Revista 100% Motor Clássicos - Edição 1

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HISTÓRIA

12-

DIÁRIO DE BORDO

22-

6CURTA HISTÓRIA DA CHEGADA DOS AUTOMÓVEIS AO BRASIL

16A VIAGEM DE UMA KOMBIHOME

UPGRADES

28OMEGA COM MOTOR DE BMW

4

PANELA VELHA FORD F-100

APIMENTADOS MAVERICK GT

COLECIONADORES

32DODGE CHARGE 68 E DODGE DART CONVERCÍVEL


A

100% Motor Clássicos fala de tudo sobre carros antigos. Desde de dicas para manutenção, mercado de pulgas, eventos até coleções de carros valiosos. A sua ideia nasceu da grande admiração que José Carlos Finardi e Valdeci Arrais têm por esses veículos. Finardi já teve um programa de televisão voltado ao segmento e é apaixonado por carros retrôs. Até comprou junto com seu irmão a Automóveis Presidente, que nada mais é que primeira fábrica de carros 100% brasileiros. Já Valdeci participa da feira Autoshow Collection e é colecionador de carros antigos. Ele também escrevia matérias para o mesmo programa de TV que Finardi. Com isso, eles perceberam uma carência de revistas sobre o assunto. Ademais, amigos apreciadores de veículos antigos queriam mais matérias assim na revista 100% Motor, sua predecessora pioneira no ramo de conteúdo interativo. Porém, o envolvimento dos dois com essas máquinas é tão grande que uma nova publicação foi necessária. Ela é mensal, online e também interativa. É

possível acessar sites, vídeos e diversas outras ferramentas ao apontar o aplicativo Cem Por Cento Interativa para as fotos da Revista. Na versão online, é só clicar. Para acompanhar a revista, acesse a foto abaixo com o aplicativo e aperte o botão seguir ou fique ligado nas publicações da Fan Page da 100% Motor.

REDAÇÃO DIRETOR/EDITOR/REPÓRTER/FOTÓGRAFO José Carlos Finardi REPÓRTER Valdeci Arrais de Lima JORNALISTA/REDATOR/REVISOR/FOTÓGRAFO/DIAGRAMADOR Rafael Pires REPÓRTER ESPECIAL Sérgio Pires DIRETOR DE ARTE/FOTÓGRAFO Milton Miagusco Junior DIRETOR COMERCIAL Karl Steinhauser

A revista 100% MOTOR CLÁSSICOS é uma publicação mensal da JC Finardi Produções. Contato Tel: (11) 4337-6604 (11) 99917-0957 (11) 94018-2567 email: cemporcentomotor@gmail.com Endereço: Rua Dr. Amâncio de Carvalho, 941 Vl. Baeta Neves, SBC/SP


A Industria Automobilística no Brasil Pequena história da chegada dos automóveis ao brasil. Texto: Valdeci Arrais de Lima Fotos: Acervo digital

O

inicio da produção de veículos no Brasil foi na década de 20. Os carros vinham de fora pelo sistema Completely Knock-Down, ou seja, eles

Ford, GM e International Harvester. A Ford começou a montar seu Modelo T, conhecido como Ford “Bigode” em 1919. A General Motors implantou uma linha de vinham para cá desmontados. A montagem era toda montagem aqui em 1925 e a International Harvester feita na linha de produção. Porém, obviamente algumas veio com seus caminhões em 1926. Em 1956 o Presidente da Republica Juscelino pessoas importavam carros prontos e montados no Kubitschek instituiu o GEIA (Grupo de Executivos da exterior. As montadoras pioneiras no Brasil foram a Industria Automobilistica). Esse órgão era responsável 6


por estabelecer e supervisionar as normas para a criação da indústria automobilística brasileira. A fabricação nacional era um dos alicerces do governo JK. Afinal, ele fez aquela promessa: “50 anos de progresso em cinco”. Por isso, tinha a indústria e o transporte como foco de atuação. O que foi a máquina propulsora da economia Brasileira. O intuito era produzir automóveis, parques industriais e também formar uma rede de fornecedores de autopeças e serviços para a cadeia produtiva do processo de fabricação. Consequentemente, em 1953 foi proibida importação de carros completos. Isso fez com que a Volkswagen, a Mercedes-Benz e a WillysOverland se tornassem fábricas nacionais. Mais de 20 projetos foram apresentados ao GEIA, porém apenas 17 foram aprovados e 12 concretizados. Esses foram a Fábrica Nacional de Motores, Ford Motor do Brasil S/A, General Motors do Brasil S/A, International Harvester S/A, Mercedes Benz do Brasil S/A, Scania Vabis do Brasil, Simca do Brasil, Toyota

do Brasil S/A, Vemag S/A, Volkswagen do Brasil S/A, Willys Overland do Brasil e Karmann Ghia do Brasil. A perua DKW da Vemag e o carro-bolha RomiIsetta Da Romi Tornos foram os primeiros modelos fabricados inteiramente em território nacional. Entretanto, só foram computados os dados de comerciais


a partir de 1957, no qual efetivamente o Brasil passou a fabricar e montar carros. Alguns modelos já estavam presentes desde 1950 por aqui pelo velho sistema CKD. Entre eles estavam o Fusca e a Kombi, mas em 1959 a Volkswagen do Brasil começou a produzi-los com o motor 1200 refrigerado a ar. Lá no complexo fabril de São Bernardo do Campo. Em 1967, surgiu o Ford Galaxie e foi considerado 8

o primeiro “carrão” nacional. Ele veio para mostrar que o cenário automotivo brasileiro evoluiu. Além disso, o público se tornava cada vez mais exigente com os níveis de padrão de conforto, luxo e estilo dos carros. E, também não dispensavam o desempenho por baixo do capô. Com isso, a Ford conquistou o mercado e comprou a Willys do Brasil. Então foi lançado o Corcel. Um extremo sucesso


para época. Foi claramente aceitado pelo público. Em seguida, aconteceu o lançamento do GM Opala. Esse carro tinha um desempenho assombroso para a marca, até então ela fabricava apenas caminhões. Com todos esses lançamentos, as empresas como a antiga Vemag, Simca e outras menores como a única empresa inteiramente nacional, Gurgel foram passadas para trás. Elas acabaram engolidas pela grandes marcas

como a Volkswagen ou a Ford. A empresa italiana Fiat ingressou ao Brasil em 1976. Era uma época de crise. Ela prometia ter o mesmo desempenho das outras marcas, mas com um consumo excepcional de 14Km/Litro ou mais. Isso fez com que todas as outras empresas da época corressem atrás de atualizações. O modelo Fiat 147 de 1979 foi o primeiro carro movido a álcool a ser produzido em série no país.




FORD F – 100 A picape multiuso e seu motor em bloco “Y” que substituiu o V8 “Flathead”.

a

Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires

picape Ford F-100 começou a ser produzida no

Na época a fábrica que produzia o veículo

Brasil em 1957. Ela foi resultado de uma corrida ficava no Bairro do Ipiranga em São Paulo. Agora, no entre a Ford e a GM pelo mercado brasileiro de mesmo terreno está o shopping Mooca. A F-100 foi

utilitários. Essa corrida começou na década de 20 e

desenvolvida para facilitar o transporte de cargas, tanto

ficou ainda mais acirrada quando as produções foram para comerciantes quanto para uso pessoal. nacionalizadas.

12

O modelo da F-100 é derivado da série “F” de


caminhonetes que começou a ser produzida em 1948. era importado para o Brasil. Porém, em 1958 começou Seu motor é um clássico da Ford. O V8.

a ser produzido no país. Ele é um 4.5 com 162 cavalos

de potência e 35 Kgfm de torque.

Entretanto, o formato dessa máquina lembra

mais um “Y”. Seu pescoço é mais longo na base do

O preparador de motores Sergio Pires explicou

virabrequim. Consequentemente, foi por essa letra que alguns detalhes do motor. Ele disse: “Esse motor vem em ficou conhecido.

duas versões de cilindradas. A de 272 polegadas cúbicas

e a de 292. Porém, as caminhonetes só saíram com 272.

Esse motor substituiu o consagrado Flathead,

o qual foi produzido de 1931 a 1964 e antecedeu o V8 A outra versão começou a aparecer no Galaxy que por 302 dos Mavericks. Além disso, antes dessa picape o “Y”

ter mais volume gera maior torque. Uma curiosidade


sobre esse motor é que seu tucho é montado de baixo carburador. Não há muito o que mexer nela. Só precisa para cima. O que é diferente dos outros V8 que são

de alguns reparos e upgrades”.

todos montados ao contrário”.

De acordo com Finardi a ideia do dono é

Essa F-100 está na oficina mecânica Finardi para melhorar ainda mais a comodidade da direção do

algumas atualizações. O responsável pelas mudanças veículo. Ela já é boa, a Ford fez essa picape para durar. é José Luiz Finardi. Ele contou: “Nós vamos apenas Ela é robusta e muito confiável mecanicamente e agora instalar uma direção hidráulica e fazer uns ajustes no com a direção hidráulica vai longe.

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MARIA

FILOMENA GRANDE

A

viagem de uma KombiHome cinco estrelas

Texto: Rafael Pires Fotos: José Carlos Finardi

Paulo Roberto Pavanelli Cavalcanti e Karina Mariano Cassemiro são os donos da Maria Filomena. A Filó é uma KombiHome de modelo 2013 escolhida pelos dois para leva-los na viagem que começou em outubro no Uruguai, vai passar por todo o litoral brasileiro até chegar à Guiana Francesa e depois volta para São Paulo. Ambos tinham empregos em multinacionais na área de compras, mas não viam a hora de sair da rotina e esfriar a cabeça. Eles 16

se inspiraram em outros casais que percorriam o mundo com veículos 4x4. Daí veio a ideia inicial, de sair pelo mundo com um carro que aguentasse o tranco. Lá no site da Maria Filomena eles explicaram: “Com um carro 4x4 teríamos mais autonomia nas estradas e chegaríamos a mais lugares. Em contrapartida a viagem seria mais cara e faltaria o sentimento”. Então um dia, meio que do nada eles encontram uma Kombi. Com isso, começaram a


pesquisar outros casais que faziam suas jornadas com esse tipo de veículo e viram uma azul. Foi amor à primeira vista. Então, foram atrás de uma. Foi ai que encontraram a Maria Filomena pelo site mercado livre no começo desse ano. E, ela já estava pronta. Isso encorajou bastante a troca de veículos. Paulo explicou: “Encontrar a Filó foi ótimo, qualquer outra que não tivesse o quarto

do jeito que pensavamos teríamos que enviar lá para o sul para ser adaptada. Ganhamos um bom tempo. Só pintamos ela de azul porque essa era a cor que queríamos”. Paulo também comentou sobre as vantagens de viajar com uma KombiHome: “A parte mecânica é confiável. É fácil encontrar peças para reparos. Nós vamos longe, nunca dá para saber o que vai acontecer. Além disso,



é o que a Karina disse no site, a viagem seria muito convencional. Iríamos dormir em barracas, hotéis e pousadas. Até teríamos ar condicionado, direção hidráulica, mas a viagem não seria tão charmosa, ‘cool’ e nem teria essa pegada ‘hippie’ pela qual nos apaixonamos”. Essa Maria Filomena é Flex e pode chegar bem longe com seu motor resfriado à água. O nome, assim como ela veio do nada, mas Paulo e Karina sempre adoraram "Maria e queriam que ele remetesse a algo antigo, daí veio a "Filomena". Ela é praticamente uma suíte cinco estrelas, tem frigobar, cama, pia, fogão e tudo mais. A primeira noite que os dois passaram na Kombi foi no quintal de casa. Eles a estacionaram na garagem em Piracaia e ficaram nela a maior parte do tempo. No site Karina conta como foi essa experiência: “Teve amendoim, cerveja, pipoca, café da manhã e em uma noite a nossa parceira Breja Maria dormiu com a gente”. Infelizmente a dona Breja Maria vai ficar de fora da viagem. Inicialmente o plano era levala, mas depois de pensarem friamente sobre os locais que visitariam e que não aceitam cachorros o casal resolveu deixa-la com os pais de Paulo. A boa notícia é que vai ter um diário de bordo. Lá eles vão contar tudo sobre essa grande viagem. Para não perder nada do conteúdo é só acessar o site mariafilomena.com pelo código QR e também ficar ligado nas próximas edições da revista 100% Motor Clássicos. MARIA FILOMENA NA FEIRA AUTOSHOW COLLECTION

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Maverick GT Potência e desempenho com V8 302, kit stroker e nitro Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires

a

Ford começou a produção do Maverick GT um pouco antes da crise do petróleo na década

de 70. A ideia era fabricar um veículo compacto, barato e econô-mico, mas que estivesse à frente da concorrência.

O Maverick foi lançado em

1969 e tinha 15 opções de cores. Ele foi anunciado como ideal para jovens casais ou também segundo carro da casa. Entretanto, só chegou no Brasil em 1973.

Aqui, existiam três versões. A

Super, Super Luxo e o GT. Esse último era o top de linha, sua produção foi limitada e também a mais esperada.

Esse veículo era equipado com

motor de oito cilindros e formato em “V”. Ele tinha 302 polegadas cúbicas, 195 cavalos de potência e 5.0 litros. Ele alcançava 180 km/h e seu câmbio era manual.

Em 1976 foi apresentada a fase

2 do Maverick. Ele ganhou alterações 22



estéticas e mecânicas. O GT sofreu as maiores foi alvo de muitas críticas da imprensa e dos alterações. Até o motor 302-V8 passou a ser consumidores. Era um veículo muito caro e que opcional para que houvesse economia. O novo bebia bastante gasolina. Ele chegava a fazia 6,3 motor padrão era um 2.3 OHC. Isso desagradou km/l aproximadamente. Com isso, sua produção muita gente. O Carro ganhou até duas falsas brasileira foi encerrada em 1979. entradas de ar.

O Maverick GT é sonho de consumo

Não demorou muito para que outros de muitos admiradores de carros antigos

pontos negativos também viessem à tona. Ele nacionais. Ele tem grande valor nas mãos dos

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colecionadores. Aliás, tem um lá na oficina também colocamos o nitro.” Sergio Performance que recebeu algumas modificações.

De acordo com Sergio, em teste realizado

no dinamômetro para calibração da injeção o

Esse GT tem o V8 de 302 polegadas carro chegou a 260 km/h, apresentou 412 cavalos

cúbicas original, mas com alguns upgrades. O de potência e mostrou aproximadamente 55 preparador de veículos Sergio Pires contou: “ kgfm de torque. Isso sem o nitro, porque ele Nós adicionamos o Kit Stroker. Isso aumentou ainda precisava de alguns ajustes. O que ainda suas cilindradas para 347 polegadas cúbicas e pode gerar mais uns 120 cavalos.



Auto Show Collection celebra 15 anos no Anhembi, o evento recebe 40 noites temáticas dos anos 1980 e muitos outros. para fãs de todas as marcas e modelos desde A cada ano, cerca de 200 mil pesAnhembi

Texto: Release Autoshow

Ao completar 15 anos de atividade, o Auto Show Collection segue uma agenda de encontros tradicionais para os amantes de carros antigos, modificados e motos nas noites de terça-feira. Realizado no sambódromo do

temas tradicionais como Noite do Opala, Noite do Fusca, Noite da Kombi, Noite das Pickups, Noite do Galaxie e Maverick a eventos como Noite dos Carros Japoneses, Clássicos Brasileiros, Gol Modificado, Noite

soas frequentam os eventos do Auto Show Collection, que também integra 140 clubes e tem uma legião de fãs pela internet graças à comunicação presente no Facebook, Instagram e Youtube.


TRANSPLANTE DE MOTOR OMEGA ENTRA EM CIRURGIA E GANHA MOTOR DE BMW Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires

0

Chevrolet Omega foi lançado no Brasil em 1992 e era montado na fábrica de São Caetano do Sul. Ele trouxe novas

tecnologias para os carros nacionais da época. Seu desenho aerodinâmico era um destaque, assim como sua performance, segurança, conforto e qualidade de acabamento.

Tem um Omega lá na Sergio Performance

que passou por um transplante de motor. Antes da cirurgia, o carro tinha originalmente uma máquina 3.0 com seis cilindros. Para conseguir mais potência foi instalado um turbo no motor. Entretanto, o carro começou a quebrar diversas vezes. As peças usadas para essa mudança, conforme apontou o preparador de carros Sergio Pires, não eram boas e contou: “O veículo não estava legal. E, Além de tudo isso, o câmbio também quebrava muito.”

O dono levou o Omega à oficina para

resolver esses mal funcionamentos. Sergio explicou: “Na hora de resolver o que fazer eu tirei umas medidas do veículo e notei que cabia 28



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um motor de BMW com 900 cavalos ali, o que é mais do que o antigo motor com turbo. Então, como a ideia do dono era ganhar potência falei para instalarmos esse outro. Ele concordou e mudamos o projeto”.

Já faz algum tempo que Sergio trabalha

nesse veículo. Ele fez várias mudanças. O câmbio também foi substituído por um de BMW. Contudo, só falta agora montar o chicote da injeção eletrônica e dar a partida.

Com isso, a previsão é de que o carro

tenha uns 400 cavalos aspirados e que fique incrivelmente interessante de dirigir. A soma do desempenho do motor BMW com a qualidade do Omega parece ter tudo para dar certo.


PAIXÃO PELa DODGE A COLEÇÃO DE CARROS ANTIGOS DOS IRMÃOS Cleber E MARCELO Texto: Rafael Pires Fotos: Rafael Pires/Milton Miagusco

Cleber Bocchi coleciona carros antigos junto com o seu Irmão Marcelo. Os dois têm um lugar especial para guardalos. Uma garagem toda estilizada em sua casa com vários veículos. Lá, eles passam horas e horas restaurando e também curtindo os carros. Duas joias da coleção são o Dodge Charger 68 e o Dodge Dart GT conversível 67.

Cleber contou que sua paixão pelo Charger 68

começou quando era jovem. Ele explicou: “Eu vi esse carro no filme Bullitt do mesmo ano e sempre quis um”. Entretanto, devido a política de importação brasileira, demoraram alguns anos para ele conseguir realizar seu sonho de consumo.

Todavia, Cleber começou a procurar pelo carro.

Ele descobriu que o único Charger 68 que existia no país foi prêmio de uma promoção da marca Toddy feita em 1960. Ele contou: “Só tinha esse carro aqui no Brasil por anos. Eu comecei a procurar por ele. Tinha até uma lenda que dois deles vieram para o país naquela época, mas era tudo mentira. Só havia um”.

A paixão era tanta que ele rastreou o paradeiro

do carro. Descobriu quem eram os antigos donos, o que tinha acontecido com veículo. E, hoje ele ainda sabe onde esse Charger está.

Contudo, quando a importação foi liberada, só

em 2001, Cleber já queria o carro a um bom tempo e não enrolou. Foi atrás do seu. Ele sabia que era possível importar, mas como não era uma prática muito comum, sempre ficava com o pé atrás. Ele explicou: “Na época eu tinha medo do carro ficar parado na Receita Federal. Não conhecia ninguém que já tivesse trazido um veículo para cá. Sempre que pensava nisso lembrava de um Super V que ficou preso por 15 anos e acabou até leiloado”. Pouco tempo

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depois um amigo seu da cidade de Campinas importou

de dinheiro para comprar equipamentos agrícolas.

um Dodge e deu tudo certo. Era o que Cleber precisava.

Então, em 2007 passou noites em claro procurando

o curtia apenas de fim de semana. Então estava em bom

o Charger certo pelo site de compras Ebay. Ao encontrar

estado e já tinha comando, carburador Quadrijet 900 cfm,

o carro, o vendedor morava no estado de Nebraska nos

coletor de escape dimensionado, amortecedores traseiros

Estados Unidos. Ele colocou o carro a venda porque era

regulados por pressão que erguiam a traseira para dar mais

fazendeiro e devido à crise financeira da época precisava

potência e outras preparações para esse tipo de utilização.

O carro era usado para arrancadas. O antigo dono


Porém ele não era preto. “Todos os Chargers pretos que

chegou. Algumas peças foram substituídas, a ideia era

eu encontrava saiam do meu orçamento e eu queria um

fazer as mudanças para deixar o carro mais próximo do

assim por causa do filme. No fim, esse carro tinha o Big

original. E, claro, Cleber o pintou de preto.

Block que eu queria e falei vai ser esse mesmo, depois eu

troco a pintura” Contou Cleber.

“O Cleber nem esperou o guincheiro ir embora. Ele pegou

Com isso, Cleber comprou o carro pelo leilão do

o carro e começou a andar para lá e para cá. Parecia até

Ebay no dia 31 de março de 2008 e no dia 3 de setembro,

uma criança. Aí para ele parar o cara do guincho teve

Quando o carro chegou seu irmão Marcelo contou:


36

Interior DODGE DART GT conversível 67

Interior DODGE CHARGER 68

até que lembrar que ele ainda estava ali e que precisava

sinal para o vendedor, mas o carro era do primeiro dono,

receber”.

lá no Arizona, quem estava vendendo era um parente.

O Dodge Dart GT Conversível 67 também não foi

Então, quando já estava quase tudo resolvido ele não quis

fácil de importar. Cleber disse: “Eu estava em dúvida entre

mais vender. Acho que foi porque eu iria tirar o carro dos

ele e um Coronet 68 azul com interior branco. Foi o que eu

Estados Unidos. Até tentei fazer parecer que não ia trazer

acabei comprando, o importador mandou um cheque de

para cá. Falei pro importador passar o endereço dele, mas


não deu certo. Aí, decidi comprar o Dart mesmo".

Antes do carro chegar ele havia planejado substituir

Feiras Autos Antigos de Águas de Lindóia, mas de acordo

o motor do carro por um V8. Esse que ele comprou veio

com Cleber sair na rua com ele é mais tranquilo do que o

com um de seis cilindros. Porém, depois de testa-lo resolveu

Charger. "O GT até chama atenção, mas não teve aquela

deixar como estava, era tão bom que dava até dó de mexer.

publicidade enorme do filme “Velozes e Furiosos que o

Além disso, essa motorização é rara no Brasil.

outro teve".

Esse carro ganhou o prêmio destaque em uma das





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