/log/CeSIUM - Número 3

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2 /log/CeSIUM Março/Abril 2011

O /log/CeSIUM não segue as regras do novo acordo ortográfico

Editorial|03/2011 Março de 2011 foi tudo menos um mês normal. Teve de tudo: a entrada da Primavera, alvoroço político, tremores de terra partidários e até agitação tectónica. Março teve revoluções civis e guerras em nome do povo; teve catástrofes naturais e aproximações perigosas a conjunturas apocalípticas; teve confrontos de opiniões e colisões ideológicas. E Março teve também a reviravolta: uma geração conhecida como apática e indiferente (pelo menos por mim) deu mostras de ter voz. Teve força e vontade de se

Destaque do Mês

manifestar. Terá garra e determinação para lutar pelo que se queixa? Março foi o mês da semana da lei e essa foi uma semana voltada para valores empreendedores, para visões fora da caixa e fora do que mandam os livros ou os professores. O CeSIUM está a crescer, e a preocupação com questões destas - a valorização dos recursos que cada um tem e os caminhos para os tornar recursos únicos - é a prova disso. A directora, Inês Espojeira

Semana da LEI

Dia 1 - 14 de Março de 2011 Dia 14 de Março foi o primeiro dia da 3º Edição da Semana da Licenciatura em Engenharia Informática (LEI). Na sessão de abertura, no A2 do Departamento de Informática (DI), tomaram a palavra Roberto Machado, presidente do CeSIUM, o núcleo e alunos de Informática, Luís Paulo Santos e António Nestor, Vice-Director e Director do Curso de LEI, respectivamente. Nesta sessão de abertura, foi anunciado o agrado por parte dos responsáveis do DI pela grande adesão à palestra (cerca de 80 pessoas que incluem alunos e professores da UM) e às actividades promovidas pelo CeSIUM que têm, afirmam os responsáveis, grande importância para o crescimento do curso e do departamento. Miguel Matos, aluno de Doutoramento de Sistemas Distribuídos da UM, deu início à sessão sobre Cloud Computing, com a primeira intervenção da tarde. Começou por abordar de uma forma geral o significado e a que se resume o Cloud Computing Este é um conceito que engloba o fornecimento de recursos ou serviços como computação, software, acesso a dados ou serviços de armazenamento e que não exige do utilizador o conhecimento da localização física nem configuração do sistema que os fornece. Passou depois por apresentar um projecto em que está envolvido desde 2007, Dependable Cloud Computing Management Services, no qual a HP mostrou estar interessada. Identificou, ainda, com o auxílio do seu projecto, características que algumas aplicações necessitam quer a nível de distribuição quer ao nível de recursos para uma aplicação funcionar correctamente. Outro orador, Ricardo Vilaça, também aluno de Doutoramento de Sistemas Distribuídos, veio apresentar as vantagens de usar Cloud Computing a nível de serviços e armazenamento (Cloud Data Store Services and NoSQL databases). Identificou as suas dependências, as suas vantagens e

desvantagens, a sua organização e as API’s usadas para o efeito. Terminou com alguns exemplos de aplicações e funcionalidades que usam tais serviços, tais como: Amazon’s Dynamo, Yahoo’s PNUTS, Google Bigrable e Facebook’s Cassandra. O terceiro dos quatro oradores da tarde, Luís Alves Martins, da Microsoft Portugal, começou por referir os desafios actuais e uma previsão do futuro nesta área. Contou, ainda, como o Cloud Computing está subdividido, como deve funcionar a elasticidade à nossa arquitectura e, por fim, apresentou o produto oferecido pela Microsoft, o Azure. Para encerrar as sessões de Cloud Computing, teve direito a palavra José António Silva da DevScope (também ex-trabalhador da Microsoft). Falou no que se baseiam os serviços oferecidos pela DevScope, como o Azure entra no desenvolvimento das aplicações, especificou vários tipos de armazenamento e fez uma demonstração de algum código em funcionamento em tempo real. No fim, um pequeno debate permitiu que alguns elementos da plateia pudessem colocar questões aos intervenientes. Diego Albuquerque


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Dia 2 - 15 de Março de 2011 O segundo dia da Semana da LEI 2011 foi dedicado essencialmente ao tema “Informática na Inovação”. Com este tema, o CeSIUM organizou uma palestra que contou com a presença de dois oradores, que vieram falar do seu percurso e partilhar a sua experiência na área. João Pedro Silva, representante da YDreams, veio falar sobre as áreas em que a empresa aposta e o tipo de trabalho que desenvolve. A palestra revelou-se bastante interessante por dar uma perspectiva diferente sobre como a informática pode ser usada para realizar algo mais criativo, o que pode ajudar a melhorar a imagem de uma empresa. Seguiu-se Miguel Fonseca, da empresa Edigma, também conhecida por Displax. uma empresa que nasceu em grande parte a partir de estudantes da Universidade do Minho, e que hoje é uma referência em Portugal na área de touchscreens. Na palestra, foi mostrado aquilo que a Edigma tem planeado para o futuro, e aquilo que é, afirmam, o futuro da interacção entre utilizadores e computadores: o multitouch. No final das palestras decorreu a segunda edição das Time Trial Talks, um momento em que qualquer pessoa interessada em participar dispõe de 5 minutos para falar de um assunto à sua escolha, sem qualquer restrição.

Dia 3 - 16 de Março de 2011 Na quarta-feira, dia 16, terceiro dia da Semana da LEI, o tema principal foi o empreendedorismo. O primeiro orador da tarde, o professor João Fernandes (JMF), começou por abordar algumas questões relacionadas com o tema do empreendedorismo, definindo-o e estabelecendo a ligação com a área da Informática. Chamou a atenção da audiência para a falta deste tipo de iniciativas em Portugal para os mais novos, contrapondo com o exemplo do que acontece nos EUA. Passou depois por apresentar um novo projecto do Departamento de Informática (DI), que está ainda a dar os primeiros passos, o Infobiz. Com isto, pretende-se expandir os horizontes profissionais dos alunos do DI, sendo a UCE15 a base para alcançar os objectivos pretendidos. Procura-se, explicou o professor, que, com a ajuda do Infobiz e no âmbito da disciplina, se desenvolvam produtos de software com valor de mercado, criados por equipas multidisciplinares: estudantes de áreas diferentes da informática tais como Sociologia, Psicologia, Gestão, Ciências da Comunicação, etc. O Infobiz tem também como meta lançar spin-offs com a ajuda dos seus parceiros: os alunos, a Liftoff (gabinete do empreendedor da Associação Académica), a Tecminho, ex-alunos e outras empresas. Foi lançado o desafio aos interessados que ajudassem na criação do logotipo e do slogan do Infobiz, e também que colaborassem na manutenção do website e na participação e organização de eventos. Está planeada a existência de uma sala no DI para os colaboradores deste projecto. Outro orador, André Chaves, licenciado em Relações Internacionais na UM, veio falar da sua experiência como estagiário no estrangeiro pela Inov Contacto e do que este programa tem para oferecer.

Entre as intervenções dos vários participantes, houve espaço para apresentações mais sérias, e outras mais descontraídas. Para os responsáveis este foi um evento bem sucedido, e ao qual o CeSIUM tentará dar continuidade nos próximos anos. O dia terminou em festa com uma churrascada no Carpe Noctem e um Rally das Tascas, organizado pela Comissão de Festas de LEI. Miguel Palhas A Inov Contacto pretende, então, formar jovens em contextos internacionais. Para isso, oferece a possibilidade aos estudantes de concorrer a um estágio remunerado no estrangeiro, mediante uma série de condições, que permitem a candidatura dos alunos de LEI/MEI, garante André. Há destinos em quase todo o mundo mas o candidato não pode escolher o local onde irá trabalhar. Se a candidatura for aceite, terá ainda de passar por uma série de testes e entrevistas, e só depois passará ao estágio, que geralmente dura 6 meses. Contou, ainda, a sua experiência na Irlanda, proporcionada pela Inov Contacto. No início a adaptação à nova cultura, à rotina de trabalho, entre outras coisas, foi um pouco complicada, conta, mas, no fim deste processo, adorou a experiência. Acrescentou que perto de 50% dos estagiários são convidados a ficar a trabalhar no local, aconselhando todos os presentes a candidatarem-se. O terceiro dos quatro oradores da tarde, Diogo Nunes, da Microsoft, apresentou os programas Microsoft BizSpark e Microsoft WebsiteSpark. Estes oferecem software Microsoft gratuito, para que startups ou pequenas e médias empresas possam ter acesso a estas ferramentas informáticas sem que tenham de enfrentar custos iniciais


4 /log/CeSIUM Março/Abril 2011 tão elevados. Cada um dos programas tem diferentes con- cação para dispositivo móvel ou web, que sirva de base dições e ofertas, sendo que o WebsiteSpark é destinado para um negócio credível. Procura-se ainda que os interao desenvolvimento para a web. venientes obtenham novos conhecimentos e criem novas redes de contactos nesta área. Para encerrar as sessões de empreendedorismo e saíQuem comparecer no Startup Weekend, um evento de das profissionais, Inês Santos Silva falou sobre o Startup 54 horas, poderá apresentar as suas ideias que, sendo esWeekend, evento do qual é organizadora. Esta é uma ini- colhidas, serão trabalhadas, e no fim do evento apresentaciativa a decorrer no E-learning Café, no Porto, de 13 a 15 das a investidores. Quem não tiver ideias para apresentar, de Maio e em Coimbra, de 20 a 22 do mesmo mês e que pode ainda comparecer e juntar-se a uma das várias equiirá juntar engenheiros, designers e mentores, na tentativa pas de trabalho. O preço do evento é de 35 euros. de criar boas ideias para o desenvolvimento de uma apli Pedro Silva

Dia 4 - 17 de Março de 2011

Dia 5 - 18 de Março de 2011

No passado dia 17 de Março, inseridos no cartaz da Semana da LEI, realizaram-se vários torneios de jogos electrónicos. Este ano, os jogos escolhidos foram Guitar Hero, Pro Evolution Soccer e Street Fight. O torneio correu sob forma de eliminação e os vencedores deste ano foram André Pimenta, em Pro Evolution Soccer; Paulo Magalhães no desafio Guitar Hero, e Cláudio Santos no jogo Street Fight, todos da Licenciatura em Engenharia Informática. Este ano, o torneio contou com uma grande adesão por parte da comunidade académica, indispensável para que a actividade corresse da melhor maneira. O torneio contou o patrocínio da Microsoft, entidade que tem apoiado algumas actividades criadas pelo CeSIUM.  Ricardo Branco

Para sexta-feira estava agendado um Roadshow, uma apresentação em várias escolas secundárias de Braga do curso de Engenharia Informática, que acabou por não se realizar por lapso organizativo. Roberto Machado, presidente do CeSIUM garante que esteve evento foi apenas adiado e que será realizado muito em breve. Inês Espojeira

iPad2 à venda O iPad 2 está à venda em Portugal desde sexta-feira nas versões Wi-Fi e Wi-Fi + 3G, cada uma delas com capacidade de armazenamento de 16 GB, 32 GB ou 64 GB. A Apple lançou no início do mês de Março a mais recente versão do iPad. Este novo tablet tem como principais melhorias, comparativamente ao seu antecessor, o ser mais leve, ser 33 % mais fino e apresentar um considerável aumento do seu desempenho. Este último aspecto é conseguido não só devido à inclusão de um novo processador de dois núcleos baptizado de A5, mas também ao aumento da memória RAM para o dobro e às actualizações da parte gráfica. O novo dispositivo vem agora com duas câmaras incorporadas que permitem o uso da aplicação facetime, assim como o giroscópio já existente na quarta versão do iPhone e iPod touch. Em relação ao display não houve novidades mantendose assim com 9.7 polegadas e uma resolução de 1024x768. É de salientar também que não houve melhorias na autonomia de 10 horas da bateria sendo, contudo, aceitável dada a redução do tamanho e o aumento do desempenho. Os preços serão idênticos à primeira versão do equipamento. Cláudio Pires


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LEI lá fora

Foi há 3 anos que saí de Portugal. Depois de dois anos em LEI, o balanço não me era positivo. A vontade de sair era maior de dia para dia e dado que, o facto de ter tido uma breve passagem por engenharia civil, provocou um “buraco” no último semestre em LEI: apenas me faltavam três cadeiras para acabar o curso. Ficar seis meses a frequentar o DI com apenas três cadeiras não estava nos meus planos. Foi então que surgiu a ideia de estudar fora de Portugal. Ao contrário do meu colega Gustavo, que escreveu a crónica da edição passada, a ajuda por parte do GRI foi bastante útil e sempre mostraram disponibilidade e simpatia. Já por parte do DI, as coisas foram bem diferentes. Tudo por causa do preenchimento do famoso “learning agreement”, uma simples folha A4 com uma tabela de equivalências “lá e cá”. Tal processo inicia-se, ou deve iniciar-se, a partir do momento em que o aluno é colocado na universidade de destino que, no meu caso, foi um ano antes da partida. Ao contrário do que possa parecer esse é o único desafio a enfrentar antes de sair do país como Erasmus.

PRBB (Barcelona Biomedical Research Park)

Aparentemente, o coordenador Erasmus quer o melhor para nós, ou seja, um plano que contenha equivalências coerentes. Segundo o coordenador, Erasmus não serve para procurar matérias diferentes, mas sim estudar exactamente o mesmo. Entrei e saí, voluntaria e involuntariamente, do gabinete do então coordenador umas dezenas de vezes para conseguir uma tabela de equivalências que o satisfizesse a ele e não a mim. Assisti a desistências de colegas que já tinham sido colocados e a caras de desespero de tantos outros que saíam do gabinete para o qual eu ia entrar. A mesma cara com que eu sai sempre até à última semana antes do meu voo para Amesterdão, quando consegui o que tanto me fez subir escadas: uma assinatura. Parti então com um plano de equivalências que continha coisas como: Métodos Numéricos “equivale a” Advanced Multimedia. Ou seja, tanta intransigência e inflexibilidade demonstraram-se, por fim, incoerentes. E foi aí que tudo começou. Sem qualquer ponta de exagero, foram seis meses que mudaram a minha vida. Sei que soa a cliché, mas assim foi. Na minha humilde e pontual experiência (certamente outras serão diferentes) o meu período Erasmus valeu-me de duas coisas: 1) recuperei o orgulho em ser português, mas 2) não tenho medo rigorosamente nenhum em sair do meu país à procura do que este não me oferece. Pode parecer arrogante, mas é

a mais pura das verdades. Acabado o período Erasmus e com ele o curso, matriculei-me num mestrado na Universidade Bologna, a universidade mais antiga da Europa e uma das melhores cotadas. Esta seria a parte em que falava mil maravilhas da minha nova casa. Mas não. Todos os defeitos que encontrava na UM e em Portugal, encontrei-os a triplicar na UNIBO, a universidade de Bolonha, e em Itália: maior distancia entre o aluno e o professor, mais formalidades, burocracias desnecessárias e uma desorganização inacreditável. Ao fim de um ano e meio frequentando as cadeiras nucleares, resolvi escrever a minha tese em Barcelona, onde actualmente me encontro a fazer um estágio no PRBB (Barcelona Biomedical Research Park). Estou contente com as condições oferecidas aqui, mas não é essa a mensagem que quero transmitir. Durante a minha passagem por Bolonha e Amesterdão, além de me aperceber do que um português tem de diferente do resto do mundo, incluindo qualidades e defeitos, percebi o desprezo que sofremos por grande parte dos nossos professores em Portugal ou na Universidade do Minho. O que quero transmitir é que, actualmente, um coordenador Erasmus não me provocaria hesitação em embarcar numa experiência no estrangeiro; hoje, um coordenador Erasmus teria de lutar para que eu continuasse a estudar na instituição que representa, depois de regressar do estrangeiro. É importante para a evolução pessoal que vivamos ambientes diferentes, mentalidades diferentes e outras coisas diferentes, mas isso só valerá de algo ao país se nós, quando mudarmos, quisermos voltar a este e, assim, importar a diferença. Acho que isso não acontece na maioria dos casos que conheci e, a meu ver, uns dos grandes culpados são os professores. Os professores vivem dos alunos e não o oposto. Os professores têm culpa no cartório neste novo sussurro que a classe estudantil repetiu aos gritos no dia 12 de Março. A culpa da falta de garra e atitude nos que ficam e a perda dos que saem é, também, dos professores. Lembro-me do que um dos melhores professores existente na LEI uma vez perguntou à turma: se sabia qual era o principal papel de um professor. Depois de várias tentativas de resposta falhadas, o professor respondeu: “Motivar!”. Nem mais! Como podem exigir a um adolescente que estude e tenha vontade de trabalhar, que faça crescer dentro dele uma garra sem medo de enfrentar o desconhecido e procurar o inacessível, se este mesmo foi educado por acostumados dinossauros sem motivação para ensinar? Mas tu podes exigir isso deles mesmos e, caso não to dêem, vem cá para fora. Mas, não te esqueças, tens o dever de voltar um dia e contribuir de alguma forma. Caso contrário, só ficam os acomodados que nada de novo esperam do país.  João Moura


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Personalidade do Mês|Nuno Veloso Para contar como vim parar à Demotix, em Londres, teria de revisitar duas épocas da minha vida. A mais recente, a minha passagem por LESI/LEI, onde essencialmente aprendi a aprender por mim. Isto, muito por culpa do empurrão de alguns professores, de muitos colegas, e também pela minha sede de conhecimento. Desta forma, a minha vontade de participar em núcleos como o CeSIUM, CAOS, DB2 Student Groups, etc, foi o porto de partida para a minha viagem através do Open Source. A minha real imersão no Drupal (ainda na sua versão 5), foi no âmbito de LI4, que na altura me valeu uma bolsa da SAPO Codebits (já agora aproveito a deixa para convidar-te a submeter o teu projecto de LI4 à Codebits!). Inicialmente queria seguir uma carreira mais académica, mas por motivos de força maior lá comecei a trabalhar, numa empresa que me ajudou a cimentar o meu gosto pelo Drupal, a BloomIdea. Como se costuma dizer no meio Drupalista, vim pela tecnologia e fiquei pela comunidade. A juntar a isto, a minha longa passagem por Bruxelas, onde cresci. Bruxelas é um constante “meltingpot” cultural e linguístico. Bruxelas é dos Belgas divididos e da Europa unida; é de todos e não é de ninguém. Essa mistura peculiar fomentou em mim um estado de espírito de constante mudança: atingindo um objectivo, há logo que procurar o próximo desafio. O que hoje foi uma vitória, amanhã será apenas mais uma lição aprendida para poder escalar a próxima falésia. Um dos desafios a que me propus foi voltar ao meu país e ver o que ele tinha para me oferecer. Para além das malas, levei comigo o melhor que aprendi lá: nada se deve assumir como adquirido. Voltando então ao início, decidi misturar o Drupal a este estado de espírito que sempre me habitou e que (praticamente) nunca encontrei em Portugal, e decidi procurar servir uma causa de bem maior. Pelo caminho, tive a oportunidade de trabalhar na Bang & Olufsen, na Dinamarca, ao abrigo do programa CD-DIP, que quase me puxou para fora do Drupal. Felizmente passei em todas as fases de uma entrevista para um anúncio que dava pelo nome de “Exciting world changing project

seeks enthusiastic Drupal developer”. E, do dia para a noite, estava eu a trabalhar para a Demotix. Tenho a sorte de poder trabalhar no que gosto, num projecto que considero muito meu. Tenho a sorte de todos os dias poder aprender algo de novo, tanto a nível pessoal como profissional. Acho que cada um deveria fazer o mesmo, sempre tendo em mente que é de baixo que se começa, e não cair na tentação de misturar gula com ambição. Há muito bons projectos desenvolvidos em Portugal, tanto web como em outras áreas tecnológicas. O problema é a falta de marketing. Acontece como no sector vinícola: Portugal tem na sua maioria melhores vinhos do que a França, por exemplo, mas tem péssimo marketing. Depois claro que os vinhos Franceses são mais conceituados, mesmo sendo de qualidade inferior. Falar e mostrar raramente vende; provar e convencer é que resulta. O mesmo se aplica ao teu talento, ao teu trabalho, aos teus projectos. Infelizmente em Portugal, como na Europa, há bastante “exploração de talento”. Muitas empresas aproveitam-se de recém-licenciados na nossa área para obter mão-de-obra “barata” mas qualificada. Não se deixem convencer pelo “investimento na formação”, pois sejas júnior ou sénior, estarás sempre a aprender. Crise ou não, é inaceitável ver empresas em crescimento a gastar milhares de euros para apetrechar os escritórios com iMacs, ecrãs, projectores, entre outras inutilidades, e torcer o nariz para pagar o justo valor ao empregado. Pessoalmente, acho que há bens mais importantes do que a remuneração, mas digam o que disserem, continua a ser o principal meio de reconhecimento do esforço. A boa vontade não enche barrigas. Espero sinceramente que a nossa geração (rasca?) possa mudar muitas mentalidades e moldar uma indústria mais sustentável. Mais do que cadeiras, notas, ou até canudo, o que realmente importa é o que fazes do que te dão, seja bom ou mau. Mais do que ser melhor do que todos, o que realmente importa é seres melhor do que ti próprio. Estas foram as coisas mais importantes que aprendi em LESI/ LEI, quais foram as tuas? Sobre Mim Eterno expatriado, sempre andei de malas aviadas, entre Portugal, Bélgica, França, Dinamarca e Reino Unido. Estou sempre à procura de quando, onde e como será o meu próximo grande desafio. A informática é apenas parte da minha vida. Para além de História e Geografia, sempre me interessei por línguas e culturas estrangeiras. Tenho a sorte de ser fluente em 4 línguas e “arranhar” outras 2. Quando não tenho Drupal ou cafeína a correr nas veias, gosto de tocar guitarra, cozinhar e ler. Hoje em dia, uma pesquisa no Google já permite saber o que quiserem sobre mim. Poderão facilmente encontrar-me no Twitter (@nunoveloso), ou em qualquer internet perto de si.


Março/Abril 2011 /log/CeSIUM 7 Sobre a DEMOTIX A Demotix é um portal de jornalismo cidadão, assim como uma agência de notícias. Fomos apelidados de “Jornalismo do séc. XXI” (The Telegraph); o HuffingtonPost diz que “estamos a mudar a forma de reportar notícias”; a TechCrunch pensa que estamos a “re-inventar o conceito de notícia”. A empresa foi fundada para promover a liberdade de expressão e a liberdade de informação pelo mundo fora. Ajuda amadores e profissionais - todos cidadãos - a partilhar e licenciar as suas reportagens com o Mundo, através do seu site ou de media tradicionais. Somos a única agência a ter repórteres em todos os países reconhecidos pelas Nações Unidas. Sobre o Meu Site O meu site nunoveloso.eu é mais um cantinho que tenho na internet. Estou neste momento a reestruturá-lo e mover o blog para outro sítio mais ou menos anónimo, e desligado da tecnologia. Acho que é algo que todos os alunos de LEI devem fazer: criar um site, mesmo que seja apenas pela curiosidade de experimentar algo de novo.

UCE’s de Mestrado Engenharia de Linguagens A UCE de Engenharia de Linguagens está dividida em 4 módulos complementados por um Projecto Integrado que engloba os vários conhecimentos adquiridos. Aprendem-se diversas técnicas ao longo da UCE, tais como a capacidade de extrair conhecimento de linguagens naturais, gerar, gerir e utilizar documentos estruturados (como bibliotecas ou arquivos) ou ainda a criação de linguagens para resolver problemas de domínio específico. Existem várias disciplinas da Licenciatura que, de certa forma, se relacionam com esta área e que introduzem alguns conceitos necessários, sendo que a que provavelmente mais se destaca é a de Processamento de Linguagens. Esta é uma UCE bastante abrangente na área de processamento de linguagens e geração de código, mas um dos pontos de realce é a filosofia de resolução dos problemas de uma forma estruturada e organizada, seguindo um raciocínio um pouco mais formal. Também como UCE secundária é um óptimo complemento para outras áreas, incluindo Métodos Formais e Análise e Concepção de Software. Pedro Faria

Computação Gráfica De um modo geral, a UCE de Computação Gráfica (CG) visa expandir os conhecimentos adquiridos na cadeira de Computação Gráfica do 3º ano da Licenciatura de Engenharia Informática. CG integra aspectos como as tecnologias avançadas de programação, a geometria computacional, a visão por computador, as técnicas de iluminação e síntese de imagem e a construção de mundos virtuais. Apesar de quase sempre se ligar a área de Computação Gráfica a jogos, esta tem diversas áreas de aplicação: arqueologia e herança cultural, arquitectura, visualização científica, animação e efeitos especiais, cenografia virtual, cartografia e navegação geo-referenciada, simulação, etc. É uma UCE que exige muito tempo e empenho e nem sempre é leccionada da melhor forma sendo, no entanto, gratificante pelos resultados obtidos nos trabalhos . Jaime Campos

Sistemas Distribuidos A UCE de Sistemas Distribuídos, no que toca ao conteúdo leccionado, corresponde às expectativas que tinha no início do ano. Tem um bom e bem definido plano de estudos e fornece desde muito cedo uma visão sobre os Sistemas Distribuídos completamente diferente daquela que levamos da licenciatura. O corpo docente é bom, as aulas costumam ser agradáveis e tem uma forte componente prática, o que facilita bastante a aprendizagem das matérias leccionadas.

André Barbosa

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A UCE mostra, também, alguns pontos fracos no que toca à organização ou, neste caso, a falta dela. Penso que devia haver mais momentos de avaliação - e com datas bem definidas desde o início de cada semestre - de forma a motivar o estudo. Assim, para quem está a fazer duas UCE’s, esta acaba por passar para segundo plano.


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uBuntu CoM EstE ElEGantE rElÓGio!

instalar. A instalação de fontes no Ubuntu é extremamente simples, pois basta dar duplo clique com o mouse em cima do ficheiro da fonte. Sendo assim, comece por visitar http://www.dafont. com/neuropol.font e depois clique no botão Download. Neste artigo é apresentado um simples, mas elegante, relógio que fica integrado no seu ambiente de trabalho. O relógio é feito através de um script do Conky e dará um toque elegância ao seu Ubuntu de uma forma muito simples. Por ser através do Conky, o resultado será bastante Depois da transferência concluída, dê duplo clique light no sentido de que gastará muito poucos recursos. para abrir o ficheiro compactado. Serão apresentados O procedimento de instalação deste relógio é muito dois ficheiros e deverá dar duplo clique no ficheiro “NEUsimples e rápido tal como este artigo. Por isso, se quer ter ROPOL.ttf“. um visual semelhante ao da imagem de cima continue a ler e descubra duas versões deste relógio, para ambientes escuros e para ambientes mais claros. Será apresentada uma janela semelhante à da imagem abaixo e deverá clicar em “Instalar Fonte Este relógio do Conky, extremamente simples mas bastante elegante, foi feito pelo utilizador Samuel e disponibilizado no fórum do Ubuntu no Orkut. Na altura da publicação teve um certo furor entre a comunidade que mereceu a atenção do Ubuntued para fazer um artigo. Por isso, desde já, agradecemos o excelente relógio que o Samuel nos proporcionou! Sobre a instalação deste relógio, esta é dividida em 3 partes: a instalação do Conky, para os utilizadores que ainda não a tiverem; a instalação da fonte que proporciona aqueles números estilosos; e, por fim, instalação do script do Conky.

PRÉ-REQUISITOS INSTALAÇÃO DO CONKY Tal como referido, para ter este excelente relógio no seu ambiente de trabalho, de uma forma basta económica ao nível de recursos, precisa de instalar o Conky. O Conky é uma excelente aplicação, bastante personalizável, que permite apresentar no ambiente de trabalho quase tudo o que o utilizador quiser. Para saber mais sobre essa excelente aplicação e para saber como a instalar, recomendo vivamente que veja este artigo: Conky, o gestor de sistema para a área de trabalho (http://ubuntued.info/conky-o-gestor-de-sistema-para-aarea-de-trabalho)

INSTALAÇÃO DO RELÓGIO Depois de ter todos os pré-requisitos satisfeitos, ou seja, depois de ter o Conky e a fonte instalados pode proceder efectivamente à instalação do relógio. Esta instalação não é mais do que fazer download de um ficheiro e guardá-lo com um nome exacto na sua Pasta Pessoal. Como este relógio tem a particularidade de ter um efeito de brilho, neste artigo são apresentados dois conky’s, um para visuais mais claros e outro para visuais mais escuros. Por fim, ainda é apresentado o sítio onde pode definir as cores que quer utilizar, caso não goste de de nenhuma das soluções. RELÓGIO PARA AMBIENTES CLAROS Relativamente ao relógio para ambientes mais claros, esse relógio tem o aspecto exactamente igual ao da primeira imagem do artigo. Se gosta deste relógio a instalação é muito simples. Basta clicar neste link(tecla da direita do mouse e escolhendo “Salvar link como”) e fazer download para a sua Pasta Pessoal com o exactamente este nome: “.conkyrc“. Depois de guardado, reinicie ou inicie o Conky e terá imediatamente o relógio no seu ambiente de trabalho.

RELÓGIO PARA AMBIENTES ESCUROS Caso utilize wallpapers mais escuros, talvez seja melINSTALAÇÃO DA FONTE hor utilizar um relógio com cores diferentes. Assim recoEste relógio apresenta um visual bastante moderno mendo que faça download deste ficheiro. Tal como referido através de uma fonte chamada Neuropol. Por padrão o no parágrafo acima, a instalação é muito simples e passa Ubuntu não tem esta fonte instalada, por isso, precisa de a por guardar (tecla da direita do mouse e escolhendo “Sal-


Março/Abril 2011 /log/CeSIUM 9 var link como”) o ficheiro exactamente na sua Pasta Pessoal e com o exacto nome “.conkyrc“. Depois disso é só reiniciar o Conky.

aGEnda Cultural Curso de Iniciação à Fotografia

Tiago Thedim 5, 6 e 13 Abril, Anfiteatro A2 do DI 7,5€ sócios e 25€ não-sócios, inscrições no CeSIUM

COMO PERSONALIZAR O RELÓGIO? Não gostou das cores das duas possibilidades apresentadas acima? Não há problema, nesta secção explica-se como modificar as cores para algo mais apelativo para si. Para começar, faça download deste ficheiro e guarde-o na sua Pasta Pessoal com este nome “.conkyrc“. Depois disso, abra a Pasta Pessoal e, para ver o ficheiro que está oculto, faça a combinação de teclas CTRL+H. Depois disso, procure pelo referido ficheiro e dê duplo clique com o mouse para abrir o Editor de Texto.

Braga Geek Nights

Encontro de Abril 5 Abr 21,15h, Velha-a-Branca Encontro

“Rio Grande”

(1950) John Ford 6 Abr 21,45h, Velha-a-Branca Cinema

Do amor e dos dias

Camané 7 Abr 21,30h, Theatro circo, 12,5 e 15€ Música

E tu Gostas de Histórias?

Quando o Editor de Texto estiver aberto, deverá procurar por estas duas linhas que definem as cores do Conky: default_color 191919 default_shade_color CCCCCC Estas duas linhas indicam, respectivamente, a cor de fundo e a cor do “brilho” do relógio. Para mudar as cores, basta modificar os valores 191919 e CCCCCC para valores de outras cores que prefira. Para saber os valores das cores, recomendo que veja esta página. Depois de modificar, basta salvar o ficheiro e ver o resultado imediatamente, sem reiniciar o Conky.

Abertura Exposição de Pintura em Cerâmica de Susana Leite 9 Abr 17:00, 100ª página Exposição

Olhar ver filmar

Oficina de realização 12 a 16 de Abr 10h, Theatro Circo, 15€ Workshop

“Testamento Vital”

Apresentação do livro de Laura Ferreira Santos 13 Abr 18,30h, 100ª Página Apresentação

“Mogambo”

(1953) John Ford 13 Abr 21,45h, Velha-a-Branca Cinema

XXI FITU – BRACARA AVGVSTA

Tuna Universitária Do Minho 15 e 16 Abr 21,30h, Theatro Circo, 3 a 17 € Música

Por exemplo, a imagem acima, é resultado da escolha destas duas cores: default_color 6633CC default_shade_color 009966  http://ubuntued.info/ Cláudio Novais

Para BrEvE CoM o CEsiuM ENEI 2011

O Centro de Estudantes de Engenharia de Sistemas e Informática da Universidade do Minho (CeSIUM) está a organizar uma viagem para

Exposição de Diane Dyckhoff Até 17 de Abril, Mosteiro de S.Martinho de Tibães Exposição

Concerto à La Carte (reposição) 30 Abr 21,30h, Theatro Circo, 6 a 12 € Música

“Recollection”

Mix media, por Diogo Landô Até 4 Mai, Velha-a-Branca Exposição

o Encontro Nacional de Estudantes Informática (ENEI), em Vila Real. As inscrições como grupo estão disponíveis no site do ENEI devendo os dados ser enviados para o e-mail do CeSIUM. Os preços vão desde 3€ para sócios do CeSIUM, 6€ para estudantes de LEI, MEI, MI, MERSCOM, MBioInf, MES e 10€ para outros.

Formação RoR3

O CeSIUM está a promover uma formação de desenvolvimento Web focada na linguagem de programação Ruby e no framework Ruby on Rails 3. A formação será de 25 horas e vai estar a cargo de Miguel Regedor. As inscrições estão abertas até 10 de Abril no site do CeSIUM, havendo já poucas vagas por preencher. O preço da formação é de 150€ para não sócios e 49€ para sócios do CeSIUM.


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Críticas

Cinema|Whatever Works

Em 2009, Woody Allen ofereceu-nos mais uma pérola do seu longo percurso na sétima arte. Uma comédia, escrita e dirigida por ele, tem Larry David (Boris) e Evan Rachel Wood (Melody) nos papéis principais. “Whatever Works” é, então, a história de Boris Yelnikoff, um velho entediado com a vida e a falta de inteligência que vê nas pessoas que o rodeiam. Considera-se o único capaz de perceber o caos do universo e a pequenez das aspirações humanas: “I’m the only one who sees the whole picture. That’s what they mean by genius”. Até que, por acaso, encontra Melody, uma rapariga nova, frágil e inocente que o faz voltar a pensar em apaixonar-se. Depois de uns anos pela Europa, de onde surgiram ícones como “Matchpoint” e “Vicky Cristina Barcelona”, Woody Allen volta ao seu país e, sobretudo, à sua cidade, Nova Iorque. Os ares europeus deram ao realizador um certo rejuvenescimento, uma nova cor e, direi, mais preocupação com padrões de beleza. “Whatever Works” é um retornar às origens, à conjugação dos ingredientes que compõem a receita cinematográfica que Allen cozinha como ninguém: é o realce de Nova Iorque, é a alusão aos Realizador problemas maritais e à infidelidade, a abordagem cómica que atribui Woody Allen aos problemas banais. Mas é sobretudo a conversa intelectual, a Duração problematização de grandes temas, a necessidade de pôr con92 min stantemente em cheque crenças religiosas, políticas e pessoais. Larry David, para muitos o alter-ego de Allen, representa Género na personagem de Boris todo o estilo brilhantemente inteliComédia gente que prende o espectador aos diálogos que preenchem Nota vários dos seus filmes. Não é um Annie Hall (Óscar para Mel7.5 hor filme em 1977) nem tem uma musa como personagem principal feminina – recorde-se Diane Keaton durante muitos anos, e Scarlett Johansson, mais recentemente. Tem, pelo contrário, uma nova cara, uma Melody, que traz Evan Rachel Wood numa faceta simples e angelical. Com Boris, Allen alerta todo o público – para quem a personagem fala directamente – para a efemeridade da vida: “qualquer amor que possas receber ou dar, qualquer ponta de felicidade que consigas roubar ou proporcionar, o que funcionar”. “Whatever Works” é Woody Allen: é humor inteligente, requintado e, admito, elitista. Inês Espojeira

Livro|Admirável Mundo Novo

Neste romance dos anos 70, Aldous Huxley coloca-nos uma questão que prevalece sem resposta nos tempos de hoje. Numa perspectiva completamente fictícia, o autor de “Brave New World” dá-nos a conhecer uma realidade nova, pensada ao pormenor e muito bem estruturada, que nos leva a ponderar: “e se fosse possível?”. Tendo por base a dicotomia “liberdade versus felicidade” este livro transporta-nos para um futuro (arrisco-me a dizer) um pouco sombrio. São abordados aspectos como a clonagem, a discriminação social, a submissão irrevogável às ideias de outrem e a lavagem cerebral de dogmas inexplicados. A sociedade é regida por leis simples mas obrigatórias. As crianças de laboratório são condicionadas e treinadas a segui-las. A comunidade hierarquizada é a solução para atingir a “felicidade máxima”. Deparando-nos com um mundo em que as palavras “Pai” e “Mãe” são tidas como nojentas e perversas e a solução para tudo são uns gramas de soma (leia-se droga ou, para os mais sensíveis, remédio), cada um de nós se pergunta: preferíamos ser um Alpha, um Épsilon ou um Selvagem? Pessoalmente, não sei responder, mas desafio qualquer um a tentar. Um livro de ficção muito interessante pelas ideias que desperta e também pela notável cultura que o autor transmite. Sob a forma de caricatura, são referidas inúmeras personalidades da história mundial como Freud, Karl Marx, Lenin e Shakespeare. Absolutamente fantástico! Madalena Gonçalves

Autor Aldous Huxley Género Romance Ano 1932


CD|James Blake

Março/Abril 2011 /log/CeSIUM 11 Clássico + futurista = James Blake “E se 2011 fosse o ano de James Blake?” perguntava o Ypsilon há umas semanas. Pode parecer presunção mas o jovem britânico assim o promete: quando corria apenas o segundo mês do ano, James Blake lançava “James Blake”, o álbum homónimo que não deixou nem o Reino Unido nem o resto do mundo indiferentes. Em 2009, o rapaz de agora 22 anos lançava “Air & Lack Thereof”, um vinyl que o lançou para as bocas do mundo. Assim, em 2011, já todos esperavam o primeiro álbum, e todos esperavam a obra-prima que James mostrava ser capaz de construir. O silêncio, a confusão de sons intercalada com o sussurro; o que James propõe com este álbum é uma sonoridade só sua, de tonalidades singulares. Com pinceladas em “I Never Learnt to Share” que lembram Álbum Jeff Bucley, destaca-se pela emoção na voz e pela batida que acomJames Blake panha o próprio batimento cardíaco. Banda Ao avivar um dubstep já provado por nomes como ‘The XX’, James James Blake Blake cria um ambiente minimalista, uma atmosfera inconfundível de Género emoção reprimida ao piano e nos agudos que impõe à sua memorável Electrónca, Experimental voz. Ano “Unluck” abre o álbum e, com uma melodia calma e repleta de signifi2010 cados, a face emotiva de James Blake. Oferece pormenores de produção, de melodia e encadeamento sonoro que não passam imunes a um ouvinte mais atento e que lhe sugerem um envolvimento notável na interiorização do álbum. Há silêncios e misturas electrónicas. Há mudanças de intensidade e sons experimentalistas. “Limit to your love” é uma versão da canção da canadiana Feist, em que James liberta toda a emotividade a um piano que pecaria se estivesse mais perfeito. Composto, gravado e produzido totalmente por ele, “James Blake” é um álbum introspectivo que revela do músico uma sensibilidade melódica fora do comum. Será este som, ao mesmo tempo revivalista e futurista, o som de 2011? Inês Espojeira

Empreendedorismo na UMinho No passado dia 21 de Março decorreu o primeiro seminário sobre empreendedorismo organizado pelo Liftoff, Gabinete do Empreendedor da Associação Académica. Com o tema “Initiation Brainstorms”, este seminário contou com a colaboração de docentes e alunos empreendedores da University of Texas at Austin e da Carnegie Mellon University. Das diversas sessões foram ouvidas muitas ideias e conselhos para os futuros empreendedores. Foram apresentados programas como o “Project Olympus” e o “3 Day Startup” que apoiam os alunos neste sentido providenciando espaço, materiais, conhecimentos e contactos para lançar pequenas empresas. Com estes apoios, os alunos conseguem mais rapidamente passar da fase de pesquisa para o mercado em si. Mesmo não tendo ideias empreendedoras, os alunos podem simplesmente candi-

datar-se a estes programas e juntar-se a grupos que precisem de mais pessoal. Alguns alunos e ex-alunos da Universidade do Minho também participaram no seminário e falaram sobre as suas experiências profissionais e como conseguiram alcançar o sucesso no mundo empresarial. Em desfecho, este seminário promoveu a interacção entre empreendedores e alunos, onde os últimos puderam apresentar as suas ideias e pedir opiniões e conselhos aos mais experientes na área. Ao que parece, Empreendedorismo é uma das palavras chave do momento e a UMinho, em conjunto com a AAUM, está visivelmente a apoiar os alunos que pretendam seguir este caminho.  Madalena Gonçalves

Resposta do problema dos três chapéus É branco.Se o homem de trás tivesse visto dois chapéus pretos, teria sabido que o seu era branco, mas não foi assim. Portanto, havia à frenmte dois branco, ou um branco e um preto. Sabendo isto, se o do meio tive-se visto um preto, teria sabido que o seu era branco, mas não o soube; logo, viu que o primeiro homem tinha um chapéu branco. Seguindo este raciocinio o homem da frente sem ver nenhum chapéu, soube que o seu era branco.


12 /log/CeSIUM Março/Abril 2011

Passatempos

CRÓNICA Foram-vos ao cérebro? No passado dia 24 de Março celebrou-se o dia do estudante e, para simbolizar este dia e as várias injustiças que estão a acontecer no ensino superior, várias académicas de todo o país decidiram organizar um protesto na Direcção Geral de Ensino Superior (DGES), em Lisboa. Pretendia-se encher o livro de reclamações da DGES com protestos dos alunos. Até aqui tudo impecável: autocarros de graça, comboio montado e informação disseminada por todo o lado sobre esta intervenção. No entanto, dia 23 de Março, pelas 21:30, recebo uma chamada a dizerem-me que afinal não há pessoas inscritas para encher um autocarro... Esperem um pouco, afinal o que é que esta gente quer? Choram-se por não terem as bolsas que merecem, choram-se pelas injustiças, choram-se por não ter dinheiro para comer enquanto estudam, choram-se porque acham que devem chorar, choram-se...e quando lhes dão a oportunidade de se manifestarem e marcarem posição ficam em casa ou então como me disseram: “É pá, é numa quinta, hoje vou para o BA, vou estar todo aterrado amanhã...”. Por vezes pergunto-me se foram ao cérebro dos jovens portugueses, se lhes tiraram a capacidade de racionar os seus próprios problemas e de pensarem nos mesmos com espírito de resolução própria. A indiferença pela diferença, quando toca aos outros, é mau e preocupante, mas quando chegamos ao cúmulo da indiferença pelas nossas próprias diferenças deixa-me bastante preocupado. Pior ainda quando olho para a juventude como um espelho do que anda pela Assembleia da República! Roberto Machado, presidente do CeSIUM

5 Casas Diferentes, 5 Vizinhos Diferentes

Temos 5 casas, uma de cada cor. Cada casa tem um dono de nacionalidade diferente. Os cinco donos bebem uma bebida diferente. Nenhum dono tem a mesma mascote, fuma a mesma marca ou bebe o mesmo tipo de bebida do outro. A partir dos seguintes dados adivinhe quais as caracteristicas de cada casa e de quem lá vive. 1. O norueguês vve na primeira casa, junto à azul. 2. O que vive na casa do centro bebe leite. 3. O inglês vive na casa vermelha. 4. A mascote do sueco é um cão. 5. O dinamarquês bebe chá. 6. A casa verde está imediatamente à esquerda da branca. 7. O da casa verde toma café. 8. O que fuma PallMall cria pássaros. 9. O da casa amarela fuma Dunhill. 10. O que fuma Blend vive junto do que tem gatos. 11. O que tem cavalos vive junto do que fuma Dunhill. 12. O que fuma BlueMaster bebe cerveja. 13. O alemão fuma Prince. 14. O que fuma Blend tem um vizinho que bebe água.

Sequência

Que letra é a seguinte da sequência?

UDTQCSSON_

Carpinteiro Geométrico

O carpinteiro Mateus tem de tapar um buraco quadrado, mas não lhe resta nenhum pedaço de madeira do mesmo tamanho. Apenas dispõe de um quadrado e quatro triângulos cujas bases medem o mesmo que cada um dos lados do quadrado que se pretende tapar. Como deve colocar os cinco pedaços de madeira de modo a formar um quadrado?

Irmãs

Duas irmãs tem idades diferentes. Se acrescentarmos três vezes a diferença das suas idades à diferença dos cubos das suas idades, obtemos outro cubo como resultado. Quais as suas idades?

 José Moreira e Ricardo Correia

DIRECÇÃO Inês Espojeira

FICHA TÉCNICA REVISÃO

EDIÇÃO GRÁFICA

Madalena Gonçalves

Hugo Frade

Sítio do CeSIUM: http://CeSIUM.di.uminho.pt


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