Ano 3
A Indústria Portuguesa de Moldes Marketing Internacional Parte I A Indústria de Moldes no Canadá
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Número 8 ı
Trimestral
ı Janeiro 2015
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es d l Mo e d sa e al u n g o ci rte I rtu a o ern P a aP i t r n gI ús t n d i n et k AI r Ma ias c í t No es d l Mo e ia d r t os ús adá d d a n A Io Can erc M n os d gal rtu o Po ã / nde luç Gra o a h arin Ev 3M 26
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MARKET REPORT
A Indústria Portuguesa de Moldes A Indústria Portuguesa de Moldes tem vindo a crescer e a consolidar a sua notoriedade no mercado internacional, impulsionada, quer pela procura externa, quer pelo conjunto de competências e capacidades produtivas que oferece aos seus clientes. Atualmente, o Sector Português de Moldes possui cerca de 450 empresas, com dimensão de PME, dedicadas à conceção, desenvolvimento e fabrico de moldes e ferramentas especiais, empregando cerca de 8.000 trabalhadores, com uma distribuição geográfica bipolar, designadamente nas regiões da Marinha Grande e Oliveira de Azeméis.
A análise da evolução da balança comercial ao longo dos últimos anos demonstra a forte vocação exportadora do Sector. O saldo da balança comercial registou uma tendência de crescimento nos anos considerados, tendo passado de 284,41 milhões de euros em 2004 para 405,15 milhões de euros em 2014.
Portugal encontra-se entre os principais fabricantes mundiais de moldes, nomeadamente, na área dos moldes para injeção de plásticos (8º a nível global, 4º a nível europeu), exportando atualmente mais de 85% da produção total. Em 2014, a exportação atingiu um valor superior a 560 milhões de euros – o melhor ano de sempre da Indústria em termos de produção e exportação pela terceira vez consecutiva – sendo o valor total de produção estimado em cerca de 660 milhões de Euros, facto representativo de que Portugal, ao longo dos anos, tem demonstrado uma elevada capacidade de adaptação às necessidades dos seus clientes e às evoluções, quer dos mercados, quer das tecnologias.
Fonte: AICEP e CEFAMOL
É um Sector inovador e de alta intensidade tecnológica que exporta a larga maioria da sua produção, tendo em 2014 como principais mercados a Espanha, Alemanha, França, Republica Checa, Reino Unido, Polónia e Estados Unidos. Valores Estimativos para o ano de 2014 Fonte: AICEP e CEFAMOL
A análise do gráfico anterior sublinha a forte orientação exportadora do Sector (a exportação nunca é inferior a 75% da produção), tendo o valor mais baixo sido registado nos anos associados à crise conjuntural registada nos últimos anos. Por outro lado, esta situação, que se verifica com maior intensidade desde 2004, também deriva do crescimento assinalável que a Indústria nacional, nomeadamente de plásticos, tem tido ao longo dos últimos anos, muitas vezes impulsionada pelo alargamento da cadeia de valor das empresas de moldes. Fonte: AICEP Unidade: milhões de Euros
O valor total das exportações portuguesas atingiu, em 2014, os 561 milhões de euros, sendo que as vendas foram efectuadas para 89 mercados (países) distintos, o que demonstra a dimensão internacional e global desta Indústria. Apresenta-se em seguida um quadro que melhor pode ilustrar a evolução dos mercados clientes, ao longo dos últimos anos.
Espera-se ao longo dos próximos anos uma alteração neste contexto, tendo em conta a re-industrialização da economia norte americana, a diminuição dos custos de produção locais, muito por força das redução dos custos de energia e, por último, a aproximação verificada em 2014 na relação Euro – Dólar, que torna o nosso Sector mais competitivo nesta região. Da análise dos dados do comércio externo português, relativos ao ano de 2014, salienta-se que os cinco principais
Fonte: CEFAMOL
Fonte: AICEP
Fonte: CEFAMOL
Em termos de importância das regiões económicas, mantém-se a preponderância do mercado europeu, principalmente comunitário, representando nos últimos anos, em média, 78% do total de exportações. Importa salientar o decréscimo de exportações para a América do Norte nos últimos anos. Esta diminuição é explicada essencialmente pela deslocalização de empresas clientes existentes neste mercado para países com baixos custos de mão-de-obra e pela forte depreciação do Dólar Americano face ao Euro.
destinos das exportações portuguesas foram: Espanha (23%), Alemanha (22%), França (15%), Republica Checa (7%) e Reino Unido (4%). Este grupo é seguido de um conjunto de mercados que representam individualmente 3% das exportações nacionais – Polónia, EUA e Suécia. O “top ten” dos mercados destino é completado pelo México e Bélgica, ambos com 2% do total das exportações. A informação estatística, referente às principais indústrias servidas pelo Sector de Moldes, faz sobressair a ideia de que a indústria automóvel tem vindo a consolidar o seu crescimento e importância no desenvolvimento do Sector, tendo evoluído de um peso relativo de apenas 14%, em 1991, para 74% em 2014. Outra indústria em destaque é a da embalagem, que tem vindo a crescer de uma forma sustentada, representando neste momento 10% da produção nacional de moldes. No entanto, regista-se a presença do Sector em outros sectores industriais de grande importância para o desenvolvimento de novos produtos na economia mundial, assim como a procura por novas áreas e nichos, tais como a indústria aeronáutica e de dispositivos médicos.
Fonte: AICEP/CEFAMOL
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ENGINEERING & TOOLING
Marketing Internacional
PARTE I Patrício Tavares - Cefamol
O que é o Marketing Internacional? “Marketing Internacional” consiste em encontrar e satisfazer as necessidades dos clientes globais melhor do que a concorrência, quer doméstica, quer internacional, e em coordenar as actividades de marketing dentro do constrangimento do meio envolvente” Terpsta e Sarathy (2000, p.4).
Apesar do conceito ser relativamente simples, as interpretações, assim como a perspetiva de abordagem aos mercados internacionais tendem a divergir mediante as políticas de gestão de cada empresa. Para uma organização a dar os primeiros passos no processo de internacionalização, poderão ser adotadas três perspetivas distintas de abordagem a novos mercados:
linhas de produção domésticas, através de economias de escala e escoamento de stocks.
Extensão de mercado; Multidoméstica; Global Na perspetiva de extensão do mercado, a primeira que vamos aqui abordar, o mercado interno permanece o focus da empresa, não havendo uma adaptação concreta a novos mercados, mas apenas uma extensão da oferta já existente. Nesta perspetiva, os produtos desenvolvidos para o mercado interno são vendidos em um ou vários novos mercados externos, não chegando sequer a haver uma adaptação do marketing mix (produto, preço, comunicação, distribuição) da empresa. Normalmente esta estratégia de internacionalização visa melhorar a rendibilidade das
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A perspetiva multidoméstica é muito mais flexível, pois promove a adaptação da estratégia inicial aos mercados externos abordados, ou seja, uma estratégia diferente para cada abordagem, com pouca interdependência entre os vários mercados, e em que a própria oferta pode variar completamente. A estratégia de marketing mix é adaptada a cada mercado, sendo as próprias práticas de gestão adaptadas ao ambiente cultural onde se inserem, obrigando, na maioria dos casos, à criação de sucursais pelos diferentes países. Nesta abordagem, as operações internacionais valem por si próprias, gerando negócio e lucro independentemente das operações em outros mercados.
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Por último, temos a perspetiva que tem por base a criação de uma estratégia global de abordagem aos mercados. Nesta perspetiva não podemos sequer falar de vários mercados pois o mundo é o único mercado. Esta estratégia de abordagem é caracterizada pelas unidades de mercado integradas à escala regional/global, pelos significativos segmentos de mercado com procura semelhante para o mesmo produto (worldwide) e pela estratégia de marketing mix global, estandardizado, apenas com ligeiras adaptações quando estritamente necessário.
A gestão nos mercados internacionais Estabelecida a modalidade de entrada em novos mercados, é necessário orientar a gestão para essa mesma perspetiva. Tais orientações estratégicas poderão ser definidas como etnocêntricas, policêntricas, geocêntricas ou regiocêntricas. Cada uma destas orientações enquadra-se com as perspetivas de internacionalização e abordagem de novos mercados, podendo ser feita uma correlação entre as mesmas. Por exemplo, na orientação etnocêntrica o país de origem é o mais importante, procurando o gestor apenas por mercados exteriores com semelhanças ao mercado nacional. No caso da orientação policêntrica, cada país anfitrião é único, sendo abordado de uma forma distinta e individual. Esta orientação de gestão é correspondente com a estratégia de internacionalizarão na perspectiva multidoméstica. Na vertente regiocêntrica, o gestor observa semelhanças e diferenças nos diversos mercados selecionados mas trata os mesmos como unidades de mercado integradas. Para os restantes mercados, adquire uma postura etnocêntrica ou policêntrica. A orientação geocêntrica, foca-se nas semelhanças e diferenças existentes no país de origem e nos países estrangeiros, fazendo uma segmentação de mercado transversal aos vários destinos da produção. Tanto a orientação regiocêntrica, como a geocêntrica, estão diretamente relacionadas com a estratégia de internacionalização na perspectiva global.
MARKET REPORT
As principais diferenças em competir no mercado global ou no mercado interno. A partir do momento que é tomada a decisão de internacionalizar um negócio, a empresa deverá adaptar as suas decisões à sua nova realidade, pois as diferenças no trabalho a desenvolver são consideráveis. Se ao trabalhar o mercado interno já é complicado conhecer completamente o público-alvo, o problema aumenta ao tentar conhecer diferentes públicos, que se transformam a ritmo e forma diferente. Podemos começar com a diferença mais lógica, o comportamento do consumidor nas várias realidades. Num país como Portugal, relativamente pequeno se comparado com grandes potências mundiais, conseguimos verificar diferenças no comportamento entre pessoas no Norte e pessoas no Sul, entre interior e as grandes cidades. Se assim é dentro de um país, as diferenças entre mercados são muito mais acentuadas, sendo necessário um cuidado por parte da empresa em adaptar o seu marketing mix a cada uma das realidades que se propõe abordar. Na teoria sociológica, o ser humano é considerado um elemento criado à imagem de uma sociedade, que ao desenvolver-se, modifica o seu meio envolvente, motivo pelo qual cada vez mais o marketing deixa de incidir sobre as massas, e passa a incidir sobre o indivíduo. A título de exemplo destacamos as páginas de compras online, onde o próprio sistema vai dando sugestões sobre outros produtos relacionados com o artigo que visualizou no primeiro acesso. Estas metodologias, desenvolvidas através de softwares CRM (Customer Relationship Management), são utilizados para estudar gostos, preferências e/ou necessidades, potenciando assim a atitude do consumidor. Compreenda-se por atitude do consumidor, as três relações que podem ser assumidas pelo mesmo face ao produto, nomeadamente, a cognitiva (conhecer), afetiva (gostar) e volitiva (agir). Outra diferença a considerar no mercado global, é o meio envolvente do Marketing. A estratégia definida para um mercado poderá não resultar em vários outros, pelo que é necessário fazer uma análise profunda do alvo através do estudo do seu ambiente político, económico, social, tecnológico, ambiental e legal. Após esta análise poderemos verificar se a estratégia no mercado de origem é compatível ou não com o novo ambiente empresarial. Temos vários exemplos de empresas que alteraram a sua oferta para se adaptar ao mercado, caso da McDonalds na Índia (trocou a carne de vaca nos hambúrgueres por carne de porco) ou da Mitsubishi na Espanha (alguns modelos têm nomes diferentes). O próprio custo unitário de cada produto/serviço altera-se com a decisão de abordar um novo mercado. Apesar da empresa poder beneficiar com o aumento da produção e com as economias de escala geradas, terá de ter em conta o es-
forço a ser feito na promoção do produto noutros canais de comunicação, assim como o custo de distribuição do mesmo nos novos mercados. Esta relação custo/benefício, assim como outras alternativas de abordagem, devem ser bem analisadas na tomada de decisão por parte de um gestor. Este tema remete-nos para os recursos e capacidades disponíveis na empresa, que terão um papel decisivo no processo de internacionalização. Os recursos, assim como as capacidades, podem ser divididos em dois grupos: os internos e os externos. Em termos de recursos internos à empresa, podemos dar os exemplos dos recursos humanos, do parque de máquinas, das patentes adquiridas, da política de gestão ou a disponibilidade financeira. Por recursos/capacidades externos podemos apontar para o apoio prestado pelo governo, agências de apoio empresarial, parcerias estratégicas, facilidade de crédito, acesso a formação especializada, entre outros. Noutra perspetiva, as políticas governamentais são também um factor a ter em consideração na decisão de internacionalizar uma empresa, pois pode em alguns casos facilitar, e em outros dificultar o processo. Vejamos o caso dos mercados da União Europeia, onde existe livre circulação de bens e serviços, facilitando o processo de exportação. No lado oposto temos o Brasil, onde as políticas protecionistas são barreiras à importação de moldes nacionais. Estas barreiras não podem no entanto ser vistas como “portas fechadas”, mas sim como desafios para as empresas fazerem mais e melhor, acrescentando valor ao seu produto, e minimizando assim a importância de tais obstáculos. Uma outra grande diferença em trabalhar um novo mercado, ou vários, são os objetivos estratégicos de uma empresa. A estratégia da empresa deve ser dinâmica e deve poder-se adaptar a cada uma das realidades onde a empresa está presente. Uma entidade com vários anos de experiência num determinado mercado, em circunstâncias normais, não deverá adotar a mesma estratégia de uma
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empresa que tenta introduzir um novo produto no mercado. Esta afirmação ganha ainda mais força se o novo produto for introduzido num novo mercado. A internacionalização de uma empresa traz no entanto consigo muitos riscos associados que, no caso de serem ignorados, poderão ser fatais se a empresa não estiver devidamente preparada. Estes riscos podem assumir variadas formas e surgir em qualquer altura. O Marketing assenta em três princípios básicos, sendo um deles a ideia que quanto maior for uma empresa, mais difícil é gerir a própria estrutura e o mercado abordado, pois torna-se mais complexo conhecer perfeitamente ambos. Isto por si só é um risco, pois um investimento mal calculado num novo mercado, pode pôr em causa vários bons investimentos no mercado de origem durante anos. No entanto não falamos apenas de riscos internos, o meio envolvente também cria riscos bem mais graves e, muitas vezes, impossíveis de controlar. Podemos dar os exemplos de catástrofes naturais, golpes de estado e governos hostis, greves em companhias de transporte, corrupção, pirataria e espionagem tecnológica, incompreensão das preferências dos clientes estrangeiros e das praticas de negócio no país de destino, entre outros, que podem pôr em causa o trabalho desenvolvido pela empresa. Mais uma vez afirmamos que as diferenças aqui apresentadas não devem ser vistas como barreiras intransponíveis, mas sim como desafios que o gestor moderno deve tentar ultrapassar com estratégias dinâmicas e inovadoras, dispondo de informação atualizada, recursos humanos/financeiros devidamente adequados e planos de contingência preparados. Apresentadas as diferenças entre competir a nível internacional ou no mercado interno, podemos facilmente concluir que a principal diferença estará na atitude mental, preparação e conhecimento dos gestores face aos novos mercados, à competição local e internacional que os mesmos geram e à diferenciação que deverá ser construída.
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MARKET REPORT
PLASTIMAGEN 2014: CEFAMOL promove abordagem colectiva ao mercado mexicano Esta ação permitiu aos participantes contactar com representantes de OEM’s presentes no mercado, alguns dos seus fornecedores de primeira linha, empresas locais de injeção de plástico ou fabrico de moldes, entre outros, o que possibilitou às empresas presentes um conhecimento mais profundo do mercado e a identificação, não só das suas necessidades, mas também de alguns dos seus requisitos operacionais.
A CEFAMOL promoveu uma vez mais a participação coletiva da Indústria de Portuguesa de Moldes na feira “Plastimagen 2014”, que decorreu na Cidade do México, mais concretamente entre os dias 18 e 21 de novembro. Esta ação, enquadrada no plano de promoção internacional “Engineering & Tooling from Portugal” dinamizado pela Associação, e que serve também de canal de promoção da marca coletiva da Indústria, contou com a presença de oito empresas portuguesas no Pavilhão Nacional, ocupando um total de cerca de 130m2 de exposição. As empresas presentes no Pavilhão Nacional foram: Geco, JDD Moldes, Moldegama, Moldes RP, SET, Socem, Tecnifreza e Tecnimoplas.
Esta ação contou com a visita oficial do Embaixador de Portugal no México, João Caetano da Silva, e do representante local da AICEP, Álvaro Cunha, a qual permitiu dar a conhecer o trabalho desenvolvido a nível coletivo e individual, assim como as expectativas de futuro para o incremento de negócios neste mercado. A próxima edição da feira “Plastimagen”, que certamente contará com a presença de um Pavilhão Nacional promovido pela CEFAMOL, está agendada para os dias 8 a 11 março de 2016.
CEFAMOL promove Presença Nacional na Feira Euromold plástico, Moliporex, Ribermold, Tecnimoplás, TJ Moldes e Steelplus. A edição deste ano, à imagem de edições anteriores, apresentou três espaços distintos dedicados à Indústria de Moldes onde se apresentaram fabricantes, fornecedores de tecnologias e equipamentos para o Sector, assim como empresas e instituições que operam nas áreas de prototipagem rápida, rapid tooling e conceção e desenvolvimento de novos produtos.
ntegrada no Plano de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal”, a CEFAMOL organiza a participação coletiva de empresas nacionais na 21ª edição da Feira “Euromold”, que se realiza entre os dias 25 e 28 de novembro de 2014, no centro de convenções de Frankfurt, na Alemanha. A presença coordenada pela CEFAMOL contou com a participação de 13 empresas nacionais: A. Silva Godinho, E&T, Engenhotec, Geco, Moldata, Moldene, Moldoeste, Moldo-
A grande novidade deste ano é a futura relocalização desta feira que já era tradicional na cidade de Frankfurt. A partir de Outubro de 2015, a Euromold passará a realizar-se no espaço da Messe Dusseldorf, o mesmo espaço onde se realiza a feira “K” a cada 3 anos. As inscrições para a feira Euromold do próximo ano podem já ser feitas, beneficiando do desconto de pré-inscrição oferecido pela feira até 31 de Dezembro bastando para o efeito que entrem em contacto com a CEFAMOL.
INTERPLASTICA 2015 – Indústria de Moldes Nacional Marca Posição no Mercado Russo no que diz respeito ao número de expositores e de visitantes no certame. Apesar de ainda não existirem dados oficiais referentes a este último item, notou-se uma maior afluência de empresas locais no segundo e terceiro dia do evento. A participação portuguesa integrada no Pavilhão Nacional organizado e dinamizado pela CEFAMOL, contou com a presença de quatro empresas do Sector - Geco, LN Moldes, Moldegama e Moldes RP - que ocuparam cerca de 100m2 de exposição.
No âmbito da campanha de imagem “Engineering & Tooling from Portugal” que tem vindo há alguns anos a ser consistentemente dinamizada no mercado russo, a CEFAMOL promoveu a participação coletiva de um grupo de empresas do Sector na feira “Interplastica”, que se realizou no final do passado mês de Janeiro, na cidade de Moscovo.
A CEFAMOL encontra-se neste momento a preparar o plano de ações a incluir no próximo projeto de promoção internacional do Sector, onde estará incluída a participação na próxima edição da feira “Interplastica”, que se realizará em Janeiro de 2016. Para efetuar a inscrição, ou para mais informações, os interessados deverão contactar os serviços da Associação.
Apesar da atual conjuntura política e económica da Rússia, não foram registadas na feira alterações significativas
CEFAMOL Organiza Missões Empresariais no Chile e África do Sul Integradas no Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal 2014-15”, a CEFAMOL irá organizar durante o primeiro semestre de 2015 duas Missões Empresariais, a primeira orientada para os mercados do Chile e Peru e a segunda para o mercado da África do Sul.
As duas ações promocionais organizadas pela CEFAMOL visam proporcionar às empresas participantes uma abordagem e contacto direto com potenciais clientes locais, permitindo a apresentação de competências e capacidade produtiva, identificando oportunidades de negócio ou cooperação nestes mercados.
A Missão Empresarial ao Chile e Peru está prevista ser realizada entre os dias 13 e 17 de Abril, estando as inscrições para esta ação abertas até ao próximo dia 19 de Janeiro.
Para efectuar a inscrição, ou para informações adicionais, os interessados deverão contactar os serviços da CEFAMOL através do e-mail patricio.tavares@cefamol.pt ou telefone 244 757 150.
A Missão Empresarial à África do Sul, realiza-se entre os dias 18 e 22 de Maio, sendo possível a inscrição até ao dia 21 de Janeiro.
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ENGINEERING & TOOLING
A INDÚSTRIA DE MOLDES NO CANADÁ Raul Travado AICEP Portugal Global, Toronto
A Economia canadiana, breve enquadramento e perspetivas O Canadá é o segundo maior país do Mundo em termos de extensão territorial. Tem atualmente uma população de 35,3 milhões de habitantes, com um PIB per-capita aproximado de US$44.859 (ppp), e que no geral goza de um elevado padrão de qualidade de vida. O Canadá é um dos países mais desenvolvidos do Mundo, membro do G7, do G20 e de muitas outras principais organizações internacionais. Tem uma economia forte, de grande dimensão, bastante sofisticada e aberta ao mercado global. É a 11a maior economia do Mundo em termos de PIB (IMF, 2013); o 12o exportador e importador mundial de mercadorias (WTO 2012); o 17o exportador e 11o importador de serviços (WTO 2012); e ainda o 10o emissor e recetor mundial em termos de fluxos de IDE (UNCTAD 2012). A economia canadiana continua a ser uma das mais competitivas à escala internacional, aparecendo na 14a posição, entre 148 países, no Índice de Competitividade Global 2013, do World Economic Forum. Com um baixo nível de desemprego, baixa inflação, défice pequeno, excelente notação de risco (AAA) e uma taxa de crescimento real do PIB de 2,0%, o Canadá registou em 2013 o segundo melhor Economic Performance Indicator (85,8) dentre os países do G7 [atrás da Alemanha (91,5) e muito acima dos EUA (80,0)]). O setor dos serviços tem um peso fundamental na economia deste país, representando cerca de 70% do PIB. Mas o Canadá tem igualmente setor industrial muito pujante e tecnologicamente avançado (28% do PIB) e é ainda um país riquíssimo em recursos naturais e energéticos. No contêxto norte-americano, a economia canadiana é em larga medida determinada pelo seu enquadramento no espaço NAFTA (com os EUA e o México). De facto, existe uma grande dependência dos EUA, sendo o vizinho do Sul o destino de 75% das exportações canadianas e origem de 52% das importações. A China (4,3%), o R.U. (3%) o Japão (2,3%) e o México (1,1%) completam o grupo dos 5 primeiros países clientes. Do lado dos fornecedores está a China igualmente em segundo lugar (11,1%), seguindo-se o México (5,6%), a Alemenha (3,2%) e o Japão (2,9%). A diversificação de mercados é contudo uma prioridade do governo canadiano, que tem vindo a seguir uma estratégia bastante agressiva de negociação de acordos de comércio livre com muitos outros países, nomeadamente na América Latina e com vários países asiáticos. Paralelamente, o governo canadiano mantêm-se empenhado no desenvolvimento das negociações da Parceria Trans-Pacífica para reforçar a sua influência e acesso aos mercados da orla do Pacífico. Relativamente à Europa, no conjunto o segundo parceiro económico, foi assinado em outubro de 2013 o Acordo CETA-Comprehensive Economic and Trade Agreement, entre o Canadá e a UE. Este acordo, que se espera entre em vigor em finas de 2015, vai ter uma enorme abrangência e introduzir alterações de grande impacto no relacionamento económico entre o Canadá e a UE, criando grande abertura e facilitação dos fluxos de comércio, serviços, investimento, acesso a mercados púbilcos e favorecendo o estabelecimento de parcerias entre empresas de
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ambos os lados do Atlântico. As projeções atuais apontam para um incremento de cerca de 20% no comércio bilaterar entre o Canadá e a UE, com um impacto anual estimado de 12 mil milhões de dólares por ano no PIB canadiano e cerca de 12 mil milhões de Euros no PIB agregado dos parceiros da UE. O efeito imediato da entrada em vigor do CETA será o desaparecimento de mais de 98% das tarifas aduaneiras que ainda existem de ambos os lados. O presente outlook para a evolução das condições económicas é francamente positivo, ajudado tambem por sinais sólidos de recuperação nos EUA e por uma ligeira depreciação do dolar canadiano, a incentivar o crescimento das exportações. O PIB deverá ter um crescimento real de 2,3% em 2014 e 2,5% em 2015. Ao nível do investimento, nomeadamente em bens duradouros (máquinas e equipamentos), as projeções indicam um aumento de 3% para 2014 e 5,5% em 2015. O consumo privado deve continuar a crescer em torno de 2,3%, a inflacção controlada abaixo de 2% e a taxa de desemprego a cair para 6,9% em 2014 e 6,6% em 2015. Do lado das contas públicas, o Governo Federal projeta a eliminação do défice no curto prazo, estimando um superávite de $6 mil milhões para 2015.
O relacionamento económico com Portugal Portugal e o Canadá têm um relacionamento económico estável e de longa data. De acordo com os dados do INE, a balança comercial de bens e serviços tem sido favorável a Portugal nos últimos anos, tendo-se registado um coeficiente de cobertura de 157,3% em 2013. Neste último ano as vendas de bens representaram 54% do total das nossas exportações para o Canadá, e os serviços 46%. Do lado das importações, 70% foram mercadorias e os serviços 30%. No agregado, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 645 milhões de Euros. Var med % 13/09 Exportações 272.174 334.389 386.883 367.953 394.402 10,2
BALANÇA COMERCIAL 2009
2010
2011
2012
2013
Importações 191.811 313.569 299.212 229.436 250.708 Bens + 80.363 20.820 87.671 138.517 143.694 Saldo Serviços Coef. Cob. 141,9% 106,6% 129,3% 160,4% 157,3% Exportação 358 349 de moldes Unidade: € Euros Milhares. Fonte: INE
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1.248
Como os números refletem, Portugal e o Canadá têm uma relação comercial ainda relativamente modesta, e os moldes têm expressão reduzida na estrutura das nossas exportações. Há certamente grande potencial para crescer! A estratégia de diversificação de mercados que é prioridade assumida do governo canadiano, e a implementação do acordo CETA anteriormente referido, irão certamente criar um ambiente mais favorável e maior número de oportunidades para as empresas portuguesas. Um outro fator importante a que se começa a assistir, é o retorno ao país (“reshoring”) de alguma da capacidade de produção industrial que tinha sido deslocalizada para países asiáticos,
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nomeadamente para a China. Isto tem a ver com a gradual mas já relevante pressão para aumento dos custos salariais na China, com acrescidos custos de transporte e logística, com problemas ao nível de “propriedade intelectual” (p.ex. cópias de moldes) e ainda com o desenvolvimento de novos modelos de gestão das cadeias de fornecimento. Todo este movimento de reshoring pode tambem criar mais situações a explorar para as nossas empresas, incluindo as do setor dos moldes que irão por certo ver um alargamento da sua base de clientes e potenciais parceiros. Paralelamente, algumas empresas poderão considerar novas opções em termos de localizações alternativas e mais “seguras”, para instalação direta ou com vista ao estabelecimento de parcerias de produção para projetos específicos, o que poderá igualmente criar outras oportunidades de interesse para as empresas portuguesas.
O setor de Moldes no Canadá O Canadá é uma nação altamente industrializada, em que setores como o automóvel, aeroespacial, plásticos, máquinaria e equipamentos, materiais elétricos e eletrónicos e outros tradicionais clientes da indústria dos moldes, têm um grande peso na estrutura transformadora do país. Assim, há tambem uma forte indústria de moldes no Canadá, sendo este um dos principais fabricantes e exportadores a nível mundial. Principais exportadores mundiais de moldes (p.p. 8480), 2013
Principais importadores mundiais de moldes (p.p. 8480), 2013
Como se vê nos gráficos acima, cuja fonte é o ITC, o Canadá foi em 2013 o 7o exportador mundial de moldes (uma posição acima de Portugal) com as vendas ao exterior a atingirem 937,8 milhões US$, e o 13o importador, com compras de 351,4 milhões US$. Dada a forte produção doméstica, a Balança Comercial do setor é estruturalmente positiva, como mostram as estatísticas canadianas nos gráficos abaixo. É de assinalar o notável crescimento das exportações de 25% ao ano, em 2012 e 2013, em grande medida resultado da retoma da atividade industrial nos EUA. As importações, por seu lado, registaram um crescimento médio anual de 4,8% entre 2009 e 2012, mas cairam 10,3% em 2013.
2011
Naturalmente são os moldes para plásticos (maioritariamente injeção) que representam a grande fatia do mercado, com cerca de 64% do total das importações. Note-se no entanto que o Canadá regista tambem importações significativas de moldes para matérias minerais (p.ex. para cerâmicas de alta precisão) e para a fabricação de artigos metálicos. Principais Países Clientes (p.p 8480) 2009 USA
2010
2011
2012
2013
2012
Quota
518.277.519 502.771.016 476.074.017 599.387.982 819.320.222 84,7%
México
38.718.057 36.698.277 33.862.855 56.803.458
42.955.844
4,4%
China
40.330.708 47.004.519 40.819.276 49.893.618
32.892.221
3,4%
Alemanha 11.194.177 8.669.235
8.698.833
4.877.824
8.790.099
0,9%
1.261.233
5.284.723
2.861.847
4.072.315
6.322.366
0,7%
1.177.654
1.327.170
2.020.356
4.718.720
0,5%
Brasil
10.260.900 7.045.834
7.973.634
2.364.694
4.516.501
0,5%
Chile
1.823.279
1.196.733
1.571.513
3.507.377
4.077.919
0,4%
Tailândia
6.651.316
5.234.193
1.344.734
3.586.011
4.031.182
0,4%
Japão
7.166.861
5.629.450
7.120.210
206.119
2.878.585
0,3%
54.767.603 49.405.956 35.964.492
45.463.0
36.536.033
3,8%
UK
Outros Total
691.254.425 670.117.590617.618.581 772.182.800 967.039.692
Unidade: CAD$. Fonte: Statistics Canada
Principais Países Fornecedores (p.p. 8480) 2009
2010
2011
2012
2013
Quota
USA
205.661.976 201.615.051 187.589.591 184.322.822 161.668.863 44,6%
China
36.185.189 43.883.878 60.557.368 78.238.012 76.068.777 21,0%
Alemanha 14.849.661 26.175.584 41.892.380 33.758.653 26.948.987
Balança Comercial (p.p. 8480) 2010
Relativamente às importações a situação é algo diferente. Embora continue a haver grande dependência dos EUA, este representou menos de 50% nos últimos três anos. A China é o segundo fornecedor, com cerca de 21% de quota em 2013. As importações da China, embora com uma ligeira quebra em 2013, têm vindo demonstrar uma forte tendência de crescimento nos últimos anos. Esta situação está relacionada até certo ponto, tambem com o facto de haver várias empresas canadianas e americanas com instalações de produção na China. Os outros principais fornecedores são países europeus, a Alemanha, a Itália e a França, e o Japão. Portugal foi em 2013 o 12o fornecedor, com um volume de importações relativamente modesto de CAD$3,5 milhões, porém com um crescimento notável de 39,7% face ao ano anterior.
Luxemburgo 802.772
Unidade: US$ Milhões. Fonte: ITC-International Trade Centre
2009
MARKET REPORT
7,4%
Itália
7.849.093
9.988.554
11.134.149
8.661.240
10.367.038
2,9%
França
4.566.813
6.143.089
11.953.971
7.033.199
8.631.023
2,4%
Japão
13.231.508 16.832.902 11.245.661 15.495.189
7.799.942
2,2%
Áustria
2.528.546
2.873.816
7.697.104
2,1%
27.737.612 10.176.588 13.839.145 14.055.514
2013
Exportações
691.254
670.118
617.619
772.183
967.040
Importações
350.311
367.525
392.455
403.778
361.966
Saldo
340.944
302.592
225.164
368.405
605.074
Unidade: $CAD Milhares. Fonte: Statistics Canada
Tal como para muitos outros produtos, os EUA são naturalmente o principal destino das exportações canadianas de moldes, absorvendo quase 85% do total das vendas ao exterior, com um valor de CAD$ 819 milhões. O México e a China são os outros dois mercados relevantes.
Espanha
Hong Kong 2.948.797 Dinamarca Outros Total
14.578
900.704
600.240
7.545.385
2,1%
2.927.619
2.904.475
3.687.950
4.655.866
1,3%
1.071.466
496.408
1.367.908
3.801.997
1,1%
34.737.123 47.809.735 50.241.474 54.283.220 46.780.990 12,9% 350.310.896 367.525.170 392.454.862 403.777.523 361.965.972
Unidade: CAD$. Fonte: Statistics Canada
Importações canadianas de moldes, por tipo de aplicação (2013) Concentrando-nos no segmento que é verdadeiramente relevante para Portugal, os moldes para injeção de plásticos e borracha, temos que a nossa posição é um pouco mais significativa, tendo Portugal sido o 7o fornecedor em 2013. Os EUA e a China são origem de mais de 70% dos moldes importados. A Itália , a França, o Japão e a Tailândia são os outros concorrentes à nossa frente. As nossas exportações têm registado um comportamento algo oscilante, tendo mais que quintuplicado entre 2009 e 2011, ano em que alcançaram um máximo de quase $CAD 4,5 milhões. Em 2012 houve uma quebra grande, parcialmente recuperada com um notável aumento de 47% em 2013. Principais Países Fornecedores (8480.71 – injeção/compressão plásticos e borracha) 2009
2010
2011
2012
2013
Quota
USA
123.727.008 117.129.854 107.076.066 95.868.480 75.840.318 36,3%
China
32.866.099 39.554.907 54.868.204 71.022.641 71.175.070 34,0%
Itália
6.970.526
7.852.336
7.216.982
5.808.163
7.368.291
3,5%
França
3.608.811
2.426.055
6.301.275
4.761.347
6.309.631
3,0%
Japão
11.071.932 14.318.380 10.349.263 13.631.574
4.860.582
2,3%
Tailândia
5.088.547
5.246.948
6.331.698
6.786.258
3.775.842
1,8%
Portugal*
774.358
3.929.943
4.485.956
2.360.425
3.475.747
1,7%
Alemanha
4.286.077
7.298.291
5.887.896
3.746.251
3.164.419
1,5%
Coreia do Sul 2.847.735
3.646.713
2.395.927
5.852.354
2.896.095
1,4%
511.376
-
1.601.506
2.805.877
1,3%
Áustria
2.372.484
Outros
20.535.479 24.998.262 27.835.976 29.958.117 27.460.633 13,1%
Total
relativamente pequeno de grandes fabricantes, com posições de liderança no contêxto norte-americano, e algumas mesmo a nível internacional. De facto, dados de 2012 compilados pela revista de referência Plastics News, indicavam como top 5 North American Mold Makers as empresas canadianas ($ vol. vendas): Husky Injection Molding Systems (US$ 110 milhões), Integrity Tool & Mold (US$ 81,5 milhões), Concours Mold (US$ 80 milhões), Ative Burgess Mold & Design (US$ 60 milhões) e Omega Tool Corp (US$ 60 milhões). Em geral as empresas canadianas são altamente competitivas, têm instalações modernas e fazem uso das tecnologias mais avançadas. Recursos humanos altamente qualificados, e uma cultura de prestação do melhor serviço e cumprimento escrupuloso de prazos de entrega, são tambem fatores de competitividade do setor. Há grande especialização, nomeadamente em várias áreas de moldes para injeção e sopro. Muitas empresas têm capacidade para fazer todo o desenvolvimento do projeto, desde a conceção do modelo, teste de protótipos, produção e serviço pós-instalação, o que lhes confere vantagens em termos de relacionamentos de longo prazo, situação normalmente preferida pelas empresas canadianas. A indústria é muito direcionada para o setor automóvel, que se estima absorve mais de 60% da produção de moldes. Dentre os outros setores utilizadores importantes destacam-se a indústria de plásticos/embalagem e o setor aeroespacial, mas há tambem empresas especializadas em segmentos como equipamentos médicos, indústria elétrica e eletrónica, equipamentos para produção de energia eólica, e outros housewares e bens de consumo geral.
214.149.056 226.913.065 232.749.243 241.397.116 209.132.505
Unidade: CAD$. Fonte: Statistics Canada *)Nota: Os dados do Statistics Canada são substantivamente diferentes dos dados do INE e mostram um quadro muito mais favorável.
Produção canadiana de moldes O Canadá é reconhecido como um dos líderes mundiais na produção de moldes de alta qualidade e utilização das tecnologias de ponta no setor. A indústria reune cerca de 500 empresas, que empregam aproximadamente 5.300 trabalhadores e geram um volume produção com valor próximo de mil milhões de dólares (2012). Existe uma grande concentração na provincia do Ontario, onde se localizam 70% dos fabricantes de moldes; um segundo cluster relevante, com cerca de 20% das empresas, está na provincia do Quebec. Contudo, em termos de output global do setor, o Ontario tem um peso determinante, sendo a base de 90% da produção de moldes no Canadá. Regionalmente, a maior parte das empresas localiza-se na zona sul da provincia, perto dos grandes fábricantes de componentes autómoveis (Tier 1 e Tier 2 americanos e canadianos) e doutras industrias utilizadoras de moldes. A maior parte das empresas podem considerar-se de pequena e media dimensão, havendo no entanto um número
15
As perspetivas atuais para o setor dos moldes são bastante positivas, em grande medida função da evidente retoma da atividade no setor automóvel, quer no Canadá quer nos EUA. Por outro lado, vários modelos atualmente produzidos na America do Norte estão em final de ciclo, o que significa mudança de plataformas e partes, implicando portanto a necessidade de desenvolver novos moldes para a produção de peças e componentes para os próximos modelos que os fabricantes vão lançar no mercado. Dentre as tendências que se podem perceber, é bastante notória a utilização cada vez maior de metais mais leves como o alumínio, cuja utilização se estima venha a duplicar até 2025. Por outro lado, a utilização de novas ligas de “metais avançados” e resinas de alta resistência estão a criar nichos de especialização, e a utilização de peças de maior porte nos processos de estampagem parece estar tambem na ordem do dia. Estes fatores podem constituir oportunidades para empresas portuguesas que se antecipem às mudanças e procurem oferecer soluções inovadoras aos parceiros canadianos.
O setor automóvel, o grande cliente O Canadá é o nono maior fabricante de veículos automóveis a nível mundial, e tambem um dos principais fabricantes de peças e componentes. Esta indústria tem um peso determinante na economia canadiana, sendo a que mais contribui para o PIB do setor transformador e a que
ENGINEERING & TOOLING
16
mais conta em termos de emprego . Existem mais de 1.300 empresas, cobrindo todos os elos da cadeia de valor, incluindo as fábricas de veículos automóveis, os grandes fabricantes de partes e components Tier 1, fornecedores Tier 2, e ainda fabricantes de partes e componentes “aftermarket”. No conjunto, a indústria automóvel canadiana tem atualmente uma capacidade instalada para produção de 2,3 milhões de veículos e representa cerca de 16% da produção total na América do Norte. Em 2013 as vendas de veículos automóveis “canadianos” ultrapassaram $90 mil milhões de dólares. O investimento em capital na indústria é muito forte, estimando-se que entre 2002 e 2011 tenham sido investidos em média cerca de $3 mil milhões de dólares por ano. O governo canadiano acabou de anunciar no Orçamento de 2014 mais um reforço de $500 milhões para o “Automotive Innovation Fund”, para suporte a projetos de I&D em tecnologias inovadoras, “verdes” e de redução do uso de combustíveis. Tem havido tambem significativo investimento no desenvolvimento de veículos elétricos e híbridos, em parte suportado por programas de incentivo dos governos provinciais. Vários dos grandes fabricantes americanos e japoneses têm unidades de montagem/produção instaladas no Canadá, incluindo Chrysler-Fiat, Ford, General Motors, Honda e Toyota, mas tambem outros como a Hino (camiões ligeiros), Motor Coach Industries e Prevost (autocarros de passageiros) e Paccar (veiculos transporte pesados). Produzem-se tambem outros veículos, como autocarros escolares, veículos industriais, militares e doutros tipos. Em 2014, mais de 25 modelos diferentes de automóveis estão a ser fabricados no Canadá (pela Chrysler-Fiat, GM, Ford, Honda e Toyota). As oportunidades para as nossas empresas de moldes encontram-se junto do grande subsetor dos fabricantes canadianos de partes e componentes, que fornecem as fábricas de montagem da América do Norte. A maior maior parte destas empresas localiza-se no Ontario, e destacam pela sua dimensão as seguintes: Empresa
Localização
Vendas (US$ milhões, 2012)
Aurora, ON
$30.428
Bodies, chassis, interiors, exteriors, seating, powertrains, electronics, mirrors, closures, roof systems & modules
Vaughan, ON
$2.901
Body, chassis & fluid handling components; assemblies & modules
Guelph, ON
$2.339
Engine camshafts, connecting rods, cylinder heads & blocks, balance shaft assemblies, fuel rails, transmission gears, differentials, clutch modules, shafts & shell assemblies, all-wheeldrive systems
Toronto, ON
$900
Air & fluid management systems, HVAC, fuel systems, interior systems, exterior systems, flexible products
Aurora, ON
$640
Large structural interior, chassis components & welded assemblies; instrument panel beams, engine cradles, buckhead assemblies, underbody modular assemblies to body & white, bumper systems
Markham, ON
$650
Hinge systems, stamped welded assemblies, suspension systems
Magna International Martinrea International
Linamar Corp
ABC Group
Van-Rob
Multimatic
Principais produtos
MARKET REPORT
A indústria de plásticos e embalagem Trata-se duma indústria com um peso bastante importante no setor transformador, tendo gerado em 2012 um valor de produção aproximado $20 mil milhões de dólares. O setor é composto por cerca de 2.435 fabricantes, a grande maioria de pequena e média dimensão. Existem 10 a 12 grandes empresas, com mais de 500 trabalhadores. No global, o setor emprega cerca de 77 mil pessoas. Contrariamente ao automóvel, há uma maior dispersão dos produtores de plásticos pelas várias províncias canadianas. Embora o maior número de fábricas se localize no Ontario (1.101) e no Quebec (644), estão tambem muitas empresas na British Columbia (268), em Alberta (205), em Manitoba (99), nas Províncias Atlânticas (80) e em Saskatchewan (33). Os produtos de plástico são hoje utilizados praticamente em todos os segmentos da economia. O gráfico abaixo dá uma indicação da repartição aproximada da produção canadiana, em termos de grandes setores de aplicação. Vemos assim que a embalagem é o maior segmento, com quase 40% da produção. Os produtos para a construção são tambem muito importantes, com 33% do total. Segue-se o automóvel com 14% e a restante miríade de artigos plásticos, incluindo bens de consumo geral, produtos para a casa, componentes elétricos e eletrónicos, mobiliário e muitos outros. Este é pois um outro grande setor de oportunidade para as empresas nacionais, nomeadamente para fornecimento de moldes de injeção, em que Portugal é altamente especializado e muitas empresas podem oferecer soluções inovadoras para processos de produção mais complexos. Os targets podem ser quer os fabricantes de maquinaria para produção de plásticos, quer os processadores já instalados. Contam-se aproximadamente 95 fabricantes de maquinaria, com um volume de produção próximo de mil milhões de dólares. Cerca de 75% destas empresas localizam-se no Ontario, 13% no Quebec, e as restantes nas outras provincias. A maior parte das empresas são bastante especializadas, nomeadamente em equipamentos para processos de injeção, de termoformagem, de extrusão de sopro e extrusão de tubo corrugado e outros perfis. Alguns dos principais fabricantes de maquinaria para produção de plásticos são: Alpha Marathon Technologies (http://www.alphamarathon.com/), A.R. Engineering Machine (http://www.arengmachine.com/), Brampton Engineering (http://www.be-ca.com/), Macro Engineering (http://www. macroeng.com/), Corma (http://www.corma.com/), Husky Injection Molding (https://www.husky.co/), GN Plastics (http://www .gnplastics.com/). Relativamente a processadores/fabricantes de produtos plásticos, há um número muito maior de empresas. Alguns dos principais concorrentes são: ABC Group (http://www.abcgroupinc.com/), IPEX (http://www.ipexinc.com/), Horizon Plastics (http://horizonplastics.com/), Royal Bulding Products (http://www.royalbuildingpro-
ducts.com/), Vision Group (http://www.visionproducts.ca/), Wentworth Tech (http://www.wtbvc.com/) , The Woodbridge Group (http://www.woodbridgegroup.com/), IPL (http://www.ipl-plastics.com/), Plastik MP (http://www. plastik-mp.com/), Acrylon Plastics (http://www .acrylon.com/), Melet Plastics (http://www.meletplastics. com/), Winpak (http://www.winpak.com/) , Ingenia Polymers (http://www.ingeniapolymers.com/), Columbia Plastics http://columbiaplastics.com/).
O setor aeroespacial O Canadá é um dos poucos países com uma forte indústria aeroespacial. Contam-se cerca de 700 empresas no setor, que empregam mais de 170 mil pessoas nos vários segmentos da cadeia de valor. Perto de 85% destas empresas têm menos de 100 trabalhadores, 11% entre 100 e 499 e 4% são grandes empresas, com mais de 500 trabalhadores. Trata-se duma indústria de grande inovação e forte investimento em R&D, que contribui decisivamente para a economia canadiana, gerando globalmente mais de $40 mil milhões de dólares de receitas. Função do grande investimento no setor nos últimos anos, têm havido tremendos ganhos de produtividade, sendo atualmente o Canadá um dos países mais competitivos internacionalmente na indústria aeronáutica. Os muitos milhões de dólares investidos vêm não só do governo canadiano, por via das agências ligadas ao setor, mas tambem de empresas como a Boeing, Pratt & Whitney, da canadiana Bombardier, e de muitas outras que têm operações no Canadá. É um setor eminentemente exportador, sendo aproximadamente 80% da produção dirigida ao exterior, fornecendo clientes como a Boeing, a Airbus, a Embraer e muitos outros dos principais fabricantes mundiais. Geograficamente, o maior hub da indústria está no Quebec, que é a base de grandes operações como a da Bombardier Aerospace, Bell Helicopter Textron Canada, Pratt & Whitney Canada e a CAE. Outros clusters importantes localizam-se no Ontario (mais de 200 empresas, com grande especialização na produção de partes para aviões), em Manitoba (um dos maiores centros de produção de materiais compósitos na América do Norte) e na British Columbia (beneficiando da proximidade à Boeing, no Estado de Washington, EUA). Cerca de 70% das empresas dedicam-se à fabricação de aviões de diferente porte, helicópteros, motores para aeronaves, simuladores, trens de aterragem e muitos outros equipamentos e sistemas. Os outros 30% dedicam-se a operações de manutenção e reparação.
Centra Industries - http://www.centra-ind.com/ COM DEV International - http://www.comdev.ca/ Héroux-Devtek - http://www.herouxdevtek.com/ Magellan Aerospace - http://www.magellan.aero/ Mechtronix - http://www.mechtronix.com/ Neptec - http://www.neptec.com/ Viking Air - http://www.vikingair.com/ Estão tambem instaladas no Canadá muitas empresas de capitais estrangeiros, incluindo a Bell Helicopter Textron, a Boeing, Dubai Aerospace, GE Aviation, Goodrich, Groupe Latécoère, Honeywell, Liebherr Aerospace, Lockheed Martin, Mitsubishi Heavy Industries Aerospace, Pratt & Whitney, Rolls Royce, Thales e outras. Este é um setor altamente especializado, mas que é tambem uma plataforma de desenvolvimento tecnológico que pode oferecer oportunidades a empresas nacionais, que procurem nichos de alto valor acrescentado, e parcerias noutras áreas que não as mais tradicionais do automóvel e plásticos/embalagem.
Informações úteis Principais feiras Metalworking Manufacturing & Production Expo http://www.mmpshow.com/ Próxima edição: 23/outubro/2014 - Windsor (Ciociaro Club) EXPOPLAST - http://www.canontradeshows.com/expo/expoplast12/ Próxima edição: 19-20/novembro/2014 – Palais dés Congrés Montreal PACKEX/PLASTEX - http://www.canontradeshows.com/expo/packex13/ Próxima edição: 16-18/junho/2015 – Toronto Congress Centre Canadian Manufacturing Technology Show - http://www.cmts.ca/ Próxima edição: setembro 2015 (datas a confirmar) FABTECH Canada - http://www.fabtechcanada.com/ Próxima edição: março/2016 (datas a confirmar)
Entidades do Setor CAMM - Canadian Association of Mould Makers http://www.camm.ca/ CTMA – Canadian Tooling & Machining Association http://www.ctma.com/ CPIA – Canadian Plastics Industry Association - http://www.plastics.ca/ APMA – Automotive Parts Manufacturers’ Association http://www.apma.ca/ AIAC - Aerospace Industries Association of Canada http://www.aiac.ca/
Principais revistas Canadian Plastics Magazine - http://www.canplastics.com/ Canadian Metalworking Magazine - http://www.canadianmetalworking.com/
Principais empresas canadianas: Bombardier Aerospace http://www.bombardier.com/en /aerospace.html Avcorp Industries - http://www.avcorp.com/ Arnprior Aerospace - http://arnprioraerospace.com/ CAE - http://www.cae.com/
Canadian Packaging Magazine - http://www.canadianpackaging.com/ Metalworking Production & Purchasing Magazine http://www.metalworkingcanada.com/
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ENGINEERING & TOOLING
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MARKET REPORT
EVOLUÇÃO DOS MERCADOS
Análise Comparativa 2008-2014
MERCADOS TRADICIONAIS
MERCADOS DA EUROPA DO LESTE
MERCADOS AMERICANOS
PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS
MERCADOS DA EUROPA DO CENTRAL
OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS
Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar