www.chezfrance.com.br Revista Chez France / Edição 10 / Maio 2014
os vinhos da presidência Francesa!
// nossa entrevistada Uma conversa com Gabi, a Chef responsável pela elaboração e harmonização de todos os incríveis pratos utilizados nas gravações da TV Chez France.
// convidada do mês
A Professora Sylvia Simão conta toda a história de Provence, região dos vinhos rosés e a escolhida para nossa Seleção do Mês.
// VEJA TAMBém Acontece brasil Acontece França Voyager nec plus ultra Gastronomia
// editorial
e
Márcio hOrta
A primeira edição
do ano começa em grande
estilo
Philippe Ormancey
A primeira edição da Revista Chez France chegou e nada mais justo que oferecer nesta edição novidades surpreendentes para você, nosso querido leitor.
São muitas surpresas para estrear a primeira edição deste ano. Para começar, alteramos a periodicidade de nossa revista, que agora é trimestral, para acompanhar as estações do ano e com isso, reunir assuntos mais específicos e contextualizados para você. Além disso, acrescentamos aos nossos serviços um canal de atendimento, a Chez France Concierge, uma Assistente Pessoal que irá te auxiliar durante sua compra e esclarecer todas as suas dúvidas, atendendo-o da melhor forma possível na sua escolha por vinhos maravilhosos. Também fomos em busca de alguns vinhos muito especiais, apreciados pelas realezas europeias. Estamos falando dos vinhos Châteauneuf-du-Pape, muito apreciados pela Presidência Francesa. Nesta edição você conhecerá toda a história por trás desses vinhos, suas tradicionais técnicas de vinificação, o que os tornaram tão renomados por todo o mundo e muito mais!
Na seção Acontece Brasil você encontrará sugestões de exposições e filmes ligados à cultura francesa que acontecerão ao longo do mês, como também algumas novidades incríveis implementadas pela equipe Chez France, enquanto o Acontece França mostrará a agenda cultural francesa com exposições diversas e shows por toda Paris. Como convidada do mês, temos a honra de ter a presença da Professora Sylvia Simão nos contanto toda a história de Provence, região escolhida para nossa Seleção do Mês. E na seção entrevistada do mês, tivemos uma conversa com Gabi, a Chef de Cozinha responsável pela elaboração e harmonização de todos os pratos maravilhosos utilizados nas gravações de vídeo do Canal TV Chez France no Youtube.
Por fim, aproveite o texto de Philippe Laplace e faça um tour pela região Bourgogne na seção A Matéria de Capa deste mês mergulha no Turismo, e acompanhe a incrível receita de Bolo mundo dos vinhos mais exclusivos do mundo. de Brousse, fornecida pelo chef Jean-Marc Banzo. Conheça a vinícola Domaine du Château de l’Hers do AOC Châteauneuf-du-Pape, produtora Façam bom proveito de nossa revista e até a dos vinhos de grande especialidade e notabili- próxima edição! dade, os métodos que utilizam para alcançar a alta qualidade de seus vinhos, toda a história Márcio Horta e Philippe Ormancey por trás da fama que conquistou ao longo do tempo e a cultura da região onde se encontra.
Chez France REVISTA
o art de vivre da França na sua casa
produzida por Made 4U. Direção Comercial Paula Dutra e Nathália Avelar Direção de Criação Keko Dutra Direção de Arte e Diagramação Joaquin Rodriguez e Cláudio Victor Cardoso Executiva de Contas Mayara Soares Redação/Revisão Sue Ling Silva e Maira Hess Desenvolvimento e Implementação Thiago Ribeiro e Cristiano Soares Mídias Sociais Sue Ling Silva
Equipe Chez France. Sócio Diretor Philippe Ormancey Sócio Diretor Márcio Horta Administrativo Claudilene Silva Consultor de Vinhos Guillaume Turbat Logística Robson Zavarize
#Espaç oLeitor Para você mostrar o lado Art de Vivre francês.
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G u i d o C av a l c a n t i
Re gi na Catão Santos
O Guido descobriu uma excelente combinação entre o Domaine La Garelle Cuvée du Solstice Rosé 2012 e uma deliciosa salada e frango grelhado. Deu água na boca!
A Regina recebeu um presente especial de casamento. Sem dúvida foi uma excelente escolha para os recémcasados!
Participe da próxima edição.
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S Um ár io Acontece Brasil
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Contamos sobre os eventos que a Chez France participou e desta vez também organizou, como o Mini Curso École e mais uma edição do Amouse Bouche e também mostramos os eventos que acontecerão por aqui.
Entrevistado do Mês Uma conversa com Gabi, a Chef de Cozinha responsável pela elaboração e harmonização de todos os incríveis pratos utilizados nas gravações da TV Chez France.
Matéria de Capa Conheça a vinícola Château de l’Hers do AOC Châteauneuf-du-Pape, produtora dos vinhos mais exclusivos do mundo.
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Acontece França
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Fique por dentro da agenda cultural francesa com exposições incríveis que acontecerão em Paris.
Convidado do Mês A Professora Sylvia Simão conta toda a história de Provence, região dos vinhos rosés e a escolhida para nossa Seleção do Mês.
Gastronomia Aprenda a preparar o Bolo de Brousse, receita incrível fornecida pelo chef Jean-Marc Banzo.
Voyager Nec Plus Ultra
Faça um tour pela região Bourgogne com Philippe Laplace.
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+55 31 3254.4500
Brasil Acontece
A Chez France traz o Art de Vivre francês até o Brasil. Aproveite!
A conteceu Semana Francesa
De 04 a 17 de Abril
Concebida pela CCFB, a Semana Francesa chegou a sua terceira edição em 2014, onde reuniu diversas atrações. O evento proporcionou aos participantes uma imersão verdadeiramente francesa ao reunir diversas atrações nas áreas de gastronomia, artes, cinema e cultura ligadas à França. E é claro que a Chez France não perdeu a chance de participar de um momento como esse.
Mini Curso École Em parceria com a CCFB, na Semana Francesa, a Chez France promoveu nos dias 07/04 (São Paulo) e 10/04 (Belo Horizonte), o Mini Curso École Chez France para aqueles interessados em aprender mais sobre o mundo dos vinhos franceses. Para dar início às aulas, Guillaume Turbat apresentou duas das regiões vinícolas mais famosas do mundo: Bordeaux e Bourgogne. Foi um dia muito produtivo com direito a degustação dos vinhos das regiões estudadas e muito aprendizado!
Amouse Bouche
Dia 09 de Abril
Mais um evento L’Amouse Bouche com vinhos deliciosos aconteceu em São Paulo, no Restaurante Tartar&Co! Nessa 3ª edição, além da apresentação de vinhos de toda a região Côtes du Rhône, ocorreu também o lançamento do vinho Châteauneuf du Pape, o vinho exclusivo da presidência francesa, nunca antes oferecido no Brasil. Foi uma noite repleta de boas companhias, em um ambiente mais que agradável, com vinhos exclusivos e muita harmonização!
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A contece e xposição Galeria Nara Roesler: a beleza fugaz da luz Até dia 05 de Julho
Com mais um ano iniciando, a Chez France não poderia deixar de trazer mais inovações para seus cliente. Desta vez, a novidade é o Catálogo “Chez France, em: uma maravilhosa jornada pela terra do vinho. Com este Catálogo, buscamos te levar a uma viagem pelas regiões produtoras francesas, reunindo em um só lugar muita informação, belas paisagens, conhecimento sobre o mundo do vinho e a gama de produtos Chez France! Mais uma forma de te aproximar do art de vivre francês e ainda mais dos vinhos que oferecemos a você!
A nova edição do Roesler Hotel, projeto de exposições com curadores convidados da galeria Nara Roesler, traz um recorte do historiador da arte Matthieu Poirier, cuja pesquisa sobre a utilização da luz na arte e sua influência sobre os sentidos lhe rendeu participações em exposições de larga escala. Nesta mostra paulista, Poirier reuniu esculturas, instalações, pinturas e fotografias abstratas que utilizam o recurso da luz e reforçam sua fugacidade pela oscilação entre o aparecimento e o desaparecimento. Estão expostos cerca de 20 trabalhos de nomes como James Turrell, Ann Veronica Janssens e Julio Le Parc.
Além disso, acrescentamos a nossos serviços um canal de atendimento: a Chez France Concierge, uma Assistente Pessoal que irá te auxiliar durante sua compra e todas as suas dúvidas, tudo isso para que possamos te atender da melhor forma possível e servir a você vinhos maravilhosos nos melhores momentos da sua vida.
Dia 17 de Maio
Galeria Nara Roesler - Av. Europa, 655, São Paulo. www.nararoesler.com.br/
Générik Vapeur está nas ruas Arte na rua. Essa é a especialidade dos artistas da companhia Générik Vapeur, que retornam ao Brasil diretamente de Marseille para apresentar suas criações Bivouac e Jamais 203 em Porto Alegre e na Virada Cultural de São Paulo. Fundada em 1984, esta é uma das principais companhias de teatro de rua do mundo. Os criadores – Cathy Avram e Pierre Berthelot – promovem a mistura de teatro, dança, música, vídeo, imagem e maquinaria pesada. Virada Cultural - São Paulo W W W. C H E ZF RANCE . COM. BR
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// nossa entrevistada
Gabi Messina chef de cozinha
1. Como despertou em você o desejo de ser chef de cozinha? Desde pequena eu já gostava de ficar na cozinha observando tudo e com o tempo o interesse foi aumentando até que comecei a cozinhar em casa para amigos. A partir disso, a vontade de aprender mais foi me levando a fazer diversos cursos com diferentes Chefs até o profissionalizante. 2. Qual a sua filosofia na culinária? A comida deve ser sempre fresca com ingredientes de qualidade. 3. Doce ou salgado? Salgado. 4. Uma harmonização perfeita? Para mim nada melhor que juntar os amigos, uma boa comida e um bom vinho. 5. Qual a sua opinião sobre vinho e gastronomia? Os dois juntos formam um par perfeito. O vinho se torna outro quando bem harmonizado.
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6. O que você acha da culinária francesa? A culinária francesa é o berço da gastronomia; é preciso saber o básico para se aplicar e assim poder criar novos pratos. Existem pratos sofisticados, com muitas técnicas, mas muitos são preparados com ingredientes locais, frescos e sem complicação. Não posso deixar de falar das Pâtisseries que são demais! 7. A gastronomia francesa influencia de alguma forma seus pratos? Com certeza, principalmente no preparo de molhos e carnes.
8. Qual seu prato francês predileto? E brasileiro? O prato francês é o Terrine de Foie Gras enquanto o prato brasileiro é a Moqueca de Camarão! 9. Se tivesse que escolher um único restaurante na França para visitar qual seria? Épicure no Hotel Bistrol. Serviço impecável e a apresentação do prato que degustei, vieras com trufas brancas, estava adorável. Ainda harmonizei com um delicioso Bordeaux. Foi inesquecível! 10. Você acha que os restaurantes brasileiros reproduzem fielmente a cultura gastronômica da França? Alguns sim. 11. Você é responsável pela harmonização dos pratos nas gravações de vídeo para o Canal TV Chez France no Youtube. Como funciona nos bastidores? Adoro o dia de Filmagem Chez France por vários motivos: são grandes parceiros, os vinhos são excelentes, e além de cozinhar e montar os pratos tenho a oportunidade de degustar os rótulos e conhecer os vinhos. Por trás das câmeras acaba virando uma festa! Onde tem vinho, comida e uma equipe animada com certeza tem diversão, mas claro, com muito profissionalismo por parte de todos.
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A CADA
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Mês
Maio 1ª semana
2ª semana
3ª semana
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// CAPA
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Depois de um bom descanso para recuperar as energias, a Chez France chegou neste ano de 2014 mais empenhada do que nunca para trazer até você vinhos cada vez mais especiais, que deixarão seus momentos verdadeiramente únicos. Sendo assim, para inaugurar este ano novo, a Chez France importou uma novidade digna de realeza francesa, os vinhos da vinícola
Château de l’Hers do AOC Châteauneuf-duPape, ou melhor,os vinhos da Presidência Francesa! Nesta matéria contaremos a história desta vinícola, suas tradicionais técnicas de vinificação e mais algumas características que fizeram deste vinho uma das bebidas mais renomadas do mundo.
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AOC Châteauneuf-du-pape // capa
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A fama do vinho Châteauneuf-du-Pape é universal. Por trás deste nome prestigioso, há uma expressão de riqueza, vinícolas, muita história e cultura. Situada entre Orange e Avignon, no Vale do Rio Rhône, a cultura do viwwnho se alastrou principalmente entre os monges e bispos que habitavam estas cidades e o vilarejo de Châteauneuf. A partir de então, e com o reinado do Papa Jean XXII, o vinho Châteauneuf foi regularmente adquirido para a casa do Pontífice, fato este que notoriamente contribuiu para a difusão e consequente fama dos vinhos Châteauneuf.
A qualidade destes vinhos sempre foi uma prioridade para os viticultores de Châteauneuf. Primeiramente é importante ressaltar as condições excepcionais existentes no vale do Rio Rhône que privilegiaram a produção de excelentes vinhos, como o solo arenoso, argiloso e calcário e o clima privilegiado com 275 dias de sol. Em segundo lugar, para garantir e proteger a qualidade dos vinhos desta região, alguns sindicatos foram criados com o objetivo de obter o reconhecimento da Apelação de Origem Châteauneuf-duPape. Com este reconhecimento garantido, as regras de produção dos vinhos poderiam ser impostas, assegurando assim a excelência dos vinhos Châteauneuf, percebida até os dias de hoje. Além das medidas que definem a AOC, as técnicas de cultivo e de vinificação provêm da experiência dos homens. Desde o século XIX, os viticultores privilegiaram uma produção seletiva e eram equipados com os meios necessários para alcançar esse objetivo, fazendo com que se transformasse num modelo rigoroso e de muito renome no mundo do vinho.
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d e n o m i n a ç ã o
Além todas estas características, o AOC Châteauneuf-du-Pape se diferencia também pela autorização do uso de treze variedades de uvas, sendo oito na composição do vinho tinto e cinco na composição do vinho branco. As treze uvas que compõem esse vinho são: Syrah, Mourvèdre, Muscardin, Counoise, Cinsault, Grenache, Vaccarese e Terret – e mais cinco variedades de uvas brancas – Picardan, Roussanne, Clairette, Picpoul e Grenache Branca. Esse trabalho de 13 cepagens faz parte do método de produção rigoroso que perdura por séculos e originou um dos vinhos mais respeitados do mundo para paladares extremamente aguçados e especiais.
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Domaine du Château de l’Hers // capa
\\ O Domaine du Château de l’Hers,
um genuíno Châteuneuf-du-Pape.
O Domaine Château de l’Hers está situado em um local onde a movimentação histórica já foi intensa. Muitos séculos se passaram e com eles grandes nomes da história francesa que deixaram suas heranças vistas até hoje como colaboradoras para a produção dos vinhos singulares da região, vinhos estes extremamente moldados pela tradição e peculiaridade da propriedade.
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Domaine du Château de l’Hers // capa
Por fazer parte da AOC Châteuneuf-du- Pape, a produção dos vinhos do Château de l’Hers segue rigorosamente as regras e os costumes da denominação, isso significa que as uvas passam por métodos de produção vigentes há séculos, originando vinhos que ganham reconhecimento mundial. Devido a sua grande especialidade e alto renome, os vinhos do Château de l’Hers foram escolhido nos últimos anos como o vinho de consumo do Presidente Francês e de diversos outros eventos importantes na França, além de também serem exportados unicamente para os Estados Unidos e China.
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Domaine du Château de l’Hers // capa
Compre agora os vinhos da
Presidência Francesa
Château de l’Hers Tinto 2009
Château de l’Hers Branco 2010
Este poderoso vinho tinto de cor púrpura e nariz intenso de frutas vermelhas e especiarias é feito de uma mistura equilibrada de 8 uvas: Syrah, Mourvèdre, Muscardin, Counoise, Cinsault, Grenache, Vaccarese e Terret. Na boca, uma explosão de aromas que vai evoluir na taça!
Feito a partir de 5 uvas brancas autorizadas: Picardan, Roussanne, Clairette, Picpoul e Grenache Blanc. Este branco apresenta aromas marcados de grande complexidade, com frutas cítricas e notas florais. É um vinho fresco, bem equilibrado e muito elegante, perfeito para gastronomia! Uma surpresa a cada degustação!
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França Acontece
A Chez France vai com você até a França. Bon voyage!
A contece
e xposição Henri Cartier-Bresson Até dia 9 de Junho.
Com mais de quinhentas fotografias, desenhos, pinturas, filmes e documentos , O Centro Pompidou realiza uma retrospectiva inédita do trabalho de Henri Cartier -Bresson , a primeira na Europa desde a morte do artista. A exposição convida o público a descobrir um trabalho que transformou o fotógrafo em uma das grandes figuras da modernidade. A exposição mostra o seu trabalho além do “momento decisivo”, que há muito tempo foi suficiente para ilustrar sua composição gênio e sua capacidade de capturar o movimento. Dez anos após sua morte e depois que milhares de impressões foram deixadas para a posteridade foi criado pela fundação que leva seu nome, a exposição convida a uma verdadeira leitura da obra de Henri Cartier-Bresson. Aquilo que tem sido chamado de “o olho do século” foi uma das grandes testemunhas da nossa história. A retrospectiva no Centro Pompidou revela a riqueza da sua obra e a diversidade de sua carreira como fotógrafo, o surrealismo na Guerra Fria, sua passage pela Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial e a descolonização. A exposição apresenta fotos icônicas do fotógrafo e também destaca as imagens menos conhecidas que reavaliam alguns relatos mais confidenciais, séries de pinturas e desenhos e examina as incursões de Henri CartierBresson no campo do cinema. Centro Pompidou http://www.centrepompidou.fr 20
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e xposição The Biarritz Far, Street Art Festival 14 de fevereiro 12 de março
O Far Festival gira em torno de arte de rua em suas diversas formas. Músicos, atores, poetas, malabaristas, fantoches e dançarinos assumem Biarritz para criar um foco de expressão artística em suas ruas, praças e parques. Toda a cidade se transforma em um palco gigante e o ambiente acolhedor é muitas vezes acompanhado pelo clima. O Far Festival é um entretenimento familiar para jovens e idosos. http://bit.ly/biarritzfar
onde comer
No alto do Centro Pompidou, Paris está de braços abertos. Esta grande sala contemporânea banhada pela iluminação das grandes janelas é realmente sedutora. Em termos de culinária, a onda de bom estilo de Costes continua: atum snaké, molho tártaro tartare aller-retour, massas. Música à noite e ótimos preços. Centro Georges Pompidou Esplanade Beaubourg (4º andar), Terraço Tel: 01 44 78 47 99 Thierry Costes
à La Carte: 60/80€. Fechado nas terças-feiras. Jantar até às 2h.
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Foto: Atout France/Emmanuel Valentin
// nossa convidada do mês
Uma Provence Repleta de história, Arte e muito Vinho rosé! Por Professora Sylvia Simão
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A Provence e suas paisagens maravilhosas. As
cores vivas dos girassóis e dos campos de lavanda, perfumes agradáveis, intensos e delicados, o cheiro das ervas frescas: orégano, tomilho, alecrim, manjericão e outros condimentos. A gastronomia provençal, baseada em ingredientes frescos, é muito saborosa. Queijos, filé de anchova (aliche), alcaparra, azeite de oliva, azeitonas são utilizados na elaboração de pratos típicos como a tapenades – um aromático patê feito de azeitona, alcaparras, alho e azeite de oliva, e a bouillabaisse – cozido de peixes locais tradicionalmente temperado com tomate, açafrão e funcho. A Provence é, também, uma região conhecida internacionalmente por seus vinhos rosés. Famosa no mundo inteiro, graças aos impressionistas Van Gogh, Cézanne, Matisse e Picasso, essa região tão ensolarada está situada no sudeste da França, às margens do mar mediterrâneo. Ela se estende do rio Ródano (Rhone) até a fronteira italiana, e da costa mediterrânea até os Alpes. Aproximadamente 240 km de leste a oeste e 160 km de norte a sul. Antiga região produtora de vinhos da França, referência na produção de vinho rosé, claro, límpido, seco, aromático e elegante. O vinho e a arte são importantes na história e no estilo de vida da região. Mas, além de produzir vinhos rosés conhecidos mundialmente, a Provence também produz vinhos brancos e tintos. A Provence foi colonizada em torno do ano 600 a.C. pelos Foceus – gregos originários de Focea. Na época da chegada dos Foceus, o interior da Provence era habitado desde 1000 a.C. por um povo vindo da Ligúria. Estima-se que, desde 6.000 a.C., a região, ao norte do rio Durance, era habitada pelos celtas germânicos. O Domaine de Saint Ser Rosé, exclusividade Chez France no Brasil, faz jus à tradição dos rosés da região. Este rótulo trouxe notoriedade e premiações ao Saint Ser.
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Massilia, hoje Marselha, foi a primeira região permanente dos foceus na Provence, importante e um dos maiores portos gregos da Europa ocidental. Os Foceus também criaram colônias onde hoje se encontram as cidades de Nice, Arles e Cannes. Para proteger-se das invasões etruscas, cartaginesas e celtas, Massilia aliou-se, no século II a.C., à Republica Romana, sendo a primeira província romana fora da Itália. Em 122 a.C., Roma construiu sua própria colônia: Aquae Sextiae, hoje Aix-en-Provence. A aliança com Roma propiciou à Massilia a oportunidade de exportar seus vinhos, aproveitando-se da rede comercial romana. O vinho rosé produzido em Massalia era conhecido por sua qualidade em todo o Mediterrâneo.
Acredita-se que foram os gregos que introduziram as uvas, os vinhos e a vinificação nesta área. Vestígios arqueológicos de ânforas revelam que, de qualquer forma, os gregos começaram a produzir vinho logo após sua chegada. Nessa época, os vinhos possuíam uma cor pálida, pois o tempo de maceração, antes da fermentação, era muito curto. Os romanos dominaram a Provence até o século V d.C.. Enquanto o poder romano enfraquecia, a região sofreu uma série de invasões e cada uma influenciou a prática tradicional de vitivinicultura da Provence, trazendo as uvas e os métodos de vinificação das suas regiões de origem.
catedral Major, do distrito de Joliette em Marselha.
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Foto: Atout France/Michel Angot
Profª Sylvia Simão // nossa convidada do mês
Profª Sylvia Simão // nossa convidada do mês
Durante a Idade Média, a Provence, como outras partes da Europa, conheceu uma melhora e uma expansão da produção, pois os vinhedos e as cantinas passaram a ficar sob proteção de diferentes ordens monásticas. No século XIV, a cidade de Avignon, na Provence, foi residência do Papa Clement V. Nessa época, líderes nobres e militares adquiriram e administraram vários vinhedos na Provence, construindo as fundações da vitivinicultura moderna. O rosé ganhou ainda mais prestígio e transformou-se no vinho dos reis e aristocratas. No final do século XIV, a Provence tornou-se oficialmente parte da França.
Somerset Maugham. O aparecimento do trem abriu novos mercados para os vinhos da Provence e durante o século XX, enquanto a indústria turística crescia na Cote d’Azur, a produção de rosé prosperava. Mais recentemente, uma nova geração de produtores começou a introduzir técnicas modernas nas práticas vitivinícolas tradicionais, aprimorando o caráter e a qualidade dos vinhos.
O surgimento do conceito de Appellation Controlée (AOC) em 1935 e a obtenção da denominação AOC para as áreas de produção vinícola da Provence contribuíram para o reconheciAté o século XVII, os vinhos tintos representa- mento da qualidade dos vinhos da região. A vam uma porcentagem bem pequena da produ- grande maioria dos vinhos produzidos na ção em toda a França e, até o século XIX, ainda Provence, 2.600 anos após o estabelecimento da não tinham se tornado o maior estilo de vinhos. viticultura, ainda são roses. A Provence produz Durante anos, o vinho tinto era consumido vinhos de denominação AOC, nos estilos rosé, primeiramente pelos pobres, enquanto vinhos tinto e branco, secos. Fora a denominação AOC, brancos e roses eram apreciados pela aristocra- são produzidos alguns vinhos espumantes e cia e a igreja. outros de sobremesa, mas representam uma
Foi provado que os vinhos vindos da Provence, transportados pelos romanos, eram rosés. Os vinhos rosés eram bebidos pelos ricos, pelos poderosos e pela aristocracia. O vinho rose era feito com o mosto flor. O suco, extraído das uvas prensadas, que tinha uma pigmentação mais forte, era fermentado em vinho tinto e servido aos soldados e trabalhadores. Essa cultura continuou no final do século XVIII e até o século XIX. No final do século XIX, a burguesia emergente queria demonstrar a sua riqueza. Como prova da sua opulência, ela construiu adegas e deixou envelhecer seus vinhos. Mas a riqueza não precisa demonstrar nada. Os poderosos continuaram a beber roses... vinhos que não necessitavam ter adegas. A qualidade do que bebiam era suficiente para evidenciar a sua liquidez (I ames de Roany, Secretario General do CIVP).
No século XVII, a área era principalmente agrícola, com cultivo de uvas, olivas e trigo. Desenvolveram-se importantes centros comerciais ao longo da costa mediterrânea e do rio Ródano. No entanto, a epidemia da filoxera atingiu a Provence e devastou os vinhedos da região, obrigando os produtores a replantar. Nos séculos XIX e XX, a beleza da Provence atraiu muitos artistas famosos como Cézanne, Van Gogh, Renoir, Matisse e Picasso e, também, escritores como Edith Wharton, F.Scott Fitzgerald e
porcentagem muito pequena da produção total. Em 2008, a produção na Provence correspondeu a rosé 86%, tinto 11% e branco 3%. Os vinhos brancos e roses da Provence podem acompanhar a culinária brasileira na harmonização de pratos à base de peixes e frutos do mar como as moquecas e o camarão na moranga. Os tintos com pratos de carne de sol, acompanhados de frutas assadas, como a manga e o abacaxi.
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Voyager nec plus ultra
Por Phillipe Laplace
A Bourgogne,
autêntica em experiência. O sul da região de Borgonha é atravessado de norte a sul pelo rio Saône. A localização privilegiada na parte meridional da Borgonha com seu relevo mediano apresenta vários aspectos de vegetação, planícies, declives áridos e um clima mais temperado. Os monges de Cluny implantaram as primeiras videiras que hoje derivam as uvas de Chardonnay, Pinot e Gamay. Estamos exatamente ao norte da região de Beaujolais. A mais bela produção é de excelentes vinhos brancos, passando de Romanèches-Thorins ao sul e se estendendo até Tournus na sua posição norte. As safras mais famosas são de Pouilly-Fuissé. Vou contar um segredo para vocês, é meu preferido! Ele possui cor de ouro verde, sabor frutado, seco, ligeiramente “nervoso”. Na transição entre a região de Côte de Beaune e o Maconnais, região de Chalon, na cidade de Rully, encontra-se um castelo medieval do século XII bem conservado e várias adegas de vinhos tintos, brancos e efervescentes. Um pouco abaixo, localiza-se a cidade de Mercurey. Recomendo as adegas do Château de Chamirey. Esta bela propriedade está no centro dos melhores terroirs de Mercurey com uma produção de 37 hectares, 27 de tintos e 10 de brancos, cujos 15 hectares são de Premiers Crus. Aqui a degustação é uma arte. Peçam para provar o Le Château de Chamirey Mercurey blanc Premier Cru “La Mission” 2010.
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Minha segunda sugestão fica em Santenay no Château de La Crée. Santenay é um charmoso vilarejo encostado à montanha, orientado para o sul, ainda na divisa dos Côtes de Beaune. Aqui tudo é ligado ao vinho. O Château de La Crée fica em Santenay Le Haut, parte mais antiga da vila. Esta propriedade e empreendimento familiar possuiu 10 hectares, 03 de cepagem branco e 07 de tinto. Seu dono o Sr. Nicolas Ryhiner e sua esposa são suíços e apaixonados pela Borgonha e o vinho. A região sul da Borgonha é repleta de vilarejos típicos e antigos, canais, reservas naturais, castelos, possibilidade de passeios a pé, de bicicleta e de balão. Vou tentar fazer uma lista dos lugares insubstituíveis começando pela natureza exuberante da Reserva Natural de La Truchère e da Roche de Solutré. Ao longo das estradas vizinhas, descobrem-se muitos castelos e vilas antigas. Meus preferidos são a Abadia de Cluny, o monastério Real de Brou, o imponente Château de Pierre-de-Bresse, o lindo vilarejo de Pont-de- Vaux, os Chateaux de La Buissière e de Commarin com seus parques e lagos, o Château medieval de Berzé no sul de Cluny e o Château de Pierreclos com suas antigas adegas de vinhos.
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O canal de Bourgogne, de La Marne e Saône formavam até o século XX uma grande rede de transporte que aos poucos se transformou em canais de roteiro de turismo fluvial. Antigamente, transportavam cereais, madeiras, carvão, pedras e muitos marinheiros e responsáveis pelas eclusas, comportas que funcionam como elevadores de água que fazem os navios subirem e descerem através de um sistema de comportas, viviam deste trabalho. Os cavalos puxavam as peniches nas margens cobertas por árvores, oferecendo uma sombra e aliviando este trabalho difícil. Os canais levam para os grandes rios atravessando o charme das colinas e dos pastos com suas vacas. Por exemplo, em Pouilly-emAuxois passa dentro de um túnel de 3 km para se juntar às aguas do rio Sena. Atmosfera bucólica para um dia ou uma semana em família, aproveitando cada parada para andar de bicicleta ou fazer suas compras no vilarejo mais perto com todo o romantismo de um lindo verão francês.
Para os amantes da gastronomia, sugiro o restaurante estrelado em Viré do famoso chefe Frédéric Carrion, uma estrela no Guide Michelin. Lindo lugar e hotel quatro estrelas boutique & SPA Le Relais de Montmartre, localizado no meio dos vinhedos de ViréClessé. Marie, a esposa do Frédéric e portuguesa de origem, poderá dar todas as recomendações e informações sobre os arredores e a cozinha contemporânea que evolui durante as estações. O chef sempre valoriza os produtos do terroir como o Foie Gras ao licor de Cassis de Dijon, as aves de Bresse trufadas e seu famoso suflê ao Grand Marnier. Os hóspedes poderão ser convidados para preparar este suflê mágico ao seu lado. Ele adora compartilhar sua paixão!
Bom apetite e boa viagem a Borgonha.
Passeio a cavalo nos campos de colza, as margens do canal.
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Gastronomia Com o chef
Jean-Luc Banzo
Jean-Marc Banzo divide sua atenção entre seus dois restaurantes: o Le Clos de la Violette, em Aix-en-Provence, e o La Villa Madie, em Cassis. O charme do jardim da casa do Le Clos feito apenas para saborear fragrâncias de verão provençal é complementado pela decoração em tons de baunilha e chocolate. Além disso, Brigitte Banzo, esposa do chef, compartilha dos valores do estabelecimento e oferece uma acolhida marcada pela elegância. Em ambos os espaços, o chef é conhecido por cultivar o bem estar na relação com seus clientes. Além disso, seus estabelecimentos demonstram a disciplina e a organização que Jean-Marc emprega em suas práticas. Sua culinária é inspirada no sul, mas se mantém aberta para o mundo.
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Vamos à receita?
BOLO DE BROUSSE 4 pessoas
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Bolo de brousse // gastronomia
I n gre d ien tes Bolo de brousse - 250g de brousse (queijo branco fresco) de vaca - 5 folhas de sálvia fresca - 1 ovo Escargots fritos - 4 dúzias de escargots petits gris (em conserva, ao natural ou congelados) - ½ cebola roxa, ½ dente de alho picado e 1 colher de sopa de salsinha picada Molho de salsinha - 1 maço de salsinha (sem talo) - ½ litro de caldo de legumes (cubo concentrado) - 2 dentes de alho - ¼ litro de creme fresco - 100g de manteiga levemente salgada
Creme de alho - 20 dentes de alho grandes, branqueados e resfriados (4 vezes sucessivas) - 200 ml de leite e 200 ml de creme fresco líquido Ingredientes para a apresentação - 12 folhas de broto de espinafre - 12 folhas de rúcula selvagem ou de jardim - 500 ml de azeite de oliva e ½ limão espremido - 4 tiras de pão de forma de 5mm de espessura - 100g de manteiga clarificada (manteiga derretida, cujo soro fica depositado no fundo do recipiente) - 200 ml de caldo de galinha reduzido até a consistência de xarope
Modo de preparo Brousse com sálvia Pique a sálvia, misture na batedeira a brousse e os ovos e tempere com sal e pimenta-do-reino. Unte uma forma com manteiga, leve ao forno a 100°. Asse em banho-maria durante 1 hora. Persillade de escargots Frite os escargots com 500 ml de azeite de oliva e 50g de manteiga. Acrescente alho, cebola roxa, salsinha e temperar. Grade crocante Corte o pão de forma sem casca em 24 pequenas tiras de 8cm x 1cm. Passe manteiga clarificada em todas as tiras. Depois coloque as tiras sobre uma forma e um papel de forno. Cubra com outra folha de papel de forno e coloque sobre o total outra folha para manter tudo sob uma pressão que conservará um quadrilátero reto e regular. Leve ao forno a 180° durante 20 minutos depois reserve em temperatura ambiente. 30
Suco de salsinha Ferva o caldo de galinha, acrescente a salsinha e deixar em infusão com tampa durante alguns minutos fora do fogo. Acrescente o creme, ferver novamente, emulsionar com manteiga bem fria, depois bata tudo. Tempere e guarde quente. Creme de alho Ferva o leite, o creme e o alho, depois reduza até a total evaporação do elemento líquido. Bata até obter um creme liso e untuoso. Tempere e guarde quente. Salada de rúcula selvagem e espinafre Misture as duas variedades de salada e tempere com azeite de oliva e limão. Salgar levemente, 1 pitada de curry substituirá bem a pimenta-do-reino.
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Bolo de brousse // gastronomia
Ap resen tação 1 - Colocar as brousses no centro do prato. 2 - Em volta delas, coloque 12 colheradas de creme de alho e arrumar os escargots por cima.
4 - Regar cada escargot com molho de salsinha fervente; em seguida, fazer um traço de caldo de galinha reduzido. 5- Servir imediatamente.
3- Posicione as grades de pão de forma; sobre elas, colocar a salada de brotos de espinafre e de rúcula selvagem.
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Domaine Chatelain
Pouilly-Fumé Harmonie 2011 O Pouilly-Fumé Harmonie apresenta uma coloração branca brilhante com toques dourados. Sua composição é marcada por aroma floral, mentolado, com notas de especiarias, tanto no nariz, quanto na boca. Além disso, possui um gosto marcante de sílex e um aroma mineral típico dos solos da região.
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Chez France REVISTA
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