Market Report nº4 Janeiro 2014

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PROJETO DE PROMOÇÃO INTERNACIONAL “Engineering & Tooling From Portugal 2014-15” A Promoção da Indústria em Mercados Geográficos

A Indústria de Moldes na TURQUIA e as Oportunidades de Negócio no Mercado

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Projeto de Promoção Internacional

“Engineering & Tooling From Portugal 2014-15” Manuel Oliveira - Cefamol

De acordo com as linhas de orientação estratégica delineadas para o Sector de Tooling nacional, a CEFAMOL irá dinamizar no próximo ano e meio o Projeto “Engineering & Tooling From Portugal 2014-15”, o qual se enquadra no Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, promovido no âmbito do Programa Operacional Temático Factores de Competitividade do QREN. Contrariamente a projetos semelhantes realizados em anos transatos, os quais tinham a duração de um ano civil, este terá a duração de dezoito meses, sendo iniciado em Janeiro de 2014 e estando o seu término agendado para o final de Junho de 2015, integrando desta forma um leque mais alargado de ações de promoção e possibilitando simultaneamente abordagens integradas aos vários mercados, sectoriais e geográficos, identificados como prioritários para a nossa Indústria.

O objetivo principal desta iniciativa dinamizada pela CEFAMOL será a divulgação das capacidades e competências das empresas do Sector de Moldes e Ferramentas Especiais, dando a conhecer as suas valências, com especial enfoque no alargamento da cadeia de valor da Indústria, composta hoje em dia não apenas por empresas capazes de fabricar moldes de elevada tecnicidade e valor acrescentado, mas também por empresas capazes de inovar através da criação de conceitos, da engenharia de produto, da projeção de ideias e da produção das mesmas. Deste modo, foi considerado fundamental manter e ampliar a aposta e visibilidade da comunicação internacional da Marca “Engineering & Tooling From Portugal”, adotada nos últimos anos pelo Sector e que, na sua génese, reflecte o pensamento e as linhas estratégicas definidas como prioritárias.


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Pretende-se assim criar uma dinâmica promocional a dois níveis na Indústria: geográfico e dos mercados sectoriais. Ao nível da abordagem a mercados geográficos, torna-se imperativo dinamizar a entrada das empresas em novas regiões, em novos clientes, aumentando cotas de mercado e fidelizando os novos contactos. No entanto, é importante não descurar os mercados ditos tradicionais, firmando competências e consolidando posicionamentos, aproveitando todas as oportunidades de crescimento. Ao nível dos mercados sectoriais, é importante potenciar a entrada de mais empresas nacionais em novas áreas industriais de elevado potencial, como é o caso da Indústria Aeronáutica, Médica ou da Energia e Ambiente. À imagem dos mercados geográficos, é também fulcral não esquecer a importância das indústrias tradicionais para o Sector, nomeadamente do Automóvel, onde as empresas nacionais se têm destacado, e que representa uma fatia incontornável da produção de moldes em Portugal.

ficando clientes e diminuindo dependências; • Dar continuidade à Campanha de Imagem definida para a Marca “Engineering & Tooling from Portugal”, promovida ao longo dos últimos anos; • Firmar o posicionamento do Engineering & Tooling nacional no Mundo, adoptando uma estratégia de diferenciação pelas competências técnicas e afastando-se da concorrência através do preço; • Apoiar as empresas no processo de Internacionalização, abrindo portas para o aumento das exportações através da identificação de oportunidades de negócio, assim como de parceiros a médio – longo prazo.

Ações a realizar em Mercados Sectoriais Traçando um perfil objetivo das exportações de moldes nacionais, e fazendo uma análise cuidada do mesmo, facilmente chegamos à conclusão que sofremos de uma forte dependência das vendas para a Industria Automóvel, o que

Em resumo, podemos afirmar que as iniciativas que integram este Projeto, e que passaremos a descrever mais à frente, destinam-se a: • Potenciar a entrada em novos mercados, geográficos e sectoriais, tecnologicamente mais desenvolvidos, diversi-

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faz com que oscilações de performance nesta indústria, por menores que sejam, tenham impacto e consequências nos resultados das empresas portuguesas, sejam eles positivos ou negativos. Desta forma, foram identificados como estratégicos e prioritários um conjunto de sectores industriais, que passamos a enumerar: Automóvel, Aeronáutica, Dispositivos Médicos, Electrodomésticos, Electrónica e Embalagem. Se alguns podem ser abordados numa lógica mais tradicional através da participação em Feiras Internacionais ou em Missões Empresariais, outros, pela sua importância ou especificidade, originam abordagens mais orientadas. Assim, ao longo do Projeto, serão realizadas nesta vertente as seguintes ações: • “Road-show USA 2014” (Março e Junho 2014) – que pretende entre outros gerar contactos com a Indústria Médica e de Embalagem; • “Automotive Meetings” México (Fevereiro 2015); • Visita à feira “Aircraft Interiors” (Abril 2015) na Alemanha;

Ações a realizar em Mercados Geográficos O perfil de uma empresa do Cluster de Engineering & Tooling em Portugal é, por defeito, exportador. Ao contrário de outras indústrias com forte procura interna, a produção de moldes nunca teve o mercado local como principal cliente. Nasceu internacionalizada e assim se manteve ao

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longo de quase 70 anos. Apesar desta linha de pensamento ser apontada como diferenciadora, a estabilidade, proximidade e rentabilidade de alguns mercados fez com que a indústria nos últimos vinte anos se focalizasse num grupo restrito de países, com Alemanha, França e Espanha à cabeça, situação que expõe em muito as empresas a vicissitudes e ameaças conjunturais muito semelhantes. Os últimos anos demonstraram que uma crise, seja ela política, económica, ambiental, pode facilmente afetar não só os países individualmente, mas toda a interação entre economias inseridas numa mesma comunidade internacional, refletindo-se nas suas relações comerciais internas e externas. À imagem do que se pretende fazer com as diferentes indústrias clientes, também nos mercados geográficos se pretende promover a diversidade, aumentando o leque de clientes e diminuindo riscos diretamente associados a dependências. Com isto, não queremos dizer que se devam diminuir as relações comerciais com estes países, muito pelo contrário. Se possível deve-se tentar aumentar a faturação para estes mercados, mas sem descorar uma aposta forte em novos mercados de atuação, nivelando ao máximo as cotas de exportação para os mesmos. Conscientes da atual conjuntura, e dos desafios que a

Mapeamento de Feiras Internacionais


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mesma acarreta, a CEFAMOL programou para 2014 e 2015 um conjunto de ações de promoção, com especial destaque para a participação em Feiras e a organização de Missões Empresariais em mercados considerados estratégicos.

Feiras Internacionais A participação coletiva em feiras continua a ser a tipologia de ação com maior adesão por parte das empresas do Sector. Se por um lado permite às empresas participar em eventos dedicados a áreas de atuação específicas, potenciando a identificação de eventuais clientes, também permite dinamizar ações de relações públicas com atuais e antigos clientes, fomentando e consolidando uma ligação de longo prazo com os mesmos. No projeto que irá decorrer nos próximos dezoito meses foram calendarizadas as seguintes ações: • “INTERPLASTICA”, Janeiro 2014 e Janeiro 2015; • “COLOMBIAPLAST”, Setembro 2014; • “FAKUMA”, Outubro 2014; • “GLASSTEC”, Outubro 2014; • “PLASTIMAGEN”, Novembro 2014; • “EUROMOLD”, Novembro 2014; • “NPE”, Março 2015; • “FEIPLASTIC”, Maio 2015.

Missões Empresariais Assim como nos mercados sectoriais, também nos mercados geográficos existe uma forte dependência das exportações concentradas numa região – Europa – e, mais concretamente em três países – Alemanha, Espanha e França. Por este motivo, torna-se fundamental auxiliar as empresas nacionais na abordagem a novos mercados de elevado potencial, onde a Indústria Portuguesa de Moldes e Ferramentas Especiais se possa diferenciar pelo seu know-how, experiência ou capacidade técnica e tecnológica, fugindo das lutas comerciais onde o preço dita as escolhas dos clientes. É com esse intuito, que a CEFAMOL irá promover ao longo deste Projeto as seguintes ações: • TURQUIA, Abril 2014; • AUSTRIA & ESLOVÁQUIA, Maio 2014; • BRASIL, Setembro 2014; • CHILE & PERU, Fevereiro 2015; • COLÔMBIA, Abril 2015; • AFRICA DO SUL, Maio 2015. Todas as empresas interessadas em participar ou receber informações adicionais sobre o Projeto de Internacionalização “Engineering & Tooling From Portugal 2014-15” e respetivas ações promocionais, deverão contactar a CEFAMOL, via telefone – 244 575 150 – ou via e-mail – cefamol@cefamol.pt .

Mapeamento de Missões Empresariais

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A Promoção da Indústria

EM MERCADOS GEOGRÁFICOS Manuel Oliveira; Patricio Tavares - Cefamol

A internacionalização e a prospeção de novos mercados fazem parte da génese da Indústria Portuguesa de Moldes. Desde muito cedo foi identificada a necessidade de encontrar novos mercados internacionais que possibilitassem o crescimento do Sector e a resposta a novos desafios técnicos e tecnológicos, permitindo aumentar a experiência, o know-how e o valor acrescentado da nossa oferta. Ao contrário de outros sectores que assistiram ao longo dos últimos anos a uma diminuição drástica da procura interna derivado da conjuntura económica, vendo-se, de um dia para o outro, obrigados a explorar o mercado global, a Indústria Portuguesa de Moldes nunca teve um mercado interno com dimensão suficiente para absorver toda a sua produção e, em alguns casos, o seu nível de especialização, o que fez com que, desde há muitos anos, as empresas deste Sector apostassem essencialmente na conquista de clientes além-fronteiras. Esta aposta possibilitou a entrada em mercados que se vieram a revelar uma mais-valia para as empresas nacionais, permitindo não só um crescimento a nível económico, mas também a nível tecnológico, desenvolvendo competências e processos pelos quais as mesmas se tornariam reconhecidas a nível global. Por outro lado, este assimilar de competências e capacidades, fez com que o Sector apostasse fortemente em países ou regiões de maior desenvolvimento económico e tecnológico – ex: EUA e Europa Ocidental – concentrando aí as suas exportações, mas ficando dependente da situação e evolução económica dos mesmos. Se numa primeira fase os ciclos económicos permitiam contrabalançar o mercado europeu com o mercado norteamericano, mais recentemente, com os efeitos da globalização e interação das economias, esta situação foi desaparecendo, tornando mais difícil a vida das empresas, nomeadamente nos períodos de baixa de mercado. Atenta a esta situação, e observando que esta problemática se tornou um desafio para o Sector, a CEFAMOL tem, ao

longo dos anos, promovido campanhas de imagem e diferentes projetos de promoção internacional que apoiem as empresas a conhecer os mercados, a alterar o seu posicionamento e reconhecimento nos mesmos, a apostar na diversificação, inserindo-se em sectores industriais e áreas de desenvolvimento de maior valor acrescentado, contribuindo para a diminuição da dependência existente de alguns dos seus principais clientes, quer geográficos, quer sectoriais. Para tal, várias têm sido as ações protagonizadas pela Associação, sempre em comunhão com os interesses e a participação das empresas do Sector, e onde podemos salientar a participação coletiva em Feiras Internacionais, as Missões Empresariais, as consecutivas edições da “Semana de Moldes”, os Seminários e Conferências regularmente realizados, a promoção da participação em certames de encontros bilaterais, a publicação de artigos e publireportagens em revistas técnicas internacionais, a receção de jornalistas ou as campanhas de publicidade, apenas para citar algumas. Durante o ano transato, foi dada continuidade a esta intervenção, tendo a grande maioria das ações promovidas pela CEFAMOL sido integradas no projeto conjunto de internacionalização denominado “Engineering & Tooling From Portugal 2013”. Ao longo deste artigo iremos apresentar uma síntese das atividades realizadas no seu âmbito e identificar os mercados nele abordados, sendo que para o efeito subdividimos os mesmos em três grupos distintos - Mercados Tradicionais, Mercados Estratégicos e Novos Mercados. Resumidamente, e em termos de contextualização, os Mercados Tradicionais são caraterizados como sendo o principal destino da produção nacional de moldes, proporcionando um fluxo de negócio relativamente constante para as exportações; Mercados de Elevado Potencial são mercados com uma quota relativamente baixa nas exportações nacionais, mas que apresentam um constante potencial de crescimento, proporcionando oportunidades de consolidação de posicionamento às empresas que neles apostam; Os Novos Mercados caracterizam-se por apresentarem uma representatividade e visibilidade mínima nas exportações nacionais mas cujos dados macroeconómicos relevam potencialidades fundadas de crescimento.


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Mercados Tradicionais Tal como referido, os Mercados Tradicionais agrupam uma grande cota das exportações nacionais, constituindo para as empresas uma grande dependência do seu bom desempenho económico e social. Por outro lado, a estabilidade e confiança gerada ao longo dos anos com os clientes oriundos destas regiões têm sido os grandes impulsionadores do crescimento e desenvolvimento da Indústria Portuguesa de Moldes. A este nível, e no âmbito do Projeto, consideramos como prioritários na nossa análise, pelo seu desempenho nos últimos anos, dois mercados: Alemanha e Estados Unidos.

A Alemanha tem sido o principal mercado destino da produção de moldes portugueses a nível mundial, sendo desta forma, um dos principais targets no que diz respeito à promoção internacional. Em 2012, a percentagem de exportações para este mercado atingiu os 21%, pouco acima dos valores alcançados pela Espanha e pela França, mantendose em 2013 no pódio das exportações apesar de ainda não estarem disponíveis os dados finais do ano. Apesar de se conseguir identificar uma dependência histórica relativamente a este mercado, não deixa de ser importante a valorização e regular presença do Sector e da sua campanha de imagem no mesmo, com o intuito de aumentar a notoriedade e visibilidade das empresas ou a conquista de novos clientes. A sua proximidade com a França, Holanda, Áustria e Bélgica ou com os países da Europa Central permite que as ações desenvolvidas na Alemanha sejam abrangentes, não se confinando aos limites geográficos do País ou às empresas locais. Este é um fator de elevada importância para a aposta que tem vindo a ser feita, nomeadamente pela presença coletiva em feiras alemãs, como aconteceu em 2013 na “K” ou na “Euromold”. Num patamar distinto temos os Estados Unidos da América. Apesar de nos últimos anos as relações comerciais entre os dois países nesta área terem enfraquecido, em muito devido à deslocalização das empresas norte americanas para a Ásia e à desvalorização do euro face ao dólar, os EUA continuam a ser uma presença assídua nas tabelas das exportações de moldes nacionais. Para esta continuidade muito se deve às relações estabelecidas com o mercado durante as décadas de 70, 80 e 90, anos em que chegou a ocupar, de forma destacada, o primeiro lugar das exportações nacionais. Em 2012, e apesar dos constrangimentos já mencionados, os EUA representaram cerca de 2% do total das exportações do Sector, ocupando o 8º lugar do ranking. No en-

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tanto, a dimensão do mercado (o maior a nível mundial), as inúmeras indústrias que o constituem e o recente processo de reindustrialização, ditam um potencial de crescimento que não pode ser ignorado. Os resultados a que assistimos já em 2013 são prova disso mesmo, com um crescimento de 101% no período entre Janeiro e Setembro, face ao período homólogo em 2012. Esta atratividade permitiu à CEFAMOL em 2013 dinamizar duas ações de promoção: a presença na Feira “Plastec East”, em Filadélfia, e a realização de uma Missão Empresarial na Costa Leste dos EUA (New YorK, New Jersey e Massachusetts). Estas ações permitiram às empresas participantes analisar oportunidades de negócio em diferentes áreas que vão do automóvel até à eletrónica, embalagem ou os dispositivos médicos.

Mercados de Elevado Potencial Ao longo dos últimos anos, as empresas de Moldes e Ferramentas Especiais nacionais têm sabido procurar novos mercados de atuação, procurando novos clientes ou áreas de desenvolvimento. A identificação desses mercados está, em muitos dos casos, relacionada com a análise da deslocalização de unidades de produção de grandes marcas mundiais para países ou regiões onde existem condições mais atrativas, seja pela dimensão do mercado internos, seja pelos custos de produção, seja pelos profissionais qualificados ou por condições fiscais favoráveis. O trabalho desenvolvido pela CEFAMOL tem visado promover não só a identificação e conhecimento destes mercados, mas também permitir uma abordagem efetiva dos mesmos, potenciando as relações comerciais das empresas. No âmbito do Projeto “Engineering & Tooling from Portugal 2013” foram abordados quatro mercados inseridos neste grupo: Brasil, México, Rússia e Turquia.

O Brasil foi até ao final dos anos 90 um importante mercado cliente do nosso Sector. No entanto, esta situação veio a inverter-se ao longo da última década, essencialmente devido aos constrangimentos provocados pela implementação pelo governo brasileiro de taxas alfandegárias à importação de moldes e ferramentas especiais, as quais limitam a intervenção das empresas naquele mercado.

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No entanto, nos últimos anos assistimos a um ressurgimento e crescimento contínuo deste mercado, e à necessidade de recurso das empresas brasileiras a fornecedores externos que possam responder positivamente aos desafios tecnológicos que não conseguem encontrar na oferta local. Em 2012 o Brasil ocupou o quarto lugar nas exportações de moldes nacionais, com a faturação a rondar os 21 milhões de euros e uma cota de 4% do total. Esta foi uma oportunidade identificada pela CEFAMOL e que deu origem a duas novas ações de promoção no mercado em 2013: a presença na feira “Feiplastic” e uma Missão Empresarial, ambas realizadas na região de São Paulo, zona fortemente industrializada, onde estão presentes muitos dos principais fornecedores da indústria automóvel, mas também de indústrias como a embalagem, a eletrónica e eletrodomésticos. O segundo mercado abordado dentro deste contexto, ocupou o 9º lugar no ranking dos mercados clientes de moldes nacionais, com perto de 9 milhões de euros exportados, é o México. A abertura de unidades fabris de algumas das principais marcas mundiais da indústria automóvel, assim como a deslocalização da fabricação de produtos por parte dos EUA para países como o México, fez com que a económica local se revitalizasse, apresentando novas oportunidades ao longo da última década. A indústria de Tooling nacional soube responder positivamente aos desafios apresentados, tendo aumentado a notoriedade junto de potenciais clientes e consolidando um posicionamento junto dos atuais parceiros de negócio, tendo mesmo algumas empresas portuguesas aberto unidades de apoio e serviço pós-venda em território mexicano. Esta aposta do Sector refletiu-se nas linhas orientadoras do projeto de internacionalização da CEFAMOL, tendo os esforços coletivos realizados em anos anteriores sido ampliados com a realização de duas ações de promoção internacional: a presença na feira “Plastimagen”, realizada na Cidade do México e a participação no certame “Automotive Meetings” em Querétaro. Apesar de serem eventos com formatos distintos, ambas permitiram uma abordagem concreta não só do mercado, mas também das indústrias aí presentes. Logo seguida do México no ranking das exportações de Moldes e Ferramentas Especiais, temos a Rússia, com cerca de 8 milhões de euros de exportação. A Rússia tem revelado ser um dos mercados que, a nível mundial, tem apresentado maiores potencialidades de crescimento para o nosso Sector. Esta situação deriva principalmente da abertura de novas unidades de algumas das principais OEM´s internacionais

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em zonas altamente industrializadas deste País, mas também devido ao crescimento do poder de compra dos seus habitantes e, consequentemente, das empresas locais, a qual está a gerar uma nova procura por novos produtos e de mais alta qualidade. As indústrias com maior destaque têm sido a embalagem e o automóvel, as quais têm proporcionado a entrada de novos players no mercado. Apesar das dificuldades logísticas e comerciais que o mercado apresenta, da necessidade de uma aposta real e eficaz em termos de acompanhamento de clientes e de serviços pós-venda, a Rússia tem apresentado resultados positivos para o Sector. Com o intuito de potenciar estas relações comerciais, a CEFAMOL, à imagem do que tem sido feito nos últimos anos, e do que está já previsto para os próximos dois anos, promoveu em 2013 a participação coletiva na feira “Interplastica”, realizada anualmente em Moscovo, no mês de janeiro. O posicionamento estratégico, dimensão e custos de produção existentes no mercado da Turquia foram fatores determinantes para a decisão de investimento de muitas OEM’s a nível mundial na criação de novas unidades neste País, principalmente ao nível da indústria automóvel. A par desta situação regista-se a dimensão de algumas empresas turcas na área dos eletrodomésticos, que têm ajudado ao crescimento do mercado, mas também ao aumento da concorrência local e das suas competências, o que, de certa forma, limita a capacidade de intervenção nacional. A Turquia tem-se apresentado como um mercado de aposta para as empresas nacionais mas que lhes coloca grandes desafios, nomeadamente relacionados com a necessidade de uma presença constante junto dos potenciais clientes, bem como da capacidade de diferenciação e inovação face à oferta local. A CEFAMOL tem apoiado as empresas neste esforço, organizando regularmente visitas e missões empresariais para a promoção da nossa Indústria, possibilitando encontros com alguns dos mais importantes players do mercado, com o objetivo de identificar oportunidades de negócio e o estabelecimento de novas parcerias. No ano de 2013 foi organizada uma Missão Empresarial no mercado e um workshop dedicado à Turquia, onde as empresas presentes puderam recolher informação e esclarecer algumas dúvidas sobre o mercado.

Novos Mercados Um dos principais desafios para a gestão comercial das empresas de moldes nacionais centra-se na demonstração da sua competitividade junto de potenciais clientes. Se tal se torna menos difícil junto de mercados tradicionais, onde


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reside um conhecimento e uma experiência acumulada a trabalhar e a desenvolver novos produtos, em novos mercados há que trabalhar de forma consistente, sistemática e num prazo alargado para a demonstração destas competências e obtenção de encomendas ou identificação de novas oportunidades de negócio. Apesar da conquista e diversificação de mercados ser um desafio bem recebido junto do Sector e que o mesmo tem vindo a implementar nos últimos anos, o trabalho para atingir estes resultados é efetivamente árduo e terá que ser persistente, com uma visão de médio prazo. Foi neste contexto que a CEFAMOL identificou um conjunto de novos mercados que tem vindo a abordar coletivamente, na expectativa de estreitar relações comerciais com tais países, apresentando uma oferta de produtos e serviços de elevado valor acrescentado, diferenciadora dos seus principais concorrentes internacionais. Em 2013 e no âmbito do projeto de promoção internacional foram identificados e trabalhados dois mercados – Eslováquia e Colômbia – os quais espelham a importância no alargamento do espaço de intervenção e promoção do Cluster de Engineering & Tooling.

A Europa Central tem-se apresentado nos últimos anos com um assinalável crescimento e evolução. Acompanhar estas tendências e consolidar uma presença que tem vindo a ser reconhecida oficialmente através dos dados estatísticos referentes à exportação do nosso Sector, foi um dos objetivos primordiais estabelecidos para a abordagem do mercado da Eslováquia. A intervenção realizada teve por base a promoção de uma Missão Empresarial estruturada e focada nos principais agentes da indústria de transformação de plástico no mercado. Também na Colômbia foi realizada uma Missão Empresarial para conhecimento do mercado e análise in loco de um dos mercados sul americanos que tem apresentado nos últimos anos uma assinalável evolução económica e estabilidade politica. Simultaneamente, regista-se uma evolução no panorama industrial e nos padrões de consumo que permitem o despertar de novas oportunidades de negócio a que é importante estar atento, nomeadamente ao nível das indústrias automóvel, de embalagem e de eletrodomésticos.

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Conclusão Da análise dos vários mercados apresentados, conseguimos tirar algumas conclusões, que nos podem ajudar a traçar o caminho a percorrer na vertente da promoção internacional do Sector no futuro mais próximo. A primeira conclusão prende-se com a necessidade de redução da dependência dos chamados Mercados Tradicionais que, em 2012, representaram cerca de 60% das exportações nacionais de moldes. Tal situação implica também a dependência do desempenho económico destes países, os quais o Sector não controla. No entanto, é importante manter as cotas de produção para estes mercados pois são países estáveis e de grande desenvolvimento, que permitem aos fornecedores um crescimento sustentado e que possibilitam a entrada em áreas de maior valor acrescentado. Esta estabilidade não pode no entanto impedir que as empresas dirijam esforços no sentido da entrada em novos mercados. É igualmente importante que esta entrada seja coerente com a estratégia de intervenção definida para o Sector, não caindo no erro de basear a intervenção no mercado apenas em termos de preço, mas sim apresentando valor acrescentado e uma oferta integrada em todos os serviços prestados. Torna-se fundamental responder às necessidades e anseios de clientes que apresentem desafios de maior complexidade, onde a força da concorrência internacional não seja tão presente e onde os preços praticados não sejam o fator prioritário na escolha dos fornecedores. É necessário apostar na inovação e diferenciação, apresentar serviços integrados que contemplem e/ou agreguem toda a cadeia de valor do produto, facilitando não só a decisão dos compradores, mas também dinamizando segmentos da nossa indústria onde o potencial não está completamente explorado, sejam a criação de conceitos, engenharia de produto, a prototipagem ou a fabricação e montagem do produto final. Consciente do longo caminho que terá de ser percorrido, a CEFAMOL está já a desenvolver ações inseridas num Plano de Promoção Internacional para os anos de 2014 e 2015, que assenta nesta estratégia e nestas ideias e conceitos, o qual acreditamos que irá auxiliar as empresas nacionais de Moldes e Ferramentas Especiais no seu processo de internacionalização e de dinamização e incremento das exportações nacionais.

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Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal 2014” aprovado

A CEFAMOL viu aprovada a candidatura efectuada ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, na modalidade de Projeto Conjunto, promovido no âmbito dos Sistemas de Incentivos do QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional.

O Projeto apresentado pela Associação e agora aprovado, insere-se na Estratégia de Eficiência Coletiva do Pólo de Competitividade e Tecnologia Engineering & Tooling, tem como principal objetivo apoiar a internacionalização e o esforço promocional deste Setor em importantes mercados para a sua consolidação e desenvolvimento, bem como para o alargamento da sua base exportadora para novos mercados e regiões.

Rússia, Colombiaplast – Colômbia, Plastimagen – México, NPE – EUA, Fakuma, Glasstec e Euromold - Alemanha) e de seis Missões Empresariais (Áustria/Hungria, Brasil, Chile/Peru, EUA, México e Turquia), estando ainda previstas ações dedicadas especificamente à abordagem de mercados setoriais, como sejam o caso da Indústria Aeronáutica, Automóvel ou Médica. As iniciativas inseridas no plano de ação da CEFAMOL, irão realizar-se durante o ano de 2014 e o primeiro semestre de 2015, e correspondem a um investimento elegível de 1.308.975,80 Euros, que irão apoiar a participação da Indústria de Engineering & Tooling nas ações acima mencionadas.

Das ações de promoção internacional previstas, salientamos a participação em sete Feiras Internacionais (Interplastica –

8ª Edição MOLDPLÁS

Numa organização da EXPOSALÃO, a CEFAMOL apoia a realização da 8.ª edição da MOLDPLAS e da TECNA, dois salões dedicados ao setor industrial que se complementam entre si, a qual terá lugar entre 07 e 10 de maio de 2014, na Batalha. Numa altura em que a Indústria de Moldes se assume como uma das bases da sociedade de consumo e da sustentabilidade produtiva de muitas empresas que, directa ou indirectamente, recorrem a moldes ou peças plásticas para desenvolver a sua atividade, a EXPOSALÃO organiza uma vez mais a MOLDPLAS – uma feira de profissionais para profissionais, cujo principal objetivo é dar a conhecer as soluções tecnológicas e as inovações da indústria, aproxi-

mando a oferta da procura por parte das empresas, com vista à concretização de bons negócios. Num contexto geográfico e económico de grande dinamismo industrial, a TECNA apresenta-se como um salão de novidades ao nível da tecnologia de máquinas, equipamentos para a indústria, tecnologia industrial, software informático, automação e robótica de apoio à produção – uma mostra do que de mais vantajoso a ciência e a tecnologia colocam ao serviço das empresas. O certame poderá ser visitado todos os dias das 10H00 às 20H00. Para mais informações contacte: EXPOSALÃO - Centro de Exposições, S.A. t. 244 769 480 f. 244 767 489 Carla Pereira E-mail: carlapereira@exposalao.pt


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EUROMOLD: 20 ANOS de Presença Nacional a Promover Indústria Portuguesa de Moldes

Integrada no seu Plano de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal”, a CEFAMOL organizou a participação coletiva de empresas nacionais na 20ª edição da Feira “Euromold”, que se realizou entre os dias 3 e 6 de Dezembro de 2013, no centro de convenções de Frankfurt, na Alemanha. A presença coordenada pela CEFAMOL contou com a participação de 9 empresas nacionais: Engenhotec, E&T, Geco, Moldata, Moldoeste, Moliporex, PMM, Ribermold, TJ Moldes. A edição deste ano, à imagem de edições anteriores, apresentou três espaços distintos dedicados à Indústria de Moldes onde se apresentaram fabricantes, fornecedores de tecnologias e equipamentos para o Sector, assim como empresas e instituições que operam nas áreas de prototipagem rápida, rapid tooling e conceção e desenvolvimento de novos produtos.

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Respeitante ao número de visitantes, e apesar de ainda não terem sido divulgados os dados finais da feira, notou-se um decréscimo face a edições anteriores, ao qual não será alheia a realização da feira “K’2013”, em Dusseldorf, no passado mês de Outubro. Também ao nível dos expositores, foi registado uma redução em relação a edições passadas. O feedback recolhido até ao momento entre as empresas nacionais participantes tem sido díspar. Se por um lado existem empresas que notam esta redução de visitantes e contactos face a edições anteriores, existem outras que ficaram bastante agradadas com o número e qualidade das visitas, tendo, em alguns casos, as mesmas alcançado todas as expectativas. A próxima edição da Euromold irá realizar-se entre os dias 25 e 28 de Novembro de 2014, na cidade de Frankfurt, Alemanha.

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Engineering & Tooling NA EMBALAGEM

Ant贸nio Batista, Ant贸nio J. Pontes


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Introdução Uma embalagem pode ser definida como um sistema que permite acondicionar um material ou uma combinação de materiais. Estes produtos obedecem a normas e regras rígidas que asseguram a segurança dos potenciais utilizadores, procurando que as características físicas e químicas, de resistência mecânica, propriedades barreira e de migração (inércia química) se mantenham ao longo do tempo. Atualmente, na nossa sociedade as embalagens representam um papel importante no dia a dia das pessoas. Estão em todo o lado, no transporte e armazenamento de quase tudo o que nos chega até às mãos. Os tipos, geometrias e funções das embalagens são múltiplos e diversificados. De uns anos a esta parte, as embalagens plásticas têm vindo a ganhar terreno de uma forma avassaladora. Em parte isto deve-se à simplicidade de produção e à possibilidade de design quase ilimitada. Mas, na realidade a característica mais determinante que colocou os plásticos no topo desta tabela prende-se com as suas propriedades físicas, aliadas ao competitivo custo de produção. O fabrico de uma embalagem está muito dependente de uma combinação de fatores variados e ligados às propriedades dos materiais e sua natureza, ao ambiente de utilização, conservação e transporte, entre outros que podem afetar esses mesmos materiais e alterar a sua condição de utilização.

se que representem apenas 1% do total do mercado atual de plásticos, mas a previsão é que cresça até 7%, em 2020. O PLA é atualmente o plástico biológico mais corrente no mercado, mas começam a surgir novas soluções que prometem características e propriedades superiores a este material e até melhorá-lo, quando associados. Encontramos assim propriedades de maior rigidez, maior resistência mecânica, melhor desempenho térmico e melhor barreira ao oxigénio. No entanto, ainda observamos que estes novos materiais são soluções muito dispendiosas, pelo que a sua utilização deve ser previamente avaliada do ponto de vista técnico e económico, sendo previsível que em muitas situações estes novos materiais já sejam válidos.

Desafios e oportunidades Os mercados da embalagem são extremamente dinâmicos e estão em constante mudança, com novas zonas geográficas, novas tipologias de clientes, novos meios de transporte e de distribuição. Devido a este ambiente de mudança os sistemas de embalagem são alvo de otimização contínua e de procura de equilíbrio entre a funcionalidade e o custo. Para se atingir estes objetivos implica uma análise de desempenho técnico, económica, ambiental do produto, do processo de fabrico ou obtenção, da logística e distribuição, de marketing e requisitos do cliente, e gestão de recolha e reciclagem.

O Setor da Embalagem tem um peso enorme no consumo de moldes e plásticos a nível global, e consome uma grande fatia dos polímeros de origem mineral, cerca de 200 milhões de toneladas, em todo o mundo [1]. A Indústria das Embalagens é a principal consumidora de produtos em plástico, utilizando aproximadamente 40% do total de plásticos produzidos mundialmente. Em Portugal, 13,5% dos RSU (resíduos sólidos urbanos) correspondem às embalagens alimentares em plástico que, quando provenientes de produtos petroquímicos e não havendo valorização destes, demorarão cerca de 50 a 450 anos, dependendo do tipo de plástico, até degradarem [2]. A introdução de biopolímeros tem vindo a crescer, mas o seu custo e a sua produção em larga escala continua a ser um entrave a uma expansão a um ritmo superior. Estima-

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Estar atento a estas alterações e evoluções e contrapor ideias não é uma tarefa fácil e requere um conhecimento alargado ao nível dos materiais e a habilidade de balancear e decidir em antecipação qualquer alteração nas tendências do mercado. O Setor de Engineering & Tooling terá de evoluir no sentido de acompanhar os requisitos para o processamento dos novos materiais fornecendo moldes que mantêm ou superam o nível de satisfação atual. A envolvente ambiental tem levado à redução da espessura das embalagens produzidas com materiais poliméricos, o que obriga o setor a investigar e desenvolver novas soluções que assegurem níveis de qualidade elevados, pois os requisitos estéticos são cada vez mais importantes para o mercado. A Indústria de Moldes pode contribuir para a redução do impacto ambiental e contribuir para a sustentabilidade reduzindo o consumo de energia e utilizando materiais e soluções que contribuam para a melhoria de desempenho dos seus moldes em produção. A redução do consumo de energia na produção do molde pode conseguir-se pela utilização de equipamentos produtivos e ferramentas mais eficientes e adequados à produção, pela utilização de estratégias e sequências operacionais adequadas. A utilização de soluções que melhorem o funcionamento do molde em produção são fundamentais, nomeadamente as que contribuam para a redução do atrito nos compo-

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nentes móveis, os que permitam aumentar a velocidade de funcionamento, as que reduzam o desgaste dos componentes e contribuam para a redução das paragens e avarias, e deste modo a manutenção. Estes factos obrigam as empresas do Engineering & Tooling, em particular moldes e injeção de polímeros, a estar constantemente à procura de novas soluções numa tentativa de responder às constantes evoluções deste mercado. A investigação no Setor de Embalagem é, sem dúvida, a melhor estratégia a seguir, pois permite avaliar em antecipação todas as alterações na cadeia complexa da embalagem e criar as soluções mais adequadas. Este é um trabalho contínuo das instituições do sistema científico, mas também das empresas que estão no mercado e que contactam diretamente com os clientes e os promotores das mudanças. As competências necessárias e os estudos a desenvolver para acompanhar a evolução constante dos mercados da embalagem, centram-se no: • Estudo sobre os materiais utilizados no fabrico de componentes para moldes de embalagem rígidas; • Desenvolvimento do conhecimento ao nível do processamento por corte por arranque de apara pelos processos de fresagem e torneamento de novos materiais para moldes de embalagens plásticas com paredes finas e moldes para vidro, de que são exemplo o aço inox, o ferro fundido cinzento (lamelar) e o bronze-alumínio; • Identificar as vantagens e desvantagens da utilização da fresagem a 5 eixos em contínuo versus a maquinagem a


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3+2 eixos (indexação) e a 3 eixos nas superfícies moldantes; Utilizar a capacidade de programação CNC e maquinagem a 5 eixos em contínuo para o fabrico de moldes para embalagem de vidro; Conceber e desenvolver dispositivos de aperto e de estratégias de maquinagem que permitam reduzir o número de apertos necessários à maquinagem das peças dos moldes; Desenvolver conhecimento para a conceção de moldes para biopolímeros para produzir embalagens de paredes finas; Desenvolver conhecimento e soluções para revestimento de superfícies a utilizar nos moldes para biopolímeros para a produção de embalagens de paredes finas; Encontrar soluções melhoradas de vedação da tampa e recipiente da embalagem, nomeadamente através de soluções bi injeção com materiais elastoméricos; Aumentar as proteções barreira a gases, nomeadamente através de soluções IMD/IML com filmes apropriados e/ou através de soluções de coinjeção ou sobremoldação com materiais específicos de barreira.

a ser desenvolvidos no âmbito do projeto Mobilizador ToolingEDGE que tem como objetivo a criação e sistematização de conhecimento em torno dos processos de fabrico considerados como prioritários pelo Engineering & Tooling para reforçar a capacidade competitiva e contribuir para reforçar o Setor de Engineering & Tooling com novos conhecimentos sobre materiais, e especialmente no seu processamento, e fabrico de moldes

Referências [1] V. Siracusa, P. Rocculi, S. Romani, and M. Rosa, “Biodegradable polymers for food packaging: a review,” Trends in Food Science Technology, vol. 19, no. 12, pp. 634–643, Dec. 2008. [2] “Portal do ambiente e do cidadão.” [Online]. Disponível em: http://ambiente.maiadigital.pt/ambiente/residuos/mais-informacao1/algumas-curiosidades. [Acedido a: 14-Feb2012]. [3] Santos, I.O., Martins, L.C., Ferreira, S.C., Martins, C.I., Pontes, A.J., “Processamento de embalagens rígidas de paredes finas em poli (Ácido láctico)”, O Molde, Nº 97, abril 2013.•

Nota final Os estudos mencionados anteriormente estão atualmente

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A INDÚSTRIA DE MOLDES NA TURQUIA E AS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO NO MERCADO Celeste Mota AICEP Ancara


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A Indústria de Moldes Turca A Indústria de Moldes na Turquia começou a desenvolver-se mais intensamente a partir de 2002, não só devido ao crescimento significativo da Indústria Automóvel local, mas também impulsionada pela expansão de outros setores económicos como é o caso dos eletrodomésticos, embalagem, defesa, eletrónica, bens de consumo, maquinaria ou dos têxteis e borracha. No entanto, foi o rápido crescimento dos Setores Automóvel e de Eletrodomésticos que revelaram a necessidade dos fabricantes turcos produzirem moldes de maior qualidade, rigor e complexidade, bem como oferecerem um serviço de manutenção e apoio pós-venda, que, anteriormente, eram fornecidos via importação. Considerando os elevados custos de investimento necessários para uma atualização tecnológica do Setor e reforço da sua capacidade produtiva, a produção local tem vindo a ser caracterizada por moldes de pequena e média dimensão, sendo que os de grande dimensão ainda não são fabricados em número suficiente para suprir as necessidades turcas. Em 2010, a Indústria de Moldes na Turquia representava cerca de USD 2 mil milhões, cabendo às importações USD 1,25 mil milhões e às exportações USD 300 milhões. Neste mesmo ano, existiam, aproximadamente, 10.000 empresas com cerca de 120.000 colaboradores. As importações eram realizadas da China, seguida pelos países europeus (destaque para a Itália, Portugal e Espanha). Dos pontos fortes, tal como anteriormente referido, realça-se o acompanhamento do grande e rápido crescimento das Indústrias clientes locais. No entanto, verifica-se, cada vez mais, uma forte orientação da exportação de moldes turcos para outras regiões, com especial incidência na Europa. Em 2010, apenas 25% da produção de moldes era destinada à exportação, embora o objetivo dos responsáveis turcos por esta área fosse aumentar, num futuro próximo, este rácio para 50%. Em termos de pontos fracos com que a Indústria se depara, de salientar o financiamento bancário, uma vez que os bancos turcos não aceitam contratos como garantia de crédito, assim como as condições de pagamento das OEM’s, que fazem um pré-pagamento de cerca de 1020% do total do projeto, sendo o restante pago, geralmente, ao longo de um ano. Ainda como pontos fracos desta Indústria ressaltam-se o baixo nível de Investigação&Desenvolvimento, a falta de

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design e de reconhecimento das suas marcas, a falta de formação dos Técnicos (apesar da criação recente de uma escola especializada nesta área, em Bursa). É também nesta cidade que se encontra a sede da Associação de Moldes local (UKUB), que, atualmente, conta com 146 membros.

A Indústria Automóvel O Setor Automóvel é a locomotiva das exportações turcas. É uma Indústria altamente eficiente, competitiva e de elevado valor acrescentado, cumprindo integralmente com os padrões técnicos e ambientais da União Europeia (UE). A Turquia tornou-se num dos principais centros de produção da Indústria Automóvel mundial, integrando 17 grandes fabricantes, a maior parte constituída por parcerias entre multinacionais estrangeiras e empresas turcas (ex. Toyota, Ford, Renault, Fiat, Hyundai, etc.). Entre janeiro e maio de 2013, a produção total de veículos foi de 483.645 unidades, face a 491.255 fabricadas em período homólogo, em 2012, registando-se, portanto, um decréscimo de 2%, derivado, principalmente, da crise e redução da procura dos países da UE. A exportação total de veículos, no mesmo período, foi de 356.724 unidades, das quais 195.581 constituem veículos de passageiros (com um aumento de 5% face ao período homólogo do ano anterior) e 155.141 veículos comerciais (registando um aumento de 9% face ao mesmo período, em 2012). Em 2012, a produção total de veículos foi de 1.115.233

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câmbio em termos favoráveis. A atração de novos investimentos é também pertinente para se conseguir uma produção quatro vezes maior do que a atual. Note-se que a maior parte das OEM’s está a aumentar as suas unidades de produção ou mesmo a criar fábricas onde novas marcas irão ser produzidas. Espera-se também que venham a estabelecer-se no país novos fabricantes. As empresas de moldes portuguesas deverão permanecer atentas a estes desenvolvimentos e demarcar-se da concorrência local em alguns nichos de mercado que poderão vir a integrar.

unidades, dos quais 577.296 eram de passageiros, 495.682 comerciais e 42.255 tratores. Nos veículos comerciais, destacam-se as pick-up’s como o principal produto. As exportações totais foram de 745.354 veículos, representando 67% da produção. Em termos de valor, neste mesmo ano, as exportações totais representaram USD 11.101.346.096, dos quais USD 6.067.964.588 são exportações de veículos de passageiros. As exportações de componentes registaram USD 8.223.513.061, onde se ressaltam os valores correspondentes à venda de pneus. Ao nível das OEM’s, a maior exportadora foi a OYAK Renault, atingindo 227.162 veículos, seguida por 191.149 unidades da FORD Otosan, 154.068 da TOFAS (Fiat), 67.453 da HYUNDAI Assan, 63.549 da TOYOTA, 10.994 da KARSAN (Peugeot), 7.959 da HONDA Turkiye, 4.054 da MERCEDES Benz Turk, 885 da MAN Turkiye, 856 da TEMSA Global, 510 da OTOKAR e 341 da BMC. Os restantes valores correspondem à exportação de tratores. As metas do Setor para 2023 são muito ambiciosas, incluindo exportações na ordem dos USD 75 mil milhões e uma produção de 4 milhões de veículos, com as vendas no mercado interno a atingir entre 2 a 2,5 milhões de unidades. Esta meta contempla também a consolidação de um centro de produção automóvel que empregue 600.000 operários e que fabrique produtos de qualidade reconhecida internacionalmente, com um aumento significativo do investimento em I&D. Os fatores mais importantes para se alcançarem estas metas assentam na diversificação de mercados, na realização de Acordos de Comércio Livre, na aposta no transporte de longa distância e no controlo das taxas de

Na Turquia, a principal Associação que incorpora as OEM’s é a OSD (www.osd.org.tr). Também o crescimento do Setor de componentes de automóvel se encontra diretamente ligado ao desenvolvimento das montadoras locais, sendo a TAYSAD (www.taysad.org.tr) a Associação mais representativa deste Setor, com 70% das exportações do Setor.

A Indústria de Eletrodomésticos Em 2011, esta Indústria registou uma produção de 21 milhões de unidades, levando a Turquia a assumir-se, na Europa, como o país líder na produção de electrodomesticos. Nesse mesmo ano, a Indústria exportou 14 milhões de unidades (representando 70% da sua produção) para mais de 100 países, incluindo Europa, África e países/regiões vizinhas. Também ao nível do mercado interno, tem vindo a registar-se um grande crescimento do Setor. Em 2011, as vendas locais foram de 6,5 milhões de unidades (2 milhões, em 1990). As empresas deste Setor que operam na Turquia têm realizado importantes investimentos em I&D, o que tem contribuído para alcançar um sucesso mundial como resultado do poder competitivo ganho através dos mesmos. Nos últimos 10 anos, as melhorias na eficiência energética dos produtos atingiu os 65%. A Turquia tem assumido uma posição de liderança e pioneirismo em muitos produtos nesta área. Exemplos dessa orientação são a conceção de máquinas de lavar roupa com consumo mínimo de água, máquinas de lavar louça com reduzido tempo de lavagem, de água e de energia, frigoríficos e máquinas de secar roupa altamente eficientes ou máquinas de lavar roupa e louça silenciosas. As maiores empresas de eletrodomésticos a operar na Turquia são a ARÇELIK, BEKO, VESTEL e a BSH.


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A Indústria de Embalagem O Setor de Embalagem local tem revelado umcrescimento mais acelerado do que a maioria dos países da UE mais desenvolvidos, cujos mercados já estão relativamente saturados nesta área. Na Turquia, as embalagens de plástico servem, essencialmente, as áreas das bebidas e alimentação (aproximadamente 50% da produção), farmácia e cosmética. Em 2012, o comércio de distribuição era de 40%, valor ainda muito abaixo dos 80% dos países da UE e dos EUA. Tal indicador demonstra que a procura de produtos embalados irá crescer bastante na Turquia. De acordo com o relatório “Planet”, em 2013, o valor do comércio de retalho irá ser de TL 948 mil milhões, dos quais TL 448 mil milhões serão retalho organizado. O forte aumento do PIB/per capita (verificado nos últimos 10 anos) é a principal razão para o crescimento das vendas de produtos embalados. Outro canal que tem vindo a impulsionar o Setor da Embalagem é o “comércio eletrónico”. No geral, na Turquia, o Setor da Embalagem, não produz para stocks. A produção baseia-se nas encomendas, pelo que tanto esta como o consumo são praticamente iguais. Em 2011, o volume da produção total de embalagens era de 6 milhões de toneladas, correspondendo USD 12 mil milhões. Note-se que dos 6 milhões de toneladas, 2 milhões são de embalagem de plástico. No mesmo ano, a produção aumentou 8% e as receitas 14%, face ao ano anterior (2010). De acordo com o Instituto de Estatística da Turquia, as exportações do sub-setor de embalagem de plástico foram de USD 2,1 mil milhões, representando 68% das exportações totais do Setor. Adicionalmente, deverá terse em conta que um maior valor foi exportado indiretamente. As exportações deste Setor aumentaram 24% face ao ano anterior. De acordo com o tipo de material das embalagens, o plástico representa 34%, seguido pelo cartão ondulado (28%) e o vidro (13%). A localização desta Indústria concentra-se, sobretudo, nas regiões de Istambul, Kocaeli e Bursa, assumindo também algum destaque em Izmir, Ancara e Gaziantep.

Oportunidades de Negócio na Turquia Na Turquia, as empresas de moldes de injeção de plástico nacionais consideram a Indústria Automóvel como setorchave, logo seguida da dos Eletrodomésticos e da Embalagem.

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De salientar que a relação preço/qualidade é cada vez mais importante para as OEM’s que, constantemente, tentam esmagar as margens dos fornecedores. A China é já um importante fornecedor de moldes para a Indústria Automóvel mas, no geral, estes revelam ser de um nível de complexidade muito baixo.

Sendo o Setor Automóvel o mais importante e encontrando-se em grande crescimento com a produção de novas marcas, as empresas de moldes deverão reforçar a sua intervenção e visibilidade neste mercado. As visitas a fabricantes locais revestem-se de uma extrema importância, pelo que se aconselha as empresas a deslocarem-se mais frequentemente a este mercado, tanto em missões coletivas como em visitas individuais. As oportunidades de exportação encontram-se, essencialmente, na oferta de: • moldes de grande dimensão, onde existe pouca concorrência local; • moldes de elevada capacidade tecnológica e com grande complexidade, componentes integrados e elevadas competências de engenharia; • moldes com alto valor acrescentado e com a incorporação de design; • integração da conceção e desenvolvimento do projeto e serviços de manutenção pós-venda. Note-se que a única OEM que compra moldes diretamente na Turquia é a FORD OTOSAN. As restantes trabalham sempre com as empresas fornecedoras de primeira e segunda linha de componentes de plástico, geralmente, empresas locais. As empresas de moldes portuguesas deverão atuar em parceria com estas, sendo muito importante o timing para o lançamento de novos projetos, pelo que o acompanhamento periódico do mercado deve ser considerdo um “must”. Algumas das empresas de moldes locais possuem competências e conhecimento, parques de máquinas atualizados e de última geração mas, muitas vezes, a capacidade instalada não é para os projetos adjudicados e para as diferentes peças que têm de fabricar. A cooperação com estas empresas turcas deve também ser encarada como uma outra oportunidade para os fabricantes de moldes nacionais.

Também no Setor de Eletrodomésticos a China é um dos maiores fornecedores das empresas de grande dimensão devido ao reduzido preço dos moldes. No entanto, esta estratégia tem tendencialmente vindo a mudar, não só pelo fato dos moldes chineses começarem a encarecer,como também devido à qualidade inferior, à dilatação de prazos e aos custos inerentes ao controlo de qualidade. Alguns Responsáveis de Compras das grandes empresas do Setor demonstram vontade de recomeçar a comprar na Europa. A Arçelik é, na Turquia, a maior fabricante de electrodomésticos, com 14 unidades de produção espalhadas pelo mundo, entre as quais a Grundig (que faz parte da holding turca) e com um volume de negócios de TL 10 mil milhões (cerca de € 4 mil milhões). Esta empresa compra 6.000 moldes/ano dos quais, cerca de 50% a empresas locais e 50% no Extremo Oriente, principalmente na China. Os moldes mais complexos provêm de Itália e da Alemanha. As empresas de moldes nacionais têm oportunidade de competir com estes países pela elevada tecnologia e estética nos produtos finais, fator este muito importante para a Arçelik e Beko (outra empresa da mesma holding). Não esquecer que estes fatores terão sempre de estar relacionados com qualidade/preço. As empresas de média dimensão a operar neste Setor compram moldes não apenas localmente, mas também na Europa e na China. Neste caso, é importante que as empresas nacionais ofereçam know-how – engenharia, design, serviços pós-venda – que as empresas locais não possuam. Em conclusão, a Indústria de Moldes tem uma importância estratégica no processo de desenvolvimento de todas as Indústrias citadas anteriormente e as empresas nacionais não devem descurar as oportunidades oferecidas pelo mercado turco. Trata-se, efetivamente, de um mercado de oportunidades mas em que as empresas nacionais têm de demonstrar uma perseverança contínua e realizar visitas periódicas e regulares aos potenciais clientes aí localizados.


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