log/CeSIUM - 11.ª Edição

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/log/ Editorial /express/ O log/CeSIUM é, em si, um meio de afirmação cultural e artística, não só do CeSIUM, mas de cada um dos seus colaboradores que não se cingem apenas ao conhecimento científico e sistemático da área profissional em que se encontram. Esta revista nasceu com o intuito de ser uma via de partilha de outras experiências, outros saberes e estarmos hoje na sua 11.ª edição prova o sucesso do que ela proporciona e o sucesso do cumprimento dos seus objetivos. No entanto, nem sempre o caminho que log/CeSIUM traça é fácil, na sociedade atual esta revista ruma contra a maré, contra a maré mas no caminho certo. Esta revista segue o caminho da cultura, da partilha e da discussão, tentando aliar a tecnologia à palavra escrita, duas realidades que se interligam mas que tendemos a separar. João Vilaça

Equipa log/ Diretora Catarina Machado

Diretor Adjunto João Vilaça

Capa e Contracapa

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ENEI 2020

/persona/ 6 André Santos

/atividades/ 16 CoderDojo Braga 18 Code Week 20 Semana da Engenharia Informática 22 Cursos de Programação Intensiva

/curso/ 24 27 29 30

Guia: Como explicar o que faz um Eng. Informático Estágio de Verão CAOS Competições Extracurriculares

/pensamentos/ 32 Segurança e Confiança 34 Síndrome da Vibração Fantasma 36 Evolução das Aplicações Mobile 38 Google Search

/cultura/ 39 Livro: “Como fazer amigos e influenciar pessoas” 40 Filme: “Once upon a time in Hollywood“ 42 Séries: Início de uma cultura própria

Miguel Solino

Colaboradores Beatriz Rocha Francisco Lira Jéssica Lemos João Sampaio Lúcia Abreu Márcia Teixeira Mariana Fernandes Miguel Brandão Nelson Estevão Rui Costa Sérgio Costa Sofia Pereira

A revista /log/cesium é um projecto voluntário sem fins lucrativos. Todos os artigos são das responsabilidade dos autores, não podendo a revista ou o centro de estudantes ser responsável por alguma imprecisão ou erro. Para qualquer dúvida ou esclarecimento poderá sempre contactarnos através do email cesium@di.uminho.pt ou através do 253 604 448.

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/express/ ENEI 2020 Escrito por Catarina Machado catarinamachado11 @gmail.com

O Encontro Nacional de Estudantes de Informática (ENEI) é um dos maiores eventos estudantis realizados a nível nacional na área da informática, reunindo mais de 750 participantes anualmente num ambiente não só de pedagogia mas também de networking e entretenimento. Após 13 edições, o ENEI tem-se afirmado como uma referência para todos os estudantes de informática, apresentando sempre um programa de excelência, com oradores nacionais e internacionais nas várias palestras, painéis e workshops organizados durante o evento. Neste contexto, todos os participantes têm a oportunidade de desenvolver um alargado leque de competências, não só técnicas mas também pessoais, sendo para isso estimulada a participação nas atividades organizadas ao longo do evento, a interação entre participantes e entre participantes e empresas. Esta edição do ENEI, pela primeira vez desde a sua criação, terá lugar na cidade de Braga, entre os dias 23 e 26 de fevereiro, e será organizado pelo Centro de Estudantes de Engenharia Informática da Universidade do Minho (CeSIUM). A 14.ª edição promete aprendizagem, troca de ideias e muito convívio. Os temas propostos para as atividades educativas dividem-se entre Open Source, Cibersegurança, Inteligência Artificial, Blockchain, Internet of Things, Métodos Formais, Sistemas Distribuídos e Game Development, tópicos de grande destaque no ramo da informática e que despertam grande interesse aos estudantes da área. E, tal como já é tradição, haverá muitos momentos de descontração com torneios, jogos e quizzes, onde os participantes poderão ganhar diversos prémios. Contaremos também com momentos de diversão noturna, que serão uma excelente via de networking e uma oportunidade incrível para os participantes ficarem a conhecer melhor a cidade de Braga e todos os seus encantos. Como não poderia faltar, haverá ainda um espaço destinado à componente empresarial, com stands de cada uma das empresas e áreas onde elas poderão entrevistar os participantes. Desta forma, as empresas poderão apresentar o seu valor de mercado, os seus ideais, ofertas de emprego e desafios, contribuindo assim para que o laço entre estas e os participantes se estreite. A par do que aconteceu em edições anteriores, o bilhete completo incluirá alimentação e alojamento, de modo a que os estudantes de todo o país possam aproveitar os quatro fantásticos dias de evento apenas com a preocupação de usufruírem de tudo o que o ENEI 2020 tem para oferecer. 5


/persona/

André Santos

Escrito por João Vilaça

machadovilaca @gmail.com

No passado mês de setembro entrevistamos um antigo presidente do CeSIUM e CEO da Healthium (empresa que detém a plataforma Nutrium), André Santos, que cordialmente aceitou responder às nossas questões. André Santos formou-se em Engenharia Informática na Universidade do Minho e desde o segundo ano do seu percurso académico que assumiu inúmeras responsabilidades no centro de estudantes. Foi também durante a universidade que André e um conjunto de colegas começaram a desenvolver o que viria a ser a Nutrium. Enquanto núcleo de estudantes, procuramos divulgar diferentes perspectivas não só do curso, do núcleo, mas também da realidade empresarial e industrial a todos os nossos leitores. Neste sentido, convidamo-lo, enquanto figura de destaque no centro de estudantes e no contexto de pequenas empresas da área da informática em Braga, a divulgar as suas experiências e o seu percurso profissional. Começando pelo início, a partir do que terá provavelmente sido o seu primeiro contacto com a área, o que o levou a ingressar no curso de Engenharia Informática? Portanto, como é que a história começa? Tive um computador muito cedo, acho que isso ajudou. O meu pai tinha um computador em casa, apesar de que não podia fazer muito nele, pouco mais que um Word, mas isso despertou-me a curiosidade. Depois na primária nós também tínhamos um computador e eu mais um colega éramos aqueles que nos intervalos ficávamos a tomar partido do computador, a jogar joguinhos, como Prince of Persia, numa disquete, era épico. Nós era todos os intervalos, sempre “colados” no computador, isso foi despertando o bichinho, o interesse foi crescendo, tentando fazer cada vez mais e diferente, algumas dessas coisas um bocado parvas, que era, nós na primária tínhamos Internet e então nós pegávamos no ícone da Internet e arrastávamo-lo para a disquete e levávamos para casa para tentar ter Internet em casa <risos>. Chegávamos a casa e “Isto não funciona!”. Ideias básicas mas eram a nossa alegria, tentar experimentar como é que levávamos os Prince of Persia para casa, a Internet para casa.

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/persona/ Chegou a conseguir levar o Prince of Persia para casa? Cheguei a conseguir mas era levando a disquete para casa, nós não conseguíamos copiar uma coisa para a outra. Éramos demasiado ingénuos. Mas pronto foi aí que começou, e desde essa altura que já dizia que o que queria ser no futuro era Técnico de Informática, mexer em computadores… E nunca mudei de ideias. E a partir daí foi sempre uma área que fui gostando, sempre muito por causa dos jogos, era um “colado” em jogos, e depois queria vir para informática para fazer jogos como, se calhar, 90% dos alunos, e começou aí. Sabemos que durante o seu percurso académico foi também membro do CeSIUM, porque é que se juntou a essa associação e que impacto é que isso teve na sua restante vida académica e depois na sua vida profissional? A resposta verdadeira é: entrei para o CeSIUM porque fui “incentivado” por um engenheiro meu na praxe, portanto na altura era o meu engenheiro Miguel Palhas e logo no meu primeiro ele pôs-me a colar cartazes no CeSIUM, era a forma de começar nessa altura e era a primeira coisa que os caloiros faziam quando se juntavam. No segundo comecei a participar num departamento, comecei a ir às primeiras reuniões do CAOS, e a partir daí fui começando a ganhar mais responsabilidade, no ano a seguir fui Vice-Diretor do CAOS, depois Vice-Presidente do CeSIUM e depois Presidente do CeSIUM. Primeiro fui incentivado mas depois comecei a gostar e era lá que me sentia bem, e mais que isso, era lá que estavam as pessoas com as quais eu sabia que poderia aprender cada vez mais e ser cada vez melhor e foi lá que me comecei a destacar. A coisa que eu mais me arrependo na universidade é só no 3.º ano começar a trabalhar em coisas fora da caixa, eu lembro-me de que no 3.º ano eu não sabia nada de Web, nada, e via colegas meus em Base de Dados que tinham feito o trabalho todo porque dominavam Web e eu não sabia nada e o que eu me arrependo é de não ter começado mais cedo a descobrir por mim outras tecnologias e outras áreas que se calhar se fosse agora eu ainda teria aproveitado mais.

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/persona/ Na vida académica e na profissional, que impacto é que o CeSIUM teve no modo como se desenrolaram os acontecimentos? Sem dúvida que foi fundamental, primeiro convives com outro tipo de pessoas e isso faz-te criar uma rede de contactos super importante para a tua vida, as pessoas com as quais se lida no CeSIUM, sejam elas de informática ou não, dá sempre um caparro incrível. Depois tem-se mais facilidade em pensar fora da caixa porque estás mais habituado a tratar outro tipo de assuntos e de promover outro tipo de iniciativas, no curso está-se muito limitado, testes-trabalhos, testes-trabalhos, e, sem dúvida nenhuma, que no CeSIUM, principalmente a partir do momento em que fui ganhando mais e mais responsabilidade, comecei a perceber que os problemas eram todos muito simples, por exemplo, falar em público, “um bicho de sete cabeças”, no CeSIUM disseram-me: “olha, vais ter de dar o teu primeiro workshop de bash”, fui muito nervoso mas depois pronto, já passou, vem o próximo e tu já te ofereces, vem o próximo e já dominas. A seguir, é preciso organizar um evento como a Semana da Engenharia Informática, é preciso patrocínios e vais falar com o CEO da BloomIdea, estás em reunião com ele super nervoso e depois percebes que é uma conversa normal, como falar com um professor, ou até com um colega mais velho. Vem outro CEO e é igual, quando dás por ti é tudo tão natural que quando vais a uma entrevista de emprego qual é a dificuldade? Estás a falar com uma pessoa de recursos humanos, já lidaste com CEOs no CeSIUM. Ganha-se muita confiança e tudo até parece fácil.

Saindo do contexto universitário e visto que disseste que tiveste algumas experiências profissionais a partir do 3.º ano, que competências desenvolveste nesses contextos até à formação da Nutrium? Sim, no 3.º ano, eu e mais dois colegas decidimos iniciar projetos paralelos à universidade, fizemos um protótipo de um site para uma funerária, fizemos um sistema para um camionista e trabalhamos também num projeto para a Bosch. 8


/persona/ Algum deles teve sucesso? Um deles claramente sim, no sentido em que completámos o projeto e fomos pagos, que foi o sistema para o camionista, os outros nem por isso. Mas foi, sem dúvida, a fase em que eu mais aprendi do ponto de vista técnico, primeiro porque foram tecnologias que nunca tinha usado na universidade, nomeadamente Ruby on Rails, e segundo porque desenvolvemos outro tipo de competências incríveis e desenvolvemos um projeto verdadeiro de início ao fim. Quando chegamos ao mestrado e nos pediram projetos mais complexos, aquilo para nós era já tão banal, foi incrível. E esse contacto do camionista também apareceu do CeSIUM, por isso, também há uma relação. Depois no 4º ano, no segundo semestre decidi começar a trabalhar, fui convidado pelo Professor Ramalho a ir trabalhar para a Keep Solutions, e foi uma mais valia e uma excelente oportunidade principalmente para aprender como funcionava o mundo profissional.

Passando agora um bocado para aquele que é o principal tema desta entrevista, falando sobre a Nutrium e da tua experiência como CEO, queria saber como e quando surgiu a Nutrium e o que despoletou o início da Startup? Certo, vou contar toda a história, depois de todas estas iniciativas em que fomos participando, fomos alimentando o bichinho da curiosidade e de termos ideias, e no 4.º ano existiu uma iniciativa, organizada, penso eu, pela Group Buddies, agora Subvisual, que se chamava Creators School, durante 2 a 4 semanas, aprendia-se Design, Negócio, Programação, etc., e lembro-me que nos pediram para ter ideias e, por ter tido consultas de nutrição no passado, surgiu algo que viria a ser a ideia embrionária para a Nutrium. Passado algum tempo, houve a possibilidade de submeter o projeto para uma iniciativa do estado e nós trabalhamos a ideia e submetemos uma versão mais avançada do projeto. Passado mais uns tempos, numas 3T, Time Trial Talks, não havia pessoas suficientes para ir ao palco, e na pressão, não havendo mais ninguém, fui eu. Cheguei ao palco, apresentei aquilo que eu achava que era a Nutrium, na altura chamava-se Nutriscription, e estava presente o professor João M. Fernandes e sugeriu que seria um projeto interessante para 9


/persona/ o Projeto de Engenharia Informática. Convenci uns colegas que era um bom projeto, e trabalhamos arduamente nele, falamos com muitos nutricionistas e pacientes para melhorar cada vez mais. No fim, tive aquela sensação de que me esforcei tanto tanto em todos os projetos da universidade para no fim ficarem na gaveta, e não queria que este fosse mais um deles, portanto no fim decidimos montar uma equipa, para trabalhar na Nutrium, na altura era das 19h às 24h, todos os dias ao final do trabalho e aos sábados, algumas pessoas juntaram-se, outras abandonaram, mas decidimos avançar. Candidatamo-nos à Startup Braga, criamos a empresa, fechamos o nosso primeiro investimento de 110 mil euros com a Primavera e, a partir de aí, pronto, é a nossa história.

Que dificuldades e/ou sacrifícios é que enfrentaram no início? A maior dificuldade de todo o processo, nem sequer vou referir a dificuldade de conciliar tudo, porque isso eu gostava, participava em tudo e era feliz, a maior dificuldade foi mesmo despedir-me da Keep. Foi ouvir pela primeira vez o Carlos Oliveira na Startup Braga a dizer “Enquanto não for a tempo inteiro, não vai ser.”. E passou por aí, foi difícil convencer os meus pais que era boa ideia despedir-me e começar o meu próprio projeto, também convencer os colegas, todo esse peso de tomar uma decisão deste género. Foi provavelmente o passo mais difícil deste projeto, não era trabalhar todos os dias nem aos sábados, isso não era relevante, o importante foi mesmo dar o salto, mas até isso foi mitigado, pois nós já estávamos convencidos que íamos conseguir fechar o primeiro investimento.

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/persona/ Depois senti duas outras dificuldades, uma que me aconteceu a mim, não sei se também aos outros ou não, porque eu adorava programar e na Nutrium estive nos primeiros desenvolvimentos mas, a partir do momento em que percebi que a Nutrium não precisava que eu programasse mas sim que fizesse vendas... é um desafio <suspiros>, nunca te queres despegar, e eu fazia vendas mas ainda tentava programar. Havia alturas em que estava cheio de trabalho mas mesmo assim queria rever “pull requests”, porque era aquele gosto, não querer largar, isso foi difícil. Depois começas a entrar noutra profissão, em vendas e é frustrante, era pessoas que diziam que iam comprar e depois não compravam, não tinha experiência nenhuma e por isso era frustrante. Lembro daquilo que foi das únicas vezes que saí do trabalho mais cedo porque já estava completamente saturado e às vezes questionava isso, “Fogo, deixei a minha área e agora tenho de fazer vendas e isto é frustrante, estar a ligar às pessoas e a insistir, pessoas a desligar-me na cara” e não estava a acontecer nada, não estávamos a vender, e começou-se a criar um ciclo que acontece todas as vezes na Nutrium, que é: começo a fazer, a fazer, a fazer e a gostar, quando dava por mim estava aos sábado a falar com clientes ao telefone e passar noites a fazer suporte, comecei a gostar daquilo. Mas depois entraram pessoas na Nutrium que pegaram nesse processo e decidi passar para marketing, entre fazer anúncios no AdWords, fazer cursos online. A primeira vez que olhei para aquilo foi horrível e achava que era difícil e mais uma vez, desmotivação. “Ei, no que eu me vim meter… Eu já fazia bem vendas porque é que preciso de vir para aqui?”, mas é, os períodos de transição são sempre muito difíceis, eu dominava aquilo e até já dava palestras de vendas <risos>, quando era programador e estava a fazer a aplicação para Android cheguei a vir à Universidade dar palestras sobre isso e também deixei. Portanto, eu sentia, e é outra vez aquela questão da confiança, que pelo menos era desenrascado naquilo e agora tinha de abandonar para outro departamento. Mas passado algum tempo, adorava marketing <risos>, já dava palestras de marketing na Startup Braga e achava que dominava AdWords, até quando entrou o Pedro, o nosso Diretor de Marketing na Nutrium, primeiro que eu permitisse que ele mexesse no Adwords foi um caminho <risos>, eu sentia que aquilo estava muito à minha maneira. Depois tive de ir para a parte financeira, e outra vez, é tudo sempre o mesmo processo, “Ok… tenho de estar todo o dia em frente ao Excel...”, ou tinha de fazer reuniões todo o dia em inglês, eu nem falava inglês, mas tinha várias reuniões com investidores e, mais uma vez, passado alguns meses, já fazia parte do meu dia a dia, chego ao Excel, sinto que domino e que já sei fazer uma projeção financeira a X tempo, já ia surpreender até o investidor pela qualidade que vou apresentar e, nas reuniões, já me sinto totalmente confortável e é sempre este ciclo. A outra dificuldade, que é sentida por qualquer empresa, é sempre o processo de levantamento de investimento, é sempre um processo complicado, em que se questiona sempre tudo, mas quando se consegue, é excelente.

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/persona/ Neste momento então, está a assumir funções em que área? Neste momento, a minha principal função na Nutrium é a componente de levantamento de investimento, portanto, 3 grandes responsabilidades. A primeira, Estratégia da Empresa e Visão, continuar a guiar a empresa no caminho certo ou no qual mais acreditamos. O segundo a parte de levantamento de investimento, contacto com investidores e fomentar essas relações para que a Nutrium continue a ter capacidade financeira para crescer muito rápido. E por fim, as questões relacionadas com o desenvolvimento do produto, a maior parte dessas decisões ainda passa por mim, apesar de ser a pasta que eu mais estou a tentar passar agora. Há também uma quarta afinal, que é a parte de recursos humanos, sempre estive envolvido no recrutamento, espero no entanto cada vez estar menos, mas diria que neste momento estas são as minhas 4 grandes responsabilidades. Se pudesse alterar alguma decisão que tomou nos primeiros tempos, qual seria? Acho que é a típica resposta cliché, mas acho que não mudava grande coisa. Desde ter começado a trabalhar, ter-me despedido, começar a Nutrium, todas as grandes decisões, não mudava nada. O que eu teria mudado no meu percurso, mas nem sei se isso era bom ou era mau, era ter começado os projetos extra universidade mais cedo, porque até ao terceiro ano sentia que era apenas mais um, depois de ter começado a fazer projetos por fora aí sim começou a ser interessante e desafiante. Quais são os maiores riscos que a empresa enfrenta diariamente e quais são as principais preocupações que tem acerca da mesma? <suspiros> Nós somos uma startup portanto estamos cheios de riscos, tudo o que nós temos é risco <risos>, claro que já estivemos em situações bastante piores do que a que estamos neste momento, neste momento estamos numa fase positiva, mas corremos imenso riscos diariamente, é instável mas nós gostamos também disso, não somos uma empresa grande, não somos uma empresa cheia de processos bem definidos, estamos constantemente a tentar melhorar, onde nós achamos que é mais importante e a tentar também estabilizar e a tentar também ter melhores condições não só para os colaboradores mas também para a empresa. Tentamos dar sempre passos e o mais rápido possível. Agora riscos são imensos, já falei do investimento apesar de que já temos alguma capacidade financeira. Mas tudo é um risco, numa startup somos tão poucas pessoas que todas elas são muito valiosas, e todas têm de estar felizes e motivadas, outro é o produto, nós temos um grande leque de clientes já e todos eles dependem do nosso trabalho, temos de garantir que tudo está bem e às vezes temos de tomar decisões que nos fazem tremer um bocadinho, todas as decisões podem ser perigosas, temos de pesar as coisas e tomar as decisões e não pensar demasiado nisso, mas todos os dias tomamos pelo menos um decisão fundamental para o percurso da empresa, faz parte. E digo mais, é a melhor parte, quando estamos 6 meses sem uma grande decisão, eu pelo menos falo por mim, é quando me sinto mais desmotivado. Sinto que quando vem um período difícil, há sempre aqueles dias em que nos deixamos ir abaixo, mas depois o desafio vem em resolver esse problema, transformar uma coisa má numa coisa boa, e é, sem dúvida, a parte que mais gosto, resolver problemas. 12


/persona/ Falaste há pouco que a Nutrium está a passar uma fase positiva, como é que mede o sucesso da empresa, que métricas usa? 2 grandes objetivos, sempre foram os meus objetivos na Nutrium. O primeiro, que as pessoas que fazem parte da Nutrium estejam bem, isto quer dizer o quê? Que todos estejam felizes, ou melhor, que estejam mais confortáveis na Nutrium do que estariam noutro sítio e, neste momento, isto representa-se da seguinte forma: eu gostava que todas as pessoas que estão na Nutrium, no dia em que saíssem, por qualquer que seja o motivo, que estejam muito mais valiosos do que quando entraram, isto é sinal de que tenha a Nutrium sucesso ou insucesso, as pessoas nunca tiveram a perder tempo, elas investiram na Nutrium e efetivamente obtiveram retorno. O mais importante é que as pessoas não estejam a perder tempo, que estejam felizes e que se desenvolvam como profissionais, que um diretor da Nutrium, se sair, consiga ser diretor numa empresa ainda maior, que um programador o consiga ser numa empresa muito maior ou até ter um papel diferente, e esta é, sem dúvida, uma das medidas de sucesso. A outra é atingir o nosso objetivo, milhões de pacientes em todo o mundo a melhorar os seus hábitos alimentares e, para isso, nós acreditamos que a melhor forma para fazer isso é promover o melhor contacto com o nutricionista e, neste momento, trabalham connosco centenas de milhares de pacientes e isso já é um medidor de sucesso, quantos mais pacientes ou nutricionistas nós tivermos mais sucesso estamos a ter. Estamos, neste momento, presentes em mais de 35 países, com um grande número de profissionais e a crescer de forma significativa é um indicador de sucesso, portanto não adiantava de nada as pessoas estarem felizes se a empresa não estivesse a crescer porque mais tarde ou mais cedo ia acabar e também não valia de nada a empresa estar a crescer e as pessoas descontentes. É este equilíbrio que faz com que as coisas funcionem.

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/persona/ O que acha da cultura atual da empresa, é aquilo que desejou/tem em mente, e o que faz para diariamente manter esse espírito e o incutir aos seus colaboradores? Aproveito também para perguntar que tipo de atividades mantém para fomentar o espírito de equipa entre eles. Não acho que seja nas condições que nos destacamos, aliás, espero que agora sim, nós estamos a mudar de escritório, espero que o novo espaço seja incrível para as pessoas, é algo que temos estado a tentar melhorar há já algum tempo. Eu acho que o mais importante é perceber o que a pessoa quer, o percurso que quer seguir e dar flexibilidade para ela seguir esse percurso. Um bom exemplo disso é o nosso primeiro colaborador que assumiu agora uma posição de direção na empresa, é uma pessoa que acreditou nos fundadores numa fase inicial, com condições completamente díspares daquelas que teria em qualquer outra empresa, que sempre contribuiu para o bom ambiente da empresa, foi-se desenvolvendo como programador, neste momento está-se a desenvolver como diretor, e eu gosto de acreditar que se agora a Nutrium parasse este tipo de pessoas nunca olhariam para trás e pensariam que ter-se juntado à equipa tivesse sido uma má decisão. Para mim, o principal medidor do sucesso neste campo é as pessoas continuarem connosco, para já temos conseguido, é obviamente um desafio constante, mas tentamos sempre melhor seja condições, sejam processos, e perceber onde a pessoa quer estar e dar liberdade para ela ir para essa posição. Se houver uma transparência total daquilo que é a empresa, tudo público, onde estamos, onde queremos ir e as condições que temos, garantimos que todos sabem onde se meteram e aquilo que esperar em todos os momentos e assim estamos todos na mesma página. Em termos de colaboradores, gostava de saber que características é que procura quando está à procura de novos talentos e queria também saber se acredita que as competências necessárias para trabalhar, na sua empresa ou em qualquer outra, podem/devem ser desenvolvidas durante o trabalho ou devem ser pré-adquiridas? É raro, aconteceu, mas é raro, nós fazermos desafios técnicos a programadores que contratamos, isso acho que mostra a nossa abordagem ao tema. Das pessoas que temos a tempo inteiro, nenhuma fez um desafio. O que é que nós procuramos? Primeiro, pessoas que encaixem na equipa, quer em termos de personalidade, minimamente relacionada com a nossa ou seja fácil de perceber que podem encaixar bem na equipa, que ela vai-se sentir bem com a equipa e a equipa vai-se sentir bem com a trabalhar com ela. Depois, que seja proativa e tenha potencial para evoluir, mesmo que não tenha o conhecimento das tecnologias que utilizamos, procuramos pessoas com perfil que rapidamente se consigam adaptar e, mesmo que não tenham grande capacidade técnica, podem se destacar noutras áreas que sejam à mesma muito importantes para a equipa. E isso é ainda mais verdade numa empresa pequena como a nossa, por exemplo, nós não temos um tester e, por isso, toda a gente assume um bocado essa função, não temos um arquiteto e, por isso, somos todos um bocadinho arquitetos e é esta entreajuda que possibilita que a empresa continue a crescer como tem crescido até aqui, porque nos apoiamos uns aos outros.

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/persona/ Por fim, procuramos sempre pessoas que venham trazer algo mais, que tragam valor para a empresa, tentamos sempre incutir aos novos colaboradores que não podem ser apenas mais um, têm de vir corrigir problemas ou trazer coisas novas, isso é muito importante. Agora para terminar, e como fizeste há pouco referência que um dos aspetos a que davas muita importância era sempre que alguém saísse que a pessoa tivesse evoluído e não tivesse estado a perder tempo, por isso pergunto-te, se o Nutrium por algum motivo nunca tivesse existido, ou não tivesse sobrevivido até hoje, o que imagina que estaria a fazer profissionalmente agora? Boa pergunta <risos>. Muito boa pergunta. <pausa prolongada e suspiros> Já me perguntei isso várias vezes… Sei lá <pausa> não sei, acho que neste momento tenho um perfil muito flexível, há uma espinha de mim que gostava de voltar a programar, não sei é se isso é realista, mas depois há outra espinha que gosta imenso de marketing, se calhar até gostava de ser marketeer e trabalhar num departamento de marketing de uma empresa maior. Mas também gosto de produto, também podia dar um bom Product Manager, portanto eu não sei. Neste momento, o que eu sei é, eu acho que tenho um perfil muito flexível, a Nutrium fez-me traçar vários caminhos e, neste momento, eu sei fazer muita coisa, se calhar não sei fazer nada bem, mas sei fazer muita coisa! O que eu estaria à procura seria de um desafio a sério, é isso, algo que seja mesmo desafiante e que eu sinta que vá evoluir ainda mais. O que seria ao certo não sei, ou era outra startup <risos>, pode acontecer, ou era um departamento de inovação de uma empresa onde eu tivesse flexibilidade para reinventar qualquer coisa ou melhor algo que não estivesse bem. Mas espero que isso não tenha de acontecer. Da minha parte é tudo, queres acrescentar mais alguma coisa ou deixar alguma mensagem final? Quero só deixar o incentivo do costume, que todos os alunos aproveitem a universidade para conhecer o máximo de pessoas possível e para se envolverem no máximo de iniciativas possível, isso vai trazer um leque de soft skills e uma rede de contactos que é incrível. É isso, confiança e acreditar, procurar as oportunidades mas acima de tudo aproveitá-las! Ao início o CeSIUM, por exemplo, pode parecer algo muito estruturado, muito fechado, mas temos é de nos esforçar e é fácil destacarmo-nos e ganhar rapidamente mais responsabilidades. E quem diz o CeSIUM diz outras associações, também fiz parte da Young Minho Enterprise, onde aliás conheci o Martinho Aragão, convidei-o para o CeSIUM, para diretor e mais tarde ele chegou a presidente. Para veres como as coisas são, se eu nunca tivesse para a YME, nunca o teria conhecido e talvez não tivesse acontecido. A minha maior vantagem sempre foram as pessoas que eu conheci na universidade, foram sempre elas que me ajudaram quando tive problemas na Nutrium, seja a contratar, seja a precisar de um mentor, foram sempre as pessoas que lá conheci e isso é incrível.

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/persona/ /atividades/ CoderDojo Braga Escrito por Jéssica Lemos

jessica.andreia96 @gmail.com

O CoderDojo é uma rede global e sem fins lucrativos com o intuito de ensinar jovens dos 7 aos 17 anos a programar. Este movimento foi fundado em 2011 e já conta com mais de 600 Dojos dispersos por mais de 60 países. Em 2013, surgiu o CoderDojo Minho que mais tarde, devido ao surgimento de mais Dojos na região, sofreu a alteração do seu nome para CoderDojo Braga. De modo a facilitar a aprendizagem, os mentores recorrem a uma combinação perfeita entre conhecimento e muita diversão. Os participantes, apelidados de “ninjas”, são identificados por cores que correspondem a um nível de aprendizagem da mesma forma que nas artes marciais através dos diferentes cintos. A atribuição de cada nível acontece aquando da realização de determinados desafios e tendo em conta todas as metas já alcançadas. Para tal, os mentores trabalham em conjunto com os jovens criando pequenas aplicações e jogos.

As sessões ocorrem, normalmente, uma vez por mês com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento dos participantes. Nestas, que se repartem entre o Departamento de Informática da Universidade do Minho e o gnration, cada participante é acompanhado por um mentor. Nas primeiras sessões dos ninjas são-lhes introduzidos conceitos básicos de programação através de jogos como LightBot e CodeMonkey, passando posteriormente para a implementação de pequenos jogos em Scratch que depois ao longo das sessões vão tornando-se mais complexos. Desta forma, torna-se possível introduzir outras linguagens de programação, nomeadamente Ruby.

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/atividades/ Com o objetivo de celebrar datas especiais, tais como o Dia da Criança ou o aniversário do CoderDojo Braga, são organizadas sessões temáticas nas quais é estimulado o interesse dos ninjas por tudo o que rodeia o mundo da informática e não só. Assim, são preparadas pequenas apresentações sobre as mais diversas temáticas, entre as quais a evolução dos dispositivos I/O e segurança. E para ter uma melhor perceção de como realmente tudo funciona não há melhor forma do que passar à parte prática, mostrando, por exemplo, como é montado um computador. Ainda com o intuito de promover o trabalho em equipa e o convívio entre os participantes, são também organizadas pequenas atividades desde a realização de quizzes até à aprendizagem de algoritmos através de cartas. O CoderDojo Braga torna-se, assim, um lugar onde para além de programar, estimula-se o raciocínio e criatividade, sempre aliado a muita diversão.

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/atividades/ Code Week Escrito por Nelson Estevão nelson @estevao.xyz

A Code Week @ DI é um evento anual organizado pelo CeSIUM desde 2014. A iniciativa foi lançada pela Young Advisors for the Digital Agenda Europe e é apoiada pela Comissão Europeia no âmbito da sua estratégia para o Mercado Único Digital. É o primeiro grande evento que os mais recentes alunos do curso de Engenharia Informática têm a oportunidade de participar e, por isso, é também feito a pensar neles. Tendo isso em conta, a semana tem vários workshops e palestras introdutórias em que se abordam sistemas operativos baseados em UNIX, desenvolvimento web e open source em geral.

Na mais recente edição, a semana começou com a primeira edição da Competição de Engenharia do Minho (CEM) que tem como objetivo desenvolver e propor soluções que promovam uma melhoria do funcionamento do Campus de Azurém e Gualtar da Universidade do Minho, através da multidisciplinaridade dos vários cursos de Engenharia. O CeSIUM fez parte da organização que contou com vários núcleos de estudantes de engenharia. Além do tradicional workshop sobre os comandos e funcionalidades básicas da shell UNIX, a semana iniciou-se também com uma palestra sobre cibersegurança onde se discutiu as técnicas mais comuns de explorar vulnerabilidades dos sistemas informáticos. A edição de 2018 teve o prazer de contar com a presença de Nuno Santos, o fundador, CEO e CTO da empresa Imaginando. A sua apresentação focou-se na relevância do tempo de resposta em sistemas interativos uma vez que representa uma componente da experiência muito importante. 18


/atividades/ /atividades/ Durante a semana, atividades de lazer e convívio nunca ficam de fora. Foram inseridos no plano de atividades um torneio de FIFA 19 que se realizou no Gamers Academy e uma Geek Night onde os estudantes passaram um serão divertido no Juno Bar. Em paralelo a todas as atividades, o Departamento de Informática entrou numa máquina do tempo. Os computadores foram substituídos pelos seus antecessores dos anos 80 e 90 e num museu aberto foram expostos ao público.

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/atividades/ Semana da Engenharia Informática Escrito por Francisco Lira arjot12 @gmail.com

Na Semana de 4 a 8 de fevereiro deste ano, realizou-se mais uma edição da Semana da Engenharia Informática da Universidade do Minho, tendo sido esta mais uma vez uma Semana com muita adesão por parte dos nossos alunos, mas também de participantes de outras instituições, o que foi para nós um sinal de reconhecimento pelo trabalho realizado. Pessoalmente, esta foi uma semana de muita correria, alguns contratempos, mas sobretudo de muita realização pessoal. Como principal responsável do evento, tendo que coordenar uma equipa com 16 pessoas durante aproximadamente 7 meses e, posteriormente, orientar uma equipa de voluntários com bastantes mais membros durante os dias do evento, sinto uma sensação de dever cumprido no final desta edição. Trabalhar ao lado destes 16 estudantes voluntários ligados ao associativismo, alguns já com alguma experiência em atividades deste género, outros quase sem ideia do desafio que se aproximava, foi sem dúvida um dos desafios mais recompensadores que já alguma vez aceitei.

Por esta ser uma semana já conhecida pelos nossos alunos e até pela academia, torna-se fácil achar que não vai dar muito trabalho e que é só repetir o trabalho das edições anteriores. Apesar de isso ser verdade, e tal como eu disse algumas vezes, “Em equipa que ganha não se mexe”, existiram muitos pontos nos quais melhoramos. A gravação das sessões e até o streaming em tempo real de todas as sessões do auditório foi uma das ideias que já vinha do passado e que conseguimos concretizar com sucesso este a20


/atividades/ /atividades/ no. A plataforma de badges da SEI foi completamente redesenhada, tanto Front-end como Back-end, dando origem a uma nova aplicação que funcionou fluidamente durante toda a semana, sem ter dado qualquer problema. Toda a dinâmica do calendário foi repensada e reavaliada pela equipa, aproveitando uma nova forma de organizar o calendário que já havia sido testada com êxito no ano anterior. Chegando à conclusão de que pequenas alterações em cada edição tornam este evento cada vez mais robusto e por isso tenho de agradecer a cada um dos voluntários que ajudou nesta SEI, desde aqueles que fizeram o contacto inicial com as empresas até àqueles que garantiram que não faltava água para os oradores em todas as sessões. A todos eles, Muito Obrigado! No que diz respeito aos patrocinadores do evento, só tenho a agradecer mais uma vez a magnífica resposta que eles apresentaram em todos os momentos: o interesse demonstrado em fazerem parte do evento no momento do contacto inicial, a constante resposta rápida ao longo da preparação de todos os pormenores do evento e durante toda a semana com feedback em relação ao que estava a acontecer. Para nós, essa foi a melhor maneira de trabalhar, conseguir saber os pontos positivos e negativos daquilo que estava a acontecer para ao longo da semana termos a possibilidade de corrigir possíveis falhas e de garantir que os pontos positivos se mantêm. Por fim, o jantar de Networking, outra novidade que incluímos na edição deste ano, onde contamos com alguns profissionais da Accenture que se sentaram lado a lado com os participantes do evento e falaram sobre as diferenças entre os desafios universitários e os desafios do mundo do trabalho, e que faz agora parte da lista das atividades a repetir no futuro.

Em relação à próxima edição, esperem por novidades pois o próximo ano será para o CeSIUM um ano especial, com muito trabalho. Mas uma coisa é certa, este é um evento com muito futuro que irá ainda, durante muitos anos, mostrar aquilo que um conjunto de alunos unidos é capaz de fazer. 21


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Cursos de Programação Intensiva Escrito por Catarina Machado catarinamachado11 @gmail.com

Os Cursos de Formação são a mais recente aposta do CeSIUM na formação dos alunos de engenharia informática da Universidade do Minho. Ao longo do ano letivo, o CeSIUM oferece uma panóplia de workshops e talks cujos temas se baseiam nos assuntos atuais da informática, de modo a manter os alunos do MiEI o mais atualizados e informados possível. Os Cursos de Formação surgiram da necessidade de proporcionar aos alunos uma aprendizagem mais consistente e contínua, onde exista a possibilidade dos alunos praticarem em casa e de efetivamente mostrarem resultados. Com esta iniciativa, o CeSIUM pretende ainda garantir que os alunos possuam um vasto conhecimento na área, que vai para além daquilo que é lecionado nas unidades curriculares do curso.

Em consequência disso, no ano letivo transato o CeSIUM proporcionou um curso de Android, que teve início no mês de março e término no mês de junho, com um total de 9 sessões, cada uma com 2 horas de duração. Esse curso foi lecionado por Carlos Mota da WIT Software. Durante o mesmo, foi utilizado Android Studio e a linguagem de programação Java e foram sendo instruídas todas as bases necessárias para o desenvolvimento de uma aplicação Android. Desta forma, com recurso a diferentes APIs, foram desenvolvidos vários projetos que visavam aplicar os conhecimentos adquiridos, tais como um quiz, uma aplicação de login e uma aplicação que tendo em conta a localização atual apresenta a respetiva temperatura. Para além disso, foram apresentados temas como o estado das aplicações. 22


/atividades/ /atividades/ Entre abril e julho, houve um curso de Desenvolvimento Web, em parceria com a Subvisual. Constituído por 10 sessões e culminando num total de 20 horas de lecionação, o curso começou com uma introdução a gestão de produto e a arquitetura de aplicações web. Nas sessões seguintes, a framework Ruby on Rails foi a escolhida para pôr em prática temas como testing, com recurso a RSpec, integração contínua, recorrendo ao CircleCI, deployments e gestão de releases, utilizando para tal o Heroku, entre vários outros. Posteriormente, os alunos foram também confrontados com uma introdução a JavaScript e, em seguida, a React. Todos esses tópicos foram praticados num projeto que consistia num blog online. Por fim, houve ainda uma formação Android Native (1 sessão), iOs Native (1 sessão) e React Native (2 sessões), perfazendo um total de 4 sessões, entre os meses de março e maio. As duas primeiras foram introdutórias ao conceito e as últimas duas mais aprofundadas. Na sessão de Android Native foi utilizado o Android Studio Manager e foi desenvolvida uma aplicação de câmbio de moedas. Na sessão de iOs Native recorreram ao Xcode para implementar a mesma aplicação, percebendo assim as diferenças que existem ao desenvolver aplicações nestes dois ambientes. Por fim, nas sessões de React Native, foram apresentadas e estudadas as vantagens de desenvolver em React, em detrimento de outras opções. Foram ainda abordados outros tópicos sobre o desenvolvimento mobile, como por exemplo como dar deploy para a Google Store, onde o orador contava opiniões e histórias pessoais. A adesão dos alunos foi bastante satisfatória e o feedback final foi igualmente bastante positivo. Recorrer a estes cursos, levados a cabo por profissionais qualificados, faz com que seja muito mais simples aprender do que quando se tenta sozinho. Os participantes podem também aproveitar o ambiente propício à partilha de informação para saber mais sobre o ambiente empresarial que os espera, obter recomendações de livros a ler, entre muitos outros conselhos, através dos oradores. Foi, sem dúvida, uma excelente oportunidade para os alunos conhecerem novas tecnologias, ferramentas e conceitos que ainda desconheciam.

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/curso/ Guia: Como explicar o que faz um Eng. Informático Escrito por Lúcia Abreu

a71634 @alunos.uminho.pt

Ainda me lembro da longa conversa com os meus pais, onde tentei explicar a profissão que queria seguir. Era altura de me candidatar ao ensino superior, e foi um longo processo - entre exemplos práticos e simplificação de termos técnicos - até que entendessem o que realmente significa ser engenheiro informático. Ainda hoje sinto que a maioria das pessoas não sabe o que faz um engenheiro informático. “O que é isso? Computadores?” A verdade é que a maioria das pessoas não está verdadeiramente familiarizada com a tecnologia - a sua origem, a sua conceção, as suas diferentes utilidades. Os computadores “caíram do céu”, o “Google”, a “Internet” é um buraco negro de conhecimento que responde a todas as perguntas que fazemos e existe uma aplicação no smartphone capaz de fazer tudo aquilo que possamos imaginar. É necessário explicar que por detrás de cada computador ou smartphone existe um sistema complexo constituído por aplicações, serviços, sistemas operativos, discos, memórias, etc., em que cada componente deste sistema está projetado de forma a realizar tarefas complexas. E é isso que o engenheiro informático faz: projetar e conceber o software por detrás do sistema. Informática é um tema que é muito amplo, além de complexo. É extremamente difícil não simplificar demais, e ao mesmo tempo, não se ser demasiado específico e ininteligível em relação à nossa profissão. Vejamos então algumas estratégias e abordagens de forma a clarificar, de forma muito simples, o que faz um engenheiro informático. O temido “o que é que fazes?” Estás numa festa de amigos, num jantar de família, ou simplesmente conheces alguém novo. É inevitável, a pergunta “O que é que fazes?” irá surgir! O suficiente para nos deixar nervosos. Calma! Nesta situação o importante é não esquecermos de que se trata de uma interação social: o objetivo é estabelecer uma conexão com a pessoa e continuar a conversa. Uma possibilidade é seres claro e direto, mesmo que sintas que não estás a explicar totalmente o que pretendes. Se a pessoa demonstrar mais interesse, podes aprofundar, mas poderás dizer algo como “Eu construo software” ou “Faço programas de computa24


/curso/ dor”. Estas descrições mais elementares não vão de encontro ao que realmente é a nossa profissão, mas é mais simples responder desta forma, e normalmente não nos fazem muitas perguntas. Outra possibilidade é recorrer a um exemplo prático e familiar: “Sabes quando usas o computador para fazer isto?” ou “Sabes aquela aplicação no telemóvel que é tão útil?”. “É isso que eu faço, aplicações que usamos no dia a dia, e que tornam a nossa vida mais fácil, sem nos apercebermos”.

Salientar o valor da profissão Uma coisa é explicar o que fazemos. Outra coisa é explicar o valor daquilo que fazemos. Por um lado, parece difícil convencer as pessoas da sua importância: não sabem o que verdadeiramente está por trás da tecnologia que consomem diariamente, pois a “magia” acontece diante dos seus olhos. É importante relembrar que tal não seria possível sem o trabalho de desenvolvimento de aplicações realizado pelos developers, e a importância de que esse trabalho seja realizado por profissionais altamente qualificados, que saibam aquilo que estão a desenvolver. E não, não envolve arranjar impressoras ou frigoríficos. 25


/curso/ Usar analogias Nem sempre é fácil lidar com pessoas que não entenderam ainda as nossas qualificações. O uso de analogias nestes casos ajuda a esclarecer a confusão. Amigo: Olá, a minha impressora deixou de funcionar. O que aconteceu? Eng. Informático: (Verificação rápida) Desculpa, não sei qual é o problema. Amigo: Mas és engenheiro informático! Porque não a consegues arranjar? Eng. Informático: O Cristiano Ronaldo é um excelente jogador de futebol. Achas que consegue ser um excelente jogador de voleibol ou basquetebol? Amigo: Não, não acho. Eng. Informático: O Ronaldo provavelmente será melhor, a qualquer desporto, do que uma pessoa normal. Mas é ele a pessoa que escolherias para te ensinar voleibol ou basquetebol? Ou irias preferir um jogador profissional? Posso saber mais sobre tecnologia que uma pessoa que não esteja habituada a usá-la, mas tal não faz de mim a pessoa qualificada para te resolver o problema da impressora, tal como o Ronaldo não será a pessoa mais indicada para te ensinar a jogar voleibol.

Em suma O que os outros pensam está, na maioria das vezes, fora do nosso controlo. As pessoas não estão simplesmente tão familiarizadas com tecnologia quanto gostaríamos, e este é um tema não tão fácil de ser explicado. Assim, resta fazer o nosso melhor para o clarificar, e… Pensar que decerto haverá várias profissões sobre as quais nada sabemos e, portanto, é plausível que façamos outros passar por este mesmo processo, inadvertidamente. 26


/curso/ Estágio de Verão Escrito por Mariana Fernandes mariana_fernandes_27 @hotmail.com

No fim de maio, vi uma publicação no Slack do CeSIUM que divulgava uma palestra sobre OSINT (Open Source Intelligence), na Checkmarx. Naquele momento, eu não sabia que iria querer seguir carreira na área da segurança, não obstante, decidi comparecer uma vez que o tema me pareceu aliciante e eu adoro aprender. Fiquei simultaneamente entretida, intrigada e algo assustada pela palestra do Fu (Application Security Team Leader @ Checkmarx) e após questioná-lo sobre OSINT e segurança de informação, ganhei um novo interesse por estas matérias, e por isso mesmo, decidi perguntar se seria possível fazer um estágio de verão. A 8 de junho de 2019, comecei a trabalhar como AppSec Summer Intern, onde a minha primeira tarefa foi resolver o WebGoat, um projeto intencionalmente vulnerável, cujo objetivo é ensinar a explorar as vulnerabilidades contidas no mesmo. Aprendi e investiguei sobre o OWASP Top 10 (algo com que todos nós deveríamos estar familiarizados) e outras vulnerabilidades comuns. Depois disto, resolvi as lições de Java no Codebashing da Checkmarx. Esta plataforma permite educar developers para que estejam familiarizados com as boas práticas de segurança que devem ter para a linguagem que desenvolvem. Seguidamente, documentei todas as vulnerabilidades que havia explorado no WebGoat para poder comparar os resultados que encontrei com os que o CxSAST encontrou. O CxSAST é o principal software desenvolvido pela Checkmarx, que faz análise estática de código e indica que vulnerabilidades estão presentes no mesmo.

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/curso/ Agora, com melhor compreensão do software da Checkmarx e do trabalho que é desenvolvido no dia a dia, discuti com o meu orientador, Fu, os requisitos do projeto que iria desenvolver. O objetivo era construir uma plataforma onde os AppSec Analysts pudessem manter informação relativa aos projetos que analisam, mapear os resultados encontrados manualmente com os resultados encontrados pelo CxSAST e assim extrair métricas do software. Assim nasceu o Metrics Lab. Todo o processo de desenvolvimento foi assegurado por mim, com supervisão e apoio do Fu e com o contributo do resto da equipa de AppSec, a quem quero desde já agradecer por me terem recebido tão bem e me terem ensinado tanto. Apesar da equipa não ter, na generalidade, experiência a desenvolver projetos com as tecnologias que escolhi, o vasto conhecimento que têm permitiu que me ajudassem em momentos mais difíceis a encarar, a superar os desafios encontrados e a torná-los em experiências positivas. O ambiente na Checkmarx é ótimo, e não há ninguém com quem não valha a pena ter uma conversa. Lá, há trabalho e convívio. Há aprendizagem e brincadeira. O estágio foi, sem dúvida, extremamente enriquecedor. Emprestaram-me livros incríveis e ensinaram-me a resolver cubos de Rubik 4x4. Aprendi ReactJs e NodeJs, mas também ping-pong e FIFA18. Saber se iria conseguir equilibrar o trabalho com a vida pessoal foi algo que sempre me preocupou, contudo, isto não foi um problema, antes pelo contrário, o estágio fez-me ver que existem empresas genuinamente interessadas no bem-estar dos seus colaboradores. Em suma, estou muito grata por ter tido a oportunidade de fazer um estágio de Verão na equipa de AppSec da Checkmarx e espero voltar em breve.

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/curso/ CAOS Escrito por Rui Costa

rui.diogo.costa @hotmail.com

CAOS, este é o departamento do CeSIUM que melhor descreve o espírito que se espera e se tenta incutir em todo e qualquer estudante do MiEI. E foi nesse mesmo departamento que começou a minha jornada como voluntário no CeSIUM. Nos primeiros anos, confesso que não me senti muito motivado para me tornar colaborador, sentia que seria tempo perdido e como não conhecia ninguém lá nunca tive grande interesse em entrar. Apesar de tudo desde o início o CAOS sempre me cativou muito, principalmente pelo seu cariz mais técnico, e, por isso, quando cheguei ao 3.º ano do curso e finalmente decidi juntar-me a um departamento, depois de ter participado em algumas atividades do CeSIUM, decidi que o CAOS era o caminho certo e juntei-me a eles. A pouco e pouco fui-me apercebendo que o tempo que lá gastava não era de todo tempo perdido, mas sim investido e que em pouco tempo aquelas pessoas que até então não conhecia rapidamente passaram a ser amigos de festas e de jantares. Entre as várias reuniões, eventos como guerillas, palestras e noites de programação, sempre bem acompanhadas de muita pizza e diversão, aprendi e evoluí muito, sobre assuntos que nunca teria aprendido a dominar nas aulas e principalmente em termos de soft skills, na preparação de palestras sobre tecnologias que simplesmente não são lecionadas na universidade. Depois de participar e organizar várias destas atividades, existe sem dúvida uma skill que gosto de destacar, a capacidade que o CAOS me deu de aprender a solucionar problemas e de ser capaz de aprender e dominar qualquer tecnologia rápida e eficazmente, algo muito valorizado na área da informática. Hoje, posso apenas agradecer ao CeSIUM por tudo aquilo que me proporcionou, agradecer pela grande família que somos e tenho apenas um único arrependimento, não me ter juntado mais cedo a eles e, sem dúvida, que todos e em especial o CAOS sempre terão um lugar especial no meu coração.

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/curso/ Competições Extracurriculares Escrito por João Sampaio jpsampaio313 @gmail.com

Qualquer estudante de uma engenharia, já reparou que são inúmeras as oportunidades de participar em competições extracurriculares. No entanto, muitas vezes surge a questão: “Valerá mesmo a pena ir ou será simplesmente uma perda de tempo? “ Independentemente do desafio, a participação será sempre uma experiência bastante enriquecedora, qualquer que seja o problema, a maior vitória para os participantes serão as aprendizagens que obtiveram a tentar resolver o desafio. E, estando numa área em que saber trabalhar em equipa é essencial para alcançar os objetivos propostos, a participação em eventos, como por exemplo uma hackathon, permite desenvolver este tipo de soft skills. O trabalho de equipa é também fundamental para aumentar a eficiência em qualquer profissão e o feedback dos outros participantes permite ajudar a perceber qual o caminho certo para a solução idealizada pelo grupo. Para além disso, uma competição será também o meio ideal para desenvolver competências técnicas e nela estarão elementos que dominam as mais variadas ferramentas e técnicas utilizadas na construção de software, pelo que que é o meio ideal para a troca e partilha de conhecimento.

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/curso/ Neste tipo de competições estão presentes várias empresas, pelo que é o habitat ideal para desenvolver novos relacionamentos e contactos que poderão ser muito úteis quer académica quer profissionalmente. E ainda, se acharem o protótipo interessante, este pode ter o apoio das empresas para se realizar verdadeiramente. Por exemplo, o grupo “N Ohms” na CEM (Competição de Engenharia do Minho), apresentou um projeto de melhoria da colocação dos colaboradores nas diferentes unidades de serviços dos SASUM e fez com que os SASUM contactassem a equipa no final da competição para a ideia deles ser implementada.

Por outro lado, a ida a este tipo de competições não implica só trabalho. Também existem imensas atividades de convívio e diversão, paralelas à prova, que fazem com que os participantes se sintam mais descontraídos. Jogos como matraquilhos, ténis de mesa e playstation são recorrentes neste tipo de eventos. Em suma, existem imensas oportunidades deste género à disposição dos estudantes de informática e que devem ser aproveitadas, estes eventos permitem o desenvolvimento técnico e social dos participantes que se revelam mais-valias ao longo do percurso académico e profissional de todos.

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/pensamentos/ Segurança e Confiança Escrito por Miguel Brandão mickael.a.brandao @gmail.com

No dia 27 de agosto de 2019, a Kaspersky publicou no seu blog uma descoberta que iria propagar-se em todos os sites de tecnologia: os seus investigadores de segurança descobriram que a CamScanner, uma aplicação móvel de digitalização com mais de 100 milhões de downloads na Google Play Store, distribuía malware. A aplicação foi removida da Play Store e, nos dias seguintes, veio-se a saber que a app estivera infetada durante os meses de junho e julho anteriores à descoberta. A CamScanner publicou um comunicado atribuindo a origem do malware ao seu provedor de anúncios, AdHub, e, segundo a empresa, o malware limitou-se a criar cliques não autorizados em anúncios. Este episódio fez-me refletir em como nós, utilizadores, estaremos sempre vulneráveis a ataques e o quanto a nossa segurança no mundo digital é análoga à nossa segurança no mundo físico. Acompanhem-me no meu raciocínio: toda a segurança virtual, tal como no mundo físico, tem por base a confiança. No mundo físico, sentimo-nos seguros porque confiamos que, quando saímos de casa, as pessoas com que nos cruzamos vão agir previsivelmente e seguir a lei. Confiamos que a pessoa aparentemente inocente que vai atrás de nós no metro não nos vai roubar ou agredir; confiamos nos bancos para manter as nossas poupanças a salvo; confiamos que os outros condutores sigam o código da estrada e não façam manobras que nos coloquem em perigo. Viver em sociedade é aceitar que a nossa segurança está nas mãos dos outros e, embora possamos tomar precauções para manter parte dela no nosso controlo, assim sempre será. Ora, se compararmos este modelo de segurança física ao estado atual da segurança informática, vemos que não diferem muito no que toca ao princípio da confiança: sempre que instalamos um programa ou utilizamos um serviço ou uma app, estamos a confiar que os desenvolvedores são cautelosos na segurança dos nossos dados e dos nossos dispositivos; quando abro uma conta online, confiamos que a empresa, no mínimo, não irá divulgar os nossos dados ao público e fará todos os possíveis para que outros, como hackers ou funcionários desonestos, não o consigam fazer. Sim, podemos e devemos saber o que os termos de serviço e a política de privacidade implicam, mas teremos sempre de confiar que a empresa não os quebrará porque, se os quebrassem, ou poderíamos nunca descobrir ou, quando a infração fosse exposta, já seria tarde demais. Quantas vezes já aconteceu uma empresa guardar dados sensíveis não encriptados, só para estes serem divulgados quando, inevitavelmente, os seus servidores forem comprometidos?

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/pensamentos/ E o que é que acontece quando esta confiança é quebrada? O que é que acontece quando se desenrola uma situação como a da CamScanner, o acontecimento com que comecei este artigo? Sim, a empresa afirma que a culpa não foi deles, mas de uma terceira parte utilizada por estes; mas poderemos voltar a confiar? O que é que fazemos quando é confirmado que, afinal, os smart assistants ouvem para além de quando são chamados e que esses clipes de áudio privados têm hipóteses de ser ouvidos por humanos, como aconteceu recentemente com o Google Assistant e a Alexa? Legislação e regulamentos já existem, e embora possam ser melhorados e reformados, temos de confiar que as empresas os cumpram e que os órgãos reguladores as penalizem em caso contrário, o que pode não acontecer (lembram-se da Equifax?). Mas então, há alguma coisa a fazer? A segurança sempre será um jogo do gato e do rato e, talvez, seja possível um dia criar um sistema em que a confiança não seja uma parte tão integral desta, em que não precisemos de acreditar em quem está por detrás dos serviços que usamos. Será possível criar um sistema que torne a confiança obsoleta? Eu creio que não. Mas podemos minimizar a necessidade de confiar num elemento único: a blockchain é um exemplo de um tal sistema; software open source, se combinado com auditorias independentes (para confirmar que o código-fonte distribuído é o código usado em produção), é outra forma de termos mais controlo sobre a nossa segurança. Mas a realidade é que, exceto para os poucos dispostos a selecionar a dedo os serviços que usam, nada irá mudar. Continuaremos a ter fé nos desenvolvedores do nosso software e esperar que nada de mal aconteça.

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/pensamentos/ Síndrome da Vibração Fantasma Escrito por Beatriz Rocha beatrizfr.rocha @yahoo.com

Se já alguma vez te pareceu sentir o teu smartphone vibrar ou ouvi-lo tocar, mas não passou tudo de uma sensação enganosa, então tenho uma má notícia para ti: és mais uma vítima da Síndrome da Vibração Fantasma. Mas o que é a Síndrome da Vibração Fantasma? Esta síndrome afeta 90% da geração Y e Z e baseia-se numa alucinação, visto que o nosso cérebro assimila algo que não é real. Aparentemente, a maior parte de nós vive tão preocupado em não perder uma chamada telefónica ou responder a uma mensagem que a menor contração muscular ou sensação da roupa a mover-se pode ser mal interpretada como uma vibração. Este transtorno pode também ser experienciado enquanto tomamos banho, vemos televisão ou usamos um dispositivo barulhento, uma vez que o ser humano é particularmente sensível a sons entre os 1000 e os 6000 hertz e os tons de toque mais comuns caem neste intervalo. Ao contrário do que possa parecer, este problema remete para a era dos primórdios. Na verdade, nesse tempo, a sobrevivência era essencial, pois os nossos ascendentes poderiam ser o alvo de um animal feroz ou de uma tribo inimiga. Consequentemente, o nosso cérebro desenvolveu um sistema de prioridades, isto é, aquilo que ele considerar fundamental para a nossa sobrevivência tem maior prevalência. Logicamente, com o enorme avanço da raça humana e da tecnologia, deixamos de ficar atentos a um ataque de um tigre dente-de-sabre para ficarmos alerta às notificações dos nossos telemóveis.

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/pensamentos/ Adicionalmente, Robert Rosenberg, investigador do Instituto de Tecnologia da Geórgia, Atlanta, acredita que este fenómeno pode também ser explicado com o ciclo do hábito. Este ciclo é composto por todos os hábitos presentes no nosso quotidiano e é formado por três elementos: o gatilho, a rotina e a recompensa. O gatilho é aquilo que estimula o hábito, desde um cheiro a uma sensação, a rotina é a ação que o gatilho desencadeia e a recompensa é a sensação de satisfação que deriva da rotina executada. Assim, aplicando o ciclo do hábito a este caso particular, o gatilho seria a vibração ou som de uma notificação, a rotina a visualização da mesma e a recompensa a sensação de contentamento em consequência do que acabamos de ler. No entanto, o ciclo do hábito só funciona se ansiarmos por algo. Assim, inconscientemente, ansiamos incessantemente por uma mensagem, um e-mail ou uma notícia nos nossos smartphones, daí a perceção constante de que ele está a vibrar ou a tocar. Posto isto, se a resposta à minha pergunta inicial foi afirmativa, não há motivos para preocupações. A Síndrome da Vibração Fantasma é inofensiva e trata-se apenas de uma reação natural do nosso cérebro.

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/pensamentos/ Evolução das Aplicações Mobile Escrito por Sofia Pereira isofiapereira96 @gmail.com

Aviso: não nos responsabilizamos por qualquer sentimento de nostalgia provocado por este artigo. A evolução das aplicações acompanhou o progresso dos telemóveis, principalmente com o surgimento dos smartphones. Desta forma, podemos afirmar que a grande diferença entre um telemóvel denominado normal e um smartphone é que este último é capaz de fazer download de aplicações, permitindo assim que este possua várias funcionalidades. Consequentemente quando ainda não havia smartphones, também conhecido como a grande era da Nokia, ao comprar um telemóvel a pessoa já teria a noção do que o seu novo gadget poderia fazer e o quão limitado seria. Assim sendo, as funcionalidades mais comuns passavam por efetuar chamadas, enviar SMS e jogar não muito mais que três jogos (sendo que o clássico jogo da snake estaria sempre presente). Passado uns tempos foi ainda possível tirar umas fotografias com uma magnífica câmara VGA, ouvir música e transferir ficheiros através de infravermelhos e bluetooth. Com o surgimento dos smartphones, as aplicações móveis ganharam espaço para crescer e atualmente são inúmeras as coisas que podemos fazer num telemóvel devido ao facto do número brutal de aplicações existentes. Estas podem variar desde as famosas redes sociais onde podemos conectar-nos com quem desejamos, efetuar compras online de uma grande variedade de artigos, assistir filmes e séries, ter acesso instantâneo às notícias mais recentes e importantes, criar notas para ajudarem a organizar o nosso dia a dia, fazer um controlo da nossa saúde, até aos inúmeros jogos possíveis e imagináveis.

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/pensamentos/ Apesar de já existir imensa variedade de aplicações, ainda há a necessidade de serem pensadas e criadas novas todos os dias. Esta necessidade deve-se a nós, à exigência do ser humano, como consumidor, de estar sempre à procura de uma forma mais prática e rápida de efetuar as suas ações. Uma vez que todos somos possuidores de um smartphone, muitas das soluções acabam por passar por aí. Apesar das memórias se tornarem mais agradáveis com o tempo, não há como negar que neste momento o smartphone é uma parte indispensável do nosso dia a dia, sendo das ações mais comuns observar alguém no seu dispositivo a utilizar uma aplicação. Ainda que pareça tudo tão simples, visto de fora, foi necessário um grande salto na tecnologia para termos a possibilidade de utilizar estas ferramentas que nos facilitam tanto a vida e nos trazem diversão com um simples toque.

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/pensamentos/ Google Search Escrito por Beatriz Rocha beatrizfr.rocha @yahoo.com

É inevitável: todos nós usamos o fantástico poder do Google para corrigir os nossos erros ortográficos. Eu, por exemplo, nunca escrevo a palavra “homoscedasticidade” corretamente à primeira tentativa, mas este motor de busca é capaz de me corrigir sempre que introduzo “homodasticidade” ou outra terrível versão da palavra original. Ao contrário do que possam estar a pensar, não vos vou massacrar com uma definição aborrecida sobre esta companhia sediada em Mountain View, California, uma vez que acredito que já tenham navegado na Internet uma vez ou duas na última década. Na realidade, hoje vou-vos falar sobre como o seu nome surgiu. Na verdade, o primeiro nome dado ao projeto desenvolvido por Larry Page e Sergey Brin por volta da década de 90 foi BackRub, uma vez que este pesquisava por backlinks (links posicionados estrategicamente num texto por forma a chegar ao conteúdo desejado). Felizmente, esta dupla foi perspicaz o suficiente para chegar à conclusão de que necessitavam de engendrar um nome mais apropriado. Deste modo, durante uma sessão de brainstorming de nomes para o antigo BackRub e, dado que Larry e Sergey pretendiam transmitir a quantidade de dados que tencionavam tornar disponível, surgiu o termo matemático googolplex que é 10 elevado a um googol que, por sua vez, é 10 elevado a 100. A palavra googolplex foi originalmente inventada por Milton Sirotta, o sobrinho de 9 anos do matemático Americano Edward Kasner, que acreditava que o vocábulo era a abreviatura para um 1 seguido de muitos zeros. Assim sendo, Sergey tomou a iniciativa de conferir se o domínio googol.com estava disponível. Contudo, quando o fez, apercebeu-se de que tinha escrito google.com em vez da palavra desejada. Ambos gostaram da nova expressão e, assim, nasceu o Google. Afinal, cometer erros ortográficos pode não ser tão mau quanto isso...

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/cultura/ Livro: “Como fazer amigos e influenciar pessoas” Escrito por Sérgio Costa asergioalvesc @gmail.com

“Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” é um dos livros de negócios mais vendidos de todos os tempos, com mais de 50 milhões de cópias vendidas. O seu autor, Dale Carnegie, dava cursos sobre vários temas relacionados com negócios (vendas, relações pessoais, falar em público, entre outros) e, depois de duas décadas de experiências, decidiu conjugar todos os seus conhecimentos sobre relações pessoais neste livro, que foi lançado em 1936. A ideia que Dale Carnegie tenta passar ao leitor é simples: as pessoas devem ver a realidade através dos olhos do outro. Este pequeno gesto fará com que qualquer pessoa perca a vontade de criticar, julgar ou condenar qualquer indivíduo, pois irá perceber as suas razões. Apesar de todos nós já termos ouvido ou lido estas palavras, “Não faças ao outro o que não gostas que te façam ti”, nem sempre passar da teoria à prática é fácil, aliás, na maioria das vezes é o mais difícil. Sendo assim, o autor ao longo do livro ensina técnicas que poderemos incorporar no nosso discurso ou na nossa linguagem corporal para conseguirmos levar qualquer pessoa para o nosso lado, sem que estas percebam e o façam de boa vontade. Estas técnicas, apesar de muitas vezes parecerem subtis (não reclamar, sorrir, lembrarse do nome das pessoas, fazer com que a outra pessoa diga “sim”, fazer desafios, entre outras), têm o intuito de tornar o outro nosso amigo, e influenciá-lo a fazer algo. Na minha opinião, senti que, por vezes, era uma leitura um pouco monótona, pois todo o livro é escrito da mesma forma: 1. Apresentação da ideia, 2. Descrição da ideia, 3. Exemplos de como esta já foi praticada na realidade. Para além de que há demasiados exemplos para certas ideias, tornando-se muito repetitivo. Sendo assim, para quem estiver à procura de uma escrita apelativa e aventureira, este não será o livro indicado, todavia recomendo este livro a qualquer pessoa que lide com pessoas diariamente e, principalmente, àquelas em posições de liderança em organizações, visto que irão aprender muito sobre como lidar com as pessoas e resolver conflitos da melhor forma. São ideias muito simples e até parecem “senso comum”, mas que muitas vezes não são utilizadas e nem nos apercebemos do quão eficazes são em vários momentos do nosso dia a dia.

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/cultura/ Filme: “Once upon a time in Hollywood” Escrito por Sofia Pereira isofiapereira96 @gmail.com

Dos vários filmes que saíram este ano nos cartazes do cinema português de certeza que te deparaste com este grande nome: Once upon a time in Hollywood, ou em português, “Era uma vez em Hollywood”, do “pouco” conhecido realizador Quentin Tarantino.

Muito resumidamente, o filme retrata a vida do ator Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e do seu duplo Cliff Booth (Brad Pitt) no mundo da 7.ª arte no ano 1969 em Los Angeles, após Rick Dalton ter sofrido uma decadência na sua carreira e popularidade. Estando este a retratar os anos 60, é natural estarem representados alguns elementos dessa época, como o ambiente, a moda, os hippies e os típicos western movies, bastante apelativos para aquela geração, nos quais o personagem principal era um perito. Além disso, como side story, o filme conta-nos parte do sucesso da atriz Sharon Tate (Margot Robbie), que, caso não saibam, foi brutalmente assassinada em sua casa, na madrugada do dia 9 de agosto de 1969, pela “família” Manson. Dito isto, e o público conhecendo o gênero de filmes de Tarantino, isto é, filmes com uma boa dose de bons diálogos e uma pitada de violência, poderíamos rapidamente cair na conclusão que este filme seria uma romantização do assassino Charles Manson e do seu crime no verão de 69. No entanto, e felizmente, pouco se fala sobre este durante o filme e é dado um twist bastante cativante do crime sucedido naquela noite, como Tarantino já o tinha feito no seu filme Inglourious Basterds com uma alternativa à história nazi.

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/cultura/ No entanto, não esperes tanta tensão neste filme como se pode sentir noutros de Tarantino, porque Once upon a time in Hollywood concentra-se grande parte do seu tempo a contar a história dos dois amigos Rick e Cliff e como estes vão sobrevivendo pelos momentos mais baixos das suas carreiras, não havendo grandes conflitos entre personagens. Mas não te desanimes, o filme continua a ser considerado uma excelente obra do realizador, contendo, neste momento, 83 pontos no Metascore do IMDB. Assim sendo, se és fã dos filmes anteriores de Tarantino ou estás farto de ver filmes de super-heróis e remakes, este será uma rajada de ar fresco, por isso não te esqueças de acrescentar Once upon a time in Hollywood à tua lista de filmes para ver num futuro próximo, de certeza que não te vais desapontar! PS: Não vás embora no fim dos créditos. Há mais uma cena no final dos mesmos. You’re welcome!

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/cultura/ Séries: Início de uma cultura própria Escrito por Márcia Teixeira filipa.teixeira98 @gmail.com

Desde muito cedo na História do Homem que foi manifestada a vontade de ir mais longe e ter mais, mas também de ter tudo ao alcance e não precisar de fazer muito. E foi neste sentido que até hoje surgiram invenções que mudaram completamente o mundo tal como o conhecemos. Entre elas, a televisão. Uma das inúmeras necessidades do Homem, foi e sempre será a capacidade de ver o que ficou para trás na história e reviver momentos de um passado muito, ou pouco distante. Em resposta a esta necessidade, surgiu uma das invenções que até então era dominada pelo Homem, mas que hoje domina a sociedade. Esta ideia, que nada seria sem uma existência inicial da televisão foram as telenovelas, e eventualmente, séries televisivas. Aquando destas descobertas sem precedentes, o mundo televisivo existia apenas para fins informativos, tendo entretanto a sua evolução para fins de entretenimento. O auge das transmissões televisivas foi aquando do começo da existência de telenovelas. Nesse tempo, as telenovelas tinham como tema algo que se relacionasse apenas com a cultura, o dia a dia, e sempre um pouco de comédia. O orgulho, dedicação e esforço dos nossos antepassados estaria imortalizado pelos notáveis atores que desempenhavam papéis de nobres pessoas ou de meros camponeses. As telenovelas passaram a ser então uma parte do património cultural. Com o passar do tempo a exigência por conteúdos cada vez mais distantes dos fins que a televisão servia, aumentou exponencialmente. A necessidade de entrar numa realidade paralela levou a que o distanciamento entre as pessoas e a fase inicial da evolução televisiva se tornasse abismal. Surgiram as séries televisivas com os mais variados temas. Ficção Científica, Terror, Ação e Horror entraram como sendo a maior procura por parte da sociedade. Dada a grande evolução tecnológica que aconteceu em parelha com a evolução televisiva, existiam os meios necessários para atingir os fins exigidos.

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/cultura/ O Homem sonhou e a obra nasceu. Imensos géneros surgiram na indústria televisiva, e com um público eternamente insatisfeito, cada vez foram surgindo mais. O público-alvo aumentou exponencialmente, e mesmo antes de serem feitas novas sugestões, a indústria já tinha algo novo para dar. Com este crescimento o objetivo inicial de eternização de momentos históricos e pontos de referência culturais foi desaparecendo aos poucos e a indústria televisiva foi gerando uma cultura própria em volta dos variadíssimos temas lançados e adorados pela sociedade. Hoje o Homem é coagido a assistir cada vez mais a estes programas pela promessa contínua de conteúdo inovador, e está invertida a lei da oferta e da procura. A televisão gerou por si só uma cultura surrealista e virtual, mas foi pela mão do Homem que se tornou possível.

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