AVANTE SÃO PAULO!
A D O C U M E N TA Ç Ã O F O T O G R Á F I C A DA S E C R E TA R I A DA A G R I C U L T U R A , C O M É R C I O E O B R A S P Ú B L I C A S
Limeira, SP | Setembro 2015 Largo da Boa Morte, 118| CEP 13480-188 | Centro | Limeira | SP
Teatro da Paz, Limeira, SP, entre 1910 e 1918.
No ano de 2013, a cidade de Limeira ganhou um importante espaço de valorização e difusão de atividades socioculturais: o Espaço Cultural ENGEP. Instalado em um dos poucos remanescentes da arquitetura do período imperial na cidade, o prédio foi residência e teve como primeiro morador o Senador do Estado de São Paulo, Dr. Ezequiel de Paula Ramos (1842-1905). Quase demolido, este patrimônio cultural foi adquirido pelo Grupo ENGEP em 2010 e restaurado como uma devolutiva à população que, desde o início, apoiou as iniciativas da empresa. Desde sua instalação, já abrigou diversas exposições e eventos culturais e educativos, todos gratuitos e que buscam sempre fortalecer elementos de identidade e cidadania. Para isso, a cada ano, novas parcerias são estabelecidas, sempre com o intuito de proporcionar à comunidade de Limeira e região possibilidades de acesso à cultura, à história e às artes. Nesta exposição, “Avante São Paulo! A documentação fotográfica da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas”, contamos com a parceria do Centro de Memória-Unicamp (CMU), uma instituição pública que tem como objetivo preservar valoroso patrimônio documental da cidade de Campinas e sua região. A coleção explorada nesta mostra possibilita entender o esforço de modernizar o Estado de São Paulo na primeira parcela do século XX, a partir das iniciativas da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Tais demandas iam ao encontro dos apelos proporcionados pelo sentimento republicano que ora imperava, buscando colocar São Paulo na dianteira dos processos econômico, industrial e agrícola. Aliando fotografias, documentos textuais e objetos, a curadoria propôs um recorte que permite entrever parte do universo paulista, suas cidades e dinâmicas, sobretudo entre a fundação da Secretaria e sua divisão, ocorrida em 1927. Deixamos aqui nosso agradecimento ao Centro de MemóriaUnicamp e o convite aos nossos amigos para, juntos, conhecermos parte destacável de nossa história paulista.
Paulo Masuti Levy Diretor do Espaço Cultural ENGEP
Fundado no ano de 1985, o Centro de Memória-Unicamp (CMU) tem como missão a captação, organização, preservação e disponibilização de acervos, sobretudo relacionados aos campos da memória e história de Campinas e região, visando a produção e a disseminação de conhecimentos, assim como a promoção de ações de caráter multidisciplinar para a pesquisa e a extensão relativas à questão da memória. Consolidado como um centro de pesquisa e documentação, possui em seu acervo documentos institucionais e pessoais, datados entre o final do século XVIII até os dias atuais. Tratam-se de conjuntos de interesse histórico, que possibilitam retraçar as transformações ocorridas na região de Campinas desde os ciclos da cana de açúcar e do café até a industrialização, constituindo uma matriz de informações para estudos e pesquisas relativas à memória e à história. Distribuídos em aproximadamente 150 conjuntos, somamos 80.700 imagens fotográficas, mais de 80 mil processos, 3 mil livros manuscritos, 2 mil rolos de microfilmes e 100 mil documentos avulsos, entre correspondências, relatórios, documentos pessoais, recortes de jornais e plantas; além de um acervo oral de aproximadamente 850 horas de áudio. Vale destacar também o acervo bibliográfico, em que podem ser encontrados livros publicados a partir de 1780, coleções de periódicos e uma hemeroteca com cerca de 65.000 recortes de jornais e revistas diversos. Dentre estes conjuntos, destacamos a coleção da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo, transferida ao CMU em 1994 pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que se configura como um dos mais importantes registros fotográficos das ações empreendidas pela então Presidência de São Paulo no período correspondente à Primeira República (1889-1929). No ano em que o Centro de Memória-Unicamp comemora seus 30 anos de fundação, agradecemos pelo convite do Espaço Cultural ENGEP e pela oportunidade de podermos divulgar uma pequena parcela de nosso acervo, porém muito significativa para a história do Estado de São Paulo. Indo ao encontro de uma das missões do CMU, de difundir seu acervo não só ao meio acadêmico, mas ao público em geral, esta exposição é um convite a conhecer nossa história e nosso patrimônio documental, tão significativos nos processos de enraizamentos culturais. Maria Elena Bernardes Diretora do Centro de Memória-Unicamp
Rua BarĂŁo de Jaguara, Campinas, SP, cerca 1920.
A DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DA SECRETARIA DE AGRICULTURA, COMÉRCIO E OBRAS PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo, a qual ilustra as transformações econômicas, sociais e políticas que mudaram a face de São Paulo nas primeiras décadas da República, e que auxiliaram a cunhar sua imagem de estado-locomotiva da federação.
A documentação fotográfica produzida pela Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo constitui um importante registro imagético das ações do governo paulista na Primeira República (1889-1930). A coleção, transferida para o Centro de Memória-Unicamp (CMU) pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 1994, é composta por vinte e quatro álbuns, perfazendo um total de 2.700 fotografias, entre 1896 e 1925 aproximadamente. A sistematização na produção dos registros constituindo “séries fotográficas” originou um conjunto que ilustra o projeto que a administração pública paulista buscava implementar no período, o qual tinha nos negócios do café e na imigração estrangeira seus pilares de sustentação. A fotografia exerceu um papel de destaque na consolidação desse projeto, e a Secretaria da Agricultura, por meio de seus homens de ciência e saber, utilizou a imagem fotográfica não somente para o registro dos seus atos e ações, mas também como instrumento ideológico e político. Pelo fato de que parte das fotografias foi produzida em um contexto promocional para atrair a mão de obra estrangeira, figurando em guias de imigrantes, exposições nacionais e internacionais, estudos técnicos e obras especializadas, essa documentação ajudou a forjar uma nova imagem para o Estado de São Paulo mais condizente com o desenvolvimento socioeconômico proporcionado pela cultura do café em substituição à anterior – de uma província interiorana, modesta e isolada para um estado moderno, empreendedor e progressista. Com esse mesmo propósito é possível apreender as fotografias produzidas e reunidas para o Recenseamento Federal de 1920, que integram a coleção. Além da capital, as cidades que figuram no Recenseamento referem-se às áreas centrais do Estado, mais urbanas e prósperas, representadas por meio de suas instituições, produção agrícola, industrial e pela ferrovia. É esse uso original da imagem que a presente exposição visa abordar: a fotografia enquanto instrumento ideológico a serviço do poder, no caso em questão, a documentação fotográfica produzida pela Secretaria da
Cássia Denise Gonçalves Coordenadora Técnica do Centro de Memória-Unicamp
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G. Wessel & Sohn. Secretaria da Agricultura, São Paulo, SP, entre 1900 e 1905. O prédio da Secretaria da Agricultura foi projetado pelo arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928) em 1886 e construído entre os anos de 1887 e 1888, no Pátio do Colégio, região central da cidade de São Paulo, abrigando atualmente a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.
A SECRETARIA DA AGRICULTURA, COMÉRCIO E OBRAS PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (1891-1927)
particulares, mas que foi extinta um ano depois. Várias estruturas já existentes durante o período imperial e que tinham temas correlatos àqueles tratados pela Secretaria foram a ela incorporadas, como a Hospedaria dos Imigrantes (1882) e o Instituto Agronômico de Campinas (1887), além de outras que foram criadas posteriormente, como a Inspetoria de Estradas de Ferro e Navegação (1896) e a Escola de Agricultura “Luiz de Queiroz” (autorizada em 1896 e inaugurada em 1901); o Museu Agrícola e Industrial e o Serviço de Distribuição de Sementes (ambos em 1901). Sempre com o objetivo de melhorar e otimizar a gestão dos vários trabalhos desenvolvidos pelo órgão, consolidando-o como um centro de planejamento territorial e urbano do Estado, a Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas recebeu vários regulamentos, o que também refletia a direção e a formação de seus líderes. No ano de 1900, houve uma primeira grande reforma com os serviços divididos em quatro seções: 1ª Seção - obras públicas em geral e serviços de saneamento; 2ª Seção transportes e comunicações, indústria e comércio, imigração e colonização; 3ª Seção - agricultura e pecuária; e 4ª Seção - terras públicas e particulares. Em 1904, assumiu a gestão da Secretaria o médico e político piracicabano Carlos José de Arruda Botelho (1855-1947), provavelmente uma das figuras mais importantes de sua história. Uma de suas primeiras ações, em 1905, foi a realização do primeiro Censo Agronômico e Zootécnico do Estado de São Paulo. Provavelmente o primeiro do país, apresentou-se como uma necessidade frente ao desenvolvimento da economia cafeeira paulista, ao impulso dado às políticas de imigração, às novas legislações sobre a propriedade de terras e ao advento da República. O censo foi aprovado pelo Decreto nº. 1.323, de 23 de outubro de 1905, prevendo dados dos 170 municípios paulistas, divididos em 5 zonas de levantamento, refletindo um panorama de mais de 50.000 propriedades rurais. Uma das preocupações da Secretaria foi também dar a ver suas realizações, o que levou a produção da Primeira Exposição Estadual de Animais, em 1907. Neste mesmo ano, foi dado início ao serviço de exploração e levantamento geográfico do extremo sertão do Estado, além de instalar escolas de aprendizado agrícola, campos de demonstração de cultura e realizar congressos e exposições agropecuárias e industriais. Enquanto secretário da Agricultura, Carlos Botelho finalizou o levantamento da carta geográfica e geológica do Estado; incrementou a
João Paulo Berto
A formação da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo está intimamente ligada à Proclamação da República no Brasil, ocorrida em 15 de novembro de 1889. Ao passo em que a República deu legitimidade e autonomia às províncias, os Estados começaram a organizar suas estruturas políticas e administrativas. O caso paulista não foi diferente, quando, em 1891, promulgou sua primeira Constituição Política. Neste mesmo ano, foram também criados aparatos para responder às diversas demandas, o que incluía a Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, a Secretaria do Interior e Instrução Pública, a Secretaria da Justiça e Segurança Pública e a Secretaria da Fazenda, organização que seguia a estrutura ministerial do governo federal criada meses antes. A Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, organizada por meio do Decreto nº 28, de 1º. de março de 1892, foi a que concentrou os mais importantes instrumentos de atuação governamental de São Paulo no campo econômico. Sua criação vincula-se à promoção de um desenvolvimento econômico eficaz e otimizado das riquezas e da produção do Estado, ideia trazida pela República. Este cenário, vale ressaltar, já estava de alguma forma projetado no mundo paulista desde o período imperial, alicerçado pelos impactos gerados pelos grandes latifúndios de café, por uma nascente atividade industrial e pelo aumento no número de imigrantes influenciados pela possibilidade de conquistarem riquezas trabalhando na lavoura. Entre as atribuições desta Secretaria concentravam-se assuntos ligados à agricultura e pecuária, ao comércio, serviços e obras públicas em geral; aos transportes, às comunicações, às atividades industriais, à imigração e colonização e à política de terras. No mesmo ano de sua criação, o órgão foi dividido em duas seções e reorganizado em 1894, quando os serviços passaram a ser separados segundo a natureza dos trabalhos. Esta nova proposta organizacional acarretou, no ano de 1896, em um novo rearranjo estrutural da Secretaria, que passou a contar com uma terceira seção, incumbida do cuidado das questões relativas às terras públicas e 07
imigração, a criação de escolas agrícolas e núcleos coloniais; programou o serviço de águas e esgotos da capital e o saneamento da cidade de Santos; impulsionou a indústria agrícola e animal. Em sua administração, trouxe técnicos estrangeiros, principalmente americanos, com o intuito de modernizar a produção agrícola no Estado. Entretanto, a mais importante das transformações sofridas pela Secretaria ocorreu no ano de 1907, cuja estrutura proposta foi mantida, salvo algumas alterações, até seu desmembramento, em 1927. Realizada pelo Dr. Carlos Botelho, a reforma criou seis diretorias: Diretoria Geral, Diretoria de Agricultura, Diretoria de Indústria e Comércio, Diretoria de Terras, Colonização e Imigração, Diretoria de Viação e Diretoria de Obras Públicas. Seguiram-se às mudanças propostas por Botelho, em 1909, a criação da Diretoria de Indústria Animal, abrangendo postos zootécnicos que serviam como locais de testes de adaptação de animais, como o Posto Central “Dr. Carlos Botelho” na Mooca, o Posto de Seleção de Gado Nacional em Nova Odessa e as Estações Zootécnicas Regionais, como as de São Carlos, Campinas, Pirassununga, Itapetininga e Laranjal Paulista. Além delas, houve a fundação do Horto Botânico e Florestal (extinguindo a seção de Botânica), ainda no ano de 1909, e do Serviço Meteorológico, em 1911. Foram também criadas a Escola de Zootechnia do Estado de São Paulo, a Escola de Alveitaria do Estado de São Paulo e a Escola de Laticínios do Estado de São Paulo. Em 1911, houve uma nova reorganização da Secretaria e a criação dos serviços de inspeção e defesa agrícola e de distribuição de sementes; nova estruturação do Serviço Meteorológico, do Ensino Agrícola Ambulante e do Museu Agrícola; criação do Serviço Florestal, do Departamento Estadual do Trabalho e do Patronato Agrícola, com a finalidade de defender os direitos e interesses dos operários rurais e auxiliar na administração das fazendas. Pretendendo uma difusão das atividades levadas a cabo no Estado e com o objetivo de fomentar o desenvolvimento da lavoura paulista, foi realizado o 1º Congresso de Ensino Agrícola em 1911, seguido nos anos consecutivos de outros eventos do tipo pelo interior. No ano de 1917, foi fundado o Instituto de Veterinária, subordinado administrativamente à seção de Indústria Pastoril, nova nomenclatura da Diretoria de Indústria Animal, com o objetivo inicial de preparar vacinas e soros. Seguem-se outras inclusões e reformas, como a do Serviço de Polícia Sanitária em 1920 e, no ano de 1922, a criação da Seção
do Algodão e dos Tribunais Rurais. No campo das obras públicas são destacáveis aquelas realizadas na década de 1920, quando do primeiro centenário da Independência do Brasil. Entre elas, estão a montagem do monumento comemorativo no Ipiranga, o aumento do plinto do Museu e seus jardins e a canalização do riacho do Ipiranga. No penúltimo ano do governo do secretário Gabriel Ribeiro dos Santos (1873-1938), que foi de 1924 a 1927, a Secretaria passou a contar com uma Diretoria Geral e dez específicas: Diretoria de Agricultura, Diretoria de Indústria e Comércio, Diretoria de Indústria Pastoril, Diretoria de Terras, Minas e Colonização, Diretoria de Viação, Diretoria de Estradas de Rodagem; Diretoria de Publicidade; Diretoria de Contabilidade e Diretoria de Expediente. Neste mesmo período, foi criado o Instituto Paulista da Defesa Permanente do Café em 1924, transformado em 1926 no Instituto do Café do Estado de São Paulo, como forma de manter políticas de apoio a longo prazo para a cafeicultura. Frente ao aumento dos trabalhos e das demandas relativas aos órgãos, durante o governo de Fernando Costa (1927-1930), a Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo foi desdobrada pela lei nº. 2.196, de 3 de setembro de 1927, em Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura Indústria e Comércio e Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas, passando a escrever uma nova fase de sua história.
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Hospedaria dos Imigrantes, SĂŁo Paulo, SP, 190_.
Estrada de Ferro Monte Alto, Monte Alto, SP, entre 1910 e 1915.
F. M. de P. Semeadeira de alfafa, Piracicaba, SP, entre 1907 e 1912.
Serviço Meteorológico no Observatório de São Paulo, São Paulo, SP, cerca 1913.
Posto Zootécnico (Mooca), São Paulo, SP, cerca 1907.
Obras para colocação do monumento comemorativo do Centenário da Independência, São Paulo, SP, cerca 1921. 11
OS NÚCLEOS COLONIAIS
imigração ocorrida no segundo quartel do século XIX, a corrente imigratória apresentava retração, com déficit entre a entrada e a saída de estrangeiros. Buscando reverter esse quadro, entre outras iniciativas, a Secretaria da Agricultura ampliou o serviço de propaganda no exterior, por meio de um programa de publicações a cargo do Serviço de Informação e Publicidade, criado na reforma administrativa de 1907, dirigidas aos imigrantes para estimulá-los a se instalarem nos núcleos coloniais. Para ilustrar essas publicações com imagens “atraentes”, a Secretaria da Agricultura optou pelos melhores fotógrafos do período, como Guilherme Gaensly (1843-1928), notório paisagista, contratado em 1906 para realizar uma documentação dos núcleos coloniais localizados na região de Campinas, Rio Claro e Araraquara. A documentação fotográfica produzida por Gaesnly alia rigor técnico e sensibilidade. Suas imagens são visões do paraíso inseridas na rede de interesses que estavam em jogo naquele momento.
Cássia Denise Gonçalves Os núcleos coloniais foram criados pelo governo do Estado de São Paulo, na segunda metade do século XIX, objetivando o povoamento do solo por meio da mão de obra imigrante. A fixação do trabalhador na terra podia se dar por compra do lote, pelo sistema de arrendamento, ou ainda, por meio de prestação de serviços nas fazendas da região. Os primeiros núcleos coloniais foram instalados na Província de São Paulo ainda no Império para abastecer o mercado interno com produtos da pequena lavoura e suprir de braços a grande lavoura nos períodos de maior atividade agrícola. Contudo, as primeiras experiências não obtiveram o resultado esperado, entre outros motivos, pela localização dos núcleos de difícil acesso, pelo solo não adaptado à cultura de cereais e pela distância que se encontravam das fazendas. Com a crise da escravidão, a resistência inicial da grande lavoura para com os núcleos coloniais, devido à rivalidade de verbas e braços, foi reavaliada, e os núcleos coloniais passaram a ser uma alternativa de mão de obra. Por outro lado, a economia brasileira agraria-exportadora, com base na monocultura cafeeira, inibia a pequena produção voltada para o consumo interno, obrigando o Estado a importar produtos de primeira necessidade devido à escassez de alimentos. Desse modo, com o objetivo de aumentar o cultivo do café, por um lado, e desenvolver a policultura, por outro, nas primeiras décadas da República foram instalados 16 núcleos coloniais em várias regiões do estado, os quais se somaram aos criados ainda no Império, articulados à ferrovia para o escoamento da produção. Carlos Botelho, no período em que esteve à frente da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas (1904-1907), empenhou-se na criação e implantação dos núcleos coloniais por meio da imigração estrangeira. Durante sua gestão foram criados os núcleos: Jorge Tibiriçá (1905), em Corumbataí; Nova Odessa (1905), em Nova Odessa; Conde do Pinhal (1907), em Ubatuba; Nova Europa (1907), em Nova Europa, Gavião Peixoto (1907) e Nova Paulicéia (1907), em Gavião Peixoto. Nesse período, o Núcleo Colonial Campos Salles, criado em 1897, atual município de Cosmópolis, já havia sido emancipado. Contudo, na primeira década do século XX, comparada à grande
Agência Oficial de Colonização e Trabalho, São Paulo, SP, 1906. 13
Gaensly Phot. Núcleo Colonial Jorge Tibiriçá. Plantação de milho e melões de um colono, Rio Claro, SP, cerca 1906.
Núcleo Colonial Nova Odessa, Nova Odessa, SP, entre 1905 e 1910.
Gaensly Phot. Núcleo Colonial Nova Europa. Residência de um colono e plantação, Araraquara, SP, cerca 1906.
Grupo da escola do Campo de Experiências, Núcleo Colonial Campos Salles, Campinas, SP, 1907 14
Gaensly Phot. Núcleo Colonial Gavião Peixoto. Habitação de um colono alemão, Ibitinga, SP, cerca 1906.
Oficinas do Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, SP, cerca 1920.
O RECENSEAMENTO FEDERAL DE 1920
Para sua realização, foram consultados modelos de censos utilizados em outros países, sobretudo o modelo do XIV Censo Americano, tendo sido enviado um emissário aos Estados Unidos para a aquisição da aparelhagem mecânica que seria utilizada para a apuração dos resultados. Os censos realizados anteriormente no país também foram considerados a fim de aperfeiçoá-los e ter suas deficiências supridas. Além disso, foram desenvolvidas cadernetas completas, de preenchimento facilitado e de clara visualização das informações levantadas. Deste modo, o Recenseamento de 1920 se tornaria a operação censitária mais completa até então realizada. Entre os anos de 1915 e 1919, uma série de publicações oficiais já havia sido editadas a fim de estabelecer as bases para a realização do censo. A DGE enviou representantes aos Estados a fim de levantar os elementos necessários para uma boa execução do recenseamento, obtendo, tanto das municipalidades, das coletorias federais e estaduais, quanto de informantes e associações particulares, os subsídios capazes de simplificar o serviço dos agentes. Para facilitar sua aplicação, a DGE investiu recursos para a propaganda do recenseamento, por meio de publicações em periódicos, impressos com legendas patrióticas, cartazes, projeções e anúncios luminosos, cartões postais, palestras, conferências, circulares e ofícios, visando atrair a atenção da população, mostrando as vantagens dos inquéritos demográfico e econômico, a fim de torná-la interessada pelo bom resultado do censo. Para tanto, contou-se com o apoio da sociedade civil e dos militares, assim como da imprensa, das escolas, dos sindicatos e da Igreja Católica. Na época, estava à frente da DGE o demógrafo e médicosanitarista José Luiz Sayão de Bulhões Carvalho (1866-1940). Muito dedicado ao trabalho e com o intuito de fazer realmente acontecer o Censo de 1920, Bulhões planejou cada uma de suas etapas. Escolheu os delegados gerais, realizou palestras para divulgar a ação e insistiu no cuidado tanto para a coleta quanto para a apuração dos dados. Preocupado com o dinheiro investido, cuidou de todos os orçamentos e gastos, não havendo, conforme o próprio resultado do censo aponta, outra operação que custasse tão pouco aos cofres públicos. Minuciosamente planejado, o recenseamento foi realizado a 1º de setembro de 1920 e foi aplicado a todas as partes do país, sem exceção. Cada Estado contava com um delegado geral, além de delegados das seções. As comissões distritais e municipais, por sua vez, eram compostas por 10 a 20
Ana Cláudia Cermaria A história da realização de recenseamentos no Brasil remete a seu período colonial, sendo que somente no ano de 1808 foi efetuado o primeiro censo da população brasileira, sob os auspícios de D. Rodrigo de Souza Coutinho (1755-1812), Conde de Linhares, no qual se obteve o número de 4 milhões de habitantes. Com a elevação da colônia à categoria de reino, foi realizado o censo de 1819, e dez anos depois, foi criada a Comissão de Estatística Geográfica, Natural, Política e Civil. Em 1871, foi criada a Diretoria Geral de Estatística (DGE), e em 1872 foi realizado o Censo Geral do Império, registrando uma população de cerca de 10.112.061 habitantes. A Proclamação da República trouxe novos ares à indiferença existente dos poderes públicos com relação aos trabalhos censitários e, em 1900, teve início o recenseamento em todo território nacional. Entretanto, os resultados deficientes apresentados pela cidade do Rio de Janeiro levaram a seu cancelamento na parte referente ao Distrito Federal (na época, o próprio município do Rio de Janeiro). O recenseamento previsto para o ano de 1910 não foi realizado e, deste modo, tal Diretoria passou a buscar bases sólidas para que se pudesse realizar o IV Censo Decenal Brasileiro de modo eficaz. A Lei nº. 4.017, de 9 de janeiro de 1920, projeto do deputado paulista Cincinato César da Silva Braga (1864-1953), determinou a realização do censo em 1º. de setembro do mesmo ano. Com seu regulamento aprovado pelo Decreto nº. 14.026, o Censo de 1920 buscava levantar não somente informações demográficas, mas também a situação econômica do país, por meio do arrolamento das explorações agrícolas e pastoris e dos estabelecimentos industriais. O presidente da república, Epitácio Pessoa (1865-1942), dedicouse à realização do censo, fortalecendo a autoridade dos servidores que foram confiados a tal encargo, a fim de assegurar-lhes autonomia na adoção das medidas necessárias. Via-se na sua realização um meio bastante expressivo de comemorar o centenário da emancipação política brasileira que se completaria em 1922, visando constituir, como se costumava ver nos demais países, um pavilhão da estatística na Exposição Universal Comemorativa do Centenário da Independência a ser montada no Rio de Janeiro. 17
O. R. Quaas. Campos de Seleção, Americana, SP, entre 1907 e 1910.
membros, incluindo ainda as autoridades locais. O país foi dividido em 17.863 zonas censitárias, sendo que para obter seus resultados, foram mobilizados 18.179 recenseadores, que quantificaram 30.635.605 habitantes. Para a apuração dos dados coletados, foram utilizados tanto processos manuais quanto mecânicos, o que conferiu maior precisão e rapidez na obtenção dos resultados. Pela primeira vez na história dos recenseamentos brasileiros, foi elaborada uma série de gráficos ilustrativos representando as informações levantadas. O Recenseamento de 1920 foi considerado um sucesso pela abrangência e resultados alcançados, publicados em um total de 29 volumes, contendo os aspectos físicos do país, o histórico dos inquéritos demográficos, os decretos, instruções e modelos de cadernetas e questionários, informações acerca da população, da agricultura, dos estabelecimentos rurais e industriais, os salários e a estatística predial, todos ilustrados com gráficos, tabelas, mapas, desenhos e fotografias. O Estado de São Paulo contava com 22 delegacias seccionais e 403 comissões, e, sob a coordenação do delegado geral, Dr. João Maurício de Sampaio Vianna (1867-1936), obteve um dos mais satisfatórios resultados de recenseamento. Sua população somava 4.592.188 habitantes, demonstrando um aumento de 231% em relação ao levantamento de 1890. Havia 80.921 propriedades agrícolas e mais de 4.000 estabelecimentos industriais. No ano da realização do recenseamento, estava à frente da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo o advogado Heitor Teixeira Penteado (1878-1947). Como visto, a documentação fotográfica recebia grande destaque por parte da Secretaria, e o censo não ficou de fora, destacando-se os álbuns produzidos sob o título “Recenseamento Federal de 1920”. Com imagens das cidades de São Paulo, Campinas, Santos e das praias de Guarujá e Bertioga, além de fotografias encaminhadas pelos municípios do interior do Estado, tal documentação é capaz de retratar a realidade paulista entre as primeiras décadas do século XX, por meio de seus logradouros, residências, escolas, instituições religiosas e assistenciais, indústrias, praças, fazendas, prédios públicos e estações ferroviárias. Deste modo, pode-se apreender a realidade do Estado quantificada pelo Recenseamento de 1920 por meio de imagens capazes de destacar o desenvolvimento e o progresso paulistas.
Delegacia Geral do Recenseamento, São Paulo, SP, cerca 1923.
A Estação de Bragança, da São Paulo Railway Company, Bragança Paulista, SP, cerca 1920. 19
Guilherme Gaensly. ArmazĂŠm Telles Quirino, Santos, SP, entre 1902 e 1906.
Fazenda Campo Alto - alfafa, Araras, SP, 1920.
Forster. Praça Carlos Gomes, Campinas, SP, cerca 1920.
Praça da Liberdade – Igreja Matriz, Rio Claro, SP, cerca 1920.
Photographia Gaensly. Fazenda do Pinhal, São Carlos, SP, junho de 1910. 21
Praça Toledo de Barros, Limeira, SP, cerca 1920. Em destaque, vê-se a Gruta.
A CIDADE DE LIMEIRA NOS ÁLBUNS DA SECRETARIA Ana Cláudia Cermaria João Paulo Berto A formação da cidade de Limeira está relacionada historicamente às incursões dos bandeirantes nos séculos XVII e XVIII. Como as distâncias eram longas e a locomoção era realizada por meio de animais, eram abertas clareiras no meio das matas e constituído pousos, como foi o caso do Rancho do Morro Azul, localizado no sertão do Tatuibi, junto ao Ribeirão Tatu. Além deste, outro fator impulsionador do desenvolvimento da região, desde o final do século XVIII e início do século XIX, foi o estabelecimento de sesmeiros e posseiros, muitos dos quais constituíram fazendas importantes. Frente à dificuldade destes para escoar a produção de suas fazendas, no ano de 1823, por intervenção de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro (1778-1859) e com a autorização do governo provincial, procedeu-se à abertura de uma estrada, que ligaria o Morro Azul a Campinas. Junto a ela, foram construídas estalagens para os tropeiros, casas e vendas. Tudo, porém, ocorreu nas terras do Capitão Luiz Manoel da Cunha Bastos (1788-1835) que, frente a isso, doou 112,5 alqueires de sua possessão para que fosse formado um povoado, em 1826, ato oficializado somente em 1832. Nesta gleba, foi edificada, no mesmo ano, uma capela dedicada à Nossa Senhora das Dores do Tatuibi, ato que passaria a ser considerado como o grande marco de fundação de Limeira. Em 9 de dezembro de 1830, o aglomerado foi elevado à categoria de distrito da Vila Nova da Constituição (atual Piracicaba), com o nome de Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Tatuibi. Através da iniciativa popular e novamente com apoio do Senador Vergueiro, o povoado foi elevado à categoria de Vila em 29 de janeiro de 1842, e, em 1863, pela Lei Provincial no. 13, de 18 de abril, foi transformado em cidade. Ao longo deste período, Limeira teve constituídas suas estruturas urbanas, políticas e culturais, em especial alicerçadas pela fundação da Câmara Municipal no ano de 1844. Vários espaços se constituíram, como a Igreja Matriz, a Estação Ferroviária da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, o Cemitério Municipal, abertura de ruas e lotes, o Teatro, Praças Públicas e infraestrutura urbana. Com diversos títulos que nasceram e desapareceram no século XIX, a imprensa
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, Limeira, SP, cerca 1920. 23
limeirense era representada, neste período, pelos jornais O Limeirense, Cidade de Limeira, O Município e Jornal de Limeira. Na virada dos oitocentos para o século XX, a cidade apresentavase como um importante centro agrícola de café da província devido a suas fazendas, assim como de cereais e cana de açúcar em menor escala. Além disso, foi neste momento que a cultura da laranja foi introduzida, produto que por muitos anos foi a marca da economia local, em especial a partir de 1915, quando foi iniciada a exportação dos cítricos para Argentina e Uruguai. A cidade contava com mais de 10.000 pessoas, com uma forte indústria nascente e um comércio com variadas tipologias e gêneros. As primeiras décadas do século XX em Limeira foram marcadas por um grande desenvolvimento, alavancado pelo surgimento de diversas indústrias, como a Indústria de Chapeus Prada, a Café Kühl, a Indústria de Papel Santa Cruz, entre outras. No ano de 1920, a cidade tinha por prefeito o Dr. Alberto Ferreira da Silva e, como vice, o Dr. Trajano de Barros Camargo, e contava ainda com o distrito de Cordeiro. Esta importância econômica e política assumida por Limeira no período se reflete no álbum “Recenseamento Federal de 1920” da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo. As imagens do município abarcam diferentes vistas da cidade, suas praças, monumentos, prédios públicos e vias de circulação, além de algumas da sede da Fazenda Morro Azul, construída por volta de 1870 em uma gleba de terras do Brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão (1778-1827) e conhecida por ter abrigado, por várias vezes, a família imperial brasileira. Destacam-se também as imagens da Gruta, erigida em 1920 pelo artista italiano Octávio Monti para celebrar a paz após o término da primeira guerra mundial, monumento que é, até os dias de hoje, reconhecido como importante patrimônio da cidade. As fotografias que formam o dossiê sobre Limeira, em sua maioria, são provenientes do estúdio fotográfico Ceneviva, fundado por volta de 1907 pelo imigrante italiano Tomazzo Ceneviva, um dos mais importantes no cenário limeirense durante o século XX.
Phot Ceneviva Limeira. Sede da Fazenda Morro Azul, Limeira, SP, cerca 1920.
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Estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Limeira, SP, cerca 1920.
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Câmara Municipal, Limeira, SP, cerca 1920.
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FICHA TÉCNICA
Direção Geral Paulo Masuti Levy FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CMU - UNICAMP
Av15
Avante São Paulo!: A documentação fotográfica da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas / Direção geral: Paulo Masuti Levy, Coordenação geral: Maria Elena Bernardes; organizadores: Ana Cláudia Cermaria Soares da Silva, Cássia Denise Gonçalves, João Paulo Berto. – Limeira, SP: Unigráfica; Campinas, SP: Centro de Memória-UNICAMP, 2015. Catálogo da exposição: realizada no Espaço Cultural ENGEP – Limeira, de 4 setembro a 27 de novembro de 2015. 1. Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas – Catálogos de exposição. I. Levy, Paulo Masuti (dir.). II. Bernardes, Maria Elena (coord.). III. Silva, Ana Cláudia Cermaria Soares da (org.). IV. Gonçalves, Cássia Denise (org.). V. Berto, João Paulo (org.). VI. São Paulo (Estado). Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. VII. Universidade Estadual de Campinas. Centro de Memória. VIII. Título. CDD – 709.2
ISBN 978 85-85562-46-5
Capa: Gaensly Phot. Núcleo Colonial Jorge Tibiriçá. Vinhedo de colonos, Rio Claro, SP, cerca 1906. Contra-capa: Campo de Experiência da Escola Politécnica, São Paulo, SP, 1908.
Coordenação Geral Maria Elena Bernardes Coordenação Executiva Ivo Marreiro Curadoria Ana Cláudia Cermaria Cássia Denise Gonçalves João Paulo Berto Apoio Cultural Associação pró-Memória de Limeira Biblioteca Paulo Masuti Levy Realização Grupo ENGEP Espaço Cultural ENGEP Universidade Estadual de Campinas Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares da Unicamp Centro de Memória-Unicamp Crédito das Imagens Centro de Memória-Unicamp
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Biblioteca Paulo Masuti Levy