Market Report nº18 Julho 2017

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Os dilemas da Internacionalização Capital Humano na Indústria de Moldes Rússia - Mercado dos Moldes

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Número 18 ı

Trimestral

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MARKET REPORT

Os dilemas da Internacionalização Vítor Hugo Ferreira D. Dinis Business School

Estudos recentes sobre a internacionalização na região de Leiria (como é o caso do estudo de mestrado de Cruz (2015) confirmam que a decisão de internacionalização é sobretudo baseada em critérios de familiaridade com os mercados, intuição da gestão ou em seguir clientes que entraram em mercados específicos. Apesar de tudo, a ligação a países com sistemas de negócios similares ou com facilidades de circulação de bens e serviços, ou com potenciais similitudes culturais (como é o caso potencialmente “enganador” do Brasil) são os preferidos. A dificuldade em trabalhar com culturas diferentes e a aversão ao desconhecido são entraves à exploração de mercados menos usuais. As empresas que internacionalizam para mercados menos comuns fazem-no, maioritariamente, seguindo clientes (notese que a proximidade do cliente como catalisador da internacionalização é uma evidência teórica bem explícita nas teorias de internacionalização). Outro catalisador comum do processo de internacionalização são as crises económicas, que geram limitações à procura interna. O estudo de Cruz (2015) evidencia que empresas que num passado recente não tinham qualquer plano para internacionalizar a sua atividade, devido à crise do mercado doméstico, encontraram mercados externos, principalmente em França e em Angola, capazes de absorver a sua produção, mesmo em produtos cuja transportabilidade era considerada difícil (são exemplos disso empresas de metalomecânica e empresas de cerâmica estrutural). Finalmente, este processo faz-se sobretudo através de agentes e parceiros, sendo que raramente as empresas nacionais apostam nas marcas próprias, ao explorar novos mercados. A dimensão das empresas, e inexistência de know-how, bem como o grande investimento que é necessário fazer durante vários anos para que haja retorno do mesmo, impedem a aposta em lógicas de mercado mais complexas. A escolha de um mercado, tendo em conta critérios mais científicos, pressupõe desenvolver indicadores de mercado alvo relevantes (que podem ir desde o crescimento económico ao risco político), recolher dados e criar índices ponderados que apontam quais os mercados mais atrativos. A seleção poder-se-á basear, num primeiro momento, na escolha do país atrativo/segmento de mercado (neste ponto, o ranking do World Bank Group sobre a “facilidade de fazer negócios”, um índice que pondera vários fatores, que vão

desde a facilidade de fazer cumprir contratos, até à fiscalidade, passando pelas barreiras de comércio, poderá ser útil). Para além disso, informação sobre o tamanho do mercado, crescimento, requisitos legais, dados demográficos, requisitos fitossanitários, exigências de standard, etc., deverão ser recolhidos e analisados (disponíveis em associações setoriais – nacionais e internacionais, agências de internacionalização, sites dos governos alvo, associações internacionais – OCDE, etc.). Neste capítulo, a União Europeia possui um site chamado “Market Access Database” onde tarifas, barreiras alfandegárias, requisitos legais de exportação e estatísticas, por classes de produtos estão disponíveis relativamente à maioria dos países do mundo (http://madb.europa.eu/madb/indexPubli.htm). Curiosamente, uma pequena análise ao ranking do World Bank Group sobre a “facilidade de fazer negócios” coloca Angola, um dos alvos preferenciais de internacionalização dos últimos anos, na posição 181º em 2016, sendo um dos piores países do mundo para se fazerem negócios (atrás de países como Timor Leste, Iémen, Guiné Bissau e até Afeganistão). Em Angola os impostos são muito elevados e difíceis de pagar (Angola estará em 141º neste item em todo o mundo), não existe um acordo de dupla tributação com Portugal, é um dos países do mundo onde é mais difícil executar o cumprimento de contratos (1296 dias para se obter uma decisão judicial), onde é mais difícil resolver uma insolvência e onde pequenas coisas como obter eletricidade ou registar a propriedade são complicadas, existindo ainda significativas barreiras alfandegárias. É ainda um país onde subsiste um determinado nível de corrupção e onde existem questões de segurança significativas. Ora, todos estes factos somados à falta de sofisticação da procura (quanto menos sofisticada for a procura, menos competitiva terá de ser a empresa), levam a concluir que o apelo do país foi feito sobretudo na base do aumento da procura e da falta de concorrência, com todas as outras análises que citámos a serem descuradas por muitas empresas. Após a análise do país e tendências, as clássicas análises setoriais (5 Forças de Porter, clientes e potenciais fornecedores e parceiros no país de destino), bem como uma extensa análise da concorrência, deverão também ser realizadas. Finalmente, alguma pesquisa de campo com en-


trevistas locais, visitas e avaliação da cultura de negócio deverão ser adicionadas para a tomada de decisão final (notese que modelos tradicionais como o de Hofstede poderão servir para uma análise mais objetiva do que a simples aparência cultural – a questão recorrente de, em certos aspetos, a cultura polaca ser mais similar com a portuguesa do que a brasileira). Por exemplo, no que concerne à questão cambial, um correto planeamento e uso de ferramentas de gestão do risco poderão ser mais-valias para PMEs, que normalmente são apanhadas desprevenidas face a desvalorizações de moedas estrangeiras (aconteceu recentemente com o real e moedas de vários países exportadores de petróleo que sofreram fortes desvalorizações). Empresas com maior sofisticação de gestão procuram realizar contratos em moeda internacional (euros ou dólares) e/ou utilizar ferramentas de arbitragem de risco de câmbio (com a utilização de forwards, swaps cambiais ou opções de câmbios). Existem também diversos seguros, de proteção do risco em: créditos de vendas a prazo de bens e serviços; de caução; de cobertura de riscos políticos e extraordinários; de exportação; de créditos financeiros; de caução com garantia do Estado; de investimento.

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No fundo, uma análise mais cuidada pode evitar problemas de risco e permitir a consolidação das estratégias de internacionalização. Seguir clientes é uma das formas mais triviais de expandir internacionalmente, evitando muitos dos riscos que aqui mencionámos (automaticamente existe um parceiro, um elo de ligação ao novo mercado e um “consultor”/fonte de informação). Contudo, esta ligação pode ser escassa e tornar as empresas demasiado dependentes de um cliente. Desta forma, a seleção de mercados alternativos, bem como a integração em novas cadeias de valor podem ser fundamentais para uma expansão ainda maior da internacionalização portuguesa (por exemplo, a reindustrialização americana transformou o posicionamento no México ou a exportação para os EUA em potenciais avenidas de crescimento para o mercado de Moldes). Resta esperar que estas dinâmicas complementem a capacidade empreendedora e a intuição dos gestores e empresários, avolumando a onda de sucesso internacional de muitas empresas nacionais.

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Capital Humano na Indústria de Moldes Cecília Vicente Centimfe

“A essência da administração é o ser humano. Seu objetivo é tornar as pessoas capazes do desempenho em conjunto, tornar suas forças eficazes e suas fraquezas irrelevantes. Isso é a organização, e a administração é o fator determinante.” (Peter Drucker) Num contexto adverso da economia mundial, nos últimos anos assistimos a uma estagnação e / ou recessão económica, mas a Indústria de Moldes, em Portugal, continuou a crescer, mesmo em contraciclo. É fácil ou difícil, dependendo da perspetiva, compreender o porquê deste crescimento, num setor cuja taxa de exportação se situa acima dos 90% e em que 78% dessa exportação (2014) se destina à indústria automóvel; as estatísticas dizem que houve uma quebra acentuada na venda de automóveis novos, que o lançamento de novos modelos foi adiado, o mercado de troca, resolveu fazer “greve” à compra de novas viaturas e o sistema financeiro “fechou a torneira” do crédito. Por mais otimistas que sejamos, a envolvente não tem sido favorável, mas o setor de Moldes tem resistido, crescido e afirmado a sua diferenciação em mercados tão exigentes como a Alemanha, a França, a Espanha, ao mesmo tempo que diversifica e tem penetrado em mercados como o Rússia, a Polónia, a República Checa e começa a retomar mercados tradicionais da indústria, como sejam os EUA, o México, a Venezuela, a Colômbia, etc. Reconhecemos que existem algumas vantagens que ajudam a compreender a alavancagem do crescimento recente: > A Indústria Portuguesa de Moldes, apresenta-se como um caso de sucesso em Portugal e é reconhecida como uma indústria complexa, inovadora, moderna e capaz de responder a desafios tecnológicos comparáveis aos das economias mais modernas da Europa; > A matriz exportadora da Indústria de Moldes, tem promovido o reconhecimento do “Engineering & Tooling from Portugal”, em mercados exigentes, graças aos seus padrões de qualidade;

> Sabemos que Portugal não é um país produtor de equipamentos e portanto os equipamentos são importados maioritariamente da Europa e em particular da Alemanha, pelo que a vantagem não está seguramente na tecnologia disponível; > Sabemos que o acesso à compra da tecnologia é praticamente igual aqui, em Espanha, em Itália, nos EUA ou na América do Sul (salvo naturalmente alguns constrangimentos específicos); E a Indústria de Moldes portuguesa, tem continuado a crescer! Sabemos que para se atingir notoriedade e níveis elevados de desempenho é necessário investir em inovação, modernização tecnológica, de processos, de métodos de trabalho, com Recursos Humanos formados, motivados e empenhados no SUCESSO da organização. E a indústria de Moldes, tem sabido investir nos Fatores Críticos de Sucesso da Indústria! Voltemos ao tema inicial: “Capital Humano na Indústria de Moldes” Nestes últimos cinco anos, com a dinamização do cluster de competitividade “Engineering & Tooling”, foi possível congregar os stakeholders em torno de uma estratégia de eficiência coletiva, muito virada para as pessoas e para o mercado e muito suportada pela investigação tecnológica e pela inovação. As opções estratégicas das empresas do cluster “Engineering & Tooling”, focalizadas no mercado mas atentas à sua organização interna e à capacidade de dinamização da oferta ao mercado de produtos diferenciados de elevado valor acrescentado, disponibilizando uma flexibilidade e capacidade de resposta, só é possível em empresas em que a gestão privilegie o trabalho de equipa, a orientação para resultados e a vontade de vencer; são estes alguns dos atributos que reconhecemos nas empresas modernas e tecnologicamente bem equipadas.


O Capital Humano é o principal recurso diferenciador das organizações bem-sucedidas. No entanto, a Gestão do Capital Humano, merece ainda alguns alertas, porquanto os Recursos Humanos são um Ativo da empresa e como tal, têm que ser geridos com todo o rigor e, dada a extrema importância deste Ativo, a sua gestão tem que estar no topo da agenda dos líderes. Nunca devemos esquecer que As pessoas fazem a diferença e a diferença está nas pessoas Na Indústria de Moldes, a gestão dos recursos é um desafio constante, dado que, todo o processo de conceção, desenvolvimento e fabrico de produtos, está sob monitoria, porque é preciso rentabilizar os processos, identificar, reduzir ou eliminar as atividades que não acrescentam valor, rentabilizar os processos e melhorar a produtividade interna – só assim, podemos continuar a competir, a oferecer diferenciação e a crescer num mercado muito concorrencial, contando com equipas bem treinadas, motivadas e empenhadas nos desafios do futuro.

A consciencialização de que para as empresas “fazerem a diferença”, só com um Capital Humano tecnicamente qualificado, bem liderado e que mantenha elevados níveis de motivação, empenho e dedicação, vontade de aprender e disponibilidade para assumir riscos. São estes atributos que encontramos em organizações bem-sucedidas. As organizações mais bem-sucedidas investem na formação das pessoas e consideram essa formação não um custo, mas um investimento com retorno assegurado. Regra geral, como suporte à formação a desenvolver, são identificadas especificamente as competencias necessárias às organizações em função das suas opções estratégicas, e clarificados os saberes necessários ao desenvolvimento dos negócios. Normalmente, são abrangidas as seguintes tipologias de competencias:

E qual a razão por que o Capital Humano é crucial em todas as fases do processo? Vejamos alguns objetivos das empresas e os recursos necessários para as concretizar:

Para serem bem-sucedidas, as empresas precisam de pessoas dedicadas, ágeis, empreendedoras e dispostas a assumir riscos. Para desenvolver essas competências, é imprescindível a formação, o treino o desenvolvimento das pessoas; desta forma, o Capital Humano contribui ativamente para o desenvolvimento das organizações. Algumas das imagens apresentadas, mostram desde uma cidade fantasma a uma empresa abandonada onde faltam pessoas por razões diversas, desde o desastre de Chernobyl a empresas abandonadas, passando por uma fabrica de mão de obra intensiva, a uma linha de montagem sofisticada. Ao analisarmos a imagem, verificamos que dos oito (8) objetivos referidos como exemplo, nenhum é exequível sem a participação dos RECURSOS HUMANOS.

Em todas elas, o elemento dinâmico são as pessoas, um recurso limitado sem o qual as empresas não laboram, os países não progridem.

São as pessoas que fazem as coisas acontecer.

Relembramos que a equação tem sempre dois membros

Muito facilmente chegamos à conclusão que as pessoas são imprescindíveis à sociedade, às empresas, à atividade económica, à inovação, ao empreendedorismo, etc., não conseguimos identificar qualquer atividade que não dependa das pessoas.

DICA: Quando fixar os objetivos de evolução da organização, verifique sempre a existência / necessidade de Capital Humano necessário para os concretizar; mais facilmente adquire um equipamento topo de gama do que dispõe de um técnico altamente qualificado que possa rentabilizar esse equipamento.

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Por essa razão, reflita e questione:

Por último, algumas reflexões:

> Os Recursos Técnicos estão no mercado;

> As empresas e organizações com maior sucesso, não são as maiores, mas sim aquelas que aproveitam os “ventos da mudança” e que revelam uma grande preparação e capacidade para enfrentar desafios;

> O dinheiro está nos Bancos;

> O Capital Humano tem que estar no topo da agenda dos gestores e líderes das organizações; > Um importante Fator Crítico de Sucesso é ter ao seu serviço Recursos Humanos, tecnicamente qualificados, motivados e com dinâmicas de crescimento e de desenvolvimento pessoal e profissional; Porque, quando um projeto é bom, será que todos os Recursos estão disponíveis?

> E o Capital Humano? Como dizia Walt Disney: “Você pode sonhar, projetar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo, mas é preciso pessoas para tornar o sonho realidade”.•


Moldes Portugueses elogiados na ‘Moulding Expo’ A CEFAMOL lançou uma revista dedicada à feira ‘Moulding Expo’, uma publicação bilingue de 80 páginas que acompanhou a participação coletiva da indústria portuguesa no certame. A revista deu voz a alguns dos produtores de moldes portugueses presentes na ‘Moulding Expo’, dando conta das suas expetativas, quer sobre a participação na feira, quer sobre o mercado alemão. A publicação apresentou um espaço dedicado a cada uma das empresas participantes, onde foi feita uma apresentação detalhada dos seus produtos e serviços. “A participação na “Moulding Expo” foi bastante positiva e, de uma maneira geral, correspondeu às expetativas das empresas portuguesas”. Manuel Oliveira, secretário-geral da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL), fez, desta forma, o balanço da presença na feira, que decorreu de 30 de maio a 2 de junho, em Estugarda, na Alemanha. A Associação fez-se acompanhar por doze empresas nacionais que integraram a sua participação coletiva. Um dos destaques desta edição do certame foi a realização de vários fóruns técnicos, que reuniram especialistas de diversos países. Um deles, o ‘European Tooling Forum’, dinamizado pela International Special Tooling and Machining Association (ISTMA), da qual a CEFAMOL é parte integrante e assume presentemente o seu Secretariado, centrou-se num interessante debate sobre o futuro da indústria, sobretudo as tendências, quer tecnológicas, quer de mercado, que irão influenciar a dinâmica das empresas. “A indústria de moldes portuguesa foi enaltecida pela sua qualidade e excelência”, contou Manuel Oliveira, sublinhando que essas referências elogiosas surgiram, de resto, em vários momentos

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da feira, quer pela organização do certame, por fornecedores da indústria ou concorrentes internacionais. Um dos exemplos desse reconhecimento do setor e da forte interação com a CEFAMOL foi a escolha, por parte dos organizadores (a Messe Stuttgart) de Portugal, concretamente da Marinha Grande, para a apresentação oficial da feira à imprensa internacional. Teve lugar a 8 de março, reunindo dezenas de jornalistas de vários países. Esta foi a segunda edição do evento que se realiza a cada dois anos. Quando arrancou, em 2015, teve um sucesso imediato, tendo recebido a visita de mais de 14 mil pessoas,

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oriundas de 52 países. Manuel Oliveira considera que esta edição, cujo os números oficiais apontam para os 15 mil visitantes, um pouco abaixo do que inicialmente esperado. “O número de pessoas a visitar a feira terá sido menor, mas foram visitantes mais direcionados ao setor, sobretudo alemães, mas também de outros países europeus”, explicou.

Organização satisfeita No balanço final, a organização da feira mostrou-se satisfeita, considerando que esta segunda edição “convenceu mais de 760 expositores e cerca de 15 mil visitantes da Alemanha, Europa e muitos outros países”. "Nunca conheci outra feira que se tenha imposto de forma tão rápida e com um nível tão elevado entre os expositores. Fiquei com a impressão de que os visitantes queriam literalmente absorver os programas oferecidos. Demos uma ‘casa’ à construção de ferramentas, modelos e moldes", considerou o diretor da Messe Stuttgart, Ulrich Kromer von Baerle.

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No decorrer da feira, e a exemplo da primeira edição, a organização da ‘Moulding Expo’ realizou um inquérito entre os expositores que elogiaram a qualidade e a longa duração – que consideraram ‘invulgar’ - dos contactos realizados, destacando também, como fator positivo, a internacionalidade do certame. Os visitantes foram oriundos de 52 países no total, nomeadamente da Áustria (16%), Suíça (12%), Itália (10%), Turquia (8%), República Checa (6%), França e Portugal (respetivamente 5%). A percentagem de representantes de outros países subiu de 11 para 15% comparativamente à primeira edição Os cerca de 15 mil visitantes profissionais representavam diferentes áreas industriais: automóvel (42%), construção de ferramentas e de moldes (28%), máquinas e equipamentos (23%), processamento, transformação e produção de plásticos (16%), a construção de modelos e protótipos (11%), entre outros setores.

“Plastpol” com Balanço Positivo Saldou-se pela positiva, a participação coletiva da indústria de moldes portuguesa na feira “Plastpol”, que decorreu de 23 a 26 de maio, em Kielce, na Polónia. A Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL) fez-se acompanhar por quatro empresas - CR Moldes, Geco, Moldoeste e Moldit – tendo permitido às mesmas, interessantes e promissores contactos com diversas empresas multinacionais representadas naquele país, bem como com outros produtores locais de produtos e componentes em plástico. “Foi muito positivo”, considerou Patrício Tavares, da CEFAMOL, sublinhando ter sido confirmada, no local, a importância estratégica da Polónia enquanto mercado com elevado potencial para a indústria portuguesa. O mercado do centro e leste da Europa tem registado, nos

últimos anos, um crescimento muito interessante. O ano passado, a Polónia foi o quarto destino das exportações do setor (representando 6% do total exportado), seguido pela República Checa (5% do total). Na Polónia estão representadas importantes multinacionais, não apenas da indústria automóvel, mas também dos setores da embalagem, eletrónica e utilidades domésticas, entre outros. Por outro lado, “a produção local de plásticos tem também uma dimensão muito interessante”, sublinhou Patrício Tavares, referindo que, de uma maneira geral, essa dinâmica foi visível nesta 21ª edição da feira “Plastpol”. De salientar que a CEFAMOL e o espaço da representação portuguesa foram premiados no decorrer da feira pela organização do certame que distinguiu a excelência da


apresentação. É a segunda vez consecutiva que a Associação assegura este reconhecimento. “A imagem da indústria portuguesa é muito positiva no mercado polaco, sobretudo pela qualidade dos moldes, associada a uma oferta integrada e competitiva. Há muitas empresas nacionais que já trabalham com a Polónia, mas há espaço no mercado para crescer mais”, salientou Patrício Tavares. A “Plastpol”, dedicada à cadeia de valor da indústria de plásticos, é o mais importante certame realizado na Polónia dedicado a este setor e um dos mais importantes da Europa Central e de Leste, atraindo os principais produtores da região.

CEFAMOL levou Empresas em Missão Inovadora à Itália Treviso. Bolonha. Turim. Foram as três regiões percorridas pela CEFAMOL e as cinco empresas portuguesas que a acompanharam numa missão a Itália, que decorreu entre os dias 2 e 5 de maio. Explicando que esta missão teve caraterísticas diferentes, uma vez que o objetivo não foi prioritariamente, como na generalidade das missões normalmente organizadas, perspetivar novos negócios, mas, sobretudo, conhecer a atividade das empresas de moldes ali sediadas e novas soluções tecnológicas implementadas, o secretário-geral da CEFAMOL fez, no final, um balanço “positivo” da deslocação. “A visita permitiu um interessante intercâmbio de ideias e experiências entre os produtores nacionais e os seus homólogos italianos”, contou Manuel Oliveira.

O programa da visita foi elaborado em conjunto pela CEFAMOL e a associação italiana de moldes - Unione Costruttori Italiani Stampi Attrezzature di Precisione (UCISAP), que acompanhou a comitiva portuguesa nas várias visitas realizadas. As duas associações têm, nos últimos anos, mantido uma estreita relação e desenvolvido trabalho em conjunto, integrado nas ações da ISTMA (Internacional Special Tooling and Machining Association). Manuel Oliveira, sublinha que se tratou da primeira vez que as empresas portuguesas visitaram conjuntamente Itália numa missão com estas caraterísticas.

As empresas Cheto, Edilásio, Geocam, Iberomoldes, Moldit e TJ Moldes tiveram oportunidade de conhecer empresas italianas de moldes, bem como fornecedores de soluções tecnológicas para a indústria. Visitaram ainda fabricantes do setor automóvel: de automóveis de série limitada (Pagani), de motos (Ducati) e de veículos comerciais (Fiat Chrysler Automobiles - FCA).

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CEFAMOL realizou Missão à África do Sul “A África do Sul tem potencialidades, mas as oportunidades desse mercado têm de ser trabalhadas pelas empresas”. Esta é uma das principais conclusões de Manuel Oliveira, secretário-geral da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL), após a missão empresarial realizada aquele país, entre os dias 2 e 7 de abril. Quatro empresas portuguesas – CR Moldes, E&T, Moliporex e Exportools – acompanharam a CEFAMOL nesta deslocação e contactaram de perto com a indústria e instituições do país, de forma a identificar possibilidades de negócio e/ou cooperação com parceiros locais. Não é a primeira vez que a Associação desenvolve atividades promocionais na África do Sul. Neste regresso, conta Manuel Oliveira, foi possível constatar a evolução recente do mercado local. “Há um reforço da indústria de uma maneira geral, muito alicerçado no setor automóvel, com a presença de sete importantes fabricantes internacionais no país”, explica. Foram, por isso, detetadas oportunidades. “Há, por exemplo, necessidades a que a indústria local de moldes e ferramentas especiais não consegue dar resposta, por exemplo ao nível da dimensão ou complexidade da oferta das empresas portuguesas”, sublinha, considerando que um dos caminhos para as empresas portuguesas poderá ser a realização de parcerias com as unidades de produção locais. Nesta visita, para além de reuniões com alguns dos stakeholders e visitas a empresas locais, a CEFAMOL esteve representada na ‘NAACAM Show’, uma feira organizada pela National Association of Automotive Component and Allied Manufacturers of South Africa, em Durban, certame,

que se realiza de dois em dois anos, e é reconhecido como uma montra privilegiada da indústria automóvel e de componentes na África do Sul. Presente com um stand, a associação deu, com esta representação, maior visibilidade às empresas e à indústria portuguesa. Já este ano, as potencialidades do mercado da África do Sul estiveram em destaque, no decorrer de um seminário, organizado em fevereiro pela CEFAMOL e pela Embaixada da África do Sul e inserido no ciclo de conferências “Engineering & Tooling: Oportunidades e Desafios”. Na ocasião, Jorge Maia, da Industrial Development Corporation of South Africa, destacou a presença da indústria automóvel que, explicou, representa 5,7% do total da atividade industrial e 7,2% do PIB da África do Sul. Em 2015, referiu ainda, foram fabricados mais de 600 mil veículos, de operadores instalados em diferentes áreas geográficas do país, como a BMW, a Ford, a GM, a Mercedes, a Nissan, a Toyota ou a Volkswagen.

“Fip Solution Plastique” contou com Pavilhão Nacional quatro empresas do setor: Bormat, Fozmoldes, Geco e Steelplus. Apesar de se tratar de um destino tradicional para as exportações nacionais de moldes e ferramentas, pretendeuse reforçar o posicionamento e quota de mercado da indústria nacional, naquele que é o terceiro principal cliente de Portugal.

Pela primeira vez, a CEFAMOL organizou um pavilhão nacional na feira “FIP Solution Plastique”, realizada entre os dias 13 e 16 de junho, na cidade de Lyon (França). Nesta iniciativa a CEFAMOL apoiou a participação coletiva de

Na conjuntura atual, o forte dinamismo económico, assim como os elevados níveis de confiança que se fazem sentir no seio da indústria francesa, fazem prever períodos de forte investimento e lançamento de novos projetos, aumentando desta forma o potencial de negócio para os participantes na “FIP Solution Plastique”.


CEFAMOL organizou encontros Bilaterais com Empresas Mexicanas No âmbito do plano de promoção “Engineering & Tooling from Portugal”, a CEFAMOL organizou a receção de uma delegação de seis empresas mexicanas promovida pela ProMexico, que se deslocou a Portugal entre os dias 20 e 22 de junho, para participar na iniciativa “B2B MEETINGS MEXICO”, uma sessão de encontros bilaterais, seguida de visitas a empresas do nosso setor. Pretendeu-se dar destaque à apresentação de soluções inovadoras, de alta complexidade e valor acrescentado por parte das 14 empresas portuguesas participantes nesta sessão.

“Global Automotive Components and Suppliers”: Uma Janela para a Cadeia de Valor na Indústria Automóvel expositores oriundos de inúmeros países, tais como a Alemanha, Itália, Reino Unido, Estados Unidos, Índia, Turquia, entre outros. A feira agrupou um vasto leque de capacidades e competências a nível internacional, sendo composta por fornecedores de 1ª, 2ª e 3ª linha de toda a cadeia de valor da indústria automóvel que apresentaram soluções, tecnologias, alternativas económicas, bem como produtos inovadores nesta área.

A CEFAMOL esteve presente com um stand institucional no “Global Automotive Components and Suppliers”, que decorreu entre os dias 20 e 22 de junho, no recinto da Messe Stuttgart (Alemanha).

Esta exposição é considerada pelos principais stakeholders da indústria automóvel como uma excelente oportunidade para encontrar num único local, a rede global de fornecedores, assim como estabelecer novas parcerias.

Este evento, realizado em simultâneo com a “Engine Expo” e a “Automotive Interiors Expo”, contou com mais de 300

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RÚSSIA MERCADO DOS MOLDES Maria José Rézio AICEP Moscovo


Breve enquadramento económico Num passado recente, a Rússia era considerada um dos mercados mais lucrativos e atraentes, para investidores e exportadores de bens e serviços. No entanto, nos últimos 3 anos vários fatores têm servido de entrave ao aumento das trocas comerciais e fluxos de investimento para este mercado. A recessão económica na Rússia (em 2015 foi de -3,7%, e em 2016 de -1,3%), agudizada pela continuada queda dos preços do petróleo, a desvalorização do rublo, e a execução da política de substituição de importações, levaram a que as importações russas do Mundo, entre 2013 e 2015, caíssem de 314,9 para 182,8 mil milhões USD (-22,6%), as importações russas de Portugal decrescessem em 22,5% e o comércio total entre a UE e a Rússia diminuísse em cerca de 36%. Apesar deste revés económico, vale a pena lembrar que a Rússia é uma potência regional e energética, e um dos maiores mercados de consumo da Europa, com aproximadamente 150 milhões de consumidores - extensível a cerca de 38 milhões de consumidores dos países membros da União Eurasiática (Bielorrússia, Cazaquistão, Arménia e Quirguistão) – estimando-se que 10% da população continua com grande poder de compra. O país dispõe de 15 grandes cidades, com mais de 1 milhão de habitantes e de uma classe média com enorme propensão para o consumo. O FMI prevê um crescimento do PIB russo na ordem dos +1,7% e +2,1%, para 2017 e 2018, respectivamente.

Sobre os moldes na Rússia Na ex-União Soviética, os moldes eram fabricados por numerosas empresas, de variada dimensão. Com a extinção da União Soviética, esta indústria entrou em declínio, tendo a maioria dos especialistas mudado de especialidade e muitas das escolas que os formavam, sido fechadas. Acresce que desde então, as tecnologias mudaram: progressivamente os plásticos substituem os metais e outros materiais, como a madeira, o vidro ou a cerâmica, sendo que a sua utilização não cessa de se alargar num vastíssimo leque de produtos desde os para-choques para os automóveis até ao mobiliário de exterior, passando pelas paletes de carga e contentores de lixo. A produção de moldes modernos requer novos processos de produção, novos equipamentos e, sobretudo, especialistas altamente qualificados. Os fabricantes russos de moldes encontram-se numa situação complicada, devendo enfrentar, por um lado, a concorrência da elevada qualidade dos moldes europeus e, por outro, a invasão do mercado por moldes da China que apesar da sua deficiente qualidade, não cumprindo o número de ciclos estipulado e fre-

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quentemente irreparáveis, têm as vantagens de ser mais baratos, fornecidos em grandes quantidades e com prazos curtos de entrega. De acordo com fontes do sector, a indústria russa de moldes é constituída por cerca de 46 fábricas, sendo que as maiores, são unidades integrantes de grandes empresas: p.e. a “Fábrica de Ferramentas de Ijevsk” integra o consórcio “Kalashnikov”, a “KEMZ-Instrument” integra a empresa de Eletromecânica de Kovrov, as unidades de moldes e de ferramentas “ZiD” integram a “V.A.Degtyarev” e a Unidade Autónoma de Conceção e Produção de Moldes e Matrizes integra a TZK “Tekhosnastka” de Moscovo. São ainda de realçar fabricantes de moldes tais como: “Autokomponent /Euromold”, “AviaCam”, “Ir-Key”, “Kaluzhsky Zavod Press-form”, “Mikron-VRN”, “Plastpoliten”, “Polipak”, “Roboshtamp”, “Samarskiy Instrumentalny Zavod”, “Satiz”, “Volzhskiy Machine Building Plant”, “ZSPF”. Os principais clientes de moldes para plásticos, no mercado russo, são os setores dos componentes para automóveis, dos eletrodomésticos e o da embalagem.

Indústria automóvel A produção de automóveis de marcas estrangeiras na Rússia passou há muito da exceção à regra. Nos últimos anos, a lista dos dez modelos mais procurados no mercado incluiu modelos fabricados/montados na Rússia, sendo que mais de metade deles são marcas estrangeiras. No início dos anos 2000, os fabricantes de automóveis estrangeiros instalados na Rússia, ocupavam-se essencialmente de montagem SKD, sendo que nos últimos anos têm passado à produção CKD. Em 2017 os compromissos dos fabricantes de automóveis relativos à localização da produção de componentes é de 55%, e em 2018 será de 60%. Os 40% dos componentes não abrangidos pelo compromisso de localização, são aqueles cuja produção na Rússia não é possível por razões de tecnologia, tratando-se nomeadamente de produtos ou sistemas eletrónicos sofisticados. O Estado regula a produção de componentes tal como o faz relativamente à montagem industrial de automóveis, sendo o esquema idêntico ao aplicado aos fabricantes de automóveis: localização progressiva da produção em troca de privilégios. Assim, nos últimos dez anos, a indústria russa acolheu a produção de componentes automóveis de numerosas marcas internacionais como “Autoneum”, “Bosch”, “Faurecia”, “Magna”, “Saargummi”, “Schaeffler”, entre outras. Entre os fabricantes de automóveis, em 2016, os principais importadores de moldes foram: “Hyundai Motor Manufac-

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turing Russia”, “Toyota Motor”, “Avtovaz”, “Volkswagen Group Rus”. De acordo com fontes do sector, a fábrica automóvel “Avtovaz” (fabricante da marca “Lada”) encomenda junto da empresa de engenharia mecânica “Voljski” a maioria dos moldes necessários para a produção dos modelos “Lada Vesta”, “Lada XRay” e “Lada Kalina Cross”, enquanto a “Renault-Nissan” adquire moldes na China, Coreia e Turquia. Entre os fabricantes de componentes de automóveis, em 2016, os principais importadores de moldes foram “Magna Automotive Rus”, “Hiton-Plast 2”, “Autokomponent” e “DPO Plastik”. É importante assinalar que, se anteriormente todos os produtos fabricados na Rússia eram destinados ao mercado interno, atualmente parte deles é exportada. É o caso das marcas “Datsun”, “Ford”, “Hyundai–Kia”, “Lada”, “Nissan”, “Toyota”. Os principais mercados de exportação são a Bielorrússia e o Cazaquistão, membros da União Económica Eurasiática.

Indústria das embalagens de plástico Segundo dados da “Intesco Research Group”, o mercado russo das embalagens de plástico tem vindo a crescer, em volume, à taxa média anual de 20%, tendo este indicador oscilado entre os 5% e os 10% no segmento das embalagens de plástico para a indústria alimentar. Por tipos de material (embalagens plásticas, de cartão e metálicas), o plástico representa mais de um terço do mercado russo da embalagem, deixando-se ligeiramente ultrapassar pelo segmento do papel e cartão. De acordo com o portal setorial http://tara.unipack.ru/, o mercado russo conta com mais de uma centena de fabricantes de embalagens de plástico, dos quais cerca de dez são grandes empresas. A Rússia produz cerca de 540 mil toneladas de embalagens de plástico por ano, enquanto consome 580 mil toneladas. Entretanto, a quota dos produtos de importação, provenientes, principalmente, da Finlândia e Polónia, que em 2013 ascendia a 50% do mercado das embalagens de plástico, tem vindo a diminuir. As sanções económicas adotadas contra a Rússia têm permitido aos fabricantes locais reforçar as suas posições no mercado, os quais investiram na aquisição de equipamentos sobretudo provenientes da China - para aumentar as respectivas produções. Dos fabricantes de embalagem de plástico presentes no mercado russo, os maiores são: “Plastimex M”, de Moscovo, produzindo mais de cem tipos de contentores rígidos de plástico; “TD Aliansupak”, da região de Moscovo, especializado no fabrico de frascos e baldes de plástico; “Standart Plastik Grup”, de Belgorod, “UMT Industry”, da região de Moscovo, e o consórcio “Protek” que produzem uma variada gama de artigos, desde contentores para produtos

MARKET REPORT

alimentares até à louça descartável. Importa, igualmente, referir a “Georg Polimer”, de Moscovo, especializada na produção de contentores para produtos semiacabados de carne e de peixe. Os volumes de produção destas grandes empresas e outras de menor dimensão têm vindo a registar um crescimento sustentado, com diversos especialistas a preverem que a quota de mercado das embalagens de plástico de importação venha a sofrer uma forte redução nos próximos 2 a 3 anos e que alguns segmentos da indústria russa, por exemplo, os de película flexível para produtos de pastelaria e de película para etiquetas, venham a atingir uma posição de independência total, face às importações. Apesar de ainda não existirem dados definitivos disponíveis, em 2016, prevê-se que o volume de negócios do mercado russo de embalagens atinja um montante superior a 16,5 mil milhões USD. As embalagens de plástico representam cerca de 40% desse volume. Nos primeiros cinco meses de 2016, a produção de todos os tipos de embalagem cresceu 4% e a de embalagens de plástico aumentou 3%. Simultaneamente, tem-se registado uma diminuição da produção de embalagens de plástico rígido. Nos próximos três anos, prevê-se que a indústria de embalagens continue a crescer entre 3% a 4%. Em 2016, a lista dos principais importadores de moldes inclui as empresas “ZPI Alternativa”, “Unilever Rus”, “Iplast”, “Europlast”, “Mechta”, “M-Plastika”, “Beeplast / Kompaniya Assol”, “Plastic Republic”, “Bericap”, “Polimerbyt” e “Nefis Cosmetics”.

Indústria dos eletrodomésticos O mercado russo de eletrodomésticos é considerado um dos setores que, na Europa, apresenta maior potencial de desenvolvimento. É, porém, dominado por marcas estrangeiras que relegam as russas para segundo plano. As empresas russas conseguem melhor performance na produção de frigoríficos e fogões de cozinha, do que no fabrico de máquinas de lavar roupa e aspiradores. Os principais fabricantes russos de eletrodomésticos são: Fábrica de Frigoríficos de Krasnoiarsk (marcas “Biriussa” e “Okean”), “PPO EVT” de Penza (fogões de vários tipos, marcas “De Luxe” e “Electronicsdeluxe”), “Gazmash” de Perm (fogões de marca “Darina”), “Mikromashina” de Moscovo (máquinas de barbear elétricas de marca “Mikma”), Fábrica de Voronej (televisões e fornos de micro-ondas de marca “Rubin”), Fábrica de Korolev (processadores de cozinha de marca “Energia”), Fábrica de Ijevsk “Aksion Holding” (moinhos de carne, espremedores), Fábrica de Barnaul “Rotor” (moinhos de carne), Fábrica de Votkinsk, Udmúrtia (variada gama de eletrodomésticos). Das marcas internacionais que fabricam eletrodomésticos no mercado russo há que referir: “Samsung” (televisões, sistemas de cinema em casa, AV), “LG” (eletrodomésticos de


grande dimensão e televisões, aparelhagem sonora e de vídeo), “Indesit” (fábrica de frigoríficos de Lipetsk “Stinol” e fábrica de máquinas de lavar roupa), “Beko” (eletrodomésticos de grande dimensão), “Vestel” (eletrodomésticos de grande dimensão e televisões), “BSH” (eletrodomésticos de grande dimensão), “DeLonghi” (eletrodomésticos de pequena dimensão) e “Candy” (máquinas de lavar roupa). Os maiores importadores de moldes do setor dos eletrodomésticos foram: “Samsung Electronics Rus Kaluga”, “LG Electronics Rus”, “Beko”, “Haier Electrical Appliances Rus”e “Indesit International”.

Importações de Moldes Em anteriores períodos de crescimento económico, e para fazer face às necessidades da indústria, a Rússia foi um importante importador de moldes a nível mundial. Em 2015, e face a um período de crise, a Rússia foi o 17º importador mundial de moldes (p.p. 8480 - caixas de fundição; placas de fundo para moldes; modelos para moldes; moldes para metais, carbonetos metálicos, vidro matérias minerais, borracha ou plástico), com uma quota de 1,7% do total mundial. As compras russas de moldes ao exterior, em 2015, atingiram o valor mais baixo dos últimos anos, com 295,5 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 32% face a 2014. Desde 2012 que o mercado russo dos moldes é dominado pela China, tendo esta, em 2015, atingido uma quota a oscilar entre os 24,3% e os 30,8% (dependendo do tipo de moldes). A presença europeia é assegurada por moldes italianos (10,5% de quota de mercado e 2º fornecedor), alemães (9% de quota de mercado e 4º fornecedor), checos (5,8% de quota de mercado e 5º fornecedor) e portugueses (5,6% de quota de mercado e 7º fornecedor). É importante referir, a forte presença dos moldes da Turquia, na 6ª posição como fornecedor e uma quota de mercado de 5,7%. Portugal, em 2015, na p.p. 8480, exportou 16,5 milhões USD, dos quais, mais de 95% da subposição 848071 (moldes para borracha ou plástico, para moldagem por injeção ou por compressão) no montante de 15,7 milhões USD – onde detemos o 6º lugar como fornecedor, e uma quota de mercado de 7,1%. Vendemos, igualmente, da subposição 848050 (moldes para vidro) no montante de 869 mil USD onde detemos o 7º lugar como fornecedor, e uma quota de mercado de 3,3%.

Com o previsto crescimento da economia nos próximos anos, e o incremento dos investimentos russos nas suas próprias indústrias, antevê-se que o setor dos moldes poderá ser um dos setores com perspetivas no aumento das importações.

Informações sobre feiras e eventos Em Moscovo, são organizadas, anualmente, importantes feiras internacionais ligadas aos setores dos moldes, dos componentes para automóveis, dos eletrodomésticos, da embalagem, entre outros. Para divulgação dos respetivos produtos, aconselha-se às empresas portuguesas visitas ao mercado, a participação em feiras do setor ou a visita às referidas feiras para conhecimento direto da procura e de potenciais clientes. Assim, ficam aqui alguns exemplos de feiras setoriais, tais como: Sigla

Designação em português

Site da feira

Datas

ROSMOULD

Feira Internacional dos Moldes

http://rosmould.com/

20 a 22 de junho 2017

ROSUPAK

Feira Internacional da Embalagem

www.rosupack.com/en-GB

20 a 22 de junho 2017

www.interplastica.de/

23 a 26 de janeiro 2018

INTERPLASTICA Feira Internacional de Moldes e Indústria de Plásticos UPAKOVKA

Feira Internacional de Tecnologia e www.upakovkatradefair.com/ 23 a 26 de Equipamentos de janeiro 2018 Embalagem

Sendo a Rússia, um mercado com um grande potencial e ainda com muito para descobrir, tenho a certeza que as empresas portuguesas de moldes virão a contribuir, para que Portugal ocupe um importante lugar como fornecedor destes equipamentos para este mercado, e que poderão sempre contar com o apoio da Aicep e da Cefamol para realizar este desafio.

Apesar de nos últimos 5 anos (de 2011 a 2015) Portugal ter tido uma variação média positiva, das suas exportações de moldes para o mercado russo (na ordem dos +16,3%) é de notar, que a variação entre 2015 e 2014 foi de -11,7%.

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Análise Comparativa Segundo Trimestre 2017

MERCADOS TRADICIONAIS

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS AMERICANOS

PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar




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