4 minute read

Revista TECH-i9 (Edição 2022)

A capacidade de fazer melhor, mais rápido, de forma diferente, orientado para resultados ou para a otimização de recursos têm sido elementos distintivos para o posicionamento de excelência da Indústria Portuguesa de Moldes no mercado internacional. A inovação assumiu, neste contexto, um destaque e uma afirmação na dinâmica das empresas do sector que lhes permitiu subir na cadeia de valor, conquistar novos clientes, conceber e produzir projetos mais complexos e de maior valor acrescentado.

Tal aposta, feita de forma contínua, consistente e abrangente (e não se limitando às áreas de engenharia e produção), tem permitido uma constante flexibilidade e adaptabilidade aos requisitos impostos, quer pelos clientes, quer pelo mercado, permitindo a integração de novas competências e a geração de sinergias com outros stakeholders da indústria, possibilitando, desta forma, uma oferta de produtos e serviços mais alargada ou maior proximidade com o cliente.

Inovar não é inventar. Não é apenas investir e introduzir na organização novas tecnologias, equipamentos ou softwares de apoio à produção. Também não basta dizer que se é inovador ou que faz de forma diferente. Há que demonstrá-lo e apresentar as mais valias desse(s) processo(s), seja a nível interno, por via dos resultados atingidos ou a dinâmica imposta na organização, seja a nível externo, no valor percecionado pelos clientes e pelo mercado, o qual se traduz, muitas vezes, em novas encomendas e negócios.

A inovação deverá não só fazer parte da cultura da empresa, como ser um elemento fulcral para a sustentabilidade do negócio, devendo ser reconhecida, absorvida e transmitida pelos seus colaboradores, os quais serão fundamentais para alcançar sucesso e reconhecimento. Por outro lado, podemos inovar sem conhecimento? A aposta nas pessoas e no seu envolvimento, na sua formação e valorização, será estratégica e estrutural para este efeito. É aí que se faz a diferença, estimulando e acompanhando pessoas que pensam e implementam novos processos, produtos ou serviços. A gestão de topo da empresa terá um papel e intervenção decisiva neste contexto. Será ela, a locomotiva deste movimento.

Devemos referir que a inovação numa empresa não se remete apenas à vertente produtiva ou de conceção e desenvolvimento. A mesma deve ser encarada como um elemento transversal que abrange também as áreas comerciais e de marketing, o aprovisionamento, a gestão financeira ou de recursos. Este é um processo multidisciplinar, que integra diferentes competências e áreas funcionais.

Mas será importante ir ainda mais longe e procurar novas soluções, experimentar novas abordagens, incorporar mais conhecimento. A Investigação e Desenvolvimento (I&D), tem vindo a assumir, neste contexto, maior preponderância no sector.

Promovida, na maioria dos casos, em conjunto com centros tecnológicos, universidades e politécnicos, não só potencia a ligação entre a indústria e a academia, como valoriza o estudo e experimentação em torno de novas soluções, sejam elas novas funcionalidades ou a otimização de desempenho do molde, a cocriação e maior interação com clientes ou a geração de novos produtos e serviços.

É importante salientar que são muitas as empresas envolvidas, atualmente, em projetos de I&D (individuais, co-promoção, mobilizadores, etc.), que os lideram e promovem em função das suas necessidades ou desafios colocados pelos clientes. Ao dinamizar ou participar nos mesmos, reforçam a interação com instituições e centros de investigação, atraem investigadores e novos quadros, aportam saber e capacitam os seus colaboradores. Em paralelo, estreitam a ligação e cooperação com outras empresas com quem trabalham conjuntamente nestas iniciativas.

Por todos estes fatores, a aposta na Inovação e I&D deverá estar no topo das prioridades do nosso sector, para que este possa manter a trajetória de sucesso alcançada nos últimos anos, reforçando a diferenciação e valorização das suas empresas, permitindo-lhes continuar a estar um passo à frente da concorrência internacional.

---

Texto: Manuel Oliveira (Secretário-geral da CEFAMOL)

This article is from: