Market Report nº10 Julho 2015

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Ano 3

Dilemas da Inovação O Caso da Impressão 3D Marketing Internacional: As Tendências Mundiais Holanda: Parceiro de Longa Data

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Número 10 ı

Trimestral

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MARKET REPORT

Dilemas da Inovação

O CASO DA IMPRESSÃO 3D Vitor Ferreira – D. Dinis Businesss School

Ao longo das últimas décadas, tornou-se claro que a inovação, mais do que o investimento em capital, é o que impulsiona a economia moderna. No mundo desenvolvido, a aplicação do know-how tecnológico e descobertas científicas, por empresas e Estado, são responsáveis por mais de metade de todo o crescimento económico. Por causa da sua influência seminal sobre a criação de riqueza em geral e do emprego, em particular, a maneira como a inovação funciona tem sido alvo de atenção científica. Em 1925, o economista russo, Nikolai Kondratieff, observou que existem ondas industriais de caráter muito próprio, que originam períodos longos de crescimento económico, seguidos de períodos de crescimento reduzido ou depressão. Normalmente, a fase longa de ascensão de um destes ciclos começa quando um novo conjunto de tecnologias emerge (por exemplo, o vapor e o transporte ferroviário em meados do século XIX; a energia elétrica, os produtos químicos e o motor de combustão interna, no início do século XX; e o transístor, o computador e a internet, no anos 80-90 do século passado). Estes surtos de inovação estimulam o investimento e revigoram a economia, favorecendo a emergência de novas empresas empreendedoras no início de cada novo ciclo, que usufruem da vantagem de serem pioneiras (veja-se, na última vaga mencionada, os casos da Apple e da Microsoft, ou, mais recentemente do Google). Estas tecnologias trazem ganhos de produtividade, primeiro num sector específico, mas que depois se alastram a toda a economia, transformando a face das indústrias e mesmo de toda a sociedade. Eventualmente, como as tecnologias amadurecem, os ganhos de produtividade acabam por se esgotar e os retornos para os investidores deslizam. Após um período de crescimento mais lento, vem a inevitável queda. Esta queda é seguida por uma nova onda de inovação, que destrói a velha maneira de fazer as coisas e cria condições para um novo processo de crescimento longo (aquilo que Joseph Schumpeter, economista austríaco, rotulou de "destruição criativa"). Mais recentemente, investigadores como Babbage, postularam que estas ondas de inovação começaram a acelerar. As ondas de Kondratieff, observadas na década de 1920, sucediam-se a cada 50-60 anos. Hoje, elas parecem evoluir em metade deste tempo. Este facto, que parece ser um resultado da aceleração exponencial do progresso tec-

nológico (que é alimentado por milhões de cientistas, engenheiros e empresas inovadoras), é evidente pela constatação de que a Lei de Moore se continua a verificar (a cada 18 meses, a capacidade dos microchips duplica). Esta evolução acaba por ter reflexos de ordem mais microeconómica, naquilo que chamamos de “ciclos de vida da tecnologia”. Individualmente, as tecnologias têm um período de vida, com uma fase de arranque onde a inovação é essencialmente arquitetural, seguido de um período de crescimento rápido, com a instituição de standards (definição do que é na verdade o produto dessa tecnologia) e, finalmente, chegando a um período de estagnação onde, por mais investimento que se faça, a tecnologia gera ganhos de performance relativamente baixos. Hoje em dia, percebemos que tecnologias como a fotografia analógica passaram à obsolescência (ou o próprio motor de combustão), enquanto tecnologias como a fabricação aditiva estão numa fase embrionária. Olhemos então para o caso do ciclo de vida da “impressão 3D” (que é, na verdade, uma amálgama de cerca de 7 tecnologias). A impressão 3D para uso doméstico é ainda algo cara ou imperfeita, tendo passado por uma recente fase de hype, com uma vaga de publicidade, notícias e investimento, que levou ao aparecimento de dezenas de fabricantes de impressoras destinadas ao consumidor final. Por outro lado, no mercado industrial, vários tipos de impressoras 3D têm registado uma enorme aceitação. Na nossa região, as tecnologias de fabricação aditiva têm sido usadas para a fabricação de protótipos simples ou, através de tecnologias como a sintetização seletiva a laser (SLS) (uma tecnologia que usa o dióxido de carbono a laser para sintetização de material em pó), para a fabricação de protótipos ou peças funcionais com estruturas complexas, que poderão ser transformadas em metal. O que é interessante perceber é que esta é uma tecnologia em fase de lançamento, tendo um enorme potencial para ganhos de produtividade/performance e diminuições de preço. Este facto é evidente, quando as impressoras 3D de uso doméstico, ainda que limitadas, têm preços acessíveis, sendo hoje comercializadas tendo como alvo os “adoptantes iniciais” (os consumidores ávidos por novidades, muitas vezes com um estreita ligação ao sector em causa – neste caso a área de engenharia de produto), e as


impressoras 3D industriais têm registado drásticas descidas de preços (existem no mercado impressoras SLS a menos de 15 mil euros). Nos próximos três a cinco anos, a indústria de impressão 3D deve testemunhar avanços significativos, que lhe permitirão oferecer impressoras pequenas, baratas e com a qualidade suficiente para serem adotadas por uma massa inicial de utilizadores. Estúdios de arquitetura, empresas de design e pequenas empresas que ainda não as utilizam constituirão o grosso desta vaga. Dentro de cinco a dez anos é altamente provável que estas impressoras sejam adotadas por uma percentagem significativa das empresas e pessoas (os consumidores domésticos virão de fora da área de engenharia, pertencendo às classes alta e média, com um elevado nível de formação). Dentro de dez a quinze anos, esta tecnologia provavelmente será de utilização comum, estando amplamente disponível em todos os lugares (escritórios e residências) e acessível a todas as classes sociais. Ora, a evolução e disrupção de um ciclo tecnológico (como a que acabámos de descrever) leva a que empresas que são líderes nos seus mercados muitas vezes se viciem no que fazem bem, tendo dificuldade em apostar em novos paradigmas tecnológicos/de conhecimento (algo que procuramos então evitar na região). Um exemplo clássico é o da Kodak, que era líder do seu mercado, com umas das marcas mais poderosas do mundo, sendo até o berço das primeiras patentes de fotografia digital, mas que está hoje em falência, porque nunca desenvolveu capacidades ou revolucionou o seu conhecimento, no sentido de se tornar

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uma empesa de fotografia digital. Algumas empresas têm sido capazes de se reinventar, adquirindo novas competências (como é o caso da IBM, que hoje é uma empresa de software e cloud, e não uma empresa de hardware). Na verdade, as empresas são como seres vivos que se não evoluem morrem. Este processo de evolução é autodirigido, tendo as empresas capacidade de mudar a sua genética ao fazer “coisas novas”. Empresas como a IBM têm sabido saltar de negócios obsoletos para novos negócios, desenvolvendo novas competências. É que o mercado (à semelhança da natureza) acaba por sancionar os vencedores. Mas esta procura por fazer coisas novas implica ser capaz de revolucionar estruturas e bases de conhecimento, o que nem sempre é fácil, sobretudo em empresas maiores ou num país caracterizado por um baixo índice de inovação de produto e uma cultura empresarial algo conservadora, que obstaculiza a necessária evolução. Neste sentido, as empresas da região têm de ser capazes de se reinventar face aos desafios que se apresentam. No fundo, trata-se de perceber qual o papel da fabricação aditiva, tendo consciência que ela tem um potencial disruptivo (ela terá no futuro, sem dúvida, um papel nas casas da maioria da população). Importa pois analisar como tirar partido desta do ponto de vista do fabrico/conceção (o que muitas empresas já fazem hoje), saber como dar (ou se deverão dar) o salto para novos modelos de negócio que possam incorporar a possibilidade de um futuro de pequenas produções domésticas (apostando, por exemplo, na comercialização de intangíveis), e continuamente apostar numa capacidade evolutiva de aprendizagem e de vigilância tecnológica.

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MARKET REPORT

Marketing Internacional

AS TENDÊNCIAS MUNDIAIS Patrício Tavares - CEFAMOL

Nos dias de hoje, dizer que o gestor compete a nível global, é inquestionável, mesmo quando o raio de ação do mesmo abrange apenas o mercado interno. Querendo ou não, os players internacionais têm influência direta em todos os mercados que abordam, obrigando as empresas locais a competir com concorrentes que trabalham à escala global e que obtêm benefícios e sinergias por esse mesmo fato. Para uma empresa que trabalha apenas o mercado interno, existem várias alternativas para ombrear com este tipo de concorrência, sendo uma delas a própria internacionalização, competindo em igualdade de circunstâncias com os seus concorrentes mais diretos. Para efetivar a internacionalização do negócio, é necessário definir uma estratégia, onde devem ser clarificados vários pontos de elevada importância, para que se possa operacionalizar o negócio a partir daí. Antes de mais, é necessário conhecer e compreender o mercado global, sendo necessário para tal analisar a conjuntura e compreender as

principais tendências mundiais, nomeadamente ao nível económico. A este nível das grandes tendências económicas, podemos destacar os seguintes fatores para uma análise mais profunda: • Globalização; • Valorização do Euro face ao Dólar; • Livre circulação de mercadorias; • Novos mercados emergentes, ex: China, India, Brasil, Rússia. O fenómeno da Globalização acaba por ser a tendência mais significativa para todo o tecido empresarial, pois permitiu a quebra de fronteiras e diminuição de distâncias entre o produtor e o consumidor. Se por um lado o consumidor consegue procurar e obter informação sobre qualquer produto que lhe interesse à escala global, o próprio fornecedor também dispõe de ferramentas que lhe permitem estudar


e abordar determinados segmentos de mercado, estando eles em qualquer parte do mundo. Esta proximidade e interdependência de economias pode ser benéfica em determinados casos, mas prejudicial noutros, sendo exemplo disso a Crise Global de 2008. A interdependência económica de vários mercados fez com que uma crise despoletada pela banca afetasse não só o mercado de origem, mas também todos os mercados e intervenientes com relações comerciais. Ao nível empresarial, houve uma diminuição do acesso ao crédito, inviabilizando novos investimentos em capacidade, tecnologia e recursos humanos, obrigando por vezes os empresários a promoverem despedimentos, aumentando a taxa de desemprego, principalmente nos países mais desenvolvidos. Atualmente Portugal está a recuperar desta crise, muito por força da aposta dos empresários nas exportações dos seus produtos, investindo na inovação e prospeção de novos mercados.

uma abertura total das fronteiras, eliminando taxas alfandegárias e outras entropias que só aumentavam a dificuldade das empresas em estabelecer relações comerciais com clientes estrangeiros. Por último, temos os novos países emergentes, grandes mercados capitalistas periféricos ou economias em transição que receberam a maior parte dos fluxos de capitais provenientes dos países centrais a partir dos anos 90. Nos últimos anos, estas economias têm deixado de ser um peão, dependente dos ditos países centrais, passando a ocupar lugares de destaque no panorama económico mundial. Da mesma forma que estes países emergentes foram influenciados por economias mais fortes, hoje são eles também que ocupam um lugar de influência sobre outros mercados, principalmente através de fatores como o custo da mão-de-obra, ambiente legal atrativo e incentivos a empresas que aí se venham a instalar.

Outra tendência mundial de relevância é a cotação do euro face ao Dólar nos mercados internacionais. Se tivermos em conta os níveis de importação extracomunitária, a elevada cotação do euro é positiva, pois aumenta o poder de compra das nossas empresas. No entanto, numa indústria focada na exportação, dificulta a conquista de novos clientes fora do mercado comunitário, sendo importante para o Cluster Engineering & Tooling que a relação do câmbio euro/dólar se mantenha equilibrada, pois muitas transações a nível mundial ainda se fazem com base na cotação do dólar.

Para a Indústria de Moldes, o principal constrangimento desta tendência é o facto de muito clientes estarem a deslocalizar as suas unidades produtivas para estes mercados emergentes, tradicionalmente mais difíceis de trabalhar para o nosso Sector por diferentes motivos. No entanto, não são só ameaças, também existem várias oportunidades para as nossas empresas que podem ser aproveitadas, nomeadamente o rápido e elevado crescimento destes mercados (por vezes de forma não sustentada), fazendo com que sejam realçadas as necessidades ao nível de fornecedores.

Se pensarmos que desde o momento da orçamentação de um molde, passando pelo momento da sua adjudicação, até chegar o primeiro pagamento, podem se passar alguns meses, o valor orçamentado inicialmente pode não ser o mais vantajoso no final da relação comercial, seja para o cliente ou para o fornecedor. A cotação do Dólar varia todos os dias, por isso é importante ter esta situação em conta numa relação comercial que pode durar vários meses ou, preferencialmente, anos. O controlo deste fator pode ser assegurado ou previsível através da utilização de vários instrumentos financeiros.

Facilmente constatamos que a conjuntura global está em constante mutação, motivo pelo qual o fluxo de informação deve ser constante para uma empresa, que atue a nível local ou global, correndo o risco de não identificar atempadamente uma tendência que possa afetar diretamente o rumo do seu negócio se assim não o fizer. As tendências económicas são fenómenos macro, que não têm forma de ser evitados a partir do momento que são identificados. Cabe às empresas identificar as tendências, analisar o impacto e estabelecer medidas preventivas que minimizem os danos e potencializem lucros.

Uma outra tendência mundial é a livre circulação de mercadorias. Cada vez mais é reconhecida a necessidade dos mercados celebrarem acordos comerciais entre si, potenciando trocas comerciais e fluxo monetário. A título de exemplo, o México é o país no mundo com mais acordos comerciais com outros países, um dos motivos dos seus elevados níveis de crescimento nos últimos anos. Exemplo disso é a indústria automóvel neste mercado, que apresentou um elevado aumento de unidades de produção, estando quase todas as grandes marcas mundiais presentes. Numa outra perspetiva, o espaço físico da União Europeia é outro excelente exemplo para esta tendência, pois existe

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MARKET REPORT

CEFAMOL promove participação na 1ª edição da Feira Moulding Expo

Integrada no plano de atividades definido pela CEFAMOL para o ano de 2015, a Associação foi a dinamizadora da participação coletiva de empresas na primeira edição da feira “Moulding Expo”, que se realizou em Estugarda (Alemanha), entre os dia 5 e 8 de maio do presente ano. Neste certame, a CEFAMOL promoveu um Pavilhão Nacional com mais de 150 metros quadrados de exposição, ocupados por nove empresas portuguesas, localizado no hall 6 do centro de exposições. Esta participação integrou

as empresas A. Silva Godinho, Jarry, Moldoplastico, Moliporex, PMM, Rapidtool, Skytec, Speedturtle e Steelplus. Dados oficiais da feira, apontam para um número de visitantes a rondar as 15.000 pessoas, o que revela o elevado mediatismo da exposição logo na sua primeira edição, deixando bons indicadores para futuras ações. A próxima edição está já agendada para maio de 2017.


Brasil: CEFAMOL promove participação na Feira Feiplastic

Enquadrado no projeto “Engineering & Tooling from Portugal 2014-15”, a CEFAMOL organizou e promoveu entre os dias 4 e 8 de maio a participação coletiva de empresas nacionais na feira “Feiplastic”, realizada no centro de exposições de Anhembi, na cidade de São Paulo, Brasil. O pavilhão nacional, com cerca de 80 metros quadrados, contou com a participação de quatro empresas: Isolago, MD Moldes, Moldit e Tecnimoplas.

“Feiplastic”, não só devido ao elevado número de visitantes, mas também pela qualidade dos mesmos. De registar o facto de a economia Brasileira estar a passar por um momento de estagnação, competindo às empresas privadas fazerem um esforço extra pelo desenvolvimento da indústria, que passa, entre outros factores pela procura de novas soluções, mais competitivas e de qualidade superior.

O feedback recolhido até ao momento aponta para que esta seja uma das melhores edições de sempre da feira

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MARKET REPORT

Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal 2015-2016” aprovado A CEFAMOL viu aprovada a candidatura efetuada ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, na modalidade de Projeto Conjunto, promovido no âmbito dos Sistemas de Incentivos do PORTUGAL 2020. O Projeto apresentado pela Associação e agora aprovado, insere-se na Estratégia de Eficiência Coletiva do Cluster Engineering & Tooling, tendo como principal objetivo apoiar a internacionalização e o esforço promocional deste Sector em mercados estratégicos para a sua consolidação e desenvolvimento, bem como para o alargamento da sua base exportadora para novos mercados e regiões. Das ações de promoção internacional previstas, salientamos a participação em nove Feiras Internacionais Interplastica (Rússia), Plastimagen (México), Plastec East e Plastec South (EUA), Argenplas (Argentina), Fakuma, Glasstec, Euromold e K’2016 (Alemanha) e de onze Missões

Empresariais (Brasil, Cazaquistão, China, EUA, Hungria, Indonésia, Japão, Marrocos, Reino Unido, Roménia, Turquia), estando ainda previstas ações dedicadas especificamente à abordagem de mercados sectoriais, como sejam o caso da Indústria Aeronáutica, Automóvel ou de Dispositivos Médicos. As iniciativas inseridas no plano de ação da CEFAMOL, irão realizar-se no segundo semestre de 2015 e durante todo o ano de 2016, e correspondem a um investimento elegível de 1.395.338,70 Euros, que irão apoiar a participação da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais nas ações acima mencionadas.

CEFAMOL Promove Encontros Bilaterais com Empresas Marroquinas da Indústria Automóvel A CEFAMOL, em colaboração com a AICEP e AFIA, promoveu no passado dia 12 de junho uma sessão de Encontros Bilaterais entre empresas nacionais da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais e empresas marroquinas fornecedoras da Indústria Automóvel. sta ação, que teve lugar no hotel Mar e Sol em São Pedro de Moel, foi precedida de um seminário de apresentação do mercado marroquino e das empresas visitantes, com especial foco nas suas potencialidades e nas oportunidades de negócio para as empresas nacionais. Este evento contou com a participação de 6 empresas e organizações provenientes de Marrocos e de 24 empresas nacionais do Cluster Engineering & Tooling, que fizerem desta iniciativa um sucesso ao longo dos 68 encontros bilaterais promovidos durante o dia 12 de junho. Dadas as potencialidades de trabalho conjunto e do sucesso alcançado por esta iniciativa, a CEFAMOL está já a trabalhar conjuntamente com a Agência de Promoção da Indústria Marroquina (AMDI) e a Associação Marroquina de Fornecedores da Indústria Automóvel (AMICA) na organizar uma missão empresarial a Marrocos a realizar ainda durante este ano.


CEFAMOL marcou presença no V European Tooling Forum e na Conferência “Manufacture Performance Days” realizados na Finlândia da visibilidade e importância da Indústria de Tooling, junto de organismos oficiais (nacionais e internacionais), com especial enfoque nos decisores das politicas industriais e de inovação na Comissão Europeia. O European Tooling Forum reuniu para além de responsáveis das Associações europeias representativas do Sector, empresários, universidades e centros de inovação e desenvolvimento, diretamente ligados à Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais.

Organizado pela ISTMA EUROPE em estreita cooperação com a Federação Finlandesa de Tecnologias, realizou-se a 8 de junho de 2015, na cidade de Tampere (Finlândia), a V edição do European Tooling Forum. Registando a presença de participantes oriundos de vários países membros, esta iniciativa da Confederação Europeia do nosso Sector industrial, foi um marco para a promoção

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Os objetivos do encontro tiveram particular enfoque nas estratégias de relacionamento da Indústria com o mercado, dos seus principais desafios organizacionais e tecnológicos, para além de discutir e salientar a importância e o posicionamento estratégico do Sector no tocante ao desenvolvimento da industria europeia, bem como na sustentação do seu emprego e da sua economia. Os Delegados provenientes de diferentes países tiveram ainda a oportunidade de participar na Conferência “Manufacturing Performance Days” que decorreu entre os dias 8 e 10 de Junho, a qual juntou mais de 600 participantes oriundos de 26 nacionalidades distintas.

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HOLANDA: PARCEIRO DE LONGA DATA Miguel Porfirio AICEP Portugal Global Holanda


Os Países Baixos possuem uma área total (terrestre) semelhante à do Alentejo, mas com quase 17 milhões de habitantes, sendo assim um dos países com maior densidade populacional a nível mundial. Um quarto desta área situa-se abaixo do nível do mar e 8 por cento são planícies de ‘terra nova’ cercadas por diques. É esta a razão para o ditado holandês: “Deus fez o Mundo e os holandeses fizeram os Países Baixos’’. Os Países Baixos são conhecidos pelas suas tulipas, moinhos e socas de madeira, mas também pela sua habitual abordagem (altamente pragmática) a temas “potencialmente polémicos” como a prostituição, homossexualidade, eutanásia, aborto e drogas: se erradicar o problema poderá ser uma utopia, então que o mesmo subsista, de uma forma controlada e o mais digna possível. Foi neste país que se estabeleceu a primeira Bolsa de Valores, que se constituíram as primeiras sociedades por ações e que surgiu o primeiro grande banco comercial da história. O espírito liberal e mercantilista dos Países Baixos manteve-se até hoje, fazendo com que sejam a 17ª maior economia mundial. Trata-se de um país altamente terciarizado (mais de 75 por cento do PIB), para o qual o comércio externo é de vital importância. Em 2013, as exportações de bens e serviços atingiram os 543 mil milhões de euros e as importações 481 mil milhões, gerando um significativo superavit de 62 mil milhões. Tradicionalmente, os Países Baixos possuem um grau de abertura da economia bastante acima dos 100 por cento e são, hoje, o 7º maior importador mundial e o 5º maior exportador. Para esta posição de destaque como país exportador, muito contribuem as reexportações, que constituem cerca de 40 por cento das vendas ao exterior. Os seus principais parceiros comerciais são os dois países limítrofes, a Alemanha e Bélgica, seguidos da França e do Reino Unido. Com uma forte dependência do comércio internacional, os Países Baixos têm sofrido as consequências da prolongada crise económica mundial. As exportações teimam em não descolar o que, a par da diminuição do consumo interno, da descida dos valores das habitações, do aumento do desemprego (para níveis idênticos aos de há 20 anos ) e da redução dos investimentos privados e públicos, tem vindo a desacelerar a economia, desde o segundo trimestre de 2011. O ano transato terminou com uma contração económica de 0,6 por cento, tendo a confiança dos consumidores atingido aos níveis mais baixos de sempre. Aspeto positivo foi a redução do défice público para 2,5 por cento,

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depois de em 2009 ter atingido os 5,6. Este descalabro foi, na altura, encarado pelos Países Baixos, acérrimos adeptos de uma rigorosa disciplina orçamental na União Europeia, como um vexame perante a opinião pública mundial. A redução do défice público e o controlo do aumento da despesa na saúde foram em 2014, os maiores desafios para o Governo liderado por Mark Rutte, que prossegue uma politica de austeridade fiscal e reformas estruturais, iniciadas há 2 anos. A idade da reforma aumentará gradualmente até atingir os 67 anos em 2021 e a Saúde e a Segurança Social sofrerão cortes no valor de 18 mil milhões de euros. O mercado de trabalho continua sob pressão devido à baixa produção industrial, contribuindo para que a taxa desemprego se situe nos 6,3 por cento, ainda consideravelmente abaixo da média europeia mas, negativamente, sem paralelo desde meados dos anos 90. O poder de compra dos consumidores deverá continuar negativo pelo quinto ano consecutivo, prevendo-se uma retoma em 2015. Os Países Baixos são o 7º maior cliente das exportações nacionais. Em 2013, Portugal exportou 2,3 mil milhões de euros em bens e serviços para este país, um aumento de quase 30 por cento relativamente a 2010. No sentido inverso, e no período homólogo, os Países Baixos exportaram 2,9 e 3,2 mil milhões de euros, respetivamente, o que significa uma descida de 9 por cento. Esta evolução proporcionou um desagravamento bastante significativo da balança comercial de Portugal com os Países Baixos, com a taxa de cobertura das exportações pelas importações a subir de 56 por cento, em 2010, para 79 por cento, em 2013. Ao nível da captação de investimento estrangeiro, os Países Baixos ocupam também uma posição de destaque para Portugal, com 63 por cento dos investimentos no exterior a ter este parceiro como destino. Para esta preponderância muito contribuem a localização geográfica privilegiada mas, principalmente, o engenhoso e favorável ambiente fiscal holandês. Relativamente aos investimentos dos Países Baixos em Portugal, estes ocupam a 6ª posição, o que em grande parte está relacionado com o papel dos holandeses como plataforma financeira.

MOLDES Atualmente a indústria de transformação de plástico e borracha nos Países Baixos é constituída por 1310 empresas, o que representa uma taxa de crescimento de +0,7 por cento em relação a 2007. Esta evolução marginal do número de empresas do Sector contrasta significativamente

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com o aumento de 17 por cento do número de empresas da indústria como um todo. A larga maioria das empresas da indústria de transformação de plástico e borracha (cerca de dois terços), possui cinco ou menos trabalhadores ao serviço e somente 10 por cento emprega mais de cinquenta pessoas. Cerca de 40 por cento da sua produção destina-se à embalagem, 20 por cento à construção e 8 por cento à indústria automóvel. De acordo com os dados disponibilizados pelo CBS-Instituto Holandês de Estatística, a produção da indústria de transformação de plástico e borracha, aumentou 3,5 por cento no 1º semestre de 2014. Esta evolução positiva vem assim confirmar a retoma iniciada em 2013, principalmente de produtos relacionados com a indústria da embalagem e o sector médico/saúde. As estatísticas oficiais permitem ainda inferir que a força motriz por detrás do crescimento da produção terá não tanto a ver com a dinâmica do próprio mercado interno (em recuperação, mas ainda a contas com uma grave crise no sector da construção e contração do consumo privado), mas principalmente com a recuperação das expedições para as quais se destina 60 por cento da produção local. A exportação de produtos originários da indústria de transformação de plástico e borracha possui um peso muito considerável nas exportações totais do país, representando 3,8 por cento do valor total (plástico corresponde a 3,1 por cento e borracha a 0,7 por cento). O principal mercado de exportação é a Alemanha. As previsões mais recentes indicam que, em 2015, deverá ocorrer uma consolidação das exportações holandesas, o que permitirá a manutenção da taxa de crescimento da produção de produtos de plástico e borracha aos níveis de 2014: +3,5 por cento. Os Países Baixos são um pequeno produtor de moldes para injeção de plástico ou borracha, na União Europeia (ocupam a 9ª posição) e a recente crise económica aliada aos crescentes custos de energia, matérias-primas e mão de obra não melhoraram a situação. Muitos fabricantes fecharam as portas ou foram adquiridos por empresas de maior dimensão, pelo que é natural que a importação de moldes assuma uma preponderância crescente nos Países Baixos. Segundo dados do Eurostat, em 2013, os Países Baixos foram o 14ª maior importador de moldes para injeção de plástico ou borracha, na União Europeia. O valor dessas importações foi superior a 33 milhões de euros. Uma análise da evolução recente dessas transações permite constatar que, não obstante uma descida de 3 por cento de

MARKET REPORT

2012 para 2013, os últimos cinco anos registaram um importante aumento de cerca de 40 por cento na importação de moldes para injeção de plástico ou borracha. Grande parte deste acréscimo ficou a cargo dos moldes provenientes da República Popular da China, que neste período de cinco anos viu o valor das suas exportações para o mercado holandês triplicar. Assim, não é de estranhar que os moldes chineses sejam líderes incontestáveis no mercado holandês, com a sua quota de mercado a atingir uns expressivos 50 por cento. A Alemanha e a Suíça são, respetivamente, os 2ºs e 3ºs maiores fornecedores dos Países Baixos, tendo o primeiro valores anuais de exportação estáveis e o segundo registando uma segura, mas notável ascensão. Relativamente aos moldes provenientes de Portugal, é de salientar a forte descida para a 10ª posição em 2013, em virtude de uma enorme quebra registada face a 2012: 1.7 milhões para 400 mil euros. Esta queda vem colocar um ponto final (esperamos que seja somente uma interrupção!) num longo e quase histórico ciclo de posições cimeiras ocupadas por Portugal como fornecedor de moldes de injeção para os Países Baixos. Os fabricantes portugueses sabem, no entanto, o que têm a fazer para (re)conquistar um mercado 'maduro' como o holandês. Não obstante as evidências praticamente incontornáveis como o fator preço (os moldes chineses podem ser 40 por cento mais baratos que os portugueses), estamos convencidos que a excelência e o know-how do produto nacional deverá ser suficiente para voltar a vingar no mercado holandês. A tendência para o aumento do número de produtos a fabricar em pequenas séries, a sua maior complexidade e o reduzido time-to-market exigirá um melhor alinhamento da cadeia, uma comunicação ainda mais integrada e distâncias mais curtas. Estes requisitos poderão e deverão ser aproveitados pelos experientes fabricantes portugueses. A representação da AICEP nos Países Baixos tudo fará para contribuir para a inversão da tendência negativa verificada em 2013. Tanto através da deteção de oportunidades, como no apoio à divulgação das potencialidades da indústria nacional de moldes (entre outros, através do convite à imprensa profissional holandesa para visita ao nosso País), como na divulgação da participação de empresas portuguesas em eventos locais. Neste âmbito, destacamos a feira de plásticos ''Kunststoffenbeurs'' (evento para o Benelux), em Veldhoven e a bienal ''ESEF'' (internacional), em Utrecht.•


EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Análise Comparativa Segundo Trimestre 2011-2015 PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS TRADICIONAIS

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS AMERICANOS

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar

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