Market Report nº9 Abril 2015

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Roadmap Tecnológico 2014 – 2020 para o Engineering & Tooling Marketing Internacional:

Competir na Aldeia Global Chile: Moldando Oportunidades

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Número 9 ı

Trimestral

ı Abril 2015



o i r á m u S

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MARKET REPORT

Roadmap Tecnológico 2014

2020 PARA O ENGINEERING & TOOLING António Baptista – Centimfe

Os mercados continuam em grande evolução disponibilizando novos produtos a clientes cada vez mais exigentes e em maior número, assistindo-se, por isso, a um aumento da pressão sobre a utilização dos recursos e dos meios produtivos. Assim, por um lado, temos um mercado global mais alargado, que pressiona os sistemas para aumentar a produção de bens e serviços, e por outro, a necessidade de respeitar as diretivas legais, nas vertentes energéticas, ambientais e societais que procuram assegurar a sustentabilidade dos recursos e dos sistemas. Para responder aos novos desafios assistese a uma enorme evolução técnica e científica com os diferentes players a criar novas tecnologias e soluções, nomeadamente novos materiais que exibem novas propriedades com comportamento específico a nível mecânico, térmico ou elétrico, podem ser transparentes, translúcidos ou opacos, podem ser macios, duros, flexíveis, e que podem ser utilizados em aplicações de baixo peso, novas funcionalidades, produtos com elevada resistência mecânica, química e ambiental.

nos novos produtos, que já apresentam níveis de produtividade e eficiência muito elevados. Também ao nível dos sistemas de informação se observam grandes evoluções com a utilização de conceitos de informação associada aos produtos e processos, informação esta, que é suportada por soluções analíticas avançadas, tecnologias sociais e à utilização de dispositivos inteligentes para monitorizar os equipamentos de produção, as cadeias de fornecimento, os produtos em uso, trazendo inteligência ao modo como as coisas são concebidas, produzidas e utilizadas. Tudo isto acarreta novos desafios à indústria do Tooling, obrigando ao acompanhamento mais próximo das evoluções e o desenvolvimento mais rápido de soluções de moldes e ferramentas capazes de responder, em tempo e qualidade, a esses desafios. As empresas devem desenvolver conhecimento detalhado sobre os diferentes mercados na sua envolvente, em particular os emergentes, recolhendo informações sobre as suas necessidades específicas e requisitos.

O avanço na área dos materiais já é visível com o desenvolvimento de novos materiais de baixo peso e a sua utilização nas indústrias ligadas à mobilidade, em particular a automóvel e a aeronáutica.

O presente ROADMAP tecnológico do Engineering & Tooling pretende ser uma ferramenta estratégica de apoio à indústria, que permite identificar e traçar caminhos de desenvolvimento futuro. Este ROADMAP está alinhado com a Estratégia do cluster, ao nível da prospeção e vigilância tecnológica, e identifica as principais tendências tecnológicas mundiais (e europeias), as competências científicas e tecnológicas do cluster, e alguns dos novos desenvolvimentos tecnológicos e científicos, nos domínios das tecnologias avançadas de produção (do tooling). Este documento sistematiza as tendências e os principais caminhos de desenvolvimento tecnológico, que podem servir de guia e inspiração às decisões de Investimento, I&D e de Inovação do cluster, no período 2014-2020.

Nas novas tecnologias de produção, em particular as aditivas, observamos que desenvolveram novas capacidades e trazem novas soluções e conceitos produtivos que irão revolucionar a produção mais convencional e a forma de obtenção dos produtos. Na mesma linha, ao nível das áreas produtivas assistimos a uma expansão das filosofias associadas à recolha e reciclagem de materiais para utilização

O sector deverá posicionar-se nas áreas consideradas como próximos desenvolvimentos, e o fabrico de novos produtos, ainda que utilizem os mesmos processos, sendo relevantes as áreas das micro e nanotecnologias. A avaliação das tecnologias de fabrico avançadas não deve apenas abranger as novas ou emergentes tecnologias, deve antes focar a eficiência de cada tecnologia, a sua produtividade,

Esta evolução irá continuar pelas próximas décadas com as atividades produtivas a beneficiarem de novas tecnologias de design, simulação, novos materiais, conduzindo a uma acentuada alteração dos modelos de negócio, e a novas opções de escala de mercado.


F1 – Ponderação da importância dos novos desenvolvimentos nas diferentes áreas.

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ENGINEERING & TOOLING


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MARKET REPORT

a sua integração e resposta aos requisitos que o mercado coloca.

mas, a produção, a distribuição, a utilização e o final de vida seguindo sempre as práticas sustentáveis.

A área dos materiais está em franca evolução com o desenvolvimento de novas soluções como resposta às solicitações de mercados cada vez mais exigentes, contando-se os materiais do bio e eco, os novos materiais funcionais, os materiais inteligentes e multifuncionais, as tecnologias de superfície e os revestimentos. Os biomateriais e os ecomateriais destacam-se pela sua relevância no âmbito das políticas de sustentabilidade e segurança. Os biomateriais envolvem materiais poliméricos e compósitos de origem natural ou sintéticos, como as fibras naturais, os materiais bioativos, os materiais biocompatíveis, e os materiais biodegradáveis. Os ecomateriais são materiais mais harmonizados com o meio ambiente, isto é, têm uma menor carga sobre o ambiente ao longo do seu ciclo de vida.

Os Processos de Fabrico Eco-Eficientes e o fabrico sustentável envolvem a utilização de processos produtivos e materiais seguindo uma filosofia de minimização da pegada ecológica. As preocupações associadas à produtividade e inovação organizacional, como fatores promotores de competitividade, as preocupações com as questões ambientais, a legislação cada vez mais restritiva, têm levado o Tooling a adotar medidas para a redução dos seus impactes ambientais negativos. O incremento da sustentabilidade envolve muitas áreas de conhecimento, contando-se, entre outras, a gestão de processos, a engenharia mecânica e a engenharia dos materiais.

Os materiais funcionais como os materiais fotocromáticos, materiais para impressão fotolitográfica, iluminação LED, painéis de iluminação e écrans eletrónicos flexíveis, materiais com propriedades magnéticas, e os materiais inteligentes e multifuncionais onde se destacam os chamados materiais sensitivos ao ambiente, materiais autoreparáveis, os materiais com memória e os sensores químicos. Os sectores da mobilidade, aeronáutica e automóvel, são muito dinâmicos e procuram materiais de elevada resistência e desempenho mecânico com reduzido peso específico, como os compósitos. A evolução ao nível das tecnologias de superfície envolve os materiais e revestimentos com maior resistência à erosão, à agressão química, ao calor, às condições climatéricas adversas e extremas, antirriscos, superfícies antirreflexão, fácil de limpar, anti-gelo, anti-bactérias, baixo atrito, entre outras propriedades que proporcionam melhor desempenho dos produtos. Ao nível das nanotecnologias podem destacar-se os revestimentos e os materiais nanoestruturados. A aplicação destes materiais está hoje disseminada pelos semicondutores, eletrónica e materiais estruturais. Os avanços nos nanomateriais requerem uma visão de longo prazo, com contínuos investimentos de recursos técnicos e tecnológicos para aplicação na indústria. Os processos de fabrico avançados envolvem várias áreas de atuação do Tooling. Aqui, destaque-se o Eco-Design / Conceção e Técnicas de Engenharia que abrange o desenvolvimento de produtos sustentáveis, procurando seguir as preocupações que visam a redução do impacto ambiental dos produtos, tendo em conta todo o seu ciclo de vida. Aqui devem entrar os aspectos de extração das matérias-pri-

As ferramentas de simulação são imprescindíveis na indústria como meio de assegurar a fiabilidade dos processos e um aumento da produtividade. As ferramentas de simulação suportadas em avançado hardware e software permitem a realização de modelos cada vez mais detalhados e precisos, cujos resultados são muito próximos da realidade. A coengenharia envolve atividades colaborativas de diferentes áreas da engenharia, no sentido de responderem a desafios comuns, podendo trabalhar de forma integrada (fisicamente próximos e mesmas ferramentas) ou distribuída (fisicamente afastados e com ferramentas similares). O conceito de Engenharia Integrada é fundamental na indústria de tecnologia intensiva como é o caso do Tooling, onde a integração das tecnologias permite reduzir erros de comunicação e aumentar a sua competitividade e reduzir tempos de time to market. A Automação Avançada e as Células de Produção podem variar de empresa para empresa. No entanto, os resultados esperados serão uma maior eficiência, produtividade e precisão. A implementação nas empresas do Tooling de soluções de automação avançada e de células de produção suporta-se em sistemas centralizados de informação, sistemas integrados de CAD/CAM, robots e máquinas com controlo automático e inspeção. A fábrica digital envolve a utilização de sistemas integrados de gestão da informação que permitem a simulação, visualização tridimensional, computação analítica e ferramentas colaborativas para criação de produtos e processos produtivos. As atividades colaborativas envolvem, entre outros conceitos, o design for manufacturability (DFM), o fabrico integrado por computador (CIM), o fabrico flexível e o lean manufacturing. A produção em pequenas séries apresenta vantagens con-


sideráveis para as empresas do Tooling, caso se suporte no Lean Manufacturing e parametrização validada, mesmo que envolva peças de geometria diferente, mas com aspectos comuns, nomeadamente os processos, as ferramentas de corte, entre outros. As tecnologias de Fabrico Aditivo (AM – Additive Manufacturing), nas suas vertentes polimérica e metálica, estão a ter impacto nas cadeias de desenvolvimento de produto e fabrico em muitos sectores. A evolução destas tecnologias nos últimos anos, torna-as capazes de resolver uma série de dificuldades na área do Tooling ao nível da complexidade geométrica e, particularmente, no fabrico de moldes, na definição de canais de controlo de temperatura com geometria complexa e mais adaptados a cada peça a moldar. Estas tecnologias apresentam já alguma dinâmica no fabrico de peças, destacando-se a capacidade de reproduzir elevada complexidade geométrica, a flexibilidade à dimensão dos lotes e a capacidade de customização dos produtos. A tendência atual compreende a introdução e integração destas tecnologias, ou das suas soluções, no ciclo produtivo de uma empresa de Tooling, estando a ser feitos esforços para que os processos respondam cada vez mais às exigências do sector. Esta tendência é apoiada pelas recentes medidas da União Europeia, que elegeu estas tecnologias como fundamentais para ajudar a enfrentar alguns dos seus atuais desafios, procurando soluções que suportem o crescimento e a criação de empregos de forma sustentável. A micromaquinagem engloba os métodos de fabrico, as tecnologias, os equipamentos, as estratégias organizacionais e os sistemas para a manufatura de produtos e figuras à escala sub-milimétrica. Por outro lado, a micromaquinagem tem de ser suportada por diferentes atividades onde se incluem o design, a análise, os materiais, os processos, as ferramentas, os equipamentos e a gestão operacional, etc. A diversidade de microprodutos abrange um leque alargado, e que vai desde produtos para a microeletrónica, micromecânica e a micro-ótica, à combinação das várias soluções.

As operações in-mould assembly permitem eliminar operações posteriores de montagem que muitas vezes são complexas e apresentam dificuldades tecnológicas acrescidas e conduzem a custos elevados, nomeadamente a montagem de componentes utilizando clips, soldadura ou comoldação de componentes de materiais incompatíveis. Os desenvolvimentos no processo de microinjecção procuram melhorar o processo, alargando o leque de materiais processados e responder com cadeias de fabrico capazes de satisfazer os requisitos técnicos e funcionais de produtos multimateriais e complexos que caracterizam os mercados emergentes. São áreas fundamentais de investigação: os materiais biocompativeis; os nanocompósitos; os polímeros de arquitetura complexa com formulações de pós metálicos e cerâmicos; polímeros reciclados. Por outro lado, os polímeros têm algumas limitações relacionadas com o seu processamento, nomeadamente intervalos de temperatura de processamento muito apertados, que por si só se desdobram em novas áreas de investigação. O fabrico e a montagem de peças de dimensão inferior ao milímetro levantam uma série de novas questões relacionadas com a reduzida dimensão. As micropeças possuem dimensão e peso muito pequenos, pelo que têm de ser manipuladas com precisão e delicadeza, envolvendo a retirada da peça, o agarrar a peça e transportá-la na posição correta para uma área de controlo ou verificação, ou montagem. É necessário criar sistemas adequados a esta tipologia de peça, considerando a geometria e suas propriedades. O seguinte gráfico apresenta a visão ponderada de um conjunto de entidades que integram a European Tooling Platform (http://toolingplatform.manufuturenet.eu/en/euro pean-tooling-platform-1) relativamente aos novos desenvolvimentos em diferentes áreas tecnológicas e aos desafios e estratégias de I&D, marketing e decisões de investimento do Tooling a curto, médio e longo prazo (visão 2020).

As operações in-mold, nomeadamente in-mold labeling (IML) e in-mold decorating (IMD), permitem uma grande flexibilidade de conceção das peças, em especial as que necessitam de trabalho após injeção como grafismos, decorações variadas incluindo diferentes cores, efeitos e texturas.

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MARKET REPORT

Marketing Internacional

COMPETIR NA ALDEIA GLOBAL Patrício Tavares - CEFAMOL

Nos nossos dias, todo e qualquer negócio é global, seja pela

tores de relevância: a “Aldeia Global”, a globalização dos ne-

vertente financeira, tecnológica, produtiva, ou através da sua

gócios e a globalização da economia.

distribuição, apenas para realçar alguns fatores. Com esta lógica em mente, cada negócio deve ser preparado para competir num ambiente económico abrangente, cada vez mais interdependente, devendo o gestor moderno ter consciência desta aproximação, analisando as tendências dos mercados abordados, quer seja uma empresa multinacio-

Conforme referido anteriormente, as tecnologias de informação, comunicação e transportes tem sofrido desenvolvimentos relevantes num curto espaço de tempo, o que originou uma convergência dos diferentes mercados numa “Aldeia Global”, com vários povos e culturas a partilharem os

nal, ou uma empresa de pequena ou média dimensão.

mesmos comportamentos, a valorizarem os mesmos atri-

É cada vez mais uma verdade incontornável que, quer as

pode ser visto como uma oportunidade para as empresas

empresas queiram, quer não, estão inevitavelmente a inte-

exportarem, mas também como uma ameaça, pois concor-

butos e com atitudes muito similares entre si. Este fator

ragir com clientes, concorrentes e fornecedores internacio-

rentes de outros mercados e de maior dimensão terão igual

nais mesmo quando operam exclusivamente no mercado

oportunidade de explorar as semelhanças existentes.

interno. O forte dinamismo no desenvolvimento nos meios e tecnologias de informação / comunicação permitem que os produtos sejam transmitidos e experimentados em qual-

Outro fator de relevância é a globalização dos negócios através de uma cadeia de valor internacional. Do ponto de

quer parte do mundo, com breves intervalos de tempo.

vista económico, existe um forte desequilíbrio entre as for-

Esta proximidade entre culturas diminui as diferenças entre

com network interno.

povos tornando o mundo numa “Aldeia Global”.

ças negociais de empresas com network global e empresas

A título de exemplo, uma empresa pode ter sua sede num

“O mundo está demasiado connosco”: Fernanda Ilhéu

país com benefícios fiscais, encomendar o design de produto

(2009)

num outro país com notoriedade nesse campo, mandar pro-

Mesmo sem o procurarem, as empresas portuguesas com-

duzido, e comercializar o mesmo produto à escala global. A

petem diariamente a nível global, enfrentando uma concorrência internacional que opera no mercado interno. “Quem não se internacionaliza morre. As marcas portuguesas não podem ficar reféns de um mercado com 10 milhões de pessoas. Não têm dimensão para rentabilizar uma cadeia de valor. O negócio precisa de volume para comprar nos países que fornecem a concorrência”. José Regojo, Expresso (31 Julho 2010). Para o gestor moderno, é imperativo adotar políticas de gestão que se adaptem ao ambiente económico global, e para isso é necessário analisar com algum cuidado três fa-

duzir num terceiro país com um custo de mão-de-obra reempresa que possui uma cadeia de valor interna (conjunto de fornecedores e clientes do mesmo mercado) reduz as possibilidades de conseguir ter vantagens competitivas, minimiza as economias de escala e inviabiliza a internacionalização das suas competências por falta de capacidades produtiva para o mercado externo. Por último, não podemos ignorar a globalização da economia, criada pela interdependência de países através do crescente fluxo de bens/serviços, de capitais e de know-how. Vejamos como exemplo: um molde produzido em Portugal pode competir de igual para igual no mercado alemão, com


concorrentes alemães, pela facilidade de negociação e de

concorrência, apenas para referenciar os principais. Por

comunicação com os agentes na Alemanha. Por outro lado,

outro lado, é também necessário ter acesso a relatórios in-

o cliente alemão, na procura de novos clientes, pode tam-

ternos de todas as áreas, para que possa ser analisada a

bém investir capital na construção de uma unidade de pro-

capacidade de resposta ou mesmo de negociação da em-

dução num mercado como o México, tirando partido de

presa, face às várias forças competitivas, nomeadamente

custos de mão-de-obra mais reduzidos, passando a estar

para enfrentar o poder negocial dos fornecedores, dos clien-

em concorrência com empresas locais. As empresas mexi-

tes, a atual concorrência, novos entrantes, e também pro-

canas podem por seu lado, contratar mão-de-obra qualifi-

dutos/serviços substitutos que possam influenciar a

cada em Portugal, para concorrerem de igual para igual

performance do negócio.

com os novos concorrentes e, simultaneamente, apostar na internacionalização dos seus produtos para Portugal. Os mesmos fatores que reforçam a competitividade das nossas empresas em mercados internacionais, possibilitam aos nossos concorrentes abordar o mercado com maior eficácia, gerando novos fatores competitivos, motivo pelo qual o gestor moderno dever redobrar a atenção nas forças competitivas internacionais, dando atenção aos fluxos de bens,

Após analisarmos estes três fatores críticos para as empresas que competem na Aldeia Global, podemos concluir que a melhor forma para um gestor fazer o seu trabalho, assenta num constante fluxo de informação externa/interna, que sirva de apoio à tomada de decisão. Esta informação deve ser a mais atualizada e credível possível, mesmo que isso implique um investimento financeiro, pois informação

capitais e conhecimento.

incorreta, pode fazer com que gestores tomem decisões in-

É imperativo que a empresa tenha regularmente ao seu

informação estejam devidamente identificadas e acessíveis

dispor informação fiável e credível ao nível de mercados,

a qualquer momento, pois as alterações conjunturais podem

indústrias clientes ou potenciais clientes, riscos políticos,

implicar uma decisão “just in time”, para a qual o gestor

avanços tecnológicos, análises financeiras e desempenho da

deve estar preparado.

corretas. É imperativo para as empresas que estas fontes de

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MARKET REPORT

CEFAMOL Promove Participação Coletiva nos “Automotive Meetings Queretaro”

Pela segunda vez consecutiva, a CEFAMOL promoveu a participação de um grupo de empresas suas associadas no certame “Automotive Meetings”, que se realizou na cidade de Querétaro (México), entre os dias 23 e 25 de Fevereiro do presente ano. Este certame tem por base a realização de reuniões bilaterais previamente agendadas e validadas pelas empresas participantes, o que permite uma abordagem mais direcionada ao mercado e às necessidades específicas de cada organização.

recolhido até ao momento é positivo, tendo se verificado um número considerável de reuniões agendadas. Esta iniciativa enquadrou-se no projeto de promoção internacional “Engineering & Tooling from Portugal”, dinamizado pela Associação no âmbito da Estratégia de Eficiência Coletiva definida para o Sector. Ainda neste âmbito, a CEFAMOL está desde já a preparar a participação coletiva de empresas num evento semelhante - Automotive Manufacturing Meetings Marrocos que se realizarão na cidade de Rabat, entre os dias 1 e 3 de Junho do presente ano. Para mais informações, os interessados deverão contactar os serviços da Associação.

A delegação da CEFAMOL foi composta por cinco empresas do Sector de Moldes, nomeadamente: E&T, LN Moldes, Moldes RP, Ribermold e TJ Moldes. O feedback

CEFAMOL promoveu Missão Empresarial ao Chile Peru A comitiva nacional contou com a presença de cinco empresas nacionais da Indústria de Moldes, mais concretamente, E&T, Intermolde, PMM, Ribermold e Vidrimolde, as quais foram divididas em dois grupos distintos, um orientado para o contacto com empresas locais de injeção de plástico e outro para a indústria do vidro.

Enquadrado no Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal 2014-15”, a CEFAMOL promoveu uma missão empresarial aos mercados do Chile e Peru, entre os dias 13 e 17 de abril. As visitas e reuniões de negócio realizadas durante esta ação foram promovidas nas regiões de Santiago (Chile) e de Lima (Peru).

Durante as reuniões com entidades e empresas Chilenas e Peruanas, foi possível aos participantes nacionais adquirir uma nova perspetiva da evolução destes mercados, das suas potencialidades, ao mesmo tempo que se identificavam oportunidades para negócios e/ou parcerias.


CEFAMOL Promoveu Presença Nacional no maior certame Norte-Americano dedicado à Indústria de Plástico

Enquadrado no projeto de internacionalização “Engineering & Tooling from Portugal 2015-16”, a CEFAMOL promoveu a participação coletiva de empresas nacionais na feira NPE 2015, que decorreu entre os dias 23 e 27 de março, na cidade de Orlando, Flórida (EUA). Na edição de 2015 do maior certame internacional dedicado à indústria do Plástico realizado no Continente Americano, o Pavilhão Nacional contou com a presença de nove empresas – Geco, MD Moldes, Moldegama, Moldes RP, Moldoplastico, Moliporex, Socem, Tecnifreza e Uepro – ocupando um espaço de mais de 180 metros quadrados de exposição, localizados no Hall Norte do recinto do evento.

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O feedback recolhido até ao momento é muito positivo, tendo a presença nacional aproveitado a oportunidade não apenas para fazer prospeção de novos clientes, mas também para fazer o acompanhamento de contactos efetuados em iniciativas individuais anteriores ou nas diferentes missões conjuntas promovidas pela CEFAMOL no mercado. A próxima edição da NPE realizar-se-á novamente em Orlando, Flórida, entre os dias 7 e 11 de maio de 2018.

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CHILE: MOLDANDO OPORTUNIDADES

Jorge Salvador AICEP Chile


O Chile é um país emergente com uma economia aberta, dinâmica e integrada com os mercados globais, que apresenta os melhores indicadores de competitividade e desenvolvimento económico-social da América Latina, fruto de um conjunto de reformas implementadas, ao longo das últimas décadas, e de um quadro de estabilidade política e liberdade económica ímpares. Com um PIB per capita de 19.104 dólares, o Chile representa a sexta economia latino-americana, apresentando uma taxa média de crescimento de 5,1% nos últimos três anos (4,1% em 2013). Tendo presente que os ciclos da economia chilena estão fortemente influenciados pelo preço internacional do cobre (de que o Chile é o principal produtor e exportador mundial), o cenário económico do país é positivo, apesar de se verificar uma desaceleração do ritmo de crescimento para este ano, devido a um decréscimo da Procura Interna (investimento e consumo privado). De facto, 2014 apresentará um ajuste em função da conjuntura internacional e do menor desempenho dos parceiros comerciais do Chile, e de um conjunto de reformas estruturais internas propostas pelo governo da atual Presidente, Michelle Bachelet, que incluem uma reforma tributária que servirá para financiar uma reforma da educação, bem como o setor da saúde e outros programas sociais, com vista a diminuir os níveis de desigualdade e alcançar o pleno desenvolvimento até ao final da década. Neste contexto, o Banco Central do Chile estima uma subida do PIB entre 1,75% e 2,25%, para este ano e uma subida entre 3 e 4%, em 2015. A mesma entidade prognostica para 2014 uma descida do investimento (4,1%) e das importações de bens e serviços (3,9%) e um aumento do consumo total (2,6%) e das exportações de bens e serviços (2,4%). Estas tendências da economia são amortecidas por um (ainda) elevado preço das commodities, como o cobre, o iodo e a celulose, o que se reflete na relativa bonança fiscal do país, que apresenta contas públicas e inflação controladas, com um IPC na ordem dos 3 a 4% anual. Em termos comerciais, o Chile com uma população estimada de 17,8 milhões de pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatística do Chile, é um mercado atrativo e competitivo, sobretudo devido ao crescimento dos níveis de consumo privado e padrões de vida modernos e elevados, explicado por um aumento do poder de compra, por uma reduzida taxa de desemprego (6,5% no trimestre maio-julho 2014) e pelo acesso facilitado ao crédito. No entanto, o mercado chileno não deve ser encarado como um objetivo estratégico único, mas também como uma plataforma para terceiros mercados, já que o país tem provavelmente a maior rede de acordos comerciais do mundo, com 23 tratados com 61 países. Isto permite-lhe ter acesso preferencial a cerca de 4.372 milhões de potenciais consumidores, ou seja, a 63% da população mundial e a 85% do PIB mundial. A nível bilateral, Portugal e o Chile têm relações comerciais modestas, mas com potencialidades para crescerem. A balança comercial é tradicionalmente favorável ao nosso País.

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A nível de exportações, é de realçar o aumento do número de empresas portuguesas que exportam bens para o Chile, que passou de 172, em 2008, para 307, em 2012, entre as quais algumas de moldes, contribuindo para um aumento das nossas exportações para o Chile de 22 % em média, nos últimos 5 anos. É de realçar que os empresários portugueses sentem-se bastante confortáveis quando visitam ou se instalam no Chile, sendo bem recebidos e com grande curiosidade por parte dos empresários chilenos, hoje em dia, menos formais e conservadores. A forma e os procedimentos para fazer negócios são similares, ainda que existam algumas diferenças culturais que há que ter em conta. O que surpreende, por vezes, os empresários nacionais é o nível de desenvolvimento do País e sobretudo da sua capital, Santiago, um passo mais à frente do que os seus vizinhos sul-americanos. Em termos de oportunidades de negócio, existem várias áreas com potencial para exportação e investimento, destacando-se os bens de equipamento – dos quais o Chile é grande importador – para distintos setores, incluindo os grandes clusters de exportação chilenos: mineiro, florestal, vinícola, agroindustrial, pesqueiro ou de embalagem. Existem também oportunidades de fornecimento e/ou parceria tendo em vista terceiros mercados, de maquinaria e componentes para estes setores ou para os fornecedores locais destas indústrias, aproveitando as vantagens oferecidas pelos acordos de livre comércio que o País assinou.

Moldes Para ilustração, segundo dados da Associação dos Industriais do Plástico do Chile (ASIPLA), a indústria de transformação de plástico local é constituída por cerca de 450 empresas, com vendas anuais de 3.400 milhões de dólares e 600 milhões de dólares de exportações. Esta indústria emprega, direta e indiretamente, 50 mil pessoas e representa 1,5% do PIB chileno. Uma análise da evolução recente das importações chilenas de moldes para borracha ou plástico permite inferir que o mercado se tem comportado de forma relativamente errática nos últimos 5 anos, sendo de assinalar o aumento registado em 2011 (25%) que se explica, em grande parte, pela recuperação económica do País após o terramoto e maremoto de fevereiro de 2010, com reflexos no investimento produtivo, com o arrefecimento contraposto pelo ano de 2009 (-27,7%) em plena crise económica internacional, e logo com um novo e forte aumento de 124,4%, em 2010, por reposição de stocks. As importações de moldes registaram, em 2013, um crescimento de 4% em relação a 2012, totalizando mais de 22 milhões de dólares. Foram 105 as empresas chilenas que importaram este tipo de moldes, sendo de referir que os EUA. (moldes para borracha, essencialmente, para fornecimento da fábrica de pneus da Goodyear, em Santiago), Itália, China, Canadá e Alemanha foram os principais fornecedores, mantendo-se estáveis nos últimos 5 anos. Nesse período, Portugal manteve-se sempre no top 10 dos países a quem o Chile compra moldes, sobretudo de injeção de plásticos.

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Dado que no Chile não existe produção automóvel nem seus componentes (com exceção da empresa Cormecánica que fabrica peças mecânicas e caixas de velocidades para a Renault e Nissan à escala global), as aplicações de moldes para plásticos centram-se, essencialmente, na fabricação de embalagens (48% do consumo de plástico total); aplicações industriais incluindo eletricidade e mineração (18%); e construção, incluindo tubagens (17%), utilizando grandes e pequenos moldes. De facto, segundo a ASIPLA, nos últimos 4 anos a indústria de transformação de plástico tem vindo a crescer a taxas interessantes no valor da sua produção: 7% em 2013 e 8% em 2012, mas ainda distante dos 17% e 36% de 2011 e 2010 respetivamente. Para 2014, em linha com a desacelaração económica do País, a produção da indústria de plásticos terá um descréscimo de 1%. O crescimento acompanha com ritmo semelhante as tendências de crescimento da fabricação de alimentos e bebidas (o Chile pretende tornar-se numa potência agroalimentar a curto prazo) e de utilidades domésticas. O consumo aparente de plásticos também regista valores crescentes desde 2009, totalizando 901.942 toneladas em 2013 e um valor estimado de 921.862 toneladas em 2014 (variação de 1% face ao ano anterior). O valor das compras de máquinas de injeção e de sopro tem vindo a aumentar nos últimos dois anos, ao contrário do valor das compras de máquinas extrusoras e termoformadoras. Com um crescimento económico previsto para 2015 entre 3 e 4% e com o desenvolvimento de setores que potencialmente poderão vir a necessitar de moldes (sobretudo o da embalagem, em resultado do incremento dos setores frutícola, vinícola, salmoneiro e agroindustrial, em geral), é de esperar que o setor possa crescer ainda mais nos próximos anos, tendo em conta também que o Chile é o 2º maior consumidor de produtos plásticos da América Latina, com 51 Kg per capita, e registou um aumento de 11%, desde 2011. Os concorrentes locais têm escassa capacidade em termos de dimensão, qualidade, flexibilidade e inovação, o que gera oportunidades interessantes, que têm sido aproveitadas por empresas de países tradicionalmente produtores, como os EUA, Canadá, Itália, Alemanha, Áustria, Espanha e Portugal, mas também, de forma crescente, por fornecedores argentinos, brasileiros e asiáticos, sobretudo a China. Se bem que ainda existe certa desconfiança dos compradores em relação à fiabilidade e qualidade dos moldes de empresas asiáticas e latino-americanas, as compras provenientes desses países têm-se mantido relativamente estáveis, sobretudo devido ao fator preço, apesar da Europa ainda ter um peso grande nas importações chilenas, provenientes, principalmente, de Itália. A qualidade, tradição e boa reputação dos moldes portugueses é reconhecida junto de alguns importadores que conhecem a oferta nacional, apesar de, referirem que por vezes não somos tão competitivos em termos de preço. Nesse sentido, sou da opinião que devemos concorrer neste mercado através da qualidade, inovação tecnológica e diferenciação, capacidade de produção, flexibilidade nas condições de fornecimento (prazo de entrega, garantia e assistência técnica) e pagamento (preço e prazo), argu-

MARKET REPORT

mentos importantes a ter em conta na abordagem ao mercado chileno e que já nos trouxeram bons resultados. Apesar de não existirem barreiras alfandegárias ou pagamento de direitos aduaneiros para os moldes portugueses com origem certificada (por via do Acordo de Associação UE-Chile), os exportadores nacionais poderão, porém, debater-se com algumas dificuldades no acesso ao mercado chileno, pela enorme concorrência internacional e alguma hierarquização nas tomadas de decisão dos interlocutores chilenos, tornando o processo de compra mais moroso. O espaço de mercado que representa a cooperação com empresas produtoras locais que necessitam do know-how de parceiros estrangeiros, ideia que nos tem sido reiterada por vários produtores, não deve ser descurado pelas empresas portuguesas. Se é certo que ainda existe um relativo desconhecimento mútuo entre os mercados chileno e português, este cenário tem vindo progressivamente a mudar, com várias ações promocionais e de diplomacia económica, realizadas em ambos os países, onde a Indústria de Moldes nacional também tem tido participação. Neste capítulo, não posso deixar de recordar a Missão Empresarial que a CEFAMOL realizou ao Chile, em setembro de 2008, uma das primeiras missões que apoiei nas minhas atuais funções e ter tido a oportunidade de constatar, com agrado, o elevado espírito de cooperação e camaradagem profissional do grupo de 6 participantes, simbolizado no facto de assistirem, em grupo e de forma simultânea, às mesmas reuniões com as empresas chilenas. Destaco, igualmente, a surpresa por parte desses importadores de moldes compradores em relação ao elevado conhecimento que os fornecedores portugueses demostraram (e diariamente demostram) ter da Indústria do Plástico, dando-lhes sugestões como aumentar a produtividade e eficiência das máquinas e aumentar a rentabilidade do seu negócio. De facto, aumentar a notoriedade da Indústria de Moldes Portuguesa é um imperativo, onde a AICEP, a CEFAMOL e as próprias empresas devem unir esforços para o conseguir lograr, através de visitas cada vez mais frequentes ao mercado, missões empresariais, participação em feiras e eventos internacionais, entre outras ações de promoção. Nesse sentido, não posso deixar de vos convidar a participar, como expositores ou visitantes, na “Fullplast Chile”, única feira internacional do setor que se realiza no País, cuja próxima edição terá lugar entre 4 e 6 de novembro de 2015. O nível de desenvolvimento económico alcançado pelo Chile representa uma oportunidade para as empresas portuguesas, numa lógica de diversificação de mercados de internacionalização e destinos de investimento, dada a complementaridade de oferta e fornecimento para os pujantes setores exportadores chilenos mencionados. Assim sendo, fica o desafio de encurtar a distância com o Chile, sabendo que estaremos à vossa inteira disposição para vos apoiar neste mercado, da forma que considerarem mais útil e conveniente, em termos de informação, contactos com empresas chilenas, networking com empresários e quadros superiores portugueses residentes, entre outras formas de apoio concreto.


EVOLUÇÃO DOS MERCADOS

Análise Comparativa Primeiro Trimestre 2011-2015 PESO DOS MERCADOS TRADICIONAIS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

MERCADOS TRADICIONAIS

MERCADOS DA EUROPA OCIDENTAL

MERCADOS DA EUROPA CENTRAL E DE LESTE

MERCADOS AMERICANOS

OUTROS MERCADOS ESTRATÉGICOS

Fonte: AICEP Portugal Valores de exportações em unidades de milhar

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