www.chezfrance.com.br Revista Chez France / Edição 5 / Agosto 2013
Chez France REVISTA
o art de vivre da França na sua casa
Côtes du Rhône a região especial de agosto
Ainda nesta edição Gastronomia com Chef Jean-Luc Banzo do Le Clos de la Violette
O que a Chez France tem feito no Brasil.
Didier Dumont, nosso entrevistado do mês e muito mais
Editorial
Côtes du Rhône
é a região de agosto by Chez France Agosto é, sem dúvida, um mês marcante. Por isso, escolhemos a região de Côtes du Rhône para apresentar nesta edição. Afinal, nela são encontrados os melhores vinhedos do sudeste da França. Mas não somente isso. O cuidado com o qual os produtores desenvolvem seus vinhos dá origem a rótulos de personalidade forte. Nesta edição, conheça um pouco mais sobre nosso vinho do mês, o La Garelle Tinto, e sobre a vinícola que o produz, ambos marcados pelo rigor de Christophe Harder, diretor comercial do Domaine La Garelle. Em agosto, Christophe chega ao Brasil para apresentar seus vinhos, juntamente com a Chez France. Além disso, a edição de agosto traz artigos de Ivo Ribeiro, proprietário do restaurante Tordesilhas de São Paulo, e de Didier Dumont, proprietário do Domaine Rouvre Saint Léger, localizado em Côtes du Rhône. Na seção Acontece na França, trazemos ideias de eventos, festivais e exposições que acontecerão nas terras francesas. Já no Acontece Brasil, apresentamos uma breve cobertura de alguns eventos realizados pela Chez France e convidamos vocês para os próximos que ocorrerão neste mês.
2 Revista Chez France - agosto 2013
Por fim, a Chez France está trazendo mais novidades diretamente da França. A princípio, sete novos rótulos estão chegando à nossa loja. São opções escolhidas especialmente pelo sócio francês da empresa, Philippe Ormancey. Em breve, outros vinhos também serão integrados ao nosso portfólio de produtos. Acesse nosso site e fique ligado. Chez France. francês.
Especial
como
Um grande abraço, Márcio Horta & Philippe Ormancey
vinho
Em agosto a
Chez France está trazendo novidades diretamente da França
7
SETE, PARA SER MAIS EXATO. CONHEÇA NOSSOS NOVOS RÓTULOS.
Conheça os novos rótulos selecionados especialmente por Philippe Ormancey, o sócio francês da Chez France. Suas escolhas mostram o quanto é importante conhecer a fundo o universo do vinho francês.
CONFIRA Philippe Ormancey Sócio Chez France
Revista Chez France - agosto 2013 3
Índice 06. Acontece Brasil
08. Convidado do Mês
Neste mês, o Acontece Brasil mostra a participação da Chez France na Wine Weekend e também o evento no restaurante Parrilla Yannelli. Além disso, apresenta o Ciclo de Degustações que acontecerá durante o mês de Agosto em São Paulo.
Ivo Ribeiro, restaurador e dono do restaurante Tordesilhas, é o nosso convidado do mês. Aqui ele nos fala como foi seu envolvimento com o vinho e como o seu restaurante oferece uma íntima relação com os vinhos a todos os seus clientes.
10. Capa Localizada nas encostas do Rio Rhône, a região Côtes du Rhône possui terrenos muito antigos de qualidade, o que favorece na diversidade de vinhos tintos de sabores condimentados e estimulantes. Além disso, é lá onde se encontram os melhores vinhedos do sudeste da França como também seus vinhos mais afamados.
14 Visite a França
18 Entrevistado do Mês
Viajar é sinônimo de descoberta, e a partir deste mês, exploraremos os diversos lugares do território francês. Nesta edição, vamos falar um pouco mais sobre a inesquecível região de Rhône-Alpes.
O entrevistado desta edição é Didier Dumont, proprietário do Domaine Rouvre Saint Léger, localizado na região Côtes du Rhône. Na entrevista, Didier conta como o contexto cultural de onde nasceu o influenciou a produzir seu próprio vinho.
16 Acontece França Exposições fotográficas, homenagem ao Titanic, festivais e dicas de restaurantes. Não perca as diversas atrações que estão acontecendo em terras francesas.
22 Gastronomia Conhecido por cultivar o bem estar na relação com seus clientes, Jean-Marc também sabe conciliar em sua culinária inspirações do sul e também do mundo. Confira um pouco mais do talento deste chef na receita especial desta edição.
Chez France REVISTA
Espaço do
leitor
o art de vivre da França na sua casa
produzida por Made 4U. Direção Comercial Paula Dutra Direção de Criação Keko Dutra Direção de Arte Joaquin Rodriguez
Como a proposta da revista é criar mais um lugar para trocar informações, não poderia faltar um espaço exclusivo para os leitores. Aqui, publicaremos o que você tem a dizer. Por isso, sinta-se à vontade para nos enviar opiniões, visões, fotos e comentários sobre vinhos Chez France ou sobre a própria revista.
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Brasil
Acontece
A Chez France traz o Art de Vivre francês até o Brasil. Aproveite!
Aconteceu 25/07 a 28/07>
Wine Weekend
Bienal Ibirapuera – São Paulo
De 25 a 28 de julho, a Chez France participou da feira Wine Weekend em São Paulo. O evento foi um excelente espaço para degustar vinhos de todo o mundo. Por lá, era possível entrar em contato com mais de 20 importadores e produtores que buscavam apresentar seus vinhos aos consumidores finais. Para a Chez France, a Wine Weekend foi uma excelente oportunidade de expor vinhos de várias regiões francesas. Tanto é que fomos entrevistados pela Globo News e ganhamos o prêmio de melhor vinho branco da feira com o Cave de Ribeauvillé Gewurztramiwner 2010 da região de Alsace.
confira
Melhor vinho branco Wine Weekend
01/08 >
Evento no Parrilla Yannelli
R. Itapura, 1535, Tatuapé – São Paulo
Em parceria com o restaurante argentino Parrilla Yannellli, a Chez France realizou um jantar com os pratos típicos da Argentina harmonizados com diferentes vinhos franceses de Bordeaux, Loire, Bourgogne e Alsace. Foi um ótimo jantar com a presença de mais de 30 pessoas. Sem dúvida, voltaremos.
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[ Acontece / Brasil ]
eventos do mês
ciclo de degustações 22/08 >
Degustação Le French Bazar Durante o almoço, serão degustados três rótulos de Côtes de Rhône.
23/08 >
Degustação Vinheria Percussi Durante o almoço, todos os clientes terão a oportunidade de conhecer os rótulos do Domaine La Garelle.
23/08 >
Degustação ABS Campinas Para finalizar, uma tarde de degustação dos rótulos com palestra do produtor.
26/07 e 27/07>
Degustação na Associação Brasileira de Sommeliers
Dando continuidade ao trabalho com as diversas ABS do país, a Chez France realiza dois eventos no mês de agosto: • No dia 26, na ABS de Campinas, o encontro será uma degustação de seis vinhos de Côtes du Rhône com a presença de Christophe Harder, proprietário do Domaine La Garelle, o vinho do mês de agosto. • No dia 27, na ABS Litoral em Santos, será realizada uma degustação de seis rótulos da região de Beaujolais.
ABS de Campinas e ABS Litoral
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Nosso convidado do mês
Pelo fim dos preconceitos. Por Ivo Ribeiro
O meu envolvimento com o mundo dos vinhos começou de uma forma bem simples, bem antes de exercer a profissão de restaurador e dono de restaurante. Na adolescência, tomávamos aqueles vinhos de garrafão, que tinham sempre gosto de festa, e muitas vezes, no outro dia, de ressaca brava. Depois, conheci, além dos vinhos alemães de garrafa azul, os Almadéns e Forestier, que eram os vinhos principais nas pizzarias, nas cantinas e nos restaurantes. Afinal, era o que se tinha à disposição e o que podíamos pagar. Mais pra frente, a Miolo e a Salton entraram com força no mercado, apresentando vinhos importados com custos mais acessíveis, e a coisa mudou bastante de figura. O restaurante Tordesilhas, apesar de ter uma história que começou um pouco antes, inicia um trabalho mais articulado com vinhos por volta do ano 2000. Começou timidamente partindo para uma nova etapa de atuação, ao mudar de endereço pela primeira vez, a fim de conquistar clientela e se expor ao mercado de forma mais franca, num processo de afirmação e profissionalismo bem complexo, que só quem tem ou teve a experiência de montar um restaurante conhece. Depois disso, se afirmou como um dos principais restaurantes de cozinha brasileira da cidade e do país, ganhando prêmios dos principais veículos de mídia e reconhecimento do público.
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[ Convidado do mês / Ivo Ribeiro ]
O trabalho com os vinhos teve uma evolução notória e, cada vez mais, o restaurante oferece uma carta de vinhos variada e rica aos seus clientes. O consumo de vinhos também cresceu bastante, jogando por terra o preconceito de que cozinha brasileira só combina com cachaça ou cerveja. Desde a primeira carta, que tinha em torno de 25/30 títulos, até os dias de hoje, a principal marca desta evolução tem sido a consistência dos processos de escolha dos vinhos e a inclusão da brigada, tanto na tomada de decisão, quanto na experimentação dos títulos. Todos os vinhos que entram na carta do Tordesilhas são provados às cegas, pelo menos uma vez, por um grupo de 2 a 3 consultores informais convidados (sommeliers, enófilos, professores de enologia). Os vinhos são solicitados às importadoras e/ou adquiridos em lojas diante de alguns critérios: a necessidade da carta (tipo de uva, região produtora, preço, conhecimento da marca, harmonização com a comida), os comentários em revistas, blogs e publicações especializadas, a degustação em feiras e outras atividades. Depois disso, é pensada uma estratégia de degustação na qual vinhos de faixa de custo, origem e constituição semelhantes são comparados às cegas em prova envolvendo os profissionais convidados. Depois da análise, os vinhos aprovados são avaliados segundo o parâmetro dos custos e de sua adequação à carta. Em um processo transparente e democrático, o Tordesilhas adiciona os vinhos à sua carta. Na tentativa de aproximar tanto o restaurante dos vinhos, quanto as comidas brasileiras a estes produtos, montamos uma confraria chamada Taninos no Tucupi, que se reúne entre quatro vezes por ano para degustações antológicas com pratos da cozinha brasileira. Os componentes
são todos, exceto eu, personagens do mundo do vinho, a maioria jornalistas que têm seus próprios blogs ou colaboram em revistas e jornais especializados. Já fizemos 13 atividades com pratos de norte a sul do Brasil. Experimentamos clássicos, como o Pato no Tucupi, e ainda novidades criadas pela chef Mara Salles, como as Três Carnes do Sertão, que está no cardápio atual, passando por Barreado, peixes amazônicos e sorvetes de frutas do Cerrado brasileiro. Neste sentido, estamos fazendo história, pois é uma iniciativa pioneira e que contribui para que um dia tenhamos fichas técnicas de harmonização com pratos e ingredientes brazucas. Desde quando começou o trabalho com vinhos, o Tordesilhas apostou nos espumantes brasileiros, tanto pela opção inequívoca do restaurante pelo Brasil, quanto porque o espumante é o que de melhor se produz no país na área de vinhos. Contudo, quando mudamos para a Al. Tietê, senti a necessidade de adotar um Champagne. Como um dos princípios que norteia nossa carta sempre foi buscar um custo/benefício interessante, e também porque não queria ficar no senso comum, recorri aos amigos para me trazerem indicações. Um deles me avisou que havia dois produtos muito bons que uma importadora nova trazia, e assim entrei em contato com a Chez France. Provei os Champagnes e adotei o Roger Manceaux Brut Premier Cru, excelente e elegante representante das borbulhas da Grande Dama, a um preço bastante razoável. O que buscamos com tudo isto é o aprimoramento do nosso trabalho, sem enodeslumbramentos, proporcionando ao cliente que vem ao Tordesilhas a possibilidade de escolher vinhos com qualidade, preço acessível, variedade de cepas e de países.
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capa
Côtes du Rhône Climas, solos e castas estão na origem da tipicidade dos vinhos Côtes du Rhône. Mas, muito mais do que a unidade geográfica, foi certamente a vontade humana que forjou a denominação, imprimindo-lhe uma verdadeira personalidade.
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[ Capa / Entretenimento ]
O rio Rhône nasce nas regiões glaciais dos Alpes da Suíça e se dirige para oeste na fronteira com a França. Passando pela cidade de Lyon, se dirige para o sul da França, desembocando no Mediterrâneo, próximo à Marselha. Nas encostas desse trecho francês do rio – as Côtes du Rhône –, encontram-se os melhores vinhedos do sudeste da França e seus vinhos mais afamados. O Vale do rio Rhône
oferece uma variedade de vinhos tintos de sabores condimentados e estimulantes. Essas características são resultado da qualidade do terreno muito antigo. Estudos históricos afirmam que as Côtes du Rhône são anteriores às outras regiões vitícolas francesas. Desde o século I, a qualidade da produção impulsiona o vinhedo em seu lado comercial.
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[ Capa / Domaine + O que beber ]
Domaine
La Garelle
As videiras do Domaine La Garelle se estendem sobre 18 hectares, ao pé da montanha do Luberon, a 35 km de Avignon, entre os vilarejos de Oppède e de Ménerbes, classificado como um dos mais belos vilarejos da França. É um terroir bastante peculiar, arenoso e pedregoso, sobre o qual a videira já era cultivada desde a época galoromana. O Domaine La Garelle produz a AOC Luberon de tintos, brancos e rosés. A elaboração de vinhos de qualidade se tornou prioridade, graças à colaboração de Robert Vlasman e de Frédéric Blanc, diplomado em vitienologia em Montpellier. Algumas parcelas bastante pedregosas que, ao cair da noite, restituem à videira o calor estocado durante o dia, permitem desenvolver toda a leveza dos aromas das diferentes castas,
O QUE BEBER? Indicamos a você o vinho do mês de junho da loja Chez France.
particularmente, os da Syrah. O clima desse terroir é de grandes contrastes: duas estações secas (curta no inverno, bastante longe e marcada no verão) e duas estações chuvosas (no outono, com chuvas abundantes e violentas, e na primavera) constituem uma vantagem excepcional para a cultura da videira. O Mistral assegura um taxa média de umidade bastante baixa, saneando a videira e contribuindo para a sua preservação natural contra doenças. A média de idade das videiras é de 25 anos em AOC e de 15 anos em Vins de Pays (estas últimas passaram por uma reestruturação varietal – Chardonnay, Viognier, Merlot – para resultar em vinhos mais aromáticos). Os rendimentos médios se situam entre 25 e 50 hectolitros por hectare.
Domaine La Garelle Tinto 2008 40% Grenache; 40% Syrah; 20% Carignan. Este vinho tinto possui um nariz marcado por notas de frutas vermelhas e de couro. Sua boca apresenta tons de frutas e especiarias.
compre
[ Capa / Christophe Harder ]
Impressões de um brasileiro
na França Por
Christophe Harder
Nasci no Brasil, mas moro na França desde 2004. Me mudei para este maravilhoso mundo do vinho por causa do meu trabalho. Atualmente, sou o Diretor Comercial do Domaine La Garelle no Luberon, coração de Côtes du Rhône. Sempre soube que, na França, vinho era coisa séria, afinal, é o melhor companheiro de diversas ocasiões. Por isso, é um produto largamente comercializado. Fiquei impressionado na primeira vez que me deparei com um sistema de venda de vinho a granel, isto é, certas vinícolas e cooperativas possuem mangueiras com pistolas para servir vinho em recipientes de 5 ou 10 litros que os clientes trazem de casa. Entretanto, o consumo de vinho vem diminuindo, embora permaneça superior a 50 litros por habitante em cada ano. A tendência é beber menos e escolher rótulos de boa qualidade. Pelas notícias que tenho sobre o mercado de vinho brasileiro, vejo que o consumo – mesmo baixo em comparação com o europeu – vem aumentando, mas a preocupação com
a qualidade já é constante. O brasileiro, cada vez mais interessado no vinho, acaba consumindo produtos melhores e o assunto se torna cada vez mais comum entre amigos. Dessa forma, o Brasil vai direto para um consumo de produtos selecionados por bons importadores ou, ainda, produzidos em território nacional. No Brasil, temos orgulho por sermos representados pela Chez France que comercializa três de nossos vinhos: o Solstice branco (companheiro perfeito de peixes e carnes brancas), o Solstice rosé (frutado, aromático e um excelente aperitivo) e o Solstice tinto (polivalente, vai bem com carnes, queijos, entre outros). Já na França, fiquei igualmente impressionado com a importância do rosé nas mesas. Hoje, sou grande apreciador desse tipo de vinho e não entendo porque o consumo de tal maravilha é ainda muito baixo no Brasil, onde o calor é superior ao da nossa casa em Côtes du Rhône Saúde a todos!
Voyager
Nec Plus Ultra Por Philippe Laplace
A partir deste mês, exploraremos os diversos aspectos para os amantes da França. Viajar é sempre sinônimo de descobertas e o território francês é repleto de lugares deslumbrantes. A região de Rhône-Alpes é uma delas.
Crozes-Hermitage e de Larnage. O vinho tinto é à base de Syrah e pode receber 15% de Roussanne e de Marsanne. Sua cor é sumptuosamente de um vermelho rubi profundo. As adegas Jaboulet são espetaculares e valem uma visita.
Ao norte do vale do Ródano, encontramos a cidade de Lyon. No primeiro século de nossa era, sua posição na rota natural do norte para o sudeste da França se tornou uma via natural e a fez o ponto de encontro das principais estradas de toda a Gália romana. Durante o Renascimento, a cidade se desenvolveu com o comércio da seda, principalmente com a Itália, tanto é que a influência italiana sob a arquitetura de Lyon ainda pode ser vista nos bairros de Saint Paul, Saint Jean e Saint Georges. As traboules, ou passagens secretas, permitiam à população local fugir das invasões até na Segunda Guerra Mundial. Foi nessa cidade também que nasceu Allan Kardec o codificador do Espiritismo. Ela é a capital francesa da gastronomia com uma das maiores concentrações de restaurantes estrelados e de renomados chefs, como Paul Bocuse, Pierre Orsi e Philippe Gauvreau.
Uns vinte quilômetros na direção de Avignon, descobrimos a cidade de Valence. O interesse principal é o famosíssimo restaurante da AnneSophie Pic, um templo da alta gastronomia. Única chef francesa reconhecida com três estrelas no Guide Michelin, ela é herdeira de uma antiga referência da gastronomia, seu avô, André Pic, que conquistou as primeiras estrelas em 1934, e do seu pai, Jacques Pic. Francamente, falar de sabores e paladares sabendo que estou me referindo a este ícone da culinária mundial, não facilita minha tarefa. Experimentei, em 2011, um maravilhoso almoço que superou todas as expectativas. A chef oferece um cardápio em permanente movimento, brilhante e nascido de uma reflexão por novidades constantes. Legumes de quatro horizontes, texturas fundantes e cremosas, os perfumes de Saint-Pierre no vapor acompanhado de consommé de tomate e baunilha de Bora-Bora, lagosta à rhubarbe e, para encerrar, uma sobremesa de figos ao chá verde matcha. Foi difícil resistir a esta elegância. Além disso, o conjunto foi regado pelos grandes vinhos de Rhône e Côtes du Rhône que o sommelier escolhe para harmonizar. Em Paris, seu novo restaurante, o La Dame de Pic, já foi premiado com uma estrela na edição 2013 do Michelin.
Passear na parte histórica, comer num bouchon, tradicional boteco de Lyon, e fazer compras nos Halles Paul Bocuse com seus produtos do terroir são motivos que fazem valer a pena conhecer Lyon. É uma cidade excelente para provar, sentir, ver toda culinária da região em um lugar único. Recomendo sem restrição. Hoje, a cidade surpreende muito. Mais ao Sul, os vinhos da região são famosos e produzidos nos vilarejos de Tain-l’Hermitage, de
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Posso afirmar que tudo isso foi uma experiência inesquecível.
Courchevel é muito mais que uma estação de esqui. Esquiar, sonhar, renovar as energias, desfrutar, badalar... Uma atmosfera única com maravilhosas hospedagens e serviços, restaurantes e vida noturna como somente os melhores lugares do mundo oferecem. Tudo isso nas Três Vallées,
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o maior campo de esqui do mundo dividido em oito estações interligadas.
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Acontece
França A Chez France vai com você até à França. Bon voyage!
eventos 01/07 a 22/09 >
Les Rencontres d’Arles Os trabalhos dos fotógrafos emergentes da bacia do Mediterrâneo apresentam novos pontos de vista sobre o mundo árabe. As fotografias, de alguns dos profissionais mais brilhantes de suas gerações, questionam e buscam os olhares para entregar um recorte livre de estereótipos sobre a identidade sócio-política em que estão inseridas. Arles, Provence www.rencontres-arles.com 29/07 a 25/08 >
Festa das Tulherias
Aberto diariamente. Durante a semana das 11h às 23h45 e às sextas, sábados e em vésperas de feriados das 11h às 0h45. www.feteforaine-jardindestuileries.com
festivais 30/07 a 31/08 >
Pianíssimo
Sunset-Sunside Jazz Club.
60, Rue des Lombards, Paris www.sunset-sunside.com
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[ Acontece / França ]
+ eventos 01/07 a 30/09 > Exposição Titanic Porte de Versailles Na madrugada de 15 de abril de 1912, o maior navio já construído afundou após colidir com um iceberg, causando a morte de mais de 1500 pessoas. Este acontecimento foi capaz de alterar a história da humanidade. Por isso, após um século do ocorrido, Paris presta uma homenagem por meia desta exposição.
05/07 a 26/07 > Exposição Giuseppe Penone Château de Versailles Em 2013, o artista italiano Giuseppe Penone é o convidado de Versailles. Suas esculturas, algumas produzidas especialmente para a exposição, se apresentam para o público na Grande Perspective e no Bosquet de l’Etoile. O artista, líder da arte povera, atende os jardins do palácio com esculturas de árvores nas quais vegetais e minerais se misturam para revelar sua essência.
onde comer? Restaurant Pinxo Perto da Praça Vendôme, está localizado o mundo de Doutounier, um bistrô chique. Por lá, é possível degustar a marcante culinária de Fabrice Dubos por meio dos caldos de camarões enormes; legumes no vapor e ervas tailandesas, como citronela e coentro; as deliciosas lulas recheadas com pés de porco com o fricassê de cogumelos e feijão branco; o salmão selvagem defumado; e rémoulade de granny smith com rábano ou o coração de, servido com carpaccio, molho tártaro ou cozido a la plancha. No almoço, o sabor fica por conta da Grignotage Malin ou a caçarola do dia. Além disso, o restaurante apresenta uma bela seleção de vinhos servidos na taça ou na garrafa. O local oferece um ambiente ideal para fazer compras. Menu Almoço: 21€ A la carte: 50/60€ Rue d’Alger, 9, 1º andar Tel.: 01 40 20 72 00 www.pinxo.fr
Endereço: 5 Rue Coq Héron, 75001 Tel.: 01 42 33 14 74 www.restaurant-kei.fr
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Nosso entrevistado do mês
Didier Dumont
Rouvre Saint Léger e o Brasil Nasci em Avignon, capital da região de Côtes du Rhône. Nem preciso falar que os vinhedos estão presentes em todas as paisagens, as pequenas adegas beiram todas as estradas e o vinho reina em todas as mesas. Apesar de não pertencer a uma família de vinicultores, este contexto cultural, somado à convivência com vários amigos vinicultores, me fizeram rapidamente nutrir o sonho de poder um dia produzir meu próprio vinho. Este sonho se realizou graças a um jovem amigo e vizinho, Adrien Borrelly, que me propôs uma sociedade em um projeto para realizar uma pequena produção de alta qualidade. Vinicultores por 15 gerações no vilarejo de Laudun, a família Borrelly possui uma propriedade de 60 hectares, dos quais selecionamos três dos melhores lotes. Depois, instalamos a cave de vinificação na propriedade La Rouvre (Borrelly) e a adega na propriedade Saint Léger (Dumont), dando assim origem à Rouvre Saint Léger. A grande diferença dos nossos vinhos em relação à maioria dos outros produtores é o fato de trabalharmos em um terroir muito pequeno e de produção pequena. Isto nos permite desenvolver um processo muito artesanal, totalmente manual e muito seletivo em todas as etapas de produção. Dessa forma, garantimos a mais alta qualidade do produto desde a colheita da uva até a montagem das diversas cepas. Prova desta qualidade é que, desde sua criação em 2008, o Rouvre Saint Léger foi premiado a cada ano 18 Revista Chez France - agosto 2013
com medalhas de Ouro e de Prata, em todos os concursos vinícolas na França (Paris, Macon, Orange). Além disso, o Guia Hachette (o mais renomado guia de Vinhos da França) nos concedeu 1 estrela em 2012 e 2 estrelas em 2013. E, finalmente, o famoso crítico de vinhos Robert Parker, que acompanha nosso vinho desde sua criação, nos deu em 2012 uma primeira nota de 90 pontos. Estas recompensas são para nós o reconhecimento da excelência que buscamos dar aos nossos produtos. Faz 20 anos que vivo e trabalho na América Latina, tanto no Brasil, na Argentina e no Chile, como também na Venezuela, na Colômbia e
[ Entrevistado do mês / Didier Dumont ]
no México. Nestes países, pude observar o desenvolvimento dos vinhos do novo mundo, como os chilenos e argentinos, que são varietais, muito agradáveis, frutados e fáceis de beber. Estes produtos simples e de qualidade permitiram abrir novos mercados internacionais em países que não tinham a cultura do consumo de vinho. Trata-se de uma grande conquista. Adquiri a convicção que os vinhos franceses devem se apoiar em seu conhecimento ancestral dos terroirs, em seu savoir faire (know-how) secular da vinificação e da montagem de cepas diferentes para se diferenciar. São estas práticas que originam vinhos mais finos, aromaticamente mais complexos e mais ricos em sensações. Afinal, a busca pela sensação por meio de todos os sentidos representa para mim a essência da Art de Vie à la Française. A França, através dos séculos, desenvolveu esta arte em todos os detalhes do cotidiano: o vinho, a gastronomia, a moda, os aromas, a arquitetura, a arte... Neste contexto, surge a Chez France, uma empresa que tem como missão compartilhar com os brasileiros este estilo de vida francês. Por isso, o Rouvre Saint Léger escolheu ser parceiro da Chez France. O Brasil é um grande país, jovem e dinâmico. O povo brasileiro é curioso e aberto ao multiculturalismo. Isto é uma oportunidade imensa para a França compartilhar sua cultura, sua tradição, seu Art de Vivre e para o Brasil integrar novas culturas como já o fez com a África, com o Japão, com o Líbano, dentre outros. Por esse motivo, o Rouvre Saint Léger e a Chez France têm em comum a alegria e o entusiasmo de viver no Brasil para contribuir com este compartilhamento das sensações.
Didier Dumont e, seu sócio, Adrien Borrelly.
Revista Chez France - agosto 2013 19
CF O canal do vinho francês Seu objetivo é ser mais um espaço de comunicação com nossos consumidores. Todos os meses, produziremos vídeos que explicam nossas seleções de vinhos de forma muito simples. Acompanhe nosso canal e fique por dentro de conteúdos, novidades e dicas sobre a arte de viver francesa.
Climas, solos e castas são fatores fundamentais para a tipicidade dos vinhos de Côtes du Rhône. Mas, muito mais que a estrutura do local, o que imprime a verdadeira personalidade aos rótulos é o cuidado de cada produtor.
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youtube.com/TVChezFrance 20 Revista Chez France - agosto 2013
Co nh a gi re . ão
a região especial de agosto.
a eç
CÔTES DU RHÔNE, Climas, solos e castas são fatoresfundamentais para a tipicidade dos vinhos de Côtes du Rhône. Mas, muito mais que a estrutura do local, o que imprime a verdadeira personalidade aos rótulos é o cuidado de cada produtor.
Château LaVerrerie 2007 AOC Côte du Lubéron
La Garelle Cuvée du Solstice 2009 AOC Lubéron
Domaine de Chantegut Les Clés de La Magnaneraie 2008 - AOC Vacqueyras
CONFIRA Revista Chez France - agosto 2013 21
Gastronomia Jean-Luc Banzo
© Jean-Emmanuel HAY
Com a chef
22 Revista Chez France - agosto 2013
Jean-Marc Banzo divide sua atenção entre seus dois restaurantes: o Le Clos de la Violette, em Aix-en-Provence, e o La Villa Madie, em Cassis. Em ambos os espaços, o chef é conhecido por cultivar o bem estar na relação com seus clientes. Além disso, seus estabelecimentos demonstram a disciplina e a organização que Jean-Marc emprega em suas práticas. Sua culinária é inspirada no sul, mas se mantém aberta para o mundo.
[ Gastronomia / Le Clos de la Violette ]
Le Clos de la Violette
Chegar ao Le Clos já é um prazer em si. O charme do jardim da casa feito apenas para saborear fragrâncias de verão provençal é complementado pela decoração em tons de baunilha e chocolate. Além disso, Brigitte Banzo, esposa do chef, compartilha dos valores do estabelecimento e oferece uma acolhida marcada pela elegância. 10 Avenue de la Violette, 13100, Aixen-Provence Tel.: +33 (0)4 42 23 30 71 Fax: +33 (0)4 42 21 93 03 www.closdelaviolette.fr
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[ Gastronomia / Receita ]
Receita
Lombo de Peixe-Lobo Assado
INGREDIENTES - 4 filés de peixe-lobo, bacalhau ou dourado (160 g cada um); - Máquina para massa de macarrão. Caponata de berinjela - 300 g morilles (cogumelos); - 2 berinjelas; - 1 colher de café de azeitona preta picada; - 1 colher de café de vinagre de Jerez; - 1 colher de café de vinagre balsâmico; - 10 folhas grandes de manjericão picado; - 1 colher de sopa de alcaparra picada; - 1 colher de sopa de pepino em conserva picado; - 2 colheres de sopa de tomate esmagado.
24 Revista Chez France - agosto 2013
para 4 pessoas
Pão napolitano - 1 pão de leite; - 1 mozarela; - 1 ramo de manjerona; - 5 tomates cereja. Vinagrete tomate - 10 pedaços de tomate cristalizados picados; - 1 colher de café de alcaparras; - 1 colher de café de manjerona picada; - 20 ml de vinagre balsâmico; - 15 ml de azeite de oliva. Massa para ravióli - 200 g de massa de ravióli com tomate (100g de farinha, 100g de sêmola fina, 1 colher de café de tomate concentrado, 2 ovos e 1 gema); - 100g de massa de ravióli com tinta de lula (50g de farinha, 50g de sêmola, 10 ml de tinta de lula, 1 ovo e 1 gema).
[ Gastronomia / Receita + Seleção de julho ]
modo de preparo Caponata de berinjela - Picar a berinjela em cubos; - Colocar na frigideira e deixar em fogo baixo com o tomate picado por 10 minutos; - Deixar esfriar; - Temperar com os diversos vinagres, a mistura de alcaparra, pepino em conserva, azeitonas e manjericão. Tiras de ravióli - Passar a massa de ravióli com tomate no laminador, na largura dos rolos da máquina de macarrão; - Fazer espaguetes com a massa com tinta de lula e “colá-los” com a ajuda de um pincel macio umedecido com um pouco de água sobre todo o comprimento da massa esticada da massa com tomate; - Deixar 1 cm de intervalo entre cada espaguete; - Passar novamente a tira de massa pela última vez no laminador para obter um desenho definitivo e cozinhar imediatamente em água fervente salgada; - Escorrer com cuidado; - Cortar cada extremidade e definir tiras retangulares de 15 cm de comprimento; - Formar os raviólis com uma bolsa com bico, colocando um pequeno recheio de caponata de
berinjela sobre a largura da tira de massa de ravióli para baixo e depois enrolar. Pão napolitano - Fazer tiras de pão de leite um pouco espessas e depois dourá-las com a salamandra; - Em seguida, colocar uma fina fatia de mozarela; - Temperar com sal, pimenta-do-reino e colocar os tomates-cereja picados bem finos. Vinagrete tomate - Juntar todos os ingredientes do vinagrete e corrigir o tempero. Cozimento do Peixe-lobo e decoração - Colocar os filés de peixe-lombo com o lado da pele em uma forma com algumas gotas de azeite de oliva. Depois, virá-los e terminar de assar umedecendo-os com algumas colheres de essência de peixe. Decoração e acabamento - Esquentar os canelones no forno; - Colocar o peixe-lobo no centro do prato e depois os canelones; - Derramar o vinagrete de tomate morno; - Colocar o pão de Nápoles; - Servir imediatamente.
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Domaine Glantenet Branco 2009
Este vinho branco possui um delicado nariz floral com um toque agradável de brioche. Sua boca é mineral com um final harmonioso e complexo.
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Revista Chez France - agosto 2013 25
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