégia de dinamização do cluster “Engineering & Tooling”, serão referências para continuar a acompanhar no futuro.

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Participação coletiva nos “Plastics Meetings Lyon”

A importância do mercado francês nas exportações nacionais e o impacto positivo da presença de empresas nacionais em certames neste mercado, foram fatores decisivos para a organização da participação coletiva no evento “Plastics Meetings Lyon” dinamizado pela CEFAMOL.

daquele que é o terceiro mercado mais importante para as exportações da indústria. Estiveram presentes nesta iniciativa, que decorreu nos dias 28 e 29 de junho, na histórica cidade de Lyon (França), a Moldes RP, a Moldworld, a Proaz e a CEFAMOL.

Esta presença, à semelhança de outras que têm vindo a ser dinamizadas nos mesmos moldes, permitiu um contacto mais ágil e direto com potenciais clientes do sector, oriundos de diferentes áreas de atividade, neste caso concreto

Glasstec 2016: Sector Reforça Posição na Maior Feira Mundial Dedicada ao Vidro Respeitando a linha estratégica traçada para a indústria nacional de “Engineering & Tooling”, a CEFAMOL promoveu novamente a participação coletiva na feira internacional Glasstec, dedicada à Indústria de Vidro, nomeadamente à produção, processamento e produto final. Este certame realizou-se entre os dias 23 e 26 de outubro, na cidade de Dusseldorf (Alemanha). Durante os quatro dias de exposição, a Glasstec 2016 provou manter o estatuto de feira líder a nível global para a indústria do vidro. O ambiente de feira, muito positivo, foi resultado dos níveis de confiança e do clima de investimento que se observou durante toda a semana, entre os 1 235 expositores provenientes de 52 países. Este ambiente só foi possível uma vez que a própria feira criou muita expetativa, atraindo assim mais de 40 200 visitantes para o centro de exposições da Messe Dusseldorf. A participação coletiva nacional ocupou mais de 120m2 de

exposição, divididos pelas 5 empresas nacionais integrantes da participação coletiva, nomeadamente: Intermolde, Metavil, Neckmolde, Plasglass e Vidrimolde. Apesar do certame ser recente, o feedback e as perspetivas de futuro para o sector são muito positivas, abrindo portas a novos projetos e investimentos, assim como à próxima edição desta feira, que se realizará em 2018, também na cidade de Dusseldorf.



BÉLGICA: O CENTRO DA EUROPA E DAS OPORTUNIDADES Maria Manuel Branco Diretora da Aicep em Bruxelas


Introdução Na sequência do pedido efetuado pela CEFAMOL a esta delegação da AICEP, a nossa proposta de comunicação aos agentes e empresas da Indústria de Moldes será dividida em dois grandes blocos. Numa primeira parte, apresentamos um enquadramento genérico sobre o mercado da Bélgica, com dados económicos e financeiros relevantes, bem como dados mais recentes do relacionamento bilateral entre Portugal e a Bélgica. Na segunda parte, abordamos as oportunidades que podem ser desenvolvidas para as empresas portuguesas do setor dos moldes, tendo em conta as características do mercado belga. Tendo em consideração, por um lado, o facto do setor ser um dos mais dinâmicos da economia portuguesa e Portugal ser um dos principais produtores mundiais de moldes para injeção de plástico, exportando cerca de 90% da sua produção, e, por outro lado, o facto de na Bélgica apresentar uma estrutura caracterizada e sistematizada, de forma repartida nos sub-setores do plástico, desenvolveremos este artigo a partir desta área industrial. A característica principal do setor belga de moldes é a sua presença constante nos sub-setores do plástico - os seus principais clientes - o setor automóvel, eletrónica, embalagem, construção, saúde, que dependem de uma indústria cada vez mais sofisticada e inovadora.

Bélgica – enquadramento económico A Bélgica é um país localizado na zona mais rica e densamente povoada da Europa, e faz fronteira com a França, Holanda, Luxemburgo e Alemanha.

Área: 30 528 Km2 População: 11,2 milhões de habitantes (2014) Densidade populacional: 367 hab./Km2 (2014) Designação oficial: Reino da Bélgica Forma de Estado: Monarquia Constitucional com uma estrutura política federal, dividida em três Regiões (Valónia, Flandres e Bruxelas). Fonte: EIU

troquímico, o farmacêutico e biotecnológico, agroalimentar, aeronáutico, automóvel (montagem), equipamentos, logística e tecnologias de informação. Além da sua posição geográfica privilegiada, a Bélgica tem ainda como capital uma cidade que é sede de várias organizações internacionais, como a Comissão Europeia, a NATO e o Parlamento Europeu, atraindo várias empresas multinacionais e grupos lobistas. Bruxelas é o segundo local do mundo, depois de Washington, com maior concentração de grupos de interesse.

Perspetivas da economia belga

A localização central da Bélgica, aliada à rede de infraestruturas que também a sustenta, facilita a sua componente fortemente exportadora, ocupando o 12º lugar a nível mundial como exportador de serviços e o 13º como exportador de bens (2014), tendo como principal destino os países vizinhos (Alemanha, França e Holanda).

Apesar da crise financeira, de acordo com dados do FMI, a Bélgica conseguiu manter uma posição relativamente robusta, contraindo apenas 1% em 2008 e 2.8% em 2009. No entanto, apesar de ter crescido 2.3% em 2010, a economia Belga voltou a desacelerar 1.8% em 2011, mas nos últimos anos tem registado uma evolução positiva. (0.2% em 2013 e 1.0% em 2014). De acordo com o Gabinete Federal do Planeamento, a economia belga deverá ter crescido 1.4% em 2015 (valor provisório), estimando-se 1.6% em 2016 e 1.7% em 2017, e prevendo-se a manutenção de 1,5% até 2020. Este crescimento deverá ser explicado pelo aumento das exportações, que deverão crescer 3.9% em 2015 e 2016 e uma média de 4% entre 2017 e 2020, e pela recuperação da procura interna, uma vez que o investimento deverá progredir em média 2.4% entre 2016 e 2020, por consequência da melhoria da confiança na economia, de melhor competitividade e melhores margens de lucro.

Os setores de maior competitividade são o químico e pe-

Sublinhe-se que, sendo a Bélgica uma economia extrema-

A Bélgica é reconhecida como uma das economias mais modernas do mundo, que registou um PIB per capita de 36.100 EUR, ocupando por isso um lugar de relevo a nível mundial, sendo a 25ª economia mundial (Banco Mundial) e a 9ª da União Europeia (2014). Detentora de uma rede de infraestruturas rodoviárias e portuárias de referência internacional, como o porto de Antuérpia (quinto porto mundial e primeiro cluster químico europeu) e o porto de Bruges (primeiro porto mundial em exportação e importação de automóveis novos).

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mente aberta e dependente do comércio internacional, com um peso das exportações no PIB de cerca de 84% (2014), é expectável que a performance da economia belga siga a evolução da economia europeia e da evolução dos mercados internacionais, que também têm sido alvo de impactos significativos derivados de fatores não económicos. Em relação às finanças públicas, a situação deve melhorar ao longo do tempo, com o défice a diminuir de 2.7% do PIB em 2015 para 1.1% do PIB em 2020. Esta melhoria deve-se à diminuição das taxas de juro da dívida pública e das medidas de austeridade e das reformas económicas levadas a cabo pelo novo Governo. Além disso, a dívida pública deverá diminuir de 106.9% do PIB em 2015 para 101.6% do PIB em 2020. Ao nível do comércio internacional, o gabinete federal prevê uma evolução bastante positiva das exportações, em consequência da melhoria das condições dos mercados parceiros da Bélgica, e da depreciação do euro e moderação salarial que conduzirá a importantes ganhos ao nível da competitividade dos produtos belgas. Como resultado, a Bélgica espera alcançar em 2015 uma balança comercial positiva pela primeira vez desde 2007, assim como um superavit na conta corrente de aproximadamente 2% do PIB (European Economic Forecast,, outono 2015). O top 10 de produtos exportados pela Bélgica, em 2014, de acordo com o International Trade Center (ITC) é o seguinte: petroquímicos, produtos farmacêuticos, veículos motorizaPerspetivas da Economia Belga 2015 (e)

2016 (p)

2017 - 2020 (p1)

PIB ( crescimento %)

1,4

1,2

1,6

Consumo Privado ( crescimento %)

1,3

0,9

1,2

Consumo Público (crescimento %)

0,3

0,1

0,7

Investimento (crescimento %)

2,2

-0,2

2,3

Exportações (bens + serviços, crescimento %)

3,5

4,1

4,0

Importações (bens + serviços, crescimento %)

3,9

3,3

3,8

Défice (% PIB)

-2,7

-2,5

-1,1

Dívida Pública (% PIB)

106,9

106,6

101,6

Nota: e - estimado; p (previsão); p1 valores médios (previsão) Fonte: Bureau Fédéral du Plan

MARKET REPORT

dos, químicos, maquinaria, plásticos, pedras preciosas, ferro e aço, tecnologia e produtos médicos e equipamentos eletrónicos. Por outro lado, e de acordo com a mesma fonte, os principais países importadores de produtos belgas foram a Alemanha, França, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos.

Relações económicas bilaterais Em relação às relações económicas e comerciais entre Portugal e a Bélgica, é de destacar a importância e o reconhecimento crescente das empresas portuguesas neste mercado, quer ao nível da exportação, internacionalização, parcerias e cooperação com mercados terceiros. Sinal claro desta aposta das empresas é o crescimento de 13% no número de empresas portuguesas que exportam para a Bélgica entre 2010 e 2014, que passou de 1.928 para 2.175. De acordo com os recentes dados publicados pelo Banco de Portugal e pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), referentes ao ano de 2015, ao nível do comércio de bens e serviços, a Bélgica ocupou o 7º lugar como fornecedor e o 9º lugar como cliente de Portugal, equivalente a uma quota de 2,6% das exportações portuguesas. Entre 2010 e 2015, as exportações portuguesas para a Bélgica cresceram cerca de 30%, aumentando de 1.463 M € para 1.905 M €. Importa ainda realçar que o setor dos serviços tem crescido gradualmente e representou em 2015 cerca de 41,3% do valor das exportações. Interessante será também evidenciar alguns valores relativos a 2015, em comparação com o ano anterior, no comércio com a Bélgica: a exportação de veículos e material de transporte cresceu 15%, as exportações de automóveis de passageiros e outros veículos de passageiros cresceram 36,5%, as Telecomunicações, Informática e Informação cresceram 27,8%. O fluxo de investimento de Portugal para a Bélgica passou, de 2014 para 2015, de 98,9 M€ para 716,2 M€, respetivamente. E, por sua vez, o fluxo de investimento da Bél-


mação (180 kg per capita) e produção de matérias plásticas (1.000 kg per capita), sendo a indústria considerada uma história de sucesso. Apesar da sua pequena dimensão, a Bélgica representa a nível Europeu 10% do total da produção de matérias plásticas e 5% de matérias plásticas transformadas. Não é por acaso que o ‘pai’ da indústria dos plásticos é um belga. Em 1907, Léo Baekeland, criou o primeiro plástico em 1907. Uma grande parte desta produção é direcionada para as exportações (70%) tendo sido em 2013 estes os principais mercados de destino dos plásticos: Alemanha (22%), França (14%), Holanda (8%), Reino Unido (7%) e Itália (7%). Desta forma, é um dos setores mais relevantes para a balança comercial belga, contribuindo com cerca de 8 mil milhões de euros. Também a associação dos fabricantes de plásticos ao nível europeu (PlasticsEurope), classifica a Bélgica, ao nível do consumo de plásticos, enquanto sétimo país da Europa. Os pontos fortes responsáveis pelo sucesso desta indústria são fáceis de identificar, tendo em conta o poder de compra existente no centro da Europa, a posição privilegiada de plataforma comercial, ao nível de logística/distribuição, que facilita o acesso a matérias-primas, o forte apoio estatal para promover a inovação e o investimento.

gica para Portugal, no mesmo período, cresceu de um valor negativo (-128,8 M€) para 446 M€. Os valores evidenciados demonstram que as empresas portuguesas têm vindo a considerar a Bélgica como um mercado de interesse crescente e curiosamente, pelos dados apontados pela CEFAMOL, a Bélgica não é um dos principais mercados de destino da indústria de moldes.

A indústria dos plásticos é uma indústria de elevado valor acrescentado, com uma componente tecnológica inovadora muito significativa, tendo registado, na Bélgica, um crescimento médio anual, entre 2001 e 2011, de 4,1 %, em termos de valor acrescentado, contra 1,8% para o resto da UE 28. Associado a esta tendência, os centros de investigação e a rede de institutos de investigação e universidades no setor dos plásticos têm-se vindo a multiplicar e diversificar para dar resposta às necessidades deste setor (Canaero, Centexbel, Certech, Materia Nova, Sirris e VKC – Technology Centre of Flanders’ Plastic Vision). Devemos salientar que os principais setores clientes da indústria dos plásticos na Bélgica coincidem com os principais clientes da indústria de moldes em Portugal: embalagens, construção, Automóvel e Transportes, Reciclagem, Eletrónica e Mobiliário e artigos médicos.

O setor dos Plásticos A Bélgica é um mercado de oportunidades, quer pela dinâmica dos diferentes setores que podem ser clientes de moldes, como também pela plataforma exportadora que este mercado representa, sobretudo no espaço europeu. O setor dos plásticos é um dos principais setores exportadores da Bélgica e tem mais do que uma Associação que se dedica ao estudo e promoção da indústria. A Federplast.be, enquanto associação belga dos produtores de artigos em plástico e borracha, representa cerca de 254 empresas e 23.000 trabalhadores, e segundo esta Associação, a Bélgica encontra-se no top mundial em transfor-

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ENGINEERING & TOOLING


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Embalagens O principal cliente, com 19% do mercado dos plásticos, são as embalagens: existem mais de 60 empresas fabricantes de embalagens (embalagens flexíveis, sacos, saquetas ou tubagens; embalagens rígidas como garrafas, recipientes e embalagens de espuma) e os setores que mais utilizam as embalagens são o agroalimentar, saúde e higiene e indústria e transporte (Federplast.be). O setor das embalagens é também um dos que mais investe na inovação e novas tecnologias de produção (como por exemplo na injeção, na termomoldagem e na extrusão), o que representa interessantes oportunidades para a indústria de moldes portuguesa. A sustentabilidade ambiental é uma das mais exigentes prioridades do setor, pelo que a reciclagem e reutilização das embalagens fazem parte das preocupações mundiais crescentes e afetam diretamente esta indústria. E a Bélgica é um dos países europeus com a melhor performance em termos de reciclagem. Só no ano de 2014, cerca de 600.000 toneladas de embalagens provenientes das empresas foram recicladas. Uma das tendências apontadas pelo Instituto Belga da Em-

MARKET REPORT

balagem é que em 2025 todas as embalagens produzidas sejam inteiramente biodegradáveis. Prevê-se ainda que as embalagens sejam cada vez mais produzidas à base de derivados de celulose e menos de petróleo, uma vez que a celulose as torna 100% biodegradáveis, trazendo inúmeros benefícios para a preservação do meio-ambiente.

Automóvel/Transporte O setor automóvel e equipamentos de transporte é o terceiro setor mais exportador da Bélgica (depois dos produtos químicos e maquinaria/equipamentos), tendo atingido cerca de 28.000 M€ em exportações (Agence pour le Commerce Extérieur, jan 2015-set 2015). Sendo o plástico um dos produtos utilizados nesta indústria, na Bélgica o terceiro cliente da indústria dos plásticos é o setor automóvel e transportes, que também é o principal cliente da indústria de moldes portuguesa. Neste âmbito, as associações Agoria - Fédération de l’industrie technologique e Febiac - Fédération Belge de l'Automobile & du Cycle, representam o setor automóvel na Bélgica e criaram juntas uma plataforma online para este


setor: BeAutomotive.be –“The website of the Belgian automotive industry”. A Bélgica é sinónimo de uma indústria automóvel dinâmica e exportadora, com sensivelmente 90% da produção do setor automóvel destinada à exportação. Mais de 300 empresas empregam aproximadamente 70.000 pessoas, representando 10% do total de emprego na indústria. Todos os anos, mais de 3 milhões de veículos são expedidos dos portos de Antuérpia e Bruges para o exterior, sendo o porto de Bruges o crucial em importação e exportação de viaturas novas. Vários produtores automóveis internacionais estão presentes no mercado Belga, como, por exemplo, a Opel, Ford, Audi, Volvo, Van Hool, Tuco, e Toyota. A Bélgica tem assim 3 unidades de montagem de viaturas ligeiras, uma unidade de montagem de viaturas pesadas de mercadorias e duas de produção de viaturas pesadas de passageiros. Todos os atores da indústria (OEM’s), fornecedores de componentes automóveis, tecnologia e serviços, têm uma relevante ligação com as universidades e centros de investigação. De acordo com a ACEA - European Automobile Manufacturers' Association, a Bélgica produziu em 2014 um total de 513.225 veículos, sendo o 9º maior produtor Europeu. Deste valor, a maioria são veículos de passageiros (481.642), seguido de veículos comerciais pesados (29.760) e veículos comerciais médios (1.823). O valor de produção média de veículos por trabalhador em 2012 foi de 13.9, apenas atrás da Espanha, com uma aposta forte no investimento em inovação e alta tecnologia. Estes valores confirmam a importância deste setor na Bélgica, que é um país bastante atrativo para a indústria automóvel, o que representa uma oportunidade clara para a indústria portuguesa. Em termos de consumo, a Bélgica foi o segundo país da UE com a maior quantidade de veículos de passageiros novos registados por 1000 habitantes, apenas atrás do Luxemburgo. Além disso, a Bélgica é um dos países com a maior percentagem de viaturas com menos de 2 anos e um dos países com a menor percentagem de viaturas com mais de 10 anos.

Tecnologia & Eletrónica No âmbito da tecnologia e da eletrónica existem oportunidades para a indústria de moldes. De acordo com a Agoria - Fédération de l’industrie technologique, estavam empregadas em 2014 cerca de 268.800 pessoas, num conjunto de 1.700 empresas, com um volume de negócios de 94.4 mil milhões de euros. Este setor é ainda responsável por 30% dos investimentos privados em I&D, por 9% do valor acrescentado do setor pri-

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vado, e exporta 66% da sua produção. O âmbito setorial da Agoria é muito abrangente, incluindo vários domínios como a tecnologia dos materiais, tecnologia da construção; mecatrónica e tecnologia de produção; aeronáutica, espaço, segurança e defesa. Todos estes setores são considerados setores estratégicos pela CEFAMOL, constituindo um mercado de oportunidades a explorar pelas empresas portuguesas de moldes. Destacamos a aeronáutica, espaço, segurança e defesa, que teve um crescimento, na Bélgica, de 6% em 2014 (Volume de negócios) e tem vindo a proporcionar crescentes oportunidades ao nível mundial, com uma elevada componente inovadora, com parcerias entre grupos nacionais e internacionais, altamente focadas na exportação. Esta indústria ganha especial relevância na Bélgica, por causa de organizações como a NATO ou a ESA. A indústria aeroespacial belga fabrica para grandes empresas, como a Airbus e a Boeing, e participa em diversos programas espaciais como o Ariane ou satélites como o SPOT. Entre as várias empresas do setor, podem destacar-se a Newtec, Alcatel ETCA, Sonaca, Spacebel, Verhaert Space, etc. A Belgospace, Associação Belga da Indústria Espacial, promove fortemente as relações do setor do espaço com o mundo académico e empresarial, difundindo e apoiando a investigação, a par da ESA, no desenvolvimento de novas tecnologias, satélites, etc. A Belgian Security & Defense Industry, representa 90% da indústria da segurança nacional e da defesa. É uma indústria conhecida pelos seus elevados níveis de alta tecnologia, e que envolve frequentemente a cooperação internacional entre outros países europeus e não europeus. Existem cerca de 15.000 pessoas empregadas nesta indústria, o que representa um volume de negócios de 1.5 mil milhões de euros e onde mais de 90% da produção é para exportação (50% para União Europeia e NATO).

Outros setores No sentido de fornecer informação que responda às prioridades e estratégia do setor de moldes em Portugal, evidenciaríamos apenas mais dois domínios onde certamente as empresas portuguesas têm características e know-how para explorar oportunidades de negócio e parcerias – Saúde e Energia/Ambiente. O setor da saúde é um dos mais relevantes no mercado belga e com maior potencial para a indústria dos plásticos e moldes, uma vez que os plásticos têm inúmeras vantagens ao nível da higiene, esterilidade, leveza, durabilidade, transparência e compatibilidade com outros materiais. Os plásticos são utilizados, cada vez mais, para várias aplicações cirúrgicas, nomeadamente nas ortopédicas.

ENGINEERING & TOOLING


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A Essenscia - Fédération belge des industries chimiques et des sciences de la vie, integra 800 empresas no setor da indústria química, matérias plásticas e ciências da vida. Em 2014, este setor foi responsável por cerca de 88.225 empregos diretos e 145.000 empregos indiretos, com um volume de negócios de 64.2 mil milhões de euros e um saldo comercial de 23 mil milhões de euros; gastou em I&D cerca de 3 mil milhões de euros, um aumento de 50% em 10 anos, sendo o setor com a mais forte intensidade de investimento em I&D da Bélgica. Em 10 anos, o volume de negócios deste setor passou a representar 23% do total da indústria na Bélgica. No total do setor, a transformação de matérias plásticas representa 21,7% do emprego total do setor. Além disso, no seu conjunto, a indústria química, matérias plásticas e ciências da vida exporta mais de 75% dos produtos produzidos. Relativamente ao Ambiente e Energia, trata-se de um setor que tem merecido uma especial atenção na Bélgica, por parte do Governo Federal e dos Governos Regionais, com a criação de várias políticas pró ambientais, investimentos em I&D e benefícios fiscais e a criação de pólos/plataformas de competitividade e apoio para startups e PMEs. Em 10 anos o número de empresas no setor da indústria do ambiente aumentou 44%, o volume de negócios cresceu 22% e o emprego 40% (Business.Belgium). O ambiente é uma das prioridades da agenda política mundial, ainda recentemente na Cimeira do Clima (COPS 21, 78.12.2015), em Paris se propuseram objetivos muito ambiciosos que podem abrir oportunidades para a indústria mundial, em termos de reforço de soluções inovadoras.

MARKET REPORT

setores cuja dinâmica e competitividade justifica um aumento das exportações portuguesas e das parcerias entre Portugal e a Bélgica, plataforma geograficamente inserida entre aqueles que são já os principais mercados clientes do setor de moldes português. As importações belgas de moldes (8480-Intenational Trade Centre,ITC) provenientes de Portugal cresceram 137% em 4 anos (2010-2014), correspondendo a uma subida, enquanto fornecedor da Bélgica, da 12ª posição para a 6ª posição. Estes números só demonstram a estratégia e o dinamismo das empresas portuguesas, que têm vindo a crescer no mercado, e acreditamos que a Bélgica tem as condições propícias para reforçar a internacionalização do setor de moldes. A AICEP na Bélgica, em colaboração com a Embaixada de Portugal, na sua função de apoio à competitividade externa dos setores económicos, está disponível para cooperar com o setor, nas iniciativas que o possam continuar a promover, bem como facilitar contactos com vista à realização de negócio, parcerias estratégicas, fornecimento de soluções integradas e inovadoras. Queria registar uma nota de agradecimento ao Dr Tiago Monteiro, estagiário da Embaixada de Portugal na Bélgica, no trabalho de apoio à investigação elaborada para a realização do presente artigo. •

Endereços Úteis: Associações Bilaterais:

Conclusão O setor de moldes em Portugal é um dos setores mais relevantes na economia portuguesa, com exportações para mais de 80 países. As cerca de 450 empresas e 7.640 trabalhadores fazem deste setor uma referência, com provas dadas e reconhecidas internacionalmente. Portugal, assim como a Bélgica, apesar de ser um pequeno país, tem qualidade, experiência acumulada, tecnologia, inovação, capacidade empresarial que projeta o país em todos os continentes, com números crescentes na produção, inovação e exportação. Os mercados mais importantes na exportação da indústria dos moldes portuguesa são a Alemanha, Espanha, França, República Checa e Reino Unido. A Bélgica representou 2% do total das exportações do setor, o que face aos fatores já apresentados poderemos afirmar que existe uma clara janela de oportunidade para reforçar a exploração deste setor na Bélgica. As Embalagens, o Automóvel, a Eletrónica e Tecnologias, a Aeronáutica, o Ambiente e a Saúde/Dispositivos Médicos são

Embaixada da Bélgica em Portugal Praça Marquês de Pombal, 14 – 6º 1269-024 Lisboa Tel.: (+351) 21 3170510 | Fax: (+ 351) 21 3561556 E-mail: lisbon@diplobel.be Web: www.diplomatie.be/lisbon Embaixada de Portugal na Bélgica Avenue Cortenbergh, 12 1040 Bruxelles - Belgique Tel.: (+32) 25 330 700 | Fax: (+32) 25 390 773 E-mail: bruxelas@mne.pt www.embaixadadeportugal.be Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa Av. Duque d'Ávila, 203 – 5.º 1050 - 082 Lisboa Tel.: (+351) 21 315 25 02/03 I Fax: (+351) 21 354 7738 E-mail: info@cclbl.com | www.cclbl.com/ Câmara de Comércio Belgo-Portuguesa BLD ANSPACH 111 1000 Bruxelles


Tél :+32 (0)2 2308323 Fax :+32(0)2 2306866 E-mail :ccportugal@skynet.be www.ccb-portugal.be

Investment Company for Flandres (GIMV) Karel Oomsstraat, 37 B-2018 Antwerpen - Belgique

aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE

Tel.: (+ 32) 32 902 100 | Fax: (+ 32) 32 902 105 E-mail: info@gimv.com | www.gimv.com

Rua Júlio Dinis, nº 748 – 8º e 9º Dto. 4050-012 PORTO

Chambre de Commerce et d’Industrie de Bruxelles (BECI)

Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399

Ave. Louise, 500 1050 Bruxelles – Belgique

Av. 5 de Outubro, 101

Tel.: (+ 32) 26 485 002 | Fax: (+ 32) 26 409 328

1050-051 LISBOA

E-mail: info@beci.be | www.beci.be

Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581 E-mail: aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt

Brussels Regional Investment Company (SRIB) Rue Stassart, 32 1050 Bruxelles – Belgique

aicep Portugal Global - Bruxelas

Tel.: (+ 32) 25 482 211 | Fax: (+ 32) 25 119 074

Avenue Cortenbergh, 12 Kortenberglaan

E-mail: info@srib.be | www.finance.brussels/

1040 Bruxelles - Belgique Tel: 00-32-2-286 43 40 Fax: 00-32-2-231 04 47 E-mail: aicep.brussels@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt/

Associações do setor: FEDERPLAST.BE - Association des Producteurs d'Articles en Matières Plastiques et Elastomères

Associações belgas para a promoção da economia e investimento:

Diamant Building Boulevard A. Reyers 80 B - 1030 Bruxelles - Belgique

Federal Agency for Foreign Investments Ministry of Economic Affairs - Service for Foreign Investments City Atrium C

Secrétaire général - Geert Scheys T +32 (0)2 238 97 39

Rue du Progrès, 50

F +32 (0)2 238 99 98

1210 Bruxelles - Belgique

E-mail: geert.scheys@federplast.be | www.federplast.be

Tel.: +32 277 69 13 | Fax: (+ 32) 22 775 306 / 0800 120 57 AGORIA - fédération de l’industrie technologique

E-mail:invest.belgium@economie.fgov.be | www.ib.fgov.be/

Diamant Building - Bd A. Reyers Ln 80b Wallonia Office for Exports and Foreign Investors (AWEX)

1030 Bruxelles - Belgique

Avenue des Dessus de Lives, 6

Tél. +32-2-706 78 00

5101 Namur - Belgique

www.agoria.be

Tel.: (+ 32) 81 332 850 | Fax: (+ 32) 81 332 869 Febiac - Fédération Belge de l'Automobile & du Cycle

E-mail: investinwallonia@investinwallonia.be www.investinwallonia.be

Boulevard de la Woluwe 46 bte 6 1200 Sint-Lambrechts-Woluwe - Belgique

Flanders Investment and Trade (FIT)

T 02 / 778.64.00

Koning Albert II-laan 37

F 02 / 762.81.71

1030 Brussels - Belgium

E-mail : info@febiac.be | www.febiac.be

Tel.: +32 2 504 87 11 | Essenscia - Fédération belge des industries chimiques et des sciences de la vie

E-mail: info@fitagency.be www.flandersinvestmentandtrade.com/

Diamant Building Brussels Invest & Export

Boulevard Auguste Reyers 80

–Belgique

1030 Bruxelles - Belgique

Avenue Louise 500

+32 (0)2 238 97 11

1050 Brussels

E-mail : info@essenscia.be | www.essenscia.be

Tel : +32 (0)2 800 40 63 | Fax : +32 (0)2 800 40 01 Plastiwin - Cluster Wallonie

www.investinbrussels.com

Pôle d'ingénierie des Matériaux de Wallonie (PiMW) Wallonia Regional Investment Company (SRIW)

B56 - Quartier polytech 2

Ave. Destenay, 13

Rue des Pôles, 1

4000 Liège - Belgique

4000 Liège – Belgique

Tel.: (+ 32) 42 219 811 | Fax: (+32) 42 219 999

E-mail : info@plastiwin.be www.clusters.wallonie.be/plastiwin-fr

E-mail: info@sriw.be | www.sriw.be

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Análise Comparativa Terceiro Trimestre 2011-2016

MERCADOS TRADICIONAIS

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS AMERICANOS

PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar




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