GUARDAR PARA ESQUECER? PAISAGEM EM DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS

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GUARDAR PARA ESQUECER? PAISAGEM EM DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS Kelly Wendt RESUMO O texto reflete sobre a fotografia como documentos organizados numa coleção. O ato de fotografar é um meio de gravar, registrar enquanto matéria da memória. A fotografia como forma de arquivar, guardar e mapear a paisagem, gênero destacado com importância no desenvolvimento da arte e para o trabalho Materializando Instantes de Permanência desenvolvido pela autora-artista. PALAVRAS-CHAVE Fotografia; Geopercepção; Memória; Paisagem; Território.

Em meu trabalho poético uso a fotografia de várias maneiras e através de diferentes modos de apresentação. A fotografia usada como documentos, formando um inventário, uma coleção ou um catálogo. O ato de fotografar como um meio de gravar, de registrar enquanto documento da memória. A fotografia para arquivar, engavetar, guardar e mapear a paisagem. Penso na fotografia como uma forma de guardar para poder esquecer, ou por medo de esquecer, ou para ter condições de recordar e ver para reinventar. A imagem como um backup da memória. Quero registrar o que cabe nos meus olhos. E por mais que seja um grande atrevimento, não me canso de colecionar imagens, revisitar lugares que me proporcionam outro modo de estar, de olhar ou de sentir, o corpo submerso no espaço, afetando e sendo afetado por ele. Da experiência da paisagem Tenho como ponto de discussão em meus trabalhos, mapear espaços de convívio e afeto durante momentos de caminhada permitindo uma sensibilização espacial. Esse processo inicia durante percursos realizados na zona urbana ou em deslocamentos entre cidades apreciando o convívio com a paisagem, percebendo a geografia e observando a arquitetura percebendo as peculiaridades do lugar. A morfologia de cada cidade comina modos de ver e sentir o espaço, assim como promove diferentes sensações para o corpo.

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Nomeado como errância o processo de desenvolver caminhadas é também conhecido

como nomadismo. Caracteriza-se por desempenhar a pratica do

deslocamento, tendo a paisagem como indicador indispensável da ação. Presente nos conceitos modernos se torna cada vez mais frequentes na discussão sobre as grandes cidades.

Esse processo promove novas formas de ver e apreciar a

paisagem, já que os percursos são escolhidos conforme a percepção geográfica e espacial, no qual denomino geopercepção. Esta ação fornece material para fazer levantamentos geoperceptivos, obtendo um conhecimento sensível de espaços urbanos que permaneci mesmo que por instantes. Reunindo, desta forma, uma coleção de fragmentos de experiências com esses espaços, documentos que registram as características sensíveis relevantes do ambiente e que me interessam obtendo o que denomino mapas. Os fragmentos da convivência com os espaços urbanos são inventariados e compilados materializados pelos mapas. Descrevem de forma afetiva e imaginária o olhar sensível sobre a paisagem, evidenciando a experiência corpo, a paisagem passa ser extensão do corpo e o corpo um gesto contínuo de paisagem. A reunião desses fragmentos, documentos e registros são representados por: fotos, vídeos capturados, múltiplos, objetos encontrados e inventados para colaborar com os deslocamento, e desenhos do espaço percorrido na tentativa de gerar dispositivos que expressam, conjuntamente ou não, a experiência vivida nos espaços percorridos. Esse inventário pode ser constituído de muitos ou poucos, de um ou vários tipos de registros Mapeamentos no meu processo

denominado Mapeamentos geoperceptivos. são representados pela seleção do que será

apresentado, notas e fragmentos de um inventário de documentos da vivência perceptiva do lugar chamado por mim de espaços experenciados. O momento de caminhada é o instante de estada, composto de visões sucessivas. Todo ambiente desde sons, cheiros, objetos são efetivamente compreendidos escolhendo posteriormente o que melhor expressa à apreensão do lugar. A percepção depende de condições externas, particulares e específicas, assim como questões sociais, políticas e econômicas que também aglutinam- se no espaço

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urbano das cidades e acabam por deixar vestígios no ambiente. Este vasto contexto compreendo como espaços experenciados e pode ser traduzido pela descrição de atmosfera destacada na citação do arquiteto Peter Zumthor: A atmosfera comunica com a nossa percepção emocional, isto é, a percepção que funciona de forma instintiva e que o ser humano possui para sobreviver. Há situações em que não podemos perder tempo a pensar se gostamos ou não de alguma coisa, se devemos ou não saltar ou fugir. Existe algo em nós que se comunica imediatamente conosco. Compreensão imediata ligação emocional imediata, recusa imediata... Vou ler-vos a título de exemplo o que escrevi a este respeito no meu livro de apontamentos. “É quinta feira Santa de 2003. Sou eu. Estou ali sentado, uma praça ao sol. A praça -em frente casas, igrejas, monumentos- como panorama a minha frente. A parede do café nas minhas costas. A densidade de certas pessoas. Um mercado de flores. Sol. Onze horas. A parede do outro lado da praça na sombra em tons agradavelmente azuis. Sons maravilhosos: conversas próximas, passos na praça, pedra, pássaros, um leve murmúrio da multidão, sem carros, sem barulho de motores, de vez em quando ruídos de obra ao longe. Os feriados a começar já tornaram os passos das pessoas mais lentos, imagino. Duas freiras- isto é realidade e não imaginação- duas freiras cruzam a praça, gesticulando, de passos leves e toucas a agitar- se levemente ao vento,, cada uma traz um saco de plástico. A temperatura: agradavelmente fresco, com calor. Estou sentado na arcada, num sofá estofado de verde mate, a figura de bronze a minha frente no alto de um pedestal está de costas para mim e olha, como eu, para a igreja e duas torres. As duas torres de igrejas cúpulas diferentes....” Agora o que é que me tocou? Tudo. Tudo, as coisas, as pessoas, ruídos, ar, sons, cores, presenças materiais, texturas e também formas. Formas que consigo compreender. Formas que posso tentar ler. Formas que acho belas. (ZUMTHOR, 2008, P.??)

A experiência com espaço e a convivência esporádica com eles, pode ser percebida por meio dos elementos dessa atmosfera. Essa atmosfera significa a paisagem a ser explorada, consolidando uma vivência e acumulando fragmentos das capturas realizadas durante o momento de permanência nesses lugares. A coleta desses fragmentos é feita por meios disponíveis no momento ou por meios que melhor expressam essa atmosfera. Vejo que as imagens que eu capturo como uma reprodução do meu olhar, um meio multiplicador, uma impressão de um instante no qual permanece numa condição de apreensão do lugar. A ação do errante, como já descrito aqui, permite a imersão de meu corpo na realidade, submergir na paisagem, viver não somente uma experiência física, mas

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permitir uma apreensão sensível do lugar. Dessa premissa, mapeio alguns espaços que mantive afeto e permaneci por instantes, construindo mapas geoperceptivos feitos a partir de elementos da paisagem, percepções orientadas de forma imaginativa, o que não exclui a aplicação do processo cartográfico : “mapas podem representar qualquer espaço real ou imaginado, sem levar em conta contexto ou escala”.1 Ao ler as noções básicas de cartografia disponíveis no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na busca de estabelecer relação com minha proposta de trabalho, identifiquei meu processo de criação na descrição das fases do processo cartográfico, assim como as operações do planejamento cartográfico definido: ...conjunto de operações voltada a definição de procedimentos, materiais e equipamentos empregados na fase de elaboração, (...) pressupõe o inventário de documentos informativos e cartográficos que possam vir a facilitar a elaboração dos originais cartográficos definitivos. Após a decisão da necessidade da elaboração de um mapa, deve- se inventariar a melhor documentação existente sobre a área. 2

O conjunto de trabalhos5 da minha trajetória artística reflete sobre a memória, usando o sentido de arquivar, guardar, compilar, inventariar, documentar experiências espaciais e afetivas do meu cotidiano errante. Em decorrência da minha formação meus trabalhos estiveram associados à gravura, hoje discuto a reflexão de sua ação, local da marca e do registro, da repetição e da memória. Interessa-me aprofundar os estudos e buscar o conteúdo mais pertinente para abordar a memória diante desses documentos inventariados. A fotografia como fonte, registro, matriz, não funciona aqui, enquanto lugar de contemplação, mas como documento da memória. Com o intuito de reunir imagens, assim como reunimos experiências, reproduzi-las como forma de materializar a experiência do olhar, reproduzindo mapas.

1

Wikipédia: http://ptwikipédia.org/wiki/portal:atlas/mapas

2

http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/processo_cartografico.html

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No trabalho Portificando (Fig.1), realizado na galeria Gestual, em Porto Alegre, em novembro de 2012, uni diversos fragmentos, fotografias, vídeos, desenho e objeto, uma espécie de observatório de duas praças abandonadas em Pelotas. Imagens sobrepostas no Objeto intitulado Mirolho, assim como fotografia de pequenos objetos encontrados, o vídeo da espera do transeunte, o panorama fragmentado deflagram o mapeamento de lugares abandonados, bucólicos e desperdiçados pela cidade. Uma linda praça suja, com cavalos e cachorros, grandes verdes, mas uma atmosfera melancólica muito especial.

Fig.01 - Portificando, 2012: fotografia, vídeo, objeto com monóculos e desenhos montados na Galeria Gestual em Porto Alegre

Procuro explorar no campo da arte contemporânea com os mapeamentos, os novos meios de linguagem da arte, explorando abordagens de cunho sociológico e geográfico, com inspirações tecnológicas investigando novos olhares, novos espaços para a produção de sensibilidade, diante a rapidez da produção de imagens e sua banalização de imagens, sons e percepções. As formas de capturar as imagens e reproduzi-las é o um dos meus interesses pelas inovações tecnológicas. A gravura ao longo dos tempos desenvolveu diferentes habilidades diante a velocidade da produção seriada, materiais, procedimentos que

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mudaram para sempre o mundo das imagens, produzem e reproduzem em maior número e de maneira cada vez mais rápida. Por um contexto com esse, penso a fotografia como um meio importante de reproduzir imagens, capturar e registrar a experiência do corpo na paisagem, gravando por meio de matriz numérica aquele rápido olhar, congelando o instante. Com a chamada fotografia de vista, nomeado por modo panorâmico nos equipamentos, é utilizado para capturar a paisagem, obtendo a reprodução de uma vista panorâmica, como uma grande angular. Assim podemos perceber os inúmeros elementos do lugar. O clima, percebido, por exemplo, através da luz do número de elementos do enquadramento. Gênero importante para historia da fotografia. A fotografia de Paisagem foi tema recorrente na história, onde a imagem fotográfica era considerada prova de veracidade ou realidade. (Fig.2)

Fig.02 - Panorâmicros, 2012: fotografia panorâmica de câmerafone impressa em papel fotográfico no tamanho de 7x40 cm, exposto na Galeria Gestual em Porto Alegre

Documentos reunidos para o processo cartográfico são representados entre outros pela fotografia. Ao fazer essa relação, recordo a passagem de Jean- François Chevrier3 descrevendo a importância da fotografia de Paisagem para a história da fotografia assim como primeiro motivo fotografado. Funcionando como documento para a pintura, a câmera obscura foi muito usada por pintores para compor telas, no século XVII e do XIX. A paisagem, como gênero da pintura torna- se também motivo mais fotografado desde seu surgimento, aparecendo como imagem idealizada

e enquanto

documento. Nesse aspecto chamo a atenção para paisagem pastoril que é 3

CHEVRIER, Jean- François, 2007. P. 41 a 99

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substituída pelo retrato da vida moderna4. Registrar a paisagem urbana passa ser recorrente na fotografia, destaco Niépce e Talbot, que produziram grande avanço no campo, O primeiro foi idealizador da fotografia por meio da heliografia e o segundo precursor do grão aparente. A fotografia de paisagem, posteriormente, serviu de fonte de estudos topográficos, por exemplo, com as missões na América do Norte, movimento que tinham por objetivo investigar os lugares e retratar os elementos mais marcantes da paisagens5 .Assunto deflagrado pela fotografia documental deu origem a uma série de registros, que descrevia a situação das cidades em desenvolvimento, assim como também mostrava a geografia do lugar, a aridez e a recorrência da presença humana. Em outro contexto é possível constatar que a fotografia auxiliou estudos, a conhecimento e comunicação, na ciência, com a fotografia microscópica e microscópica, e no turismo, com os selos ou postais. Materiais que tem por característica a multiplicidade porque tem o propósito circulação de uma informação. No contexto histórico um dos filósofos que gosto de destacar, devido ao vocabulário e pensamento fragmentado e dialético, Walter Benjamim com o modo romântico de obervar a modernidade. Descreve os hábitos dos citadinos, pessoas e ambientes, permite vislumbrar o lugar de forma sensível e perspicaz, deixando aparentes as formas desse espaço lapidado por ações humanas. Materiais, meios e comportamento são destacados em seus ensaios, como o cinema e as novas técnicas de reprodução, considerando as teorias marxistas e sua análise social. Conceitos também investigados na forma de apresentação procurando refletir a contemporaneidade acompanhando a fluidez da matéria cada vez mais volátil e genérica. Penso que esse teórico possui um texto descritivo, onde reflete cenas do cotidiano da nova cidade: seus personagens, sua nova estética explícita com o ferro e o vidro, a luz elétrica, sem esquecer a publicidade e a produção seriada para as massas. Deflagra a ambiguidade de seu pensamento numa leitura cheia de incertezas e 4 5

CHEVRIER, Jean- François, 2007 EUA, Alemanha. (CHEVRIER, Jean- François, 2007.)

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sarcasmo. Reflete os modos de reprodução, assim como a legitimidade na fotografia artística, ora a atacando, ora apenas descrevendo o que ainda não permitia explicar dos reflexos nas relações sociais e culturais. Benjamim traduz em seus escritos a sua forma de trabalho: redigia pequenos textos que compunham um pensamento mais complexo, e por meio desses descreve suas vivências e percepções. Para escrever seu último texto Passagens Parisienses inspirado nas passagens em Paris6, o autor reune documentos, fotos, gravuras como fonte primária e construindo uma argumentação diante as percepções do olhar e do seu corpo diante ao novo ambiente moderno, Novos materiais, nova luz e novo cotidiano, costumes que passam a ser atrelados ao capitalismo: vidro, ferro, energia elétrica, alteração das cidades, fachadas, a estética das vitrines envidraçadas e seus anúncios. Esse mesmo contexto que acolheu o movimento surrealista, tendo essas características como ambiente propício para explorar as ideias e os efeitos da modernidade, descrevendo os reflexos da revolução industrial e da produção moderna, marcando de forma pontual o advento da fotografia. Nesse mesmo contexto, André Breton e Eugène Atget, refletiram por meios diferentes os mesmos motivos de Walter Benjamim. O efeito do sonho diante da nova realidade, um momento de novas incertezas, alterando a escala de importância dos objetos. A nova forma de obtenção da imagem e a nova cidade, outro lugar, outro tempo, alterando o cotidiano e a forma que é apreendida a realidade. Breton, assim como o surrealismo, herda o Flâneur do poeta francês Baudalaire que pratica o movimento dos encontros fortuitos, instaurando um conceito de geografia imaginária. Em Nadja,

André Breton, o leitor passeia com o texto assim como

passeia pela cidade. Breton coloca o leitor em contato com aspectos mais banais do dia-a-dia, repletos de muita imaginação, que usava as incansáveis caminhadas surreais pela cidade de Paris. As ilustrações fotográficas, elemento importante da composição do romance, foram feitas Jacques- André Boiffard. Numa lista de 44 fotografias Breton confere a importância delas para o romance,

usadas como

elementos que revelam a ideia surrealista da união da vida e do sonho. Elas cifram 6

Passagens é o nome dado às novas galerias parisienses, lugares de lojas e apartamentos que cortam a quadra de rua a rua caracterizando a arquitetura moderna.

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signos urbanos e circulam do o plano do real e imaginário, mostrando a inquietação do errante. Uma vez que seu esforço estava concentrado em relacionar o fantástico com o banal do cotidiano.7 Atget, fotógrafo desta mesma época, início do século XX, com sua máquina fotográfica de madeira transitava nos espaços da modernidade, percorrendo as ruas da “nova” Paris. Pioneiro da fotografia revela uma luz perturbadora do novo cotidiano moderno e declarava que nada mais era surreal que a própria realidade. Retratou num primeiro momento as vitrinas do comércio, velhos edifícios, o reflexo nos vidros nas vitrinas evidencia a confusão perceptiva da modernidade (FIG.9). os que estavam prontos para ser demolidos (FIG. 8), os vendedores de rua (FIG.7) e detalhes arquitetônicos da cidade. Entretanto, logo, voltou-se para periferia fotografando prostitutas 8 . Por fim seguiu trabalhando com imagens de lugares durante seus deslocamentos. Muito envolvido também com o movimento dos surrealistas, transmitia em suas fotografias a vertigem da modernidade, com as novas percepções da cidade, o acesso às imagens torna-se mais comum, os múltiplos representados por cartões postais, selos, cartazes publicitários e jornais também traziam essa ideia irreal. Walter Benjamim, ao refletir o surrealismo comenta que o efeito real da fotografia é ficcional, esta mídia passa constituir uma nova poética visual, tornando- se um meio ideal para o surrealismo, tanto por sua mecânica quanto por sua apropriação instantânea da realidade. Por fim, Benjamim, Breton e Atget fazem alusão aos elementos do sentimento modernista, nos documentos fotográficos que representam o entendimento de uma atmosfera mágica. Vinculada ao sonho e a transformação desse período, início do século XX, a fotografia é um importante meio, máquina que desempenhou o papel do sentimento “surreal de registrar e subverter a realidade” emanando a ideia de sonho. 7

BENJAMIM, W. Passagens, 2006.

8

Atget produzia fotografias para servir de motivos à pintores, vendeu milhares a École des Beaux Arts. (MIBELBECK, 2008. p.18 e 19).

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Essas referências servem para refletir a fotografia como um dos elementos importantes na construção de minhas ideias, não necessariamente como resultado final, na sua apresentação, mas como um meio de conhecer e apreender lugares, coletando, organizando e divulgando as experiências do corpo. A fotografia como materialização do espaço compreendido, como uma espécie de imagem dialética, definida por Benjamim, a imagem ambígua, do passado e do presente e que é real e imaginária.

REFERÊNCIAS BENJAMIM, W. Passagens. São Paulo: Imprensa Oficial e Editora UFMG, 2009 BELTING, Hans. Por uma antropologia da imagem? In Revista Conccinitas, Rio de Janeiro, 2008. BRETON, Andre. Nadja. São Paulo: Cosac &Nayf . 2010 CHEVRIER, Jean- François. La Fotografia entre as bellas arte y lós meios de comunicación. Espanha, Barcelina: Editora GG, 2007. FRIZOT, Michel in SANTOS, Alexandre (org.).Imagens Arte Cultura. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2013. LEINER, S. GUINSBURG, J. O Surrealismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 2008. MIBELBECK, R. Fotografia do século XX Museum Ludwig de Colônia. China: Tachen, 2008. ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. Espanha: Editora GG 2006.

Kelly Wendt Natural de Maringá/PR - 1980. É artista visual, professora assistente do Centro de Artes/UFPel e doutoranda em Poéticas Visuais no PPGAV/ UFRGS onde foi Bolsista Capes. Mestre em Artes Visuais pela UFSM e Bacharel em Artes Visuais pela UFPel. Desenvolve trabalho de pesquisa por meio de sua poética visual, discutindo a errância como processo criativo e o registro como meio de apreensão da cidade. Participa do grupo de pesquisa “Percursos Poéticos: Técnicas e Grafias na Contemporaneidade” na linha Gravura Contemporânea Não-tóxica junto ao CA/UFPEL, contando com apoio do CNPq. Participa de exposições coletivas desde 2002, entre elas exposições no MAC-RS e Fundação HassisSC, tendo realizado também exposições individuais, no Espaço Jabutipê em Porto Alegre, na Ágape Galeria em Pelotas, no MASM em Santa Maria e no MAM em Montenegro. É bacharel em Ciências Sociais e especialista em Memória e Identidade. (instantedepermanencia.blogspot.com) Contatos: kelly.wendt@hotmail.com

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