Revista 100% Motor Clássicos - Edição 2

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ano 1 - edição 2 - r$: 4,99


“A Certeza de ir mais longe”

Lubrificação e tratamento com PTFE Lubrificante spray com PTFE

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Montagem de motores

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AGBA spray

Adicionar ao óleo para tratamento de motores

LL-50 - Redutor de atrito; - Cria película autolubrificante de PTFE na zona de atrito; - Inibe a carbonização; - Elimina a partida a seca, reduzindo desgastes e travamentos; - Melhora o desempenho do motor, com maior potência final; - Reduz o consumo de combustível, através da redução no atrito. Após a limpeza com Heavy Flushing Oil, a aplicação de LL-50 junto ao óleo novo cria um ambiente antiaderente na zona de atrito, dificultando a fixação e acúmulo do verniz na zona de atrito. LL-50 deixa o motor mais suave e com reação rápida, traduzindo em melhor desempenho e rodar macio e econômico.


Limpeza localizada

Limpeza Química

Limpeza de Piche

AutoCleaning Spray

Limpeza do Corpo de Borboleta

Limpeza e descarbonização

Fuel Cleaner

Válvulas

Bico injetor

Catalisador

Sensor

Limpeza interna do circuito do óleo

Heavy Flushing Oil

Antes

Depois


8 - general motors no brasil

12 - restauração de painéis

16 - 9ª noite renault na autoshow collection

20 - Astra stocklight

26 - anastácio, o caminhão de mazzaropi

30 - diário de bordo pt. 2


Placa preta para veículos antigos

Saiba o que é necessário para conseguir a permissão e adquirir uma placa de coleção.

U

ma das coisas que chamam atenção em carros antigos além do próprio veículo são as placas pretas. Elas realçam todo o charme do automóvel. Essas placas fazem parte das “categorias” de emplacamento do Brasil. Elas têm tamanho normal, fundo preto e letras cinzas. Sua função é identificar veículos de coleção conforme a resolução do CONTRAN. Além disso, seu objetivo é preservar a originalidade e a história dos automóveis.

Entretanto, para adquirir uma o carro precisa preencher certos requisitos. De acordo com o CONTRAN o veículo precisa ser fabricado há mais de trinta anos, ter as características originais de fabricação conservadas, integrar uma coleção e o proprietário deve entregar um certificado de originalidade devidamente reconhecido pelo DENATRAN. As placas pretas, além da estética, também dão ao veículo algumas vantagens. Ele tem dispensa da Inspeção Veicular e do uso de equipamentos obrigatórios homologados posteriormente à fabricação do veículo. Também há dispensa do uso do extintor de incêndio, livre transito em todo o território nacional além da classificação de “Veículo de Coleção”.

REDAÇÃO DIRETOR/EDITOR/REPÓRTER/FOTÓGRAFO José Carlos Finardi REPÓRTER Valdeci Arrais de Lima JORNALISTA/REDATOR/REVISOR/FOTÓGRAFO/ DIAGRAMADOR Rafael Pires REPÓRTER ESPECIAL Sérgio Pires DIRETOR DE ARTE/FOTÓGRAFO Milton Miagusco Junior DIRETOR COMERCIAL Karl Steinhauser

A revista 100% MOTOR CLÁSSICOS é uma publicação mensal da JC Finardi Produções. Contato (11) 4337-6604 (11) 99917-0957 (11) 94018-2567 cemporcentomotor@gmail.com Rua Dr. Amâncio de Carvalho, 941 Vl. Baeta Neves, SBC/SP

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General Motors do Brasil Texto: Valdeci Arrais Fotos: Acervo GM

a

A primeira linha de montagem

Companhia Geral de Motores do Brasil foi registrada oficialmente em São Paulo no dia 26 de janeiro de 1925. Lá deu-se início às obras da primeira linha de montagem. O local escolhido era um galpão localizado na Avenida Presidente Wilson, 201, no bairro paulistano do Ipiranga. Era próximo da ferrovia Santos-Jundiaí onde acontecia fácil escoamento logístico. No mês de setembro desse mesmo ano, saiu

da linha de montagem o primeiro carro da marca Chevrolet. A empresa trazia os veículos para o Brasil pelo sistema CKD, ou seja, as peças vinham para o país desmontadas. A produção inicial era de 25 unidades por dia. No ano posterior, a marca elevou essa quantidade para 40 unidades diárias e em 1927 para 150 por dia. Em 1928 foi produzido o Chevrolet de número 25 mil, um número espetacular para a época. Para


celebrar o fato, a GM organizou um evento na fábrica e convidou autoridades de repercussão internacional além dos executivos da General Motors Corporation. Um veiculo foi montado em 20 minutos, o que impressionou todos os presentes. A localização da fábrica era estratégica. Ela ficava em um dos locais mais movimentados de São Paulo que era ótimo para escoamento produtivo. A capital paulista tinha 700 mil moradores na época e sofria uma explosão industrial. Disso, notou-se que carros já eram um grande sonho de consumo. No final do ano de 1928, a empresa alcançou

a marca de 50 mil veículos produzidos. Com isso, a capacidade da fábrica do Ipiranga praticamente esgotou. Era preciso um local mais espaçoso. A empresa e seus automóveis foram muito bem recebidos pelos brasileiros. Consequentemente, era preciso crescer para atender a uma demanda cada vez maior. A rápida expansão da produção e das vendas levou a General Motors do Brasil a adquirir uma vasta área em São Caetano do Sul. Na época era considerada distante da capital paulista. Em outubro de 1929, a fábrica já estava apta a funcionar. No entanto, esse ano foi um desastre para


a economia norte-americana. Foi quando aconteceu o “crash”, ou a quebra das bolsas de Nova York e de Chicago. Isso estagnou o projeto de expansão da GM. Os efeitos da crise tiveram repercussões mundiais. No Brasil, as expansões de café reduziram drasticamente e ao mesmo tempo ocorreu extrema desvalorização do dólar. A GM do Brasil sofreu um impacto semelhante ao da GM dos Estados Unidos, Canadá e Europa. As vendas no país despencaram de 17,7 mil unidades, em 1929, para 4.051 em 1930 e 1.566 em 1932. Dessa forma, muitos funcionários foram demitidos. Porém, o governo paulista adquiriu um estoque inteiro de veículos da empresa e solicitou que a GMB voltasse a funcionar normalmente. Assim como todo o setor, a empresa participava da retaguarda civil da mobilização militar. Com isso, passou a fazer manutenção e reparo de veículos danificados além de adaptar carros civis para uso militar ou outros serviços. Em 1936 saiu das linhas de montagem de São Caetano do Sul o veículo número 100 mil. Nesse mesmo ano, circulavam pelas ruas de São Paulo 22.100 Chevrolets, 762 Buick, 87 Cadillac e 357 Oldsmobile. Cinco anos mais tarde, em 1941, foi alcançada a marca de 150 mil unidades. Em 1940, 77% dos veículos destinados a transporte coletivo e de carga possuíam carrocerias fabricadas em São Caetano do Sul. A GMB também passou a fabricar carrocerias de madeira para caminhões e o Chevrolet alcançou o índice de nacionalização de 62%. A empresa ainda vendia carrocerias para outras montadoras. A GMB também investiu em outro mercado. Chegou a importar da GM dos Estados Unidos os refrigeradores Frigidaire. Eles previam uma boa aceitação do produto, mas não imaginavam que seria umas das marcas de eletrodomésticos de maior prestigio entre consumidores brasileiros nas décadas de 40 e 50. Ainda mais, esses produtos tinham alto índice de nacionalização. Em 1949, teve início a ampliação da fábrica de São Caetano do Sul. Foi criada uma nova oficina de montagem com duas linhas de produção e capacidade para fazer 15 veículos por hora. Com isso, a GM foi a pioneira no processo de nacionalização da indústria automotiva. O programa oficial para essa ação foi instituído em 1956. Entretanto, desde meados da década de 40, a empresa já trilhava esse caminho.


Em 1948, produziu o primeiro ônibus de aço totalmente montado no Brasil. A matéria-prima utilizada vinha da usina da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda no Rio de Janeiro. Esse ônibus pesava uma tonelada a menos do que os veículos produzidos com madeira. O índice de nacionalização era de 89%. Seu lançamento foi um marco para a GMB e para a indústria nacional. Foram fabricadas 300 unidades de 32 lugares cada. Vidros, assentos, pneus, baterias, assoalhos, tintas e guarnições também eram nacionais. Quando foi feita a produção do milionésimo ônibus de aço, a empresa lançou um ônibus urbano para 70 passageiros. Ele atendia perfeitamente o mercado do transporte coletivo que estava em expansão. Antes mesmo de ser lançado já havia um encomenda de 300 unidades. Em 10 de março de 1959 a GM inaugurou a segunda fábrica no Brasil. Essa é localizada em São Jose dos Campos. Ela tem capacidade de produzir 50 mil veículos por ano, era também a primeira fábrica de motores da marca na América do Sul. Para aprimorar a qualidade dos veículos e atender o mercado do consumidor cada vez mais exigente, em 1972 a GM adquiriu a Fazenda da Cruz Alta. O que eram 11,272 milhões de metros quadrados em Indaiatuba. Lá foi construído um Campo de Provas. Esse lugar foi inaugurado três anos mais tarde e é onde até hoje são realizados os testes a as validações de todos os modelos da empresa no Brasil. O terreno é cercado por uma área verde preservada. Também em 1975, entrou em funcionamento a nova fábrica de baterias Delco, que é uma marca da GMB. Ela fica em uma área de 11 mil metros quadrados na Vila Prosperidade de São Caetano do Sul. Seu tamanho é quase oito vezes maior do que o da antiga fábrica. No último ano antes da mudança, a produção foi de 350 mil unidades. Já nessa nova unidade, a produção anual alcançou em 1976 1 milhão de bateiras. Vinte e quatro anos depois aconteceu a revolução definitiva. Chegou ao Brasil a marca ACDelco como resultado da fusão da AC Spak Plug Divison e Delco Remy Corporation nos EUA. Ambas foram incorporadas pela General Motors. O foco era o mercado de veículos de passeio, utilitários e caminhões leves, nacionais ou importados. Não importavam as marcas. Logo se instalou por aqui e foi reconhecida como a marca de autopeças que oferece o mais completo pacote de produtos no país.


Restauração de painéis na Sanvel velocímetros O funcionamento dos painéis é tão importante quanto a estética Texto: Rafael Pires Fotos: Milton Junior

A

lessandro Traçatto é técnico instrumentista da

O painel escolhido para a demonstração foi o do

Sanvel Velocímetros. Lá na sua oficina, que fica Ford Galaxy. Sandro contou: “Essa peça é constituída por

em Santo André, ele repara os mais diversos tipos de

quatro instrumentos. Velocímetro, relógio analógico,

painéis. A equipe 100% motor acompanhou como é indicador de combustível e indicador de temperatura feito seu trabalho.

da água. Ele é um painel bem clássico. Os entusiastas


de carros antigos o curtem bastante”.

tiro tudo dos instrumentos. Por exemplo, no indicador

Durante a restauração, todas as peças são remo- de combustível, sai o mostrador de acrílico onde ficam as

vidas. Depois disso, elas passam por um simulador que marcações, chapa traseira e o ponteiro. Eles são lavados, de acordo com o Sandro mostra se há algum desgaste

lixados, ganham banho de primer e ainda repintados”.

que impeça o processo. Nesse caso, uma nova peça é

necessária. Ele afirmou: “Quando ocorre o desmonte, eu

precisa de um cuidado especial. Além de ser a única

O técnico instrumentista disse que o velocímetro


peça mecânica do painel, ele exige uma preocupação passa para os outros instrumentos que são elétricos. em relação ao seu estado. Sandro explicou: “Tem uma Eles dependem do estado de funcionamento do peça magnética nesse instrumento, um imã, que com chicote elétrico. Ele não pode ter curtos e nenhuma o passar do tempo enfraquece. Quando isso acontece, irregularidade, Traçatto avisou: “Uma virada de chave o registro da velocidade fica menor do que o normal. pode acabar com tudo que foi feito”. O que é perigoso e ainda pode causar multas. O erro

chega a ser de 20 a 30 km/h”.

sensores. No caso dessas peças, elas recebem informações

por receptores. Consequentemente, as condições desse

Após checar o velocímetro, a restauração

Sandro ainda comentou que no carro existem os


sistema também são muito importantes. O técnico instrumentista falou: “O velocímetro depende dos transmissores que são o câmbio e o cabo de velocímetro. Já o indicador de combustível depende da boia do tanque. O outro transmissor é o sensor de temperatura do bloco do motor que alimenta o indicador de temperatura de água. Agora o relógio depende da bateria do próprio veículo”.

Embora a parte externa do equipamento seja

grande, a interna é bem reduzida. “O dono do carro deixou esse painel aqui para restauração da parte estética e da funcional. Eu costumo dizer para os meus clientes que não adianta ter um painel bonito que mostra informações erradas”, explicou Sandro sobre seu serviço.


noite renault 2017

Texto: Valdeci Arrais Fotos: José Carlos Finardi

A

O evento da Renault na Auto Show Collection

conteceu no dia 14 de novembro no Sambódromo de

Um dos destaques era veículo RS-2027 Vision.

São Paulo a 9ª edição da Noite Renault na AutoShow

Um carro conceito equipado com motor elétrico de

Collection. O tema do dia foi “40 anos de Fórmula 1”.

1.341 CV. Ele mostrou o que a Renault espera para

Lá foram reunidos veículos antigos de competições,

Formula 1.

clubes, pilotos e convidados especiais. Foi uma viajem

ao passado e também ao futuro.

dos modelos Dauphine, Gordini e o famoso Interlagos,

O desfile de veículos antigos foi espetacular. Além


havia um raro de competição de 1911. Esse carro foi 14,5 a 17 quilômetros por litro. restaurado, ele tem motor de 2 cilindros, carroceria

Esse Dauphine se popularizou rapidamente. Um

de alumínio e relembrou os primórdios dos carros de de seus maiores destaques era a suspensão independente corrida.

Aerostable. Ela tinha bolsas de borracha cheias de ar

O Dauphine foi o primeiro automóvel de passeio que endureciam de acordo com a carga do veículo.

da Willys-Overland do Brasil. Foi lançado com motor

Já o Gordini, o sucessor do Dauphine, tinha

de quatro cilindros, 845 cm³ de cilindrada e 26,5 cv de uma mecânica mais refinada. Eram os mesmos 845 potência. O nome é Ventoux. Leve, barato, econômico

cm³, mas desenvolvia 40 cv de potência e possuía um

e fácil de dirigir. Seu consumo era ótimo. Ele fazia entre câmbio de quatro marchas. Assim, seu desempenho


era superior ao modelo original de apenas 31 cavalos

22 dias em processo de revezamento dos pilotos. Nesta

e câmbio de três marchas. O aumento de potência no prova, o piloto “Bird Clemente”, que estava presente na motor Ventoux cht foi obra de Amédée Gordini. Um noite Renault 2017, capotou o veículo aos 35.000 km. piloto, construtor de motores e carros de competição Isso o deixou completamente avariado, mas mesmo muito respeitado. Além disso, foi quem originou o assim conseguiu completar a prova. nome do novo modelo do veiculo.

O Willys Interlagos foi o primeiro automóvel

Esse carro participou de um teste de resistência esportivo produzido no Brasil. É a versão brasileira do

em outubro de 1964 na pista do Autódromo de Interlagos. Renault Alpine A108. O nome remete ao “Autodromo de Foram percorridos 50.000 km ininterruptamente durante Interlagos” e visou ressaltar a esportividade do modelo.


Foi produzido em três versões que eram Berlineta, a questão do veículo “Dauphine Kilowatt”. Um carro

Coupé e Conversível. A carroceria era produzida em

puramente elétrico lançado em 1959 nos EUA a partir

fibra de vidro e a suspenção era independente. Já a de uma visão futurista. motorização era traseira de 4 cilindros em linha e

A equipe da Auto Show Collection trabalhou

refrigerada a água. Esse carro desfilou com muito incansavelmente. Marcos Antonio Camargo Jr. foi glamour pela Noite Renault. Ele era sonho de consumo responsável pelas relações públicas do evento e mostrou de muita gente na década de 60.

como todos na equipe se empenharam para que o

A narrativa de Fabio Pagoto, enalteceu a linha do evento transcorresse de forma satisfatória e com toda

tempo da marca Renault no Brasil. Além disso, ressaltou magnitude.


Projeto de ASTRA Stock Light Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires

M

O carro ganhou o motor da GM LS3 V8

arcos Fernandes comprou um Astra de corrida junto com seu pai e tio, Walter e Sergio. Os três

Sua mecânica, de acordo com Marcos antes de

chegar em suas mãos tinha um motor de seis cilindros.

colecionam carros antigos e são amantes do mundo Além disso, também veio originalmente com três automobilístico. O veículo é um StockLight.

Webers e caixa de câmbio de cinco marchas. A mudança


“Nossa ideia a princípio era apenas curtir esse

carro. Só participar de alguns ‘Track Days’. Porém, vê-lo assim quase pronto e com esse motor já desencadeou outros planos. Agora queremos correr em provas mais longas e até um pouco de força livre”, comentou Marcos no dia que o carro passava por um teste de dinamômetro.

Marcos ainda disse que o projeto está no começo

e explicou: “Vamos fazer tudo nós mesmos. Eu e meu Pai. Ele é quem confecciona os equipamentos. Nossa

aconteceu conforme o dono explicou: “Chegamos a experimentar o carro em um ‘track day’ e gostamos, mas a intenção era instalar um V8”.

Consequentemente, a família levou o carro para a

oficina Sergio Performance. Lá, o motor de seis cilindros foi substituído pelo GM V8 LS3. Uma mecânica da Chevrolet que entrega 430 cavalos de potência.


vontade é fazer tudo do nosso próprio jeito”.

ainda faltam alguns ajustes. Entretanto, o ruído do

motor durante o teste no dinamômetro mostrou que

Segundo Sergio, o responsável pela oficina

Sergio Performance que fez a preparação do motor, o resultado será excelente.



O raro motor Chrysler Hemi A máquina que não sai de linha em nenhum carro Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires

U

m motor raro apareceu lá na oficina Sergio

“Esse motor não sai de linha em nenhum

Performance. É uma máquina chamada Chrysler carro. Sua produção é independente, especial para

Hemi. Ele é feito pela marca americana Indy. Sua

competições. Quando ele foi lançado essa máquina era

fabricação segue as medidas do Hemi, mas as dimensões

vendida desmontada. A montagem era responsabilidade

são maiores porque é um Big Block.

do comprador. Porém, agora ele já vem montado. Além


disso, esse é o único desses que eu vi até hoje. Provavelmente dá para contar nos dedos quantos deles há no Brasil, se esse não for o único”, afirmou o dono da oficina, Sergio sobre o Big Block Chrysler Hemi.

O preparador de motores também explicou algumas das especificações

da máquina: “O Hemi tem 529 cm³ o que dá quase 8,7 litros. A parte mecânica do seu sistema de injeção é a Hilborn Multi Borboleta e o controlador eletrônico é um Fast, que vem dos EUA”.

O bloco e o cabeçote desse motor são completamente feitos de

alumínio. Além disso, ele tem bomba de corte seco. De acordo com Sergio ele foi produzido para ter potência de 800 a 850 cavalos. Em dois testes feitos no dinamômetro, o motor bateu 795 cv no primeiro e no segundo 600 cv. O que não é o planejado, mas não deixa de ser muita potência.


Anastácio O caminhão com vontade própria de Mazzaropi Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires

E

m 1952 o caminhão Anastácio estreou nos cinemas com o filme Sai da Frente de Mazzaropi. Esse filme também foi a estreia do ator nas telonas, até então ele já era famoso por participações em rádios, televisão e circos. O filme foi um enorme sucesso e ajudou a produtora Vera Cruz a sair do vermelho. O caminhão Anastácio era uma das personagens principais ao lado de Isidoro Colepícula e Coroné, seu cachorro. Ele tinha, acredite ou não, vontade própria e caia aos pedaços. Só ligava quando queria e ainda controlava todas suas peças. Além disso, o barulho que fazia quando ligava era capaz de acordar a vizinhança inteira.

Entretanto, apesar de todo o sucesso até pouco tempo atrás Anastácio estava abandonado no estúdio Vera Cruz em São Bernardo do Campo. O responsável pela restauração do veículo Alvaro Pelosini Negri contou: “Eu fui convidado pelo secretário de cultura Adalberto Guazzelli a recompor o veículo. Ele me disse que antes o Vera Cruz estava na mão de uma empresa terceirizada que não cumpriu as exigências de cuidados. Por isso, a prefeitura do município retomou a posse”. De acordo com Alvaro, o prefeito Orlando Morando resolveu reativar os estúdios. Com isso, no porão foram encontrados diversos objetos de cena usados na época gloriosa do Vera Cruz. Entre essas relíquias


estava o caminhão Anastácio. Alvaro explicou: “Eu descobri que esse caminhão era um dos três que foram usados em filmagens como essa ‘personagem’. Ele estava abandonado lá dentro junto com filmes deteriorados e dentro dele tinham até recortes de jornais da época”. A ideia da prefeitura é operacionalizar o Anastácio novamente. O que eles querem é trazer à lembrança e ensinar crianças sobre toda essa produção cinematográfica que aconteceu na cidade. Além disso, o caminhão vai participar de exposições, eventos culturais e será levado para escolas municipais. Por isso, Alvaro afirmou: “Quando fui retirar o veículo precisamos até remover uma parede para tirar ele lá de dentro. Aí, com cuidado um guincho o levou para o galpão onde faço os meus trabalhos de restauração”.

O funileiro Enedino, que trabalha há 25 anos com Alvaro chegou a refazer manualmente peças do Anastácio. “O Enedino é de extrema confiança. Eu o acho o ‘Último dos Moicanos’. Isso porque ele é capaz de refazer uma angulação de para-lamas de lata no martelo. É um trabalho perfeito, na mão. Chega a ser artístico”, contou o restaurador. Entretanto, esse caminhão é um Chevrolet de 1928 e tem muitas partes de madeira. Consequentemente, até um carpinteiro será necessário. Contudo, Alvaro comentou que muitos comerciantes querem ver esse veículo pronto e vão ajudar nesse processo. Ele disse: “Algumas peças serão fornecidas. Como por exemplo, os freios, quem vai cuidar dessas partes é uma empresa daqui da região que entende os valores culturais e


simbólicos desse caminhão”. Quanto ao motor, ele também estava no porão do Vera Cruz. Porém, segundo Alvaro foi canibalizado. As únicas peças que podiam ser usadas eram o bloco e o virabrequim. Como a prefeitura quer que o Anastácio seja operacional, a ideia do restaurador é colocar, a princípio sem adaptação nenhuma, um motor da Chevrolet um pouco mais moderno para que ele possa se locomover.

“Nós vamos restaurar esse veículo, mas ele não pode ficar perfeito. Esse caminhão é de serviço, tem que aguentar o tranco. Pessoas vão mexer nele, crianças vão subir. Não adianta transformá-lo numa peça de museu. Poderíamos fazer um trabalho impecável, mas ninguém ia poder tocar. Além disso, nos próprios filmes ele era um caminhão todo largado. Isso ia acabar com sua identidade e propósito”, concluiu Alvaro sobre o serviço que prestara para esse patrimônio cultural.



maria filomena (pt. 2) A continuação da grande viagem dessa KombiHome

Texto: Rafael Pires Fotos: Divulgação

n

a edição anterior da Revista 100% Motor Clássicos Paulo e Karina estavam a uma semana de começar sua viagem a bordo da Maria

Filomena. Agora, há um mês após o início da viagem eles já passaram por Piraquera-Açu, Blumenau, Florianópolis, Charqueadas, Pelotas, Chuí e agora estão em Caraguatatuba, na praia Tabatinga.

Paulo contou sobre o começo da viagem: “Já estamos a 41 dias na

estrada e não tivemos nenhum contratempo. Tudo está bem tranquilo”.

Praia Da Joaquina Florianópolis - SC


Lagoa da Conceição - Florianópolis - SC

Quanto a Filó, a Kombi do casal, Paulo disse que ela rodou incrivelmente bem. Mecanicamente, até agora o veículo está perfeito.

Eles só tiveram que modificar uma coisa. A geladeira e só porque

ainda não era a que queriam. Além disso, instalaram também um toldo. Entretanto, de acordo com Paulo o que roubou a cena dessa viagem até agora foram as pessoas que os dois conheceram.

“Encontramos muitas pessoas na estrada e elas nos surpreenderam

mais do que as paisagens. Fomos acolhidos por velhos e novos amigos, eles abriram as portas de suas casas e nos receberam de braços abertos”, Praia do Rosa - Imbituba - SC


Estrada da Graciosa - Paraná

afirmou Paulo sobre a grande surpresa da viagem.

A ideia dessa viagem da Maria Filomena é ser

“low cost”, assim como é especificado no site. Lá, Paulo e Karina apresentam todos os valores gastos na viagem para que outros casais, que assim como os dois também planejam viajar, tenham uma referência de custos. Contudo, os encontros que Paulo descreveu, por mais prazerosos que tenham sido ajudaram o casal nesse aspecto. Consequentemente, buscar por conhecidos e novas amizades em uma viagem também pode ser uma boa dica. Praia do cassino



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