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Diferenciação: a aposta em novos produtos
Potenciar competências. Ganhar competitividade. Há um novo mindset a nascer nas empresas de moldes que mais do que alterar métodos de produção para fabricar a ferramenta tecnológica e desenvolver uma ‘peça’ a pedido de um cliente, estão a apostar no processo criativo e no lançamento dos seus próprios produtos.
CARFI: Sem I&D, hoje não estaríamos com os nossos clientes de há décadas
A criação de um produto e o seu lançamento no mercado são sempre um desafio. Guida Figueiredo, do Grupo Carfi, conta que este detém um produto próprio, o C-Lock. “Trata-se de uma fechadura eletrónica que substitui o uso de um canhão convencional por um canhão eletrónico, o qual permite substituir as chaves convencionais por um código, tendo até 50 códigos na mesma fechadura”, revela.
Muitas vezes, o processo de desenvolvimento de um novo produto acaba por surgir quase como uma coincidência. Salientando que o C-Lock “não foi concebido com a intenção de o colocar no mercado”, explica que “foi um instrumento criado pela nossa equipa de I&D para assegurar a confidencialidade dos projetos que decorriam no departamento”.
Mas depressa foi percecionada a sua potencialidade. “A administração da Carfi tentou rentabilizar este produto ao colocá-lo no mercado em três versões: C-lock convencional; C-lock Bluetooth, C-lock Nb IOT”, relata, frisando que “tem sido uma aprendizagem porque o nosso core business não é o de ‘business to consumer’, mas sim de ‘business to business’: sempre em projetos onde desenvolvemos o produto a par e passo com o cliente e onde o cliente detém o produto e o coloca no mercado”.
Por isso, adianta, “a nossa estratégia passa por continuar a ser um parceiro dos nossos clientes já que para estar diretamente no mercado ‘business to consumer’ são requeridas competências de marketing e investimento diferentes”.
Uma coisa é certa, considera Guida Figueiredo: “sem I&D, hoje não estaríamos com os nossos clientes de há décadas nem angariaríamos novos clientes”.
Isto porque é através da inovação que a empresa consegue “prestar um serviço que vai muito além do simples fornecimento de um produto e aprofundar conhecimentos em áreas nas quais trabalhamos (moldes, polímeros, engenharia mecânica, engenharia eletrónica e eletromecânica, registo de patentes, validação e cadeia de fornecedores)”. Mas não só. Esta aposta é também uma forma de ligar a Carfi a universidades, politécnicos e associações que acabam por ser “fonte de recursos humanos e interligação de conhecimentos”.
Em 2021, a empresa foi uma das finalistas do Prémio PME Inovação, atribuído pela COTEC. Para Guida Figueiredo, trata- -se de “um exemplo de uma associação cujo ecossistema nos transmite conhecimento e que, através de ferramentas como o ‘innovation scoring’, nos permite autoavaliarmo-nos e, por meio de candidaturas como a de “Estatuto Inovadora”, na qual a Carfi se inclui, assegura que o mercado nos valide e reconheça o esforço no caminho da inovação”.