Ano 1
“Engineering & Tooling from Portugal” - A Marca do nosso Sector A Aeronáutica: Uma Aposta Estratégica BRASIL Mercado em destaque
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Número 2
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Trimestral
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Julho 2013
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“Engineering & Tooling from Portugal”
A MARCA DO NOSSO SECTOR Manuel Oliveira - Cefamol
A natureza claramente exportadora da Indústria Portuguesa de Moldes e Ferramentas Especiais e a sua forte orientação para o mercado internacional tem sido reconhecida, ao longo dos anos, como um factor indutor de inovação e diferenciação no tecido empresarial nacional. No entanto, esta forte vocação para o exterior faz com que a Indústria se encontre exposta a um alargado conjunto de factores e alterações registadas na economia mundial (que todos tão bem conhecemos) e que têm vindo a contribuir para o instável contexto económico e social em que vivemos, impondo um rápido e constante reposicionamento dos seus agentes e protagonistas. Tal contexto obriga a uma clara reorientação estratégica das empresas para a sua integração em cadeias de valor e para uma diferenciação clara da sua oferta face os seus principais concorrentes. É reconhecido que as nossas empresas têm vindo a seguir este caminho, integrando, cada vez mais, serviços complementares e mais sofisticados. Esta “nova” Indústria, que surge da integração de tão vastas competências e que denominamos de Engineering and Tooling, assume-se, hoje em dia, como infra-estrutural para o desenvolvimento da economia, sendo elemento imprescindível no desenvolvimento e fabricação da grande maioria de produtos e bens de equipamento. Indutora da criação de emprego qualificado, e com tendência acelerada para o seu incremento, tendo em vista o ritmo tecnológico e competitivo que promove, a Indústria de Engineering and Tooling assume efeitos multiplicadores em muitas actividades e/ou sectores económicos, fruto do seu desenvolvimento, da expansão das suas actividades e dos serviços complementares que lhe estão associados, apresentando por isso uma dimensão muito superior à percepcionada no mercado. O Engineering and Tooling assume-se hoje como uma indústria multidisciplinar, cujo desenvolvimento depende fortemente de continuados e abrangentes processos de inovação, articulando, de forma natural e consistente, o trabalho em rede e “coopetitivo”, envolvendo empresas e entidades do sistema
científico e tecnológico na procura de soluções diferenciadoras e competitivas internacionalmente.
E como vender este conceito e esta nova realidade? Certamente para tal não haverá uma verdade absoluta para a resolver ou uma universalidade que permita ser aplicada a todas as empresas, mas vejamos como tem vindo a ser abordado e trabalhado este assunto em prol da Indústria. Foco principal nas acções de promoção nacional, mas principalmente, internacional que têm vindo a ser desenvolvidas pelo nosso Sector, a consolidação e notoriedade da
Marca “Engineering & Tooling from Portugal”, assume-se como um dos principais desafios nesta estratégia comunicacional.
de notoriedade junto de mercados alvo ou da comunidade que o(s) envolve. Não será este um argumento óbvio para relevar esta posição? Analisemos outros…
Lançada em 2004, a denominação “Engineering & Tooling from Portugal” pretende sintetizar todos os conceitos e atributos já aqui referidos e que diferenciam o nosso cluster de outros existentes a nível internacional. Desde essa altura que a imagem e logótipo que a sustenta têm vindo a ser utilizados em variadíssimas acções e materiais promocionais, com destaque óbvio pela visibilidade que apresentam, para as participações colectivas de empresas em feiras internacionais promovidas e organizadas pela CEFAMOL.
Havendo todo um esforço promocional da Indústria Portuguesa de Engineering & Tooling, para apresentar junto de potenciais clientes, as suas competências e factores diferenciadores, será sem dúvida um elemento facilitador para qualquer empresa nacional, de maior ou menor dimensão, conseguir obter atenção para a sua oferta especializada de produtos e serviços. A demonstração de Portugal enquanto fornecedor de soluções integradas e personalizadas de engenharia e tooling permitirá a todos um novo reconhecimento e um novo posicionamento no mercado.
A consolidação desta denominação numa Marca Colectiva registada nacional e internacionalmente agora conseguida, apresenta-se como um novo patamar e ponto de partida para o desenvolvimento de um conjunto alargado de novas acções promocionais, integrando diferentes actores (empresas, associações, centros tecnológicos e de saber) num esforço conjunto para alcançar um nível de notoriedade condicente com os reais conhecimentos, expertise e competências existentes no Sector.
Vejamos também este ponto – posicionamento – como as empresas querem ser reconhecidas no mercado? Ao analisarmos o seu material promocional ou a sua estratégia de comunicação utilizada em feiras e missões empresariais, verificamos que estas se apresentam, cada vez mais, não “apenas” como fabricantes de moldes ou ferramentas (o que não é, nem nunca será de modo algum redutor) mas como fornecedores de “soluções integradas”. Ora, estando as empresas individualmente a promover esta ideia e conceito, não terão o trabalho mais facilitado quando alicerçado numa Marca colectiva e numa campanha global que destaca exactamente estas capacidades e características?
A realização de uma campanha de promoção e comunicação alargada, exercida de forma contínua e sistemática, contando com o envolvimento de todos quantos nela operam será factor essencial para o seu sucesso. Para tal, e numa linha de orientação estratégica perfeitamente definida e sincronizada, a CEFAMOL e a Associação POOL-NET (entidade coordenadora do Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling) irão dinamizar actividades colectivas que operacionalizarão tal campanha, onde, para além das mais tradicionais participações em feiras e missões, se destaca a forte presença em órgãos de comunicação especializada internacionais (através da inserção de publicidade, publireportagens, artigos e notícias), assim como a organização de roadshows e seminários técnicos ou a distribuição de merchadising. Diríamos que estas são razões de sobra para que todos participem e colaborem em tais iniciativas. Do ponto de vista associativo, a capacidade de reunir as empresas (mas também outras entidades que com ela interagem de forma activa e regular) em torno de um objectivo comum e da promoção de um conceito único onde todos se integram e revêem, é, sem dúvida, uma referência e um factor primordial de destaque, não usual no contexto empresarial nacional. Mas certamente muitas empresas se interrogarão: “E o que é que eu ganho com isto?”, “Que benefícios trazem estas acções para mim, quando normalmente nem participo neste tipo de campanhas?”. Sucintamente diríamos: “Têm tudo a ganhar” Relembramos que, conceptualmente, o uso de uma Marca pretende distinguir e diferenciar quem a utiliza, destacando virtudes e atributos que separa os seus utilizadores e/ou proprietários dos seus semelhantes, permitindo elevar níveis
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Participando em acções promocionais conjuntas e aderindo à utilização e difusão da Marca, as empresas conseguirão certamente ampliar o seu esforço comunicacional individual podendo mais facilmente fazer passar a sua mensagem e os atributos que lhes estão inerentes junto dos seus clientes ou potenciais clientes. Considerando que tal utilização e difusão está sujeita a critérios já definidos e publicados pela Associação POOLNET, enquanto detentora da Marca, os quais devem ser respeitados, é nossa opinião que o uso da mesma nos diversos instrumentos e meios individuais da empresa (emails, papel de carta, website, brochuras, etc.) irá certamente contribuir para este esforço de comunicação do Sector, não acarretando quaisquer custos adicionais para quem o praticar e, certamente, toda a Comunidade agradece. Analisámos até aqui apenas a vertente do mercado e dos clientes (claramente uma das áreas mais apelativa para as empresas) mas vejamos agora a utilização da Marca, e de todo o conceito “Engineering & Tooling”, do ponto de vista de outros agentes com quem lidamos diária ou regularmente. Vejamos o caso das entidades públicas e oficiais que, desde sempre, reconheceram esta Indústria como uma referência nacional e um exemplo de dinamismo a seguir. Certamente que a demonstração da evolução e “upgrade” tecnológico e industrial do Sector, a par do reforço da sua capacidade exportadora e de valorização da oferta, contribuirá para que este reconhecimento seja ainda mais forte e que a nossa
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Indústria continue a ser destacada e a receber apoio institucional para as suas actividades. Este é, sem dúvida, um elemento a ter em conta e que a campanha de promoção da Marca “Engineering & Tooling from Portugal” pode contribuir para evidenciar toda uma Indústria.
vens técnicos qualificados vindos das Universidades e que certamente reforçarão as competências técnicas e de gestão das empresas, valorizando-as e diferenciando-as dos seus concorrentes. Não podemos negar que esta é uma necessidade do Sector e um assunto que a todos diz respeito.
A integração em redes de conhecimento, a interacção com entidades do sistema científico e tecnológico também será mais facilitada pela divulgação das competências alargadas das empresas em diferentes domínios. Tal dinâmica permitirá que as mesmas venham a integrar de uma forma mais regular redes, projectos e iniciativas de I&D, o que certamente contribuirá ainda mais para a sua diferenciação junto dos seus concorrentes e para a assimilação de conhecimento que permita promover a oferta de novas soluções aos seus clientes.
Por outro lado, esta valorização dos recursos humanos e atracção de novos valores vai provocar mais dinamismo, reconhecimento e bem-estar na comunidade e sociedade em que as empresas se integram, reforçando o papel de responsabilidade social que as mesmas devem exercer no meio que as rodeia.
Analisemos também a vertente dos recursos humanos. Laborar numa Indústria com as características aqui enunciadas é, sem dúvida, fonte de motivação e orgulho para todos quantos trabalham e colaboram neste Sector. Partilhar os conceitos subjacentes à Indústria de Engineering & Tooling com as equipas de trabalho, definindo posicionamento e objectivos que a empresa pretende alcançar é uma forma de motivar e desafiar todos quantos contribuem para que as empresas atinjam o sucesso. Mas não esqueçamos que todos estes elementos são também factores de atractividade para novos valores para a Indústria. Quanto mais for destacada e referenciada pelo seu dinamismo, inovação, ligação a centros de saber, pela produção de alto valor acrescentado ou à presença no mercado internacional, mais fácil será chamar a atenção de jo-
Não serão estes os factores que a todos dizem respeito e em que todos devemos estar envolvidos? Em resumo, verificamos que a utilização e disseminação da Marca “Engineering & Tooling from Portugal”, se apresenta como um elemento que vai muito para além de um mero argumento comercial para as empresas. Ela demonstra valor, dinamismo e competências de uma Indústria que, ao longo de sessenta anos, soube trilhar um caminho de inovação, de reconhecimento internacional, sendo uma “bandeira” da Indústria e da economia nacional. A Marca salienta-se não apenas pelas externalidades positivas que a utilização de um símbolo ou logótipo que possa ser comum a uma grande diversidade de empresas origina, mas, principalmente, pelos factores que este conceito encerra e como estabelece uma referência na trajectória histórica de sucesso desta Indústria. O seu efeito, não apenas em termos comerciais e promocionais mas também junto da comunidade em que se insere, permite levar a Indústria para todo um novo patamar de excelência a que nenhuma empresa do Sector poderá ficar indiferente. Contamos com a participação de todos nesta iniciativa e no apoio à promoção da Marca “Engineering & Tooling from Portugal”.
“Engineering & Tooling from Portugal” A IMPORTÂNCIA DA MARCA
Catarina Medina - Cefamol
Esta Indústria encontra-se dotada de um conjunto de valências, competências e conhecimento que permite afirmar que as empresas em Portugal estão numa posição privilegiada para reformularem e/ou reforçarem o seu posicionamento no sentido de poderem captar novas oportunidades de negócio em diversos Sectores e mercados.
É neste contexto que surge nos anos 90 a Marca “Moldes Portugal” e a campanha de promoção a ela inerente, cujo objectivo principal foi a criação de uma imagem identificativa da Indústria Portuguesa de Moldes que a distinguisse no panorama internacional.
Acrescenta-se a estes factores a interiorização de uma mensagem comum que o projecte no mercado como fornecedor de soluções inovadoras, integradas e altamente competitivas no contexto internacional: “Engineering & Tooling from Portugal”. Relembramos que, desde a primeira metade da década de 90, o Sector começou a sentir os principais efeitos da crescente globalização das economias, o que obrigou as empresas a profundas actualizações e modernizações na sua estratégia de actuação. Os desafios resultantes do facto de muitos dos seus clientes serem grandes empresas que operavam no mercado mundial, com organizações profundamente sofisticadas eram dificilmente adaptáveis à típica organização das PME portuguesas (mas não só) desse período. Ou seja, o Sector para resistir a este impacto teve que passar por um complexo processo de actualização e modernização, aos níveis da gestão, da organização interna, da certificação das suas actividades, entre outros, tratando-se essencialmente de uma profunda alteração da “cultura empresarial”. De facto, a apresentação das potencialidades da Indústria em mercados internacionais mais exigentes, tendo como base os aspectos de qualidade, inovação, modernidade e internacionalização, factores fundamentais para a solidificação de uma imagem de prestígio, ocorreu de uma forma coerente, sistemática e homogénea. Deste modo, e como parte integrante de uma campanha de imagem internacional, considerou-se de particular importância a criação de uma Marca visual identificativa dos moldes portugueses, bem como a sua correcta utilização e divulgação.
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Logotipo utilizado na Campanha “Moldes Portugal”
Actualmente, a Indústria enfrenta um novo ciclo de desafios resultantes de alguns dos factores acima enunciados, nomeadamente a alteração de modelos de negócio, a dilatação de prazos de recebimento ou o surgimento de novos concorrentes internacionais oriundos de países e regiões com menores valores de custo de produção. A tais factores o Sector tem vindo a responder afirmativamente e a conseguir crescer e a consolidar a sua notoriedade no mercado internacional baseando a sua intervenção na capacidade tecnológica instalada, na presença internacional e na importância estratégica transversal que assume para diversos Sectores (e.g. automóvel, saúde, electrónica, etc.), encontrando-se posicionada para contribuir para a modernização do tecido industrial português, permitindo a sua diversificação em diversas áreas, como a engenharia de produto, a automação ou o software. Capitalizar em termos de identidade estas características, comunicá-la no mercado internacional e interpretá-las numa linguagem actual é um dos novos desafios para a Indústria Portuguesa de Engineering & Tooling.
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O conceito “Engineering & Tooling” traduz a essência actual da Indústria, um Sector caracterizado pelo engenho e criatividade dos seus activos mais importantes, as pessoas, incorporando o know-how coleccionado ao longo dos últimos 60 anos. “Engineering & Tooling”, visa desenvolver o conceito molde e ferramentas, adequando-o aos desafios dos próximos anos, promovendo cada vez mais o alargamento da cadeia de valor efectuado e os serviços diferenciadores promovidos pelas empresas. Na procura de capitalizar activos intangíveis, e portanto mais difíceis de serem copiados, a Indústria de Engineering & Tooling decidiu potenciar todas as suas valências e características distintivas através de uma identidade própria – a Marca “Engineering & Tooling from Portugal”.
MARKET REPORT
Criou-se uma assinatura que transmite a ideia de inovação e integração, mas também de pioneirismo de Portugal neste Sector, para além da certeza de que não se trata apenas de prestar um serviço ao cliente, mas, essencialmente, de ser seu parceiro. Esta nova identidade visual reflecte a actual oferta do Sector. Muito mais do que produzir moldes ou ferramentas, evoluiu-se para uma actuação ao nível de toda a cadeia de valor, reflectindo as diferentes fases de desenvolvimento do processo da oferta global da empresa, as quais se encontram patentes na iconografia do logotipo:
Apresentação do logotipo da Marca “Engineering & Tooling from Portugal”
Os elementos gráficos representam as diversas fases da cadeia de valor - Design; Engenharia e Desenvolvimento do Produto; Prototipagem; Produção de Moldes e Ferramentas; Produto Final. O lettering escolhido transmite a modernidade da tecnologia associada a esta Indústria. As cores utilizadas remetem para o nosso país e Marcam um processo, uma evolução da simplicidade para a complexidade, através do degrade de cor escolhido. A assinatura criada transmite a ideia de inovação e de pioneirismo de Portugal na Indústria de Engineering & Tooling. A essência da Marca “Engineering & Tooling from Portugal” corporiza a identidade do Sector e reflecte a oferta global da sua cadeia de valor, potenciando a sua visibilidade e capacidade de intervenção em oferecer soluções inovadoras, integradas, e competitivas no contexto internacional, transmitindo a ideia de parceria, cooperação e confiança estabelecida com o cliente, permitindo o suporte ao desenvolvimento de qualquer produto no mercado global. A sua utilização e disseminação terá como principais objectivos: - A consolidação da notoriedade nacional e internacional da Indústria Portuguesa de “Engineering & Tooling”; - A diferenciação e valorização da oferta nacional junto dos seus principais clientes e concorrentes internacionais; - O apoio à competitividade, marketing e a promoção internacional das empresas e do Sector; - O aumento das vendas e exportações nacionais; - A promoção da entrada do Sector em novas áreas ou nichos de mercado; - O apoio à sustentabilidade das empresas e do Sector em geral; Esta linha de orientação estratégica traduz-se na necessidade de focar toda a comunicação e imagem em torno de soluções de engenharia de alto valor acrescentado, numa lógica integrada, de consolidar a imagem criada em torno do conceito Engineering & Tooling a nível nacional, apostando na sua disseminação pelas empresas e instituições portuguesas, por forma a que estas a incluam no seu material promocional (websites, brochuras, stands, etc.), internacionalizando a imagem e branding do Sector de forma “agressiva”.
Resultados esperados Enquanto instrumento colectivo, esta Marca será partilhada pelo Sector, tendo em vista a diferenciação e valorização dos produtos/serviços oferecidos pela Indústria de Engineering & Tooling Nacional, face aos seus concorrentes a nível internacional, associados à origem geográfica e a um conjunto de características comuns e distintivas do Sector: inovação, tecnologia, qualidade e know-how. Os principais resultados esperados com a sua utilização são: - Internacionalização da imagem e branding do Sector, assegurando que esta é parte integrante do material promocional usado pelas empresas, associações e instituições; - “Upgrade” da imagem das empresas Portuguesas do Sector, a nível nacional e internacional, focado nos mercados alvo seleccionados. - Reforço da imagem criada em torno do conceito Engineering & Tooling a nível nacional; - Reforço da imagem das empresas Portuguesas e do Sector junto dos principais stakeholders (Governo, Câmaras Municipais, Associações, colaboradores, investidores e outras instituições relevantes), assente nesta nova lógica do Engineering & Tooling; - Criação de compromisso entre os empresários em torno da nova estratégia do Sector, com enfoque na engenharia e no tooling de forma mais alargada e integrada; A dinamização e a operacionalização desta estratégia conjunta permitirá o reforço da afirmação internacional da Marca “Engineering & Tooling from Portugal” e o reconhecimento desta Indústria como área de intervenção estratégica para o desenvolvimento da economia nacional e internacional.
Contamos com a vossa adesão !!!!
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MARKET REPORT
“PLASTEC EAST 2013” – O REFORÇO DA APOSTA NO MERCADO NORTE-AMERICANO
Tendo por base as linhas estratégicas traçadas para a promoção internacional do Sector, a CEFAMOL dinamizou, entre os dias 18 e 20 de Junho, a participação colectiva de um grupo de empresas suas associadas, na feira “Plastec East 2013”, que se realizou na cidade de Filadélfia, nos EUA. Esta ação visou o reforço da notoriedade da Indústria de Tooling nacional num mercado que já foi o principal destino das exportações nacionais e que continua a ser o maior mercado mundial. A presença no certame pretendeu ainda
potenciar aos participantes um contacto mais direto com a indústria local e uma abordagem consistente e integrada às empresas que nela operam em diferentes setores de atividade. Nesta feira estiveram presentes cinco empresas do Sector - LN Moldes, Moldes RP, Moldit, Ribermold e Socem - que formaram o Pavilhão Nacional com cerca de 100 metros quadrados de exposição..
TOOLING NACIONAL MARCA PRESENÇA NA “FEIPLASTIC 2013
Enquadrado no Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling From Portugal 2013”, a CEFAMOL promoveu a participação coletiva de empresas nacionais na feira “FEIPLASTIC 2013”, que se realizou entre os dias 20 e 24 de maio, no Parque Anhembi, na cidade de São Paulo (Brasil). Esta edição contou com a presença de 1.400 expositores, distribuídos pelos 85.000 metros quadrados de exposição, e que operam nas diferentes áreas de atuação da cadeia de valor dos produtos plásticos, onde destacamos máquinas, equipamentos, matérias primas e serviços. A organização do evento estima que a feira tenha sido visitada por mais de 70.000 pessoas, sendo, na sua maioria, Técnicos e Administradores de empresas da Indústria do Plástico.
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No âmbito da participação coletiva nacional na feira, a CEFAMOL integrou e coordenou a presença de quatro empresas – Moldes RP, Moldit, Ribermold e Tecnimoplas – que formaram o Pavilhão Nacional de Portugal, com 100 metros quadrados de exposição. O feedback registado pelos participantes foi positivo, destacando não só a boa afluência à feira, mas também a marcada presença de visitantes de países limítrofes do Brasil, que pela proximidade geográfica, têm forte tradição no comércio local e que, num futuro próximo, poderão também eles, vir a estreitar relações comerciais com Portugal..
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MARKET REPORT
INDÚSTRIA DE TOOLING REFORÇA PRESENÇA NO MERCADO NORTE-AMERICANO A CEFAMOL promoveu durante o mês de maio uma Missão Empresarial nos Estados Unidos da América, a qual decorreu entre os dias 6 e 10 desse mês. Esta ação, inserida no Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling From Portugal 2013”, teve como principal objetivo reforçar a notoriedade e divulgar as capacidades produtivas da Indústria nacional no mercado norte-americano. Sendo o maior mercado mundial, os EUA são, estratégica e historicamente, um mercado muito importante para o Setor, não só pelo peso das exportações que este mercado tem tido ao longo dos anos, mas também pelas novas oportunidades de negócio que o mesmo atualmente encerra. Nesta ação foi possível analisar este potencial “in loco”, através do contacto direto com vários potenciais clientes e organizações locais.
Esta Missão Empresarial, que contou com a participação de cinco empresas produtoras de moldes - Geocam, JDD Moldes, Moldes RP, Moldit e Ribermold - teve especial foco nos potenciais clientes localizados nos estados de New Jersey, Nova York e Massachusetts, regiões identificadas pelo Setor como de elevado potencial de desenvolvimento em áreas como a Indústria Médica, Eletrónica ou de Embalagem. Apesar da forte concorrência asiática e da desvalorização do dólar face ao euro, o Tooling Nacional tem conseguido manter uma presença ativa no mercado dos EUA, não só através das ações promocionais conjuntas realizadas, mas também pelo esforço individual de cada empresa que aposta neste mercado para conquistar novos clientes e angariar novos projetos, o que certamente contribuirá para incrementar as exportações para o mercado num futuro próximo. .
MISSÃO EMPRESARIAL NA ESLOVÁQUIA” Promovida pela CEFAMOL, e inserida no Plano Integrado de Promoção dirigido aos mercados da Polónia, República Checa e Eslováquia dinamizado pela Associação, foi organizada uma Missão Empresarial na Eslováquia, com o objetivo de reforçar a imagem e presença portuguesa e, simultaneamente, identificar oportunidades de negócio e cooperação para as empresas participantes. Esta ação de promoção desenrolou-se entre os dias 8 e 12 de abril de 2013 nas regiões de Bratislava, Trnava e Kosice, contando a mesma com a participação de quatro empresas - Moldes RP, Moldit, Ribermold e TJ Moldes - que tiveram a possibilidade de se reunir e apresentar as suas competências e capacidades junto de alguns dos principais produtores de peças e componentes nas zonas geográficas acima enunciadas. Salienta-se a boa recetividade das empresas eslovacas à oferta nacional (existindo já uma imagem positiva da nossa Indústria junto das mesmas) e a geração de oportunidades de negócio entre empresas dos dois países num futuro próximo, acompanhando o crescimento consolidado e as potencialidades geradas por este mercado.
Esta iniciativa permitiu ainda a realização de um seminário de apresentação da Indústria e das empresas nacionais na Universidade Técnica de Trnava, a qual contou com a presença de diversas empresas locais cuja atividade se concentra na injeção de plásticos
PROMOÇÃO INTERNACIONAL NO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013
O terceiro trimestre de cada ano caracteriza-se pelo abrandamento da atividade promocional das empresas do Sector de Tooling nacional, principalmente por ser a altura mais procurada para o agendamento de férias, quer a nível nacional, quer a nível internacional. Considerando esta realidade, o calendário de atividades da CEFAMOL no Plano de Promoção Internacional “Engineering & Tooling From Portugal 2013” prevê também uma diminuição no número de atividades coletivas de cariz internacional, estando prevista a realização de duas ações neste período no Brasil e Colômbia. BRASIL: O mercado brasileiro irá ser o primeiro a ser abordado no terceiro semestre de 2013, através de uma Missão Empresarial, promovida pela CEFAMOL no Estado de São Paulo, entre os dias 9 e 13 de Setembro. Esta ação é mais um reforço na aposta neste mercado depois de em Maio passado, ter sido promovida a participação de empresas nacionais na Feira Internacional “Feiplastic”, também na cidade de São Paulo. Apesar de na última década se terem verificado valores reduzidos nas exportações para este mercado, muito por culpa das medidas protecionistas promovidas localmente para alavancar a indústria interna, nomeadamente através da imposição de taxas e outras barreiras alfandegárias, o Brasil tem sido um importante cliente para a indústria de moldes nacional. Em 2012 a percentagem de exportações para este mercado voltou a assumir valores de destaque, verificando-
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se um aumento de 70% face a às exportações verificadas em 2011. Nesta Missão Empresarial irão estar presentes cinco empresas nacionais produtoras de moldes, nomeadamente a JDD Moldes, Moldes RP, Planimolde, Tecnimoplas e TJ Moldes, acompanhadas de perto pela CEFAMOL. COLÔMBIA: A segunda ação coletiva de internacionalização prevista no Projeto de Internacionalização “Engineering & Tooling From Portugal 2013” será igualmente uma Missão Empresarial, desta feita promovida na Colômbia, um mercado de elevado potencial que tem suscitado a atenção de vários investidores internacionais, entre os dias 23 e 27 de Setembro. A importância de alargar o espaço de intervenção e promoção da Indústria Portuguesa de Engineering & Tooling, diversificando mercados de atuação e consolidando posições perante os seus principais concorrentes estão entre os principais fatores para a realização desta ação, a primeira organizada pelo Sector no mercado nos últimos 20 anos. O mercado da América do Sul tem-se apresentado nos últimos anos com um assinalável crescimento e evolução. Acompanhar tais tendências, conhecer novos mercados e consolidar uma presença nacional nesta região, serão os objetivos primordiais para estas ações.
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MARKET REPORT
A AERONÁUTICA: “A
Uma Aposta Estratégica” Rui Tocha - Director-Geral da POOL_NET Manuel Oliveira - Secretário-Geral da CEFAMOL
O Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling, corporiza o reconhecimento nacional e internacional de uma cadeia de valor alargada, representada pela Comunidade Industrial do Tooling e dos Plásticos, suportada em capital e conhecimento intensivo, numa vasta rede científico-tecnológica e em clientes globais. Este “cluster” é, e deve ser assumido como uma “bandeira nacional”, traduzido numa infraestrutura impar de suporte à captação de investimento direto estrangeiro e ao desenvolvimento de produtos multi-sectoriais, no mercado global.
Cabe pois, às empresas do Cluster Engineering & Tooling, definirem o seu ritmo na estratégia de abordagem e afirmação neste mercado e explorarem as oportunidades criadas, tendo a consciência que este é um caminho longo e com diversos domínios sofisticados (comercial, organizacional, operacional e financeiro), mas que para ser efetivado tem de ter conquistas claras.
É neste quadro, que o Mercado da Aeronáutica é assumido no seio do “cluster” como uma oportunidade estratégica, sem que isso represente qualquer rutura radical de exclusividade na oferta, mas antes, uma trajetória de desenvolvimento continuado, no qual há todas as condições e vantagens para potenciar a exploração competitiva do conhecimento, da tecnologia instalada, da rede de competências e networking existente e da capacidade de oferta diferenciadora.
Por tudo isto, esta aposta do Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling, apresentase como uma referência na eficiência coletiva, que impele as empresas a acreditar nas suas capacidades individuais e conjuntas. Espera-se pois, que se consolide também o quadro de referência nacional e as oportunidades do mercado da Aeronáutica, para que não se gorem as expetativas criadas junto dos stakeholders desta Indústria.
Presentemente, a Indústria de Engineering & Tooling está mais forte, mais competente, mais capacitada, mais competitiva, mais global, e… tem um PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO DE LONGO PRAZO, baseado numa Estratégia de Eficiência Colectiva, que estabeleceu em 2007/8, sendo reconhecida pelo Governo Português e pela Comissão Europeia. De facto, a experiência e a aposta estruturada ao longo dos anos na Indústria Automóvel acabou por elevar os padrões de desenvolvimento e sofisticação da sua capacidade organizacional, tecnológica e comercial, potenciando claramente um efeito de suporte multi-sectorial, no qual a Aeronáutica, a Saúde, a Energia e o Ambiente, a Electrónica e a Embalagem, passaram a ser assumidos como mercados estratégicos. É neste contexto, que a Indústria de Engineering & Tooling assume a sua abordagem ao mercado da Aeronáutica, no qual as empresas têm um papel central, sendo os seus esforços apoiados pela POOL_NET – Portuguese Tooling Network (na coordenação sinergética), da CEFAMOL – Associação Nacional da Indústria de Moldes (na promoção e suporte à internacionalização) e do CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (no suporte organizacional, inovação e investigação).
sendo o alinhamento estratégico assumido pela POOL_NET (Associação que coordena e promove o Pólo de Competitividade). O trabalho inicial realizado nesta área, passou por criar um Grupo de Trabalho aberto a todas as empresas que manifestaram interesse em apostar na mesma, dinamizando um conjunto de ações (estudos, workshops, visitas/missões, participação em feiras internacionais, etc) de sensibilização dos empresários e gestores para as condicionantes de fornecimento desta Indústria, identificando as suas oportunidades e desafios, a par de uma promoção das competências nacionais existentes em empresas e instituições que operam ou pretendem vir a operar neste mercado. Neste âmbito, a Indústria de Engineering & Tooling assumiu ainda uma parceria ativa, em especial com a AICEP, e desenvolveu um trabalho de colaboração e de grande proximidade com a EMBRAER, procurando desde logo um alinhamento e adoção de boas práticas tendentes à exploração de oportunidades conjuntas, visando simultaneamente o suporte ao projeto de investimento daquele parceiro em Portugal.
A lógica de desenvolvimento desta abordagem ao mercado da Indústria Aeronáutica, envolve por isso várias dimensões, num modelo que respeita a definição do caminho por parte de cada empresa, integrando a conjugação de ações coletivas, mas também individuais,
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Complementarmente, e no âmbito das atividades e projetos dinamizados no seio do Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling, foram realizados: - Estudos sobre o Mercado da Aeronáutica (Projeto DiMARKETS); - Missões de Prospeção e Participação em Feiras da Aeronáutica (Projeto ENGINEERING & TOOLING FROM PORTUGAL); - Referenciais para a implementação das normas da Aeronáutica (AS 9100) na Indústria de Engineering & Tooling (Projeto ETF - EMPRESA TOOLING DO FUTURO); - Atividades de Investigação, Desenvolvimento e Inovação tendo em vista a produção de peças e componentes para a Indústria Aeronáutica (Projeto TOOLING EDGE); - Brochuras e Newsletters de divulgação, workshops temáticos, ações de promoção e o Portal do Cluster (Projeto GESTOOLING);
MARKET REPORT
A Indústria de Engineering & Tooling assumiu claramente o desafio e a visão estratégica de exploração das oportunidades no Mercado da Aeronáutica. A evidência deste caminho que está a ser seguido, está traduzido no elevado esforço de investimento, modernização e atualização tecnológica que a Indústria está a realizar (novos e mais adequados equipamentos para o suporte complementar à Industria Aeronáutica), na implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade, integrando as normas AS 9100, na formação acelerada de técnicos nos domínios da maquinação a mais de 3 eixos e de materiais típicos da Aeronáutica (alumínios, titânio, compósitos), no desenvolvimento de material de divulgação das competências das empresas ajustados ao mercado da Aeronáutica ou nas ações de prospeção de clientes e contactos internacionais que têm vindo a ser realizados. Todos estes fatores nos levam a afirmar que a Indústria de Engineering & Tooling, composta maioritariamente por PMEs, está a fazer um esforço tremendo de afirmação e de realinhamento para se afirmar como um estratégico e competente player no mercado internacional da Aeronáutica, sendo esta aposta claramente suportada pela adoção da Marca “Engineering & Tooling from Portugal”, que amplia a visibilidade e distinção individual e coletiva do Cluster. No entanto, os caminhos do futuro exigem a persistência de todos. O alento que, seguramente, os resultados preliminares que têm vindo a ser alcançados nos apresentam, mostram que estamos no bom caminho e que a diversificação de mercados de atuação é uma aposta que devemos considerar de forma prioritária na nossa estratégia, quer individual, quer coletiva. De facto, o caminho faz-se caminhando com determinação e realismo, e por isso, o Plano de Acção da Indústria de Engineering & Tooling, para abordar o mercado da Aeronáutica, em 2012 e 2013, en-
volveu um conjunto de ações coletivas e/ou individuais, coordenadas pela POOL_NET, em estreita articulação com a CEFAMOL, em alguns dos principais palcos de referência internacional, nomeadamente: - Aerospace & Defense Meetings (Feira B2B, Sevilha (Espanha), Maio 2012); - Farnborough Air Show (Feira, Farnborough (Reino Unido), Julho 2012); - Inauguração das Instalações EMBRAER em Portugal (Évora, Setembro 2012); - Convenção Anual ASD - AeroSpace and Defense Industries Association of Europe (Lisboa 10 a 12 de Outubro 2012); - AIRTEC (Feira, Frankfurt (Alemanha), 6 a 8 Novembro 2012); - AEROMART (Feira, Toulouse (França), 4 a 6 Dezembro 2012); - AIRCRAFT INTERIORS EXPO (Feira, Hamburgo (Alemanha), 8 a 11 Abril 2013) - Implementação das Normas AS 9100 em empresas do Cluster; Considerando todos estes pressupostos, podemos afirmar que o Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling, e em especial as EMPRESAS, assumem o Mercado da Aeronáutica como estratégico e complementar ao seu desenvolvimento, traduzindo esse querer no elevadíssimo esforço de investimento que têm vindo a protagonizar, em especial ao longo dos últimos anos.
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Será pois muito importante que esta aposta da Indústria, seja ganha, e que as expetativas criadas em Portugal se materializem, em prol do desenvolvimento da nossa Economia, do emprego qualificado e da geração de riqueza! Apoiemos esta aposta estratégica de diversificação de mercados e de promoção da nossa Marca Coletiva – “Engineering & Tooling from Portugal”!! E, bons negócios! Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling - www.toolingportugal.com
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EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVAS PARA OS MOLDES PORTUGUESES NO BRASIL Carlos Moura AICEP São Paulo
Contexto económico actual
Com cerca de 192 milhões de habitantes e um território de dimensão continental, o Brasil é hoje a primeira economia da América Latina e ocupa o sexto lugar no ranking das maiores economias mundiais. É de assinalar que, fruto do progresso alcançado com as reformas económicas, das condições extremamente favoráveis a nível internacional e do desenvolvimento de políticas sociais, a economia brasileira registou elevadas taxas de crescimento nos anos mais recentes, muito superiores às verificadas nas três décadas anteriores. A política económica recente pode ser dividida em duas fases, que correspondem, de forma geral, aos dois governos do anterior Presidente, Lula da Silva. A primeira, durante o primeiro mandato (2002-2006), teve como objectivo prioritário alcançar a estabilidade macroeconómica com a correcção de alguns desequilíbrios, como a inflação, através de uma política monetária e fiscal restritiva. Alcançada a estabilidade macroeconómica, o actual Governo da Presidente Dilma Rousseff pretendeu acelerar o crescimento económico através de um ambicioso programa de investimentos públicos (Programa de Aceleração do Crescimento – PAC), cuja 2ª fase foi lançada no final de Março de 2010, e que contempla, sobretudo, as infraestruturas, o meio ambiente e a energia. O abrandamento da economia brasileira – ligeira contracção do PIB no 3º trimestre de 2011, conjugada com um clima económico global mais fraco – levou o Executivo a inverter o ciclo de contenção iniciado em Janeiro do ano transacto, perspectivando-se um novo pacote de estímulos. Num contexto de sólidos resultados fiscais e de contenção da despesa, o Banco Central aliviou a política monetária, baixando a taxa de referência em 200 pontos percentuais entre Agosto de 2011 e 18 de Janeiro do corrente ano. Tendo em vista impulsionar o crédito, foram alteradas as restrições que vigoravam desde o final de 2010 – quando o Brasil corria o risco de um crescimento descontrolado – e introduzido um conjunto de medidas que visam tornar o crédito mais barato e estimular o crescimento. Resta, pois, o abrandamento global da economia para mitigar a pressão inflaccionista o que envolve riscos, resultantes da elevada inflação nos serviços e do aumento de 14,3% no salário mínimo a que se juntam as pensões do sector público e outros benefícios. À medida que a política fiscal se vai tornando, no corrente ano, mais expansionista, menor será a margem para cortar na taxa de referência do Banco Central. No entanto, e na eventualidade de se concretizarem os riscos para a economia, sobretudo os de uma grande recessão nos países desenvolvidos e que
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afectem o crédito externo ao Brasil, o país está bem colocado para atenuar esse choque, uma vez que dispõe de mais de 350 mil milhões de dólares em reservas internacionais, de alguma margem de manobra para introduzir medidas fiscais contra-cíclicas e de um sistema bancário confortavelmente capitalizado. Com o lançamento do Programa Brasil Maior, o Governo pretende reforçar a competitividade da indústria brasileira, oferecendo uma série de deduções fiscais, financiamento e de medidas de apoio à actividade. Segundo o EIU (Economist Intelligence Unit), o saldo primário do sector público atingirá, em média, 2,7% do PIB entre 2012 e 2016, pese embora alguma derrapagem, que deverá acontecer no ano eleitoral de 2014. No ano transacto este fixou-se em 3,1% do PIB, graças a um crescimento das receitas e de alguma contenção na despesa que superou as melhores expectativas. Depois de um crescimento estimado de apenas 2,9% em 2011, a economia irá recuperar no corrente ano. A substancial subida do salário mínimo fará disparar o consumo e os efeitos da actual política monetária, incentivadora do crédito, contribuirão para um crescimento do PIB até 5% em 2014, impulsionado pela despesa fiscal em ano de eleições e pela organização do Campeonato do Mundo de Futebol. Um natural ajustamento pós eleitoral deverá fazer baixar, ligeiramente, o crescimento do PIB. Embora a taxas mais baixas, o consumo privado irá crescer de forma sustentada até 2016, a uma média de 4,9%, sustentado pela criação de postos de trabalho, pelos ganhos reais nos salários e pelas facilidades de acesso ao crédito. O investimento, em parte de origem estrangeira, deverá crescer a uma taxa que quase que duplicará a da subida do PIB. Num contexto de uma moeda forte, o que terá um efeito negativo nas exportações, o crescimento das importações superará o das vendas ao exterior, eliminando o saldo positivo registado durante grande parte da década anterior. No que diz respeito à inflação, as expectativas estão acima do pretendido pelo Banco Central, com uma previsão de 5,3% em 2012 e de 5% para o ano seguinte. Em Janeiro do corrente ano, os preços subiram 0,56% em relação ao mês anterior, o que fez baixar a inflação anual para 6,22% (6,5% em Dezembro de 2011), muito embora a inflação no sector dos serviços permaneça, consistentemente, elevada.
ENGINEERING & TOOLING
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A recuperação da economia brasileira reflecte-se nas tendências da sua produção industrial, que agrega as indústrias transformadora e extractiva, bem como as vendas a retalho. No passado mês de Dezembro, esta cresceu 0,9% em relação ao mês anterior, graças à forte retoma dos sectores automóvel e dos bens de consumo duradouros e ao impulso suplementar decorrente do alívio da carga fiscal. No entanto, esta subida não foi suficiente para que a actividade industrial, globalmente, registasse um resultado positivo no 4º trimestre de 2011 (descida de 1,4% em relação ao trimestre anterior). Em 2011, a produção industrial cresceu 0,3%, significativamente abaixo do crescimento médio de 3,8% registado entre 2004 e 2010. Graças à subida do salário mínimo, as vendas a retalho encentaram em Dezembro, igualmente, uma recuperação de 0,3% em termos reais e de 6,7% no ano de 2011. Em termos nominais, esse crescimento foi de 11,5%.
Relação comercial com Portugal
As relações comerciais com o Brasil revestem-se de
MARKET REPORT
grande importância para Portugal, quer pelos laços históricos existentes, quer pelo actual posicionamento internacional deste mercado, sendo que após a crise financeira internacional iniciada em 2008, ou seja, nos últimos três anos, ganharam ainda uma maior dimensão. Entre 2007 e 2011, o Brasil passou de 17º a 10º cliente de Portugal, representando as vendas para este mercado 1,4% do total exportado em 2011 (0,7% em 2007). A partir de 2010, o Brasil passou a integrar o TOP 10 dos maiores clientes de Portugal, colocando-se também como o terceiro maior mercado de destino das nossas exportações, fora do espaço da União Europeia nos últimos dois anos (o 4º cliente foi Angola e o 8º os EUA). Em 2011, da estrutura das exportações portuguesas para o Brasil, por grupos de produtos, destacam-se três: os produtos agrícolas, as máquinas e aparelhos e os minerais e minérios, que no seu conjunto representaram 62% das nossas vendas para este mercado (69% em 2010 e 60% em 2007).
Exportações por Grupos de Produtos (103 euros)
2007
Produtos agrícolas
118.719
46,0
191.128
43,4
219.769
37,5
15,0
Máquinas e aparelhos
33.704
13,1
76.813
17,5
78.406
13,4
2,1
3.034
1,2
35.707
8,1
62.952
10,8
76,3
Subtotal
155.457
60,2
303.649
69,0
361.127
61,7
18,9
Total
258.186
100
440.171
100
585.575
100
33,0
Minerais e minérios
% Tot
2010
% Tot
2011
% Tot Vara 10/11
Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística
Importação de moldes no Brasil
Em 2011, as importações de moldes para moldagem por injecção borracha/plástico etc (PP 8480.71.00, Nomenclatura Combinada Mercosul) foram de cerca de US$ 255 milhões, representando um crescimento de 43% face ao ano anterior. A China é o maior fornecedor destes moldes para o Brasil e representou 27% do total das exportações para o país em 2011. Portugal ocupou a quinta posição, no mesmo período, como fornecedor e as exportações portuguesas cresceram cerca de 90%, face a 2010, o que significou um crescimento bem acima da média de mercado.
Importações Brasileiras de Moldes P/Moldagem De Borrracha/Plastico, Por Injecao, Etc Paises
2010
2011
Tx. Cresc
US$ FOB
US$ FOB
US$ FOB
China
44.779.694
68.159.581
52,21%
Coreia do Sul
21.966.495
35.589.137
62,02%
Japão
9.983.182
25.381.288
154,24%
Italia
12.810.837
23.005.977
79,58%
Portugal
9.848.325
18.743.610
90,32%
Alemanha
16.394.386
16.981.958
3,58%
USA
6.937.589
11.230.220
61,87%
França
8.936.805
8.089.536
-9,48%
2.187.892
6.615.062
202,35% -50,83%
Hong Kong Canada
10.889.836
5.354.269
SubTotal
144.735.041
219.150.638
51,42%
Total
178.264.739
254.711.091
42,88%
Fonte: MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Setores de interesse para as empresas portuguesas de moldes no Brasil
São muitos os setores de indústria onde os moldes podem ser aplicados. Contudo, face a grande dimensão
do tecido industrial brasileiro, selecionamos apenas duas grandes indústrias, de peso na economia brasileira, que consideramos serem aquelas que apresentam maior potencial de negócios para as empresas portuguesas.
Industria de plásticos brasileira
Segundo a ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), em 2009 existiam no Brasil cerca de 11.465 empresas no sector dos plásticos, das quais 94% são micro e pequenas empresas. Cerca de 85% do total das empresas estão situadas nas regiões Sudeste e Sul do País. Em 2010 a produção de embalagens cresceu 7,45% face a 2009. Nos produtos laminados o crescimento no mesmo ano foi de 11,41% e para os artefatos diversos o aumento foi de 11,39%. A indústria geral teve um crescimento de 10,4%. O mercado está segmentado por vários processos de produção, dos quais 57% são extrusão, seguido de 19% em injeção.
Segmentação do mercado de transformados plástico por processo de produção 7% Outros
1% - Rotomoldagem 7% 1% 16% 16% Sopro
19% 57%
57% Extrusão
19% Injecção
Fonte: ABIPLAST
Indústria automóvel e autopeças
A indústria automóvel no Brasil é de grande importância. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a indústria automóvel é responsável por 21% do PIB da Indústra e 5% do PIB brasileiro. Emprega 1,5 milhão de pessoas e existem no total 53 fábricas, distribuidas por nove Estados brasileiros. O setor é composto por 26 montadoas (fabricantes automóveis) e 500 empresas de autopeças, que em 2011 facturaram US$ 121,3 mil milhões.
Em 2011, foram produzidas 3,40 milhões de unidades de autoveículos montados, que correspondeu a um crescimento de 0,7% face ao ano anterior. Mesmo com a crise financeira internacional e ao controlo da economia por parte do governo brasileiro, a indústria conseguiu manter a produção do ano anterior. Em 2010 o Brasil era o sexto maior produtor mundial de automóveis. É o principal mercado da Fiat no Mundo, o terceiro mais importante para a Renault e responde por 17% das vendas globais do Grupo Volkswagen. Estão previstos fortes investimentos na indústria nos próximos anos, por marcas como a Nissan, Hyundai, Fiat, Volkswagen e GM.
Algumas considerações sobre o Mercado
O Brasil vive um momento único na sua economia e são inúmeras as oportunidades para as empresas portuguesas. Contudo, é necessário estudar muito bem o mercado antes de decidir e ter em consideração que não é um mercado de fácil penetração. Para além disso é necessário também planear com rigor o negócio e atender à diversidades jurídica, legislativa, fiscal e cultural entre os vários Estados. As elevadas taxas aduaneiras e a forte burocracia à entrada, podem dificultar a entrada de produtos estrangeiros no mercado. Por isso, numa relação negocial com o mercado brasileiro as empresas portuguesas devem: - Registar a marca. Os registos de marcas ou empresas estrangeiras feitos no exterior não são reconhecidos pela Lei brasileira. - Ter em conta que o mercado brasileiro é muito sofisticado e exigente, superando, por vezes, as mais fortes economias do mundo. - Ter presente que apesar da proximidade cultural e da língua, o mundo dos negócios é diferente do de Portugal. - Relação negocial é muito dura, exigente e profissional. - Ter uma presença constante no mercado para acompanhar os negócios. É difícil trabalhar o mercado brasileiro à distância. Apesar de todos os entraves referidos e dos obstáculos que surgirão pela frente, o mercado do Brasil apresenta hoje oportunidades únicas para diferentes empresas e em especial as de produção/exportação de moldes. O mercado deverá ser visto e trabalhado como mercado prioritário e não secundário, face a tudo o que foi descrito.
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ENGINEERING & TOOLING
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MARKET REPORT
EVOLUÇÃO DOS MERCADOS Análise Comparativa do Primeiro Trimestre 2011-2013
EVOLUÇÃO DOS MERCADOS
Análise Comparativa do Primeiro Trimestre 2011-2013
PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS
MERCADOS TRADICIONAIS
EVOLUÇÃO DOS MERCADOS MERComparativa CADOS TR DICIONTrimestre AIS Análise doAPrimeiro 2011-2013
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PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS MERCADOS TRADICIONAIS
MERCADOS EUROPA CENTRAL E DE LESTE
MERCADOS EUROPA CENTRAL E DE LESTE
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