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PROJETO – MELHORIA DA EFICIÊNCIA
from Molde N.º 137
by CEFAMOL
António Pina 1, José Morais 2, Liliana Chaves 2 1 – Anibal H. Abrantes, 2– Lexus-Consultores, Lda.
A implementação deste projeto apresentou dois momentos fundamentais. Um primeiro, em que consistiu na realização de formação no modelo EFQM 2020 (Figura 1) e na realização da autoavaliação da AHA, de acordo com o modelo EFQM, e na priorização e seleção das ações de melhorias. O segundo momento baseou-se na concretização das ações de melhoria selecionadas, através das várias sessões de trabalho junto dos seguintes elementos: Diretor de Fábrica, Responsável de Produção, Responsável da Qualidade, Responsável de Bancada e Responsável Maquinação.
A implementação deste projeto teve como base sessões de trabalho, normalmente estabelecidas, com a equipa de trabalho definida, no apoio à implementação das ações, de forma a que, após a conclusão do projeto, estivesse apta para sustentar e, melhorar se necessário, as ações executadas.
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Na sequência da ação que visa a melhoria da eficiência produtiva, foram implementadas determinadas ferramentas, como por exemplo, ferramentas Lean, incidindo na caracterização atual da AHA, na procura de pontos críticos de ineficiência e na implementação e avaliação do impacto das medidas de melhoria.
A eventual fragilidade na comunicação e a falta de gestão visual resultam em vários problemas, nomeadamente, atrasos frequentes na entrega, ou entre secções das organizações, ou até mesmo, ao cliente e, por isso, cada vez mais é carecedor de um acompanhamento mais próximo do planeamento. Também, é importante ouvir as dificuldades que surgem ou que poderão surgir, por forma a conseguir cumprir os prazos determinados pelo planeamento, e fomentar uma abordagem de atuação pela prevenção, ao invés de atuação pela correção. primeiro ensaio do molde, sobre os problemas detetados no molde em análise, com vista a identificar ações mais eficazes, alcançando assim, a redução, ou até a eliminação dos respetivos problemas já no ensaio subsequente.
Para tal, instituiu-se a seguinte prática: stand-up meetings ou, em português, realização de reuniões curtas diárias juntamente com ferramentas visuais, como por exemplo, o Quadro de Melhoria.
O objetivo destas reuniões consiste em organizar um encontro diário, num local definido e no mesmo horário, no qual os integrantes desta reunião estão de pé, a trocar ideias e discutir as atividades inerentes à empresa, bem como a sua priorização.
Neste tipo de reuniões deve ser respeitado o prazo de duração, que é bastante curto, máximo 15 minutos. Todos ficam de pé para criar um senso de celeridade, estimulando um brainstorming mais objetivo e focado no que realmente é mais importante. Para tal, foi necessário construir o Quadro de Melhoria (Figura 2), ferramenta visual, para dar início a esta nova prática de realização de curtas reuniões diárias entre os responsáveis de Projeto, Maquinação e Bancada, juntamente com o Comercial, Responsável de Qualidade e de Produção e, pontualmente, a presença do Diretor de Fábrica.
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Os elementos constituintes do Quadro de Melhoria foram, ao longo do tempo, revistos e ajustados às necessidades da empresa. Atualmente, o Quadro de Melhoria Diário é composto pelas seguintes componentes:
• Planeamentos dos Moldes (relativos à Programação, Projeto, Maquinação e Bancada) e os respetivos pontos críticos;
• Indicadores a monitorizar: (i) Taxa de Ocupação Semanal das Máquinas; (ii) Taxa de Ocupação Diária das Máquinas; e, (iii) Número de ensaios superior ao objetivo definido realizados na semana anterior. A monitorização das taxas de ocupação diária e semanal permite aos responsáveis de secção ter a quantificação, em percentagem, da real utilização face à capacidade da máquina. No que diz respeito à monitorização do número de ensaios, um dos objetivos consiste em reduzir o número de ensaios dos moldes. Este indicador foi criado com base num registo de dados já existente, que posteriormente, realizou-se um desenvolvimento de forma a obter, de uma forma célere, uma listagem dos moldes ensaiados da semana anterior, que ultrapassa o objetivo definido. Todas as segundas-feiras, é afixada esta informação no Quadro de Melhoria (a título de exemplo, Figura 3), sendo a mesma analisada, selecionando qual o molde que irá ser alvo de estudo e, posteriormente, dever-se-á agendar uma reunião, juntamente com as pessoas determinantes, para avaliar os relatórios de ensaios e, caso exista, comentários dos clientes, para definir ações mais eficazes. Detetou-se também que se estava a atuar nos problemas do molde após vários ensaios numa fase posterior. Neste sentido foi proposto a realização de uma reunião após o
• Boas práticas: tem como objetivo manter e divulgar boas práticas existentes. Neste momento, esta área, face ao exercício de brainstorming no decurso de um workshop sobre as TARP (Técnicas de Análise e Resolução de Problemas) realizado pela Lexus, está preenchida no Quadro de Melhoria, com as boas práticas para tornar reuniões produtivas;
• Área de comunicação: este é um campo livre, preparado para a partilha de qualquer assunto que se pretenda comunicar. Neste caso, possui informação sobre a última encomenda realizada na AHA, permitindo a tomada de conhecimento de todos. Também possui a informação relativa à caixa de sugestões, ideia essa explicada posteriormente, contendo um fluxograma e um impresso para o colaborador preencher a sugestão de melhoria.
Para um melhor entendimento do envolvimento e atitude dos colaboradores da AHA, realizou-se uma auscultação por questionário, anónimo e confidencial, cujas respostas foram apenas utilizadas para efeitos de estudo. Este questionário foi parte integrante do projeto, no qual se compreende a atitude dos trabalhadores dividida em três dimensões relacionados com a eficiência. Procedeu-se ao apuramento dos resultados e à divulgação dos mesmos através do Quadro de Melhoria para todos os colaboradores da AHA.
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Os resultados alcançados na atitude dos trabalhadores foram a alavanca para a dinamização do sistema de sugestões de melhoria. Esta dinamização não se restringiu à criação de uma caixa para o efeito e de um fluxograma (Figura 4) sobre o funcionamento da caixa de sugestões, mas sim na otimização do registo e tratamento das sugestões de melhoria (Figura 5). Este conteúdo encontra-se afixado no Quadro de Melhoria, na componente da “Área de Comunicação”, permitindo uma maior visibilidade e clareza no sistema de sugestões de melhoria.
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Após esta implementação, constatou-se uma evolução significativa na apresentação do número de sugestões entre 2021 e 2022, um incremento de 300 %.
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No decorrer do projeto, foram realizados vários fluxos para análise dos circuitos das peças principais, cavidades e buchas, e dos respetivos tempos de operação. Para tal, foram analisados moldes concluídos, previamente selecionados pela equipa de trabalho. A primeira análise efetuada consistiu no desenho, recorrendo ao layout das instalações, de todo o percurso efetuado pelas peças de cada molde, nomeadamente as máquinas utilizadas e respetivos tempos efetivos de trabalho, os quais estão apresentados como exemplo, a peça 200, na Figura 6.
A segunda análise englobou a criação de Diagramas de Gantt, ferramenta visual na compreensão e observação do cronograma real das diversas operações, no qual se cruzaram os registos de operações associadas às correções face aos relatórios de ensaios, conforme ilustrado na Figura 7.
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Este tratamento permitiu à equipa de trabalho analisar a sequência das operações e as máquinas utilizadas e, ainda, o tempo de operação real em cada máquina. Aquando da análise dos relatórios de ensaios, verificou-se que alguns dos desvios poderiam ser combatidos pelo correto preenchimento das checklists, sendo operacionalizadas determinadas ações, conforme Figura 8. Neste sentido e, após análise, foi sugerida a revisão das checklists da Montagem e do Projeto e posteriormente, partilhadas e acordadas pelas empresas do Grupo. As mais valias da aplicação eficaz de uma checklist baseiam-se na prevenção de riscos e falhas. Por forma a cumprir a correta utilização das checklists definiram-se práticas, não só de um maior acompanhamento e sensibilização do preenchimento, mas sim na ótica de promover a autorresponsabilidade dos operadores. consumido por atividade e molde, tempo consumido por operário e categoria ou atividade, entre outros.
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No âmbito das Não Conformidades, identificou-se a necessidade de melhorar o controlo estatístico sobre as mesmas, resultando na sensibilização da revisão da metodologia utilizada, nomeadamente o tratamento dos dados aquando do registo, permitindo um apuramento / análise das causas e dos custos, mais real e “fino”, através da visualização gráfica, como apresentado abaixo (Figura 9).
Com vista a identificar eventuais ineficiências no chão de fábrica, este projeto recorreu à Metodologia 5S, com aplicação em todas as secções, e a Diagramas de Esparguete, na secção da Maquinação. A Metodologia 5S, apesar de já ser do conhecimento de toda a fábrica, considerou-se apropriada a ser reaplicada em todas as secções, visto ter sido aplicada no passado. Para tal, foi elaborada uma lista de verificação para a realização de “Auditoria 5S” e utilizada em dois momentos. O primeiro consistiu numa auditoria inicial e fotografias do “antes” nas áreas a intervencionar e, o segundo momento baseou-se numa 2.ªAuditoria, aplicada após a implementação das ações de melhoria com as respetivas fotografias do “depois” nas áreas intervencionadas. A título de exemplo, a secção da Erosão, obteve um resultado inicial de 60 % e, após implementação de um conjunto de ações de melhoria, obteve um resultado final de 80 % (Figuras 11 e 12).
No âmbito do projeto, o Responsável do Projeto considerou relevante analisar os tempos real de trabalho nas atividades de projeto (Figura 10), com a finalidade de identificar as atividades críticas atuais, e definir respetivas medidas de melhoria. Neste tratamento, conseguiu-se obter uma série de informação como o tempo total (valores absolutos ou convertidos em percentagens) por atividade em horas, geral e por categoria definida pela secção (Artigo, Molde, Peça e Vários), tempo
Dado que a movimentação desnecessária é considerada como um tipo de desperdício, isto é, resulta em trabalho que não acrescenta valor (NVA) para o cliente, foram elaborados Diagramas de Esparguete, ferramenta Lean, visual, utilizada para mapear as movimentações de colaboradores. Desta forma, foi realizado um levantamento nesta área, quantificando e, identificando o impacto a médio e longo prazo. Assinalando-se as situações críticas, conforme ilustra a Figura 13, obtendose um total de 132 horas ano destinadas a movimentações que poderiam ser reduzidas. Em resultado desta ação, procedeuse à redefinição da afetação das pessoas às máquinas.
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De acordo a definição do ecossistema da AHA (Figura 14) propuseram-se ações das quais os detalhes não podem ser incluídos no contexto deste artigo.
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Apesar de as abordagens de melhoria e dos respetivos resultados do projeto já se encontrarem implementados, considerou-se que, numa perspetiva de consolidação, continuidade e maturidade, seria útil “embebe-las” no Sistema de Gestão da Qualidade, para que as mesmas, possam, assim, ser objeto de monitorização e auditoria regular.